Maria Elisete Morais de Oliveira é a Teti. Nascida em Quixadá, Ceará, no ano de 1950, fez parte do Pessoal do Ceará no início dos anos 1970, juntamente com Ednardo, Rodger, Belchior, entre outros. Uma das principais vozes femininas de seu estado, tem nesse LP o seu segundo registro solo. No repertório traz o canto da sua gente, da sua terra, com as influências dessa década frutífera, modernizando a música brasileira e evidenciando a forte contribuição cearense para a MPB.
Direção Artística de Produção e Estúdio - Ednardo Co-produção - Augusto Pontes Coordenação Musical - Rodger Rogério / Petrúcio Maia / Stélio Valle Assistentes de Produção Artísticas - Rogério Crato / Dudu Praciano Fotos - Gentil Barreira / Lise Torok / Francisco Régis Desenhos Gráficos - Brandão Arte - Vanda Alves Ferreira Direção de Arte - Géu
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Grupais Violões - Ednardo / Rodger Rogério / Sid / Régis Soares / Stelio Valle / Lázaro Guitarras - Robertinho de Recife / Manassés / Gerardo Gondim / WillViolas - Manassés / Gerardo Gondim Bandolim - Zé Maia Teclados (Piano) - Ednardo / Túlio Mourão / Petrúcio Maia / Antonio Adolfo Alano de Freitas / Ferreirinha (Francisco Casaverde) Sanfona - José AméricoFlautas - Tarcísio / Renato NevesContra Baixos - Ife / Luiz Miguel / Ronald / LázaroBaterias - Tuti Moreno / Rui Motta / Elber Bedaque / Stone Percussões - Sérgio Boré / Zizinho Coro Massafeira - Ângela Linhares / Ana Fontelles / Mona Gadelha /Tânia Araújo / Teti / Zezé Fontelles / Marta Lopes / Ferreirinha / Lúcio Ricardo / Graco / Caio Silvio /Rogério Soares / Régis Soares / Stone / Vicente Lopes / Stélio Valle / Chico Pio / Wagner Costa / Sérgio Pinheiro /Alano de Freitas / Calé Alencar / Pachelli Jamacarú /Ednardo / Fausto Nilo / Rodger Rogério / Petrúcio Maia.
"Massafeira começou faz muito tempo, até bem antes do que quando se materializou em forma de um grande ajuntamento de som, imagem, movimento, poesia e muita, muita gente transando tudo isso, numa efervescência febril, bela e loucamente solta durante quatro dias. Era como se fosse o carnaval mudando de data e mais verdadeiro, março de 79/Fortaleza. De lá pra cá muita coisa aconteceu, inclusive o registro aqui de uma pequena porém significativa parte do que se cantou por lá. Esse espaço extremamente pouco para transmitir e transportar o que se guardou, maturou e explodiu num pique de energia, na cabeça de cada presente àquela alegria imensa. No espanto da descoberta que não se traduz, a mágica reza das palavras vestidas de canção na boca plural de todos nós, o chifre desse carneiro apontando o infinito do caminho e a certeza dessa força, motor da transformação e evolução plena, constante nesse imenso estoque de dias que o sol tem pra nascer, se pôr e nascer de novo." Texto da contra capa sem assinatura.
Massafeira é o nome de um grande movimento cultural ocorrido em Fortaleza em março de 79. Aconteceram show´s com vários artistas locais da época, inclusive o primeiro disco de Patativa do Assaré foi gravado ao vivo em uma das noites. Nesse disco Ednardo tem o registro de sua voz em quatro faixas apenas, mas os demais artistas, desconhecidos do grande público daqui, arrebentam com suas composições e interpretações ricas em criatividade e poesia. Batalhei muito por esse LP duplo, na época, parece que não houve lançamento dele aqui por São Paulo, portanto, o preço das cópias que circulavam em sebos era o que chamávamos de uma "facada"!
Destaco algumas curiosidades: "Vento Rei" foi regravada em 2002 pelo selo Palavra Cantada, sendo interpretada por crianças no Disco "Canções do Brasil" e está aqui a versão original "Pé de espinho", canção que guardo em meu repertório de "arranhador de viola".
Desde 2010, em comemoração dos 30 anos do lançamento do disco, o Massafeira está disponível em CD, mas falta na edição a faixa "Frio da Serra", uma exigência da herdeira de Petrúcio Maia. O mais Bacana ainda é que é acompanhado de um livro super bem produzido, cheio de ilustrações, textos dos participantes do movimento da época, tendo até espaço para uma monografia com muita informação. Quem quiser pode adquirir neste link.
Soube do seu desaparecimento definitivo na manhã do dia 30 de abril de 2017. Aguardei o dia passar para ver se se confirmava, afinal não é fácil de acreditar, com tantos boatos acerca desse personagem recentemente "notabilizado também pelo sumiço". É incrível também como as suas canções, passadas mais de quatro décadas ainda são atuais. Sim, "há perigo na esquina". Sim, "desesperadamente eu grito em português". Sim, "ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro". Sim, "as lágrimas do jovem são fortes como um segredo: podem fazer renascer um mal antigo". Sim, "amar e mudar as coisas me interessa mais".
Aqui, reunimos algumas canções gravadas por grandes nomes e participações de Belchior em discos diversos, um humilde meio que encontramos de nos despedirmos sentados ao seu lado nesse banco para um papo solto.
Com a aorta rompida em 29 de abril, após a grande greve geral de 2017, Belchior deixou o seu legado de poesia e música para os corações que ficam seguirem firmes na luta. Grato por tudo, companheiro!