O vigarista de bairro que quer voltar a ser primeiro-ministro depois de ter feito uma birra de puto charila, tem agora uma canção eleitoral que diz "deixa o Luís trabalhar". O vigarista de bairro é o Luís visado na canção. O vigarista de bairro segue agora a cartilha do seu guru Cavaco, e manda compor uma canção ridícula que apela a que as pessoas o deixem trabalhar. Trabalhar, imagine-se. Ou seja: continuar a distribuir riqueza aos ricos e a destruir os avanços civilizacionais.
Montenegro segue pisadas. O desprezo desta gente pela cultura e pela sua aplicação é evidente. Querem lá saber de música ou de quem a faz. Querem propaganda e vozes que berrem. As músicas destes arautos do ajuste são de uma mediocridade confrangedora. Manhosos como Carreira, Ágata, Rosinha, Nel Monteiro (salazarista confesso), ou Toy e Emanuel dos negócios televisivos, ou ainda outros cantorzecos de som rasca e rouco, podem resolver muito bem as premissas sonoras da direita mais reaccionária. Quim Barreiros já chegou aos libretos do partido fascista. Os outros bem podem ir vociferar com as suas gargantas infectas pelos estrados dos comícios por onde circulam o vigarista de bairro e os fascistas do partido do execrável Ventura. A música dos vigaristas, disfarçados de moralistas ou de irreverentes arautos, não serve a democracia civilizada e urbana que se deseja. A música deve ser outra coisa: MÚSICA, assim, com maiúsculas. Aos gargarejos apologistas de vigaristas é preferível o silêncio, que também faz falta à boa música.