SERENY - El Trauma Alemán Sin Imagenes
SERENY - El Trauma Alemán Sin Imagenes
SERENY - El Trauma Alemán Sin Imagenes
El trauma alemn
Testimonios cruciales de la ascendencia y la cada del nazismo
TRADUCCIN
DE
ANA
DUQUE
DE
VEGA
EDICIONES
PENNSULA
BARCELONA
Primera edicin: octubre de 2005. de la traduccin: A n a D u q u e de V e g a , 2005. de esta e d i c i n : G r u p E d i t o r i a l 62, S . L . U . , Ediciones Pennsula, P e u de la C r e u , 4, 0 8 0 0 1 B a r c e l o n a . correu@grup62.com grup62.com
PACMER fotocomposicin
LIBERDPLEX . i m p r e s i n
CONTENIDO
Agradecimiento?
Introduccin
1 3 . LENI
1 4 . E L BLOQUEO M E N T A L D E K U R T WALDHEIM 1 5 . EL H O M B R E QUE DIJO NO 16. ALBERT SPEER 17. HIJOS DEL R E I C H 1 8 . EL CASO DE J O H N DEMJANJUK 19. EL LTIMO TESTIGO DE HITLER 20. REFLEXIONES FINALES
Nota
bibliogrfica
AGRADECIMIENTOS
D e s e o e x p r e s a r m i a g r a d e c i m i e n t o a t o d o s l o s e d i t o r e s q u e menciono en la I n -
troduccin, que
las c u e s t i o n e s t r a t a d a s en este l i b r o , el p r i m e r o , p o r cierto, de t o d o s los q u e he escrito q u e p u b l i c a la editorial P e n g u i n . A s i m i s m o , q u i e r o destacar la extraordi n a r i a a y u d a q u e h e r e c i b i d o del p e r s o n a l d e P e n g u i n , e s p e c i a l m e n t e l a q u e m e ha ofrecido el d i r e c t o r e d i t o r i a l d e P e n g u i n P r e s s , S t u a r t Proffitt, m i e d i t o r .
c amb t B p e T m L n r o m s l id T o m o i a ln Hdoesspei o a la g r a d e c err o m p o o n d oscut o rre so c ui p a c ia d b p o r k ei y a Su m dnu r aa v e e e l p a a lts , D n t i s , as sado ao, gracias a lo cual he p o d i d o retomar mi trabajo. Mi agradecimiento,
c o m o siempre, a mi agente Rachel Calder, por su apoyo incondicional. Mi amor y mi a g r a d e c i m i e n t o a M a n d y H o n e y m a n por su a y u d a en el captulo N i o s ro-
INTRODUCCIN
C m o p u e d e u n a p e r s o n a d e s c r i b i r n o s o l o l a s c i r c u n s t a n c i a s q u e l e rodeab a n , o lo q u e h i z o en un m o m e n t o d e t e r m i n a d o de su v i d a , sino quin era en realidad en aquel m o m e n t o ? C i e r t a m e n t e , c u a n d o m i r o hacia atrs en lo que h a s i d o m i l a r g a v i d a , los a o s m s i m p o r t a n t e s , q u e a f e c t a r o n d e f o r m a deci siva mis a c c i o n e s posteriores y que quizs d e t e r m i n a r o n la persona en que me
convertira, fueron los ltimos de mi adolescencia, c u a n d o cruc la barrera de los veinte a o s de edad. C o m o en el caso de m u c h a s otras p e r s o n a s que queda(y que para
m t i e n e u n a g r a n r e l e v a n c i a ) , s o b r e los g r i t o s sin r e s p u e s t a d e los n i o s q u e t a n t o s u f r i e r o n y s o b r e A l e m a n i a b a j o e m a n d a t o d e H i t l e r y e n l o s a o s q u e si g u i e r o n a la guerra, b s i c a m e n t e es el r e s u l t a d o de m i s i m p r e s i o n e s y sentimien t o s d u r a n t e ese p e r o d o formativo. L o s d i e c i n u e v e c a p t u l o s d e e s t e l i b r o , t o d o s e l l o s p r o f u n d a m e n t e rcllCOn a d o s con la A l e m a n i a anterior al T e r c e r R e i c h , d u r a n t e su g o b i e r n o y tras su c a d a , d e s c r i b e n d e f o r m a m s o m e n o s SCCUeilcial m i v i s i n y m i s e x p e r i e n c i a s d e s d e 1 9 3 8 h a s t a 1999> e s d e c i r , c a s i t o d a m i v i d a . Y r e p r e s e n t a n l o q u e m e g u s t a imaginar como un caleidoscopio de descubrimientos. L a p r i m e r a v e z q u e fui c o n s c i e n t e d e q u e n a z i s m o e r a Sinnimo d e p e r v e r sidad, fue d u r a n t e l a p o c a d e l a a n e x i n d e A u s t r i a a A l e m a n i a (el l l a m a d o E s t a i m p r e s i n m a s e fue reforzando cuando todava no haba
Anschluss).
c u m p l i d o v e i n t e a o s , a p r i n c i p i o s d e l a d c a d a d e l o s c u a r e n t a . EntonCCSj d u rante dos aos, trabaj como enfermera durante la ocupacin alemana de
Francia
(en u n p r i n c i p i o r e l a t i v a m e n t e b e n v o l a ) ,
d o n d e y o e s t u d i a b a ha'sta
que los nazis llegaron a Pars. P e r o c u a n d o r e a l m e n t e me di c u e n t a del i m p a c t o del d e s p r e c i o de la ideo loga nazi por los seres h u m a n o s , posguerra, fue durante los dos p r i m e r o s aos de la
los esclavos
d e H i t l e r , y c o n l o s n i o s q u e l o s n a z i s s e c u e s t r a r o n e n E u r o p a d e l Est> e n m i o p i n i n u n o d e s u s p e o r e s Crmenes. D u r a n t e e s o s d o s a o s , s i n e m b a r g o , re lativamente arropada por mi trabajo en uniforme aliado, mis actividades
11
INTRODUCCIN c o n f u n d i d o s y a b s o l u t a m e n t e d e s o r i e n t a d o s acerca de su p a s a d o , su futuro. E n las d c a d a s p o s t e r i o r e s a l a g u e r r a , d u r a n t e las m l t i p l e s v i s i t a s q u e r e a lic a l pas que p a s a l l a m a r s e f o r m a l m e n t e A l e m a n i a O c c i d e n t a l d e s d e 1949 hasta 1989 (tan solo c o n s e g u p a s a r u n a s e m a n a e n A l e m a n i a O r i e n t a l , e n 1 9 8 3 ) , tuve la o p o r t u n i d a d de entablar una p r o f u n d a a m i s t a d con a l g u n o s de los prin cipales p r o t a g o n i s t a s de las dcadas de posguerra, de hablar largo y t e n d i d o su presente y
c o n h o m b r e s y m u j e r e s q u e p e r t e n e c i e r o n a l c r c u l o n t i m o d e H i t l e r (en s u m a y o r a a h o r a ya t a l l e c i d o s ) y c o n a l g u n o s de los r e s p o n s a b l e s de ios p e o r e s abu s o s del r g i m e n . T a m b i n h a b l c o n m u c h o s a l e m a n e s , c i u d a d a n o s d e a p i e , d e m i g e n e r a c i n y d e l a a n t e r i o r (la g e n e r a c i n d e l T e r c e r Reich y d e l a g u e r r a ) , as c o m o c o n m u c h o s j v e n e s a l e m a n e s , p r o b a b l e m e n t e c i e n t o s d e ellos, c u y a transcurri durante la p o s g u e r r a y que cargaron con la losa de los
c r m e n e s de H l l e r p e s e a ser c o m p l e t a m e n t e i n o c e n t e s . C u a n d o e m p e c a c o n c e b i r este l i b r o , me p e r c a t de q u e el lector n e c e s i t a a l g u n a s e x p l i c a c i o n e s s o b r e c m o s e l e c c i o n a las p e r s o n a s s o b r e las q u e e s c r i b o , p e r o s o b r e t o d o d e l a c a u s a , d e las r a z o n e s q u e d e t e r m i n a r o n esa elec cin. Y, p o r ello, el n e x o de u n i n entre las c r n i c a s de los d i s t i n t o s a s p e c t o s de la vida en A l e m a n i a , que mis e d i t o r e s y yo s e l e c c i o n a m o s e n t r e las mu
chas que escrib d u r a n t e los l t i m o s c i n c u e n t a a o s , casi sin q u e r e r l o , h a toma do un carcter autobiogrfico. Mi motivacin se ha basado siempre, al igual
de la historia de la humani
d a d ) , en la c u r i o s i d a d p o r d e s c u b r i r qu es lo que lleva a los seres h u m a n o s a caer, con tanta frecuencia y tanta facilidad, en la v i o l e n c i a y la i n m o r a l i d a d . mi opinin, la respuesta a esta cuestin fundamental pertenece no tanto En al
l o q u e s e h a d a d o e n l l a m a r el t r a u m a a l e m a n a , t t u l o q u e h e d e c i d i d o d a r l e a este l i b r o . L a r e a c c i n d e c a d a i n d i v i d u o a n t e los i n v a s o r e s a l e m a n e s d u r a n t e l a Se gunda Guerra Mundial, en mi opinin, estuvo determinada en gran medida
n a l i d a d , la religin, la e d u c a c i n , el i d i o m a , los c o n o c i m i e n t o s , la p r o f e s i n y las c o n v i c c i o n e s p e r s o n a l e s d e c a d a u n o . p r o f u n d a m e n t e abatidos franceses otros pases ocupados por los Sin e m b a r g o , en la reaccin de los adopt la gente de como un
alemanes),
probablemente,
factor decisivo,
M i e n t r a s q u e u n a b u e n a p a r t e de los hom-
12
ante u n a g u e r r a p e r d i d a sin l u c h a
ceses de m a y o r edad, p a r a los cuales la g l o r i a de F r a n c i a h a b a sido la fuerza motriz de sus vidas, sentan vergenza. L o s m s j v e n e s , ira. Las p o s t u r a s de
ambos colectivos se reconciliaron en una Francia marcada por circunstancias especiales. E s i m p o s i b l e e s t a b l e c e r u n a c o m p a r a c i n v l i d a entre las e x p e r i e n c i a s d e los j v e n e s en los p a s e s o c u p a d o s de E u r o p a o c c i d e n t a l y sus c o e t n e o s Este. del
m e n t e p o r a c t o s d e i n c r e b l e b a r b a r i e . A u n q u e los p r i n c i p a l e s o b j e t i v o s d e las a t r o c i d a d e s c o m e t i d a s fueron los j u d o s , nistas, tambin fueron asesinados los gitanos y los de polacos, comisarios comuucranianos y rusos
millones
el primer perodo
general, n o s cedan el p a s o en la calle o en el m e t r o , m o s t r a n d o incluso una mayor deferencia por nuestros uniformes de enfermera que los mismos
f r a n c e s e s . Y los o f i c i a l e s a l e m a n e s c o n los q u e me v e a en la o b l i g a c i n de ne gociar para conseguir vveres, mente ms adelante, ropas o documentos, como explico detallada
cia e x t r a o r d i n a r i a m e n t e serviciales.
s e n t a m o s que, desde la llegada de los i n v a s o r e s , h a b a d e s a p a r e c i d o cualquier v e s t i g i o d e n o r m a l i d a d e n n u e s t r a s v i d a s , y l a v i s i n d i a r i a d e l o s a l e m a n e s , sa tisfechos y b i e n v e s t i d o s , q u e h a b a n p a s a d o a ser los d u e o s de F r a n c i a , basta ba para avivar nuestro resentimiento.
P o r eso me p r e g u n t o q u i n era y o , y q u i n e s r a m o s los j v e n e s que, en los ltimos aos de nuestra adolescencia, en la poca ms i m p r e s i o n a b l e y confusa
de nuestras vidas, entre la infancia y la edad adulta, nos i n v o l u c r a m o s en un conflicto que e s t i g m a t i z a r a al m u n d o d u r a n t e el resto del siglo e i n c l u s o en nues tros das. r a m o s c r i a t u r a s d e l a e m o c i n , y e s t o l o r e c u e r d o c o n l a s u f i c i e n t e niti d e z p a r a s e n t i r l o en m i s h u e s o s y en los l a t i d o s de mi c o r a z n , m i e n t r a s escri bo estas lneas casi sesenta aos d e s p u s . T e n a m o s la c a p a c i d a d de a m a r (el
se hizo m u y intenso)
esta c a p a c i d a d p a r a a m a r u o d i a r era la i n t o x i c a c i n p r o v o c a d a p o r la e m o c i n del m i e d o saba a buscar (un c o m p o n e n t e e s e n c i a l e n t o d a s las g u e r r a s ) , q u e n o s i m p u l de forma deliberada otras oportunidades de e x p e r i m e n t a r esa
sensacin.
E s t a a d i c c i n a l r i e s g o f u e l a r e s p o n s a b l e d e l a d e s a p a r i c i n d e !BU-
13
d e s f i l e p o r l a s c a l l e s d e Viena, l a c i u d a d q u e m e v i o n a c e r y d o n d e t r a n s c u r r i m i infancia. A pesar de mi ascendencia h n g a r a , consideraba de m a n e r a incues t i o n a b l e que A u s t r i a era mi pas, p o r lo que la i n v a s i n me afect profunda mente. A u n q u e no p u d e p e r m a n e c e r i n m u n e ante la atmsfera de euforia que
p r o v o c el A n s e h h l S S , y q u e i n u n d las calles y la e s c u e l a d o n d e yo e s t u d i a b a , en aquel m e s de m a r z o de 1 9 3 8 , r p i d a m e n t e me di cuenta de la actitud de los nazis h a c i a los j u d o s (lo cual era casi una o b l i g a c i n p a r a t o d o s los v i e n e s e s ) . No cabe d u d a de que este d e s c u b r i m i e n t o t u v o u n a i n f l u e n c i a d e c i s i v a en evolucin posterior: mi
c o m o m u c h o s h i j o s d e f a m i l i a s VClies^S c o n u n c i e r t o b a
t e r r i b l e s a c o n t e c i m i e n t o s q u e t u v i e r o n l u g a r a p a r t i r d e l v e r a n o d e 1 c? 1 1 e n E u r o p a del Este. D e s d e mi p e r s p e c t i v a actual, c u a n d o m i r o atrs y r e c u e r d o c m o era n u e s t r a v i d a e n l a F r a n c i a o c u p a d a d e s p u s d e j u n i o d e 1 9 4 0 , e l h e c h o d e que no supiramos ni p u d i r a m o s imaginar nada de lo que nos deparaba el
f u t u r o a l o s e u r o p e o s d e t o d a s l a s n a c i o n a l i d a d e s , d e m u e s t r a d e n u e v o l a efi c a c i a d e l o s n a z i s a l a h o r a d e m a n t e n e r s u s i n t e n c i o n e s e n s e c r e t o , m u c h o an tes e i n c l u s o d e s p u s de h a b e r s e i n i c i a d o el g e n o c i d i o . La r e l e c t u r a de los con t e n i d o s de este l i b r o me ha i m p r e s i o n a d o e i n c l u s o , si d e b o ser franca, me ha p e r t u r b a d o en cierto m o d o la profunda relacin que aquellos tos tuvieron p a r a el H o l o c a u s t o . acontecimien
M e r e c e la pena hacer un resumen de lo ocurrido. El invierno de 1940 se sigue r e c o r d a n d o c o m o u n o de los p e o r e s y m s fros de la h i s t o r i a de F r a n c i a , debi do a la fuerte e s c a s e z de a l i m e n t o s , r o p a y c a r b n , a r t c u l o s en su m a y o r a aca p a r a d o s p o r los c o n q u i s t a d o r e s . A pesar de que r a m o s a b s o l u t a m e n t e cons
cientes del r i e s g o q u e c o r r a m o s al o p o n e r r e s i s t e n c i a a los i n v a s o r e s , a u n q u e s e t r a t a s e d e p e q u e o s g e s t o s (en a q u e l l a p o c a , los m a q u i s q u e p O S t e n o r m e n te se haran f a m o s o s eran todava nios, pero de v e z en c u a n d o haca acto de p r e s e n c i a la iniciativa i n d i v i d u a l ) , entre m a y o de 1940 y la l l e g a d a del i n v i e r n o d e 1 9 4 1 n o t u v i m o s c o n o c i m i e n t o d e las d e p o r t a c i o n e s d e j u d o s d e s d e A l e m a nia, Blgica, H o l a n d a e incluso desde Francia. Los m e d i o s de comunicacin
14
aprobado
por el g o b i e r n o francs de V i c h y el 4 de octubre de 194 > por el que se privaba a los j u d o s r e f u g i a d o s de sus d e r e c h o s civiles ( m u c h o ms tarde supe que, al
i g u a l q u e l a s l e y e s d e N u r e m b e r g a p r o b a d a s e n t r e 1 9 3 5 y 1 9 3 8 , e l Statllt n i c a m e n t e a p a r e c i p u b l i c a d o e n e l B o l e t n O f i c i a l ) . O c h o m e s e s despus, e l I 4 d e m a y o d e 1 9 4 1 , los m e d i o s d e c o m u n i c a c i n t a m p o c o s e h i c i e r o n e c o del e i ' K a r c e l a m i e n t o de tres mil j u d o s n a c i o n a l i z a d o s , otra p u n t a del iceberg. Las deten
c i o n e s , c a d a v e z m s f r e c u e n t e s , d e p e r s o n a j e s p b l i c o s ( t a n t o catlicos c o m o j u d o s ) b i e n c o n o c i d o s en P a r s , n o s a b r i e r o n los ojos a la r e a l i d a d de los cam pos sus de concentracin alemanes, a u n sin c o n o c e r sus n o m b r e s ni n i n g u n a de recuerdo que
ubicaciones.
P e r o en ese p r i m e r p e r o d o de la o c u p a c i n no
m e n c i o n a s e n u n c a l a p o s i b i l i d a d d e q u e las
v i d a s d e l o s j u d o s , e n F r a n c i a o e n c u a l q u i e r o t r o p a s , e s t u v i e r a n amenazados. En aquella poca no se haba acuado an el concepto c a m p o de exterminio, puesto que todava no nacin en P o l o n i a existan los c u a t r o c a m p o s q u e r e c i b i e r o n esta denomi como
(ni t a m p o c o las i n s t a l a c i o n e s d e
trabajo y muerte,
l a s d e AlSchwitZ y M a j d a n e k ) , E f e c t i v a m e n t e ,
a h o r a s a b e m o s que la decisin
Aun-
d m i c o s d e s u s c t e d r a s e n l a u n i v e r s i d a d y del a r r e s t o d e p o l t i c o s j u d o s ,
m o m e n t o en que e s c r i b o estas lneas, m u c h a gente sigue c r e y e n d o que la ame naza de m u e r t e que p e s a b a sobre los j u d o s europeos (que de haber sido con un detec
confrontacin
impera
o c u p a d o s p o r los a l e m a n e s ,
c a n t i d a d d e s o l d a d o s d e la Welirmachr, a s c o m o d e c i v i l e s (entre los q u e , p o r supuesto, c a b e incluir a los diplomticos neutrales de E u r o p a oriental), eran
c o m p l e t a m e n t e c o n s c i e n t e s d e los a s e s i n a t o s c o m e t i d o s e n a l g u n a s z o n a s con q u i s t a d a s d e los p a s e s b l t i c o s y d l a U n i n S o v i t i c a , e l m u n d o n o s e d i o c u e n t a d e q u e e s t a b a a s i s t i e n d o a l c o m i e n z o del g e n o c i d i o p l a n i f i c a d o d e los j u d o s europeos. Era preferible aceptar la interpretacin a l e m a n a segn l a cual s e ia-
15
INTRODUCCIN
t a b a de actos b l i c o s , u n a a c t i t u d de n e g a c i n p s i c o l g i c a q u e p e r d u r a r a , a l m e n o s en t r m i n o s legales y desde el p u n t o de vista s e m n t i c o , d u r a n t e el resto del siglo x x (con la e x c e p c i n de A l e m a n i a , fueron los propios como demostrar ms adelante). obsesiva OrdungslicIX p a -
Curiosamente,
nazis y su
s i n p o r e l Orden') q u i e n e s i n f o r m a r o n a l m u n d o , t r a s e l d e r r u m b a m i e n t o de s u r g i m e n , de t o d o l o q u e h a b a n h e c h o . E n l o s a r c h i v o s de A l e m a n i a O c c i d e n t a l e n CobleilZa, e n e l I n s t i t u t o d e H i s t o r i a C o n t e m p o r n e a d e M u n i c h , e n l a B i b l i o t e c a Vieiiesa d e L o n d r e s y e n l o s a r c h i v o s r u s o s d e M o s c , q u e p o c o a p o c o e m p i e z a n a abrirse al p b l i c o , p u e d e encontrarse toda una serie de d o c u mentos que contienen informes de actividad de los c o m a n d a n t e s de los E i n -
h a b a m u j e r e s y n i o s . L a s S S , ansiosas p o r d e m o s t r a r e l f e r v o r n a c i o n a l i s t a existente e n E u r o p a del Este, las m e d i d a s t o m a d a s , filmaron poco despus una pelcula que recoga
c o n e l fin d e u t i l i z a r l a e n los c u r s o s d e o r i e n t a c i n im
d i c i e m b r e de 1 9 4 1 y r e d a c t a d o p o r el c o r o n e l de las SS K a r l j g e r , c o m a n d a n t e del Einsalzkommando 3 d e las S S / S D y r e s p o n s a b l e d e l e x t e r m i n i o en la m i t a d del t e r r i t o r i o l i t u a n o , e n e l q u e e l a u t o r a f i r m a b a q u e , g r a c i a s a l a l a b o r d e s u KOTTl liando (en e l q u e p a r t i c i p a b a n l a s u n i d a d e s d e p o l i c a m e n c i o n a d a s a n t e r i o r L i t u a n i a era e l p r i m e r p a s d e E u r o p a del Este que p o d a c o n s i d e r a r s e
nfrei(limpio
de
judos').
d i s t r i b u i d o s en cuatro catego y SilStige
Judenkind^IIOS j u d o s )
( Otros). Entre l o s 1 3 7 . 4 2 2 j u d o s a s e s i n a d o s en a q u e l l o s tres m e s e s , 55.556 eran mujeres y 34.464, nios. De los 1.851 r e g i s t r a d o s e n e l a p a r t a d o O t r o s , s e m e j a n t e a las que constaban en una
los infor
1 a r m e n i o y 28 p r i s i o n e r o s de g u e r r a r u s o s . O t r o s tres c o m a n d a n t e s
16
INTRODUCCIN
P e r o los j v e n e s i n d i g n a d o s de la F r a n c i a o c u p a d a no sabamos nada de
y , p o r e x t e n s i n , t a m p o c o h a b a m o s o d o d e c i r n a d a d e las i n c a l c u l a b l e s d e c e n a s d e m i l e s d e j u d o s y g i t a n o s e j e c u t a d o s e n r e g i o n e s m s o r i e n t a l e s , ta les c o m o Ruteniay U c r a n i a . No debe s o r p r e n d e r n o s el h e c h o de que los rusos, q u i e n e s durante el gobierno de Stalin, la o c u p a c i n de Hitler y la g u e r r a p e r d i e r o n a c i n c u e n t a m i l l o n e s de c o m p a t r i o t a s , sientan un cierto r e s e n t i m i e n t o y d e s c o n c i e r t o ante la con
nas que m u r i e r o n d u r a n t e el g o b i e r n o de Stalin y de otros diez m i l l o n e s asesina dos por los a l e m a n e s (al m a r g e n d e l o s q u e m u r i e r o n en la guerra), sin men
No se trata de un
reflejo de su t r a d i c i o n a l a n t i s e m i t i s m o , s i n o de u n a p r u e b a de su p o l t i c a pbli c a d e p o s g u e r r a , q u e c o n s i d e r a b a a t o d a s las v c t i m a s c o m o r u s o s , c o n i n d e p e n d e n c i a de su r e l i g i n o n a c i o n a l i d a d . S i g u i e n d o las m i s m a s d i r e c t r i c e s , en Po l o n i a las cifras oficiales de las v c t i m a s de los n a z i s m e n c i o n a n a seis m i l l o n e s de p o l a c o s , de los q u e casi tres m i l l o n e s eran j u d o s . M u c h a gente, entre la que me incluyo, ha llegado a la c o n c l u s i n de que la p a r t i c u l a r v i s i n d e l o s s u c e s o s , a c e p t a d a p o r e l m u n d o o c c i d e n t a l e n l o s lti mos cincuenta y cinco aos, es h i s t r i c a m e n t e errnea y desaconsejable desde el h e c h o de identificar p o r entero a Hitler y al
el p u n t o de vista p s i c o l g i c o :
n a c i o n a l s o c i a l i s m o c o n el g e n o c i d i o judo, i g n o r a n d o p r c t i c a m e n t e el asesi nato de otros m u c h o s millones por otros motivos, y la concentracin exclusiva de la m e m o r i a h i s t r i c a y e m o c i o n a l de t o d o ese p e r o d o en un n i c o a s p e c t o ( i n c l u i d a la a s i g n a c i n d e la p a l a b r a ^Holocausto, e n m a y s c u l a ) , constitu y e n u n a p o s t u r a i n a d e c u a d a al restar, adems, importancia a la m e g a l o m a n a
de Hitler. Sus d e l i r i o s de g r a n d e z a iban m s all del e x t e r m i n i o de la raza ju da, y p r e v e a n un futuro, al q u e se a c e r c a r o n p e l i g r o s a m e n t e , en el q u e A l e m a n i a d o m i n a r a el m u n d o y en el que, tras atroces m a t a n z a s en m a s a , una gran
parte de la p o b l a c i n c o n s i d e r a d a inferior desde el p u n t o de vista racial, c o m o por ejemplo mano los eslavos o los n e g r o s , habra seguido es existiendo nicamente
de obra esclava.
poco prudente porque puede provocar la aparicin de nuevos h a c i a los j u d o s al forjar s e m e j a n t e v i s i n u n i l a t e r a l . nocer el exterminio,
D e b e m o s aceptar y reco
dos: la m u e r t e es igual p a r a todos, ya sea en la horca, por fusilamiento o en la c m a r a de gas. U n a p r d i d a h u m a n a es s i e m p r e u n a prdida, tanto si la sufren j u d o s c o m o c r i s t i a n o s de c u a l q u i e r a de las d i s t i n t a s Iglesias e x i s t e n t e s o cual quier otro grupo.
17
INTRODUCCIN S i n e m b a r g o , tras l a a p a r i c i n d e m i l e s d e l i b r o s , p e l c u l a s y d o c u m e n t a l e s so bre este t e m a en la s e g u n d a m i t a d del siglo x x , la i n f a m i a nazi de la aniquila c i n e n m a s a d e los j u d o s e n c m a r a s d e gas s e c o n s i d e r a , en la m a y o r parte
gan la m i s m a o p i n i n ) , el estigma de la d e p r a v a c i n que ha m a r c a d o y m a r c a r a los nazis d u r a n t e toda la eternidad. T o d a v a no se ha r e c o n o c i d o suficiente mente el hecho de que, aparte de la c o m u n i d a d juda, es en la m i s m a Alema sentir con ma las
aos, y d o n d e se han t o m a d o
m e d i d a s legales y e d u c a t i v a s m s eficaces p a r a h a c e r frente a este terrible p a s a d o . G r a n p a r t e de los a c o n t e c i m i e n t o s y las reacciones descritos en estas p g i n a s
E u r o p a , A l e m a n i a fue d i v i d i d a e n c u a t r o z o n a s :
q u e m u y p r o n t o a m p l i a r a n el t e r r i t o r i o bajo su c o n t r o l en el este o c u p a r o n la
de E u r o p a a travs de P o l o n i a hasta llegar a los Estados blticos, zona de m a y o r e s dimensiones a la cual los a l e m a n e s
de los territorios
q u e los a l e m a n e s de la z o n a o r i e n t a l no p o d a n salir. A l e m a n i a del Este r e c i b i la d e n o m i n a c i n oficial de R e p b l i c a D e m o c r t i c a de A l e m a n i a ( D D R ) , y p a s a ser u n a d i c t a d u r a c o m u n i s t a c o n t r o l a d a y e x p l o t a d a p o r los s o v i t i c o s ; la R e pblica Federal de Alemania Occidental Bonn, (Bnndesrepllblik D e u t s c h l a n d ) tras
hasta los
encargaron
tres
que t e n d r a l u g a r d u r a n t e los
aos cincuenta.
a l e m a n a , q u e a h o r a r e c i b a l a d e n o m i n a c i n d e B e r l n o c c i d e n t a l , era c o m o u n a isla, r o d e a d a de t e r r i t o r i o s o v i t i c o , en la q u e los tres aliados o c c i d e n t a l e s cuarteles y tropas, decididos a d e m o s t r a r su d e t e r m i n a c i n de puente areo que se llev a
mantuvieron
D u r a n t e el histrico
cabo entre 1948 y 1949 c o m o c o n s e c u e n c i a de la decisin sovitica de cerrar t o d o s los accesos terrestres al trfico, riamente, de d a y de noche, cientos de aviones aliados aterrizaron temera
18
m a n i a F e d e r a l u n c a m b i o d e a c t i t u d f u n d a m e n t a l h a c i a l o s a l i a d o s Ofcidentales. El p r o c e s o de r e s t a u r a c i n de la v e r d a d e r a i n d e p e n d e n c i a p s i c o l g i c a y po l t i c a , a s c o m o d e l a r e s p o n s a b i l i d a d c v i c a , fue m u y l e n t o . N o d e b e m o s o l v i d a r que t o d o s y cada u n o de los a s p e c t o s de la v i d a a l e m a n a h a b a n estado contro l a d o s p o r el p a r t i d o , y t o d a s las f u n c i o n e s c i v i l e s , i n c l u i d a la a d m i n i s t r a c i n de l o s l.(mde{\os e s t a d o s f e d e r a d o s ) y d e l a s e s c u e l a s , universidades y tribunales
h a b a estado en m a n o s de h o m b r e s de confianza del r g i m e n . No debe sorpren d e r n o s q u e l o s a l i a d o s a s u m i e r a n c a s i t o d a s l a s c o m p e t e n c i a s e n e l p e r o d o in m e d i a t a m e n t e p o s t e r i o r a la victoria. Fue n e c e s a r i o casi u n d e c e n i o p a r a for durante el
a c t o s c r i m i n a l e s i n d i v i d u a l e s r e l a c i o n a d o s c o n l a N o c h e d e l o s C r i s t a l e s R o t o s {\^ KTstClhldcht}[ue a c o n t e c i e r o n e n n o v i e m b r e d e 1 9 3 8 , v a r i o s c a m p o s d e r o n c e n t r a c i n y e l p r o g r a m a d e e u t a n a s i a (ci a s e s i n a t o d e e n f e r m o s m e n t a l e s y disrnpac i t a d o s e n t r e 1939 y 1941), l o s t r i b u n a l e s a l e m a n e s 110 t e n a n j u r i s d i c c i n s o b r e los c r m e n e s c o m e t i d o s p o r m i e m b r o s d e las SS o la Wehrmacht en los pases o c u p a d o s o e n l o s c a m p o s d e c o n c e n t r a c i n y d e e x t e r m i n i o u b i c a d o s e n te rritorio no alemn. normalmente reciban ( y d e f o r m a muy p o c o oportuna,
l a d e n o m i n a c i n d e ''JUICIOS p o r c r m e -
n e s d e g u e r r a , y r e c a a n e n l a j u r i s d i c c i n d e l o s a l i a d o s e n c a d a u n a d e las cua t r o z o n a s . No e x i s t e n r e g i s t r o s fiables s o b r e los r e s p o n s a b l e s y las v c t i m a s en la zona sovitica. P e r o los a l i a d o s o c c i d e n t a l e s , especialmente los estadouniden
d o s , q u e n e c e s i t a b a n e l a p o y o d e l a R e p b l i c a F e d e r a l . L a o p i n i n p b l i c a ale m a n a e m p e z a exigir el cese de los j u i c i o s a cargo de los aliados, lo cual tuvo c o m o c o n s e c u e n c i a la l i b e r a c i n de la m a y o r a de los p r o c e s a d o s que todava no h a b a n sido e j e c u t a d o s y que, d e b i d o a una r e s o l u c i n de los aliados toma d a d e f o r m a p r e v i a a l c o m i e n z o d e los j u i c i o s , n u n c a p o d r a n v o l v e r a ser pro c e s a d o s . D e h e c h o , una b u e n a p a r t e d e los p r o c e s a d o s q u e h a b a n sido oficiales n a z i s d e alto r a n g o , p o c o d e s p u s d e ser p u e s t o s e n l i b e r t a d fueron c o n t r a t a d o s
INTRODUCCIN
de los t r i b u n a l e s a l e m a n e s , se c e l e b r la C o n f e r e n c i a de M i n i s t r o s de J u s t i c i a d e los L / T o c c i d e n t a l e s , q u e t u v o p o r r e s u l t a d o l a c r e a c i n d e l a A g e n c i a C e n t r a l d e I n v e s t i g a c i o n e s (Aufklrung) d e l o s c r m e n e s d e l n a c i o n a l s o c i a l i s m o e n Llldvvigshurg, e n l a s p r o x i m i d a d e s d e S t u t t g a r t . D u r a n t e l o s c u a r e n t a aos siguientes, a p r o x i m a d a m e n t e ciento treinta fiscales y j u e c e s , con la a y u d a
d e t r e s c i e n t o s a g e n t e s d e p o l i c a , h a n v e n i d o i n v e s t i g a n d o a casi c i e n m i l per sonas sospechosas de haber cometido crmenes de carcter nazi (NS). A l g u n o s d e los j u i c i o s d e r i v a d o s d e las i n v e s t i g a c i o n e s h a n t e n i d o u n a l a r g a d u r a c i n , de
varios m e s e s e incluso aos, y han s u p u e s t o un hito histrico para la R e p b l i c a Federal en el proceso de debate y aceptacin de su p r o p i o pasado. A s i m i s m o , cabe destacar que, tre extremadamente conscientes (cometidos de la diferencia existente en y
c r m e n e s de guerra
en el t r a n s c u r s o
de a c c i o n e s blicas)
c r m e n e s N S (sin conexin c o n la g u e r r a y en s u m a y o r a p e r p e t r a d o s c o n t r a p o b l a c i n civil i n o c e n t e ) , n i l a A g e n c i a C e n t r a l n i los m e d i o s d e c o m u n i c a c i n que informaban sobre estos procesos judiciales emplearon e n nin
gn caso el trmino
perpetua.
a l e m a n e s 4.002 d e los p r o c e s o s j u d i c i a l e s i n i c i a d o s e n L u d w i g s b u r g . A l finali zar el siglo x x , la A g e n c i a de L u d w i g s b u r g , un p e r s o n a l de v e i n t i c i n c o funcionarios, investigaciones judiciales, que en la actualidad cuenta con
a u n q u e su intencin es
c o r r e s p o n d i e n t e s d e las p o b l a c i o n e s e n las q u e r e s i d e n los a c u s a d o s . A p e s a r d e l a c o n s i d e r a b l e o p o s i c i n p b l i c a a l a q u e h a n d e b i d o h a c e r fren te (los f u n c i o n a r i o s d e l a A g e n c i a e n u n p r i n c i p i o s u f r i e r o n l a m a r g i n a c i n d e d u r a n t e t o d o s estos a o s los m e d i o s de c o m u n i c a c i n y las NS, a los que
la p o b l a c i n local),
P a r a g r a n p a r t e de los e u r o p e o s de mi g e n e r a c i n 1920,
(los n a c i d o s e n l a d c a d a d e
este u oeste, y e s p e c i a l m e n t e en A l e m a n i a ) ,
a p a r t i r del m o m e n t o en q u e se d i e r o n c u e n t a de la n a t u r a l e z a y las c o n s e c u e n -
20
neracin de la guerra.
d e m o s t r a r en este libro,
sentir tan p r o f u n d a m e n t e d u r a n t e m e d i o siglo que lo cierto es que se ha pro ducido una alteracin de lo que tradicionalmente se ha considerado como
pas dspota y d o m i n a n t e ,
21
LOS
COMIENZOS
OTOO
DE
1995
M i p a d r e , q u e m u r i c u a n d o y o t e n a d o s a o s , e r a h n g a r o y apisi O 0u"i a Trent e anglofilo, y l o q u e m s a m b i c i o n a b a p a r a s u h i j a e r a q u e r e c i b i e r a u n a e d u c a c i n b r i t n i c a . Y a s o c u r r i q u e , e n 1 9 3 4 , c u a n d o r e g r e s a b a a l i n t e r n a d o e n e l Q^ie e s t u d i a b a en I n g l a t e r r a d e s d e V i e n a , el tren sufri u n a a v e r a y se d e t u v o en Nur e m b e r g . Y o e r a u n a n i a d e o n c e a o s , q u e viajaba s o l a , v e s t i d a c o n m i u n i f o r m e e s c o l a r i n g l s , d e c o l o r m a r r n , a u n q u e n o c r e o q u e e s t o influyera e n l o s a c o n t e c i mientos posteriores. La C r u z Roja alemana, o la organizacin nazi equivalente, rpidamente se hizo cargo de m. En m e n o s de una hora, para mi sorpresa, y debo decir que t a m b i n para mi satisfaccin, me encontr asistiendo c o m o espectado ra al c o n g r e s o del P a r t i d o N a c i o n a l s o c i a l i s t a . M e i m p r e s i o n l a c o o r d i n a c i n d e l o s m a n i f e s t a n t e s , m u c h o s d e ellos n i o s de mi e d a d ; la felicidad de las c a r a s a mi a l r e d e d o r ; el r i t m o de la m s i c a ; la sol e m n i d a d de los silencios; los c o l o r e s de las b a n d e r a s ; la m a g i a de las luces (que eran fruto de la c r e a t i v i d a d de S p e e r , a u n q u e yo no lo supe hasta mucho ms
tarde). Al poco tiempo estaba embelesada, pegada a mi asiento. En seguida me p u s e d e p i e y m e u n a l o s c l a m o r e s d e a l e g r a d e l o s m i l e s d e p e r s o n a s q u e all se e n c o n t r a b a n . P o d a v e r las figuras h u m a n a s q u e o c u p a b a n el e s c e n a r i o y or s u s a m p l i f i c a d a s v o c e s . P e r o n o e n t e n d a n a d a ; f u e l a p u e s t a e n escena d e a q u e l fantstico teatro lo que me cautiv (cuarenta y cuatro aos m s tarde, Albert
S p e e r m e d e s c r i b i sus p r o p i o s s e n t i m i e n t o s a c e r c a d e ese m i s m o da; dijo, con resignacin lo siguiente: Y pensar que c u a n d o yo me haya ido se me recordar
p o r eso, no por los edificios que dise, sino por ese... t e a t r o ) , A l g u n o s d a s m s t a r d e , d e r e g r e s o e n e l t r a n q u i l o i n t e r n a d o p r x i m o a las c o l i n a s d e K e n t , n o s a s i g n a r o n e l t e m a , n o d e m a s i a d o origina]; p o r c i e r t o , d e l a primera r e d a c c i n d e l n u e v o t r i m e s t r e : E l m e j o r d a d e m i s v a c a c i o n e s . Q u otra cosa p o d r a haber descrito la nia que era y o , y que todava no h a b a c u m p l i d o d o c e a o s d e e d a d , q u e m i e x p e r i e n c i a e n Nuremberg? A u n q u e m i r e d a c c i n n o f u e e l e g i d a p a r a s e r l e d a e n v o z a l t a a n t e t o d a l a c l a s e (seme j a n t e h o n o r r e c a y e n u n a t i e r n a d e s c r i p c i n del n a c i m i e n t o d e un potrillo),
EL TRAUMA ALEMN ca que la c o n s i d e r a r a un p o r t e n t o de la e r u d i c i n y s m b o l o de la e d a d a d u l t a . Era una mujer j o v e n ( t e n a p o c o ms de veinte aos) y bastante tmida, discret a y d e c o m p l e x i n delgada, t p i c a m e n t e i n g l e s a . T e n a u n e l e g a n t e s e n t i d o d e l h u m o r y un increble d o n p a r a c o n t a g i a r su p a s i n p o r los libros y el teatro a sus a l u m n o s , i n c l u s o a los m s d i s t r a d o s . C r e o q u e n e c e s i t a s e n t e n d e r l o q u e h a s vistome dijo. C u a l q u i e r per s o n a q u e p r o c e d a d e l a m i s m a p a r t e d e l m u n d o q u e t d e b e e n t e n d e r . M e en treg un libro y dijo: Lelo, por lo m e n o s hasta d o n d e p u e d a s . E l l i b r o s e t i t u l a b a AeirJ'Cnpf y r e a l m e n t e h i c e u n e s f u e r z o p o r l e e r l o h a s
7
t a d o n d e p u d e . N o c o n s e g u e n t e n d e r n u n c a a q u s e r e f e r a n las p e r s o n a s q u e , aos ms tarde, me dijeron que Mein Ktnpflehaba parecido ilegible (en el
caso de Speer, Hitler le haba dicho que no se inquietara, que su obra se haba q u e d a d o a n t i c u a d a ) . Es cierto q u e r e s u l t a b a difcil de seguir; p a s p o r alto a l g u nos fragmentos y hubiera preferido encontrar ms puntos y aparte. P e r o en
tend la esencia de lo que deca Hitler, y, sobre todo, que su visin de u n a n u e v a A l e m a n i a y u n a n u e v a E u r o p a n o p o d r a p o n e r s e e n p r c t i c a sin u n a g u e r r a . Es p o s i b l e que t u v i e r a una especial c l a r i v i d e n c i a ? No lo creo. A lo largo de a q u e l l o s c i e n t o s d e p g i n a s d e d e n s a e s c r i t u r a , H i t l e r n o c e s a b a d e i n s i s t i r , rei
reflexionara s o b r e ello por m m i s m a . No consegu entenderlo. Saba, por supuesto, que en la escuela de mi m s (cat
t e m p r a n a i n f a n c i a e n V i e n a h a b a tres a s i g n a t u r a s d i f e r e n t e s d e r e l i g i n lica, j u d a y p r o t e s t a n t e ,
c o n s c i e n t e de q u i n e s de m i s c o m p a e r o s de clase p e r t e n e c a n a c a d a g r u p o . P u e d e q u e p a r e z c a e x t r a o , p e r o a l p r e g u n t a r l e s s o b r e este t e m a a m i s a m i g o s de la m i s m a edad, y de p r o c e d e n c i a social similar, me di cuenta de que ellos t a m p o c o e r a n d e m a s i a d o c o n s c i e n t e s d e las d i f e r e n c i a s r e l i g i o s a s , l o c u a l tal v e z p u e d a c o n s i d e r a r s e u n h a l a g o p a r a las e s c u e l a s a las q u e a s i s t i m o s . P a r a la n i a de clase p r i v i l e g i a d a que era y o , V i e n a era un p a r a s o . V i v a c o n mi m a d r e , u n a m u j e r h e r m o s a y con m u c h o s p r e t e n d i e n t e s , en un p i s o de gran des d i m e n s i o n e s , c o n vistas a la catedral de San E s t e b a n . En su j u v e n t u d h a b a sido actriz, y su v i d a g i r a b a a l r e d e d o r del teatro, de actores, de d r a m a t u r g o s y del arte d r a m t i c o . F u e la catedral de San E s t e b a n , c o n su fuerte o l o r a i n c i e n s o , sus cnticos m o n t o n o s y sus silencios, sus imgenes sonrientes o sangrantes,
24
LOS
o tal v e z fuera mi a n h e l o ,
M i s o t r a s p a s i o n e s e r a n m u c h o m s p r o s a i c a s : m i m a d r e , p o r s u b e l l e z a ; al g u n o s de sus a m i g o s , a t r a c t i v o s y e l e g a n t e s ; los i n c o n t a b l e s l i b r o s q u e lea, mu chos de ellos a hurtadillas, c o n una linterna bajo mis sbanas y en la i n t i m i d a d d e l a n o c h e ; mis m a e s t r o s ( s i e m p r e h a b a a l g u n o especial), p o r s u i n t e l i g e n c i a
y su a m a b i l i d a d , ya que casi s i e m p r e t u v e m u c h a suerte; el teatro, que me obse s i o n d e s d e que asist p o r p r i m e r a v e z , con y V i e n a , p o r ser V i e n a . A la e d a d de c a t o r c e a o s , a b a n d o n el i n t e r n a d o y regres a V i e n a , p a r a cuatro aos, a una representacin;
r o l l i z a ) , p o r a l g n m o t i v o n u n c a d u d q u e m e a c e p t a r a n , c o m o as fue. d e las p l a z a s d i s p o n i b l e s fue p a r a u n a m u c h a c h a d e m i e d a d , cado, haber con otro una vaporosa melena oscura y sedosa; nombre ms apropiado para ella.
d e a s p e c t o deli
Desde
conocimos, nos convertimos en amigas inseparables. L a e s c u e l a d e arte d r a m t i c o M a x Reinhardt e r a u n l u g a r f a b u l o s o , u b i c a d a como estaba e n e l m a r c o e x t r a o r d i n a r i o del p a l a c i o i m p e r i a l d e S c h n b r u n n . el m e j o r d i r e c t o r y p r o d u c t o r de su t i e m p o , t u v o que salir de Ale E n e l d i s c u r s o inau que
Reinhardt,
m a n i a y a b a n d o n a r su e s c u e l a de B e r l n p o r q u e era j u d o .
