Poemas do dia - 16 de fev.
Estava fuçando na estante hoje e puxei, por acaso, a antologia de Sophia de Mello Breyner Andresen (sempre fico fascinado com a impossibilidade de tolher um ou outro dos nomes dela, têm der ser ditos todos, sempre). A capa é linda, adoro o tom de azul, tem tudo a ver com Coral . Por acaso, li alguns poemas, dentre eles, estes dois: CORAL, 1950 Chamo-Te Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio E suportar é o tempo mais comprido. Peço-Te que venhas e me dês a liberdade, Que um só dos teus olhares me purifique e acabe. Há muitas coisas que eu quero ver. Peço-Te que sejas o presente. Peço-Te que inundes tudo. E que o teu reino antes do tempo venha. E se derrame sobre a Terra Em primavera feroz pricipitado. NO NOVO MAR, 1958 Ausência Num deserto sem água Numa noite sem lua Num país sem nome Ou numa terra nua. Por maior que seja o desespero Nenhuma ausência é mais funda do que a tua. Do primeiro, gosto, em especial, de "Peço-Te que seja presente"; Do segundo, de tudo.