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Missing you

Summary:

Satoru mourns Suguru's death

Notes:

Alright, then... I was upset, so I decided to write this.
I should warn you that if you’re looking for a happy ending for these two, you won’t find it here. This is a story told from Satoru’s perspective, about missing someone, about longing for something that is impossible to get back. (Yes, you can say that the author/me don’t handle goodbyes well.)
I also want to make it clear that this is not a way to romanticize emotional dependence and depression!

I promise I’ll write a happy story about these two in my next work :)

(See the end of the work for more notes.)

Work Text:

Satoru concordou com o som de gotas de chuva batendo contra o vidro de sua janela. Lentamente, ele abriu os olhos, deixando a luz do dia fluir através de suas cortinas e banhar seu corpo. Ele se permitiu um raro momento de paz, algo que ele ansiava. Fazia quatorze dias desde que ele se tornou oficialmente o professor de Megumi, Itadori e Nobara... ou seria o décimo quinto? Não importava. Cada dia desde a morte de Suguru Geto tinha se confundido com o próximo. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso. Virando-se para a janela, ele observou a chuva cair em fios meticulosos, como se o mundo lamentasse algo que não conseguisse nomear. Mas ele sabia. Ah, ele sabia.

Suguru Geto.

O nome ecoou nas profundezas de seu ser. Não importava o quanto ele tentasse esquecer, seus pensamentos sempre voltavam para aquele único nome. Que irônico. A ausência de Geto era uma tempestade implacável, um peso que ele não conseguia deixar de lado.  

 

Relutantemente, ele foi até a cozinha, preparando seu café mecanicamente. Satoru sentou-se à mesa, tomando seu café. Não havia aroma reconfortante dessa vez, apenas o amargor que combinava com seu estado atual. Não que isso fizesse alguma diferença. Gojo fechou os olhos, apoiando os braços na mesa e deixando a cabeça cair. Sua mente vagou para longe, revivendo uma memória que escorregou por entre seus dedos como a chuva lá fora.

 

Eles se lembraram de quão sereno Geto sempre parecia, com seus sorrisos gentis e toques reconfortantes. Naquela época, o peso do mundo parecia mais leve porque era compartilhado entre os dois. Antes que "nós somos os mais fortes" se tornasse "eu sou o mais forte". Mais uma vez, ele se perguntou onde tudo tinha dado errado. 

 

Satoru não conseguia se lembrar de ter adormecido no sofá. Deve ter acontecido depois de uma noite de filmes compartilhados e toques gentis com Suguru. Ainda meio adormecido, ele se sentou, tentando consertar a bagunça que seu cabelo tinha se tornado enquanto bocejava preguiçosamente. A primeira coisa que ele notou foi o aroma agradável de café enchendo o ar. Lentamente, ele foi até a cozinha.  

 

Ali, de pé ao lado do balcão, estava Suguru Geto, mexendo uma xícara distraidamente enquanto o café terminava de ser preparado. Seu cabelo estava preso em um coque frouxo, com fios soltos escapando. Sua camisa preta estava levemente amassada, e seus olhos tinham uma suavidade que era impossível não notar. Mesmo com sua expressão sonolenta, ele irradiava uma beleza serena. Para Satoru, apenas testemunhar tal visão era encantador.  

 

“Eu nunca pensei que você fosse o tipo de ‘marido dedicado’,” Gojo murmurou, sua voz ainda rouca de sono. Ele sorriu enquanto observava Geto.  

 

Geto olhou para ele, um sorriso calmo nos lábios, como se já esperasse tal comentário. Seus olhos escuros brilharam sob a luz suave que filtrava pela janela.  

 

“E eu nunca pensei que você fosse do tipo que adormece durante um filme de ação,” ele respondeu, seu tom uma mistura de afeição e provocação. Ele se virou para pegar uma xícara de café que já havia sido preparada para Satoru. “Aqui, querida. Beba isso antes de adormecer de novo.”  

 

Satoru olhou para ele com desconfiança, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Suguru acrescentou: "Sim, é doce o suficiente para lhe dar diabetes." Apesar da crítica, seu olhar permaneceu amoroso.  

 

Gojo pegou a xícara, mas não sem antes puxar Geto pela cintura com uma mão. Ele inclinou a cabeça, fixando os olhos nele. Seus olhos azuis claros brilharam maliciosamente.  

 

“Sabe, se você continuar fazendo um café tão bom, posso começar a pensar que você está tentando me matar de propósito.”  