U t i l i z a este
l u g a r . P a s e a p o r e l p a r q u e s o l o , p i e n s a s o l o , h a b l a p o r t i m i s m o , s u e a tus sue o s : antes d e q u e p u e d a s c o n o c e r a a l g u i e n , e n l a v i d a o e n e l e s c e n a r i o , d e b e s c o n o c e r t e a ti m i s m o . E s t a s p a l a b r a s q u e d a r o n g r a b a d a s e n n u e s t r a s j v e n e s m e n t e s , y t a n t o Elfie c o m o yo s e g u i m o s su consejo a c o n c i e n c i a : d b a m o s largos p a s e o s a solas, habl b a m o s e n v o z a l t a , COiTiO n o s h a b a r e c o m e n d a d o , y e x p r e s b a m o s n u e s t r o s p e n s a m i e n t o s , n u e s t r o s a n h e l o s , n u e s t r a ira y , e n o c a s i o n e s , n u e s t r o s d e s e o s . Elfie y yo p a s b a m o s la m a y o r p a r t e del t i e m p o j u n t a s . T o d o s los das nos e n c o n t r b a m o s a m e d i o c a m i n o d e n u e s t r a s c a s a s , j u n t o a l a e s t a t u a d e JohailH. S t r a u s s s i t u a d a en el S t a d t p a r k . IbamSjuntas a las c l a s e s de e s g r i m a o de baile, as c o m o a los e n s a y o s que t e n a n lugar en el t e a t r o de R e i n h a r d t , el Josefstadt. Algn tiempo despus, chas ocasiones, profesores nocturno, e m p e z a m o s a ir en t r a n v a h a s t a S c h n b r u n n y en mu de la n o c h e puesto que nuestros podan dar clases en horario recorra
trabajaban
solo
c a m i n b a m o s de v u e l t a a casa p o r el p a r q u e del p a l a c i o ,
m o s en s u t o t a l i d a d la Manahilfer Strasse y, f i n a l m e n t e , b o r d e b a m o s el Ring, con sus h e r m o s o s rboles y edificios b a r r o c o s . Al llegar a la p e r a nos separb a m o s , Elfie h a c i a l a d e r e c h a y y o a l a i z q u i e r d a . N u n c a n o s m o l e s t n a d i e ; a p e -
25
E s t a v i d a i n o c e n t e y d e s p r e o c u p a d a finaliz r p i d a y bruscamente e n m a r z o d e 1 9 3 8 , c u a n d o H i t l e r i n v a d i A u s t r i a . H a c i a las n u e v e y m e d i a d e l a n o c h e d e l l l d e m a r z o , E l f i e m e t e l e f o n e : N o s v e m o s e n l a estatua, s u s u r r . P o r q u h a b l a s e n v o z baja?, l e p r e g u n t . V e n , p o r f a v o r , dijo, y c o l g . M i e n t r a s e s p e r a b a a Elfie en la o s c u r i d a d del d e s i e r t o p a r q u e , o p o r p r i m e ra vez unas voces c u y o eco resonara en V i e n a durante varias s e m a n a s : el c l a m o r rtmico de una multitud que vociferaba unas palabras que n u n c a antes haba
o d o : Deutschland erwache! T u d a verrecke! ( ' A l e m a n i a d e s p i e r t a , m u e r t e a l j u daismo'). C u a n d o l l e g Elfie, n o s q u e d a m o s quietas, d e p i e e n l a o s c u r i d a d , e s c u c h a n d o . E n t o n c e s ella d i j o : M i padre..,. Q u p a s a c o n t u padre?le p r e g u n t , y a c o n t i n u a c i n , p a r a m i p r o p i a sorpresa, aad: E s judo?. Elfie me m i r con un gesto de i m p o t e n c i a . Judo?repiti c o n f u n d i d a ,
c o n u n t o n o d e v o z q u e d e n o t a b a tensin. E s n a z i . M e l o h a d i c h o esta n o c h e . Ha permanecido en la clandestinidad durante aos. debo hablar con j u d o s en la escuela y que, Dice que en ningn caso
de t o d o s modosSU v o z se a p a g
a n m s , e l p a s ser... d e s i n f e c t a d o d e a r r i b a a b a j o . Q u d e b o hacer?dijo entre s o l l o z o s , m i e n t r a s se aferraba a m. C m o p u e d o dejar de h a b l a r c o n t o d o s l o s judos?. E n t o n c e s , p o r p r i m e r a v e z , v e r b a l i z e l t e m a q u e h a s t a aho~ ra no nos haba afectado directamente, cuatro de nuestros profesores, cuyas recitando de un tirn los n o m b r e s de m a r c a d o nues
Crticas y e l o g i o s h a b a n
tras vidas durante m s de un ao. Casi me qued sin habla. Pero por qu?le p r e g u n t C m o s a b e s
r i . C m o p u e d o s e g u i r v i v i e n d o c o n ellos?. P o r s u p u e s t o , Elfie n o p o d a h a c e r n a d a ; e n V i e n a , las m u c h a c h a s d e b u e n a familia no deban a b a n d o n a r su casa. (Finalmente, por suerte p u d o escapar; a
la edad de diecisis aos, ya era una estrella.) T r e s das m s tarde, me e n c o n t r a b a entre la m u l t i t u d que se a g o l p a b a bajo el b a l c n del H o t e l I m p e r i a l e s c u c h a n d o un discurso de Hitler. Me h a b a v u e l t o t e r r i b l e y d o l o r o s a m e n t e c o n s c i e n t e del m a l , d e l o q u e te Pero no
na d e p e r v e r s o m i p e q u e o m u n d o , y e l m u n d o q u e intua m s all.
LOS C O M I E N Z O S t r a c o s de t o d o el p a s h a b a n s a l i d o a dar la b i e n v e n i d a a los a l e m a n e s , y el a m b i e n t e r e z u m a b a e n t u s i a s m o y c o m p l a c e n c i a . L o q u e recuerdo c o n m a y o r claridad, para mi espanto, es la emocin que tambin me invadi mientras,
c o m o p a r t e i n t e g r a n t e d e a q u e l l a b u l l i c i o s a y c o n m o c i o n a d a multitud, e s c u c h a b a a ese h o m b r e . C u a t r o aos antes, en N u r e m b e r g , sentada en la tribuna, Era consciente de que mi entusiasmo s i n o q u e era p r o d u c t o del fan-
me h a b a u n i d o a los c l a m o r e s d e j b i l o .
no se deba a n i n g u n a p e r s o n a o sus p a l a b r a s ,
t s t i c o e s p e c t c u l o t e a t r a l . P e r o y a h o r a ? H a b a Odo a l p r i m e r m i n i s t r o a u s t r a c o , Kurtvon S c h u s c h l l i g g , a n u n c i a n d o el p l e b i s c i t o d e l 13 d e m a r z o (la v o z s e l e q u e b r a l f i n a l d e l a f r a s e ) : A u s t r a c o s , h a l l e g a d o e l m o m e n t o d e decidir. H a b a o d o a E l f i e l l o r a n d o p o r l a t r a i c i n d e s u p a d r e . H a b a o d o las estri d e n t e s v o c e s q u e g r i t a b a n : D e u t s c h l a n d e r w a c h e ! J u d a verrecke!. Y a h e s t a b a y o , ante ese h o m b r e q u e h a b a e n v i a d o sus t r o p a s a A u s t r i a y, a c o n t i n u a c i n , haba h e c h o acto de presencia para confirmar la intervencin militar. Qu
fue l o q u e m e h i z o u n i r m e a l c o r o d e u n a m u l t i t u d c i e g a , p a r a d a r l e l a b i e n v e nida a n u e s t r a V i e n a a esa figura casi i n m v i l ? Q u h a b a en l que resultaba tan a t r a y e n t e ? Q u h a b a e n n o s o t r o s a t r a e r p o r l? (y me i n c l u y o ) , aquel da, para dejarnos
Al da s i g u i e n t e , Elfie y yo f u i m o s a dar un p a s e o p o r la c i u d a d .
En el G r a b e n ,
una d e las calles m s e n c a n t a d o r a s d e V i e n a , n o s e n c o n t r a m o s con u n g r u p o de h o m b r e s en u n i f o r m e m a r r n , con brazaletes en los que apareca la esvstic a , r o d e a d o s d e a l g u n o s c i u d a d a n o s vieneses, q u e e n s u m a y o r a e s t a b a n r i e n do. A m e d i d a que n o s fuimos a c e r c a n d o , v i m o s en m e d i o de la m u l t i t u d a una d o c e n a d e h o m b r e s y m u j e r e s d e m e d i a n a e d a d a r r o d i l l a d o s , l i m p i a n d o e l pa vimento con cepillos de dientes. Entre ellos reconoc al doctor Berggrn,
contraje la
EL TRAUMA ALEMN
pcrsado, l o s s o l d a d o s desaparecieron y l o s b a r r e n d e r o s s e e s f u m a r o n . N u n c a m s h a g i s algo parecidonos r e p r e n d i el d o c t o r B e r g g r n c o n d u r e z a ; su esposa, p e q u e a y rolliza, estaba a su lado a s i n t i e n d o e n f t i c a m e n t e ; su cara delataba d e s e s p e r a n z a y a g o t a m i e n t o . E s m u y p e l i g r o s o . A m b o s f u e r o n a s e s i n a d o s e n las c m a r a s d e g a s d e Sobiboien 1 9 4 3 . ( C u a n d o l e dije a S p e e r , c u a r e n t a a o s d e s p u s , q u e y o t a m b i n e s t a b a e n V i e n a e n m a r z o d e 193^, m e i n f o r m d e q a e l s e e n c o n t r a b a all p a r a p r e p a r a r el saln de actos para un mitin en el que Hitler p r o n u n c i a r a un discurso. Le
pregunt si haba visto escaparates m a r c a d o s con la palabra judo o si haba presenciado abusos semejantes por parte de los nazis. No Me respondi que no:
v i n a d a s e m e j a n t e , p e r o n o e s t u v e all d e m a s i a d o t i e m p o .
Simplemente
hice mi trabajo...
enterado de que entonces e m p e z a r o n los arrestos en masa de patriotas catlieos V j u d o s ? T a m p o c o haba odo hablar de la p r i m e r a oleada de suicidios, en s u m a y o r p a i t e d e j u d o s a n c i a n o s ? N o , n o saba n a d a d e eso. S i g o sin saber n a d a de eso. Suicidios?.)
L o s colegios y u n i v e r s i d a d e s v o l v i e r o n a abrir sus p u e r t a s a los p o c o s das. He intentado recordar los c a m b i o s que se p r o d u j e r o n en nuestras vidas. pal, en lo que a m respecta, El princi
lilas en m a y o flote tan d e n s a m e n t e p o r sus calles, o d o n d e las h o j a s de los rbo les en los p a r q u e s a d o p t e n u n o s t o n o s tan e x t r e m a d a m e n t e r o j i z o s y d o r a d o s
en o c t u b r e , o d o n d e la n i e v e se a c u m u l e en u n a g r u e s a capa sobre los tejados y las calles en i n v i e r n o ? R e c u e r d o c o m o si fuera ayer el tacto d u r o y l i m p i o del p a v i m e n t o b a j o m i s z a p a t o s , d e s p u s d e q u i t a r m e l a s g a l o c h a s : r e c u e r d o s in fantiles d e c o s a s sin i m p o r t a n c i a q u e e n t o n c e s s i g n i f i c a b a n m u c h o . T o d o esto probablemente no haba cambiado, pero s mi capacidad para percibirlo. Fue
u n Mies d e m a r z o h e r m o s o y h a s t a c i e r t o p u n t o c a l u r o s o , p e r o n o r e c u e r d o e l sol, ni los blOl.es de los r b o l e s ni el p e r f u m e de las lilas q u e lo i n v a d i t o d o en e l c u r s o d e e s a p r i m a v e r a . S o l o lile a c u e r d o d e l a g e n t e : e l p r i m e r d a d e e s c u e l a tras la i n v a s i n , d o s a l u m n o s l l e v a b a n i n s i g n i a s c o n la esvstica, y, p o c o s das ms tarde, tambin el a d m i n i s t r a d o r de la escuela, u n h o m b r e d e g r a n rele
v a n c i a p a r a t o d o s ilOSO'OSy d e s i g n a d o p o r e l p r o p i o R e i n h a r d t .
28
LOS COMIENZOS A a q u e l l a s alturas, p o r s u p u e s t o , ya s a b a m o s q u e h a b a tres c a t e g o r a s de personas que se encontraban realmente en peligro: los j u d o s , los c o m u n i s t a s
y los p a t r i o t a s a u s t r a c o s . El resto de la gente p o d a c o n t i n u a r con su v i d a m s o m e n o s c o m o s i e m p r e , a u n q u e las e m b a j a d a s e x t r a n j e r a s les e n v i a b a n a sus c i u d a d a n o s i n s i g n i a s con los c o l o r e s n a c i o n a l e s y les i n s t a b a n a llevarlas. Mi
madre y yo recibimos unas pequeas banderas hngaras; yo llevbala ma no tanto por p r o t e c c i n c o m o p a r a d i s t i n g u i r m e de los c o m p a e r o s de clase que llevaban la otra insignia. E n l a s s e m a n a s q u e s i g u i e r o n a l a i n v a s i n , g r a d u a l m e n t e e m p e z a r o n a de saparecer algunas personas: uno de mis profesores, un h o m b r e m e n u d o que
haca alarde de una increble a m a b i l i d a d hacia los j v e n e s y titubeantes estudian tes d e arte d r a m t i c o , s e s u i c i d s a l t a n d o d e l a v e n t a n a d e u n c u a r t o p i s o . O t r o s dos de nuestros profesores h u y e r o n a Estados U n i d o s . Elfie y yo ya no volva
m o s a casa c a m i n a n d o ; sus padres y mi m a d r e nos lo prohibieron. Ya no bamos al teatro, para ensayar o actuar. T o d o s nos m o v i l i z b a m o s en grupos, ordena da y s i g i l o s a m e n t e , y en m u c h o s casos con desconfianza u n o s de otros.
Unos
meses
antes
d e l AnscllllISS, m i
madre
se haba prometido
con
Ludwig
pasar sus vacaciones de v e r a n o a Austria, d o n d e l y mi m a d r e vean c o l m a d a s u p a s i n p o r las m o n t a a s . Entre los m u c h o s otros a d m i r a d o r e s de mi m a d r e se e n c o n t r a b a un diplo m t i c o a l e m n d e alto r a n g o . U n a tarde d e m a y o d e 1 9 3 8 llam a n u e s t r a puer ta para c o m u n i c a r l e que los nazis tenan la intencin de arrestarla y tomarla
c o m o r e h n h a s t a e l r e g r e s o d e v o n M i s e s ; a m b o s e r a n j u d o s y l e r a u n a figu ra intelectual destacada con ideas peligrosas, por lo que se e n c o n t r a b a entre los p r i m e r o s de la lista n e g r a . No s si los nazis r e a l m e n t e h a b r a n a r r e s t a d o y r e t e n i d o a mi m a d r e , p e r o ella a s l o c r e y , d e m o d o q u e t u v i m o s q u e m a r c h a r n o s . A q u e l l a m i s m a n o c h e hizo las m a l e t a s y lo arregl t o d o p a r a q u e u n o s a m i g o s e n v i a r a n la c o l e c c i n de c u a d r o s de mi p a d r e y otros objetos de v a l o r a S u i z a . L o s austracos, para enton ces, ya n e c e s i t a b a n p e r m i s o s de salida p a r a viajar al extranjero, p e r o n u e s t r o s p a s a p o r t e s eran h n g a r o s , as que p u d i m o s salir a l da s i g u i e n t e p a r a G i n e b r a . No c r e o q u e e s t u v i e r a r e s e n t i d a ; al igual q u e Elfie no p o d a a b a n d o n a r a su familia y vivir por su cuenta, yo no p o d a q u e d a r m e sola en el h e r v i d e r o po ltico de V i e n a . P e r o tras h a b e r e x p e r i m e n t a d o la libertad adulta de la escuela de arte d r a m t i c o , me i n v a d i la tristeza y la ira al v e r m e en un c o l e g i o p r i v a d o p a r a s e o r i t a s s i t u a d o c e r c a d e L a u s a n a . Desarroll u n a e s p e c i a l a v e r s i n p o r la d i r e c t o r a del c o l e g i o c u a n d o , a las p o c a s s e m a n a s de mi l l e g a d a , de r e p e n t e e n v i a trabajar a la c o c i n a a u n a m u c h a c h a a l e m a n a j u d a , q u e dej de asistir
29
EL TRAUMA ALEMN a las clases y, a d e m s , t u v o q u e a b a n d o n a r las lujosas i n s t a l a c i o n e s en las q u e nos h o s p e d b a m o s . Result que sus padres haban sido enviados a un c a m p o d e c o n c e n t r a c i n y , p o r t a n t o , n o h a b a n a d i e q u e s e h i c i e r a c a r g o d e los gas tos de su e d u c a c i n . Mi m a d r e y mi n u e v o padrastro, as c o r n o la m a d r e de
u n a d e m i s c o m p a e r a s y m i c m p l i c e e n a q u e l l a o c a s i n , q u e e r a u n a person a a d i n e r a d a c o n u n a i m p o r t a n t e i m a g c n p b l i c a e n N u e v a Y o r k , n o m e falla ron: a m e n a z a r o n no solo con e n v i a r n o s a otro c o l e g i o , sino t a m b i n con encar garse de hacer la p e o r p u b l i c i d a d de la institucin, a m e n o s que se le ofreciera a la j o v e n una plaza gratuita. Este incidente, que d e m o s t r a b a que el v e n e n o nazi se haba e x t e n d i d o m s a l l d e A l e m a n i a y A u s t r i a , j u n t o c o n l a s c a r t a s d e E l f i e r e d a c t a d a s c o n g r a n es mero, que claramente destilaban amargura, acabaron por convencerme de
que esa cara i n s t i t u c i n p r i v a d a no era p a r a m. Un d o m i n g o , al a m a n e c e r , a s a b i e n d a s d e q u e m i m a d r e y m i p a d r a s t r o h a b a n d e c i d i d o salir a q u e l fin d e semana, mayores naron me escap. Confi mi plan a dos j v e n e s estadounidenses un poco
que yo,
que lo
consideraron una locura romntica y me proporcio suma de la importante reserva de dinero de bolsillo
una considerable
sin d e m a s i a d a s hacia
No c o n o c a a n a d i e en L o n d r e s , solo h a b a estado all en b r e v e s e x c u r s i o nes que organizaba mi antiguo internado de Kent, pero tena un plan. ra c o n s e g u i r u n a p l a z a en la e s c u e l a de teatro mi formacin; cinematogrfico Intenta-
o bien, hara una prueba para A l e x a n d e r Korda, ms i m p o r t a n t e del momento en Gran Bretaa,
escuela, al ver la direccin que haba dado, que corresponda a un hotelucho d e u n b a r r i o m u y p o c o r e c o m e n d a b l e d e L o n d r e s , m e p r e g u n t c o n q u i n vi va y, a continuacin, aadi a m a b l e m e n t e : Ya s que no es asunto mo, pero
n o c r e e s q u e d e b e r a s v o l v e r a c a s a , d o n d e q u i e r a q u e est?. M i c o m p a t r i o t a A l e x a n d e r Korda, cuando supo mi n o m b r e y que vena de la escuela de Reinh a r d t , m e c o n c e d i l a o p o r t u n i d a d d e h a c e r u n a p r u e b a , y h a b l c o n m i g o du rante largo rato acerca de lo que estaba s u c e d i e n d o en el m u n d o , sobre libros y s o b r e m s i c a . P a r a c u a n d o l l e g l a h o r a d e m i p r u e b a , s u e s p o s a , Merle O b e ron, ya se haba u n i d o a nosotros y haba obtenido una considerable cantidad
LOS C O M I E N Z O S p e d a l en i n g l s p a r a el d u q u e de W i n d s o r y la s e o r a Simpson). Te a y u d a r si eso es lo q u e r e a l m e n t e q u i e r e s . P e r o a l g o me dice que no ests t o m a n d o la direccin correcta. E r e s d e m a s i a d o j o v e n y t o d a v a n e c e s i t a s f o r m a r t e . T e re Entonces, dentro de
C u a n d o lleg el otoo de
J a c q u e l i n e y Y a n i e r a n increblemente
c u l t o s y p l u r i l i n g e s , y m a n t e n a n a b i e r t a s l a s p u e r t a s d e s u c a s a a l o s intelect u a l e s d e t o d a s las e d a d e s , r a z a s y n a c i o n a l i d a d e s . T e n a u n p a s e p a r a las c o n f e rencias de la S o r b o n a , me inscrib en un curso de m e c a n o g r a f a en la escuela P i t m a n y f u i a c e p t a d a c o m o alunina d e u n a d e l a s a c t r i c e s m s g e n e r o s a s y f o r m i d a b l e s d e P a r s , M a d e l a i n e M i l h a u d , l a e s p o s a d e l c o m p o s i t o r DarillS M i l h a u d . V i e n a , el A n s c h l u s s y los nazis de p r o n t o e s t a b a n m u y lejos. en m una pasin por t o d o lo francs, Mi v i d a Se despert
significaba
C u a n d o estall la guerra el 3 de septiembre de 1939, yo me encontraba en L e s B a u x d e P r o v e n c e , q u e e n a q u e l l a p o c a n i s i q u i e r a p o d a considerarse una aldea, sino ms bien un poblado compuesto por unas cincuenta personas
que vivan en cuevas excavadas en la roca, en la cima de una m o n t a a . Haba u n h o t e l , e l R e i n e J e a n n e , m u y h u m i l d e , q u e e l d i r e c t o r Pierre MonteilXreser v a b a t o d o s l o s v e r a n o s c o n e l f i n d e c e l e b r a r u n s e m i n a r i o a l c u a l fui i n v i t a d a a q u e l a o g r a c i a s a los M i l h a u d . En total r a m o s u n a d o c e n a , entre franceses y estadounidenses. omos en H a b a m o s estado inmersos la radio que los a l e m a n e s en m s i c a durante dos haban invadido semanas
Polonia y que
F r a n c i a y G r a n B r e t a a les h a b a n d e c l a r a d o l a g u e r r a .
La m o v i l i z a c i n france
bajaran al valle para ayudar en la v e n d i m i a . El t i e m p o era e x c e l e n t e ; era d i v e r t i d o l a v a r n o s las p i e r n a s y los pies c o n un basto j a b n casero y aclararlos en un lquido desinfectante de color verde (que Nos c o g a m o s de sobre nuestro
que compusimos
p r i m e r t r a b a j o d e g u e r r a . I , a l t i m a n o c h e , M o n t e u x d i r i g i s u o r q u e s t a estvidinn-
31
EL TRAUMA ALEMN t i l e n l a i n t e r p r e t a c i n d e u n a o b r a d e BrahlllS; a l f i n a l i z a r d i j o : N ' o u b l i e z j a mis lui a u s s i tait A l l e m a n d ( N o o l v i d i s j a m s q u e l t a m b i n e r a a l e m n ' ) . Mi m a d r e y mi padrastro me o r d e n a r o n volver a Suiza. C u a n d o me ne
gu, dejaron de e n v i a r m e dinero con la intencin de obligarme. Pero yo tena diecisis aos y estaba e n a m o r a d a de un m u c h a c h o ingls, de Francia y de mis esludios. N a d a m e h u b i e s e h e c h o abandonar todo aquello, y tras a l g u n a s se-
M i r e g r e s o a G i n e b r a dej m u y p r o n t o d e ser u n t e m a d e d i s c u s i n .
En m a y o (su se-
d e 1940, l o s a l e m a n e s o c u p a r o n F r a n c i a c o n u n a r a p i d e z c a s i i n c r e b l e
g u n d a g u e r r a r e l m p a g o d e s p u s d e Polonia). M i l e s d e r e f u g i a d o s e n t r a r o n e n t r o p e l e n P a r s , e n t r e e l l o s m u c h o s n i o s c u y o s p a d r e s h a b a n m u e r t o o de saparecido. D u r a n t e el siguiente ao y m e d i o trabaj c o m o e n f e r m e r a v o l u n t a r i a p a r a u n a o r g a n i z a c i n h L U l i a i l i t a r i a l l a m a d a Auxiliaire S o c i a l e , q u e e s t a b l e c i e n P a rs c e n t r o s d e a c o g i d a p a r a r e f u g i a d o s y h o g a r e s p a r a n i o s a b a n d o n a d o s e n cas t i l l o s p o r t o d o e l t e r r i t o r i o d e l a F r a n c i a o c u p a d a . F u i d e s t i n a d a a Viandry, u n o d e los p r i n c i p a l e s castillos del L o i r a , q u e era p r o p i e d a d de la m a d r e e s t a d o u n i d e n s e d e I s a b e l l e d e l a Bouillere, l a p r e s i d e n t a d e n u e s t r a o r g a n i z a c i n b e n f i c a . D o s j v e n e s v o l u n t a r i o s y u n a e n f e r m e r a a s a l a r i a d a n o s e n c a r g b a m o s del cui d a d o de a p r o x i m a d a m e n t e veinte n i o s , de tres a catorce a o s de edad, a l o j a d o s e n u n b l o q u e d e e s t a b l o s a d a p t a d o a p r e s u r a d a m e n t e c o n esta f i n a l i d a d . A b a j o e s t a b a l a c o c i n a , p r o v i s t a d e u n g r i f o , u n e n o r m e f o g n d e l e a a n t i g u o y u n a lar g a m e s a c o n b a n c o s ; a r r i b a s e e n c o n t r a b a e l d o r m i t o r i o , c o n u n a v e i n t e n a d e ca m a s t r o s d e h i e r r o . Y o d i s p o n a d e u n a d i m i n u t a h a b i t a c i n a l l a d o d e l drmitOrio; los d e m s c o l a b o r a d o r e s y u n a cantidad c o n s i d e r a b l e de refugiados de Pars, a m i g o s y e m p l e a d o s de Isabelle, algunos de e l l o s c a s u a l m e n t e j u d o s , se alojaban en el castillo. T o d o s c o m a m o s j u n t o s , i n c l u i d o s los n i o s . Mi m a d r e y mi p a d r a s t r o se t r a s l a d a r o n a E s t a d o s U n i d o s , p o r O que no c o n t a b a con n i n g u n a fuente de ingresos, a e x c e p c i n del dinero de bolsillo que Isabelle me daba de vez en c u a n d o , en especial c u a n d o e m p e c a actuar c o m o i n t r p r e t e e n sus n e g o c i a c i o n e s c o n los a l e m a n e s . E r a este u n p a p e l i m p o r t a n t e , d e b i d o a l a d e s e s p e r a d a n e c e s i d a d d e c o n s e g u i r d o c u m e n t o s p a r a e l fun c i o n a m i e n t o del c e n t r o y v v e r e s p a r a a l i m e n t a r a los n i o s . Al ser h n g a r a y h a b e r recibido u n a b u e n a e d u c a c i n e n V i e n a , r e u n a l a s c o n d i c i o n e s n e c e s a rias p a r a d e s e m p e a r esta funcin. P o r s u p u e s t o , y o e r a a p a s i o n a d a m e n t e anglofila y f r a n c f i l a , y , s u p o n g o que sobre todo para reafirmar mi propia identidad, frenticamente antiale
m a n a . E n a q u e l l o s p r i m e r o s a o s d e l a o c u p a c i n h a b a p o c a s Oportunidades
32
LOS
nos v i m o s i n v o l u c r a d o s en un e m o c i o n a n t e sabotaje de alto nivel d i p l o m t i co, que ilustra la a d i c c i n al riesgo de la que ya he h a b l a d o antes. U n a de las enormes salas d e s t i n a d a s a r e c e p c i o n e s f o r m a l e s d e l C h t e a u d e Villandry h a b a s i d o e l e g i d a p o r e l G o b i e r n o f r a n c s , p o r e n t o n c e s e n p l e n a h u i d a , p a r a utilizarla c o m o d e p s i t o d e los a r c h i v o s del F o r e i g n Office; rpi d a m e n t e se c o l o c a r o n estanteras y se d e s i g n a dos d i p l o m t i c o s m u y ancia n o s q u e s e a l o j a b a n e n e l castillo c o m o r e s p o n s a b l e s n o m i n a l e s d e los m i s m o s . p o r q u e , c u a n d o los a l e m a n e s llegaron a la regin, veinte soldados se a c u a r t e l a r o n en la sala adjunta, de d i m e n s i o n e s s i m i l a r e s , p a r a v i g i l a r los archi v o s e n t u r n o s d e d i e z h o r a s . A l g u n a s s e m a n a s d e s p u s d e n u e s t r a l l e g a d a (re cuerdo que era una tarde soleada de j u n i o , c u a n d o los n i o s ya estaban acos
t a d o s ) , u n o d e l o s d i p l o m t i c o s , M o n s i e u r G a s t n H a u c h e c o r n e , q u e era u n hombre encantador que haba pasado a adquirir un la mayor parte aspecto de su vida laboral en nos
considerablemente oriental,
i n f o r m en la cocina, a a q u e l l a s h o r a s ya casi v a c a y en silencio, de un asunto confidencial; en aquella sala del castillo, v i g i l a d a y c e r r a d a bajo llave, h a b a un que haca referencia a ciertas Bretaa que, negociaciones entre Francia y Gran
sala d e r e c e p c i o n e s h a b a u n a e s p e c i e d e m o n t a c a r g a s e s c o n d i d o bajo los bro cados que a d o r n a b a n las p a r e d e s , pero en el que solo podra introducirse un conocan la ubicacin dibuj un mapa. Pero exacta de p a r a en
diplomticos Hauchecorne
contrarlo
r a p i d e z era n e c e s a r i a u n a m e n t e
gil y un b u e n
conocimiento
del i n g l s . Al da s i g u i e n t e les r e g a l a m o s a los g u a r d i a s a l e m a n e s u n a caja de v i n o d e e x c e l e n t e c a l i d a d y , h a c i a las d o s d e l a m a a n a , d o s d e los j v e n e s n o s i n t r o d u j i m o s e n e l m o h o s o r e c e p t c u l o s i t u a d o d e t r s d e u n a p u e r t a d e l a co cina del castillo, m i e n t r a s los d o s a n c i a n o s l o h a c a n s u b i r m e d i a n t e u n a ma O m o s a los s o l d a d o s , a c h i s p a d a m e n t e
e b r i o s , y r e c u p e r a m o s e l d o c u m e n t o . E s t e fue e l p r i m e r a c t o d e r e s i s t e n c i a , y c o n t o d a s e g u r i d a d e l m s e s p e c t a c u l a r e n e l q u e p a r t i c i p , y d e b o d e c i r q u e dis frut c o n e l l o . A q u e l l a n o c h e m e s e n t a feliz y M o n s i e u r H a u c h e c o r n e m e rega l u n a herniosa f i g u r a d e p e q u e o t a m a o q u e h a b a e s c u l p i d o e n C h i n a . Des p u s de la g u e r r a c o n s e g u r e c u p e r a r esta pieza, u n a d e las e s t a n t e r a s d e m i e s t u d i o , que p a s a ocupar un lugar en
d o n d e p e r m a n e c e hasta la fecha.
33
c o n o c e r l o , y s u p o n g o que, p o r esa m i s m a razn, p e r m i t a n que d e s c a r g a r a mi r a b i a s o b r e e l l o s . D u r a n t e m e s e s , a c e p t a r o n m i s p u l l a s y l a s c r t i c a s d e Isabelle, formuladas con la m x i m a elegancia, sin rechistar. De r e p e n t e , y sin p r e v i o
y o r y n o d e m a s i a d o e n f o r m a , fue a p a r a r a u n c a m p o d e c o n c e n t r a c i n . A m b o s eran cristianos d e v o t o s y se o p o n a n al r g i m e n . No s a b a m o s n a d a de t o d o esto. N u n c a nos lo dijeron; s i m p l e m e n t e h a b a n t r a t a d o d e m a n i f e s t a r s u p o s t u r a m e d i a n t e s u s m u e s t r a s d e a f e c t o h a c i a l o s ni o s y su p r e d i s p o s i c i n a a y u d a r n o s en su c u i d a d o . A b u s a m o s de su amabili dad sin r e n u n c i a r a n u e s t r o s p r o p i o s s e n t i m i e n t o s . de su dolor y su conflicto interior, Nunca nos dimos cuenta
a m i g o s n u e s t r o s , c o m o e f e c t i v a m e n t e l l e g a r o n a ser.
l a l i b e r a c i n d e F r a n c i a , l a c a s i e t r e a y e l e g a n t e I s a b e l l e d e l a Boilillerie f u e en carcelada en la prisin de Sant, acusada de colaboracionista, acusacin que se b a s a b a p r i n c i p a l m e n t e e n s u r e l a c i n d e a m i s t a d c o n los d o s oficiales a l e m a n e s . Me escribi solicitando ayuda. Yo escrib y telefone a todos mis c o n o c i d o s de P a r s , p e r o t o d o fue i n t i l e n a q u e l l a p o c a d e t a r d a h i s t e r i a a n t i a l e m a n a ; I s a belle m u r i en la crcel.) A l g u n o s meses ms tarde otro alemn m e s a l v l a v i d a sin d u d a . Era un
aristcrata prusiano, jefe de la inteligencia militar en la cercana ciudad de T o u r s . Me a y u d a obtener a y u d a de o r g a n i s m o s oficiales para los n i o s y se convirti en algo p a r e c i d o a un a m i g o . D u r a n t e algn tiempo s o s p e c h q u e era a n t i n a z i . U n d a , a l n o o b t e n e r r e s p u e s t a c u a n d o llam a l a p u e r t a d e s u d e s p a c h o , e n t r sin p e r m i s o . personales No haba nadie, y la puerta que daba acceso a sus d e p e n d e n c i a s Cuando a t r a v e s l a estancia p a r a a n u n c i a r m i pre
estaba abierta.
s e n c i a , o l a r a d i o , s i n t o n i z a d a e n e l d i a l d e l a B B C . P a r a c u a l q u i e r a l e m n , es c u c h a r la B B C era un delito. T a l v e z esta n o r m a no era a p l i c a b l e a los oficiales; a u n as, se a s u s t al v e r m e . Y a v e s d i j o a l z a n d o las m a n o s e n u n g e s t o de r e n d i c i n , ahora estoy
en tus m a n o s . M e salvars?. Era un h o m b r e e n c a n t a d o r . A p r o x i m a d a m e n t e seis m e s e s d e s p u s , u n a n o c h e , M a r i e , l a m a y o r d e nues tros nios, que se haba n o m b r a d o a s m i s m a mi a y u d a n t e y amiga, se acerc de puntillas a mi c a m a y me s u s u r r que h a b a un oficial en un c o c h e a p a r c a d o ante la puerta que p r e g u n t a b a por m. E r a j u s t o a n t e s del a m a n e c e r . E l aire ola a l i m p i o . F u i c o r r i e n d o h a c i a la e n -
34
y no digas n a d a a n a d i e . D a t e p r i s a . Haca poco que habamos escondido a un aviador britnico durante aprox i m a d a m e n t e u n a S e m a n a , t r a s l a c u a l , d i s f r a z a d o c o n u n a c a p a d e enfermera y un v e l o (era un m u c h a c h o j o v e n y d e l g a d o ) , le llev en una calesa de caballos que me prest Isabelle hasta el p u n t o de e n c u e n t r o desde el que le llevaran a u n l u g a r m s s e g u r o . E n e l t r a y e c t o n o s d e t u v o u n a p a t r u l l a d e s e g u r i d a d alemana; sin e m b a r g o , g r a c i a s a los p a s e s de la A u x i l i a i r e S o c i a l e q u e l l e v a b a ( c o n s e g u i d o s c o n l a a y u d a d e l o f i c i a l q u e a h o r a m e e s p e r a b a a l a p u e r t a d e Villaildry) y a mi p a s a p o r t e h n g a r o , p u d i m o s pasar, y yo cre, e q u i v o c a d a m e n t e , que me encontraba a salvo. Le o r d e n a M a r i e que v o l v i e r a a la c a m a , y le hice p r o m e t e r que g u a r d a r a s i l e n c i o ; m e p u s e m i u n i f o r m e y p r e p a r u n a b o l s a c o n tan solo u n p o c o d e ja b n , un c e p i l l o de d i e n t e s , u n a m u d a y mi d o c u m e n t a c i n , y me d i s p u s e a par tir. N o t e n a d i n e r o , p e r o e l o f i c i a l m e d i o t o d a s l a s m o n e d a s f r a n c e s a s d e q u e dispona y me llev a Orleans, donde, por la m a a n a t e m p r a n o , pude tomar un t r e n a P a r s . Puede que suene dramtico, pero en aquel m o m e n t o no me lo pareca. mi S-
sorprendida,
a y u d a (yo h u b i e s e h e c h o lo m i s m o de h a b e r s e p r e s e n t a d o la o p o r t u n i d a d ) .
bida en aquel tren, c o n t e m p l el h e r m o s o da. P o c a s h o r a s m s tarde llegu a Pars, que segua siendo Pars. All tena b u e n o s a m i g o s . D o s das m s tarde, t o d a v a v e s t i d a con mi u n i f o r m e de e n f e r m e r a , sal de F r a n c i a y entr en Espa a a travs de los P i r i n e o s , a c o m p a a d a p o r un gua de m o n t a a . ( C u a n d o le h a b l a S p e e r a c e r c a de este oficial a l e m n , le p r e g u n t : Si h u biese sido usted, habra a y u d a d o a u n a m u c h a c h a c o m o yo?. Reflexion unos instantes antes de contestar. N o l o s r e s p o n d i f i n a l m e n t e ; t r a t a b a d e ser
sincero en todo m o m e n t o , pero no siempre lo consegua. Realmente no lo s. G r a c i a s a D i o s , n o s e m e p r e s e n t esta s i t u a c i n . Dije q u e m e p a r e c a q u e eso no era e x a c t a m e n t e as: m u c h a s p e r s o n a s en p e l i g r o , p o r m o t i v o s p o l t i c o s o raciales, haban encontrado un puerto seguro en su ministerio. Ciertome
p e r o s e t r a t a b a d e m i m i n i s t e r i o , n o d e m ; y o l o s a b a , p e r o n o te n a p o r q u s a b e r l o o h a c e r n a d a p o r m mismo.) A u n q u e me senta a p e s a d u m b r a d a por mi marcha, y con la determinacin d e v o l v e r tan p r o n t o como m e fuera p o s i b l e , t a m b i n m e senta feliz. Tena
m u c h o s a m i g o s d e m i e d a d e n t r e los c a d a v e z m s n u m e r o s o s m a q u i s france ses, q u e ya c o n o c a n los s t a n o s de la G e s t a p o , e s p e c i a l m e n t e en P a r s y LyOll, d o n d e los detenidos eran s o m e t i d o s a terribles torturas. u n a h e r o n a ; tena m i e d o del d o l o r fsico. Me t e m o que no era
35
2
MI AMIGA, UNA HERONA DE FRANCIA
MARZO
DE
1997
rra a l e m n s e c a s c o n J a c q u e l i n e ; l a h e r m a n a d e M a x , L i l i a n e , q u i e n tras l a
La guerra nos separ durante un tiempo. C u a n d o termin, algunos amigos h a b a n m u e r t o , y o t r o s se d i s t a n c i a r o n al s e n t i r s e r e s e n t i d o s p o r las diferen cias polticas que existan en F r a n c i a . T o d o s nos c a s a m o s , bajamos. Pero durante todos estos aos, t u v i m o s h i j o s , tra
este p e q u e o g r u p o s e c o n v i r t i e n
mi f a m i l i a francesa (y lo sigue s i e n d o ) , d e s m i n t i e n d o as la s u p u e s t a x e n o f o b i a de la b u r g u e s a francesa. Liliane, mi a m i g a Lili, que m u r i en febrero de 1997 a la e d a d de o c h e n t a y seis a o s , y su d i s c r e t o h e r o s m o d u r a n t e la o c u p a c i n de F r a n c i a , c o n s t i t u y e n e l teina c e n t r a l d e e s t e c a p t u l o . A p e s a r d e q u e s e g u i m o s v i n d o n o s t a n a m e n u d o c o m o n o s fue p o s i b l e h a s t a s u m u e r t e , anciana. no concibo recordarla c o m o una
L a i m a g e n q u e s i e m p r e h e t e n i d o d e e l l a , d u r a n t e t o d a s u v i d a , fue l a d e E r a e l a r q u e t i p o d e j o v e n p a r i s i e n s e : m e n u d a , del
m e m o r i a de mi madre, y me pregunt:
hable de t o d o lo que h i z o , v e r d a d ? , de que era una h e r o n a , una gran h e r o n a " . Le dije que no tena la m e n o r idea de qu me estaba hablandoprosigui
MI A M I G A , UNA H E R O N A DE F R A N C I A A n n e , y Catherine, q u e h a b a e s t a d o e n la r e s i s t e n c i a y fue e n v i a d a a R a p o r los alemanes, me respondi: "Tu madre particip en la misma
rseau f s e c c i n ' ) q u e y o , p e r o d u r a n t e m u c h o m s t i e m p o " . T s a b a s a l g o d e t o d o esto?, m e p r e g u n t A r m e , d e s c o n s o l a d a . S que lo saba, p e r o s o l o d e s d e p r i n c i p i o s de la d c a d a de los setenta, d e s pus de que Lili leyera mi libro
a c e r c a d e l c o m a n d a n t e r e s p o n s a b l e d e Treblillka, t r a s l o c u a l IlliciamOS u n a c o n v e r s a c i n s o b r e l a p e r v e r s i d a d del ser h u m a n o , d e l a q u e d e d u j e q u e ella p a r e c a tener m s e x p e r i e n c i a q u e la mayora de la gente. D u r a n t e los c u a t r o a o s q u e d u r la o c u p a c i n , ocup u n p u e s t o d e tra
bajo e n e l M u s e Cailiavalet d e P a r s q u e u t i l i z a b a c o m o t a p a d e r a , p u e s t o q u e en realidad dedicaba su vida a actuar como mensajera para S t a n Lasocki, j e f e
de la seccin M a s s i f Central
b l e a n t e e l e s t a d o m a y o r d e L o n d r e s . E s t a o r g a n i z a c i n d e lite, c o n m s d e dos mil agentes, y que sufri enormes prdidas humanas, posteriormente ha
sido c o n s i d e r a d a u n a d e las u n i d a d e s d e i n t e l i g e n c i a m s d i n m i c a s d e E u r o pa. A finales de 1 9 4 2 , la m a y o r a de sus lderes h a b a n s i d o a s e s i n a d o s p o r la Gestapo. U n o d e l o s p o c o s s u p e r v i v i e n t e s f u e P i e r r e H e i n x i c h , o t r o f r a n c s d e as cendencia polaca, que ahora vive en Londres. La s e m a n a pasada me dijo: No
m a n a s y ios m o v i m i e n t o s ferroviarios, y en e s p e c i a l s o b r e la f a b r i c a c i n de cohetes e n l o s a o s q u e s i g u i e r o n . E s t a s a c t i v i d a d e s i m p l i c a b a n l a t r a n s f e r e n c i a d e lilla g r a n c a n t i d a d de i n f o r m a c i n e s c r i t a entre las s e c c i o n e s , cabo p e r s o n a l m e n t e . Y eso era lo que Liliane h a c a . S i n l u g a r a d u d a s , L a s o c k i b u s c s u colaboracinsigui diciendo, L o que haca que fuera m a r a v i l l o s o trabajar con ella era que consegua que todo sabes que deba llevarse a
pareciera facilsimo,
incluso casi d i v e r t i d o .
u n a c o s a ? , e n m e d i o d e t o d o a q u e l h o r r o r , y s, d e t o d o e l p e l i g r o , n u n c a d e j d e sonrer. C u a n d o p i e n s o e n Lili, n o p u e d o evitar p e n s a r e n los r i e s g o s que t u v o que a s u m i r p a r a p o d e r llevar a c a b o las r d e n e s de Stan. llevar la i n f o r m a c i n en mi cabeza, Bueno, cuando no poda
l a l l e v a b a e n m i s bolsillosme d i r a a o s
m s tarde, s i e m p r e riendo. Q u s e n t i d o tena c o m p l i c a r las cosas? Si m e hubieran apresado, habran conseguido lo que queran de todos modos. Q u h a b r a s hecho?, i n q u i r y o , a l o q u e e l l a r e s p o n d i s i n d a r l e d e m a s i a da importancia, dando unas palmaditas Tomar una en mi mano como para consolarme
una
retrospectivamente:
gentillepetitepiquej'avaisC
preciosa
37
t r a b a j a r e n u n a o r g a n i z a c i n b e n f i c a , l a A u x i l i a i r e S o c i a l e . M i m i s i n COF1S1S-
Pero aunque hubiese pasado ms tiempo en Pars, nunca habra llegado a tener c o n o c i m i e n t o de las a c t i v i d a d e s c l a n d e s t i n a s de Lili. Su p a d r e era coro nel, un oficial del Ejrcito de e x t r e m a d a rectitud, q u i e n p r o b a b l e m e n t e sospe chaba que sus o c u p a c i o n e s no se l i m i t a b a n a la i n v e s t i g a c i n artstica. P o r favor, v u e l v e a n t e s del t o q u e d e o decir una m a a n a cuan-
estos son los lugares m s seguros de Pars, me r e s p o n d i con su delicada v o z . M s tarde r e c o r d a r a esta l e c c i n v i v i d a m e n t e . H a b a a c u d i d o a la cita en b i c i c l e t a te vivi durante todos aquellos aos). (la b i c i c l e t a s o b r e l a c u a l p r c t i c a m e n L l e v a b a u n a s m e d i a s d e lana, u n a falda
recta de c o l o r o s c u r o con una c o s t u r a descosida, a d a p t a d a p a r a p o d e r utilizar su m e d i o de transporte, una chaqueta corta de piel que haba visto t i e m p o s mejo res y un g o r r o de l a n a que o c u l t a b a su o s c u r a m e l e n a . T e n a v e i n t i n u e v e a o s , pero aparentaba d i e c i o c h o , y no h u b o h o m b r e que no la siguiera con la mira da c u a n d o c r u z la p u e r t a del local y me a b r a z bastante gn creo recordar. enrgicamente, se
(Treinta y cinco aos m s tarde, r e m e m o r a n d o aquella situacin, me dijo que aquel da haba sido especialmente trgico: haba llevado cuatro mensajes, tres p o r la m a a n a d i r i g i d o s a distintas p e r s o n a s y otro p o r la tarde, d e s t i n a d o a u n a r e u n i n del g r u p o ; o c h o p e r s o n a s h a b a n s i d o a r r e s t a d a s , dos p o r la ma
a n a y otras seis aquella m i s m a tarde, j u s t o c u a n d o Lili h a b a salido de n u e v o a la calle en su bicicleta. T o d a s ellas fueron e j e c u t a d a s , la m a y o r a en la h o r c a , tras h a b e r sido t o r t u r a d a s . U n m a l da, me dijo, al r e c o r d a r todo a q u e l l o . Le p r e g u n t si h a b a m u c h o s das c o m o ese: A h , oui, me r e s p o n d i , encogin dose de hombros.) T r a s m i h u i d a d e V i l l a n d r y , a l l l e g a r a P a r s v a c i l a l a h o r a d e l l a m a r a al guno de mis amigos, puesto que no quera ponerles en peligro. Pero despus
de p a s a r u n a n o c h e en el b a n c o de un p a r q u e , lo cual era b a s t a n t e i n s e g u r o debi do al toque de queda, resolv que necesitaba ayuda. La primera persona que, cu-
38
i
MI AMIGA, UNA H E R O N A DE F R A N C I A
e x p l i q u los
s a r e m o s algo, me dijo. H i z o caso omiso de mis protestas (probablemente en aquel m o m e n t o no me llev a su casa
me pre-
u n a falda d e v u e l o d e a l g o d n , sin m e d i a s , u n a b l u s a d e m a n g a corta d e u n blan co resplandeciente que le haba visto planchar aquella m a a n a y sandalias,
dijo el j o v e n s u e c o n o s t l g i c a m e n t e m i e n t r a s la segua con la m i r a d a . Y tena toda la razn del m u n d o . D i e z m i n u t o s d e s p u s , en el C a f d e la M a d e l e i n e , m e dijo cmo p o d a huir d e F r a n c i a : c u r i o s a m e n t e , m e a y u d a r a u n i n g l s d e l a a g e n c i a Thornas C o o k situada en la acera de enfrente. me dio dinero Bjorn me estrech la m a n o y d i s i m u l a d a m e n t e O b v i a m e n t e c o n o c a l a c a n t i d a d exacta
(yo n o t e n a casi n a d a ) .
b a t e n i d o l a a m a b i l i d a d d e dejar c u a t r o n o v e l a s d e A g a t h a Chnsir s o b r e u n a d e s t a r t a l a d a mesita d e n o c h e ) y m e p i d i q u e d e s c a n s a r a all h a s t a l a s o c h o , h o r a e n q u e v e n d r a a b u s c a r m e p a r a c e n a r . Y o d e b a t o m a r e l t r e n c o n destlno M a r s e l l a a m e d i a n o c h e . S i g u i e n d o e l p r i n c i p i o d e L i l i a n e , s e g n e l c u a l l o s l u g a r e s ms s e g u r o s e r a n a q u e l l o s en los q u e los a l e m a n e s se r e u n a n , me l l e v a Maxim's. Yo l l e v a b a mi u n i f o r m e d e e n f e r m e r a , l a n i c a r o p a q u e tena. T o m a m o s a s i e n t o entre dos me sas o c u p a d a s p o r g e n e r a l e s alemanes, que se levantaron y se inclinaron ante
mi u n i f o r m e al pasar j u n t o a ellos. T r e s h o r a s m s tarde, me llev a la estacin en su pequeo automvil. mtica. C u a n d o a r r a n c , a d v e r t que tena m a t r c u l a diplo
39
EL TRAUMA ALEMN
a B j o r n ; a su l a d o e s t a b a L i l i . C u a n d o nos volvimos a encontrar por p r i m e r a vez despus de la guerra, le r e c o r d a q u e l m o m e n t o . Y o t o d a v a n o t e n a l a m s mullira i d e a d e s u v e r d a dero papel durante la guerra. Sin del darle demasiada importancia, descart mi
toque de
FEBRERO
DE
2000
La m a r a v i l l o s a c a s a de Lili en Seillans, en el sur de F r a n c i a , a b a r r o t a d a de gran des obras p i c t r i c a s m o d e r n a s d e d i c a d a s a su m a r i d o , arte y m u r i d i e z a o s a n t e s q u e ella, h a s i d o v e n d i d a . q u e era h i s t o r i a d o r del Sin e m b a r g o , dentro de
dos s e m a n a s , en S e m a n a Santa, su familia y sus a m i g o s asistirn a u n a m i s a en su m e m o r i a q u e se celebrar, como t o d o s los a o s d e s p u s d e su m u e r t e , en la modesta iglesia de Seillans. Creo que le hubiese encantado celebrar el n u e v o
milenio, no solo por lo que r e p r e s e n t a b a el c a m b i o de siglo, sino p o r q u e le enc a n t a b a n las c e l e b r a c i o n e s , invitar a a m i g o s y cocinar para ellos. En los lti-
m o s a o s d e s u v i d a , l a s a l u d d e Lili era m u y d e l i c a d a ( a u n q u e n u n c a h a b l a b a d e este t e m a c u a n d o l a t e l e f o n e a b a ) , p e r o s i g u i s i e n d o l a e x c e l e n t e c o c i n e r a francesa que haba sido siempre. R e c u e r d o una tortilla milagrosa que p r e p a r
p a r a t r e s a q u e l d a d e p r i m a v e r a (el l t i m o d a q u e p a s e n l a c i u d a d o c u p a d a de Pars, y que acabo de describir). M i l a g r o s a p o r q u e solo tena dos h u e v o s ; no haba mantequilla ni crema de leche. Sin e m b a r g o , s o b r e l a m e s a a p a r e c i u n a
c r e a c i n d i g n a d e M a x i m ' s , c o n e l a s p e c t o d e u n Sllfl, u n a e s p l n d i d a t o r t i l l a d o r a d a y rellena de v e r d u r a s . coga de h o m b r o s , sonriendo, C m o l o haces?, p r e g u n t , y m i e n t r a s s e en con su estilo francs inimitable, su p a d r e dijo: a a d e un p o c o de a g u a y u n a s go
S i m p l e m e n t e c o g e las v e r d u r a s del j a r d n ,
tas de aceite de o l i v a y, p o r s u p u e s t o , sal y p i m i e n t a ; a c o n t i n u a c i n , lo m s i m p o r t a n t e : b e n d i c e los p e q u e o s h u e v o s , que, e v i d e n t e m e n t e , r e s p o n d e n mul tiplicndose. M u c h o ms que la desconcertante cena en M a x i m ' s , fueron el
t o d o el da siguiente, d u r a n t e la larga c a m i n a t a a travs de las m o n t a a s , hasta llegar a Espaa. r a m o s un g r u p o de entre o c h o y diez refugiados, g u i a d o s por un fornido gua de m o n t a a de p e q u e a estatura, que (un d i a l e c t o del fran-
40
no llevaba equipaje, y a d e m s estaba a c o s t u m b r a d a a realizar excursiones por la m o n t a a desde mi ms tierna infancia, por lo que no me cost a d a p t a r m e a s u r i t m o . P e r o p a r a OS d e m s , e n s u m a y o r a p e r s o n a s d e m e d i a n a e d a d c o n una gran cantidad de equipaje (a pesar de la r e c o m e n d a c i n que nos hicieron a todos adems nosotros nuestro de gua llevar careca nicamente de lo indispensable), fue sus duro, porque
dificultades.
