terça-feira, 24 de maio de 2011

Sporting - um mero repisar de coisas várias

Finda a época cujo único ponto positivo, a nível de sportinguismo, residirá porventura na possibilidade de José Couceiro assinar pelo Samsunspor e no facto de, no Sporting, aparentemente já se ter chegado à conclusão de que mancam qualidades básicas de coordenação motora a Leandro Grimi para este poder estar à altura de desafios de futebol no pós-Tratado de Versalhes. Mas, afinal, esta época terá sido pior do que a anterior? Ambas deram para manter alguns consolos mínimos, como o facto de sermos o único clube mundial a nunca ter terminado a sua liga nacional abaixo do 5º lugar ou, por exemplo, o facto de, ao contrário dos nossos rivais, ainda não ter sido desta que terminámos o campeonato abaixo da União Desportiva de Leiria ou do Fabril do Barreiro. Vendo bem, para os mesmos trinta jogos, o Sporting acumulou as mesmas 13 vitórias, 9 empates e 8 derrotas, o que representa uma espectacular coerência dentro da mediocridade. O pior goal-average, 41-31 nesta temporada e 42-26 na anterior, poderá ser equiponderado pela melhoria posicional objectiva, visto ter-se conquistando o 3º em vez do 4º lugar. Porém, e reconhecendo que possa ser tema minimamente discutível, tendo a considerar esta época como pior do que a anterior. A razão é simples: é nesta época que, saberá Deus por que raio, Hélder Postiga é elevado ao estatuto de “jogador em grande forma/a realizar a melhor época de sempre”. 

A espaventosa boa imprensa do Hélder Manuel é digna de análise laboratorial no estrangeiro. Por alguma razão, a trágica capacidade de ser inconsequente deste avançado parece fazer as delícias dos analistas desportivos. Mas a verdade é que a suposta melhor época da vida de Postiga se traduziu em seis golos na liga (um a cada 334 minutos) e a última vez que o melhor marcador do Sporting no campeonato foi um avançado com seis golos, o seu nome era Paulo Alves. Paradigmático, se alguma coisa. Além dos golos apontados a Portimonense, Olhanense, Vitória Sport Clube e Naval, destaquem-se ainda os dezasseis foras de jogo em 618 minutos de Liga Europa (um recorde absoluto da prova, que isto não é só para Radamel Falcao). Contudo,e como bem sabemos, há defensores para tudo e os de Postiga dirão que o vila-condense teve basto azar com as bolas nos ferros, uma léria que também poderá ser aplicada a Tomas Skuhravy e barra da baliza do Chaves.   

Outros factos desastrosos da presente época prendem-se com o facto de Rui Oliveira e Costa, uma pessoa para quem Yannick Djaló alinhou na final da Taça UEFA 2004/05 a número 10 (enquanto conceito posicional e não meramente numérico), continua a representar o Sporting num programa semanal de debate desportivo. Bem, mas se não fosse Rui Oliveira e Costa, o Postiga seria de muito longe o pior elemento de um trio ofensivo, ao passo que, desta forma, é o pior na mesma, mas não de tão longe assim. Depois há a lesão grave de Abel, mesmo a acabar a época, que, muito provavelmente, levará o clube, enquanto entidade singular e de moral elevada, a renovar-lhe um contrato para a prática de uma das coisas para as quais Abel menos jeito aparenta. Finalmente, manteve-se o crónico ódio corporativo dos árbitros para com o Sporting Clube de Portugal, que podemos consubstanciar exemplificativamente na expulsão de João Pereira diante do Portimonense. As expulsões por palavras, esse exclusivo verde-e-branco, já não eram tão faladas desde que Rui Jorge chamou “urso” a um fiscal-de-linha em Braga, vendo-lhe de imediato ser abanado um cartão vermelho à frente do nariz. Curiosamente, dentro do mesmo espectro temporal, víamos que, quando era assinalado um fora de jogo a Nuno Capucho – um habitué de cartões vermelhos, mas apenas enquanto alinhou pelo Sporting -, Nuno Capucho disparava uma quantidade de "fideputa" a uma velocidade tal que, valha a verdade, era complicado a qualquer árbitro ou fiscal de linha perceber sequer que estava a ser profundamente ofendido.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Europa




Quando Mourinho substituiu Octávio Machado no cargo de treinador do Porto para, duas taças europeias depois, passar o testemunho a Del Neri, tivemos que nos resignar a que acreditar no papel salvífico do Special One.

Que teria sido impossível uma equipa portuguesa chegar a uma final sem o seu génio, que teria sido impossível marcar golos com o Postiga em campo, que teria sido impossível tirar quilos ao Nuno Valente. Acreditámos no homem providencial, aquele sem o qual estaríamos condenados a viver contra Viena, contra uma única lembrança, contra aquela noite parada (pausa para arrepio). Julgávamos ter ficado a dever a Mourinho o absurdo de ripostar aos rigores da economia, aquela que condenou os países periféricos a exportar os seus melhores aos 18, a aceitar o regresso de jogadores em pré-reforma, a arriscar pontes aéreas com empresários da América latina.