 

Geto revirou os olhos, mas o sorriso nunca saiu do seu rosto. Colocando uma mão no ombro de Gojo, ele se permitiu um breve momento de pausa.  

 

“Talvez eu simplesmente goste de cuidar de você.”  

 

Geto se afastou para preparar seu próprio café, distraído enquanto quebrava ovos em uma panela e adicionava uma pitada de sal e pimenta. Gojo, agora mais acordado, tomou um longo gole de seu café, fechando os olhos por um momento para saborear a doçura perfeita.  

 

“Você está se superando hoje, Geto. Primeiro, um café perfeito, e agora isso. Você está tentando me conquistar?” ele provocou, apoiando um cotovelo no balcão enquanto exageradamente observava o outro enquanto ele cozinhava.  

 

“Conquistar você?” Geto lançou-lhe um rápido olhar por cima do ombro, erguendo uma sobrancelha. “Achei que já tinha vencido essa batalha anos atrás.”  

 

Gojo riu, sua risada despreocupada fez a atmosfera parecer ainda mais viva. Ele se levantou, colocou a xícara no balcão e se aproximou de Geto, como se não tivesse outra preocupação no mundo além de incomodá-lo. E talvez não tivesse.  

 

“Bom ponto. Mas se você quiser ficar no topo, vai precisar de mais do que ovos mexidos, meu caro chef,” ele disse, envolvendo os braços em volta da cintura de Geto e apoiando o queixo em seu ombro como uma criança mimada.  

 

Geto tentou, sem sucesso, empurrá-lo com uma cotovelada.  

 

"Se você continuar se agarrando a mim desse jeito, vai acabar queimando a comida", ele reclamou, embora a suavidade em sua voz e o pequeno sorriso em seus lábios revelassem o quanto ele gostava do contato.  

 

“Oh, quem se importa?” Gojo murmurou, fechando os olhos e respirando profundamente contra o pescoço de Geto.  

 

Geto suspirou teatralmente, mas inclinou a cabeça levemente, permitindo o toque.  

 

“Você é impossível, Satoru.”  

 

“E você me ama por isso”, Gojo respondeu, rindo baixinho.  

 

Os dois ficaram assim por um momento, esquecendo o mundo lá fora. O aroma do café criava uma atmosfera aconchegante, e a única trilha sonora agora era o chiado suave da comida no fogão e o ritmo constante de suas respirações.  

 

“Está pronto,” Geto finalmente disse, afastando-se um pouco, mas não antes de dar um leve empurrão na testa de Gojo. Ele se virou para colocar os ovos em dois pratos já preparados com torradas. “Sente-se.”  

 

Gojo fez beicinho, fingindo indignação, mas obedeceu, sentando-se à mesa com um olhar excessivamente dramático de expectativa.  

 

“Seu plano é fazer com que eu me sinta como um rei sendo servido por seu servo leal?”  

 

Geto colocou o prato na sua frente com um olhar fingido de exaustão.  

 

“Sim, Vossa Alteza. Agora coma antes que eu mude de ideia e coma a sua também.”  

 

Gojo sorriu, pegando seu garfo e dando uma mordida generosa nos ovos. Seus olhos brilharam imediatamente.  

 

“Uau. Esses são perfeitos. Você realmente se superou hoje.”  

 

Geto sentou-se em frente a ele, cruzando os braços e sorrindo satisfeito.  

 

“É bom ouvir isso, porque amanhã você vai cozinhar.”  

 

Gojo congelou por um segundo, com o garfo na metade do caminho até a boca.  

 

"Oh, Geto, meu querido, vamos conversar sobre isso depois, ok?" ele disse, abrindo um largo sorriso antes de dar outra mordida, claramente tentando mudar de assunto.  

 

Geto apenas riu, balançando a cabeça enquanto ambos saboreavam aquele momento simples e perfeito como se fosse a única coisa que importasse no mundo.  

 

A lembrança atingiu como um golpe inesperado. A risada de Suguru ecoou fracamente em sua mente — leve e provocante — enquanto ele zombava de algo que Satoru havia dito. A maneira como Suguru sempre inclinava a cabeça, ouvindo com interesse genuíno até mesmo os comentários mais triviais.  

 

O aperto de Satoru apertou a caneca em suas mãos, seus dedos tremendo levemente. Ele odiava como essas memórias o consumiam, mas ele se agarrou a elas, porque elas eram tudo o que lhe restava.  

 

“Você provavelmente diria que sou péssimo em fazer café”, ele sussurrou, sua voz quase inaudível. Um sorriso triste surgiu em seus lábios. “E você provavelmente estaria certo.”  