Idiotas, m u r m u r a b a c a d a v e z q u e u n o del g r u p o t r o p e z a b a con la m a l e z a y caa alguna de sus pertenencias (lo c u a l s u c e d a c o n f r e c u e n c i a ) , c a u s a n d o u n tre Entonces me
m e n d o e s t r p i t o a l p r e c i p i t a r s e p o r las p r o n u n c i a d a s p e n d i e n t e s . preguntaba:
e n l o s a l r e d e d o r e s ? . M e d i j o q u e c o n o c a a l a m a y o r a d e l o s boches ('alemanes'). A m e n u d o t o m a b a u n coup ( u n a ' c o p a ' ) c o n e l l o s ; e r a n b u e n o s m u c h a c h o s q u e saban que un h o m b r e tiene que ganarse la vida. Crea que podra hacerme
cin q u e e n m p r o v o c a b a el m i e d o , q u e tan f c i l m e n t e poda ser d e s t r u c t i v a . Me preguntaba, no obstante, por qu estaba tan n e r v i o s o si haca el m i s m o recorrido dos veces por s e m a n a y, c o m o l m i s m o aseguraba, boulot ( s u 'trabajo'). E n t e n d s u p r e o c u p a c i n c u a n d o , conoca bien su
aproximadamente a
dispersramos, silencio.
suelo y p e r m a n e c i r a m o s
Entonces,
para mi sorpresa,
ran los a l e m a n e s ; les d i r a q u e me l l e v a b a a v e r a mi a n c i a n a a b u e l a , q u e estaba agonizando. Son unos sentimentales, los boches-,ijo, y a continuacin
me indic que d e b a m o s volver sobre nuestros p a s o s para despistarlos y evitar que e n c o n t r a s e n al resto del g r u p o . De h e c h o , c o m o d e s c u b r m s tarde, lo que r e a l m e n t e quera era m a n t e n e r l o s alejados del lugar en el que haba e s c o n d i d o l a m o c h i l a , a bastante a l t u r a e n t r e l a s r a m a s d e u n r b o l . L e p e d q u e m e d e j a r a h a b l a r a m : les d a r a otra e x p l i c a c i n m s c e r c a n a a la v e r d a d , lo cual s i e m p r e es mejor. La luna brillaba con fuerza, as q u e poda m o s ver a los s o l d a d o s c o n b a s t a n t e c l a r i d a d ; p o r s u e r t e p a r a n o s o t r o s lleva b a n a t a d o s a los dos p e r r o s . N u e s t r o g u a tena r a z n : eran b u e n o s c h i c o s , d o s j v e n e s de la z o n a rural de B a v i e r a ante los que me p r e s e n t , supuesto, ingls como una enfermera hngara. en alemn, por
L e s dije q u e e s t a b a p r o m e t i d a c o n u n
(lo c u a l era c i e r t o )
do un permiso para pasar una semana juntos en Madrid, donde esperaba poder llegar con la a y u d a de mi a m a b l e gua. En el plazo de una semana me ayudara
u n r e p e n t i n o i m p u l s o , p e r o e s t o y s e g u r a d e q u e e s o fue l o q u e n o s s a l v ) . V a s a volver?, m e p r e g u n t u n o d e l o s s o l d a d o s , c o n u n t o n o d e s o r p r e s a e n s u v o z (bien p o d a estar s o r p r e n d i d o ) . un servicio en Pars. Por s u p u e s t o c o n t e s t , estoy cumpliendo Los soldados c o n no-
sotros; me h a b l a r o n de su hogar: u n o viva cerca de Passau; el otro, en los alred e d o r e s d e Ratsbona. S e a l e g r a r o n al v e r q u e c o n o c a l o s l u g a r e s d e q u e m e h a b l a b a n y al c o m p r o b a r que yo era una m u c h a c h a , biaba en e l d u l c e a l e m n Vienes, n o t a n e n a m o r a d a , y q u e les h a Nos
p a r ) l l e v a b a c a r t a s . S e e n c o g i d e h o m b r o s c u a n d o l e p r e g u n t p o r q u : UCCeSltaba el d i n e r o , me dijo. V e i n t i c u a t r o h o r a s m s tarde me e n c o n t r a b a en M a d r i d , alojada en la s u n t u o s a casa del p r e s i d e n t e del A u x i l i o Social e s p a o l , q u e era a m i g o de Isabelle de la Bouillerie. con quien, ciertamente, Telefone a Ronnie Preston, el h o m b r e
estaba prometida, y que no haba visto en dos aos. m u y a pesar mo, sino en Egipto, a d o n d e haba
Pas los tres a o s siguientes de mi v i d a en E s t a d o s U n i d o s . que nunca me ha parecido demasiado real; en medio de
abundancia y paz
pable y avergonzada:
p o r estar a salvo. T o d o s i n t e n t a b a n que me sintiera c o m o en casa ( n u n c a antes haba e x p e r i m e n t a d o tanta amabilidad y generosidad), pero la nica manera de combatir la desesperada aoranza que me p r o v o c a b a el recuerdo los lugares que tanto a m a b a en E u r o p a era seguir t r a b a j a n d o de todos
en los asuntos en la
c o n e c t a d o s c o n m i v i d a a n t e r i o r , p a r a d e ese m o d o
seguir colaborando
p o r t o d o el p a s d a n d o c o n f e r e n c i a s en e s c u e l a s y u n i v e r s i d a d e s s o b r e la gue rra y la situacin de los n i o s en E u r o p a . Yo m i s m a era t o d a v a una mucha cha, y esa c o n d i c i n , u n i d a a mi p r e p a r a c i n p a r a actuar en un e s c e n a r i o , h i z o que me resultara e x t r e m a d a m e n t e sencillo conectar con los miles de j v e n e s
todo lo que haba c o n o c i d o hasta entonces. En el transcurso de mis conferencias aprend una gran leccin: el mtodo
contenerme,
o l e a d a s d e e m o c i n p r o c e d e n t e s d e l o s a s i s t e n t e s , c o m o r e s p u e s t a a m i s infor mes sobre lo que estaba ocurriendo en Europa. Incluso en aquellas circuns
t a n c i a s , c o m p r e n d q u e n u n c a s e d e b e a b u s a r d e l a n e c e s i d a d d e sentir del ser humano. Muchos aos m s tarde, cuando Speer me explic cmo se haba
a p r o v e c h a d o H i t l e r d e las
e m o c i o n e s de la gente,
r e c o r d m i s p r o p i a s tenta
c i o n e s d e e x p l o t a r e s e p o t e n c i a l d u r a n t e l a s conferencias q u e d i e n E s t a d o s U n i d o s , y me alegr de no h a b e r s u c u m b i d o a ellas. D u r a n t e l a m a y o r parte del resto del t i e m p o q u e p a s e n E s t a d o s U n i d o s trabaj en la Oficina de I n f o r m a c i n de la G u e r r a , g a n d a a n t i n a z i y r e s p o n s a b l e de su difusin, tropas alemanas. finalmente consegu volver a c o m o redactora de propa de I n g l a t e r r a , e n t r e las
a travs
Europa. Pas a formar parte de la A d m i n i s t r a c i n de N a c i o n e s U n i d a s para la A y u d a y l a R e c o n s t r u c c i n ( U N R R A ) c o m o funcionara p a r a l a p r o t e c c i n d e la i n f a n c i a , p a r a t r a b a j a r en los c a m p o s de d e s p l a z a d o s de la z o n a de Alemania que sera asignada m s tarde a Estados U n i d o s . L l e g u a E s t a d o s Unidos v e s t i d a c o n el u n i f o r m e azul m a r i n o d e e n f e r m e r a d e l a A u x i l i a i r e Sociale; t r e s a o s d e s p u s , m e m a r c h d e a l l v e s t i d a c o n e l uniforme caqui de la UNRRA. Mi p r i m e r a m i s i n sobre el terreno, que dur tan solo dos s e m a n a s , consis ti en asistir a los n i o s p r i s i o n e r o s del c a m p o de c o n c e n t r a c i n Recin llegada y con una preparacin mnima, de D a c h a u .
m e p a r e c i u n a e x p e r i e n c i a trau
m t i c a . A h o r a s que era i m p o s i b l e c o m p a r a r la situacin de los p r i s i o n e r o s de D a c h a u c o n l a d e l o s d e B e r g e n - B e l s e n y Buchenwald (de l o s c a m p o s s i t u a d o s en P o l o n i a n o s a b a m o s n a d a en a b s o l u t o , ni s i q u i e r a s u s nombres). Sin em bargo, duro, en aquellos p r i m e r o s das de mi regreso, especialmente el encuentro con toda a quienes haban obligado D a c h a u me result bastante de otros
campos,
a c a m i n a r d u r a n t e s e m a n a s h a c i a el sur.
Y, p o r s u p u e s t o , los n i o s .
43
f o r z o s o s ; y otros no tan p e q u e o s q u e , i n c l u s o d u r a n t e el l t i m o a o de la gue r r a , h a b a n s i d o l l e v a d o s h a s t a A l e m a n i a COIUO m a n o d e o b r a , y q u e f i n a l m e n te se h a b a n visto o b l i g a d o s a realizar largas m a r c h a s h a c i a el sur, p a r a a c a b a r en un campo de concentracin. S o r p r e n d e n t e m e n t e , t a m b i n h a b a n i o s ale
m a n e s que a u n q u e p a r e z c a e x t r a o , h a b a n sido a i s l a d o s del resto y" que, aun que tenan m e j o r a s p e c t o q u e los d e m s , Eran vctimas del Spp1lhttfte\ e r a n los m s d e s a m p a r a d o s d e t o d o s . de familias enteras acusadas
encarcelamiento
de traicin; con frecuencia se trataba de los hijos de oficiales y d i p l o m t i c o s de alto r a n g o e j e c u t a d o s tras el i n t e n t o de a s e s i n a t o del 20 de j u l i o . Solo Dios
nas a enviar, con la m a y o r p r o n t i t u d p o s i b l e , a t o d o s los n i o s de D a c h a u a sus casas, en c a s o de q u e esto fuera factible (casi n u n c a lo era), o bien, si era nece sario, a un h o s p i t a l ; p e r o , en la m a y o r a de los c a s o s , los n i o s iban a p a r a r a
los c e n t r o s de a c o g i d a de la U N R R A y a otros c a m p o s que se e s t a b a n c r e a n d o en toda Alemania, c i a d e todo t i p o . Durante el ao y medio que estuve trabajando con nios traumatizados me vi profun El deseo, o en f u e in en p r e v i s i n de los m u c h o s miles que n e c e s i t a r a n asisten
por la guerra en c a m p o s pata desplazados y centros especiales, d a m e n t e s u m e r g i d a en el s u f r i m i e n t o p r o v o c a d o p o r los nazis. realidad la necesidad, de entender cmo pudo
t e n s i f i c n d o s e e n m , d a a da, c a d a v e z m s .
44
3 NIOS ROBADOS
FEBRERO
DE
2000
R e s u l t a e x t r a o q u e s e h a y a e s c r i t o tan p o c o d e l a U N R R A , l a a n t e c e s o r a d e las muchas o r g a n i z a c i o n e s b e n f i c a s q u e e n l a s l t i m a s d c a d a s del siglo x x h a n s o c o r r i d o a las v c t i m a s de g u e r r a s y desastres n a t u r a l e s en t o d o el continente africano, Suramrica y E u r o p a , y c u y a i n t e r v e n c i n h a s i d o d e c i s i v a y se h a h e c h o patente gracias a la televisin. T a l vez el h e c h o de que la funcin de la U N R R A no haya sido d e b i d a m e n t e r e c o n o c i d a se deba precisamente a que la tel e v i s i n en a q u e l l a p o c a t o d a v a e s t a b a en s u s a l b o r e s . O tal v e z la r a z n sea la n o t o r i a r e s i s t e n c i a de los m e d i o s a dar c a b i d a a las b u e n a s n o t i c i a s calificadas d e s e n t i m e n t a l e s . Sin e m b a r g o , t a m b i n p o d r a ser q u e l a e s t r u c t u r a d e l a U N R R A y l o s p r o b l e m a s polticos que surgieron entre sus m i e m b r o s Unidas) fueran demasiado complejos, y su misin demasiado (Naciones
extensa como
para resumirla en una sencilla descripcin. No cabe recursos financieros, en su mayora procedentes
de Estados U n i d o s , que en
aquella p o c a era el pilar f u n d a m e n t a l de N a c i o n e s U n i d a s , i n f l u y e r o n en la aparicin de la c o r r u p c i n a t o d o s los niveles. En un a m b i e n t e de p o s g u e r r a , en el q u e h a b a m i l l o n e s de p e r s o n a s d e s p l a z a d a s , sin h o g a r y sin m e d i o s p a r a r e c u p e r a r l a n o r m a l i d a d e n s u s v i d a s , l a s e n o r m e s c a n t i d a d e s d e m a t e r i a l , so bre t o d o c o m i d a y m e d i c i n a , q u e la U N R R A h i z o llegar a A l e m a n i a y o t r o s luga res, constituan una tentacin irresistible para el m e r c a d o n e g r o , y la seguridad, t a l c o m o l a e n t e n d e m o s a h o r a , e r a p r c t i c a m e n t e nula. Q u i z s l o q u e r e s u l t a m s s o r p r e n d e n t e es q u e , a u n q u e e s t b a m o s al c o r r i e n t e de las p r c t i c a s de c o m e r c i o ilegal que se l l e v a b a n a c a b o en a l g u n o s de los c a m p o s que gestiona ba la U N R R A , en los casi d o s a o s que c o l a b o r con esta o r g a n i z a c i n ningu n o d e m i s c o m p a e r o s o d e l a g e n t e q u e c o n o c a e n l o s d i s t i n t o s e q u i p o s fue s o s p e c h o s o ni a c u s a d o n u n c a de participar en tales a c t i v i d a d e s ; es m s , creo ni siquiera se dejaron tentar por ellas.
Lo cierto es que la m a y o r a de n o s o t r o s , de forma m u y similar a lo que ocurre actualmente en los g r u p o s de ayuda humanitaria rrer a las p o b l a c i o n e s amenazadas por que acuden a soco e
alguna catstrofe,
ramos jvenes
polticos y psicolgicos
45
EL TRAUMA ALEMN t o d o s los das d e l a s e m a n a y l a m a y o r p a r t e del t i e m p o d u r a n t e las l a r g a s j o r n a das laborales. Tras el conflicto, la U N R R A tuvo que hacer frente al p r o b l e m a que plantea ban los a p r o x i m a d a m e n t e cinco m i l l o n e s de p e r s o n a s que haban sido esclavos d u r a n t e l a g u e r r a , u b i c a d o s en c a m p o s d e concentracin, c a m p o s d e t r a b a j o y otros lugares. Con una actitud bastante similar a la de los refugiados de KoSO-
vo en la p r i m a v e r a de 1999, c u a n d o e m p e c a escribir estas lneas, el p r i n c i p a l objetivo p a r a la m a y o r a de ellos era regresar a casa, sin i m p o r t a r l e s demasia do c m o . Se cree que algo m e n o s de cuatro m i l l o n e s r e g r e s a r o n a sus h o g a r e s a pie o fueron r p i d a m e n t e repatriados, tanto hacia O c c i d e n t e c o m o hacia el este. En otoo de 1945 los soviticos extendieron su d o m i n i o poltico por toda E s t e , y l a g u e r r a fra e n t r e l a s d o s p o t e n c i a s m u n d i a l e s y a h a b a
E u r o p a del
comenzado. T o d a v a quedaba a p r o x i m a d a m e n t e un milln y medio de perso nas que haban trabajado c o m o esclavos: se trataba de una masa extremada
m e n t e v o l t i l c o m p u e s t a p o r g e n t e s p r o c e d e n t e s del este d e E u r o p a , e n s u ma yora fervorosos cristianos, que, s o m e t i d o s a una fuerte p r e s i n poltica tanto fragmentados por lealtades encontradas y por
de izquierda c o m o de derecha y
el m i e d o , v a c i l a b a n entre v o l v e r a s u s casas o e m i g r a r . Este era el g r u p o en el q u e s e c e n t r a b a p r i n c i p a l m e n t e n u e s t r a atencin. P a r a p o d e r c o n t r o l a r l o s y asis tirles, nos v i m o s o b l i g a d o s a a g r u p a r l o s en casas y b a r r a c o n e s , que ellos m i s vigilaban para i m p e d i r la infiltracin de enlaces c o m u n i s t a s , es decir, de a g e n t e s d e o r i e n t a c i n p r o c e d e n t e s d e R u s i a . D e este m o d o p o d a m o s p r o p o r c i o n a r l e s asesoramiento, a t e n c i n m d i c a , e d u c a c i n y t o d o lo n e c e s a r i o p a r a llevar una vida digna. A u n q u e no e s t b a m o s a u t o r i z a d o s a c o m p r a r p r o d u c t o s a l e m a n e s ni aceptar n i n g u n a m e r c a n c a valiosa de sus m a n o s , en caso necesa rio t e n a m o s p e r m i s o para requisar v i v i e n d a s , a u t o m v i l e s , m o b i l i a r i o , utensi lios de c o c i n a y r o p a de a b r i g o de origen a l e m n . Por otro lado, los c o o p e r a n t e s que t e n a m o s c o n o c i m i e n t o s especiales de idiomas, historia o atencin a nios con trastornos, pronto nos v i m o s involu c r a d o s e n d o s r e a s , a v e c e s m s p r x i m a s a i m a n t e n i m i e n t o d e l o r d e n , l a s la b o r e s d e t e c t i v e s c a s y la p s i c o t e r a p i a q u e a la asistencia social: en c a l i d a d de
de autoridad para i n t r o d u c i r n o s en cualquier h o g a r o institucin alemana en la hubiera razones para creer que resida un menor no acompaado. Con el
tiempo, aquellos de nosotros con experiencia en el c a m p o de la atencin a meno res, c o m o la que yo h a b a a c u m u l a d o en F r a n c i a , f u i m o s d e s t i n a d o s a c a m p o s e s p e c i a l e s p a r a m e n o r e s . Y o t e n a e n t o n c e s v e i n t i t r s a o s , y s i m u l t a n e a b a to das estas funciones.
46
NIOS ROBADOS A p r i n c i p i o s de 1946 me d e s t i n a r o n a la c i u d a d de R a t i s b o n a , d o n d e se etic o n t r a b a el c a m p o p a r a p e r s o n a s d e s p l a z a d a s de m a y o r e s d i m e n s i o n e s bajo la r e s p o n s a b i l i d a d d e l a U N R R A . F u e este m i d e s t i n o m s c o m p l i c a d o e n u n cam po de desplazados general. mujeres y nios ucranianos, guerra, El c a m p o a l b e r g a b a cerca de veinte mil h o m b r e s , en su m a y o r parte autnticos esclavos durante la
l a U N R R A c o m o p a r a l a s a u t o r i d a d e s d e l E j r c i t o n o r t e a m e r i c a n o , q u e n o esta b a n p r e p a r a d o s p a r a l l e v a r a c a b o las i n v e s t i g a c i o n e s n e c e s a r i a s a c e r c a d e las personas que haban cometido crmenes nazis). El c a m p o de Ratisbona consista en unas e n o r m e s instalaciones que, con l o s a o s , s e c o n v e r t i r a n e n u n d i s t r i t o m u n i c i p a l v a l l a d o , p e r o s i n e x c e s i v o ri gor, c o n s u p r o p i a a d m i n i s t r a c i n , considerablemente politizada, sus p r o p i a s
ellos h a b a n sido l l e v a d o s a A l e m a n i a a la fuerza, p e r o en la p o c a de Stalin c u a l q u i e r r u s o q u e h u b i e r a s o b r e v i v i d o a un c a m p o n a z i , ya fuera de prisione ros o de t r a b a j o s forzados, era considerado un criminal o un traidor, y se
a r r i e s g a b a a ser e j e c u t a d o o e n v i a d o a los g u l a g s , p o r lo q u e m u y p o c o s desea ban r e g r e s a r a su h o g a r . Por s u p u e s t o , h a b a m u c h o s n i o s en los c a m p o s de d e s p l a z a d o s , al margen de los recin n a c i d o s (de a c u e r d o c o n l a d o c u m e n t a c i n c o n s e r v a d a e n l a
sede de la U N R R A , en febrero de 194^vivan en ese tipo de c a m p o s 51.307nios m e n o r e s d e c a t o r c e a o s , d e los c u a l e s 2 7 . 1 8 5 t e n a n m e n o s d e seis a o s ) . Ha ba polacos, u c r a n i a n o s y gente de los pases blticos, p e r o t a m b i n y u g o s l a v o s
y g r i e g o s q u e , c u a n d o las c o n d i c i o n e s de v i d a en s u s p a s e s de o r i g e n se h i c i e r o n i n s o p o r t a b l e s , se ofrecieron v o l u n t a r i o s , o c o m o m n i m o no o p u s i e r o n dema s i a d a r e s i s t e n c i a a n t e la p e r s p e c t i v a de ser t r a s l a d a d o s a A l e m a n i a p a r a traba j a r la tierra. queos En a l g u n o s casos c o n s i g u i e r o n llevarse c o n s i g o a sus hijos QiaSpeP e r o s e d i e r o n c a s o s e n los q u e los m e n o r e s
(los m s a f o r t u n a d o s ) .
fueron l l e v a d o s por la fuerza j u n t o con sus p a d r e s , p o r q u e su aspecto indicaba q u e se a p r o x i m a b a n a la e d a d de trabajar, y o b l i g a d o s a r e a l i z a r Jos trabajos ms extenuantes en una fbrica de a r m a m e n t o . los p a d r e s , En caso de que sobrevivieran, con frecuen
cia h a b a n fallecido.
C o n el final de la g u e r r a y la d e s a r t i c u l a c i n de los c a m -
Esto me p r o p o r c i o n a r a unos valiosos c o n o c i m i e n t o s especializados que pude p o n e r en prctica cuarenta aos ms tarde, durante la investigacin y elaboracin de un i n f o r m e sobre el c a s o de J o h n D e m j a n j u k , a c u s a d o y finalmente a b s u c l t o en un trib u n a l i s r a e l d e ser e l g u a r d i a u c r a n i a n o q u e l o s p r i s i o n e r o s d e T r e b i i n k a a p o d a r o n c o m o Ivan el Terrible; vase la pgina 316).
47
EL TRAUMA ALEMN p o s d e t r a b a j o V d e concentracin, m u c h o s d e e s o s n i o s s e a g r u p a r o n e n b a n das y v a g a b u n d e a b a n p o r las z o n a s r u r a l e s r o b a n d o y s e m b r a n d o el c a o s , t a n t o en p e r j u i c i o de los a l e m a n e s , a q u i e n e s o d i a b a n , c o m o de los a l i a d o s , en los q u e n o c o n f i a b a n ; h a s t a q u e f i n a l m e n t e m u c h o s intentaron r e f u g i a r s e e n l o s c a m p o s d e d e s p l a z a d o s d e l a U N R R A . L o m i s m o e r a a p l i c a b l e a o t r a categora d e f u r i o sos j v e n e s p i e a d o l e s c c n t e s d e los cuales s e h i z o r e s p o n s a b l e l a U N R R A . S e g n los d o c u m e n t o s alemanes c o n s e r v a d o s , entre diez mil y cincuenta mil nios
de edades c o m p r e n d i d a s entre los d o c e y los c a t o r c e a o s de e d a d h a b a n sido seleccionados en Polonia durante la p r i m a v e r a y el v e r a n o de 1944, y t r a n s p o r t a d o s a A l e m a n i a p a r a t r a b a j a r l a t i e r r a (fue l a l l a m a d a a c c i n d e l h e n o ) , p o r o r d e n d e Abcrt S p e e r ( a u n q u e e s t e d e n e g s u r e s p o n s a b i l i d a d a n t e m ) . A pesar de que h a b a n i o s j u d o s en A l e m a n i a al final de la guerra, en
los d o c e y los q u i n c e a o s de e d a d , c o n s i g u i e r o n s o b r e v i v i r a s o m b r o s a m e n t e a los c a m p o s de c o n c e n t r a c i n y de t r a b a j o a los q u e f u e r o n e n v i a d o s si eran fuertes y e s t a b a n en edad de trabajar (diez a o s en el c a s o de los j u d o s y
e n l a m e d i d a e n q u e a q u e l l a z a n j a e s t a r p r e p a r a d a p a r a Alemaniadijo H e i n H i m m l e r el 4 d e o c t u b r e d e 1 9 4 3 en Posen. N o s o t r o s , l o s a l e m a n e s , q u e somos los nicos habitantes de la Tierra con una actitud una actitud correcta hacia los seres h u m a
animales, nos
anmales.
adolescentes
resentidos,
p r e m a t u r a m e n t e envejeci
v a g a b u n d e a n d o e n p a n d i l l a s e n l a z o n a o c c i d e n t a l d e l p a s , s e m b r a n d o l a alar m a d o n d e q u i e r a q u e f u e r a n , y n a d i e (ni l a U N R R A , n i e l E j r c i t o d e l o s a l i a d o s o c c i d e n t a l e s ni, p o r s u p u e s t o , los a l e m a n e s ) se a t r e v a a p o n e r l e s u n a m a n o enci ma. E s t o s m u c h a c h o s , traumtica, parecan s u p u e s t a m e n t e h u r f a n o s y vctimas d e u n a infancia
48
ROBADOS en la estructura relativa de los c a m p o s de desplazados resultaron infructuosos. A u n q u e la UNRRA era la r e s p o n s a b l e de e s t o s j v e n e s desde el p u n t o de vista a d m i n i s t r a t i v o y , p o r t a n t o , f i n a n c i e r o , a p r i n c i p i o s del v e r a n o d e 1 9 4 5 llega ron r e p r e s e n t a n t e s de las j u v e n t u d e s h e b r e a s de E s t a d o s U n i d o s y de la A g e n c i a J u d a p a r a P a l e s t i n a p a r a h a c e r s e c a r g o d e e l l o s , y f u e e n t o n c e s c u a n d o es tos j v e n e s e m p e z a r o n a a c e p t a r a y u d a . C r e o q u e e n este c a m b i o d e a c t i t u d n o influy tanto la considerable cantidad de material de a p o y o que traan consigo c o m o el h e c h o de que ( a m b o s g r u p o s ) les a y u d a r a n a e n c o n t r a r un sentido a sus vidas. A pesar de todo, el trato con estos adolescentes resentidos sigui siendo e x t r e m a d a m e n t e difcil; era casi i m p o s i b l e m a n t e n e r l o s e n u n e n t o r n o con
t r o l a d o , p e r o los s i o n i s t a s ( q u i e n e s , c u r i o s a m e n t e , casi d e i n m e d i a t o les pro p o r c i o n a r o n u n i f o r m e s de tipo boy scout), as c o m o los trabajadores estadou
nidenses, con el t i e m p o c o n s i g u i e r o n suscitar en ellos una reaccin favorable ante el s e n t i m i e n t o especial de c o h e s i n que p o d a n ofrecerles. Por tanto, y c o m o es lgico, los p r i m e r o s n i o s y adolescentes no a c o m p a a d o s ^ que a b a n d o naron Alemania, a l g u n o s con destino a E s t a d o s U n i d o s y otros hacia Israel,
por lo general, la ayuda de personas adultas que hablaran su m i s m o idioma. Las mltiples m a n i f e s t a c i o n e s de miedo que dominaban sus vdaS>junto c o n
q u e les t u t e l a b a n o c u l t a b a n e l h e c h o d e q u e n o e r a n s u s p r o p i o s h i j o s , y desa r r o l l a r o n un fuerte i n s t i n t o de p o s e s i n h a c i a ellos. U n a de las tareas m s difc i l e s a l a s q u e t u v o q u e h a c e r f r e n t e l a U N R R A fue l a o r g a n i z a c i n d e e s t a s c a t i cas m a s a s (los m e n o r e s n o a c o m p a a d o s c o n s t i t u a n e l g r u p o m s a n r q u i c o
d e t o d o s ) coniO p e r s o n a s c o n s u s p r o p i a s n e c e s i d a d e s e i n t e r e s e s . E s t o f u e e s p e c i a l m e n t e p r o b l e m t i c o c u a n d o cada pas e m p e z a exigir el retorno de esos n i o s 110 a c o m p a a d o s , p o r q u e a q u e l l o s q u e v i v a n e n c a m p o s d e d e s p l a z a d o s b a j o l a influencia d e l o s a d u l t o s d e s p l a z a d o s y c o n d i c i o n a d o s p o r s u d e s c o n p o l t i c o o p u s i e r o n u n a fuerte r e s i s t e n c i a ante las t e n t a t i v a s de h a c e r l e s regresar a sus p a s e s de o r i g e n . A l a c a b a r la primavera d e 1 9 4 6 o c u r r i a l g o e n R a t i s b o n a q u e e v i d e n c i a t r g i c a m e n t e e l c a o s e x i s t e n t e y l o s conflictos d e r i v a d o s d e e s t e . Y o e s t a b a a cargo de la creacin de la C a s a de los N i o s , bajo circunstancias considera b l e m e n t e especiales, en uno de los c a m p o s de d e s p l a z a d o s m s p r o b l e m t i c o s y d e m a y o r e s d i m e n s i o n e s d e l a U N R R A , q u e a l b e r g a b a a u n o s v e i n t e m i l ucra nianos. L o s nios, u n o s cincuenta m u c h a c h o s no a c o m p a a d o s de edades com p r e n d i d a s e n t r e l o s o n c e y l o s q u i n c e a o s , e r a n o r i g i n a r i o s d e l a s r e g i o n e s fron terizas q u e s e p a r a b a n P o l o n i a d e U c r a n i a , t e r r i t o r i o s q u e p o r e n t o n c e s recla m a b a n los soviticos. La U N R R A , a d e m s de averiguar que se trataba de nios
49
h a b a e s t a b l e c i d o con
tacto c o n familias d e P o l o n i a y U c r a n i a en r e l a c i n c o n los menores desapare cidos, nios. cuyas descripciones se c o r r e s p o n d a n con las de algunos de nuestros
z a d o s y se n e g a r o n a haberse librado
de la influencia sovitica.
La decisin,
arbitraria,
de t r a s l a d a r a estos m u c h a c h o s a u n a de las u n i d a d e s e s p e c i a l e s de a t e n c i n a menores (donde recibiran una atencin personalizada y donde se esperaba que
con el t i e m p o p o d r a c o n v e n c r s e l e s de regresar a sus c a s a s ) , casi p r o v o c un motn en el campo, que nicamente p u d o aplacar la propuesta por parte U N R R A d e crear u n a casa p a r a m e n o r e s d e n t r o del c a m p o . a c e p t a b a n v i v i r en ella, la
S i los m u c h a c h o s
del c a m p o y p a r t i c i p a r en el p r o g r a m a de a c t i v i d a d e s
t u d i o a c o m p a a d o s d e voluntarios d e l Ejrcito norteamericano), la U N R R A se c o m p r o m e t a a no obligarles a m a n t e n e r r e u n i o n e s con lacos o soviticos oficiales de enlace po rechazaban de
c o m o las s u y a s p r o p i a s . L a U N R R A c o n f i a b a e n q u e l a e s c o l a r i z a c i l l y las acti v i d a d e s r e a l i z a d a s f u e r a d e l c a m p o a y u d a r a n a e s o s m u c h a c h o s a s a l i r d e l asfi xiante ambiente de aquella comunidad especialmente politizada, a abrir su
mente y,
con el t i e m p o ,
N o p u e d e a f i r m a r s e q u e a q u e l l a s m e d i d a s a f e c t a r a n a los n i o s d e m s e d a d del g r u p o , p e r o n u e s t r o o p t i m i s m o p a r e c i j u s t i f i c a d o c u a n d o tres d e los m s j v e n e s , que saban que sus p a d r e s se h a b a n p u e s t o en c o n t a c t o con la oficina d e A r o l s o n , v i n i e r o n a v e r m e u n d a c o n c a r t a s p a r a s u s p a d r e s e n l a s q u e afir maban que deseaban volver a verles. a q u e l l o s n i o s fue e f m e r a . La alegra q u e s e n t i m o s p o r los p a d r e s de
que aquellos j v e n e s pertenecan a sus pases de origen. U n a s tres s e m a n a s d e s p u s de la i n a u g u r a c i n de la C a s a de los N i o s , el (el c u e r p o d e c o n t r a e s p i o n a j e e s t a d o u n i d e n s e ) d e R a t i s b o n a r e c i b i e l avi
los c a m p o s de d e s p l a z a d o s le e s t a b a p r o h i b i d o a t o d o el p e r s o n a l militar, s i n o porque adems todos, i n c l u i d o s los soviticos, haban intentado en todo mo
m e n t o e v i t a r c u a l q u i e r t i p o d e e n f r e n t a m i e n t o r e l a c i o n a d o c o n l a g u e r r a ira. E n u n a a p r e s u r a d a r e u n i n d e l a U N R R A y el E j r c i t o norteamericano, q u e t u v o lugar aquella m i s m a tarde, se decidi que los c i n c u e n t a nios y sus p e r t e n e n -
NIOS
ROBADOS
d a s deban s e r t r a s l a d a d o s n u e v a m e n t e a l a s c a s a s d e l a s f a m i l i a s q u e a n t e s l e s h a b a n a c o g i d o ; l a c a s a q u e d v a c a , s o l o s e d e j i n t a c t a s l a s s a l a s d e juegos y las a u l a s q u e u t i l i z a b a n l o s n i o s m s p e q u e o s d e l c a m p o . C o m o e r a l a n o r m a en las o c a s i o n e s o f i c i a l e s , o c o m o si se e s t u v i e r a g e s t a n d o a l g n d i s t u r b i o en el c a m p o , c o m o a m e n u d o s u c e d a , a l l a d o d e l o s g u a r d i a s u n i f o r m a d o s q u e Vi gilaban p e r m a n e n t e m e n t e el c a m p o se a p o s t a r o n en la puerta m i e m b r o s de la p o l i c a m i l i t a r ( a d e m s d e s o l d a d o s , listos p a r a a c t u a r , q u e m e r o d e a b a n dis c r e t a m e n t e p o r los a l r e d e d o r e s ) ; p e r o , en l t i m a instancia, sera el d i r e c t o r del e q u i p o d e l;l U N R R A y e l p e r s o n a l d e l c a m p o q u i e n e s h a b l a r a n c o n l o s s o v i t i cos en caso de que r e a l m e n t e h i c i e r a n acto de p r e s e n c i a . F i n a l m e n t e , j u s t o a n t e s d e las o n c e d e l a n o c h e s e p r e s e n t a r o n c u a t r o oficia les d e e n l a c e , a c o m p a a d o s de agentes de seguridad que iban ataviados con E n f r e n t e e s t a b a n a p a r c a d o s d o s ca
f o r m a d o s de que haba cincuenta m e n o r e s no a c o m p a a d o s de origen sovi tico en u n a casa p a r a n i o s , d o n d e estaban siendo s o m e t i d o s a una o r i e n t a c i n p a r a q u e n o r e g r e s a r a n a s u s h o g a r e s . E x i g a n e f e c t u a r u n a v i s i t a in mediatamente. N u e s t r o d i r e c t o r r e s p o n d i q u e t o d o s l o s d e s p l a z a d o s d e l campo, c o m o p o d a n c o m p r o b a r , e s t a b a n d u r m i e n d o (se h a b a d a d o l a o r d e n das las l u c e s , a u n q u e era p o c o p r o b a b l e q u e a l g u i e n d u r m i e r a ) . d e a p a g a r to Les confirm
que, e f e c t i v a m e n t e , h a b a una C a s a de los N i o s , p r o v i s t a de aulas y salas de j u e g o s , d e j a n d o claro al m i s m o t i e m p o que no e n t e n d a m o s qu es lo que les h a b a h e c h o creer q u e all h a b a n i o s v i v i e n d o : d e l a U N R R A los n i o s v i v a n c o n s u s p a d r e s . El p o r t a v o z del g r u p o dijo s e a l a n d o a la C a s a de los N i o s , b a s t a n t e pr x i m a a l a p u e r t a del c a m p o : A h est. N o c r e e m o s l o q u e n o s dice. entrar en ella. Desde un principio habamos contemplado la posibilidad de tener que Exigimos en los c a m p o s de desplazados
e n s e r s e l a , as q u e f i n a l m e n t e se p e r m i t i el p a s o alo.Soficiales de e n l a c e , p e r o n o a l o s m i l i t a r e s q u e l e s a c o m p a a b a n . M i e n t r a s es a c o m p a b a m o s d e u n a c o m p l e t a m e n t e v a c a a la s i g u i e n t e el d i r e c t o r del e q u i p o dijo que la U N R R A l a m e n t a b a este m a l e n t e n d i d o , y les p r o p u s o a l o s oficiales de e n l a c e que v o l v i e r a n a una h o r a a c o r d a d a a la m a a n a siguiente, para que v i e r a n a los nios en sus actividades escolares y de j u e g o . L a e s t r a t e g i a s u r t i efecto, p e r o m o r a m e n t e fue u n a v i c t o r i a prnca, n o solo p o r q u e los d e s p l a z a d o s , incapaces de contenerse, salieron de sus casas
e n c e n d i e n d o t o d a s las
51
EL TRAUMA ALEMN ra oficial Je la U N R R A n o s d e s p o j de c u a l q u i e r p r e t e n s i n de n e u t r a l i d a d , V n i c a m e n t e sirvi p a r a reafirmar a l o s n i o s u c r a n i a n o s e n s u c r e e n c i a d e q u e n o d e b a n , i n c l u s o q u e 110 p o d a n , r e g r e s a r a s u s c a s a s . L a C a s a d e l o s N i l O S h a b a sido fundada para darles la oportunidad de tomar libremente una decisin.
D u r a n t e e l p e r o d o e n q u e t r a b a j p a r a l a U N R R A l a b r a m i s t a d c o n l o s Waldbott, unos aristcratas h n g a r o s que tenan seis hijos. importancia para m y ha p e r d u r a d o durante Fue esta una relacin toda mi vida. Su hija
de especia]
L a b a r o n e s a VValdera la a r c h i d u q u e s a
una mujer
la a r i s t o c r a c i a centroeuropea y bvara p r e s e n t a n r e l a c i o n e s d e p a r e n t e s c o )
a l o j a d o s e n e l t i c o d e u n c a s t i l l o situado e n Baviera l l a m a d o S c h l o s s M o o s , q u e a s u v e z s e c o n v i r t i e n m i r e f u g i o s o c i a l y e m o c i o n a l d e l a s t e n s i o n e s d e m i tra bajo con los d e s p l a z a d o s . F r i t z Waldbott m u y p r o n t o a n u n c i q u e h a b a d e s c u b i e r t o u n l e j a n o v n c u lo familiar entre mis antepasados h n g a r o s y los suyos, y, a u n q u e supuse que s e t r a t a b a d e u n e n c a n t a d o r g e s t o d e p r o t e c c i n h a c i a m i j u v e n t u d y a n t e e l es trs de mi v i d a diaria, a c e p t de b u e n g r a d o ese p o s i b l e p a r e n t e s c o tan recon f o r t a n t e ; d e s d e entonces M d i y y o n o s Consideramos primas. M a d i c o n t r a j o m a t r i m o n i o a l g u n o s a o s m s t a r d e c o n u n bvai'0 d e b u e n a p o s i c i n , e l conde Hansibert Fonillg-Jetteilbach, y d e s d e e n t o n c e s su residencia palacie
ga, d e n o m i n a d a S c h l o s s Seefeld, a u n a h o r a de M u n i c h , c o n su e s t a n q u e , sus c i e r v o s y s u s h e r m o s o s b o s q u e s , s e c o n v e r t i r a e n m u c h a s o c a s i o n e s e n m i re fugio espiritual. P e r o en 1946 s u c e d i que, g r a c i a s a las hijas de los W a l d b o t t , que haban odo hablar de una familia de la c o m a r c a con nios p e q u e o s que p r o b a b l e m e n t e 110 e r a n s u y o s , e n t r p o r p r i m e r a v e z e n c o n t a c t o c o n e l t e r r i b l e p r o b l e m a d e l o s -minos r o b a d o s . T o d o s l o s d e m s c o n f l i c t o s h u m a n o s a los que n o s e n f r e n t b a m o s a diario p a l i d e c a n en c o m p a r a c i n con este pro blema.
NOVIEMBRE
DE
1.999
En incontables ocasiones, al hablar con la gente sobre la que he escrito, he po d i d o c o m p r o b a r q u e u n a de las tareas m s difciles es p o n e r u n a fecha a los aconte c i m i e n t o s de la p r o p i a vida. P o d e m o s r e c o r d a r el a s p e c t o de las casas, las habi t a c i o n e s , los paisajes, los c o l o r e s y la t e m p e r a t u r a , i n c l u s o las c a r a s , l a s v o c e s , los
S i n e m b a r g o , h o y e s t o y i n t e n t a n d o p o n e r p o r e s c r i t o m i s propios recuer d o s , y e s t o y c a s i s e g u r a d e q u e fue j u s t o a n t e s d e l a p r i m a v e r a d e a q u e l p r i m e r a o d e p o s g u e r r a (tal v e z y a e r a m a r z o , o q u i z s t o d a v a f e b r e r o ) J o h a n n y a Mane, q u e es el n o m b r e q u e p r e f i e r o d a r l e s . recuerdo claramente que apenas haba colores en los cuando conoc a Mientras escribo,
c a m p o s y que la noche
e n q u e c o n d u j e h a s t a l a g r a n j a e r a fra y h m e d a .
rural s i t u a d a en el sur de B a v i e r a , en la q u e , de a c u e r d o con las i n f o r m a c i o n e s de unos refugiados hngaros que haban sido esclavos de los nazis y que se ha
a mi origen t a m b i n h n g a r o , de la nada,
e c o n m i c a , y h a b a n p e r d i d o a u n hijo e n S t a l i n g r a d o . A u n q u e mi visita tuvo lugar hace ms de cincuenta aos, los c n o n e s d e las c o n s t r u c c i o n e s t r a d i c i o n a l e s b v a r a s , y la granja segua
creo que t o d a v a po
de madera,
pronto me encontr en m e d i o de la oscuridad. mente cido de los animales, europeos en aquella poca.