Sendo de ressalvar que uma Liga Europa não é uma Champions, a presença de duas equipas portugueses numa final europeia 7 anos depois de Gelsenkirchen é um sério aviso à tentação deificante, por muito que devamos incensar Pinto da Costa, Villas-Boas ou Falcão. Na minha opinião devíamos estar mais ocupados em agradecer as muitas variáveis que nos concederam a graça do Portismo: ancestralidade familiar no Norte, ausência de um pai castigador que nos tivesse massificado enquanto benfiquistas, sensibilidade lírica para golos de calcanhar, tenacidade perante o desastre, resistência ao exílio, uma adolescência passada com o Poster do Fernando Couto no quarto, amor aos clássicos. Não sei a que sortilégio agradecer a filiação na causa portista, sei que “ao destino agradam as repetições, as variantes, as simetrias”, não vou dizer que para o ano ganhamos Champions, mas (como dizia o semi-deus) penso.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Benfica - Fim de Linha: o Passo em Frente, Abismo Abaixo

Esta foi a pior época da história do Benfica. Sim, bem escrito e melhor lido: a pior época futebolísitica da História do Sport Lisboa e Benfica. Nem mesmo naquela em que acabámos em sexto a coisa foi tão má: entre crises directivas e financeiras e jogadores de inegável falta de qualidade era previsível que a coisa fosse acabar assim. Agora, este ano não, fosse ele isoladamente considerado ou enquadrado como continuação da época anterior. Pretende este texto explicar porquê, sem graça nenhuma porque o melão é grande e a frieza ainda maior. Comecemos:

a) O Benfica perdeu dois jogadores no início da época. Um deles, Di Maria, tinha a saída planeada desde Janeiro de 2010, seis meses antes da sua consumação. Por muito que o seu peso - e o de Ramires - na equipa fosse indiscutível, que era, não saber preparar as suas saídas e utilizá-las, até à náusea, como desculpa de grande parte dos males do clube demonstra um cocktail explosivo de sobranceria e falta de competência.
b) O Benfica demitiu um guarda redes bem acima da média e contratou, por um preço estupidamente absurdo, o pior guarda redes da sua história. Graças a este último, o Benfica perdeu pontos atrás de pontos, a defesa desconfiou dele quase naturalmente e a equipa tremeu como nunca o houvera feito o ano passado. Se a contratação pode ter saído ao engano, (ora aqui vai bis) a insistência na fórmula demonstra um cocktail explosivo de sobranceria e falta de competência. E chega, calmamente, ao mais descabido ridículo.
c) O Benfica não soube planear o físico da época. A equipa andou de rastos no início do ano e rebentou outra vez há dois meses e meio. O ano é duro, o Mundial foi desculpa durante meio ano (absurda, mas desculpa), mas o tempo passou e a equipa não deu um único indicador de melhora. Como é possível passar dois terços de uma época em agonia física? E pior: o final do ano passado já indiciava esta fortíssima quebra e tal indício não foi levado em conta de forma eficaz, como facilmente se verificou.
d) O Benfica não encantou mais do que meia dúzia de jogos. Foi uma equipa frágil, desaprendeu a jogar e deixou de empolgar. Ninguém a soube motivar. Mais gravosa e levianamente, conseguiu a proeza absolutamente ignóbil e indigna de deixar virar dois resultados favoráveis em duas meias finais. Repare-se: não se trata de perder de cabeça erguida, de não conseguir correr atrás de um resultado. Trata-se, sim, de um incompetentíssimo modo de não conseguir segurar vantagens. Uma vez, duas vezes. Tudo no espaço de, pasmemo-nos, de quinze dias.
e) O mesmo se diz a propósito da proeza de perder quatro vezes com o arqui-rival F. C. do Porto: as duas primeiras vezes ainda dá para admitir dentro dos cânones normais do futebol; as duas seguintes – sublinhando a importância capital em não perder, seja pelos troféus em causa, seja pelo facto de já termos perdido duas vezes - só mesmo por uma inscrição genética de um complexo de inferioridade e ou de uma enorme falta de vistas na estruturação da estratégia. Não havia, até à data, memória de um Benfica saco de pancada fosse de quem fosse. Tudo no espaço de, pasmemo-nos, de quinze dias (bis).

Aqui chegados, um denominador comum unifica todo o falhanço do Benfica: a insistência patética no erro. Não se trata dos desaires, do azar, da inépcia e do cansaço: este é o pior Benfica da História porque insistiu em e repetiu a insistência em erros atrás de erros atrás de erros. Desta forma, foi também o menos inteligente Benfica de todos os tempos.