 

Gojo se levantou, respirando fundo enquanto carregava a xícara para a pia. Ele parou por um momento, olhando pela janela. Lá fora, a chuva continuava a cair suavemente, e agora ele podia sentir seus olhos seguindo o exemplo, lágrimas turvando sua visão.  

 

Ele as limpou com as costas das mãos, pegando o telefone enquanto se movia em direção à sala de estar. Havia uma mensagem de Megumi:  

 

Não se atrase.

 

Satoru sorriu levemente com isso — era a maneira do garoto mostrar que se importava. Mensagens como essa chegavam todas as manhãs. Gojo sabia que também era uma maneira indireta de Megumi verificar se ele estava bem, já que ele não respondia quando se sentia incapaz de sair da cama. E ele faria o melhor para parecer bem quando estivesse com seus alunos; afinal, eram eles que lhe traziam alívio para sua dor. Satoru enviou um rápido “👍” em resposta.  

 

Mas mesmo enquanto fazia isso, ele sabia que esta manhã, como tantas outras, seria apenas mais um lembrete de tudo o que ele havia perdido. Ele entendeu que o vazio nunca seria preenchido. Tudo o que restava era carregar as memórias e o peso da ausência, vivendo dia a dia, para que seus alunos não enfrentassem o mesmo destino.  

 

Gojo saiu de casa, sua técnica o impedia de se molhar na chuva enquanto andava pelas ruas, seus pensamentos se acumulando, sufocando. Era estranho admitir, mas sua força absoluta nunca foi o suficiente. Sempre foi Suguru quem trouxe equilíbrio para sua vida, quem o fez ver além do poder. Quando Suguru estava ao seu lado, ele não temia o infinito que carregava. Agora, esse infinito parecia esmagá-lo, o mundo parecia vasto demais, mesmo para os mais fortes.  

 

A chuva continuou, lavando o mundo, mas não ofereceu nenhum alívio que ele buscava. Ele tentou afastar os pensamentos; ele não podia quebrar agora. Agora, ele tinha que ser o professor divertido e confiante. Ele empurrou todas as suas emoções para dentro, levantando o queixo. O honrado não chorou — ele sorriu e fez tudo certo. Mas Gojo não era um deus, e com Suguru, ele se permitiu ser humano. Permitiu-se quebrar. Agora, ele tinha que lutar por ele e proteger aqueles que permaneceram. Até que eles estivessem juntos novamente.  

 

Satoru continuou caminhando pelas ruas encharcadas de chuva de Tóquio, o som das gotas de chuva batendo no chão ecoando como uma sinfonia melancólica. Ele se perguntou se a chuva algum dia seria apenas chuva novamente, sem carregar o peso das memórias. Cada canto da cidade parecia refletir os momentos que ele havia compartilhado com Geto — de conversas despreocupadas em noites tranquilas aos intensos debates sobre a verdadeira natureza dos feiticeiros e o destino da humanidade.  

 

Ele chegou aos portões da escola e parou por um momento, sentindo a hesitação se aproximando dele como uma sombra. Era ali que ele tinha que colocar a máscara. Para ser "Gojo-sensei", o professor invencível que não temia nada. Ele respirou fundo e passou a mão pelo cabelo ainda bagunçado, certificando-se de que seu sorriso habitual estava firme no lugar. Mas por dentro, o vazio persistia.  

 

“Você está atrasado,” Megumi resmungou assim que ele apareceu. O garoto cruzou os braços, dando a ele um olhar que misturava desaprovação e preocupação.  

 

"E você é séria demais para alguém tão jovem", Gojo retrucou, bagunçando o cabelo de Megumi de propósito, como fazia todas as manhãs.  

 

Nobara e Itadori apareceram logo depois, trazendo consigo o entusiasmo e a energia que sempre carregaram. Eles começaram a discutir sobre algo trivial, como quem era o melhor lutador em um show que tinham assistido na noite anterior. Gojo observou os três, sentindo uma pequena faísca de alívio. Era em momentos como esses que ele encontrava uma razão para continuar, mesmo que o peso em seu peito nunca diminuísse completamente.  

 

Ele sabia que nunca poderia apagar o passado ou trazer Suguru de volta. Mas enquanto estivesse vivo, ele garantiria que ninguém mais enfrentasse a solidão que ele sentia. Porque mesmo que ele carregasse a dor como uma cicatriz permanente, ele ainda tinha algo pelo que lutar. E essa luta era tudo o que lhe restava.  

Notes:

Don’t worry, I’ll make it up to you with a cute Satosugu story very soon!