P e r c i b t a m b i n el olor ligera
abr la n i c a p u e r t a y p a s a t r a v s del u m b r a l a la c o c i n a , e n c o n t r a seis per sonas, tal y c o m o esperaba despus de haber estudiado, aquella m i s m a maa
na, los a r c h i v o s r e l a t i v o s a esa r e g i n en la oficina del alcalde de la capital del Se t r a t a b a del cuarenta y cinco claro; sus p a d r e s , recan m u c h o ms aos granjero y su e s p o s a , cuyo cabello de era c u a r e n t a y seis de color y
respectivamente,
castao
a u n q u e pa
un robusto m u c h a c h o de alegres ojos azules y cabello claro, corto, en forma circular, seguramente cortado en casa;
con idnticos ojos azules y cabello rubio, trenzas fuertemente apretadas, que
unas
me pareci
que el m u c h a c h o . C u r i o s a m e n t e , recuerdo que me sorprendi la reaccin de la nia, que inmediatamente me sonri. tablecan que a m b o s haban n a c i d o en L o s d o c u m e n t o s q u e h a b a c o n s u l t a d o es 1 9 4 0 , p o r lo q u e d e b a n tener seis aos.
53
EL TRAUMA ALEMN H a b a p l a n e a d o cuidadosamente r e a l i z a r m i v i s i t a e n u n m o m e n t o e n el q u e e s t u v i e r a n t o d o s j u n t o s . A p e s a r de que e s p e r a b a que e n v i a s e n a los n i o s a ju gar o a la c a m a antes de iniciar mi i n e v i t a b l e m e n t e a n g u s t i o s o i n t e r r o g a t o r i o , era esencial para m verles en el crculo familiar. Tal c o m o esperaba, todos sentados alrededor de la mesa. La cena, obviamente modesta estaban en aquel
de interpretar sus
buen grado a una extraa inesperada vestida de u n i f o r m e ) , c o m o d i d a d que sintieron los adultos c u a n d o a p a r e c en la
Di la v u e l t a a la m e s a p a r a e s t r e c h a r sus m a n o s . A u n q u e n a d i e se l e v a n t , todos aceptaron mi m a n o excepto el anciano, si bien es cierto que n i n g u n o p u s o d e m a s i a d o inters; n i c a m e n t e la nia, que e m p e z a saltar t r a v i e s a m e n t e . El
a b u e l o e s c o n d i la m a n o derecha detrs de la espalda, en un gesto casi infantil, y m e p r e g u n t , c o n j u s t i f i c a d a b r u s q u e d a d : Q u q u i e r e usted?. nicamente q u i e r o h a b l a r b r e v e m e n t e c o n u s t e d e s , a c a d a u n o de los n i o s u n a tableta de c h o c o l a t e . dije, mientras daba
r e s p l a n d e c i e n t e , me dijo D a n k e , yo le a c a r i c i el rostro, e i n m e d i a t a m e n t e la mujer del g r a n j e r o dijo ron a s p e r e z a G e h t s zu Bett ('A la cama'), y los n i o s Gute
t a b a d e p i e , j u n t o a e l l a . G u a t N a c h t , Vater, gliat N a c h t , Mutter, d i j o J o h a n n c o n un fuerte acento bvaro, y, mirndome de reojo con suspicacia, rpidamente
r o z s u c a r a c o n l a b a r b i l l a s i n a f e i t a r d e s u a b u e l o , m i e n t r a s q u e e l g r a n j e r o to m a b a a l a n i a d e b r a z o s d e s u m a d r e y l a a b r a z a b a c o n fuerza. L o s n i o s t i e n e n u n a s e n s i b i l i d a d e s p e c i a l p a r a c a p t a r las variaciones e n s u e n t o r n o . M u a t t a ? , d i j o d e r e p e n t e M a r i e , t a m b i n e n b v a r o y c o n v o z inqui sitiva, d e t e n i n d o s e a m e d i o c a m i n o hacia la puerta. La abuela se levant e hizo que la s i g u i e r a n fuera de la h a b i t a c i n . Rebuscando en mi memoria, me s o r p r e n d e p o d e r r e c o r d a r c o n t a n t a niti (puesto que, con toda seguri
la reaccin de cada u n o de ellos, tan m a r c a d a m e n t e distinta, d e b i d a no tanto a la diferencia de g n e r o o a la i n t e l i g e n c i a c o m o a la fase de d e s a r r o l l o de c a d a u n o , me deca mi intuicin. Gemelos?, me pregunt.
54
ROBADOS la sede de la U N R R A en A l e m a n i a , h a b a n llegado i n f o r m e s sobre los secuestros d e n i o s , a l g u n o s d e t a n s o l o d o s a o s d e e d a d e i n c l u s o m s p e q u e o s , perpet r a d o s p o r l o s a l e m a n e s . L o s informantes e r a n l o s p a d r e s , l o s f a m i l i a r e s y a v e c e s i n c l u s o l o s m i s m o s m u n i c i p i o s , la m a y o r a d e l e s t e d e E u r o p a . P o c o a p o c o , a l a i n f o r m a c i n , l o s i n f o r m e s y l a s i n s t r u c c i o n e s p a r a los e q u i p o s d e l a U N R R A s i g u i e r o n r e u n i o n e s d e alto n i v e l y la p a l a b r a g e r m a n i z a c i n p a s a tormar parte de nuestro v o c a b u l a r i o habitual. D e s d e s e p t i e m b r e d e 1 9 4 5 , e n d o s o c a s i o n e s s e i n t e n t c o n s e g u i r , a travs de encuestas a agencias gubernamentales e instituciones alemanas, as c o m o
ron informes p r o c e d e n t e s de instituciones, y en enero de 1946 se haban identificado 6.600 n i o s no a c o m p a a d o s (cifra q u e l l e g a los 8.500 e n j u n i o d e
e x t r a n j e r o s . P e r o l a r e s p u e s t a p r c t i c a m e n t e n u l a d e l a s f a m i l i a s alemana^ pa reca r e s p a l d a r las insistentes a l e g a c i o n e s p r o c e d e n t e s de los B a l c a n e s y el este d e E u r o p a s e g n las c u a l e s m i l e s d e n i o s h a b a n s i d o s e c u e s t r a d o s p o r os n a zis c o n el d o b l e o b j e t i v o d e d i e z m a r la p o b l a c i n d e l o s p a s e s conquistados y d e r e p o b l a r s u p r o p i o p a s c o n n i o s racialmente a d e c u a d o s . N o s r e s u l t a b a difcil creer q u e a q u e l l o h u b i e r a s u c e d i d o r e a l m e n t e . era c a p a z de arrebatar un beb a su madre? Cmo poda alguien Quin hacerlo?
C m o e r a p o s i b l e q u e n a d i e , i n c l u s o el mtegriStams d e s q u i c i a d o , c r e y e r a p o d e r d i s t i n g u i r e l v a l o r r a c i a l , especialmente e n e l c a s o d e n i o s t a n pequeos? Y, sobre todo, no p o d a m o s entender c m o en la prctica haba una gran c a n t i d a d d e n i o s e x t r a n j e r o s , a l g u n o s d e ellos c o n l a s u f i c i e n t e e d a d COmO p a r a t e n e r r e c u e r d o s , q u e v i v a n b s i c a m e n t e escondidos e n l a c o m u n i d a d a l e m a n a . E n e l t r a n s c u r s o d e a l g u n o s m e s e s , l a r e s o l u c i n d e este p r o b l e m a s e con virti en una necesidad apremiante. L a O f i c i n a C e n t r a l d e S e g u i m i e n t o reci
bi decenas de miles de fotografas de bebs y n i o s m s o m e n o s p e q u e o s , junto con detalles de su desaparicin (cundo y c m o fueron arrebatados de
censo casa por casa se reserv c o m o ltimo recurso, puesto que se tema que (tal c o m o a f i r m a b a u n c o m u n i c a d o d e l a s e d e d e l a U N R R A q u e a c a b b a m o s de recibir) p o d r a asustar tanto a los n i o s c o m o a los adultos que se hacan
* L a U n i n S o v i t i c a n o f o r m a b a p a r t e d e l a U N R R A , as q u e n u n c a s e i n c l u y e n el p r o g r a m a de bsqueda de nios.
55
EL TRAUMA ALEMN c a r g o d e ellos, y q u e a l e r t a r a a n t i c i p a d a m e n t e a l a s f a m i l i a s q u e i n t e n t a b a n o c u l tar m e n o r e s . P e r o l o s e q u i p o s d e l a UNRRAtenan i n s t r u c c i o n e s d e d e s i g n a r a f u n c i o n a r i o s d e p r o t e c c i n a la i n f a n c i a q u e i n v e s t i g a s e n e hiciesen u n s e g u i miento de la i n f o r m a c i n p r o c e d e n t e de c u a l q u i e r fuente. el que se d e t a l l a b a n estas instrucciones, Y el c o m u n i c a d o en
e x p u e s t o p b l i c a m e n t e en t o d a s las
z o n a s o c c i d e n t a l e s o c u p a d a s , era m u y claro a l r e s p e c t o :
Cualquier p e r s o n a que obstaculice o retrase Je forma p r e m e d i t a d a la actuacin de un f u n c i o n a r i o investigador d e p r o t e c c i n a l a i n f a n c i a e n el e j e r c i c i o d e la a u t o r i d a d q u e l e c o n c e d e [...] e l p r e s e n t e c o m u n i c a d o [...], q u e o m i t a i n f o r m a c i n o s e n i e g u e a f a c i litar l o s d o c u m e n t o s o l o s r e g i s t r o s m e n c i o n a d o s anteriormente, o q u e o c u l t e a a l g u n a p e r s o n a u o b s t a c u l i c e s u examen p o r p a r t e d e u n f u n c i o n a r i o i n v e s t i g a d o r d e p r o t e c c i n a l a i n f a n c i a , s e r juzgado p o r u n t r i b u n a l m i l i t a r g u b e r n a m e n t a l y c o n d e n a d o a la p e n a q u e e s t e d e t e r m i n e ( e x c e p t o l a muerte).
lla m i s m a m a a n a l a i n f o r m a c i n milia.
Les i n f o r m de que v e n a en calidad de f u n c i o n a r i o i n v e s t i g a d o r de pro t e c c i n a la infancia de la U N R R A ; que era c o m p e t e n c i a de la U N R R A responsa b i l i z a r s e de las p e r s o n a s o r i g i n a r i a s de t e r r i t o r i o s c o n q u i s t a d o s o a n e x i o n a d o s por A l e m a n i a por la fuerza que haban sido l l e v a d a s a A l e m a n i a , i n c l u i d o s los era.Il c i u d a d a
n o s de u n o de los c i n c u e n t a p a s e s q u e p a r t i c i p a b a n en la o r g a n i z a c i n de Na ciones Unidas; y que algunos m e n o r e s haban sido introducidos en A l e m a n i a , donde vivan ahora con familias o en instituciones alemanas. N u e s t r o h i j o m u r i e n Stalingtado, e s p e t i n m e d i a t a m e n t e e l g r a n j e r o , y su padre aadi primeros airadamente: "Los b o l c h e v i q u e s l o m a t a r o n . En aquellos
aos de la posguerra,
e x p r e s a d o con m a y o r v i r u l e n c i a por l o s a l e m a n e s .
56
NIOS R O B A D O S otras f a m i l i a s s o s p e c h o s a s d e h a b e r a c o g i d o a n i o s secuestrados). Permanecieron s e n t a d o s r g i d a m e n t e s i n l e v a n t a r l a v i s t a . Les d i m i s c o n d o l e n c i a s p o r l a m u e r t e d e s u h i j o e n l a g u e r r a . L e s dije q u e , segn mis datos, J o h a n n y M a r i e v i v a n con ellos desde h a c a algo m e n o s de cuatro a o s . F u e tras la m u e r t e de su h i j o c u a n d o d e c i d i e r o n a c o g e r o s o l i c i t a r a un n i o o a v a r i o s en a d o p c i n ? S i g u i e r o n s e n t a d o s , sin m o v e r s e y sin r e s p o n d e r a mi pregunta. L e s dije q u e e s t a b a s e g u r a d e q u e t o d o s q u e r a n a M a r i e y J o h a n n ,
y que su cario era c o r r e s p o n d i d o , p e r o necesitaba que me c o n t a r a n t o d o lo que supieran de ellos. Les p r e g u n t si s a b a n q u i n e s eran sus p a d r e s b i o l g i c o s . dijo la e s p o s a del g r a n j e r o , y acto s e g u i d o me p r e g u n t
Estn muertos,
('la gente'), f u e s u v a g a r e s p u e s t a , y a c o n t i n u a c i n i n s i s t i e n
a b u e l o , y volvi a r e p e t i r c o n r a b i a la p a l a b r a odiada: ESTE! N u e s t r o s n i o s no tienen n a d a que ver con el "Este": son a l e m a n e s ; h u r f a n o s a l e m a n e s . S o l o tiene que v e r l o s . E s a e r a l a c l a v e : S o l o t i e n e q u e verlos. A f i n a l e s d e 1939 H i t l e r y a h a b a c o n q u i s t a d o P o l o n i a e n u n a c a m p a a I T H l i t a r q u e d u r t a n s o l o d o s s e m a n a s , l a p r i m e r a v i c t o r i a d e l a s s e i s g u e r r a s re g r a c i a s a las c u a l e s en tan solo v e i n t i d s m e s e s lleg a d o m i n a r la prctica t o t a l i d a d de E u r o p a o c c i d e n t a l y los B a l c a n e s . H i m m l e r p r o n u n c i un
d i s c u r s o ante un g r u p o r e s t r i n g i d o de las SS en el q u e i n f o r m de los p l a n e s de Alemania para Polonia. En el t r a n s c u r s o de los p r x i m o s diez aos, la p o b l a c i n ocupada] [de l a P o l o n i a
disponer c o m o m a n o de obra esclava. U n a cuestin fundamental es el anlisis racial y la c r i b a de los j v e n e s . Es e v i d e n t e q u e en o c a s i o n e s a p a r e c e r n exce l e n t e s t i p o s r a c i a l e s e n t r e t o d a l a m e z c l a d e gentes.* El p a s i n m e d i a t a m e n t e p a s a e s t a r d i v i d i d o e n t r e s p a r t e s . L a regln m s o r i e n t a l c o r r e s p o n d i a l o s s o v i t i c o s , e n t o n c e s abadoS d e A l e m a n i a . L a z o n a central, que recibi el n o m b r e de G o b i e r n o General y en la que se encontrab a n l a s t r e s c i u d a d e s m s i m p o r t a n t e s d e l p a s , C r a c o v i a , Varsovia y Lubll, con una p o b l a c i n total de once millones de personas, fue o c u p a d a y g e s t i o
* do
Denksthrift Himmleiber
die
Osten,
cita-
en Nazism,de N o a k e s y P r i d h a m .
57
c o n u n a r i c a a g r i c u l t u r a y q u e a n t e s d e l a P r i m e r a G u e r r a M u n d i a l ha ba p e r t e n e c i d o en su m a y o r parte a A l e m a n i a e inclua Prusia occidental, Po s e n , u n a p a r t e d e S i l e s i a ( a d j u d i c a d a a P o l o n i a p o r e l T r a t a d o d e Versalles) y e l p u e r t o d e D a n z i g ( c u y o c o n t r o l fue e l p r e t e x t o d e H i t l e r p a r a d e c l a r a r l a g u e r r a ) , r e c i b i e l n o m b r e d e Warthegau y f u e r e i n c o r p o r a d a a l Rcich, S e p r o g r a m el e x t e r m i n i o en p o c o s m e s e s de los p o l a c o s y, p o r s u p u e s t o , de t o d o s l o s j u d o s ; s e p r o h i b i h a b l a r p o l a c o ( t o d o s l o s i n d i c a d o r e s y l e t r e r o s d e l a s ca lles p a s a r o n a estar en a l e m n ) ; y se c o l o n i z c o n d o s c i e n t o s mil a l e m a n e s , de f o r m a q u e e n e l v e r a n o d e 1941 e r a i m p o s i b l e d e t e c t a r q u e e s t e t e r r i t o r i o h a ba f o r m a d o parte de P o l o n i a en alguna ocasin. A t o d o s los n i o s de aspecto nrdico, i n t e r n a d o s e n o r f a n a t o s o a d o p t a d o s , s e les s u p u s o u n o r i g e n ale estos m e n o r e s fueron trasladados a A l e m a n i a y e n v i a d o s a
m n ; a la p o s t r e ,
i n s t i t u c i o n e s c o n e l fin d e r e e d u c a r l o s , c o n i n d e p e n d e n c i a d e s i l o s f a m i l i a r e s que haban s o b r e v i v i d o daban o no su consentimiento. D e s d e n o v i e m b r e d e 1 9 3 9 h a s t a m e d i a d o s d e 1941, t a n t o H i m m l e r c o m o l a Oficina A l e m a n a para la Raza y la Repoblacin ( R u S H A ) , cuya misin consis
ta en s u p e r v i s a r las m e d i d a s q u e se d e b a n t o m a r en el futuro, r e t o m a r a n u n a y otra v e z el t e m a del valor racial de los n i o s p o l a c o s y de la regin de W a r t hegau. En un d o c u m e n t o confidencial de la
RuSHAse
e s p e c i f i c a b a que la pri
m e r a accin que se deba t o m a r en la gestin de los nios con valor racial era p r o h i b i r a b s o l u t a m e n t e c u a l q u i e r c o n t a c t o con sus familiares p o l a c o s . L o s nios recibirn nombres germnicos de origen teutnico. n a c i m i e n t o y de h e r e n c i a se g u a r d a r n pecial. T e n e m o s f e , p o r enClTiade t o d o , en nuestra propia sangre, que corre por (archivados) en un Los certificados de d e p a r t a m e n t o es
las v e n a s de p e r s o n a s de n a c i o n a l i d a d e x t r a n j e r a d e b i d o a las v i c i s i t u d e s de la h i s t o r i a d e A l e m a n i a a a d i H i m m l e r e n m a y o d e 1940-. E s t a m o s c o n v e n c i d o s d e q u e n u e s t r a f i l o s o f a y n u e s t r o s i d e a l e s p r o p i o s r e s u r g i r n e n e l espritu de los n i o s que nos pertenecen desde el p u n t o de vista de la raza. Un m e s m s tarde escribira a A r t h u r G r e i s e , gCllllcitee Danzig, que pos
t e r i o r m e n t e se realizara un estudio anual en el que se e x a m i n a r a a todos los n i o s p o l a c o s e n t r e l o s d o s y l o s d o c e a o s d e e d a d , c o n e l fin d e c l a s i f i c a r l o s e n n i o s c o n o s i n v a l o r racial. L o s n i o s considerados e n un p r i m e r a n l i s i s c o m o sin v a l o r racial seran d e v u e l t o s a sus h o g a r e s , o bien, en c a s o de que e s t u v i e r a n s a n o s y en e d a d de t r a b a j a r , s e r a n e n v i a d o s a A l e m a n i a p a r a reali z a r t r a b a j o s f o r z a d o s . A q u e l l o s q u e p r e s e n t a s e n u n p o t e n c i a l r a c i a l pasaran a u n o de los tres c e n t r o s que se crearan en W a r t h e g a u , d o n d e seran s o m e t i d o s a m s p r u e b a s . L o s n i o s de e d a d e s c o m p r e n d i d a s entre los seis y los diez a o s de edad con valor racial d e b e r a n ser t r a s l a d a d o s a las i n s t i t u c i o n e s perti
58
NIOS
ROBADOS
res d e d o s s e r a n d a d o s e n a d o p c i n a f a m i l i a s a l e m a n a s sin n i o s o q u e c u m plieran los requisitos n e c e s a r i o s , seran sometidos aunque primero deberan pasar por un hogar a un perodo de observacin.
Lebdsborudonde
muerte en un accidente
aos, q u e tuvo lugar cuatro aos antes. M e contaron q u e su n o m b r e era Irmiy me e n s e a r o n una fotografa suya, en la que p o d a v e r s e a u n a a t r a c t i v a mu
c h a c h a v e s t i d a c o n el u n i f o r m e de la B D M ( B u n d D e u t s c h e r Madel, el e q u i v a lente f e m e n i n o d e l a s J u v e n t u d e s Hitlerianas). S u p a d r e m e c o n t q u e e n e l verano de 1938, en una excursin organizada por el c a m p a m e n t o de verano de l a B D M , e l a u t o b s q u e t r a n s p o r t a b a a las j v e n e s s e q u e d sin frenos e n u n a carretera de m o n t a a de fuerte p e n d i e n t e : murieron dieciocho; fue el peor accidente de las t r e i n t a y c i n c o muchachas que ocurrira en el seno de la
B D M . S u e s p o s a l l o r a b a e n s i l e n c i o . S u h i j o , q u e e n t o n c e s era u n j o v e n d e die cisiete a o s , e n t u s i a s t a y brillante, a c a b a b a de ser a c e p t a d o en una... i n s t a n t e s d e v a c i l a c i n continu)... e s c u e l a d e l i d e r a z g o . U n a e s c u e l a d e l a s SS?, p r e g u n t . Una buena escuela, respondi secamente. Saba que yo no lo entendera, pero haba supuesto un gran h o n o r para el m u c h a c h o y toda la familia. S, es (tras u n o s
cierto que p o d r a n h a b e r s o l i c i t a d o su r e g r e s o tras la m u e r t e de su hija, had i s p o s i c i o n e s j u r d i c a s p a r a e l l o ; e l p a r t i d o s e o c u p a b a d e e l l o , s e g u a de f e n d i e n d o t e s t a r u d a m e n t e , p e r o Franz d e s e a b a t a n t o asistir a esa e s c u e l a . . . E l l o s eran j v e n e s , y sus p a d r e s a n p o d a n a y u d a r l e s en el trabajo de la gran j a ; i n c l u s o c o n t e m p l a r o n l a p o s i b i l i d a d d e t e n e r o t r o hijo ese m i s m o a o . Cuan-
despus presentaron
bergar d e m a s i a d a s esperanzas, p u e s t o que en aquel e n t o n c e s no haba precisa mente excedente de nios en Alemania. A finales de 1939, m i e n t r a s Franz participaba en la victoriosa c a m p a a de P o l o n i a , n i c a m e n t e t e n a n l a c o n f i r m a c i n d e q u e las cedan los p e r m i s o s de a d o p c i n haban recibido su a u t o r i d a d e s q u e con adoptar a
solicitud para
u n a n i a . P e r o a p r i n c i p i o s d e 1 9 4 0 , s i g u i r e l a t a n d o e l g r a n j e r o , s e empezaron a or r u m o r e s de que se h a b a e n c o n t r a d o una gran cantidad de n i o s alemaen orfanatos p o l a c o s , con certificados de n a c i m i e n t o falsos p a r a ocultar su o r i g e n a l e m n , o al m e n o s eso era lo q u e se deca. E n t o n c e s v o l v i e r o n a pre sentar una solicitud, en la q u e i n d i c b a m o s que, con la g u e r r a y n u e s t r o hijo en el Ejrcito, no n o s i m p o r t a r a adoptar a dos n i o s , un n i o y una n i a ; y que p o d r a n ser g e m e l o s . I n m h a b a t e n i d o u n h e r m a n o g e m e l o q u e m u ' l e n e l par to, a a d i .
59
p o s i b l e m e n t e m s d e d o s c i e n t o s c i n c u e n t a m i l n i o s , e n s u mayora d e E u r o p a del Este, es a b o m i n a b l e . C o n c e b i d a en 1 9 3 5 c o m o una o r g a n i z a c i n de carc ter social, que p o d r a m o s c o n s i d e r a r c o m o l a m s p r o g r e s i s t a d e las m u c h a s los nazis, l a S o c i e d a d LebcnsbVHe extenda por todo el territo-
fundadas por
d e s c a n s o a las m a d r e s c o n d e m a s i a d o s h i j o s , a y u d a r a las m u j e r e s s o l t e r a s em b a r a z a d a s }' a t e n d e r a los hijos i l e g t i m o s . No c a b e d u d a de q u e las S S , s i e m p r e preocupadas por proteger su imagen, aprovecharon la excelente reputacin de
l a o r g a n i z a c i n , as c o m o sus i n s t a l a c i o n e s . E n i n v i e r n o d e 1 9 4 1 d e c i d i e r o n q u e l o s h o g a r e s Lebciisb o 1 1 (cuya i n t e g r i d a d n i n g n s o l d a d o a l e m n , d e l a s S S o d e l a W e h r m a c h t , s e a t r e v e r a a p o n e r e n e n t r e d i c h o ) s e r e s p o n s a b i l i z a r a n d e lle v a r a c a b o el p r o y e c t o de g e r m a n i z a c i n . A finales de 1 9 4 1 se h a b a n c r e a d o cen tros de recepcin de menores de gran c a p a c i d a d (que los expertos raciales t o d o s los
utilizaban p a r a efectuar
en prcticamente
t e r r i t o r i o s o c u p a d o s , a d e m s d e l o s y a e x i s t e n t e s e n Alemania. A l p e r s o n a l , c o m puesto por los asistentes se de los h o g a r e s LebeusboK^ue terribles contaban con la for
macin pertinente,
s u m a r o n las
enfermeras apodadas
hermanas
marrones (de l a N S V , la A s o c i a c i n p a r a el B i e n e s t a r d e l Fueblo), q u e , e n u n r e p r o b a b l e intento de t r a n q u i l i z a r a la o p i n i n p b l i c a , a d o p t a r o n el p a p e l del p o l i c a b u e n o al a c o m p a a r a los oficiales de las S S en l o s s e c u e s t r o s de nios que raptaban en hogares, menor capacidad, en los colegios, p a r q u e s y calles. T a m b i n haba centros de que los nios seleccionados pasaban varios meses
( a u n q u e la fecha difiere
segn la d o c u m e n t a c i n )
por el teniente
general de
67/1 a f i r m a b a q u e h a b a " U i i a g r a n c a n t i d a d d e n i o s e n P o desde el p u n t o de vista de la raza, deberan de sangre valiosa para Alemania, lo siguiente: de seis [...] c o m o
ser g e r m a n i z a d o s .
adems, los
menores
c a d o s c o m o c a n d i d a t o s a ser s o m e t i d o s a l p r o c e s o d e g e r m a n i z a c i n .
a c c i o n e s p u n i t i v a s c o n t r a partisanos y o t r o s m i e m b r o s d e la r e s i s t e n c i a , lleva das a c a b o en E u r o p a del Este y los B a l c a n e s , la n o r m a era ejecutar a t o d o s los h o m b r e s y e n v i a r a las m u j e r e s a c a m p o s de c o n c e n t r a c i n , m i e n t r a s q u e los n i -
60
NIOS
ROBADOS
a t r a b a j a r . E l e j e m p l o m s i n f a m e d e e s t a s a c c i o n e s fue l a l o c a l i d a d c h e c o s l o v a c a d e L i d i c e , q u e c o n e l p r e t e x t o d e l a c u l p a c o l e c t i v a fue a r r a s a d a h a s t a l a ltima p i e d r a tras el a s e s i n a t o de R e i n h a r d H e y d r i c h , el p r o t e c t o r del R e i c h , en mayo de 1942. La Sociedad Lebensbomprosigttfifelt en esta or-
ordenparagarantizar
o r i e n t a l e s recuperados (esta frase n o a p a r e c e e n c u r s i v a e n el o r i g i n a l ) . Es ciertodijo la m u j e r del g r a n j e r o p o c o d e s p u s del a r r e b a t o de su s u e gro. L o s e n c o n t r a r o n e n e l E s t e , p e r o e r a n h u r f a n o s a l e m a n e s ; n o s l o deja ron m u y claro. Ciertamente podran haber sido hurfanos alemanes (siempre ha habido
m u c h o s a l e m a n e s e n l a z o n a o c c i d e n t a l d e Polonia). T a m p o c o s o l i c i t n i n g u na p r u e b a de que los n i o s fueran r e a l m e n t e g e m e l o s , a u n q u e , al m a r g e n del color de los ojos y del cabello, no p a r e c a n tener d e m a s i a d o s r a s g o s fsicos en comn. noche, Me pareci u n a p r e g u n t a i r r e l e v a n t e p a r a m i s o b j e t i v o s d e aquella Pero
a u n q u e m s t a r d e r e s u l t a r a ser u n a c u e s t i n d e g r a n r e l e v a n c i a .
r e c u e r d o h a b e r c o m e n t a d o q u e si e n t o n c e s t e n a n seis a o s , d e b a n tener casi tres c u a n d o s e los e n t r e g a r o n . L e s p r e g u n t q u o p i n i n t e n a n d e s u a d a p t a c i n f r e n t e a l o q u e d e b a d e h a b e r s i d o u n c a m b i o i m p o r t a n t e e n s u s v i d a s . Eran t m i d o s ? , se les v e a felices?, h a b l a b a n b i e n ? no lo dije de f o r m a e x p l c i t a ) . El anciano, que se mostr enojado durante toda la conversacin, protest por las p r e g u n t a s . Solo eran nios p e q u e o s cuando llegaron. Qu significa (quera decir en a l e m n , pero
me p r e g u n t a qu estaba j u g a n d o . Pero para entonces, en aquella s e g u n d a hora de mi visita, la atmsfera que se respiraba en aquella estancia haba c a m b i a d o , por lo m e n o s en cuanto al granjero y su esposa. p r i v a d o y sin q u e yo De algn m o d o , sin intercambiar ninguna palabra que en
consista
en el trato de cortesa habitual, parecan haberse c o n v e n c i d o de que, en lugar de atacarme, lo que necesitaban era que me pusiera de su parte. Sin e m b a r g o , la esposa del granjero era u n a mujer sincera, l a m e n t a b l e m e n t e p a r a ella (estaba
s e g u r a d e q u e m s t a r d e d e b e r a p a g a r c a r a s u i n g e n u a sinceridad): N o s h a s t a q u p u n t o e r a n f e l i c e s d i j o c o n u n a i r e pensativo. M a r i e n e c e s i t a b a m u c h o
61
EL TRAUMA ALEMN c a r i o y Johann...se i n t e r r u m p i b r e v e m e n t e y m i r d e s o s l a y o a s u m a r i b u e n o , se e n c o n t r a b a n en un l u g a r distinto... A m e n u d o era t r a v i e s o , al p r i n d p i o , c o n t i n u . N o d u r a n t e m u c h o t i e m p o m u r m u r e l a n c i a n o extendiendo su m a n o d e r e c h a . Se daba cuenta m u y rpido de lo que le convena. Por p r i m e r a vez, la e s p o s a del g r a n j e r o ri. Vamos, p a d r e d i j o , ha-
a d o p t i v a r e s p o n d i q u e M a r i e si, h a b l a b a
t i e n d e , p e r o Johann.... D e n u e v o fue i n t e r r u m p i d a p o r el a n c i a n o . Q u p r e g u n t a tan tonta. A h o r a h a b l a p o r los c o d o s a s e v e r . Q u i m p o r t a n c i a tien e s a b e r c m o h a b l a b a n c u a n d o l l e g a r o n d e l orfanato?. E l a n c i a n o t e n a r a z n , c o r r o b o r l a e s p o s a d e l g r a n j e r o , e l p a s a d o e r a pa sado, el presente era ahora. Ahora sabe, FrcildeJffQue son nuestros, no es
S, r e s p o n d , c o n f i r m a n d o Y que son
a l e m a n e s , a f i r m e l g r a n j e r o , a l o q u e r e s p o n d q u e e r a p o s i b l e , y q u e m e ale grara m u c h o si realmente eran a l e m a n e s . Dije que lo averiguaramos, entretanto, pero espe
peticin ma, t o m a d a tan solo unos das d e s p u s de su llegada a la granja, en las N a v i d a d e s d e 1 9 4 2 , j u n t o c o n t o d a l a f a m i l i a . Y o era c o n s c i e n t e d e q u e ella crea que mi p e t i c i n r e s p o n d a al d e s e o de r e c o r d a r a sus e n c a n t a d o r e s n i o s . F u e l a n i c a v e z q u e v i a a q u e l l a f a m i l i a d e g r a n j e r o s . Envi l a f o t o g r a f a a A r o l s o n , d o n d e se a v e r i g u que tres familias de diferentes r e g i o n e s de Po lonia h a b a n d e n u n c i a d o la d e s a p a r i c i n de sus hijos g e m e l o s , taron c u a n d o solo c o n t a b a n con dos y tres aos de edad. copias de la fotografa. U n a d e las f a m i l i a s q u e les a r r e b a
Se enviaron sendas
q u e v i v a n en u n a p e q u e a aldea c e r c a n a a L o d z ) r e c o n o c i a los n i o s y p u d o d e m o s t r a r s u i d e n t i d a d , t a l c o m o les e x i g a m o s , a l i n d i c a r u n a m a n c h a d e na c i m i e n t o q u e M a r i e t e n a e n l a c a r a i n t e r n a d e s u b r a z o d e r e c h o . R e s u l t a tris temente irnico que, si ese diminuto lunar hubiese sido de m a y o r tamao,
Marie no hubiese sido considerada c o m o digna de germanizacin. Por suerte, al p o c o t i e m p o me d e s t i n a r o n a otra regin, as que le c o r r e s -
62
NIOS
ROBADOS
a otro la p e n o s a tarea de llevarse a los n i o s tras c o m p r o b a r que M a r i e marca de nacimiento. Esta m i s i n era s u m a m e n t e t r a u m t i c a p a r a c u a l q u i e r a q u e t u v i e s e e l de
ber de l l e v a r l a a c a b o . A m me c o r r e s p o n d i tan s o l o u n a v e z , y n u n c a olvida r e l i n c o n s o l a b l e d o l o r d e l a p a r e j a q u e t a n t o quera a l n i o d e c i n c o a o s q u e tuve que l l e v a r m e c o n m i g o , as c o m o la r a b i e t a de la a t n i t a criatura, que no se a c o r d a b a d e s u s v e r d a d e r o s p a d r e s o d e su idioma n a t i v o , p u e s t o q u e p a r a l sus p a d r e s a d o p t i v o s a l e m a n e s eran su nico m u n d o . En efecto, d u r a n t e los
de n i o s r o b a d o s , n u n c a t u v e n o t i c i a s de un solo c a s o en que las familias de acogida o los p a d r e s a d o p t i v o s m a l t r a t a r a n a los m e n o r e s s e c u e s t r a d o s , sino bien a l c o n t r a r i o . A s i m i s m o , con i n d e p e n d e n c i a d e s u o r i e n t a c i n polti ca, n o e r a n c o n s c i e n t e s d e c m o l o s n i o s h a b a n l l e g a d o a e l l o s , d e a c u e r d o con nuestras investigaciones. E n u n a n l i s i s f i n a l p o d r a m o s d e c i r q u e l o s n a z i s c o m e t i e r o n e n e s t o s ca sos un c r i m e n d o b l e m e n t e d e s h o n r o s o : p o r una p a r t e , r a p t a r a m e n o r e s en los territorios c o n q u i s t a d o s ; por otra, engaar de forma vergonzosa a su propio
pueblo sobre la i n t e g r i d a d de sus a c c i o n e s . A principios d e l v e r a n o d e 1 9 4 6 h a b a n s a l i d o a la l u z m u c h o s d o c u m e n t o s (a pesar de que los nazis h a b a n o r d e n a d o la d e s t r u c c i n de los a r c h i v o s ) , y se h a b a l o c a l i z a d o a b a s t a n t e s n i o s , d e m a y o r e d a d , q u e n o s ayudaron a recab a r m s i n f o r m a c i n , p o r l o q u e s a b a m o s m u c h o m s del p r o c e s o d e g e r m a nizacin. Siete o r g a n i z a c i o n e s nazis y un ministerio estaban i m p l i c a d o s en
este i n f a m e p r o g r a m a , s i n d u d a c o n c e b i d o p o r H i m m l e r ( a u n q u e , como de muestra la d o c u m e n t a c i n existente, ron la a u t o r i z a c i n del p r o p i o H i l t e r ) . t o d a s las decisiones, r e l e v a n t e s recibie En lo q u e respecta a su p l a n i f i c a c i n y
Administracin
A l e m a n a p a r a la R a z a y la R e p o b l a c i n , d e t e r m i n a r o n si los n i o s eran apro p i a d o s p a r a l a g e r m a n i z a c i n b a s n d o s e e n l a m e d i c i n d e s e s e n t a y d o s par tes del cuerpo. Y, por supuesto, tambin cabe destacar la participacin del
m o d e l o de timo,
organizacin benfica
de las
S S , l o s h o g a r e s LcbcnshoniPor l -
I n t e r i o r p e r m i t i q u e los c r i m i n a l e s se ajustaran a la l e g a l i d a d al conferir a la Sociedad Lebciisborrel derecho de registro civil y de custodia, en virtud del
63
EL TRAUMA ALEMN
cual se le o t o r g a b a la c a p a c i d a d de emitir certificados de n a c i m i e n t o oficiales c o n l u g a r e s y f e c h a s ce n a c i m i e n t o i n v e n t a d o s , a s c o m o n o m b r e s f a l s o s , V , e n ltima instancia, de actuar c o m o los tutores legales de los n i o s secuestrados. El p r o c e s o de g e r m a n i z a c i n se llev a c a b o p o r etapas, y era i d n t i c o en t o d o s los pases pas que sufri de un origen de los m e n o r e s s e c u e s t r a d o s . m a y o r n m e r o de P e r o fue P o l o n i a e l
r a p t o s , e s t i m a d o e n d o s c i e n t o s m i l ni
o s . E n la z o n a d e \Varthegau, el p r o g r a m a e m p e z a a p l i c a r s e i n m e d i a t a m e n t e d e s p u s d e l a e x p u l s i n d e los p o l a c o s . A l p r i n c i p i o , los m e n o r e s , casi siempre nios, p r o c e d a n en su m a y o r a de instituciones y de padres de origen alemn que se haban n e g a d o a firmar una declaracin de lealtad. En el G o bierno G e n e r a l " , el p r o g r a m a e m p e z algo m s tarde, y la m a y o r parte de los m e n o r e s fueron arrebatados directamente del n c l e o familiar.
Eran las SS y las h e r m a n a s m a r r o n e s q u i e n e s t o m a b a n en p r i m e r l u g a r la iniciativa, d e t e r m i n a c i n a la que l l e g a b a n de f o r m a m u y sencilla: en das siem pre d i s t i n t o s , e s c o g i d o s de f o r m a secreta, r a p t a b a n a los n i o s en las calles, los p a r q u e s , los c o l e g i o s y en sus p r o p i o s h o g a r e s . En t o d o c a s o , p a r a ser seleccio n a d o s , los nios (incluidos los bebs) deban estar s a n o s , tener b u e n aspecto y
e s t a r b i e n f o r m a d o s , a s c o m o t e n e r e l c a b e l l o r u b i o o c a s t a o c l a r o y los o j o s a z u l e s . S i p a s a b a n esta p r i m e r a fase d e s e l e c c i n , s e i n f o r m a b a a l o s p a d r e s d e q u e sus hijos v o l v e r a n a casa una v e z efectuados u n o s e x m e n e s fsicos y de coefic e n t e i n t e l e c t u a l q u e d e t e r m i n a r a n s u f u t u r a eSclarizacill. A c o n t i n u a c i n , los n i o s viajaban en tren hasta u n o de los blecidos en Warthegau ciilCO h o g a r e s p a r a m e n o r e s e s t a -
ba muy lejos del a l c a n c e de sus p a d r e s ) , e s p e c i a l m e n t e c r e a d o s all p a r a l l e v a r a c a b o la g e r m a n i z a c i n . T a s la r e a l i z a c i n de las p r u e b a s , los n i o s c u y o coefic i e n t e i n t e l e c t u a l s e c o n s i d e r a b a insuficiente p a r a l a g e r m a n i z a c i n , eran en
f u n c i n d e s u e d a d , devueltos a s u s f a m i l i a s o b i e n e n v i a d o s a A l e m a n i a s i e r a n s a n o s y e s t a b a n e n e d a d de t r a b a j a r . L o s n i o s q u e , a p e s a r d e p r e s e n t a r l a s c a r a c t e r s t i c a s r a c i a l e s a d e c u a d a s , e r a n c o n s i d e r a d o s f s i c a m e n t e d b i l e s o cont a m i n a d o s d e s d e el pimo d e vista racial, i b a n a p a r a r a u n a s i n s t a l a c i o n e s q u e , a efectos prcticos, eran en Lodz poca realidad un c a m p o de c o n c e n t r a c i n para n i o s en
fotografas, p e r o se cree
E n el c a s o d e l o s n i o s c u a l i f i c a d o s p a r a la germanizacin, t r a s seis s e m a n a s d e p r u e b a s s e l e s e x p e d a n n u e v o s c e r t i f i c a d o s d e n a c i m i e n t o ( c o n frecuencia, n o se sabe por qu, con n o m b r e s que eran t r a d u c c i o n e s casi literales de los n o m y los p a d r e s reciban una notificacin segn la cual
s u s h i j o s h a b a n s i d o enMados a A l e m a n i a p o r m o t i v o s d e s a l u d . E n c a s o d e solicitar m s detalles sobre tras que los n i o s semejante decisin, no eran destinados reciban respuesta. Mien
ms pequeos
a h o g a r e s Lebc'tisbort&n A l e
m a n i a hasta que
se les
64
NIOS ROBADOS familias a d o p t i v a s , los n i o s d e m s e d a d e r a n e n v i a d o s e n g r u p o s r e d u c i d o s a las llamadas Heitlischutei^internaos estatales fsicamente gestionados por la So
p e r o c u y o p e r s o n a l p e r t e n e c a a las S S ,
que r e a l m e n t e ejerca
el c o n t r o l s o b r e d i c h a s e s c u e l a s ) , en las c u a l e s , a d e m s de p a r t i c i p a r en la edu cacin fsica e i d e o l g i c a q u e r e c i b a n los a l u m n o s n a t i v o s a l e m a n e s , asistan a c u r s o s d e a l e m n i n t e n s i v o s especialmente i n c o r p o r a d o s e n el p l a n d e e s t u d i o s para ellos. Segn un t e s t i m o n i o o b t e n i d o durante e l j u i c i o de Nuremberg llevado a c a b o por los aliados en absolvi de 1947 en relacin con l a S o c i e d a d Lebensbom, q u e , por cierto,
cinco n i o s de e d a d e s c o m p r e n d i d a s entre los d i e z y los d o c e a o s c o n los q u e c u a n d o fui d e s t i n a d a d u r a n t e s e i s s e m a n a s a u n c e n t r o e s p e c i a l d e m e nores, a finales de la p r i m a v e r a de 1946. E n l h a b a p s i q u i a t r a s y o t r o s e s p e c i a l i s t a s c o n e x p e r i e n c i a e n t r a u m a s in fantiles q u e i n t e n t a b a n a y u d a r l e s a s u p e r a r el d o l o r de la s e p a r a c i n y, en el
c a s o d e l o s m s p e q u e o s , h a c e r renacer s u s r e c u e r d o s , p r o f u n d a m e n t e a r r i n c o n a d o s o e l i m i n a d o s p o r c o m p l e t o . L o s n i o s m a y o r e s d e d o c e a o s d e edad que h a b a n sido e n v i a d o s a c a m p o s de trabajos f o r z a d o s (la m a y o r a de ellos al finalizar la g u e r r a tenan entre catorce y diecisis aos) e r a n p e r f e c t a m e n t e
conscientes de su identidad, y,
nor medida, h a b a n c o n s e r v a d o su lengua materna. ba de la eficacia del p r o c e s o de g e r m a n i z a c i n , m i s m o c o n los m e n o r e s que tenan diez aos
bien e s c i e r t o q u e e r a m u c h o m s fcil r e a v i v a r sus r e c u e r d o s q u e e n e l c a s o d e los n i o s d e m e n o r e d a d . las c a n c i o n e s . A pesar de D e s c u b r i m o s que, q u e las canciones en esos casos, lo ms eficaz eran estn p r o f u n d a m e n t e enraizadas
en la c u l t u r a familiar a l e m a n a y c o n s t i t u a n u n o de los c o m p o n e n t e s esenciales d e l a e d u c a c i n j u v e n i l n a z i , e n l a m a y o r a d e l o s c a s o s l a m e l o d a d e l a s Can c i o n e s de c u n a p o l a c a s y las o r a c i o n e s infantiles g a n a b a n la p a r t i d a y les ayu daban a evocar i m g e n e s de sus hogares de origen. Parece ser que los n i o s de entre diez y d o c e aos de e d a d q u e he m e n c i o n a d o a n t e r i o r m e n t e h a b a n s i d o a p a r t a d o s de sus familias de P o l o n i a a finales de 1942. T o d o s ellos r e c o r d a b a n que el secuestro h a b a o c u r r i d o algunas sema nas antes de N a v i d a d , y que h a b a n p e r m a n e c i d o , durante lo que para algunos
65
EL TRAUMA A I E M A M d e las z o n a s r u r a l e s d e P o l o n i a ) las v e n t a n a s del d o r m i t o r i o p e r m a n e c a n abier t a s ; s e g n s u s r e c u e r d o s , e n KaSZ h a b a c u a t r o c a m a s p o r h a b i t a c i n , c o n l a e x c e p c i n de dos d o r m i t o r i o s c o n diez c a m a s c a d a u n o , p a r a los m a y o r e s . hermanas marrones les c u i d a b a n . Les p r e g u n t si eran buenas con Las
ellos.