Ora, quando isto acontece é inevitável uma de duas conclusões: ou há motivos que transcendem o comum dos analistas para que tal suceda (a metafísica nem sempre é clara, venham daí essas explicações) ou estamos na presença de um caso de estudo de casmurrice e sobranceria, aplicadas com profunda impunidade.

O Benfica deste ano desencontrou-se com a sua dignidade, com a sua grandeza e com a sua História. Não foi humilde nem no início nem no fim. Não soube nem quis aprender com os seus enganos. Atirou areia para os seus próprios olhos, distribuindo culpas por toda a gente, ignorando as suas próprias falhas. Resultado: foi literalmente esmagado.

As consequências desta calamidade podem ser de dois níveis: numa primeira hipótese, tudo se mantém como se nada fosse, a tendência actual, e o Benfica perderá milhares e milhares de adeptos – a geração que aí vem comprovará a tendência - viverá apático em descendo, empatar em casa com o Braga há-de ser um resultado aceitável, ouvindo e aceitando as desculpas ridículas e as propostas anedóticas do seu treinador (leia-se o que se escreveu na adenda deste texto) e dos seus dirigentes – não acompanhar a equipa nos jogos fora é insultuoso para os adeptos de um clube com a dimensão nacional do Benfica.

Numa segunda possibilidade, mais utópica e profundamente mais Benfiquista, há lugar a uma responsabilização hierárquica profunda – repare-se que ao nível do balneário os jogadores são quase os mesmos do ano transacto – compreendendo direcção e treinador que um ciclo chegou ao fim e que esse ciclo que termina não é tão significativo do ponto de vista desportivo quanto nos querem fazer crer. Muito pelo contrário.

É nesta esteira que me detenho e que escrevo: demissão da equipa técnica mal termine a época, demissão da direcção no dia imediatamente a seguir à primeira. Tudo na dentro da maior dignidade, relevando os sucessos alcançados sim, mas assumindo o mais que natural fim de linha, a óbvia falta de condições para prosseguir. E que venha uma direcção que pense e que sirva o Benfica cuidadosamente, não esquecendo o seu passado cada vez mais remoto, mas não por isso cada vez mais esquecível. Uma direcção que pacifique, que eleve o nível e a capacidade competitiva. Uma direcção que saiba escolher quem comunica, quando e como. Uma direcção que saiba escolher um treinador que compreenda o que é o Benfica e que caminhos deve o Benfica trilhar.

Pela utopia eu vou andando, coleccionando melancolias atrás de melancolias. Ser Benfiquista, afinal, deve ser mesmo só isto e nada mais.

domingo, 1 de maio de 2011

Benfica - Liga Europa - Entre o Abismo e o Passo em Frente

Para todo e qualquer benfiquista, os tempos não têm sido fáceis. A equipa que incondicionalmente apoiamos volta a fazer jus à frase do grande João César Monteiro, que, perguntado como andava, respondia como o Benfica, arrastando-se pelos relvados. Este arrastão vermelho tem duas nuances: uma, física, bem visível no estado agonizante que se lhe dá depois dos primeiros dez minutos de cada jogo em que entra - a equipa está de rastos; outra psíquica, que faz com que esta época do Benfica, analisada ao primeiro dia de Maio de 2011, se prepare para entrar na História do clube, tornando-se absolutamente inesquecível. Sempre que se referirem os Campeões de 2009-2010, gerações e gerações de benfiquistas lembrar-se-ão do que se passou no ano seguinte. Do ano em que copiosa e incompetentemente nos tornamos um saco de porrada do F. C. do Porto, conseguindo a proeza de perder um troféu, um campeonato em casa, uma taça com o requinte de uma reviravolta épica e de apanhar uma cabazada monumental. Se nas três primeiras vezes, intercaladas por uma vitória no Dragão que a História acabou por tornar irrelevante, se admite um, dois ou três azares (já que estes raramente vêm sós) a quarta vez demonstra precisamente que resultados trazem as casmurrices consecutivas, as más apostas e a incapacidade de motivar uma equipa pelos seus pergaminhos, dever moral e honorabilidade. Sim, já o escrevi e repito: o Benfica, se quer ter futuro, precisa de um departamento de História, de importância estratégica tão grande como o Marketing.

Aqui chegados, o Benfica vê-se entre o abismo e o passo em frente: ou não consegue sequer gerir uma vantagem magra alcançada a ferros contra o Braga e, desta feita, é ingloriamente eliminado da final da Liga Europa ou, gerindo-a, consegue o apuramento e vai a Dublin defrontar o F. C. do Porto naquele que será o encontro mais indesejado de todos os tempos por todo e qualquer Benfiquista que não seja, também ele, um adepto ferrenho da literatura de Leopold von Sacher-Masoch.

