No dia 7 de fevereiro de 1982, os cariocas acompanharam no Aterro do Flamengo um evento inédito no país que ficou conhecido como a Corrida Alegre. Os competidores precisavam nadar, pedalar e correr. Até então, ninguém por aqui havia visto algo parecido. A iniciativa partiu de um grupo de amigos que se empolgaram após assistir as primeiras provas de triatlo que foram realizadas no Havaí no fim da década de 70. O evento foi bem informal. Poucos conheciam as regras. Tanto que a ordem da competição foi alterada, com o ciclismo sendo a última etapa, trocando de lugar com a corrida. Apesar dessa informalidade, o evento plantou a semente do triatlo no Brasil. Para comemorar, os 30 anos do esporte, a II etapa do Estadual de Triatlo, que acontecerá nesse domingo, no Aterro do Flamego, contará com a categoria Legends (lendas, em português), na qual nomes do primórdios do triatlo nacional irão competir. Para conhecer um pouquinho mais dessa história, montamos a série "Lendas do Triatlo" com o perfil de três competidores. Hoje, é a vez de Armando Barcellos. Amanhã, será Marcus Ornellas. No domingo, fechando a série, vamos saber um pouco mais da vida de Carlos Roberto Dolabella.

Armando Barcellos

Nascido no dia 6 de fevereiro de 1966, em Niterói, Armando Barcellos esteve presente na primeira participação do triatlo nos Jogos Olímpicos, em Sydney. No entanto, sua história neste esporte é muito mais antiga. Ele ganhou o respeito neste meio após uma série de bons resultados do Triathlon Nike Kibon, competição de altíssimo nível que fazia sucesso no fim dos anos 80 e início dos 90.

Armando ganhou esta prova em 1989. No ano seguinte, a organização convidou fortes atletas americanos para valorizar a competição. E ele não fez feio.  A vitória, no entanto, foi do norte-americano Greg Clarke (9h16min56s). Armando chegou logo em seguida (9h26min40s) e Alexandre Ribeiro (9h32min05s). No feminino, Fernanda Keller foi a vencedora com 11h44min52s.Considerado por muitos o melhor triatleta brasileiro da história, Armando Barcellos relembra a prova:

“Tenho orgulho de ter participado do começo da história deste esporte em nosso país. Tive a oportunidade de conviver com a nata das pessoas envolvidas e participar das melhores provas do mundo. De tudo o que passei, aprendi que ninguém é bom... você está bom por um período da sua vida, por conta de situações que você se permite, encara e suporta. Hoje, tenho muita saudade, porém, tenho também o sentimento de dever cumprido", revela Armando Barcellos.