A v e c e s e r a n o d i o s a s , d i j o u n o d e e l l o s , q u e r e c o r d a b a c m o l e h a b a n golpea* d o c o n u n a v a r a e n las p o s a d e r a s p o r h a b e r c a n t a d o , j u n t o c o n o t r o n i o , c a n c i n e n p o l a c o d e s p u s d e a p a g a d a s las l u c e s del primeras semanas asistieron historia y geografa. dormitorio. a clases En de una
M u y p r o n t o les o b l i g a r o n a h a b l a r n i c a m e n t e en
o p e r m a n e c e r en silencio,
i n c l u s o a l a h o r a d e l a c o m i d a , p e r o f u e r a d e l a s au pero
a l g u n o s d e u n i f o r m e , y t u v i e r o n q u e p a s a r m u c h o s e x m e n e s m
N o , e n r e a l i d a d e r a n absurdasme r e s p o n d i u n o d e ellos. N o s obli g a b a n a d e s n u d a r n o s y m e d a n una y otra v e z partes de n u e s t r o c u e r p o . medan? T o d o , u n a y o t r a v e z . ( L a s caractersticas d e c i s i v a s p a r a l a c l a s i f i c a c i n en las c a t e g o r a s r a c i a l e s s u p e r i o r e s , a p a r t e del c o l o r d e l o s c a b e l l o s y l o s o j o s , los d e d o s
a su llegada al centro, eran a c t i v i d a d e s que s u p o n a n la descalificacin auto mtica de la categora superior.) hicieron dao?
l o s h o g a r e s Lebensbom
escalada y carreras
y a p r e n d i m o s a desfilar;
[alemanes]
solo tena o c h o ; despus se encogi de h o m b r o s y aadi: L u e g o ya no. recordaba algo apenas de mi padre. de polaco y me acordaba de mi concluy,
madre,
riendo a medias.
66
transportes de repatriacin de nios hasta Polonia, me destinaron a un centro e s p e c i a l p a r a m e n o r e s e n B a v i e r a . A m i l l e g a d a ( m e i n v a d e l a t r i s t e z a a l recordarlo) m e e n c o n t r c a r a a c a r a con J o h a n n y M a r i e . N o s a b a q u e e s t a b a n all,
y l a U N R R A n o h a b a c o m p r o b a d o m i i n t e r v e n c i n e n s u caso. D e h a b e r l o h e c h o , y d e h a b e r c o n s u l t a d o a l p e r s o n a l del c e n t r o s o b r e l a c o n v e n i e n c i a dem i t r a s l a d o , n o c r e o q u e h u b i e r a s i d o e n v i a d a a l l e n a q u e l m o m e n t o . Se tratab a d e u n c e n t r o v e r d a d e r a m e n t e s i n g u l a r , c u y o p e r s o n a l estaba COnYfICSTG por e s p e c i a l i s t a s de la U N R R A c o n d e v o c i n p o r su t r a b a j o , q u e c o n t a b a n con la ayuda de expertos en terapia infantil bilinges, que hablaban alemn y polaco. El a s p e c t o de los n i o s ( s u r o s t r o a m a r i l l e n t o , c o n o j e r a s ) y l a r e a c c i n ex
p r p a d o s t r a n s p a r e n t e s y el p u l g a r en la b o c a . J o h a n n se abalanz s o b r e m n a d a m s v e r m e , g r i t a n d o c o n v o z q u e b r a d a Dli, d u , d u ( ' T , t , t u / j , y clVipcZ a asestarme patadas y puetazos. De no saber que en tres das partiran hacia
q u e h a b a n p a s a d o c o n a n t e r i o r i d a d p o r e l c e n t r o , h a b a n a p l a z a d o l a U el",a de salida p r o g r a m a d a con la e s p e r a n z a de p o d e r a y u d a r l e s a s u p e r a r esta s e g u n d a p r d i d a e n s u s b r e v e s v i d a s , a n t e s d e q u e t u v i e r a n q u e h a c e r f r e n t e a l a s expectativas sentimentales de sus p a d r e s b i o l g i c o s . P e r o no haba servido de n J o h a n n haba a d o p t a d o una actitud cada vez m s desafiante, con OtXOi episodios de v e r d a d e r a violencia dirigida hacia m, y M a r i e se orinaba en la c a m a y s o l o t o m a b a b i b e r n , y h a b a d e j a d o d e h a b l a r , e n u n a r e g r e s i n a la primera infancia. L a d e c i s i n d e e n v i a r l o s a c a s a e n e s e m o m e n t o , acnrnpaad'V", p o r (por supuesto, no h a b l a -
s e t o m c a s i c o m o u n l t i m o r e c u r s o , ]U h a b a
p a r t i d a , n o s i n c i e r t a r e t i c e n c i a y s i g u i e n d o l a s i n s t r u c c i o n e s d e l psicpl > a i r a re sidente, le di el b i b e r n a M a r i e , sentada sobre mi regazo, En su o p i n i n , esto n o p o d a h a c e r l e d a o , y a u n q u e s u p u s i e r a u n s h o c k p a r a ella, tal v e z i n c l u s o le ayudara. P e r o no se p r o d u j o n i n g n shock: se t u m b s o b r e mi falda, con su cuerpo inerte p a r e c a no t e n e r huesos. Ei nico movi-
los ojos c e r r a d o s ;
&7
EL TRAUMA ALEMN
ta, p a r a e l r e a s e n t a m i e n t o e n o t r o s c o n t i n e n t e s
y C a n a d ) d e t o d o s l o s m e n o r e s d e o r i g e n r u s o q u e s e e n c o n t r a b a n e n l o s terri t o r i o s r e c o n q u i s t a d o s a l I m p e r i o a l e m n , i n c l u i d o s a q u e l l o s p r o c e d e n t e s d e las d i s p u t a d a s r e g i o n e s fronterizas con los E s t a d o s blticos y U c r a n i a , en lugar de de v u e l t a a sus h o g a r e s y a u n a v i d a bajo el d o m i n i o s o v i t i c o . En otoo de 1946, m u c h o s trabajadores de la UNRRAhaban e m p e z a d o a mostrar seales de preocupacin por la recomendacin de n u e s t r o s supe
riores, no oficial hasta el m o m e n t o , de p r o h i b i r a los oficiales de enlace sovi ticos el a c c e s o a los c a m p o s de d e s p l a z a d o s y su p r e s e n c i a ante los m e n o r e s no acompaados. Sus seas estaban a disposicin de aquellos desplazados que
p e r o los oficiales no
Sin e m b a r g o , a l g u n o s d e n o s o t r o s , p e r s o n a l m e n t e , c r e a m o s que los s o v i t i c o s tenan tanto derecho a s u s HijOS c o m o l o s dems; por otra parte, necesitba
m o s su a y u d a p a r a localizar a los p a d r e s . A s que i g n o r a m o s esta r e c o m e n d a c i n , p o r l o m e n o s e n l o q u e r e s p e c t a a l o s n i o s m s p e q u e o s 110 a c o m p a a dos. E n e l t r a n s c u r s o d e los d o c e m e s e s a n t e r i o r e s , las n o r m a s d e l a U N R R A sufrido numerosas modificaciones, p o r ejemplo, en relacin con la
haban
edad a partir de la cual los m e n o r e s tenan la c a p a c i d a d de decidir por s mis m o s si q u e r a n regresar a sus h o g a r e s o n o , o las o p c i o n e s d i s p o n i b l e s p a r a los o f i c i a l e s d e e n l a c e p o l a c o s , c o m u n i s t a s o n o , c o n e l fin d e q u e p u d i e r a n con tactar con los m e n o r e s que r e c l a m a b a n . Por tanto, d e d u j i m o s que ni los Go
68
NIOS
ROBADOS
diez aos u b i c a d o s en centros especiales p a r a m e n o r e s , y eso solo en mi zona de actuacin. Sus p a d r e s e s p e r a b a n i m p a c i e n t e s su regreso a U c r a n i a ; l o s ni
os h a b a n recibido clases p a r a reactivar su lengua m a t e r n a , y h a b a n sido some t i d o s a u n a t e r a p i a c o n e l fin d e p r e p a r a r l o s p a r a s u v u e l t a a c a s a . P o r s u p u e s t o , h a b a m u c h o s o t r o s e n u n a s i t u a c i n s i m i l a r e n las z o n a s d e o c u p a c i n brit nica y estadounidense. Cmo poda habrsele sufrido en ocurrido a nadie ordenar que
en un e n t o r n o n u e v o y c o m p l e t a m e n t e ajeno para ellos? Varios de nosotros, sintindonos indignados por la inminente resolucin, con la a y u d a y la
n o s e m b a r c a m o s en u n a c a m p a a de o p o s i c i n a este p l a n ,
firmas
de t o d o s los t r a b a j a d o r e s
de c a m p o de
reign Office b r i t n i c o y la U S F E T . A u n q u e m u c h o s de los t r a b a j a d o r e s de la UNRRA cados firmaron la p r o t e s t a , la r e s p u e s t a de los o r g a n i s m o s oficiales ubi fue parca: nos contestaron que haban to-
en W a s h i n g t o n y L o n d r e s
nota de nuestra opinin y que todava no haban t o m a d o una decisin definitiva. Para aquel entonces, ya haba p r o t a g o n i z a d o varias discusiones en la sede d e l a U N R R A e n r e l a c i n c o n v a r i o s a s p e c t o s del p r o b l e m a d e los m e n o r e s n o a c o m p a a d o s , as c o m o s o b r e l a i n v e s t i g a c i n d e los a n t e c e d e n t e s d e los des plazados. gacin, D u r a n t e algn t i e m p o h a b a sido d e s t i n a d a a un e q u i p o de investi donde descubr Samochova la existencia de una organizacin haba ofrecido colaboracionista sus servicios a
rusa l l a m a d a
('Autodefensa'), q u e
los n a z i s y q u e t o d a v a t e n a c i e r t a i n f l u e n c i a en los c a m p o s de d e s p l a z a d o s . Asimismo, una serie t a m b i n tuve c o n o c i m i e n t o de la p r e s e n c i a c o n t i n u a d a en ellos de de personas que haban colaborado de forma manifiesta y terrible
c o n OS n a z i s . T r a s e s t a e x p e r i e n c i a h i c e s a b e r m i o p i n i n a l a s e d e d l a U N R R A . respecto a sus actividades de i n v e s t i g a c i n , en su m a y o r parte llevadas a c a b o p o r s o l d a d o s e s t a d o u n i d e n s e s sill l a f o r m a c i n a d e c u a d a , l o c u a l p e r m i t a q u e semejantes individuos gozaran de una situacin privilegiada como desplaza
de aquella poca,
notifiqu
de presentar mi ru
La n u e v a p o l m i c a s o b r e los n i o s
e m p e z a p a r e c e r un a s u n t o sin s o l u c i n , reforz mi d e c i -
69
E L T R A U M A A i F.MAN
M i s t e r i o s a m e n t e , n i e n l o s A r c h i v o s N a c i o n a l e s d e W a s h i n g t o n , n i e n l o s ar chivos de la U N R R A en N u e v a York, ni en la Oficina de Archivos Pblicos de consta p r u e b a a l g u n a de la c o p i o s a c o r r e s p o n d e n c i a de carcter oficial que m a n t u v i m o s con W a s h i n g t o n y L o n d r e s , en su totalidad firmada p o r e l fun
cionario de mayor rango de la U N R R A en la zona estadounidense, John Whit i n g , e n c a l i d a d d e c o s i g n a t a r i o . Y , a p e s a r d e q u e a p a r e c a n a b u n d a n t e s refe rencias a la r e s o l u c i n relativa al e n v o de los m e n o r e s de origen ruso a otros c o n t i n e n t e s en los d o c u m e n t o s de la U N R R A h a s t a que esta dej de existir en j u l i o d e 1947 ( y a u n q u e m u c h o s d e a q u e l l o s n i o s f l i e r o n e f e c t i v a m e n t e envia dos a pases mentos. En las p g i n a s 10 y 11 de un i n f o r m e con fecha del lp de m a r z o de 1947 elab o r a d o p o r E i l e e n B l a c k e y , l a a s e s o r a j e f e d e l a s o p e r a c i o n e s d e b s q u e d a y re patriacin de m e n o r e s en la sede de la U N R R A , se nos informa, en el apartado t i t u l a d o P r o b l e m a s r e l a c i o n a d o s c o n l a n a c i o n a l i d a d , d e l a s c o n t i n u a s difi c u l t a d e s p a r a e s t a b l e c e r u n a d i r e c t i v a c l a r a e n r e l a c i n c o n l o s m e n o r e s d e ori gen ucraniano y bltico. extranjeros), no queda ni rastro de n i n g u n o de aquellos docu
Los n i o s originarios de la regin de U c r a n i a (y los Estados blticos) que por el c o n v e n i o [de Y a l t a l h a n p a s a d o a f o r m a r p a r t e d e R u s i a , n o e s t n s i e n d o r e m i t i d o s a l o s o f i c i a l e s d e e n l a c e s o v i t i c o s p a r a o b t e n e r s u autorizacin y r e p a t r i a c i n [ . ] . L a U S F E T [...] s i n c o n s u l t a r a l o s o f i c i a l e s d e e n l a c e s o v i t i c o s s o b r e e s t o s n i o s [.] e s t a c e p t a n do la responsabilidad de permitir su emigracin.
La seora B l a c k e y , c o n o c i d a por su firme haba presionado mericano, deban durante en mucho tiempo
insistiendo
estar
autorizados escribi,
El telegrama remitido p o r el O e p a r t a m e n t o de Estado, segn n o s ha informado nuestra oficina en W a s h i n g t o n , [todava] no ha llegado a la U S F E T . Se trata de un t e l e g r a m a
de especial relevancia, puesto que recomienda a la U S F E T que no determine ninguna poltica [sobre la n a c i o n a l i d a d y el r e a s e n t a m i e n t o de los m e n o r e s en el extranjero]
[...] a m e n o s q u e e s t a sea c o n f o r m e a l a s r e c o m e n d a c i o n e s d e l a U N R R A [ c o n t r a e s t a s prcticas]. En caso de que se elabore y p o n g a en m a r c h a una directiva con anterioridad al 1 de j u l i o , e x i s t e la p o s i b i l i d a d d e q u e esta s i g a e n funcionamiento [ c u a n d o l a U N R R A a b a n -
70
NIOS
ROBADOS
d o n e l a Z O n a j . S i e n e s a f e c h a n o s e h a p u e s t o C n v i g o r n i n g u n a n o r m a t i v a l rO.Sp''~ . l a
;
resolucin
del
problema
puede
tener
resultados
catastrficos.
obstante, al m a r g e n de estas cifras no existen d a t o s s o b r e la c a n t i d a d de n i o s d e n a c i o n a l i d a d e s i n c i e r t a s , s o b r e c u n t o s d e ellos f u e r o n e n v i a d o s a o t r o s con tinentes o r e u b i c a d o s de otra f o r m a , ni t a m p o c o s o b r e la c a n t i d a d de nios lobados que nunca fueron descubiertos y permanecieron enAiemania, descono-
FEBRERO
DE
2000
En 1947, en
conoc,
Vgue a D o n H o n e y -
man, un
los p a d r e s de n u e s t r o s nietos an> de veintin aos, y Catie, de d i e c i o c h o ) . Poco despus, D o n a c e p t u n a i n v i t a c i n de la filial b r i t n i c a de Vogue, as
que n o s t r a s l a d a m o s a L o n d r e s , a u n a p r e c i o s a casa CU los E s t u d i o s Pembroke, eil K e n s i n g t o n . E n i95 > Vogue d e N u e v a Y o r k v o l v i a s o l i c i t a r l o s s e r v i c i o s d e Don, as q u e i n t e n t a m o s v i v i r en la c i u d a d de N u e v a Y o r k y m s tarde en A m me encantaba, pero Don odiaba el m u n d o n e o y o r q u i n o de la moda. En Estados Unidos escrib mi primer libro, JllCjSdcdciUii^u.ano
seis a o s m s tarde D o n recibi d e n u e v o u n a p i p U C S t a d e c o l a b o r a c i n d e Vogue e n Gran Bretaa, decidimos que L o n d r e s era el lugar en el que q u e r a -
N u e s t r a hija Maildy, a c t u a l m e n t e d i r e c t o r a
de cine, naci en julio de 1960. P o c o despus r e g r e s a m o s a nuestro estudio en K e n s i n g t o n , d o n d e ViVllllOS d u r a n t e los siguientes treinta y un aos. mos a C h r i s t o p h e r al i n t e r n a d o de Envia-
p r i m e r o s aos de v i d a de M a n d y me q u e d en casa, intentando escribir otras n o v e l a s sin d e m a s i a d o x i t o . E n 1 9 6 6 e m p e c a e j e r c e r c o m o p e r i o d i s t a p r o f e sional, ron e i n m e d i a t a m e n t e recib n u m e r o s a s m u e s t r a s de a p o y o , que me hicie extremadamente afortunada. escrito dos artculos en 1966, uno para WQl/liin^VtH'O&obre
sentir Solo
haba
72-
UNA G E N E R A C I N SIN P A S A D O del d o n de J o h n p a r a d e s c u b r i r y r e s p a l d a r a futuros e s c r i t o r e s ; bajo s u difcil a u n q u e e x t r a o r d i n a r i o m e c e n a z g o , t o d a s las p e r s o n a s q u e r e c i b i e r o n s u apoyo aprendieron a escribir mejor de lo que n u n c a h a b a n p o d i d o imaginar.
v e r t i r l o s e n iibl'OS q u e l l e g a r o n a l g r a n p b l i c o . A p e s a r d e q u e l a m a y o r a d e los a r t c u l o s q u e m e e n c a r g d u r a n t e los d o c e a o s s i g u i e n t e s s e r e e d i t a r a n e n otros pases, escrib e x c l u s i v a m e n t e p a r a l hasta que en 1 9 7 7 recib una oferta irresistible (que l no p u d o igualar) como c o l a b o r a d o r a d e l SundyTimes. Des-
nos segua
j o v e n de cncer, en 1988. En 1993 solicit la a y u d a de J o a n n a en la pesada tarea d e leer e l e x t e n s o b o r r a d o r d e m i l i b r o s o b r e A l b e r t S p e e r (fue u n a d e l a s d o s nicas p e r s o n a s a q u i e n e s p e d este f a v o r ) . me Joanna acept, p r o p o r c i o n n d o La suerte ha seguido
a c o m p a n d o m e durante el resto de mi v i d a profesional, e incluso ahora, en el siglo XXI, m e c o n s i d e r o a f o r t u n a d a p o r p o d e r s e g u i r c o l a b o r a n d o c o n e d i t o r e s de idntica generosidad, como del H a r r y E v a n s y M a g n u s Linkiater, del Liz Jobey, del Sunday
TimeSy R i c h a r d W i l l i a m s ,
labor con otros editores, quien en 1988
Times,
Independern
Sunday
Re~
redaccin de reportajes s u m a m e n t e c o m p l i c a d o s . Gracias a editores tan audaces c o m o estos (ahora en vas de e x t i n c i n ) , dispuestos a arriesgarse con escrito
res q u e n e c e s i t a n u n c o n s i d e r a b l e a p o y o f i n a n c i e r o , y a s u c o m p r o m i s o e d i t o r i a l , existe esta vertiente del p e r i o d i s m o que yo escog. siempre ha con requerido m u c h o t i e m p o y los t e m a s Mi p r o d u c c i n periodstica que quera abordar exigan (Recuerdo una ocasin
C a s u a l m e n t e , l o p r i m e r o q u e e s c r i b p a r a u n a p u b l i c a c i n estaba relacio n a d o c o n u n a p e r s o n a q u e m u c h o m s t a r d e , e n e l c o n t e x t o d e e s t e y o t r o s li b r o s , d e s e m p e a r a un p a p e l c r u c i a l y IT1UVespecial en mi v i d a . En 1 9 3 7 , cuan do todava no h a b a c u m p l i d o q u i n c e aos de edad y asista al p r i m e r curso de arte d r a m t i c o e n e l S e m i n a r i o R e i n h a r d t d e V i e n a , E e l e n e T h i m i g , u n a d e las
73
EL TRAUMA ALEMN
mejores
actrices
de
Max
Reinhardt,
de no
ganarme
su
favor. mi
Me
asegur
impresiones pero
aparecera
nombre, realidad,
p r o m e s a que
p r o v o c a n d o m i m s p r o f u n d a ira;
en
public el artculo
d u r a n t e u n a s N a v i d a d e s q u e p a s c o n ella en su casa,
fic P a l i s a d e s , q u e , j u n t o c o n s u m a r i d o , h a b a n c o n v e r t i d o e n u n a j o y a d e e s t i l o a u s t r a c o , s u p e q u e n i s i q u i e r a ella m i s m a h a b a t e n i d o n o t i c i a d e aquel a r t c u lo hasta que la secretaria de Reinhardt llam su atencin sobre l en H o l l y w o o d en 1939. V o l v a e n c o n t r a r m e con H e l e n e T h i m i g en el v e r a n o de 1946 en un tren con d e s t i n o a S a l z b u r g o . Yo l l e v a b a el u n i f o r m e de la U N R R A , era mi p r i m e r p e r m i s o en m s de un a o y haba salido de R o m a con la i n t e n c i n de asistir al Festival de S a l z b u r g o . Ella se diriga a E s t a d o s U n i d o s con la i n t e n c i n de rean u d a r el festival que mannsthal, fundaron en cin de Reinhardt, junto 1920 con Richard Strauss y Hugo von Hof-
mujer hermosa,
rubia y de constitucin
delgada,
d a m e n t e r e s e r v a d a c o n los d e s c o n o c i d o s , con un rostro de apariencia casi g t i c a por su pureza. H e l e n e tena e n t o n c e s c i n c u e n t a y siete aos y yo veintitrs. La
p r o f u n d a a m i s t a d que se inici en el v a g n c o m e d o r de aquel tren y que, pequeos contratiempos, perdur hasta su muerte en 1974, result
salvo
incom
rodeaban,
D u r a n t e esos v e i n t i o c h o
aos,
t n d o m e q u era lo que ella, u n a artista tan e l e g a n t e , tan c o n s u m a d a y f a m o s a , poda haber visto en m Este pensamiento me ( y n o s e t r a t a b a d e falsa m o d e s t i a , asalt en numerosas ocasiones, por sino de algo real). ejemplo, cuando
en Inglate
rra o en E s t a d o s U n i d o s , y c o n v e r s b a m o s i n c e s a n t e m e n t e sobre el arte, no en el s e n t i d o h a b i t u a l de la p a l a b r a , s i n o del arte de v i v i r , del ser h u m a n o ; o c u a n do me entreg en m a t r i m o n i o mi infancia en Viena, mientras (en 1948) e n l a q u e h a b a s i d o l a p a r r o q u i a d e los Nios Cantores de Viena entonaban el
o me alojaba en
74
U N A G E N E R A C I N SIN P A S A D O
probablemente s a l v a b a la diferencia de
edad,
e x p e r i e n c i a y s o n s t i c a a n era
n u e s t r a c a p a c i d a d , e i n c l u s o m e a t r e v e r a a d e c i r q u e e l a n s i a c o m p a r t i d a , d e rer. M i e n t r a s e s c r i b o estas p a l a b r a s , me viene a la m e m o r i a la imagen de nuestras Salzburgo, durante o n u e s t r o s pa sus los giras por
Hamburgo
en las q u e a m e n u d o la a c o m p a a b a ,
sobre t o d o en
a o s cin
cuenta, c u a n d o nos asaltaban ataques de risa incontrolables, hasta el pnn-i de que no p o d a m o s seguir c a m i n a n d o y nos v e a m o s obligadas a detenernos y
a p o y a r n o s e n l a f a c h a d a m s p r x i m a p a r a n o c a e r . D e b a d e s e r u n espsctcnlo i n c o m p r e n s i b l e para los t r a n s e n t e s , p a r a m u c h o s de los cuales to los a l e m a n e s c o m o los a u s t r a c o s g r a n d e s a f i c i o n a d o s arquetipo de la distincin en una actriz dramtica. E n t o n c e s no era c o n s c i e n t e de algo que no p u d e entender hasta m a tarde
p
al teatro)
(el m o t i v o p o r e l q u e e s c r i b o a c e r c a d e e l l a e n e s t e c a p t u l o ) : a t r a v s d e l l a y de su pasin por el sin p a r a n g n , idioma, ella que h a b l a b a con una distincin y un refinamiento s i m b o l i z a b a la mi r a z n de la existencia, alemana, recuper n o
y que para
q u e h a b a re Con
c h a z a d o d u r a n t e a o s c o m o r e s u l t a d o d e m i ira y d e s p r e c i o p o r los n a z i s . frecuencia he t e n i d o la s e n s a c i n de que, miento hacia la lengua alemana, solutamente desarroll incapaz de gracias en parte a
este n u e v o senti ab
demostrar
lentamente Ale
menos
emocional e
intransigente hacia
m a n i a y los
(equi
v a l e n t e a los Redgrave en G r a n B r e t a a o los Barrymoreen E s t a d o s U n i d o s ) , y d e s d e c a s i e l p r i n c i p i o d e s u b r i l l a n t e c a r r e r a , a l a e d a d d e Veinticuatro a o s , s e haba c o m p r o m e t i d o a c o m p a r t i r su vida con el h o m b r e que, presentaba la cspide del teatro europeo, pero que, C i e r t a m e n t e , re rondaba ya la
adems,
de p r o d u c t o r invitado, en 1938,
A l a p r o p i a Hcleiie, oportuni-
apenas se le presentaron
d a d e s d e a c t u a r a l l , e x c e p t o e n p a p e l e s p r c t i c a m e n t e d e f i g u r a n t e e n algunas p r o d u c c i o n e s c i n e m a t o g r f i c a s d e H o l l y w o o d . E s t o y c o n v e n c i d a d e -"jue, du rante guien era, los v e i n t i c i n c o diferente aos que vivieron juntos, religin, sino nunca le consider el gran como artista al que
por su
nicamente como
de su m u e r t e
75
b a n p a r a designar a las m u j e r e s que se a c o s t a b a n con j u d o s ( i n c l u s o en el seno del m a t r i m o n i o ) . Fue el p r i m e r o , p e r o no el l t i m o , que recibira tras su re-
sus m a n o s h a b a n p a l i d e c i d o y estaban tensas, y la rigidez de su rostro denota b a s u f r i m i e n t o . N o e n t i e n d o c m o p u e d e h a b e r g e n t e as, d i j o e n t o n c e s c o n v o z tensa, a u n q u e no airada, sino ms bien desconcertada. Posteriormente me
i n f o r m de que h a b a r e c i b i d o t o d a u n a serie de a n n i m o s s e m e j a n t e s al micio de sus r e l a c i o n e s con R e i n h a r d t , treinta y tres a o s antes ( a u n q u e t o d a v a no ese vivan juntos). tenia; Salvo en aquella ocasin, normalmente nunca hablaba de
e s t a b a n o s o l o d i s p u e s t a , s i n o t a m b i n d e s e o s a d e i n t e r c a m b i a r o p i n i o n e s so bre c u a l q u i e r t e m a , con e x c e p c i n del s e x o , q u e p a r a ella era un t e m a tab, en l a m e d i d a e n q u e l o c o n s i d e r a b a e l a c t o m s n t i m o y p o s i b l e m e n t e e l m s des c o n c e r t a n t e del ser h u m a n o . A l g u n o s a o s d e s p u s l e p r e g u n t p o r q u e l u d a e l t e m a del antisemitismo de forma tan manifiesta, lo cual b s i c a m e n t e indi (eufemismo
caba que rehua cualquier conversacin sobre el pasado reciente empleado en aquella poca)
e x t e n d i d a entre los a u s t r a c o s
p r e g u n t a p r o v o c e n ella l a a p a r i c i n d e l a m i s m a e x p r e s i n d e s u f r i m i e n t o q u e y a h a b a v i s t o e n 1^46 e n s u c a m e r i n o , y a q u e l l a fue l a p r i m e r a y n i c a v e z q u e l a o tartamudear: "No p-p puedo... no p u e d o soportarlo, dijo. N u n c a supe a
ciencia cierta si se trataba de un conflicto entre la v u l g a r i d a d m o r a l del antise m i t i s m o y su largo r o m a n c e con A l e m a n i a , d o n d e entre lyil y 1936 h a b a re-
p r e s e n t a d o los p a p e l e s p r i n c i p a l e s del r e p e r t o r i o de oblas clsicas al c o m p l e t o ; o b i e n , si en un p l a n o m s e m o c i o n a l y p e r s o n a l , lo a s o c i a b a con la c a t s t r o f e p r o f e s i o n a l que h a b a supuesto p a r a R e i n h a r d t . T o d a v a h u b o otra o c a s i n , p a r a mi total d e s c o n c i e r t o , expresin de p r o f u n d a afliccin en su rostro. una copia d e l Daily TelegrpMitgazineX 8 de en la que vi esta
o c t u b r e de
recan publicadas m i s p r i m e r a s i m p r e s i o n e s (que m s t a r d e a m p l i a r a e n e l libro En aquellastinieblas) sobre las conversaciones mantenidas en la prisin
d e D u s s e l d o r f c o n F r a n z Stang, a n t i g u o c o m a n d a n t e d e S o b i b o r y Treblillka (vase la p g i n a 110). Saba que n u n c a lo leera si se lo enviaba por correo, d e los artcu
en esto d u r a n t e m s de m e d i o a o ; era algo m u y i m p o r t a n t e p a r a m y e s t a b a decidida a c o n s e g u i r que lo leyera, a pesar de que p o s t e r i o r m e n t e me arrepen tira de mi actitud o b s t i n a d a . De m o d o que a p r i n c i p i o s de d i c i e m b r e t o m un
UNA GENERACIN
SIN P A S A D O
avin c o n d e s t i n o a V i e n a y me d i r i g a su p i s o , r e v i s t a en m a n o , y le dije q u e esperara en la habitacin contigua hasta que lo hubiera ledo. p a s a b a las p g i n a s , y d e s p u s solo h u b o s i l e n c i o . Escuch cmo
F u e e n t o n c e s c u a n d o la en-
contr, con la revista sobre el r e g a z o y el rostro, s i e m p r e d e l g a d o y h u e s u d o , d e n u e v o d e l c o l o r dei p e r g a m i n o . T r a s u n p r o l o n g a d o e i n i n t e r r u m p i d o s i lencio, me mir e inquiri: Poiqu t ? C O n l a m i s m a v o z q u e b r a d a que ya
haba o d o antes en dos ocasiones. P e r o por q u t?. No s u p e q u respon der, p u e s t o q u e n u n c a l l e g u a e n t e n d e r la p r e g u n t a , y al v e r l a t a n c o n s t e r n a d a , m e fue i m p o s i b l e o b l i g a r l a a m a n t e n e r u n a c o n v e r s a c i n a l r e s p e c t o . En los l t i m o s c i n c u e n t a a o s ha h a b i d o p o c a s en las que la m a y o r a
de los a l e m a n e s , de diferentes g e n e r a c i o n e s , no q u e r a n o estaban ya h a r t o s de pensar en Hitler o tener que recordarlo c o n t i n u a m e n t e . Esto es aplicable tanto a la g e n e r a c i n de j v e n e s de d e s p u s de la guerra, de edades c o m p r e n d i d a s entre los catorce y c u a r e n t a aos, que representaban la esencia de los delirios
d e H i t l e r y q u e h a b a n l u c h a d o p o r l, c o m o a l a g e n e r a c i n a n t e r i o r , q u e e n s u mayor parte haba c o m p a r t i d o esos sueos y le haban llevado al poder. tesistencia (o rechazo) Esta
c u a n d o en los t r i b u n a l e s a l e m a n e s se e m p e z a r o n a c e l e b r a r los j u i c i o s N S, q u e se extenderan durante m s de dos decenios; m u c h o s de ellos se p r o l o n g a r o n durante meses e incluso a o s , y fueron objeto de un m i n u c i o s o s e g u i m i e n t o por parte de los m e d i o s de c o m u n i c a c i n . La m a y o r a de los a l e m a n e s se v i e ron obligados a e n f r e n t a r s e de n u e v o a los t e r r i b l e s c r m e n e s q u e se c o m e t i e r o n e n s u n o m b r e , as q u e l o n i c o que d e s e a b a n era q u e f i n a l i z a s e n d e u n a v e z por todas los j u i c i o s , escritos, pelculas y obras sobre aquel perodo. Hasta
c i e r t o p u n t o e r a p o s i b l e s e r s o l i d a r i o c o n s u s s e n t i m i e n t o s . B i e n e s v e r d a d CJUC durante bastante t i e m p o , en parte d e b i d o a la escasez de p r o f e s o r e s cualifica dos en la d c a d a de los c u a r e n t a y a p r i n c i p i o s de la siguiente, p a s a r a n a o s antes de que la historia del T e r c e r R e i c h y sus c r m e n e s se e n s e a r a c o r r e c t a m e n t e e n l o s c e n t r o s d e e n s e a n z a a l e m a n e s . P e r o e n m i o p i n i n , e l m u n d o e n ge neral no ha r e c o n o c i d o el esfuerzo r e a l i z a d o por los escritores y los cineastas, as c o m o p o r los m e d i o s d e c o m u n i c a c i n , asunto desde sus c o m i e n z o s m u y pronto tendra c o m o q u e se c o n c e n t r a r o n en tratar este
resultado
l a s , c o m e n t a r i o s y d e b a t e s d e c o n s i d e r a b l e c a l i d a d , c u y o l e m a c e n t r a l e r a l a de g e n e r a c i n m o r a l d e los n a z i s . A s p u e s , c r e o q u e l a h o n d a p r e o c u p a c i n p o r e l p a s a d o de su pas que d e m o s t r a r o n , en a q u e l l o s primeros a o s , los p r i n c i p a l e s escritores, artistas, p e n s a d o r e s , j u r i s t a s y , t o d o h a y q u e d e c i r l o , t a m b i n los pol ticos, as c o m o su c a p a c i d a d p a r a m a n t e n e r sus c o n v i c c i o n e s a p e s a r de la pre ( m u c h o m s q u e e l P l a n Marshall consecuencia del mismo),
77
EL TRAUMA ALEMN
13 D E M A R Z O
DE
I97
L a m a y o r a d e los a l e m a n e s n o e n t i e n d e n p o r q u e l r e s t o d e l m u n d o n o l e s e n t i e n d e . C o n s i d e r a n q u e l l e v a n u n a s v i d a s i n o f e n s i v a s ) ' c o n s t r u c t i v a s , s e trat a n c o n a m a b i l i d a d e n t r e s, s o n g e n e r o s o s c o n l o s e x t r a n j e r o s , h a n r e s p a l d a d o la d e m o c r a c i a d u r a n t e v e i n t i d s a o s y se v e n a s m i s m o s c o m o s o c i o s funda mentales de una n u e v a Europa. Estn dispuestos a admirar y adoptar muchas gClina y p r o f u n d a m e n t e o f e n -
c r t i c a s y l a d e s c o n f i a n z a d e m o s t r a d a h a c i a ellos.
a c t i v a en la v i d a p b l i c a del p a s , en el m b i t o de la l i t e r a t u r a , la p r e n s a , la rad i o , l a t e l e v i s i n y e l p o d e r j u d i c i a l ; y a l g u n o s t a m b i n e n e l c a m p o d e l a edu c a c i n , l a r e l i g i n y e l G o b i e r n o . L o s p r o d i g i o s o s e s f u e r z o s sin p a r a n g n , des p r o p o r c i o n a d o s en relacin con su reducido n m e r o , q u e est r e a l i z a n d o este
g r u p o d e p e r s o n a s c o n e l fin d e c o n t r a r r e s t a r las n e f a s t a s i n f l u e n c i a s del p a s a do reciente de A l e m a n i a , estn d i r i g i d o s tambin a p a l i a r los m a l e s sociales a c tuales, de los q u e son desesperada y p e r f e c t a m e n t e conscientes. L a m e n t a b l e
mente, se trata de una m i n o r a m u y dispersa, por lo que en la m a y o r parte de los casos son i n c a p a c e s adulta. P a r a esta m a y o r a es i m p o s i b l e darse c u e n t a de que la r a z n p o r la que el resto del m u n d o es i n c a p a z de c o m p r e n d e r l e s es el h e c h o de q u e los a l e m a n e s , como nacin, unidades familiares y personas, e n g a o s a y arriesgada. estn l l e v a n d o una doble vida, de influir sobre la a b r u m a d o r a m a y o r a de la pobla-
tremendamente
P o r u n a p a r t e , u n a vida i m p r e g n a d a d e l o s h o r r i b l e s a c o n t e c i m i e n t o s del p a s a d o r e c i e n t e de A l e m a n i a , q u e , a p e s a r del t i e m p o t r a n s c u r r i d o y de la sli da y rica estabilidad actual, estn tan presentes en l a m e n t e d e los a l e m a n e s
q u e , a la m n i m a ocasin o p r o v o
de excusas, j u s t i f i c a c i o n e s , a c u s a c i o n e s o arrepenti
Por otra parte, u n a vida en la que se racionaliza y m i n i m i z a lo que simple mente no se puede soportar, no pas realmente, fingiendo con v e h e m e n c i a ante t o d o s que aquello
e n e s p e c i a l a n t e s u s p r o p i o s hijOS, a l o s q u e d e e s t e m o d o
c o n t a m i n a n con una actitud de a u t o e n g a o , con la e x c u s a de que ellos no est a b a n all o n o s a b a n n a d a , lo c u a l c o n f r e c u e n c i a es c i e r t o . No obstante, to, b s i c a m e n t e todos saben distinguir entre lo j u s t o V lo injus
fuera d e f o r m a p a s i v a , las t e r r i b l e s i n j u s t i c i a s .
78
UNA GENERACIN
SIN P A S A D O
caer en el o l v i d o . Fn g e n e r a l , d u r a n t e t o d a su h i s t o r i a los a l e m a n e s han careci d o p o r c o m p l e t o del s e n t i m i e n t o c v i c o i n n a t o q u e , a s u v e z , f o m e n t a l a v a l e n t a d e l a s o c i e d a d c i v i l , c o n n a t u r a l e n l o s h a b i t a n t e s d e l o s E s t a d o s c o n u n a tra dicin d e m o c r t i c a . A c a u s a de esta m i s m a deficiencia, la libre a s u n c i n de la r e s p o n s a b i l i d a d c o m p a r t i d a d e s u p r o p i a h i s t o r i a s e n c i l l a m e n t e s u p e r a Sil ca pacidad En de aceptacin.
1945 tal v e z p o d r a m o s h a b e r l e s a y u d a d o a a c e p t a r s u p a s a d o r e c i e n t e .
contraban o b v i a m e n t e en un estado de shock m o r a l tras el d e s c u b r i m i e n t o de sus p r o p i a s i n i q u i d a d e s , y en el q u e a d e m s e s t a b a n e s p e c i a l m e n t e abiertos a una influencia positiva, a t r a v s d e l d e s c o n c i e r t o m s q u e d e i n t e n c i o n e s per
v e r s a s g e n e r a m o s e h i c i m o s c r e c e r e n e l l o s u n s e n t i m i e n t o d e proTUlH a d e p e n d e n c i a d e l exterior, p o r l o q u e , e n l t i m a i n s t a n c i a , a c a b a r o n p o r r e n u n c i a r (en l u g a r d e a s i m i l a r ) a l a a u t o d e t e r m i n a c i n , e n c u a l e s q u i e r a d e s u s formas L a desnacificacin f u e u n a f a r s a , y l o s i n t e r e s e s p o l t i c o s q u e r p i d a m e n t e sur gieron en aquel m o m e n t o f o m e n t a r o n la r e i n c o r p o r a c i n de individuos pro e n p u e s t o s d e g r a n rele
t o q u e la c o n s e c u c i n d e u n a r i q u e z a a b s u r d a s e c o n v i r t i e n s u m x i m a p r e r r o gativa. El estado de esquizofrenia m o r a l en ciernes se vio intensificado al indu cir s e n t i m i e n t o s d e v i c t o r i a e n l a A l e m a n i a v e n c i d a . E s t a s i t u a c i n s e h a v i s t o a g r a v a d a c a d a v e z m s p o r las n e c e s i d a d e s y la e v o l u c i n p o l t i c a e x t e r n a , adems ha i m p e d i d o necesidad y
Y a e s d e m a s i a d o t a r d e . E n c o n t r a s t e c o n l a c r e e n c i a t a n e x t e n d i d a e n e l ex tranjero, el s e n t i m i e n t o de culpa e i m p o t e n c i a est c o n s u m i e n d o a los alema nes. Esta nacin, se dividida no solo geogrficamente sino tambin por su propia en grupos de edad claramente definidos,
encuentra fragmentada
de ellos
c o m p l e t a m e n t e diferente,
arinque tun-
d a m e n t a l m e n t e e v a s i v a , del p r e s e n t e y del p a s a d o . L a c u l p a d e t o d a l a n a c i n , t o d a v a sin r e s o l v e r , s e h a c o n v e r t i d o e n e l t r a u m a a l e m n . No h a b l o del p a s a d o , sino del p r e s e n t e . No es solo a s u n t o s u y o . tamos implicados en este nuevo mundo interrelacionado. Todos e s una
En Alemania,
d e las c o n s e c u e n c i a s e s q u e c u a l q u i e r i n t e n t o d e c o n s e g u i r u n o b j e t i v o nacio nal claro resulta infructuoso, p u e s t o que tan solo una m i n o r a d e las p e r s o n a s
79
EL TRAUMA ALEMN los d e m s o v c t i m a s de su p r o p i o m i e d o , con idntica c a p a c i d a d de destruc Este e s t a d o mental afecta forzo
p e r c i b e n los a l e m a n e s d e q u e e m i t i m o s j u i c i o s e r r n e o s y s o s p e c h a m o s d e ellos (algo q u e , p o r s u p u e s t o , hacciTlOSj, p r o v o c a n u n s e n t i m i e n t o d e f r u s t r a c i n e que a m e n a z a con tener graves consecuencias: propia confusin, las c o n s e c u e n c i a s No solo
impotencia,
del pas, que afecta r a d i c a l m e n t e a l o d o s los a s p e c t o s de su vida. R e s u l t a prcti camente imposible para la generacin todava en el poder, de edades compren didas entre los c u a r e n t a y c i n c o y c i n c u e n t a y c i n c o a o s , l i b e r a r a las genera ciones ms j v e n e s , que t a m p o c o han tenido la o p o r t u n i d a d de desarrollar su instinto de rebelda e i n d e p e n d e n c i a , y se c o n s i d e r a n i g u a l m e n t e i n c a p a c e s de liberarse. Y unajuventud cautiva p u e d e convertirse en la m a y o r a m e n a z a para Europa. Pero esto no es lo que cientes de que pueden desea la j u v e n t u d alemana. una amenaza. Ni Siquiera son cons son j v e n e s ,
representar
Simplemente
sin c o m p r o m i s o s , sin i m p l i c a c i n . N o s e s i e n t e n a l u d i d o s p o r n i n g u n a d e las a c u s a c i o n e s l a n z a d a s c o n t r a A l e m a n i a . A l e m a n i a O c c i d e n t a l t i e n e s e s e n t a mi llones de h a b i t a n t e s , de los cuales treinta s o n m e n o r e s de treinta y c i n c o a o s . En otros pases, u n a p e r s o n a d e veintisiete o t r e i n t a a o s el t r m i n o se c o n s i d e r a adulta.
Pero en A l e m a n i a ,
"joVCH" t a m b i n e s a p l i c a b l e a l o s m a y o r e s d e
t r e i n t a y C11CO a o s , p u e s t o
q u e la l n e a divisoria e n t r e la j u v e n t u d y la e d a d
adulta n i c a m e n t e r e s p o n d e al criterio de si se v i v i o no en la era de Hitler. S i n e m b a r g o , e s t o s j v e n e s n o s o n n a c i o n a l i s t a s . N i t a m p o c o e g o s t a s , au t o r i t a r i o s o a r r o g a n t e s . No d a n m u e s t r a s de f a n a t i s m o . E s t n o r g u l l o s o s de ser alemanes, pero no como resultado de una ideologa peligrosa. no sienten a d m i r a c i n por el espritu militar. S o n jvenes e n c a n t a d o r e s : honestos, amables, adultos. limpios, educados, incluso Y, sobre todo,
m u e s t r a n u n a a c t i t u d a m i g a b l e a n t e los
La p r e t e n s i n de c o n s i d e r a r l o s iguales que los j v e n e s de otros p a s e s , o de hablarles en t r m i n o s de futuro, se ve frustrada c u a n d o sus p r o p i a s r e a c c i o n e s les o b l i g a n a v o l v e r l a v i s t a h a c i a e l p a s a d o . E n e l resto del m u n d o o c c i d e n t a l , los j v e n e s e m p i e z a n a d e s a f i a r l o s v a l o res del p a s a d o , especialmente la glorificacin del compromiso c o m o virtud Los
8o
PASADO
p o r q u e e l c o m p r o m i s o e s e l eje
central de la v i d a en A l e m a n i a . Y r e c h a z a r el p a s a d o es algo que la g e n e r a c i n de sus miento. En un m u n d o en que la j u v e n t u d disfruta cada v e z de m a y o r e s libertades y alcanza la m a d u r e z m u c h o antes, la g e n e r a c i n de los p a d r e s de estos j v e n e s alemanes conserva firmemente los v n c u l o s t r a d i c i o n a l e s , i m p i d i n d o l e s crecer, padres no puede permitirse, porque el rechazo implica el reconoci
mientras que sus c o e t n e o s e m p i e z a n a influir en el c u r s o de las n a c i o n e s . Esta generacin de p a d r e s a l e m a n e s necesitan a sus hijos de su propio honor intrnseco, tanto, c o m o la p r u e b a viviente de sus v a l o r e s y, p o r
COlllo u n a r e i v i n d i c a c i n
He tenido la o p o r t u n i d a d de c o n o c e r a j v e n e s a l e m a n e s en escuelas, hoga res ) c l u b e s ; e s t u d i a n t e s u n i v e r s i t a r i o s y d e e s c u e l a s t c n i c a s ; j v e n e s t r a b a j a d o r e s en sus r e s i d e n c i a s . He p o d i d o o b s e r v a r a jvenes s i n d i c a l i s t a s y a r e p r e s e n t a n t e s de g r u p o s p o l t i c o s , e i n c l u s o he l l e g a d o a c o n o c e r a los m e n o s j v e n e s , c o n eda des c o m p r e n d i d a s e n t r e los v e i n t i s i e t e y los t r e i n t a y c i n c o a o s , en sus p r o p i a s
casas o en reuniones e s p e c i a l m e n t e p r e p a r a d a s p a r a m , q u e a h o r a t r a b a j a n c o m o profesionales o d e s e m p e a n un oficio, pia familia. De t o d o s los j v e n e s a l e m a n e s , duros, este g r u p o e s e l m s i m p o r t a n t e : s o n ma y q u e a m e n u d o ya han f o r m a d o su pro
H a n d e s a f i a d o a sus p a d r e s , a c e p t a d o la s e p a r a c i n de las
dos lemailias c o m o u n a c o n s e c u e n c i a l g i c a d e las a c c i o n e s d e A l e m a n i a y despreciado los beneficios m a t e r i a l e s del famoso milagro econmico ale
mn, y a h o r a p o n e n en tela de j u i c i o t o d o s a q u e l l o s v a l o r e s q u e la g e n e r a c i n anterior sigue imponiendo a los an ms jvenes que ellos. Constituyen ti
d e c a m b i o , d e h a b e r li Lamen
berado sus m e n t e s y h a b e r a d q u i r i d o r e s p o n s a b i l i d a d e s en el p r o c e s o .
tablemente, han contrado demasiadas obligaciones econmicas y empiezan a presentar s n t o m a s de fatiga cnica. Sera i m p r u d e n t e s u b e s t i m a r el efecto del alto nivel de v i d a de los j v e n e s e n A l e m a n i a . N o l e s f a l t a n a d a , y e s t a a b u n d a n c i a s i n p r e c e d e n t e s h a d a d o lu gar a un n u e v o p r o b l e m a : la a u t o c o m p l a c e n c i a , u n a e s p e c i e de l e t a r g o e inclu so un cierto desdn, apenas disimulado, y una actitud condescendiente hacia
aquellos que viven en sociedades m e n o s opulentas. L o s p a d r e s y e l E s t a d o c o m p i t e n e n t r e s p o r o f r e c e r a l o s j v e n e s m s faciudades, comodidades y los m a y o r e s lujosme dijo en C o l o n i a un p r o d u c -
que quieren q u e s u s h i j o s t e n g a n l o q u e ellos n o p u d i e r o n tener, p e r o e n reali dad esta es u n a e x p l i c a c i n simplista. En mi opinin, creo que inconsciente
81
EL TRAUMA ALEMN u n p a s d i v i d i d o ; ta! v e z p o r q u e n o s e n o s p e r m i t e d i s p o n e r d e a r m a s n u c l e a res; e n r e s u m e n , tal v e z p o r q u e s u s h i j o s son a l e m a n e s . Nuestra j u v e n t u d tiene a su d i s p o s i c i n t o d o s los bienes materiales en
bandeja de plataafirma en HamburgO un m d i c o de v e i n t i o c h o aOS-. La s u p u e s t a e x c u s a e s o f r e c e r l e s u n a m a y o r " s e g u r i d a d " . P e r o , e n r e a l i d a d , s e trat a d e u n a e s p e c i e d e s o b o r n o : t e d a r e m o s t o d o e s t o y t e s e n t i r s o r g u l l o s o d e ser a l e m n . A s no p e n s a r s en t o d a s las c o s a s de las q u e no te p u e d e s sentir orgu lloso. En las a u l a s de un c e n t r o de e n s e a n z a , p e d a los j v e n e s , de entre d i e c i o cho y d i e c i n u e v e a o s , que a c e r c a s e n sus sillas h a s t a el lugar d o n d e yo estaba sentada, tras u n a m e s a frente a ellos. Son estudiantes y todava viven con sus padres, pero no son n i c a m e n t e e s t o s q u i e n e s d e l i m i t a n y c o n t r o l a n s u h o r i z o n t e , s i n o l a g e n e r a c i n d e s u s pa d r e s e n s u c o n j u n t o , i n c l u i d o s s u s p r o f e s o r e s y e l G o b i e r n o . E s d e c i r , e l siste m a . L o s m e d i o s d e c o m u n i c a c i n les h a n m o s t r a d o q u e e x i s t e n o t r a s m a n e r a s de vivir, diferentes actitudes en los j v e n e s de otros pases, a los que a d m i r a n e intentan imitar en su v e s t i m e n t a , sus m o d a l e s e incluso su forma de hablar, salpicada de e x p r e s i o n e s n o r t e a m e r i c a n a s . P e r o se trata tan solo de algo provi sional, de una fantasa. H a b l a n de libertad, pero no saben c m o liberarse a s m i s m o s , c m o ser y s e g u i r s i e n d o libres. E s t a n d o con estos j v e n e s no trans
odiada
Obrigkci'Cautoridad'
'jerarqua').