Posto isto, e armando-me em Agostiniano de bancada, resta-me ir acreditando no que vou vendo. E congeminando, nas crónicas que se seguem até ao fim desta temporada agonizante, uma análise à época calamitosa e autofágica do Benfica bem como uma abordagem aos cinco desafios essenciais do Benfica para o futuro que se avizinha. É que os ventos, decididamente, não correm de feição, por muito que custe a crer a alguns de nós.

[Adenda: já depois de ter alinhavado estas palavras, o Benfica deixou-se empatar com a Olhanense. Nada de anormal no decurso do ano: a Robertada do costume é já uma imagem de marca deste medíocre Benfica e, claro está, um incentivo aos adversários para acreditarem até ao fim. O que choca verdadeiramente é a desculpabilização patética que o treinador do Benfica faz não só à falta de agressividade da equipa, mas também ao pior titular de todos os tempos das redes vermelhas (Bossio foi quase sempre suplente), passando a toda a massa adepta, crítica e directiva um atestado de incompetência que devia ser endossado ao actual número 12 da equipa do Benfica. Neste ponto, só não compreende e só não age quem decididamente não o quer fazer.]

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Da Luz com amor

Chegou o dia de ser sincero: depois da derrota no Dragão por não estava à espera de voltar a pôr os olhos no Jamor este ano. A minha estratégia nos dias anteriores à contenda saldou-se pela cobardia do “eles que fiquem com a fruteira”, “não estou interessado em disputar taças na catedral do fascismo”, “o Jorge Jesus é uma boa pessoa”. Enfim, tentei enganar-me com todos os artifícios e mentiras que me permitissem confrontar com a dificuldade de virar uma desvantagem de dois golos. Sejamos claros, a única forma de o Porto se classificar passava por marcar 3 golos na Luz com o Roberto no banco.

Valeu-nos a exorbitante confiança de uma equipa que tem em João Moutinho o seu capitão moral. A certa altura, a cada recuperação de bola eu dava por mim a entornar a cerveja estupefacto com a capacidade do pequenitates para se interpor no curso normal dos passes falhados pelo Jardel. Digamos apenas que o sofá do Aleixo ficou pejado de Sagres. Mas valeu-nos também a crise de identidade de Jorge Jesus. Jorge Jesus não consegue alimentar a raiva dos jogadores dele contra o Porto por uma razão: ele não consegue ter raiva ao Porto. Convenhamos que não é fácil ter raiva a um clube que — no maior acto de sabotagem da história do futebol — ofereceu 4 milhões de euros pelos seus serviços. No fundo, é como uma mulher manter-se fiel ao seu marido rezingão depois de receber um telefonema do Jude Law para beber um martini na Riviera. Pinto da Costa minou o Benfica pelo “amor em euros” que mostrou a Jorge Jesus (se não estou em erro 4 milhões seria a maior transferência de um treinador da história do futebol). Depois disso bem podia o Rui Gomes da Silva — o hooligan de segunda à noite — debitar ódio semanal, bem podia o Filipe Vieira incensar a vingança do Benfica contra o Benquerença, contra o Guimarães e contra as galáxias pode descobrir. Jorge Jesus não pode tomar parte desse ódio na mesma medida em que nós, narcisicamente, não conseguimos dizer mal de alguém que nos elogia a nosso spaghetti alla carbonara feito com arroz basmati.

Mas além do dilema afectivo que Pinto da Costa semeou no empedernido coração de Jesus, há um dilema mais prosaico, um dilema táctico. Jorge Jesus montou a equipa para massacrar com um futebol de "ataque diabólico". Acontece que por questões que se prendem com a resistência do corpo humano ou com a eventual gestão de um resultado favorável, há alturas em que o melhor é abrandar ritmos, gerir energias e, vamos dizê-lo, jogar à defesa. Ora, o plantel do Benfica deve ser o único do mundo que só tem um meio campista de qualidade que sabe defender, chama-se Javi Garcia (pelas razões óbvias não falarei do Airton). Querem uma amostra de meio-campistas que permitem atacar e gerir um resultado: João Moutinho, Belhushi, Fernando, Guarin, Souza. A isto, meus senhores, chama-se um plantel.

Portanto, ao contrário do que vai fazendo doutrina, Jorge Jesus não perdeu o jogo por ter jogado à defesa, coisa que não sabe nem se preparou para fazer. Jorge Jesus perdeu o jogo porque, à falta dos argentinos das extremas, abdicou de atacar, isto é, porque abdicou de jogar — facto que fica comprovado pela presença de Aimar no banco ao longo de pacientes 70 minutos. Desde as vitórias nos jogos sem fronteiras em San Marino que não me lembro de ganhar tanto no mesmo sítio. O Estádio da Luz é a prova de que devemos voltar sempre aos lugares onde fomos felizes.