T o d o l o q u e h a c e m o s e n e l c o l e g i o s e r e f l e j a e n n u e s t r a s c a l i f i c a c i o n e s , co ment un m u c h a c h o de W i e s b a d e n . Vi que m u c h o s j v e n e s repetan observa c i o n e s p a r e c i d a s a esta u n a y otra v e z . Es fundamental tener la actitud "adecuada", las o p i n i o n e s "adecuadas".
Las o p i n i o n e s a d e c u a d a s son las m s " s e g u r a s " . a la i z q u i e r d a , p o r q u e eso sera traicin, u n a hereja. c h a , p o r q u e eso s e r a a r r i e s g a d o . A la hora precavidos. de escribir nuestras
Sin d e m a s i a d a t e n d e n c i a No d e m a s i a d o a la dere
En una redaccin de
"tema libre"
n i n g u n a idea que al profesor pudiera no gustarle. Es decir, cualquier cosa que se e n c u e n t r e fuera de lo " e s t a b l e c i d o " , e n realidad, casi t o d o . No discutiran con
m s baja).
Les t e n e m o s m i e d o , y ellos tienen m i e d o del director del c o l e g i o , que a su v e z t e m e a los i n s p e c t o r e s , a los c u a l e s i n t i m i d a el M i n i s t e r i o de! interior. Basta con reunir unos cuantos der as un a o de tu v i d a . C u a n d o c r e e m o s q u e l o s p r o f e s o r e s n o s c a l i f i c a n m a l p o r q u e n o s h a n co g i d o m a n a , se lo d e c i m o s a n u e s t r o s padres-me dijo u n a m u c h a c h a de d i e c i siete a o s en C o l o n i a , p e r o ellos n o s r e c o m i e n d a n : "S diplomtica, s agra"cuatros" para suspender el curso y per-
82
UNA G E N E R A C I N
SIN P A S A D O
d a b l e , d i s i m u l a " , a s q u e d e c i m o s l o q u e c r e e m o s q u e a l o s p r o f e s o r e s les g u s t a or. E n c o g i n d o s e d e h o m b r o s c o n t i n u : E s fcil. Y , d e t o d a s f o r m a s , e s l o que quieren n u e s t r o s p a d r e s . Quieren que tengamos xito. En realidad, no
podemos h a c e r n a d a p a r a c a m b i a r las c o s a s , as q u e n u e s t r o s representantes s e nicamente a farsa. S, el c o l e g i o t i e n e un p e r i d i c o , p e r o est s o m e t i d o a la s u p e r v i s i n de un profesor asesor que tiene el d e r e c h o de censurar y anular lo que quirnv En muy una r e u n i n c o n l a J u n g e U n i o n e n Frankfurt (un g r u p o la U nin Cristiano Demcrata), Jrgen, de de j v e n e s aOS^ organizar exposiciones y competiciones. T o d o es una
activos
dieciocho
afirm: S, h l e n l o p r o p o n e r c a m b i o s , a l i g u a l q u e m u c h o s d e l o s q n e p a r t i en los c o n s e j o s e s c o l a r e s , p e r o es intil, el c o n j u n t o de los e s t u d i a n t e s no nos apoyaran. T o d o s t i e n e n m i e d o de l e v a n t a r la m a n o , y f i n a l m e n t e ese mie do nos invade a todos. No existe un s e n t i m i e n t o c o r p o r a t i v o en n i n g n centro enseanza, y no veo la m a n e r a de incentivarlo. n i siquiera c o m p e t i m o s No c o n v i v i m o s , no hace
mos d e p o r t e j u n t o s ,
intelectualmente; c a d a u n o v i v e
para s m i s m o , eso es lo que hay. Existe una t r e m e n d a p a s i v i d a d social, d e r i v a d a d e l a a c t i t u d d e l o s p r o f e s o r e s y d e l t e m o r q u e i n s p i r a n e n n o s o t r o s , y fo mentada por la actitud de nuestros padres, ellos. La p o s t u r a de los j v e n e s r e s p e c t o a los a c o n t e c i m i e n t o s del p a s a d o c o n as c o m o n u e s t r o amor y respeto
los q u e e s t n f a m i l i a r i z a d o s e s c l a r a : s a b e n m u y p o c o d e los a b u s o s del rgi men de Hitler, p e r o los d e p l o r a n y c o n d e n a n . E s h o r r i b l e l o q u e les h i c i e r o n a l o s j u d o s , d i c e n . P e r o r e l a c i o n a n l a t o talidad d e l p e r o d o n a z i n i c a m e n t e c o n las a t r o c i d a d e s c o m e t i d a s contra los
j u d o s ; n o Significo n a d a m s p a r a e l l o s .
Sin e m b a r g o , SITIO
m a n t e n e r s e . D e s d e l a v e n t a j o s a p o s i c i n q u e les c o n f i e r e s u p r o p i a v i d a y sus sen timientos acerca de ellos m i s m o s , los d e m s , el m u n d o entero y, sobre todo,
hacia sus p r o p i o s p a d r e s , t o d o ello les p a r e c e i n c o m p r e n s i b l e . P r c t i c a m e n t e t o d o lo q u e sucede en A l e m a n i a en la a c t u a l i d a d tiene sus races en la p o c a de Hitlerafirma un estudiante de Munich de veintitrs
aos d e e d a d . N o h a y u n s o l o a s p e c t o d e n u e s t r a s v i d a s , e n e l m b i t o cultu ral, c i e n t f i c o y p o r s u p u e s t o p o l t i c o , q u e n o refleje las c o n s e c u e n c i a s d e a q u e l perodo. V e i n t i c i n c o aos no son nada influencia, en c o m p a r a c i n con el alcance de su
83
EL TRAUMA ALEMN la n e g a c i n de nuestros padres parezca algo irreal. de su participacin en todo aquello hace que
construir nuestras v i d a s a partir de la n a d a . Y p o r esa r a z n sus m e n t e s r e s t r i n g e n el a l c a n c e de lo o c u r r i d o en a q u e l l a p o c a a lo que p u e d e n e n t e n d e r y aceptar, e c h a n la c u l p a a u n o s c u a n t o s que ya estn m u e r t o s , y se l i m i t a n a c o n d e n a r y d e m o s t r a r su r e p u l s a h a c i a los a b u s o s ms evidentes. N i n g u n a d e las p e r s o n a s d e s u c o n f i a n z a o q u e m e r e c e n s u res-
escrita o la televisin es p r o p a g a n d a . Lo que q u i e r e n es hablar. Sin e m b a r g o , las c o n v e r s a c i o n e s s o b r e este t e m a e n t r e g e n e r a c i o n e s e s t a b , o c u l t a d a s p o r e l silencio s o m b r o , pertinaz y de carcter considerablemente defensivo de sus
d i o s , d e m i f u t u r o p r o f e s i o n a l , d e s e x o , e n fin, d e t o d o . E x c e p t o de... e l p a s a d o . Hay cosas que me gustara saber. Pero c m o le pregunto a mi padre? Qu hago para que me cuente lo que pas? Existe una cosa que se llama lealtad. En Dusseldorf, otrajoven se lamentaba de lo siguiente: Cmo podemos
U m c a m e n L e s e r v i r a para... p a r a c o n t a m i n a r a n u e s t r a fami
e l g r u p o d e los m e n o s j v e n e s e n A l e m a n i a ,
de edades com
No debemos olvidar que aquello sucedi hace quince a o s a f i r m a un j o v e n d i s e a d o r d e t r e i n t a y d o s a o s d e M u n i c h . N u e s t r a r e a c c i n fue m s d i recta; n o s o t r o s m i s m o s e s t u v i m o s e x p u e s t o s a a l g u n o s de sus efectos; las heri das y la culpa de n u e s t r o s p a d r e s eran m s recientes, la situacin m s fluida en su conjunto, el a m b i e n t e general no tan e s t a n c a d o c o m o el de a h o r a . [...]. M e fui [...]. Se lo dej
i m p o r t a n t e . P a r a l a m a y o r a d e los j v e n e s d e este g r u p o , l a m e n t a b l e m e n t e , s e h a n roto los verdad. vnculos familiares: fue e l p r e c i o que tuvieron que pagar por la
P e r o p o r l o m e n o s n o s s e n t i m o s r e l a t i v a m e n t e l i m p i o s : s a b e m o s l a vet-
84
U N A G E N E R A C I N SIN P A S A D O dad, la a c e p t a m o s y l i e m o s p o d i d o e m p e z a r a c o n s t r u i r n u e s t r a s v i d a s , a p a r t i r de ese p u n t o , a f i r m a un p s i c l o g o i n d u s t r i a l de t r e i n t a y tres a o s de B e r l n . La d i s t a n c i a g e n e r a c i o n a l no es la base del p r o b l e m a de la j u v e n t u d alema na. N o p u e d e h a b e r d i s t a n c i a s i n o e x i s t e enfientamiento. P o r e l c o n t r a r i o , sus races son m u c h o m s p r o f u n d a s , d e r i v a n d e l a e s t r e c h a r e l a c i n , realidad, que e n v u e l v e a la v i d a f a m i l i a r en A l e m a n i a , del a m o r e n
y del p e r t u r b a d o r y
m a r c a d o contraste entre la a u t o r i d a d y la s u p u e s t a i n t e g r i d a d p a t e r n a estable cida, y el m u r o p r o t e c t o r e i m p e n e t r a b l e q u e el s i l e n c i o de los p a d r e s ha erigi do entre ellos y sus hijos en relacin con la historia reciente de A l e m a n i a . Tal v e z los efectos h a b r a n sido m u c h o menores si se hubiera producido como mnimo,
u n a r u p t u r a r e a l e n t r e e l p a s a d o y e l p r e s e n t e e n A l e m a n i a , si,
l a v i d a o f i c i a l d e l p a s h u b i e s e v u e l t o a l a n o r m a l i d a d . P e r o n o h a s i d o a s y ac tualmente no parece haber otra opcin. P o r q u e , al contrario de lo que sucede e n e l r e s t o d e E u r o p a , l o s a l e m a n e s Siguen s u f r i e n d o l a s c o n s e c u e n c i a s d e l a guerra. La e x i s t e n c i a de las d o s lemanas y el c o n s t a n t e d e b a t e i n h e r e n t e a La m a y o r a de los
esta r e a l i d a d c o n s t i t u y e n u n c o n t i n u o r e c o r d a t o r i o d e l p a s a d o .
a l e m a n e s i n t e r p r e t a n esta s i t u a c i n c o m o u n a i m p o s i c i n p r o c e d e n t e del ex tranjero que ha sido a c e p t a d a p o r sus lderes polticos, a los que d e s p r e c i a n
por su docilidad.
blemente vinculados, resulta imposible olvidar o ignorar el pasado. cos a l e m a n e s s e v e n o b l i g a d o s , de forma tan obstinada,
E n HamburgO, u n fiscal del E s t a d o i n v o l u c r a d o e n j u i c i o s c o n t r a c r i m i n a l e s nazis realiz u n a visita a un c l u b de j v e n e s . En esta o c a s i n , c o m o casi siem pre, salieron a relucir las c u e s t i o n e s s o b r e el p a s a d o . N o r m a l m e n t e , el t e m a se inicia a p a r t i r de los j u i c i o s y p a s a a c e n t r a r s e en los j u d o s , p a r a a c a b a r en las c o m p e n s a c i o n e s q u e l i e m o s t e n i d o q u e p a g a r t o d o s n o s o t r o s . D e b e p o n e r s e fin a los juiciosdijo u n o de l o s j v e n e s . No c a b e duda; adems, solo se celebran para doblegarse ante el extranjero (Ausland).
cada j u n t o a su n o v i o , le dijo, h a c i n d o m e a m t a m b i n p a r t c i p e de sus con f i d e n c i a s : N o creo n a d a de lo q u e dicen en los j u i c i o s . q u e p u e d a a c t u a r d e f o r m a s e m e j a n t e , y usted?. E l fiscal K u r t T e g g e les h a b l e n t o n c e s d e u n h o m b r e q u e v i v a e n a q u e l l a misma ciudad, y que haba a c u d i d o a l por voluntad p r o p i a para confesarle que se haba ofrecido v o l u n t a r i o p a r a servir en la infame divisin 1.005 d e las S S . No c o n o z c o a nadie
M e dijo q u e a s e s i n a b a a l l i O S d i j o s e n c i l l a m e n t e Tegge, Ya no recor daba exactamente a cuntos, pero supona que alrededor de 114. Les haca
85
muchacha
(y pro-
imposible de
Otra j o v e n afirm:
q u e les t r a t e m o s d e f o r m a distin-
ta. D e s p u s d e t o d o , s a b e m o s l o q u e s u f r i e r o n a c a u s a d e los a l e m a n e s . N o c o n o z c o a n i n g n j u d o , p e r o creo que hasta me dara v e r g e n z a que me dirigie ran la p a l a b r a . A u n q u e t o d a v a m u y l i m i t a d a , l a c a d a v e z m a y o r c o n c i e n c i a a c e r c a d e este indudablemente favorece un aumento del antisemitismo.
N a d i e e s m s c o n s c i e n t e d e l a e s c a s e z d e c o n o c i m i e n t o s o b j e t i v o s q u e los m e d i o s r e s p o n s a b l e s , la prensa y la radio, publican ciaba que editoriales y directivas al que p r o m u e v e n La continuos debates y Deutsche jlgetl (ienun(lamentablemente) aceptar la "hroes" solucin e incluaunque
respecto.
revista
a d o p t a r u n a p o s t u r a solidaria c o n
sea d o l o r o s o ,
d o . De ese m o d o , a t r a v s de n u e s t r o s j v e n e s , p o d r e m o s e n f r e n t a r a la genera cin de sus p a d r e s con la v e r d a d . Creemos que mantener oculto NCti Kampf
es m u c h o ms peligroso que leerlo. En una r e u n i n de los j e f e s de d e p a r t a m e n t o de la R a d i o T e l e v i s i n de Ale mania Occidental, con e d a d e s c o m p r e n d i d a s entre los v e i n t i o c h o y los treinta y Debemos recuperar el periodismo convencio-
nal y objetivo, t o m a n d o c o m o m o d e l o a la B B C . D e b e m o s dejar de lado la eterna de los sucesos del p a s a d o , dejar las o n d a s l i b r e s d e p o l m i c a .
86
U N A G E N E R A C I N SIN P A S A D O Existen mos hecho cmo o p i n i o n e s e x t r e m a d a m e n t e o p u e s t a s sobre esta cuestin. tanto en este sentidose p r e g u n t a b a un director de Si h e teatro,
sean tan p r o f u n d a m e n t e i g n o r a n t e s ?
Son i g n o r a n t e s p o r q u e r e c h a z a n e l p l a n t e a m i e n t o d r a m t i c o . D m o s l e s hechos y m s h e c h o s , y estarn d i s p u e s t o s a e s c u c h a r . I n c e n t i v e m o s la p o l m i c a y los foros de d e b a t e , d e j m o s l e s p e n s a r y d e c i d i r p o r s m i s m o s . P e r o l o s p r o f e s i o n a l e s d e l a p r e n s a y l a t e l e v i s i n f o r m a n p a r t e d e l a lite, lamentablemente apartados de la audiencia debido a su excelencia. mente, la gran m a y o r a de los a d u l t o s no Precisa-
e s t n d i s p u e s t o s a CODCCaer a l o s En el club de j v e n e s de
j v e n e s el d e r e c h o a p e n s a r y decidir p o r s m i s m o s .
en Berln, una m u c h a c h a de d i e c i n u e v e aos me i n f o r m de lo siguente: tes del S E D paciencia. Onsegllimos o r g a n i z a r u n d e b a t e c o n l a p r e s e n c i a d e r e p r e s e n t a n (el P a r t i d o S o c i a l i s t a U n i f i c a d o ) , a q u i e n e s e s p e r b a m o s C0H i m la administracin del club nos comunic que no sera
Entonces,
p o n s a b l e del c l u b , un h o m b r e de c u a r e n t a y d o s a o s de e d a d , me dejase a so las c o n e l g r u p o . Podemos hablar de cualquier tema? De tOOO?, i n q u i r i e r o n ; No, pero lie al De-
poco de h a b e r e m p e z a d o el debate el
ClblcitCSos i n t e r r u m p i :
cid l o q u e r e a l m e n t e p e n s i s , n o l o q u e c r e i s q u e q u i e r e or. U n o s i n s t a n t e s d e s p u s dijo: N o , n o , t e n i s q u e p e n s a r c o n c l a r i d a d , eso n o e s l o q u e v e r d a deramente queris expresar. Vais a causarle una mala impresin. quietante es que c o n s i g u i acallarlos. En la R a d i o T e l e v i s i n del Sur de A l e m a n i a , en M u n i c h , tuve la oportu nidad de c o n o c e r a j v e n e s de distintas edades que haban participado en un p r o g r a m a s e m a n a l d i r i g i d o a l p b l i c o j u v e n i l . E n a q u e l l a o c a s i n (al i g u a l q u e posteriormente en Colonia) m e r e u n con j v e n e s a l e m a n e s simpatizantes del C a b e m e n c i o n a r esta c i r c u n s t a n c i a p o r L o m s in
Partido Nacional D e m c r a t a ( N D P ) .
que el N D P es en la a c t u a l i d a d el n i c o p a r t i d o de o p o s i c i n de Alemania Oc cidental que la j u v e n t u d (de ser g e s t i o n a d o h b i l m e n t e ) p o d r a a t r a e r a u n a g r a n p a r t e de que tiene la necesidad de e n c o n t r a r u n a plataforma d e s d e la c u a l
No obstante, tambin cabe destacar que, de con los que me entrevist, nicamente
3.500 j v e n e s
N u e s t r o p r o g r a m a est o r i e n t a d o a a y u d a r a las clases m s desfavoreci das; las e n c u e s t a s m u e s t r a n s u r e d u c i d o g r a d o d e c o m p r o m i s o , dijo u n o d e ellos. S u s l e m a s e r a n o b v i a m e n t e e m o t i v o s , y s u s g r i t o s d e b a t a l l a , d e p l o r a b l e mente familiares, encontraron la ardorosa oposicin NDP: d e los d e m s jvenes.
E s n e c e s a r i a l a r e u n i f i c a c i n d e A l e m a n i a ; las p o t e n c i a s ajenas a
87
q u e n o s s o n " a j e n o s 7 Q u i n c r e i s q u e n o s s a c a flote t r a s l a g u e r r a ? Q u i n n o s h i z o ricos? Y l a r e u n i f i c a c i n d e Alemania? C m o ? E s t i s recurriendo nicamente al sentimentalismo. En realidad no tenis ms idea que cualquier
N D P : E s t a r n o s p a g a n d o el d e s a r r o l l o c o m p l e t o de Israel, d e b i d o a un inm e r e c i d o s e n t i m i e n t o de culpa. Y a d e m s p a g a m o s c o m p e n s a c i o n e s por valor de miles de millones de marcos. En ese p u n t o , aunque Hastacundo?. unos cuantos idealistas, casi todos
defendido por
los j v e n e s a l e m a n e s p a r e c a n estar de a c u e r d o .
este a s u n t o es casi e q u i p a r a b l e a su i g n o r a n c i a a c e r c a del m i s m o . P u e s t o que no tienen a c c e s o a los h e c h o s , son el c a m p o de c u l t i v o ideal p a r a r u m o r e s , y la i d e a d e q u e est s a l i e n d o t o d o ese d i n e r o d e s u p a s les h i e r e e n l o m s h o n d o . Lo cierto es que el Gobierno de A l e m a n i a Occidental ha gastado en compensa c i o n e s y p e n s i o n e s p a r a l a s v c t i m a s a l e m a n a s d e l a g u e r r a u n i m p o r t e d i e z ve ces s u p e r i o r al d e d i c a d o a las v c t i m a s d e l a p e r s e c u c i n n a z i . A d e m s , los
p a g o s q u e v a n a p a r a r a l e x t r a n j e r o e s t n t o c a n d o a s u fin, m i e n t r a s q u e l o s o t r o s (que, p a r a el gran p b l i c o , f o r m a n parte de un todo) son, p o r s u p u e s t o , vitalic i o s . La a y u d a al d e s a r r o l l o d e s t i n a d a a I s r a e l es en r e a l i d a d un c r d i t o (tan solo uno d e los cincuenta acuerdos comerciales similares establecidos con pases
subdesar rollados).
A p e s a r de q u e m u c h o s j v e n e s a l e m a n e s h a n e s t a d o en I s r a e l en viajes de h e r m a n a m i e n t o organizados por todo tipo de asociaciones juveniles, es
t o s e s f u e r z o s 110 h a n t e n i d o d e m a s i a d o x i t o , y m u c h o s d e l o s p a r t i c i p a n t e s e n estos p r o g r a m a s se l a m e n t a n de la p o c a s i m p a t a d e m o s t r a d a por los j v e n e s israeles. Qu ms p o d e m o s hacer?se lamentaban algunos estudiantes de Mu-
nich. S o m o s nosotros q u i e n e s v a m o s a S U p a s . Q u e r e m o s ser a m i g o s suyos, pero son ellos quienes nos r e c h a z a n . T a l v e z esta es la p r u e b a irrefutable d e s u v e r g o n z o s a i n c o m p r e n s i n del
p a s a d o : sus veintids a o s d e v i d a e s l o n i c o q u e t i e n e n c o m o r e f e r e n c i a , e s d e c i r , s u p r o p i a falta d e i m p l i c a c i n , nes israeles necesiten m s t i e m p o . En r e s u m e n , la g a m a de actitudes e x t r e m i s t a s entre los j v e n e s a l e m a n e s es infinita y, c o m o p u e d e o b s e r v a r s e , las a c t i t u d e s p o s i t i v a s s u p e r a n c o n mu y les p a r e c e i n e x p l i c a b l e q u e los j v e
88
SIN P A S A D O
si p e r m a n e c e n en el m i s m o a m b i e n t e y sujetos a las
Me p a r e c e q u e es m u c h o p e d i r l e a un j o v e n q u e crezca sin un s e n t i m i e n t o de d i g n i d a d n a c i o n a l . Y n a d i e p u e d e conferirles esa d i g n i d a d e x c e p t o los adul tos. Y la d i g n i d a d s o l o p u e d e s u r g i r a partir de la v e r d a d . Si la j u v e n t u d a l e m a n a no es capaz de encontrar su dignidad, buscarn el sentimiento de orgullo. surgir de la o p r e s i n . La d i g n i d a d crece y vive en libertad. El orgullo p u e d e
E s n e c e s a r i o q u e l o s a d u l t o s d e A l e m a n i a O c c i d e n t a l reali
cen u n e n o r m e y t a r d o e s f u e r z o c o n e l f i n d e r e u n i r e l v a l o r s u f i c i e n t e p a r a libe rar a sus h i j o s , Esta es a u n q u e sea contra ellos m i s m o s . as q u e dejemos que sea un j o v e n alemn
le p o n g a el p u n t o final: D e b e m o s ser libres p a r a dejar de d o b l e g a r n o s y agachar la cabeza. D e b e m o s p o n e r freno a este eterno p r o c e s o a l e m n , p o r el inferiores a alguien, en u n a j e r a r q u a de hie Si pudira
que s i e m p r e debemos s e n t i r n o s
a u n q u e v i n i e r a del "Se p u e d e
20 DE M A R Z O DE
I967
Es en
una d r a m t i c a r e d u c c i n de la
t o d o s los m b i t o s d e l a v i d a del p a s . N o c a b e d u d a d e q u e s u g r a d o d e c o n c i e n ciacin respecto a los p e l i g r o s que a c e c h a n a su pas es m u y s u p e r i o r al que Ni de que estn m e n o s dispuestos a establecer
d e los p e n s a d o r e s
aunque bienintencionados.
e n ella s e i n c l u y e t o d a u n a serie d e h o m b r e s y m u j e r e s q u e n o r m a l m e n t e lleva ran u n a v i d a a n n i m a . Me refiero s o b r e t o d o a los f u n c i o n a r i o s del E s t a d o , q u e han p a s a d o a f o r m a r parte de este g r u p o de o p i n i n al tenerse que enfrentar a h e c h o s d e n a t u r a l e z a t a n d e s c a r n a d a e i m p e r i o s a q u e s e h a n v i s t o o b l i g a d o s a pa sar a la a c c i n .
89
EL T R A U M A ALEMN S e t r a t a d e l o s l e t r a d o s ( J u e c e s , f i s c a l e s y t a m b i n a b o g a d o s d e f e n s o r e s ) inv o l u c r a d o s e n e l i n t e n t o m s r a d i c a l y c o n t r o v e r t i d o d e c o n s e g u i r u n a clarir c a c i n del p a s a d o : los j u i c i o s s o b r e los v i o l e n t o s c r m e n e s del nacionalsocialis m o . No se trata de j u i c i o s de c r m e n e s de guerra. S e t r a t a d e p r o c e s o s e n l o s que
siones jurdicas
a n t i g u o s m i e m b r o s de las SS o las S D . C o n un c o s t e de a p r o x i m a d a m e n t e diez m i l l o n e s de libras esterlinas, d e s d e 1958 se h a n c e l e b r a d o , en los o n c e estados de A l e m a n i a Occidental, ciento cincuenta juicios de gran relevancia.
E n t o d o s e l l o s l o s p r o c e s a d o s e s t a b a n a c u s a d o s d e h o m i c i d i o s i n d i v i d u a l e s y es pecficos, o bien de c o m p l i c i d a d en asesinatos. D u r a n t e estos diez aos, aproxi m a d a m e n t e doscientos cincuenta fiscales y j u e c e s han a las i n v e s t i g a c i o n e s s o b r e c r m e n e s n a z i s . En un principio, tan solo unos pocos de ellos eligieron voluntariamente dedicado todo su tiempo
p a r t i c i p a r e n e s t a m i s i n . P a r a c a s i t o d o s , e s t e c o m e t i d o h a p l a n t e a d o u n enor m e d i l e m a i n t e l e c t u a l , m o r a l y p e r s o n a l . A u n as, l a m a y o r a d e e l l o s h a confir m a d o la n e c e s i d a d de los j u i c i o s y, a u n q u e a m e n u d o con tristeza, se han com p r o m e t i d o m e d i a n t e s u i m p l i c a c i n e n los m i s m o s . Q u i z s se trate de u n a i r o n a del d e s t i n o o de u n a caracterstica g e n e r a l de la psicologa h u m a n a , p e r o lo cierto es q u e las d e m s n a c i o n e s {AiiSincDque
s e g n los a l e m a n e s s e c o n c e n t r a n nicamente e n e l p a s a d o d e A l e m a n i a , n o s o n c o n s c i e n t e s del t i t n i c o e s f u e r z o q u e all se est l l e v a n d o a c a b o . El instinto de olvidar lo que tanto duele recordar no es exclusivo de Alemania. En n u e v e c i u d a d e s de A l e m a n i a O c c i d e n t a l y en la zona este de Berln
Eso no es c i e r t o m e dijeron otros alemanes-:. T o d o aquello sucedi a causa de la guerra. Las guerras p r o v o c a n circunstancias especiales. No es justo
j u z g a r a g e n t e v e i n t e o v e i n t i c i n c o a o s d e s p u s p o r los l l a m a d o s " c r m e n e s de guerra". D e s d e el final de la g u e r r a h a n n a c i d o y c r e c i d o en este pas treinta La justicia punitiva no es justicia, ni siquiera es
millones de j v e n e s inocentes.
legal. T o d o s los p a s e s c u e n t a n c o n u n a ley d e p r e s c r i p c i n . Estas p a l a b r a s r e s u m e n t o d a la c o n f u s i n y los asociados en A l e m a n i a a estos j u i c i o s . Las c i r c u n s t a n c i a s de la g u e r r a p u e d e q u e a y u d a r a n a los n a z i s a llevar a c a b o sus p l a n e s . P e r o la c a t a l o g a c i n del c o n j u n t o de la s o c i e d a d e u r o p e a (que malentendidos endmicos
90
U N A G E N E R A C I N SIN P A S A D O de ningn m o d o a f e c t a b a n i c a m e n t e a los judos) en g r u p o s raciales inferiores a p a r e c a c l a r a m e n t e e s t a b l e c i d a m u c h o a n t e s d e l a g u e r r a e n los e s c r i t o s psOllnazis, que en un anlisis m s p r o f u n d o dejan entrever los planes
de g e n o c i d i o y e s c l a v i z a c i n . H a s t a 19.S1 l o s a l i a d o s , y a p a r t i r d e e s a f e c h a l o s a l e m a n e s , h a n v e n i d o cele b r a n d o c o n s t a n t e y s i m u l t n e a m e n t e j u i c i o s r e l a t i v o s a c r m e n e s de g u e r r a y a c r m e n e s relacionados c o n el n a z i s m o , a p e s a r de q u e se trata de dos c a t e g o r a s absolutamente distintas: un crimen de guerra es un acto cometido exclusiva
la ley m a r c i a l de un t r i b u n a l
civiles, c o m e t i d o s e x c l u s i v a m e n t e p o r o r d e n d e las S S , u n c u e r p o p o l i c i a l uni f o r m a d o sin c a r c t e r m i l i t a r , c o n t r a p o b l a c i n civil q u e n o p a r t i c i p a b a e n tos blicos. Confundir estos j u i c i o s c o n los relacionados con crmenes ac de
guerra es u n a locuraafirma el fiscal del E s t a d o R i c h a r d gado Los de cabello rubio rojizo, mezclando cuyo estas rostro dos denota una
Dietz, extrema
un j o v e n abosensibilidad. su
alemanes
estn
c l a s e s d e p r o c e s o s judiciales e n
[...] d i c e n q u e , e n f i n , q u e I O S c i v i l e s r u s o s f u e r o n sido
a s e s i n a d o s p o r q u e a y u d a b a n a los p a r t i s a n o s , y q u e l o s j u d o s n o h u b i e s e n
m a s a c r a d o s d e n o ser p o r l a g u e r r a . P e r o eso n o e s c i e r t o . M a t a b a n p o r princi p i o s : l o s Un termal Sllenlos 'seres h u m a n o s inferiores') e x i s t a n p a r a s e r u t i l i z a dos o e l i m i n a d o s . Ellos m i s m o s lo d e c a n . P e r s e g u i m o s a a s e s i n o s . Y es n u e s t r o deber j u z g a r l o s . A s i s t a l a s sesiones de a l g u n o s de los j u i c i o s . L a mayora d e las c i u d a d e s a l e -
m a n a s i m p o r t a n t e s han erigido n u e v o s edificios e n los que albergar los t r i b u n a les, p o r l o q u e s i e m p r e s e t r a t a d e c o n s t r u c c i o n e s m o d e r n a s , clidas. T a l v e z lo que m s me s o r p r e n d i es que los j u i c i o s , terriblemente mediocres. aparentemente, son muy luminosas y
Los asientos p a r a el p b l i c o estn con frecuencia o c u p a d o s por adolescen tes ( c u r s o s e n t e r o s a c o m p a a d o s d e j v e n e s p r o f e s o r e s ) , q u e m a s t i c a n c a r a m e los y chocolatinaSj m i e n t r a s c h a r l a n A u n o s tres m e t r o s , y ren t o n t a m e n t e . o c u p a d o s p o r los a c u s a d o s . Rubi
h a b a tres b a n c o s
c u n d o s y b i e n v e s t i d o s , t a m b i n c h a r l a b a n y s e r e a n . E l a b o g a d o d e f e n s o r , ves tido c o n u n a t o g a n e g r a , b a j a b a y s u b a al e s t r a d o , se d e t e n a a q u y all, d e c a algunas palabras, sonrea, palmeaba un h o m b r o . eran los a c u s a d o s , con un aspecto tan saludable, tan
que
recordaban
a Madame Tussaud
resucitada.
A simple
vista, s o n c o m o c u a l q u i e r o t r o h o m b r e . P e r o e s i m p o s i b l e m i r a r l e s a los ojos; es imposible evitar desviar la mirada. L o s fiscales, s i t u a d o s e n e l otro e x t r e m o d e l a sala, estn m s s i l e n c i o s o s . H a y cuatro: dos de servicio y otros dos en reserva. El t r i b u n a l a p a r e c e en la sala e n t r a n d o en fila, las c o n v e r s a c i o n e s c e s a n y t o -
EL TRAUMA ALEMN
d o s n o s poQCtBOS e n p i e : t r e s j u e c e s ( u n o e n c a l i d a d d e p r e s i d e n t e y l o s o t r o s d o s s u b a l t e r n o s ) , seis m i e m b r o s del j u r a d o ( e n t r e los c u a l e s h a y d o s m u j e r e s ) y o t r o s e n reserva, q u e t o m a n a s i e n t o i n m e d i a t a m e n t e d e t r s . S e h a n t o m a d o t o d a s l a s m e d i d a s c o n e l fin d e evitar l a a n u l a c i n del j u i c i o . El sistema j u r d i c o a l e m n es m u y distinto del n u e s t r o . propias pesquisas E l j u e z e f e c t a SUS
finalmente
pasa a d e l i b e r a r j u n t o con
jurado,
para dictar
Sentencia.
abandon
la j u r i s p r u d e n c i a p a r a o c u p a r un c a r g o a d m i n i s t r a t i v o en el Ejrci
to. Este es su tercer j u i c i o r e l a c i o n a d o con c r m e n e s nazis, p e r o ya h a c e varios a o s q u e d e d i c a s u t i e m p o a este t i p o d e c r m e n e s . P o c o a n t e s , tra reciente funda conversacin, me pareci durante nues
fatiga.
bre de cincuenta y dos aos, c a s a d o , con ti es hijos. T i e n e una tienda de comes tibles. Se sienta d n d o n o s la espalda. p e r m t a m e leerle lo q u e dice esta p a r t e de la a c u s a c i n , y des pus e s c u c h a r e m o s lo que usted t e n g a q u e decir. Empieza a leer, con un tono
de v o z inexpresivo: Johann R. Se le acusa, en c a l i d a d de j e f e de los g u a r d i a s de las S S d e l c a m p o d e trabajis f o r z a d o s d e T . e n j u n i o d e 1 9 4 3 d e h a b e r t o m a do p o r la fuerza, en el p r o c e s o de e l i m i n a c i n del g u e t o de la c i u d a d , a s e s e n t a nios menores de diez aos, que haban intentado esconderse [...] de haberles
o b l i g a d o a c o l o c a r s e de p i e al b o r d e de una fosa y de h a b e r l o s a s e s i n a d o u n o por u n o m e d i a n t e r e p e t i d o s m a r t i l l a z o s en la cabeza, de f o r m a que los c u e r p o s cayeran en la fosa m i e n t r a s sus padres eran o b l i g a d o s a p r e s e n c i a r t o d o esto. Los nios que se encontraban sentados detrs de m dejaron otros por unos
momentos
sus j u e g o s .
A l g u n o s permanecieron m u y quietos;
se haban
Odo l a
decir?.
(solemne y desenvuelto):
Q u i e r o c o l a b o r a r en lo p o s i b l e c o n este tri-
buna], pero aquello sucedi hace demasiado tiempo. Juez: Nadie podra
olvidar
es
92
UNA G E N E R A C I N Juez:
SIN P A S A D O
H a y c u a t r o t e s t i g o s a q u q u e c o n f i r m a r n l o q u e l e a c a b o d e leer.
Lo v i e r o n t o d o y estn dispuestos a j u r a r que le v i e r o n hacer aquello. R. (enderezndose): T o d o lo que se hizo, todo lo que hicimos, cualquiera de n o s o t r o s , l o h i c i m o s c u m p l i e n d o rdenes. Juez: S a b a usted que n a d i e est o b l i g a d o a obedecer una orden crimi-
nal? S a b a usted q u e esto f o r m a p a r t e del c d i g o militar, de a p l i c a c i n d u r a n t e t o d a l a p o c a d e l T e r c e r Relch?. Una orden es una orden. Juez: momento, cosa, Pero se trataba de nios pequeos. por Interrumpi su discurso Respndame un
haciendo
visibles
esfuerzos
contenerse.
a una
H e i T R-, c o n s i d e r a b a u s t e d q u e l o s r u s o s , l o s p o l a c o s o l o s j u d o s e r a n
seres h u m a n o s o lio?. El a c u s a d o no responde. El j u e z v u e l v e a repetir la pregunta, que de n u e v o q u e d a sin r e s p u e s t a . El a b o g a d o defensor se dirige hacia su cliente, se inclina El a b o g a d o defensor se
p a r a s u s u r r a r l e a l g o al o d o y este m u e v e la c a b e z a .
acerca al estrado y habla en v o z baja con el tribunal. El j u e z se e n c o g e de hom bros. P u e d e irse y t o m a r asiento de momentodice i m p v i d a m e n t e , se le v o l ver a llamar m s adelante. K u r t T e g g e es p r i m e r fiscal del E s t a d o , tiene c u a r e n t a y n u e v e a o s y v i v e en HamburgO. Es un h o m b r e de m o v i m i e n t o s y con s e n t i d o del h u m o r . rpidos y giles, muy animoso
c a b o i n v e s t i g a c i o n e s s o b r e c r m e n e s n a z i s , y d e s d e h a c e seis a o s h a t r a b a j a d o e n los p r o c e s o s r e l a c i o n a d o s c o n d i c h o s c r m e n e s . No, tin de n o s d u r a n t e c u n t o t i e m p o seguir con estodice. Ser u n a c u e s conciencia, pero tambin depender sencillamente de mi capacidad
para soportarlo.
p a e r o s . . . y q u e a la h o r a de a s i g n a r estos p u e s t o s se tiene en c o n s i d e r a c i n la fortaleza de cada u n o de los c a n d i d a t o s . D e n t r o d e a l g u n o s m e s e s , l o s t r i b u n a l e s d e H a m b u r g o d e b e r n d i c t a r sen tencia en r e l a c i n c o n diecisis m i e m b r o s del Einsatzkommando 1.005, el m s secreto de los c o m a n d o s especiales a c t i v o s en t o d a E u r o p a del Este y los Bal canes. Es realmente imposible saber de cuntos asesinatos es responsable el En
1.005afirmaTegge, e n c u a l q u i e r c a s o , estamos h a b l a n d o d e m i l l o n e s .
el p r x i m o caso a su c a r g o , se p r o c e s a r a tres h o m b r e s a c u s a d o s del a s e s i n a t o e s p e c f i c o e i n d i v i d u a l de q u i n i e n t o s r u s o s y p o l a c o s , tras ser o b l i g a d o s a c a v a r una fosa p a r a v o l v e r a enterrar a j u d o s t a m b i n a s e s i n a d o s . L a m a y o r a de los oficiales de alto r a n g o de las SS q u e d i r i g a n las s e c c i o nes del 1.005 en un principio recibieron f o r m a c i n relativa al p r o g r a m a de
E s o fue a l p r i n c i p i o d e t o d o , e n t r e 1 9 3 8 y 1 9 3 9 . A h o r a s a b e m o s c m o f u n c i o n a b a este p r o g r a m a : s e les o r d e n a b a a s e s i n a r a to dos los pacientes de ciertas instituciones y hospitales considerados dementes,
93
EL TRAUMA ALEMN enfermos terminales o discapacitados psquicos graves. Les d i j e r o n que era " u n
t r a b a j o difcil, p e r o q u e d e b a h a c e r s e p o r A l e m a n i a y p o r los p r o p i o s pacien tes". En caso de que no p u d i e r a n llevar a c a b o esta tarea, c o m o les o c u r r i a
m u c h o s de ellos, se les o r d e n a b a q u e v o l v i e r a n a i n t e n t a r l o en otra o c a s i n , e i n c l u s o s e l e s d a b a u n a t e r c e r a o p o r t u n i d a d . P a r a e n t o n c e s , s i h a b a n s i d o ca p a c e s de s u p e r a r sus r e p a r o s y su r e p u l s i n , se les c o n s i d e r a b a c a p a c i t a d o s para aceptar m i s i o n e s m s " d u r a s " . En caso c o n t r a r i o , se les a s i g n a b a n o t r o s trabajos. Ciertamente, e s t e p r o g r a m a s e Utiliz d e f o r m a deliberada para entrenar
a los m i e m b r o s de las SS. Se crea que s esos h o m b r e s eran c a p a c e s de asesinar a nios y ancianos a l e m a n e s enfermos, eran capaces de cualquier cosa. mania Occidental se han celebrado En Ale
a t r e v i a n e g a r s e . T e n e m o s sus nombres, El p r i m e r fiscal T e g g e prosigue con la e x p l i c a c i n : E s o no significa que no a c t u a r a n bajo c o a c c i n o que su nega tiva no p u d i e r a perjudicar su carrera. da su negativa, pero n o r m a l m e n t e lo E n s u h o j a d e s e r v i c i o s q u e d a b a refleja n i c o que p o d a s u c e d e r era que fueran
Sin e m b a r
g o , se les i n s t a b a r e p e t i d a m e n t e a m a n t e n e r el s e c r e t o . En caso de h a b l a r sobre lo que h a b a n visto o h e c h o , mente. e x i s t a l a p o s i b i l i d a d d e ser e j e c u t a d o s ijirnediataintuir hasta cierto
p u n t o lo que estaba p a s a n d o , p e r o m u y p o c o s r e a l m e n t e lo saban. E n H a m b u r g o h a y o t r o s s e t e n t a c a s o s s o m e t i d o s a i n v e s t i g a c i n . T r e s fis cales y cuatro agentes de polica han sido d e s i g n a d o s para trabajar exclusiva m e n t e en el c a s o del g u e t o de V a r s o v i a . En D s s e i d o r f c o n v e r s d u r a n t e v a r i a s h o r a s con el fiscal Alfred S p i e s s , rec i e n t e m e n t e d e s i g n a d o p o r e l m i n i s t r o d e J u s t i c i a d e l e s t a d o d e Renarria d e l p a r a c o o r d i n a r y acelerar los j u i c i o s c o n t r a c r i m i n a l e s nazis en ese e s t a d o . Un p u e b l o no puede ignorar su historia. N o p u e d e s a c e p t a r a Beethoven Los h o m b r e s que participaron Si no e x i g i m o s que p a g u e n por
sus c r m e n e s , de n u e v o v o l v e r e m o s a a p r o b a r su c o n d u c t a con n u e s t r a pasi vidad. A l f r e d S p i e s s fue f i s c a l d e l a a c u s a c i n e n e l j u i c i o d e T r e b l i n k a , c e l e b r a d o en DSSeldorfen 1964 (y cuatro aos ms tarde en eljuicio de ocho meses de c o m a n d a n t e d e T r e b l i n k a ) . T r a s las i n v e s t i g a
94
U N A G E N E R A C I N SIN P A S A D O h o m b r e s ocuparon el banquillo de los a c u s a d o s d u r a n t e o n c e m e s e s para renC i e n t o c i n c u e n t a y tres h o m b r e s y mufueron l l a m a d o s a declarar romo
g u n o s p i n o s . Ese es el a.specOque d e b a de o f r c c e r e n j u l i o de 1 9 4 2 , c u a n d o lleg a r o n all los f a m o s o s t c n i c o s de las SS en b u s c a de la u b i c a c i n ideal p a r a un c a m p o de concentracin. A c t u a l m e n t e , sin e m b a r g o , l a t i e r r a e s m s frtil, d e b i d o a l o s setecientos m i l cuerpos (segn el recuento ms conservador) all e n t e r r a d o s . Enterrados bajo
u n a s c i r c u n s t a n c i a s y d e a c u e r d o c o n c i e r t o s r i t o s , d e u n a d e p r a v a c i n tal v e ? sin p r e c e d e n t e s en la h i s t o r i a del m u n d o , a f i r m a H e r r Spiess. T r e b l i n k a los c u a t r o c a m p o s de e x t e r m i n i o ) asesinato de h o m b r e s , era una instalacin industrial (uno de al
destinada
mujeres y nios,
el r e c u e n t o y t r a n s p o r t e de sus efectos
1 2 0 v o l u n t a r i o s u c r a n i a n o s , y t e n a u n a p o b l a c i n c o n s t a n t e d e p r i s i o n e r o s tra bajadores de mil personas. Treblinka existi c o m o c a m p o de exterminio durante e x a c t a m e n t e un ao y u n a s e m a n a . En a q u e l perodo, l l e g a r o n s e t e c i e n t a s m i l personas, a las q u e se les a r r e b a t a b a n t o d a s las p e r t e n e n c i a s , s e les c o r t a b a e l p e l o , s e les d e s n u d a b a p o r c o m p l e t o y , p o s t e r i o r m e n t e , s e les o b l i g a b a a p e r m a n e c e r e n u n a fila e s p e r a n d o s u t u r n o ; d e s p u s s e i b a n p a r a s i e m p r e . E l c o m a n d a n t e d e l c a m p o , F r a n z Stang'K a f i r m q u e e r a n n e c e s a r i a s d o s o tres h o r a s p a r a p r o c e s a r a c i n c o m i l personas. N a d i e p e r m a n e c a all d u r a n t e m s t i e m p o q u e e l m n i m o n e c e s a r i o , e l que s e e x t e n d a e n t r e l a s p r i m e r a s h o r a s d e l a m a a n a y e l m e d i o d a . N u n c a h u b o ne cesidad de p r o p o r c i o n a r alojamiento o c o m i d a , Q u i n e s eran los h o m b r e s que g e s t i o n a b a n aquellos lugares? Q u aspecto t e n a n ? D e d n d e h a b a n s a l i d o ? E s t n v i v o s ? D e ser as, c m o p u e d e n v i v i r con su pasado? Los t r i b u n a l e s de A l e m a n i a O c c i d e n t a l siguen i n t e n t a n d o aclarar t o d o esto. El a c u s a d o , de a c u e r d o con el sistema alemn, cuenta con i n n u m e r a b l e s oportu n i d a d e s p a r a e x p l i c a r s u s m o t i v o s , s u s s e n t i m i e n t o s , a s c o m o s u s p o s i b l e ^ in fluencias exteriores. A h o r a s a b e m o s d e l a e x i s t e n c i a d e m o n s t r u o s c o m o Kurt F r a n z , q u e dirig i T r e b l i n k a e n s u s ltimas s e m a n a s e n o t o o d e 1 9 4 3 , d e s p u s d e q u e S t a n g l h u b i e s e s i d o t r a s l a d a d o a T r i e s t e . H o m b r e s t o d a v a a t r a c t i v o s , s a n o s , e n l a flor de la viday de su m a d u r e z ; h o m b r e s que no se sienten v e n c i d o s , ni d o b l e g a d o s , ni arrepentidos, h o m b r e s que durante veinte aos, hasta finalmente fueron localizados y arrestados, el m o m e n t o en que
v i v i e r o n t r a n q u i l a y l i b r e m e n t e , s e ca
95
EL TRAUMA ALEMN r e l a c i n c o n sus a m i g o s y vecinos. Kurt F r a n z e s u n h o m b r e a l t o , d e c a b e l l o rubio claro, de c o m p l e x i n m u s c u l o s a y atractiva, de rostro l i m p i o y r e d o n d e a d o . L o s p r i s i o n e r o s l e l l a m a b a n Lalka, p a l a b r a p o l a c a q u e s i g n i f i c a ' m u e c a ' . Y o era b u e n o con mis p r i s i o n e r o s . Les caa bien, a f i r m . Stangl, a quien h a b a sustituido, h a b a s a l v a d o de los t r a n s p o r t e s que lle-
gabn c o n t i n u a m e n t e a arquitectos f a m o s o s , paisajistas, j a r d i n e r o s y esculto r e s c o n e l fin d e r e s t a u r a r T r e b l i n k a : l o s b a r r a c o n e s , l a s d e p e n d e n c i a s d e l o s ale m a n e s , las t o r r e s de v i g i l a n c i a y las p u e r t a s del C a m p o I f u e r o n r e c o n s t r u i d o s i m i t a n d o el estilo p r o p i o de la E d a d M e d i a . Haba j a r d i n e s con c s p e d y parterres, y los c a m i n o s f u e r o n r e c u b i e r t o s d e u n a f i n a gravilla b l a n c a ; h a b a i n c l u
so un z o o c o n r u i s e o r e s e n j a u l a d o s y a r d i l l a s , y t a m b i n b a n c o s de estilo rs tico, fuentes y e s c u l t u r a s artsticas. E l 3 d e s e p t i e m b r e d e iy65> F r a n z fue h a l l a d o c u l p a b l e d e a s e s i n a t o e n t r e i n ta y cinco casos, q u e c o m p r e n d a n un total de ciento t r e i n t a y n u e v e p e r s o n a s
(es d e c i r , las p e r s o n a s q u e l m i s m o h a b a a s e s i n a d o c o n s u s p r o p i a s m a n o s ) , y de c o m p l i c i d a d en el asesinato de otras setecientas mil. Fue c o n d e n a d o a cade n a p e r p e t u a , j u n t o c o n o t r o s tres a c u s a d o s p r o c e s a d o s e n e l m i s m o j u i c i o . T o clos e l l o s , a d e m s d e o t r o s s e i s h o m b r e s q u e f u e r o n c o n d e n a d o s a p e n a s m e nos s e v e r a s , h a b a n v i v i d o con sus p r o p i o s n o m b r e s y en sus c o m u n i d a d e s de o r i g e n hasta e l m o m e n t o e n q u e f u e r o n a r r e s t a d o s , p o c o s a o s a n t e s d e q u e s e celebrara el j u i c i o . C o m o ellos, t o d a v a q u e d a n miles de p e r s o n a s repartidas por toda Alemania Occidental.
^No p o d e m o s permitirloafirma e l f i s c a l Spiess. L o a d m i t o , casi n o p u e do concebir que semejantes i n d i v i d u o s c o n v i v a n entre nosotros y disfruten de su libertad, al lado de nios... de n u e s t r o s hijos, esos h o m b r e s . S p i e s s , al igual q u e m u c h o s de sus c o l e g a s , a los p o c o s m e s e s se v i o atrapa d o p o r esta tarea, q u e s e c o n v i r t i e n s u m i s i n . U n a v e z f i n a l i z a d o e l p r o c e s o d e T r e b l i n k a sufri un ataque de n e r v i o s . U n a o d e s p u s , s i g u e s i n t i e n d o l a ten
de diecisiete aos
Ellos d e b e n saber. S u p o n g o q u e esta es la clave del p r o b l e m a . La p r e n s a , la radio y la televisin a l e m a n a i n f o r m a n casi t e x t u a l m e n t e de estos p r o c e s o s ju d i c i a l e s . D e l o s I.460 p e r i d i c o s y 3 0 r e v i s t a s q u e s e p u b l i c a n e n A l e m a n i a O c cidental, a p r o x i m a d a m e n t e un 85 por 100 se m u e s t r a n a favor de la continua cin de los j u i c i o s . Sin e m b a r g o , l a t r m i n o proceso NS' r e a c c i n casi a u t o m t i c a del a l e m n m e d i o al v e r u or el es m i r a r h a c i a otro lado. P e r o eso no es t o d o . La repulsa a
desesperada hacia su p r o p i a historia p r o v o c a otras reacciones m s directas: unos cuarenta kilmetros de Stuttgart, j u s t o al norte del ro Neckar,
se en-
96
U N A G E N E R A C I N SIN P A S A D O
mil habitantes.
p r o d u c c i n de
instrumentos
musicales y figuras
de porcelana.
En v e r a n o
Desde el o t o o de
1 9 5 8 , a c o g e ade
la A g e n c i a A l e m a n a para el P r o c e s a m i e n t o de el
Criminales Nazis.
p r i m e r o de este tipo en la h i s t o r i a de A l e m a n i a .
LiinderCestados') d e A l e m a n i a O c c i d e n t a l , y s u s o b j e t i v o s n o in
acciones judiciales, sino la
E l d i r e c t o r e s e l f i s c a l b v a r o A d e l b e r t Rckei'I, u n h o m b r e d e g r a n t a m a o , reflexivo, de hablar pausado. la responsabilidad es decir, de de realizar todas crimen en los las investigaciones preliIntentamos
Tenemos
cada con
su t o t a l i d a d .
crmenes
en relacin
cuales p u e d e n
iniciarse procedi
c r i m i n a l e s y el g r a d o
ponde,
que a c t u a l m e n t e r e s i d e n los a c u s a d o s , p a r a q u e p u e d a n l l e v a r a c a b o las diligen cias s u m a r i a l e s . La aos; las investigacin preliminar del Komplex requiere aproximadamente tres
diligencias s u m a r i a l e s C o n t a m o s con
responsabilidad de
cada estado,
aproximada
mente cuatro.
de ellas s o n fiscales; otras v e i n t i d s , j u e c e s ; el resto, a y u d a n t e s y s e c r e t a r i a s no especializados. vivimos de aislamiento. He intentado en un cierto estado
e n t a b l a r r e l a c i o n e s c o n los h a b i t a n t e s
del lugar,
pero creo q u e solo he l l e g a d o a c o n o c e r a u n a o dos p e r s o n a s , hace cinco aos que vivo aqu. L a A g e n c i a o c u p a las instalaciones
a p e s a r de que
un
en r e s u m e n , t o d o es franca
h e c h o de tener q u e dejar su c i u d a d , su h o g a r y su familia; m u c h o s de ellos pro ceden de lugares remotos, situados a una distancia de hasta mil kilmetros. C a s i n i n g u n o de ellos (ni
s i q u i e r a e l p e r s o n a l d i r e c t i v o ) h a v e n i d o a c o m p a a d o d e s u c n y u g e o s u fa milia.
97
EL TRAUMA ALEMN D o s j v e n e s fiscales, R i c h a r d Dietz, de treinta y seis a o s , y H U I S B s c h g e n s , de treinta y tres, m a n t u v i e r o n c o n m i g o una c o n v e r s a c i n lumhrantes oficinas, en u n a d e esas dcs-
H a n s B s c h g e n s e s o r i g i n a r i o del e s t a d o d e R e n a n i a del Norte-Westfalia. Hijo de un p e n , est c a s a d o y tiene dos hijos de corta edad. La p o b l a c i n local
do ver a mi familia u n a v e z cada seis u o c h o s e m a n a s . Vivimos en p e q u e a s y m i s e r a b l e s h a b i t a c i o n e s , y t e n e m o s q u e salir a c o m e r fuera, cres. Nuestras mentes estn saturadas de h o r r o r e s y m u e r t e . puesto que por nuestra en locales medio N o t e n e m o s nin
una
culpa personal.
Llevamos
a n o r m a l , s o l o p o r q u e c r e e m o s q u e e s n e c e s a r i o h a c e r este trabajo. C m o pue den creer que h e m o s e l e g i d o v i v i r as p o r c u a l q u i e r otro conviccin personal? Incluso hemos intentado motivo que no sea con
nuestra
mantener debates
la gente del lugar. Yo he h a b l a d o de este t e m a con mi casera, y, d e s p u s de un ao, parece que empieza a entender de qu le estoy h a b l a n d o ; no p o r q u e no
d o " n o s a b a l o q u e haca" y q u e "de t o d o s m o d o s , s o l o o b e d e c a n rdenes". S lo sabanafirmaPdchard D i e t z con amargura. Lo saban. dice (en r e a l i d a d se d i r i g e n La gente
dispa
asesinatos llevaban un
Puede alguien
r e a l m e n t e c r e e r q u e u n h o m b r e e s c a p a z d e p e r p e t r a r semejan
te c r i m e n sin s a b e r lo q u e est h a c i e n d o ? En eso es en lo q u e e s t o y t r a b a j a n d o , esos son los h o m b r e s a los que q u i e r o llevar a j u i c i o . Richard Dietz, procesos relativos termin. cos, como m u c h o s d e los j v e n e s j u r i s t a s q u e trabajan e n los c u a n d o la guerra
a crmenes nazis,
era s o l a m e n t e un n i o
f o r m p a r t e d e las J u v e n t u d e s
n i o s a l e m a n e s . H a y m i l l o n e s d e a l e m a n e s c o m o l. L o d r a m t i c o d e s u situa cin radica en la n t i m a c o n f r o n t a c i n de estas p e r s o n a s n o r m a l e s con aconte cimientos y circunstancias tas conocen (o desean extraordinarias, que m u y pocos de sus c o m p a t r i o
conocer).
l a o p o r t u n i d a d d e c o n o c e r les g u s t a e s t e t r a b a j o . P e r o s u r e s e n t i m i e n t o e n rela cin con t o d o lo q u e se v e n o b l i g a d o s a sacar a la luz s u p e r a con creces la r e p u l s i n q u e les p r o v o c a este c o m e t i d o .
98
A s i m i s m o , sus colegas de profesin de mayor edad, despus de todo, son solo hombres ordinarios que comparten las dudas, los sentimientos de culpa y, en resumen, el pasado de esta Alemania. No son cruzados; ni tampoco bus can venganza. Las conclusiones a las que han llegado son desesperantes. En una ocasin el doctor Rckerly yo nos quedamos conversando hasta bien entrada la noche. Tena un aspecto demacrado y pareca abatido. Me hizo de gua en mi recorrido por todo el edificio, ensendome cartas atroces e informes redactados en trminos burocrticos inefables, en los que no se trataba a los seres humanos asesinados ni siquiera como ganado, sino como objetos inanimados (las cifras no indican cantidades, sino peso); los archivos contienen cientos de miles de documentos y microfilmes. Nunca llegar el da en que podamos decir "se acab, ya est hecho"-me d i j o . Se trata de una misin interminable a la que nicamente el tiempo pue de poner punto final, cuando todos aquellos criminales hayan muerto. Aun as, solo podremos darla por terminada si hemos aprovechado ese tiempo para en sear a los que vendrn despus de nosotros, La nica garanta de que no vuelva a suceder se basa en la divulgacin, tarea que todos nosotros intentamos llevar a cabo pronunciando conferencias en nuestro tiempo libre a los jvenes, all don de nos dejan. Lo mismo hacen los dems fiscales en otros estados. Una y otra vez, por toda Alemania, me di cuenta de que el pueblo alemn en general nunca ha aceptado, o apenas sabe, que el genocidio afect a otros grupos adems de a los judos, quienes a su vez fomentan esta interpretacin errnea de los hechos. <<Seis millones de judos fueron asesinados, eso ya lo sab e m o s - d i c e Herr Rckerl-. Pero tambin mataron a cinco millones de civi les rusos, a dos millones de polacos, entre ellos a la intelectualidad ms des tacada, y a otro milln ms de personas que pertenecan a diversos grupos: gitanos, librepensadores, enfermos terminales y dementes de nacionalidad alemana [...]. En total ocho millones de lo que ellos daban en llamar " g a n a d o de categora inferior". Pero lo ms importante no son estas cifras abominables (catorce millones), sino la rotundamente insensata clasificacin de los seres h u m a n o s . C m o p o d e m o s hacrselo entender a nuestra gente? Y, en caso de que no sean capaces de entender esto, cmo podemos tener esperanza, alguna en el futuro?>>. Con toda seguridad, los ciudadanos de Ludwigsburg parecen no entender nada. El alcalde de la ciudad dijo lo siguiente en unas declaraciones para la tele visin alemana: No estoy diciendo que la Agencia Central sea una carga para nosotros, pero ciertamente afecta a nuestra imagen, puesto que no solo en este pas, sino seguramente tambin en el extranjero, existen ciertas reservas respec to a este organismo, naturalmente transferidas a nuestra ciudad>>. Los juristas de Ludwigsburg no creen que existan demasiados crmenes a gran escala fuera de su conocimiento; ni tampoco que nadie que conozcan pueda ser llevado a juicio. 99
EL TRAUMA ALEMN E x i s t e n s o b r e iodo d o s g r u p o s d e p e r s o n a s q u e , a u n s i e n d o c u l p a b l e s sin l a ms m n i m a duda, p e r m a n e c e n y seguirn estando en libertad. Esta certeza provoca Al una t r e m e n d a amargura y confusin. primer grupo pertenecen los llamados Schreibtisltateos 'asesinos de
trata de
h o m b r e d e asesinato p o r h a b e r encontrado
un papel.
a l g u n o s de los m s f a m o s o s e i n f a m e s
fueron i n c e n t i v a d o s p o r los a l i a d o s , en el c o n t e x t o del f e r v o r y la furia p o s t e riores a la guerra; m s tarde en E u r o p a del Este, d o n d e se ha a m p l i a d o la ley a travs de v a r i o s decretos especiales; en Israel, c o n el c a s o E i c h m a n n ; y recien temente, t a m b i n en A l e m a n i a , h a n tenido l u g a r dos o tres c a s o s s i m i l a r e s . No
El s e g u n d o grupo de personas que p e r m a n e c e n en libertad a pesar de que, p o r t o d o s los c a r g o s de los que se les a c u s a , d e b e r a n estar en la crcel, c o m prende una cantidad considerable de criminales nazis de primer orden que
fueron declarados
culpables p o r los
1 9 5 4 q u e p r o h i b e a A l e m a n i a r e v o c a r c u a l q u i e r d e c i s i n o sen
t e n c i a d i c t a d a p o r los a l i a d o s . Parece hasta que se dentales. poco probable que esta situacin pueda cambiar, como mnimo
firme
Presenci la llegada de un testigo de u n o de los j u i c i o s que se estn l l e v a n d o a c a b o a c t u a l m e n t e . L l e g al edificio d o n d e se e n c u e n t r a n los tribunales en un e n o r m e M e r c e d e s c o n d u c i d o p o r u n chfer. L l e v a b a u n a b r i g o d e c a c h e m i r a , y s u ros tro y el c o n j u n t o de su p e r s o n a i r r a d i a b a n p r o s p e r i d a d y bienestar; el chfer se
1 9 4 7 ; l a s e n t e n c i a fue r e v i s a d a y s e c o n m u t p o r u n a c o n d e n a a
100
U N A G E N E R A C I N SIN P A S A D O c a d e n a p e r p e t u a . E n 1 9 5 1 , y d e a c u e r d o c o n l a s d i s p o s i c i o n e s d e l a a m n i s t a ge n e r a l , fue p u e s t o e n l i b e r t a d , j u n t o c o n m u c h o s o t r o s d e s u m i s m a c a l a a . E n l a actualidad es un adinerado industrial. Por s u p u e s t o a a d i mi i n f o r m a n t e s e t r a t a de un excelente y experi mentado administrador. D u r a n t e l a p o c a del T e r c e r R e i c h , e n u n o d e los mi (as
H a y q u e ser m u y b u e n o p a r a h a c e r eso. Se
e n c o g i de h o m b r o s , p a r a c o n t i n u a r d i c i e n d o : Y a h o r a eso es lo q u e n o s ve m o s o b l i g a d o s a a d m i t i r c o m o testigo e n este j u i c i o , eso q u e c i r c u l a l i b r e m e n t e c o m o el aire que r e s p i r a m o s , m i e n t r a s n o s o t r o s que cometieron asesinatos tos concretos. E s a e s l a i m p r e s i n q u e l e q u e d a a u n a t r a s h a b e r e s t a d o e x p u e s t a a e s t e as pecto c o n c r e t o de la escena a l e m a n a , un aspecto tan f u n d a m e n t a l p a r a l a si [...] con toda la razn, puesto
[...] p r o c e s a m o s a s u s a n t i g u o s s u b o r d i n a d o s p o r a c -
t u a c i n g e n e r a l q u e n o h a p o d i d o s i n o i n f l u i r e n t o d a s las c r i s i s d e G o b i e r n o , y que a h o r a c o n s t i t u y e la base p a r a la p r i n c i p a l poltica de un i n q u i e t a n t e parti do de reciente formacin, el Partido Nacional Demcrata ( N P D ) . Para p o d e r recuperar la paz interior y la propia c o m p o s t u r a , gar s e r e q u i e r e t i e m p o y e s f u e r z o . veinticinco aos (el t i e m p o e n p r i m e r lu
necesario
nada, en el contexto de la m e m o r i a , para aquellos de nosotros que, aunque eramosjvenCS en la guerra, ya tenamos criterio propio. ciones m u y fuertes p a r a l o d o s n o s o t r o s , Fue una poca de emo
e m o c i o n e s que p u e d e n quedar s u m e r g i d a s , pero que no es posible olvidar. En el resto del m u n d o , al igual q u e en A l e m a n i a , la g e n e r a c i n de la g u e r r a sigue ostentando el poder, situacin que todava se prolongar durante algunos aos. Las p e r s o n a s que estn s i e n d o j u z g a d a s en A l e m a n i a p e r t e n e c e n a esa genera cin, tienen el m i s m o nivel de m a d u r e z y r e s p o n s a b i l i d a d q u e los j u e c e s , los
m i e m b r o s d e l j u r a d o y los fiscales que p a r t i c i p a n en los p r o c e s o s , o que los pro fesores, los lderes r e l i g i o s o s y los j e f e s de G o b i e r n o de t o d a s las n a c i o n e s ; en resumen, la mitad de la p o b l a c i n m u n d i a l . Por tanto, no se trata de h o m b r e s ancianos que pertenecen al pasado. C o n la e x c e p c i n del t i e m p o en el q u e p a r e c a m o s d i s p u e s t o s a a c e p t a r q u e la d e b i l i d a d , la i g n o r a n c i a y el h e c h o de ser m a y o r a j u s t i f i c a n un c r i m e n ante la ley, p o d r a p a r e c e r q u e e l e n j u i c i a m i e n t o d e a q u e l l o s c r i m i n a l e s e n A l e m a n i a era de p r e v e r . Deseara poder simplificar todo eso con estos t r m i n o s sencillos. Sin embar
c o n s i d e r a n d o a aquellos h o m b r e s responsables de lo que hicieron hace veinti cinco aos, de a c u e r d o con la legislacin de aquella poca y en unas circuns-
101
EL TRAUMA ALEMN tandas deliberadamente creadas y sin parangn en la historia del mundo?
C u n t o t i e m p o durar t o d o esto?
una gran parte del c a m i n o , hasta que un da llegar el m o m e n t o en que apenas ser necesario. N o o b s t a n t e , e x i s t e n g r a d o s . E n A l e m a n i a , e l n i c o p a s e n e l q u e l o s asesnatos m e t d i c o s han p a s a d o e x c e p c i o n a l m e n t e a formar parte de la psique de una nacin, el dilema acerca de la justicia se ha a g u d i z a d o . L l e g a d o s a este p u n t o , h e m o s a p r e n d i d o q u e e x i s t e n limitaciones s u b j e t i v a s
q u e a f e c t a n a l a s l e y e s . S e e s t n c e l e b r a n d o j u i c i o s r e l a t i v o s a l o s c r m e n e s d e l na zismo porque lo mejor de A l e m a n i a considera que la integridad de la sociedad d e p e n d e de la integridad de sus leyes. D e s g r a c i a d a m e n t e , t a m b i n h e m o s a p r e n d i d o que la i n t e g r i d a d de la l e g i s l a c i n d e p e n d e simultneamente de la integri dad de la sociedad. Tal vez es c o m p r e n s i b l e que hasta ahora la sociedad de A l e m a n i a Occiden tal e n g e n e r a l h a y a s i d o i n c a p a z d e a c e p t a r e l a s e s i n a t o p r e m e d i t a d o d e m i l l o n e s d e p e r s o n a s c o m o c r m e n e s i n d i v i d u a l e s , d e a c u e r d o c o n l a ley. v e m o s enfrentados al hecho, por lo dems curioso, Por tanto, nos (tal v e z
m e n t e c u a n d o estos c r m e n e s se p e r s o n a l i z a n , c u a n d o se p u e d e escuchar, o me j o r a n v e r , l o s d e t a l l e s d e l o s m i s m o s , s o l o e n t o n c e s d e s p i e r t a l a c o n c i e n c i a te rrible y r e p e n t i n a del increble e i n c a l c u l a b l e v a l o r de u n a sola v i d a h u m a n a . Entonces y solo entonces, con i n d e p e n d e n c i a de la identidad, nacionalidad o
h u m i l d a d y vergenza que
c a t o r c e m i l l o n e s no significa c a t o r c e v e c e s seis c e r o s , s i n o q u e se trata de seres h u m a n o s v i v o s , de s a n g r e caliente, altos y bajos, j v e n e s y a n c i a n o s , q u e rean y lloraban, a m a b a n y tenan ilusiones, y que p o d r a n estar t o d a v a v i v o s . que
as c o m o a su p r o p i o p a s , b s i c a m e n t e h a n
102
UNA G E N E R A C I N SIN PASADO dejado de tener i m p o r t a n c i a . Y no solo eso: la ley no contempla una condena en p r o p o r c i n c o n estos crmenes. En un anlisis final, c u a l e s q u i e r a de los castigos i m p u e s t o s r e d u c e n l a categora d e e s t o s c r m e n e s . L o q u e s e s m i p o r t a n te ( m e j o r d i c h o , casi un i m p e r a t i v o ) es que t o d o el p u e b l o de A l e m a n i a a s u m a estas a c c i o n e s c o m o lo que fueron: el asesinato de p e r s o n a s , do contra seres h u m a n o s c o n c r e t o s . es decir, perpetra-
aceptacin f u n d a m e n t a l
ser r e s p o n s a b l e de s m i s m a y de sus
actos. La r e p u l s a p o r parte de la s o c i e d a d h a c i a estas p e r s o n a s p o d r a s u p o n e r una especie de salvacin. Si esto fuera p o s i b l e , a u n q u e fuera de forma tarda,
se confirmara la integridad de aquellos a l e m a n e s que insisten en la necesidad de c e l e b r a r los j u i c i o s c o n t r a c r i m i n a l e s n a z i s , y su t e n a c i d a d pensada. dejaran En ltima de tener instancia, las acciones judiciales se vera recom individuos
contra tales
sentido. enorme
e s f u e r z o (tal v e z i n c l u s o e n e l m b i t o f e d e r a l ) p a r a p o d e r a c a b a r c o n los j u i c i o s antes de 1 9 7 0 , m o m e n t o en q u e deja de t e n e r v i g e n c i a la ley de prescripcin ampliada. Pero dicho esfuerzo debera verse respaldado por el G o b i e r n o , en
t o d o s sus n i v e l e s , p o r t o d o s los
m e d i o s de c o m u n i c a c i n y educativos, sin r e -
E s t e e s f u e r z o p o d r a e f e c t i v a m e n t e p o n e r fin a t o d a
103
5
COLOQUIO CON LA CONCIENCIA
FEBRERO
DE
2000
diciembre de
1970
Franz
c o m o t a m p o c o l o fue c o n s e g u i r e l a p o y o d e J o h n A n s t e y
c a m p o d e Birkeiiau, e n e l q u e s e e n c o n t r a b a n las c m a r a s d e g a s , y q u e c o n t a b a con su p r o p i o c o m a n d a n t e ) , c o n las cifras relativas a las p e r s o n a s e j e c u t a d a s p a t o l g i c a m e n t e infladas, y s o n s a c a d a s p o r los i n t e r r o g a d o r e s p o l a c o s en su eufo ria c a r c e l a r i a , h a b a n a p a r e c i d o p u b l i c a d a s r e c i e n t e m e n t e e n Estados Unidos.
en el persistente error h i s t r i c o q u e c o n v e r t i r a a A u s c h w i t z , de cara a la opi nin pblica mundial, en el m a y o r c a m p o de e x t e r m i n i o ; error por otro lado
Tras varias semanas de conversaciones, finalmente pude convencer a A n s tey de la diferencia f u n d a m e n t a l entre los c a m p o s de c o n c e n t r a c i n y los de ex(diferencia i g n o r a d a por el gran p b l i c o en todo el m u n d o ) , y entre el personal de estas instalaciones de carcter tan distinto. Tnicamente entonces
pudo comprender el potencial de mi propuesta. En d i c i e m b r e de 1 9 7 0 viaj a Dssekloifpara asistir a l a s l t i m a s s e m a n a s del juicio, de ocho meses de duracin, en que se p r o c e s a b a a Stangl. Para entonces, d u r a n t e l o s c u a t r o a o s a n t e r i o r e s y o y a h a b a a s i s t i d o a d e c e n a s d e j u i c i o s re lativos a crmenes nazis celebrados en A l e m a n i a Occidental, que en ocasiones podan durar varias semanas. A u n q u e con frecuencia se trataba de encargos,
e n a l g u n o s c a s o s h a b a a s i s t i d o a l o s juicios p o r m i c u e n t a , e n p a r t e p o r q u e n e cesitaba saber ms, concreto. E l h e c h o d e o b s e r v a r a h o m b r e s y m u j e r e s a c u s a d o s d e l o s c r m e n e s m s in f a m e s y e s c u c h a r las d e s c r i p c i o n e s de s u s a c u s a d o r e s s o b r e el t e r r i b l e sufrmieny, posteriormente, p o r q u e estaba b u s c a n d o a un hombre
m e n t e , al m a r g e n del h e c h o de que en m u c h o s c a s o s los resultados no eran c o n cluyentes, e r a q u e , e n l t i m a i n s t a n c i a , l a s e n s e a n z a s q u e p o d a n e x t r a e r s e d e todo lo que h a b a m o s odo eran mnimas. Los resultados efectivamente no
eran c o n c l u i e n t e s , p e r o no p o r q u e alguien p u d i e s e p o n e r en e n t r e d i c h o el testim o n i o ofrecido p o r los testigos. Era fundamental mani.en.er una actitud abierta,
p e r o era casi i m p o s i b l e d u d a r : las e x p e r i e n c i a s r e l a t a d a s p o r los t e s t i g o s (que h a ban m a r c a d o sus c u e r p o s y sus m e n t e s ) eran tan d e s g a r r a d o r a s que resultaba casi i m p o s i b l e i m a g i n a r q u e u n ser h u m a n o p u d i e r a s o p o r t a r a q u e o . A d e m s , en c o m p a r a c i n con los testigos i n v a r i a b l e m e n t e ancianos y de obvia fragilidad f s i c a q u e d e c l a r a r o n m s d e d o s d c a d a s d e s p u s , e n l o s a o s n o v e n t a , c u y o s re c u e r d o s a l g u n o s de n o s o t r o s p o d r a m o s p o n e r en tela de j u i c i o , a q u e l l o s testigos describan hechos relativamente recientes, que se r e m o n t a b a n c o m o m x i m o a un cuarto de siglo antes. La razn por la que m u c h o s de estos juicios en ltima instancia no produ can r e s u l t a d o s d e c i s i v o s era q u e r e s u l t a b a e x t r e m a d a m e n t e difcil d e m o s t r a r
que el a c u s a d o h a b a c o m e t i d o h o m i c i d i o s i n d i v i d u a l e s , lo cual era un requisi t o i n d i s p e n s a b l e p a r a p r o m u l g a r u n a c o n d e n a , d e c o n f o r m i d a d c o n l a l e y ale m a n a . En aquellas instalaciones, d i a r i a m e n t e se llevaba a cabo el asesinato en serie y s i s t e m t i c o de miles de p e r s o n a s d e s n u d a s , registrada; cuya entrada no quedaba
no quedaba ni
rastro de ellas. A s que m u c h o s p r o c e s a d o s q u e d a r o n en libertad, a pesar de su evidente culpa. mos escuchado ya tenamos. Sin e m b a r g o , p a r a m lo m s frustrante era que lo q u e haba rara vez aportaba alguna n o v e d a d sobre el c o n o c i m i e n t o que
j a m s p r o c e s a d o , c o n l a e x c e p c i n d e l b u r c r a t a Eiclllliann), a s c o m o l a p e r s o n a l i d a d y la v i d a interior de a q u e l l o s que, en el a i s l a m i e n t o de las instalacio n e s s i t u a d a s e n m e d i o d e l o s b o s q u e s m s e s p e s o s d e l a P o l o n i a o c u p a d a , eje cutaron sus rdenes. un grado de T o d o s ellos p a r e c a n bastante p r i m i t i v o s y presentaban considerablemente limitado; pero ninguno
inteligencia similar,
de ellos c o n t r i b u y a aclarar en lo m s m n i m o no ya los p r o c e s o s que h a b a n c o n d u c i d o a estas a c c i o n e s a b o m i n a b l e s , sino c m o era p o s i b l e que ellos mis mos, hombres y mujeres concretos, hubieran podido perpetrar semejantes
crmenes. E n a l g n m o m e n t o d e 1 9 6 8 m e d i c u e n t a d e q u e e s e e r a e l m o t i v o d e m i frus tracin, por lo que me e m b a r q u en la b s q u e d a de u n o de estos c r i m i n a l e s que fuera m e n o s p r i m i t i v o y q u e ofreciera a s o m o s de c o n c i e n c i a m o r a l . p o d a a c e r c a r m e a un Crea que si
105
EL TRAUMA ALEMN prolongada, a juicios individuales, y otros letrados. Fue entabl amistad con fiscales, jueces
e n e l l a r g o j u i c i o d e F r a n z S t a n g l e n 1 9 7 0 , q u i e n a q u e l m e s d e o c t u b r e m e tele fone a mi casa de L o n d r e s para i n f o r m a r m e que estaba buscando (en aquel de q u e tal estaba vez Stangl fuera el declara
momento
prestando
conocer: tener un
idnticos y terribles
pareca
pice
conciencia.
C u a n d o r e g r e s e n d i c i e m b r e p a r a asistir a las d o s l t i m a s s e m a n a s del j u i c i o , que c o n c l u y con la c o n d e n a a cadena perpetua de Stangl p o r su corresponsa bilidad en la ejecucin de n o v e c i e n t a s mil p e r s o n a s en T r e b l i n k a , * c o n o c a su esposa, que haba v e n i d o desde Brasil para acompaarle en el m o m e n t o en
que se p r o n u n c i a s e el v e r e d i c t o , y le c o m u n i q u m i s i n t e n c i o n e s . La m a a n a del 23 de d i c i e m b r e de 1970, p o c o antes de tomar mi v u e l o de regreso a Londres, me dijo q u e su m a r i d o h a b a a c c e d i d o a h a b l a r c o n m i g o si era c a p a z de conse guir los p e r m i s o s n e c e s a r i o s . para acabar de pulir un F u e r o n n e c e s a r i o s otros tres m e s e s , q u e a p r o v e c h e en el que estaba trabajando (The Case o f Afo
libro
p a r a c o n v e n c e r a las
correspondientes
autoridades judi
U n a d e las m u c h a s Alemania
amistades y la
de los c i n c u e n t a en mi p r o y e c t o sobre
Occidental,
ms
e n m i a c t i t u d h a c i a A l e m a n i a , h a s i d o esta f a m i l i a a l e m a n a d e l a era p o s t h i t l e ideal en muchos aspectos, con que con el paso del t i e m p o a u m e n t a r a en
n m e r o de m i e m b r o s , de los m s j v e n e s ,
s o b r i n o s y s o b r i n a s , y con los c n y u g e s y la p r o l e
n o n i e t o del c a n c i l l e r d e h i e r r o ^ y R u t h - A l i c e p r o c e d a d e o t r a d i s t i n g u i d a fa-
* E n las p r i m e r a s cifras o f i c i a l e s , s u m i n i s t r a d a s p o r l a s a u t o r i d a d e s p o l a c a s , s e ha blaba de c u a t r o c i e n t a s mil p e r s o n a s ; en las s e g u n d a s , de setecientas mil. En el j u i c i o de N u r e m b e r g , l a cifra m e n c i o n a d a fue d e n o v e c i e n t a s m i l . Y e n 1 9 7 1 , e l j e f e d e l a e s t a c i n d e T r e b l i n k a , q u e h a b a r e g i s t r a d o l a e n t r a d a d e l o s t r a n s p o r t e s v a g n p o r v a g n , esti m q u e l a cifra r e a l e r a d e u n m i l l n c i e n m i l p e r s o n a s .
106
1945, c u a n d o sus tierras p a s a r o n a formar parte de P o l o a Alemania Occidental en calidad de refugiados. Durante el m-
b r a d a p r e s i d e n t a d e l a S o c i e d a d p a r a e l EcumeuisniO E v a n g l i c o Judo),
m i e m b r o del s n o d o de la Iglesia p r o t e s t a n t e a l e m a n a . En 196 1 se c o n v i r t i en director general (Intendftlt^e la Radio Televisin de Alemania Occidental
( W D R ) . En 1977, a la edad de sesenta y c i n c o a o s , su e x t r a o r d i n a r i a carrera de servicios a la s o c i e d a d se v i o c o r o n a d a por el cargo de p r e s i d e n t e de la Socie dad Goethe. H a b a e s t a d o en c a s a de los Bismarck en n u m e r o s a s ocasiones a lo l a r g o de t o d o s a q u e l l o s a o s d e a m i s t a d , e n s u m a n s i n d e C o l o n i a , a s q u e e l h e c h o d e ins talarme en la habitacin de invitados, dos das antes de e m p e z a r mi p r o y e c t o con S t a n g l e n l a p r i s i n d e D u s s e l d o r f , fue c o m o v o l v e r a c a s a . N i n g u n o d e n o s o tros saba c u n t o t i e m p o durara a q u e l l o , ni cul sera mi reaccin o la de sus hijos, siete n i o s y u n a n i a de e d a d e s c o m p r e n d i d a s entre los diez y los vein ticinco aos, ante esa experiencia. En a p a r i e n c i a , la rutina r p i d a m e n t e se instal en n u e s t r a v i d a diaria; todos d e s a y u n b a m o s j u n t o s en la c o c i n a a las siete de la m a a n a , mcllidala
Hcilisd'1 ?71(('ama d e l l a v e s ' ) , y a a n c i a n a . T r e s c u a r t o s d e h o r a d e s p u s l o s n i o s salan p a r a ir al c o l e g i o , K l a u s a su oficina y yo h a c i a la estacin, para tomar el tren h a s t a Dusseldorf, q u e t a r d a b a c u a r e n t a m i n u t o s . H a c i a las n u e v e v a haba o c u p a d o m i l u g a r , p r o v i s t a d e v a s o s d e p l s t i c o c o n caf del b a r d e l a e s t a c i n , en la h a b i t a c i n , de aspecto similar a una celda, situada en el s e g u n d o piso de l a p r i s i n e n l a q u e t u v i e r o n l u g a r m i s c o n v e r s a c i o n e s c o n S t a n g l : p o r l a ma a n a de n u e v e a d o c e , y p o r la tarde de u n a y m e d i a a c i n c o . La m a y o r parte de
los das, u n a v e z t e r m i n a d o mi trabajo, d e d i c a b a un rato a charlar con el direc tor de la c r c e l , E b e r h a r d M i e s , y su esposa, quienes d e m o s t r a r o n un p r o f u n d o
inters en mi p r o y e c t o y h a b a n sido de gran a y u d a a la h o r a de solicitar que me dejaran conversar con Stangl. H a c i a las s e i s y m e d i a e s t a b a d e n u e v o e n
* L a h e r m a n a d e R u t h - A l i c e , M a r a v o n W e d e m e y e r , fallecida e n 1977, haba s i d o l a p r o m e t i d a d e l p a s t o r Dietrich Bonboeffer. E n 1993, c u a r e n t a y o c h o anos d e s p u s d e q u e B o n h o e f f e r fuera c o l g a d o e n el c a m p o d e c o n c e n t r a c i n d e Fossenhnrg t a n s o l o u n m e s a n t e s d e l fin d e l T e r c e r R e i c h , R u t h - A l i c e public l a f a n t s t i c a obra Ir-vdetters from Cel'1^2, H a r p e r C o l l i n s , 1 9 9 4 drid, E d i t o r i a l T r o t t a , 1998]. [ H a y t r a d . c a s t . : Cartasdcamordc^dda prini>}A&-
107
EL TRAUMA ALEMN ca o fragmentos de Ja l e c t u r a de un l i b r o , la B i b l i a y , en o c a s i o n e s , t a m b i n art c u l o s d e p e r i d i c o s o r e v i s Las ( e s t a c o s t u m b r e f a m i l i a r a l a q u e y a e s t a b a h a bituada marek). A pesar de que la finalidad de estas r e u n i o n e s familiares v e s p e r t i n a s , la de mantener una relacin mutua franca y transparente, n u n c a se dej de por mis anteriores visitas fue p e r p e t u a d a por los hijos de los Bis-
lado, s qued en cierto m o d o desplazada por el inters que a m b o s padres y t o d o s s u s h i j o s , c o n l a e x c e p c i n d e l o s d o s m s p e q u e o s , d e m o s t r a r o n ha cia m i trabajo c o n S t a n g l . P a r a m t a m b i n , s u c u r i o s i d a d , sus r e a c c i o n e s y p r e g u n t a s , e s p e c i a l m e n t e l a d e l o s m i e m b r o s m s j v e n e s d e l a f a m i l i a , fue ron m s v a l i o s o s d e l o que n u n c a hubiera i m a g i n a d o . A l g u n o s a o s m s tarde recordara todo miento esto mientras Albert Speer intentaba e x p l i c a r m e su plantea
a l a h o r a d e e s c r i b i r Memorias y l a r a z n p o r l a q u e l a v e r s i n d e f i n i
Spandau.
Q u e r a d i r i g i r m e a la gente jovenme c o n t ( a u n q u e no se refera a sus p r o p i o s hijos), a g e n t e q u e n o t u v i e r a n a d a q u e v e r c o n m i g o , q u e n o s i n t i e ra la n e c e s i d a d de p r o t e g e r m e , y q u e no v a c i l a s e n a la h o r a de a t a c a r m e o con t r a d e c i r m e ; al m e n o s eso era lo que yo crea. C u a n d o lo h i z o , se dio cuenta de qu era lo que la j u v e n t u d quera saber m u c h a s cosas en el tintero, y por tanto [...], d e q u e t o d a v a h a b a n q u e d a d o [que h a b a n q u e d a d o ] muchas res-
p u e s t a s pendientes en mi " b o r r a d o r de S p a n d a u ' Y A l g o s i m i l a r m e s u c e d i e n a q u e l l a s t a r d e s q u e t r a n s c u r r i e r o n e n e l estu d i o d e Klaus B i s m a r e k : h a b a c o n v e r s a d o d u r a n t e a o s c o n u n a c a n t i d a d con siderable de gente, j v e n e s y a n c i a n o s , s o b r e sus s e n t i m i e n t o s a c e r c a del Ter cer R e i c h , p e r o esto era d i f e r e n t e . C o n S t a n g l y T r e b l i n k a n o s e n c o n t r b a m o s a l borde del
a b i s m o / L a c a p a c i d a d d e c o m p r e n s i n d e estOS j v e n e s , a l g u n o s
una protimdidad e x t r e m a d a m e n t e s i m p l e , me a v u d a b a t o -
m a tan a c t i v a e n s u c e s o s tan h o r r i p i l a n t e s .
catlica practicante, no hubiera p o d i d o detenerle. Los padres de B i s m a r e k me contaron q u e sus hijos p l a n t e a r o n estas p r e g u n t a s en el colegio, a m p l i a r o n el debate a maestros y amigos, semanas en y que las conversaciones en sus mantenidas mentes por durante el resto
aquellas
die Hlllcquedaron
grabadas
de sus v i d a s .
* AHIAbgntnd, t t u l o
que recibi
la v e r s i n
a l e m a n a de En aquellas tinieblas, y
que
l a m e n t a b l e m e n t e fue c a m b i a d o e n s u l t i m a e d i c i n .
108
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A C o m o d e s c r i b o e n las p g i n a s s i g u i e n t e s , a l i n i c i o d e n u e s t r o s e n c u e n t r o s inform a Stangl de mis objetivos y de que en n i n g n caso mi trabajo tena que ver, o podra ayudarle, c o n la a p e l a c i n q u e e s t a b a p r e p a r a n d o c o n t r a la con c o n d i c i n que l acept. C u a n d o l e c o n o c llevaba e n
la crcel cuatro aos, p r i m e r o en Brasil, a la espera de su extradicin, V p o s t e r i o r m e n t e e n A l e m a n i a . L a d i f e r e n c i a e n t r e l y los d e m s c r i m i n a l e s , tal c o m o y o e s p e r a b a , e r a q u e , a p e s a r d e q u e s e g u a b l o q u e a n d o c u a l q u i e r s e a l d e re conocimiento de culpa personal, m u y pronto result evidente que haba sido
capaz de a p r o v e c h a r su p r o l o n g a d a y solitaria reclusin para reflexionar acerca de las c i r c u n s t a n c i a s q u e le h a b a n l l e v a d o a su s i t u a c i n a c t u a l , y t a m b i n p a r a leer b a s t a n t e . En las s i g u i e n t e s p g i n a s tinieblas) he intentado (y, p o r s u p u e s t o , e n m i l i b r o E n aquellas Stangl la confronta
cin d e s u p r o p i a c u l p a , f o r z a d a p o r m, as c o m o m i s p r o p i a s i m p r e s i o n e s del trabajo que realic all. D u r a n t e este a n g u s t i o s o p r o c e s o , de desesperacin, Stangl experiment muchos momentos incluso
aunque ocurriera un milagro y la apelacin de su c o n d e n a tuviese xito, estaba a c a b a d o . S a b a q u e s u e s p o s a n u n c a p o d r a v o l v e r c o n l , a h o r a q u e n o s o l o es taba c o m p l e t a m e n t e i n f o r m a d a de todos sus actos, sino que a d e m s era cons
ciente de la repulsa general que d e s p e r t a b a su m a r i d o . No obstante, la experien cia s u p u s o un gran alivio p a r a l. Al t r m i n o de n u e s t r a s c o n v e r s a c i o n e s solo quera morir (de lo cual no cabe la m e n o r duda, c o m o lo d e m u e s t r a una carta que aos d e s p u s en B r a s i l me e n s e a r a su esposa, en la q u e e x p r e s a b a este d e s e o de forma m u y explcita), por lo que no sent ni t a m p o c o me s o r p r e n d i su muer te, p r o d u c i d a a c a u s a d e u n i n f a r t o d i e c i n u e v e h o r a s d e s p u s d e n u e s t r a lti ma conversacin. P e r s o n a l m e n t e , las c o n v e r s a c i o n e s m a n t e n i d a s c o n a q u e l h o m b r e m e ins truyeron de ms que c u a l q u i e r otra cosa a c e r c a d e l a e s e n c i a l t i m a del p r o c e s o una experiencia que probablemente hubiera evitado de
corrupcin.
Fue las
haber intuido
secuelas
que dejara en m . A m e n u d o
me han preguntado
p o r q u l o h i c e , q u fue l o q u e m e h i z o i m p o n e r m e e s t a h o r r i b l e t a r e a . L o ni co que he p o d i d o contestar a esa p r e g u n t a es que no se trataba de una obsesin p o r el m a l , c o m o a l g u n o s h a n i n s i n u a d o en r e l a c i n c o n este y otros libros, ni t a m p o c o de un f e r v o r r e l i g i o s o q u e me i m p u l s a r a a i n t e n t a r r e d i m i r a un pe cador; a buen seguro no se trataba, por conseguir fama o dinero. c o m o algunos sospechan, de una ambicin
(y que e g o s t a m e n t e esperaba que mis allegados compartiesen), en forma tensin y u n a clase d e a g o t a m i e n t o m u y e s p e c i a l , p u e d e ser m u y alto.
de m i e d o ,
T a l vez p u e d a ilustrar estas t e n s i o n e s r e l a t a n d o algo que me s u c e d i cuan do me encontraba i n m e r s a en mi trabajo con Stangl. S u c e d i un da en que me
109
EL TRAUMA ALEMN qued charlando hasta bastante tarde con el director de la crcel. Estaba prcticamente sola en el andn de la estacin de Dusseldorf, esperando la llegada del tren, cuando o el llanto de unos nios... , de muchos nios, me pareci... El llanto se prolog bastante tiempo antes de que un tren de mercancas, que re dujo la marcha al aproximarse a la estacin, pasara de largo. Mientras pasaba ante m (ahora los llantos, a mis odos, parecan desesperados) pude ver frag mentos de pequeos rostros que se apretaban contra las estrechas aberturas de cada vagn. No suelo desmayarme, pero en aquella ocasin perd el conoci miento. El ferroviario que acudi a socorrerme me inform de que el tren transportaba ganado. Eran terneros, terneros que geman c o m o nios. Toda va me parece orlos mientras escribo estas lneas. Durante las semanas que trabaj con Stangl apenas pude dormir; en los aos siguientes, mientras preparaba En aquellas tinieblas, todas las noches me persegua de forma implacable una pesadilla en la que alguien le haca dao a mi hija (el tipo de dao que Stangl me describi de forma tan grfica). Aproxi madamente un ao despus un amable obispo me advirti de lo siguiente en el Vaticano: C u a n d o alguien se expone al diablo, este puede invadirle. T e n cuidado, hija, y, tras decir esto, hizo la seal de la cruz en mi frente.
OCTUBRE DE 1971 El 22 de diciembre de 1970, tras un proceso judicial de ocho meses de dura cin, considerado por la opinin pblica alemana c o m o el ms importante de los juicios NS que se celebraran en Alemania desde Nuremberg, Franz Stangl, Kommandant del campo de exterminio de Treblinka, ubicado en Polonia, entre agosto de 1942 y agosto de 1943 (y de Sobibor en los cuatro meses anteriores a esa fecha), fue condenado a cadena perpetua por su complicidad en el asesinato de novecientas mil personas, hombres, mujeres y nios, durante el ao en que el campo estuvo a su cargo. A pesar de que las pruebas presentadas en el juicio no pudieron demostrar que Stangl hubiera cometido homicidios con cretos con sus propias manos, s demostraban, para satisfaccin de los j u e c e s , que, mediante su actitud y las rdenes que dio, puso en marcha o autoriz en calidad de comandante, t o m parte activa en el asesinato de los prisioneros. Franz Stangl es el oficial de mayor rango de un campo de la muerte que hemos podido procesar- afirm el fiscal jefe Alfred Spiess-. Hss, comandante de Auschwitz, es el nico oficial con un cargo de similar relevancia que tambin pudo ser procesado, y fue ejecutado por los polacos inmediatamente despus de la guerra. Los dems oficiales del m i s m o rango se suicidaron antes del juicio, o bien, como Mengele, escaparon. En un primer momento Stangl tambin escap: capturado en Austria por los estadounidenses tras el final de la guerra, quienes en aquel momento no le 110
relacionaron con los campos de exterminio, fue entregado a los austracos en 1947 para ser procesado por su participacin en el programa de eutanasia en 1941. Escap de la prisin preventiva en mayo de 1948. A. travs de la ruta de huida del Vaticano lleg a Siria y, posteriormente, en 1951, despus de que su familia se reuniera con l en Damasco, huy a Brasil, donde vivi con su propio nombre sin necesidad de ocultarse hasta que el cazador de nazis Simn Wiesenthal dio con l en 1967. Le estuve buscando durante aos- me cont Herr Wiesenthal, director de los archivos judos sobre crmenes nazis, ubicado en V i e n a - . Estaba seguro de que se habra cambiado el nombre y eso es lo que me hizo perder tiempo. In cluso cuando me llegaron noticias de que haba sido visto en Sao Paulo, inici su bsqueda con un nombre ficticio. Cuando por fin le encontr, me dirig personalmente a Robert Kennedy, un gran hombre. Segn sus propias palabras: "No existe una ley de prescripcin que impida llevar a cabo una obliga cin moral". Hizo saber a Brasil que a Estados Unidos no le agradara que se produjera ningn retraso en la consecucin del acuerdo de extradicin de Stangl. Su intervencin en aquellas circunstancias influy en la actitud poste rior de todos los Gobiernos de Sudamrica, al dejar clara la postura de Estados Unidos. Herr Wiesenthal afirma que ha averiguado el paradero de mil cien nazis (hasta la fecha) que permanecan ocultos, entre ellos Adolf Eichmann, para los israeles. Pero considera que encontrar a Stangl ha sido lo ms importante. El caso Stangl -afirma- es el proceso criminal ms significativo de este siglo celebrado en Alemania Occidental. Aunque no hubiese hecho nada ms en mi vida aparte de encontrar a este hombre depravado, me dara por satisfecho y mi vida no habra sido en vano. Me result difcil asociar al hombre tan educado que conoc en la crcel de Dusseldorf con esta descripcin. Franz Stangl era un hombre de gran estatura, de cabello canoso y con entradas, con el rostro surcado de profundas arrugas y los ojos enrojecidos. Al inicio de nuestras conversaciones en abril de 1971, tena sesenta y tres aos. Du rante los tres aos de preparativos anteriores al juicio, en esa misma crcel se encontraban varios antiguos subordinados suyos, entre ellos Kurt Franz, fa moso por su crueldad, que fue comandante de Treblinka durante el breve pe rodo de tiempo entre el relevo de Stangl y la clausura del campo. Durante todo ese tiempo, se mantuvo a Stangl aislado en su celda, de dos por cuatro metros. Incluso cuando los dems oficiales de Treblinka fueron trasladados a otra pri sin, tras haber sido confirmadas sus condenas, algunos prisioneros ms jvenes profirieron amenazas veladas contra la vida de Stangl, por lo que el aislamien to continu para garantizar su seguridad. Justo antes de Semana Santa, su esta do cada vez ms depresivo condujo a las autoridades penitenciarias (de esa institucin modlica y progresista) a permitir que saliera al patio de la prisin du-
11 1
EL TRAUMA ALEMN u n t e una hora diaria para hacer algo de ejercicio, as c o m o a m a n t e n e r a l g n Inclu-
q u e tal v e z t e n g a q u e p r i v a r m e e n e l f u t u r o . H a b l a b a e l d u l c e a l e m n d e S U A u s tt a n a t a l , en el e s t i l o semi formal q u e se e n s e a en las e s c u e l a s r u r a l e s de a q u e l pas. rojas S u v o z era tan s o s e g a d a c o r n o s u p o r t e . de obrero parecan desentonar con nicamente sus g r a n d e s m a n o s global que daba este
la impresin
hombre,
afectada por
a nuestros
c o n t r a s t a b a c o n m i s expectativas d e e n c o n t r a r m e c o n u n
pobre hombre.
S t a n g l y el d i r e c t o r de la crcel Heii: Eberhai'd M i e s , q u i e n a n t e r i o r m e n t e haba ejercido c o m o a b o g a d o , se dieron la m a n o con una leve inclinacin de cabeza con o c a s i n de mi p r i m e r a visita. H a b l a r o n s o b r e los s e r v i c i o s d i s p o n i b l e s para los p r i s i o n e r o s : ajedrez, foros de debate y, en un futuro p r x i m o , cursos Me he inscrito en el club d e ajedrezle i n f o r m
semanas de duracin). Los funcionarios de prisiones de A l e m a n i a Occidental reciben una amplia f o r m a c i n (que incluye doscientas horas de clases de p s i c o l o g a ) . El p e r s o n a l p e n i t e n c i a r i o de esta e n o r m e p r i s i n p r e v e n t i v a , situada en un gris y d e p r i m e n te barrio d e Dusseldorf, est c o m p u e s t o p o r u n g r u p o d e h o m b r e s c o m p a s i v o s de e x p r e s i n que, p r o f u n d a m e n t e interesados en
y con
r e s u r g i r e n s u s m e n t e s . M u c h o s d e e l l o s s e c u e s t i o n a n (al i g u a l q u e l a m a y o r a d e los a l e m a n e s ) tantos aos. Al la pertinencia de l o s j u i c i o s sobre crmenes nazis despus de mismo tiempo, casi todos ellos admiten que, por desgracia,
m i e n t r a s e s t o s c r i m i n a l e s s i g a n v i v o s e s i n m o r a l n o h a c e r n a d a . U n j o v e n fun c i o n a r i o q u e ni s i q u i e r a h a b a n a c i d o a. p r i n c i p i o s de los a o s c u a r e n t a me exp i k sus r e f l e x i o n e s a c o c a del i onihetO q u e m s le p e r t u r b a b a : hombre, quiero decir, Parece un
[ a l g u n o s d e e l l o s s e r e f e r a n a l c o m o H e r r S t a n g l , l o c u a l era i n d i -
c a t i v o de u n a sutil y s i g n i f i c a t i v a rosas.
diferencia],
Ms a d e l a n t e l e dije a S t a n g l q u e l o s g u a r d i a s p a r e c a n t e n e r u n a actitud p o s i t i v a h a c i a l. No veo razn alguna para complicar sus vidas. Si yo me com-
p o r t o c o r r e c t a m e n t e con ellos, ellos h a r n lo miSBlO c o n m i g o . Se trata de adap t a r s e a la s i t u a c i n . La n e c e s i d a d de a d a p t a r s e a las s i t u a c i o n e s p a r e c e h a b e r a c o m p a a d o a F r a n z Stangl desde la cuna. N a c i en
Altmunster,
t r a c a , e l 2 6 d e m a r z o d e 1 9 0 8 . S u n i c a h e r m a n a t e n a d i e z a o s y s u m a d r e to d a v a era j o v e n y h e r m o s a , p e r o su p a d r e ya era un h o m b r e de a v a n z a d a edad. Era vigilante n o c t u r n o c u a n d o yo nac. Pero siempre estaba pensando en la
lite
del I m p e r i o ) .
En mo
d e DragOJieren t o d o
n o r e c u e r d o e x a c t a m e n t e c u n d o , s u p e q u e m i p a d r e n o h a b a q u e r i d o tener me. Pude escuchar alguna de sus conversaciones. l crea que en realidad no
ner. N u e s t r a s v i d a s s e r e g a n p o r l a d i s c i p l i n a m i l i t a r .
Le t e n a un m i e d o terri
s e m u d a b a n , y e l c a r r o d e l a s m u d a n z a s ( e n t o n c e s t i r a d o p o r c a b a l l o s , p o r su puesto) ya haba llegado. El c o n d u c t o r haba entrado en la casa para ayudar a sacar los m u e b l e s , y all e s t a b a ese fantstico carruaje sin n a d i e a l r e d e d o r . C o r r p o r la n i e v e , con m i s zapatillas n u e v a s . S u b al carruaje y me sent en el asien to del c o n d u c t o r , a g r a n altura p o r e n c i m a del s u e l o , con t o d o a q u e l p a n o r a ma ante mis ojos, silencioso, b l a n c o y tranquilo. En la lejana p u d e distinguir
un solo p u n t o negro en la i n m e n s i d a d blanca de la nieve recin cada. Baj lo m s rpido que p u d e y corr de regreso a casa, a t r a v e s a n d o la gruesa capa de nieve. C u a n d o llegu a la cocina me escond detrs de mi m a d r e . Pero l l e g a m o s c a s i a l a v e z . " D n d e e s t e l n i o ? " , p r e g u n t , a s q u e t u v e q u e s a l i r d e m i es condite. Me coloc sobre sus rodillas y me azot con su cinturn de cuero. Te na un corte en un dedo que se haba hecho u n o s das antes. L l e v a b a un venda j e , pero me g o l p e con tanta fuerza que el corte se abri y e m p e z a m a n a r sangre. O a mi m a d r e decir: "Para, ests s a l p i c a n d o d e s a n g r e l a s paredes".
C u a n d o Stangl tena o c h o aos, dos a o s d e s p u s del inicio de la P r i m e r a G u e r r a Mundial, s u p a d r e m u r i d e malliutlicin. U n a o d e s p u s s u m a d r e se cas con un v i u d o que t a m b i n tena dos hijos.
113
EL TRAUMA ALEMN Le t r a t a b a a u s t e d c o m o si fuera hijo s u y o ? M e trataba biense detuvo. B u e n o , al fin y al c a b o yo no era hijo
Suyoseprodujo otra pausa. R e c u e r d o que a veces me senta celoso de su v e r d a d e r o hijo, que tena la m i s m a edad que yo. muchos amigos?
Pero c u a n d o tena catorce aos e m p e c a tocar la ctara de forma a u t o d i d a c t a , y m s tarde p a s a ser s o c i o del c l u b de ctaraentonces e m p e z a llorar s i l e n c i o s a m e n t e , e n j u a g n d o s e los ojos c o n el d o r s o de la m a n o . Dis clpeme. A los q u i n c e a o s dej los e s t u d i o s y e m p e z a trabajar c o m o a p r e n d i z de tejedor. En tres a o s finalic el aprendizaje de este oficio, y c u a n d o tena algo
ms de dieciocho aos me convert en el maestro tejedor ms j o v e n de Austria. Todava se s e n t a o r g u l l o s o de ello. T r a b a j a b a en u n a fbrica de tejidos y dos aos despus ya estaba a cargo de quince e m p l e a d o s . Ganaba doscientos
chelines al m e s , y cuatro quintas partes de mi s u e l d o se la daba a m i s p a d r e s . se quedaba con una quinta parte? Con veinte aos, no necesitaba ms? Sonri. el d o b l e d a n d o clases de ctara p o r las n o c h e s . ms amigos entonces? Pero tena mi ctara. Los d o m i n g o s me dedicaba esta vez a construir un
durante m s tiempo.
es lo que le hace llorar, al recordar aquello? F u e l a p o c a m s feliz d e m i vidadijo m o v i e n d o r e p e t i d a m e n t e l a cabeza. En 1 9 3 1 , a la edad de veintitrs aos, cinco aos despus de haberse conver tido en un m a e s t r o tejedor, se dio cuenta de que se e n c o n t r a b a en un callejn sin salida. S i n u n a f o r m a c i n "Superior y o n o p o d a a s p i r a r a a s c e n s o s . P e r o p o c o n t i n u a r t o d a mi v i d a con este oficio? A mi a l r e d e d o r vea a h o m b r e s de treinta y c i n c o a o s q u e h a b a n e m p e z a d o a trabajar a mi e d a d y q u e va pare can ancianos. El trabajo era tan p o c o saludable... El p o l v o que se introduca
en los p u l m o n e s , el ruido...
j v e n e s p o l i c a s q u e p a t r u l l a b a n las calles: t e n a n un a s p e c t o tan s a n o , dan tanta s e g u r i d a d y p a r e c a n tan l i m p i o s y e l e g a n t e s con entiende lo que quiero decir? usted odiaba los uniformes. Me mir con sorpresa. eso era diferente. Solicit su e n t r a d a en el c u e r p o de p o l i c a y se p r e s e n t a u n a entrevista. bastante difcil, casi c o m o un e x a m e n .
sus u n i f o r m e s . . .
Fue
114
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A A l g u n o s m e s e s d e s p u s , c u a n d o casi h a b a p e r d i d o toda e s p e r a n z a , l e notificaron que deba p r e s e n t a r s e en el p l a z o de p o c o s das en los KaplanhofHos
Oen l u g a r d e i n i c i a r e s t a s d i l i g e n c i a s c o n t a n t o secrctismo? Tcm'n l a int e n c i n de e n v i a r t e a e s t u d i a r a Viena". El llanto v o l v i a h a c e r acto de p r e s e n c i a en sus ojos. N o p o d a h a b e r c a m b i a d o d e p l a n e s a l s a b e r esto?". M o v i la cabeza. No me lo pidi. L a f o r m a c i n d e l a p o l i c a austraca era d u r a . La l l a m a b a n "la E s c u e l a de
Viena". Eran un grupo de sdicos. Nos inculcaban la sensacin de que todo el m u n d o estaba en contra nuestra, d e q u e t o d a s las p e r s o n a s e s t a b a n p o d r i d a s .
Trabaj
primero
como
a c a b a b a d e c a s a r . W e l s era u n b o n i t o l u g a r p a r a vivir, y e l p u e s t o p a r a e l q u e haba sido afirm designado, un gran h o n o r para alguien menor de treinta aos,
Stangl. q u c o n s i s t a n las t a r e a s d e s u n u e v o d e s t i n o ?
B u e n o , u s t e d y a s a b e c m o era e n t o n c e s Austria, N u e s t r a m i s i n era des cubrir actividades fueran sus a u t o r e s : de oposicin al G o b i e r n o , con independencia de quines
nos severidad contra los nazis? Exista alguna diferencia en su actitud respecto a ellos? los dieciocho hombres que trabajaban en mi departamento, cier
e n v u e l t o e n l a a g i t a c i n poltica e n l a q u e e s t a b a i n m e r s a A u s t r i a e n aquella poca, no se hubiera formado una opinin propia. n a l m e n t e de los nazis en a q u e l e n t o n c e s ? Stangl tena la curiosa c o s t u m b r e en los siguientes das) (con la que me familiaric r p i d a m e n t e Q u p e n s a b a usted perso
D i l l s e m i f o r m a l q u e h a b i t u a l m e i l e u t i l i z a b a , p a s a b a a e m p l e a r l a l e n g u a ver ncula de su infancia. familiar y las En este a r r i e s g a d o i n t e n t o de a u t o a n l i s i s , del h a b l a de su n i e z constituan el lenguaje un refugio
peculiaridades
i n s t i n t i v o a n t e e l p e l i g r o : u n p e l i g r o q u e p r o v e n a d e s u p r o p i o i n t e r i o r , n o del exterior. a l m a r g e n , p o r s u p u e s t o , d e q u e r e r h a c e r b i e n m i t r a b a j o , e n rea lidad no tena demasiado inters por la polticadijo.Acababa de casarme.
E s t a b a l o c o p o r ella. No e s t a b a r e a l m e n t e politiza
d o . Ya s que p o d r a p a r e c e r lo c o n t r a r i o , p e r o tan solo era un a g e n t e de poli ca q u e h a c a su trabajo. trabajo que, sin e m b a r g o , le g u s t a b a , n o es cierto? s q u e m e g u s t a b a . P e r o e r a a l g o q u e n o t e n a n a d a d e a b y e c t o , n i si quiera dramatismo. Era tan solo un trabajo que yo intentaba hacer lo mejor
(con la m a y o r a m a b i l i d a d , si lo prefiere) posiblese detuvo. P o r s u p u e s t o , n a d a v o l v i a ser i g u a l d e s p u s del 1 3 d e m a r z o d e 1 9 3 8 . ya saba que los a l e m a n e s l l e g a r a n ese da? O h , no. S u p o n g o que algunos de nuestro grupo lo saban, pero yo no.
No p u e d e usted hacerse a la idea de su nivel de o r g a n i z a c i n , ni de hasta qu p u n t o n o s asustamos en un p r i m e r m o m e n t o e n su d e s c r i p c i n de aquellos momentos, Stangl d e m o s t r tener una memoria prodigiosa. En la tarde del
tercer da de nuestras
c o n v e r s a c i o n e s ya haba m e n c i o n a d o
c i n c u e n t a y cua
tro n o m b r e s , e n s u m a y o r a p e r s o n a s que tan solo s e h a b a n c r u z a d o e n s u camillo, Sin e m b a r g o , hubo algo q u e influy c o n s i d e r a b l e m e n t e en noso-
trosprosigui; el l l a m a m i e n t o del c a r d e n a l Innitzer a t o d o s los c a t l i c o s solicitando su colaboracin. Pero, sobre todo, tenamos miedo. Recuerda la m e d a l l a d e l a q u e l e h a b l , e l g u i l a ? P u e s b i e n , e n a q u e l l a p o c a t a n s o l o cin co p e r s o n a s h a b a n recibido esa c o n d e c o r a c i n . L o s nazis l l e g a r o n el da 1 3; al da siguiente h a b a n a r r e s t a d o a dos de los cinco c o n d e c o r a d o s con el guila, y p o c o s das ms tarde a un tercero. De los c i n c o solo q u e d b a m o s mi a m i g o
L u d w i g Wernei'y y o . M i e n t r a s tanto, en LlZ h a b a n a s e s i n a d o a dos de l o s j e fes de nuestro departamento. muertos, Haca pocos simplemente das que habamos estado con
ellos,
y ahora estaban
ejecutados,
sin j u i c i o
alguno.
116
q u e d e b a m o s rellenar. U n a d e las p r e g u n t a s ( a n u e s t r o e n t e n d e r , l a m s importante) era si h a b a m o s sido m i e m b r o s de algn p a r t i d o ilegal. W e r n e r que no p o d a m o s quedarnos sentados L o p r i m e r o q u e h i c i m o s fue d e s h a c e r c o n n o t a s m a n u s c r i t a s p o r n o s o t r o s , ti
opinaba que tenamos que hacer algo, esperando que vinieran a b u s c a r n o s . nos de t o d a s las fichas rndolas por el retrete. do nazi, haca [sobre nazis]
a quien ambos
Es a l g o q u e p o d a h a c e r s e a n t e s d e
sar d e f o r m a d i s c r e t a a u n s o s p e c h o s o d e q u e t u v i e s e c u i d a d o . a nazis?
No
damental
necesariamente.
Ms
bien
cualquier
persona
decenteera
fun-
Me p r o p u s e
enfrentarme
este n o
era u n o de
(el d o c t o r B r u n o
ellos. W e r n e r p e n s q u e p o d a m o s p e d i r l e a e s e a b o Wille, e s e e r a s u n o m b r e ) q u e c o n f i r m a s e n u e s t r a p e r t e
Funcion?
W e r n e r fue a v e r l e y W i l l e l e d i j o q u e l o a r r e g l a r a t o d o p a r a q u e n u e s tros n o m b r e s a p a r e c i e r a n en las listas del p a r t i d o de los l t i m o s d o s a o s . A s pues, r e l l e n a m o s los cuestionarios c o n s e c u e n t e m e n t e , d e c l a r a n d o m o s sido m i e m b r o s del p a r t i d o d e s d e 1 9 3 6 . eso no era cierto? que haba
la
cabeza.
A q u e l da v o l v a casa t r e m e n d a m e n t e ali-
i m a g i n a r s e lo s u m a m e n t e
agradecido
pronto e m p e z a llorar de n u e v o ,
Ella
les odiabarespondi
tras
una
pausa,
e s p e c i a l m e n t e d e v o t a , s i e m p r e l o fue. E s t a b a t a n e n o j a d a . . .
al asociarte a esos c e r d o s , dijo, y de repente me di c u e n t a de que no me crea. Realmente pensaba que haba sido Nazi. Oh, miembro del por e n t o n c e s ilegal Partido
DOS...
convencerla?
117
EL T R A U M A ALEMN -Cul fue s u p r i m e r c o n t a c t o e s p e c f i c o c o n l a s i t u a c i n d e l o s j u d o s e n A u s t r i a tras la a n e x i n ? a q u e l m o m e n t o los n a z i s a f i r m a b a n q u e lo q u e q u e r a n era o b l i g a r a l o s j u d o s a emigrar, q u e se fueran, s i m p l e m e n t e . crea q u e esa era la p o l t i c a nazi? Esa era la poltica r e a l m e n t e . C r e a r o n una seccin especial de la G e s t a p o p a r a la a c c i n juda: la s e c c i n IB?., en la q u e se e s t a b l e c a un r e g i s t r o de los j u d o s y sus propiedades. (La oficina central de este d e p a r t a m e n t o en Berln
recibi la d e n o m i n a c i n IVB4.) t e n a u s t e d q u e v e r c o n esta s e c c i n ? E n p r i n c i p i o n a d a . Y o h a b a s i d o d e s t i n a d o a l a s e c c i n poltica, l a 2C. Pero sabe u n a cosa?, creo que ellos intuan la v e r d a d , es decir, que saban que yo no les estaba realmente con ellos. Tras l a KStlln Cclica 'Noche de los Crista11a-
Rotos', en n o v i e m b r e de
1938]
e l gau]eter\\amao
Eigrilber, me h i z o
m a r y me r e c o m e n d que m a n t u v i e r a la boca cerrada y que colaborase con la seccin IIB2 siempre que solicitasen mis servicios. le p a r e c i esto lo suficientemente a l a r m a n t e c o m o para pensar que era el m o m e n t o de dejar su trabajo? e n t o n c e s a q u e l l o no era a l a r m a n t e y no se t r a t a b a n i c a m e n t e de dejar m i trabajo: ojal h u b i e r a s i d o t o d o tan s i m p l e . En aquella poca todos
con una
a la G e s t a p o .
P o c o d e s p u s , en e n e r o de 1 9 3 9 , las o f i c i n a s de la G e s t a p o de la p o l i c a de W e l s se t r a s l a d a r o n a la sede de la G e s t a p o en la c a p i t a l de la p r o v i n c i a , LillZ. N u e s tro j e f e p a s a ser un a l e m n m e c o n t Stangl. Un r e a c c i o n a r i o i m p o n e n te de Munich, Georg Prohaska. Al poco de nuestro traslado, vinieron algunos "en e l n o m b r e d e l Fllier", l e y e r o n e n v o z alta n u e s t r o s
h o m b r e s de Berln y,
era un a s c e n s o , sino u n a d e g r a d a c i n de mi r a n g o . rectific posteriormente? cuenta de su error y confirmavitalicio'), era la como deno
BeamteraufLebcnszch['funcionario ascendieron
ellos lo l l a m a b a n .
Y me
a Kriwinnloberassistef^e
m i n a c i n que reciba el cargo equivalente al que me c o r r e s p o n d a en mi pr x i m o a s c e n s o e n A u s t r i a . P e r o P r o h a s k a s e dio c u e n t a d e q u e y o n o era e l t i p o de p e r s o n a que se deja m a n i p u l a r y me o d i d e s d e a q u e l m o m e n t o , me hizo la
118
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A vida i m p o s i b l e . No pas mucho tiempo antes de que me ordenasen firmar
que se afirmaba
d e c a e x a c t a m e n t e ese d o c u m e n t o ?
C e r t i f i c a b a q u e y o e r a c r e y e n t e [Gottglaubiger}}eTO q u e a c e p t a b a r o m per ruis v n c u l o s c o n l a Iglesia. C m o s e s i n t i a l tener q u e f i r m a r ese d o c u m e n t o ? Bueno, siempre he sido C a t l i c o . . . s e detuvo. Pero? Segua sin r e s p o n d e r . E r a u s t e d p r a c t i c a n t e ? e s p o s a y m i s hijos s i e m p r e v a n a la iglesia. veo, y usted? Norespondi finalmente . y S e m a n a Santa... Entonces, en realidad no s lo fue? me gust hacerlo. era algo que crea que deba h a c e r p a r a m a n t e n e r su trabajo. solo mi trabajo, era m u c h o m s que eso, ya se lo he d i c h o antes. P a r a e n t o n c e s , h a b a l l e g a d o a m i s o d o s e l r u m o r d e q u e , e n u n p r i n c i p i o , y o esta ba en la lista de f u n c i o n a r i o s q u e d e b a n ser e j e c u t a d o s tras la a n e x i n . Yo les odio... yo odio berme obligado a los alemanesexclam de repente con v e h e m e n c i a a participar en todo aquello. Deba haberme -porhaen le result tan difcil firmar ese documento, P o r s u p u e s t o , s i e m p r e i b a Cll N a v i d a d e s
suicidado
1938. D i j o e s t o
informativo-.
En ese
admitir mi culpa.
E r a e l s e g u n d o d a d e n u e s t r a s c o n v e r s a c i o n e s , y a q u e l l a fue l a n i c a o c a sin en q u e p r o n u n c i a r a esta frase tan directa h a s t a casi el final. En su m e n t e , los a c o n t e c i m i e n t o s q u e m a r c a r a n p o s t e r i o r m e n t e s u v i d a ( a l o s q u e n o s acer c b a m o s e n sus e v o c a c i o n e s ) e s t a b a n n t i m a m e n t e r e l a c i o n a d o s C O i l e s t o s co mienzos. Al reconocer su culpa en estos actos c o m p a r a t i v a m e n t e inocuos de esta fase d e s u v i d a , e n r e a l i d a d q u e r a d e c i r s o y c u l p a b l e , p a l a b r a s q u e era incapaz de p r o n u n c i a r en referencia al asesinato de novecientas mil personas. D e este m o d o i n t e n t a b a e n c o n t r a r u n s u c e d n e o a c e p t a b l e , e n r e l a c i n con e l cual s p u d i e r a a d m i t i r su culpa. P o r q u e , e x c e p t o en el c a s o de un m o n s t n i O j ningn h o m b r e que realmente interviniera en semejantes aberraciones puede
a s u m i r s u c u l p a y , tal c o m o d e c a a q u e l j o v e n f u n c i o n a r i o d e p r i s i o n e s , a c c e der a s e g u i r v i v o .
b r e c o g i m i e n t o e n s u V O Z . E n v i r t u d d e e s t a o r d e n , s e m e t r a s l a d a b a a l a Fuil -
119
para
Institucionales
(All
Rcchskrirfiinidpolzearn1)
dijo
haba
sido
elegido
para llevar
cabo
institu
r e c c i n , a q u y a l l , c o m o T 4 , p e r o ll e s t a b a a l c o r r i e n t e d e s u f u n c i n e s p e c fica. (El n m e r o 4 d e la Tiergartensttasse fue d u r a n t e a o s e l c e n t r o d e l a s ope raciones ms confidenciales del T e r c e r Reich. M fue donde un grupo de
la a p l i c a c i n de la e u t a n a s i a a los r e t r a s a d o s m e n t a l e s de A l e m a n i a y A u s t r i a y, p o s t e r i o r m e n t e , la s o l u c i n f i n a l : el e x t e r m i n i o d e l o s judosy l o s gitaEstos eran los c e r e b r o s q u e i d e a r o n tales p l a n e s , los l l a m a d o s asesinos d e escritorioSchreibtischtatcr: B o u h l e r , B r a c k , B l a n k e n b u r g , e l a b o m i n a b l e p s i q u i a t r a y p r o f e s o r H e y d e , y m u c h o s m s , t o d o s y a f a l l e c i d o s : l a ma yora se suicidaron.) C u a n d o S t a n g l e m p e z a h a b l a r de este t e m a o b s e r v p o r p r i m e r a v e z una i n q u i e t a n t e a l t e r a c i n e n s u r o s t r o : s u p i e l s e v o l v i flaccida y e s p e s a y e l r u b o r c u b r i s u s m e j i l l a s ; las v e n a s e m p e z a r o n a d e s t a c a r m s , y las a r r u g a s q u e le s u r c a b a n las m e j i l l a s y la frente se h i c i e r o n m s p r o f u n d a s e i n m e d i a t a m e n t e s e h u m e d e c i e r o n a c a u s a d e l s u d o r . E s t a t r a n s f o r m a c i n t u v o l u g a r e n v a r i a s oca siones, en realidad s i e m p r e que Stangl se vea o b l i g a d o a hablar de una n u e v a y atroz f a s e d e s u vida. Werner me dijo que tanto en Rusia c o m o en Estados Uni que permita aplicar
d e m e n t e s sin e s p e r a n z a de c u r a c i n
120
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A fue s u p r i m e r a r e a c c i n , qued... para esta m i s i n , Me dijo estupefacto. ante lo que sus p r i m e r o s p e n s a m i e n t o s al or esto?
F i n a l m e n t e dije q u e n o
crea estar p r e p a r a d o
cual W e r n e r se
comprenda perfectamente
reaccin, pero que deba tener en cuenta que el h e c h o de que hubieran p e n s a d o en m para llevar a c a b o esta m i s i n d e m o s t r a b a su a b s o l u t a confianza en m. Se trataba de una tarea e x t r e m a d a m e n t e c o m p l e j a , lo saban, p e r o me asegu r que yo no tendra que participar p e r s o n a l m e n t e en su ejecucin, m a n o s de m d i c o s y enfermeras. sino que
esta q u e d a r a e n
Concret
a q u se
refera c o n
la l e y y el o r d e n ?
responsabilidad
prctica
mente consistira en garantizar la i n c l u s i n en dicha ley de la n o r m a t i v a de pro teccin en relacin con la elegibilidad de los p a c i e n t e s . m o d o e n q u e usted m e n a r r a los h e c h o s s e d e s p r e n d e que n o r e c i b i una o r d e n , sino q u e se le dio a elegir. fue s e n t i r r e p u g n a n c i a . Su reaccin i n m e d i a t a (bastante lgica)
nuestra charla,
que yo no estaba del t o d o satisfecho en Linz. A d e m s , me i n f o r m de q u e h a b a una m e d i d a disciplinaria p e n d i e n t e contra m, que, por supuesto, se suspen
y la p r e o c u p a c i n
que me senta en grave p e l i g r o a causa de P r o h a s k a . D e s p u s de t o d o , d e s d e el 1 3 d e m a r z o y a era c o n s c i e n t e d e q u e era m s fcil estar m u e r t o e n A l e m a n i a que en n i n g n otro sitio. sucedi entonces?
Tiergartenstrasse,
quien me i n d i c cules seran mis o b l i g a c i o n e s especfi Dije que intentara realizar mi trabajo y que me
de polica.
correspondiente].
M e fa
un p u e b l o s i t u a d o a no d e m a s i a d a distancia de Linz y un
121
EL TRAUMA A L E M N n m e r o d e t e l f o n o . Todava l o r e c u e r d o : e r a Alkoven9 1 3 . Y o d e b a r e g r e s a r a Linz, r e c o g e r mis p e r t e n e n c i a s y m a n t e n e r en secreto mi n u e v o d e s t i n o . Desp u e s m e d i r i g i r a a u n a h o s t e r a e n l a s a f u e r a s d e L i n z (la c a s a d e h u s p e d e s Drei K r o n e n , e n l a L a n d s t r a s s e ) , y d e s d e a l l t e l e f o n e a r a a! n m e r o q u e m e haba s i d o facilitado p a r a r e c i b i r i n s t r u c c i o n e s . S t a n g l s i g u i las i n s t r u c c i o n e s q u e le i n d i c a b a n q u e se d i r i g i e r a a Schloss Hartheim. C a s i la p r i m e r a p e r s o n a q u e v i (lo cual s u p u s o u n a l i v i o ) e r a u n a m i g o : un c o m p a e r o de la polica, Franz Reichleitner. Su a m i g o le condujo ante los mdicos y el capitn (HciliptinnnrfJjJiTth.
Wirth se convertira en la p r x i m a bestia negra de Stangl. E r a u n h o m b r e g r o s e r o y rubicundodijo Stangl. C u a n d o le c o n o c se me c a y el a l m a a los p i e s . En a q u e l l a o c a s i n p e r m a n e c i all v a r i o s das, y posteriormente regres a menudo. S i e m p r e q u e e s t a b a a l l , a d i a r i o pronun
c o m o lo h a b a h e c h o el d o c t o r W e r n e r , sino que se rea y h a b l a b a de deshacer s e d e b o c a s i n t i l e s , a l o c u a l a a d a q u e e l s e n t i m e n t a l i s m o q u e s e n t a n algunos por aquella gente le haca vomitar.
Q u p u e d e d e c i r m e d e l r e s t o del p e r s o n a l ? C m o e r a n l o s d e m s ? Haba d o s oficiales j e f e m d i c o s : el d o c t o r Lohliauer y el d o c t o r R e n n o . Y c a t o r c e e n f e r m e r o s : siete h o m b r e s y siete m u j e r e s . h o m b r e bastante distante, pero m u y correcto. El d o c t o r L o h n a u e r era un
E l d o c t o r R e n n o era m u y a m a b l e .
las s e m a n a s y los m e s e s q u e s i g u i e r o n , en a l g u n a o c a s i n l e c o n t a r o n lo que estaban haciendo? A menudo, sbitamente, muy a menudo, sobre todo el doctor Renno. Sabe?dijo
idea d e los e n f e r m o s
q u e h a b a all. N u n c a i m a g i n q u e h u b i e s e g e n t e as. O h , D i o s , los n i o s . . . s e l e o c u r r i p e n s a r q u h a r a s i m i m a d r e o m i s h i j o s s e en contraran en esa situacin? nada ms llegar nos advirtieron d e q u e h a b a c u a t r o g r u p o s e x e n t o s : l o s e n f e r m o s s e n i l e s ; l o s v e t e r a n o s d e las fuerzas armadas; aquellas mujeres que hubieran recibido la Mutterkreii^una
c o n d e c o r a c i n r e l a t i v a a l a m a t e r n i d a d ) ; y l o s f a m i l i a r e s d e l p e r s o n a l d e l pro g r a m a d e e u t a n a s i a . P o r s u p u e s t o , h a b a n p r e v i s t o esa p o s i b i l i d a d , de eso, sinti algn tipo de escrpulos? Durante m u c h o tiempo. A l s e g u n d o o tercer d a d e m i e s t a n c i a all le confes a Reichleitner que no crea que p u d i e r a soportarlo. Para entonces ya
me h a b a e n t e r a d o de que el oficial de polica que acept el p u e s t o antes que yo solicit su traslado por problemas imposible. era p o s i b l e solicitar que le r e l e v a s e n ? p e r o Franz Reichleitner me dijo: Qu crees que pasar si t haces digestivos. Yo t a m p o c o poda comer,
s i m p l e m e n t e era
122
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A
q u e h a c e r all?
f o r m a b a a las f a m i l i a s ? se les d e c a q u e el p a c i e n t e h a b a m u e r t o de un i n f a r t o o a l g o
De lo
contrario, no era p o s i b l e a p l i c a r el p r o g r a m a . B i e n , en este c a s o la m a d r e de un n i o q u e h a b a e s t a d o i n t e r n a d o e n esa i n s t i t u c i n e s c r i b i p a r a d e c i r q u e n o haba r e c i b i d o una vela que h a b a e n v i a d o a su hijo c o m o regalo, p o c o antes do
s u m u e r t e . E s a e s l a r a z n p o r l a q u e t u v e q u e ir: p a r a e n c o n t r a r l a vea. C u a n do llegu, la m a d r e superiora, que era con quien deba e n t r e v i s t a r m e , se encon traba a r r i b a , e n u n a d e las salas, a c o m p a a d a p o r e l s a c e r d o t e . M e c o n d u j e r o n ante ella. H a b l a m o s d u r a n t e u n o s i n s t a n t e s y e n t o n c e s s e a l a un n i o (a! m e -
n o e s c i e r t o ? N u n c a c r e c e r , n u n c a . P e r o fue r e c h a z a d o . ( L a r e l i g i o s a S C r e f e r a a la c o m i s i n m d i c a que d e t e r m i n a b a la elegibilidad para el p r o g r a m a de e u t a n a s i a ) . C m o es posible que no le a c e p t a r a n ? . El sacerdote que estaba a su lado asinti con la cabeza fervientemente. S o l o h a c e falta m i r a r l o p r o s i Cmo pudieron sorpren-
esta v i d a m i s e r a b l e ? . E s o r e a l m e n t e me
m l p e r s o n a s . P e r o tras las p r o t e s t a s p b l i c a s d e u n a g r a n c a n t i d a d d e a l e m a -
EL TRAUMA ALEMN
agosto de 1941
( c u a n d o ya se h a b a a p l i c a d o el p r o g r a m a a u n a s c i n c u e n t a mil
e n B e r l n , p a r a r e c i b i r n u e v a s r-
me a d i s p o s i c i n de P r o h a s k a ,
blin.
Rusia,
}' que
se estaba p r e p a r a n d o
u n a a c c i n c o n t r a los p a r t i s a n o s ,
la cual
n u n c a lleg a p r o d u c i r s e .
D e t o d o s m o d o s , n o m e r e s u l t d i f c i l t o m a r u n a de
cisin: prefera l u c h a r c o n t r a los p a r t i s a n o s t o d o s los das que r e g r e s a r a Linz bajo las r d e n e s de P r o h a s k a . Deba d i r i g i r m e a L u b l i n y p r e s e n t a r m e ante el
En
la
maana
del
cuarto
da
de
nuestras
conversaciones
comenzamos
una
c a p i e z a d e m o b i l i a r i o d e a q u e l l a e s t a n c i a d e v e n t a n a s con b a r r o t e s d e l a crcel de Dusseldorf, toda su historia anterior nos haba conducido hasta ese mo
mento. pida
Si la descripcin de su infancia y su j u v e n t u d se haba visto interrum frecuencia por una profunda emocin acompaada de lgrimas, la
con
en la q u e e m p e z a r a a r e l a t a r su t r a b a j o en los
era a n m s s o b r e c o g e d o r a .
Mientras caminaba hacia m por el largo pasillo que separaba su celda de la estancia donde tenan lugar nuestras entrevistas, inmediatamente advert
un sutil c a m b i o en su p o r t e : en los das anteriores haba percibido u n a m e z c l a de entusiasmo y cierto retraimiento en su saludo matinal; ahora demostraba una
c u r i o s a y a n o d i n a c o m p o s t u r a , y , a l h a c e r u n a e s p e c i e d e r e v e r e n c i a d e s d e l a cin tura, sonriendo, me pareci que haca alarde de una exagerada cordialidad. Sin n e c e s i d a d de insistir o de p r e g u n t a r l e dos veces, i n m e d i a t a m e n t e pro sigui su relato en el p u n t o en el que lo h a b a m o s dejado el da anterior. v o z era e n r g i c a y d e m o s t r a b a s e g u r i d a d en s m i s m o . servador objetivo, Su
H a b l a b a c o m o u n ob
flllidezy d i s t a n t i a m i e n t o , a s c o m o c o n u n a a b s o l u t a a u s e n c i a d e s e n s i b i l i d a d .
124
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A
Di mi nom
d o n d e me dijeron que
verde
intenso,
los
rboles ya tenan
a y u d a d e las S S . M e i n f o r m d e q u e s e h a b a d e c i d i d o l a c r e a c i n d e u n a serie de c a m p o s de s u m i n i s t r o en los q u e las t r o p a s del frente t e n d r a n la posibili dad de abastecerse. Me dijo q u e tena la i n t e n c i n de c o n f i a r m e la construc L l a m a un a y u d a n t e (que deba de h a b e r
cin de un c a m p o l l a m a d o S o b i b o r .
S m o v i l a cabeza. T o d o era m u y e x t r a o . C u a n d o t r a j e r o n l o s pla n o s , l o s e x t e n d i s o b r e e l b a n c o , e n t r e n o s o t r o s d o s , y t a m b i n e n e l s u e l o , fren t e a a m b o s . M e m o s t r l a e s t r u c t u r a d i s e a d a p a r a ese c a m p o : b a r r a c o n e s , v a s frreas, v a l l a s y p u e r t a s . A l g u n o s de los edificios ban t a c h a d o s con marcas de color rojo. No (que p a r e c a n bilkers) estase preocupe por esooijo-
gresan tan l e n t a m e n t e que p a r e c e que los t r a b a j a d o r e s p o l a c o s se p a s e n el da durmiendo. organizacin, Lo q u e n e c e s i t a ese l u g a r es a l g u i e n con u n a b u e n a c a p a c i d a d de y creo q u e usted es el h o m b r e a p r o p i a d o . A c o n t i n u a c i n dijo
que lo arreglara t o d o p a r a que p u d i e r a partir hacia S o b i b o r al da siguiente. Y e s o fue t o d o . a l g n m o m e n t o dej entrever cul era la v e r d a d e r a finalidad de S o bibor? Mencion alosjudos? dij o u n a p a l a b r a a l r e s p e c t o . Yo no saba nada. Al da siguiente un
a u t o m v i l c o n c h f e r p a s a r e c o g e r m e y m e c o n d u j o h a s t a C h o l m , d o n d e te n a i n s t r u c c i o n e s d e p r e s e n t a r m e a n t e u n i n g e n i e r o , B a u r a t h M o s e r , q u i e n es taba a cargo de los m a t e r i a l e s n e c e s a r i o s p a r a S o b i b o r . Le c o n t este a l g o s o b r e l a f i n a l i d a d ltima d e S o b i b o r ? S o l o h a b l a m o s de los m a t e r i a l e s . Me invit a a c o m p a a r l e a los cam pos a los que s u m i n i s t r a b a m a t e r i a l e s en el distrito de C h o l m . V i s i t a m o s dos p e q u e o s c a m p o s de trabajo en los que la m a n o de o b r a e r a n h o m b r e s y muje res j u d o s . Sin e m b a r g o , su aspecto no era siniestro. P a r e c a n bastante conten
E L T R A U M A ALEMN Regres a C h o l m p a r a p a s a r a l l l a n o c h e y a l d a s i g u i e n t e p o r l a m a a n a y a e s t a b a d e v u e l t a e n L u b l i n . T r e s d a s d e s p u s r e c i b l a o r d e n d e r e g r e s a r a Sob i b o r e n c o m p a a d e seis h o m b r e s . Q u a s p e c t o t e n a e l c a m p o d e S o b i b o r c u a n d o l l e g a l? Solo estaba c o n s t r u i d a la estacin de ferrocarril: la casa de la estacin y, frente a ella, la C a b a a d e un g u a r d a f o r e s t a l y un g r a n e r o . E s o e r a t o d o lo que haba, n i c a m e n t e esos tres edificios de m a d e r a . A s u l l e g a d a , h a b a a l g u i e n all? -Un Untevflthrode las SS y a l g u n o s s u b a l t e r n o s . Todos ellos se marcha-
ron al da siguiente.
D e s p u s d e t o d o , l a t o t a l i d a d d e l p e r s o n a l d e s t i n a d o all
h a b a p a r t i c i p a d o e n . . . y a s a b e , e n e l p r o g r a m a d e e u t a n a s i a . M e a l e g r espe c i a l m e n t e l a p r e s e n c i a d e M i c h e l , q u e h a b a s i d o e n f e r m e r o j e f e e n S c h l o s s Hartheim. no le sorprendi ni siquiera un poco? Qu haca un enfermero en un campo de suministro? Bueno, en realidad no me p l a n t e esta p r e g u n t a . el p r o g r a m a haba finalizado, por lo que el persona] P o r s u p u e s t o , saba que
h a b a q u e d a d o disponible y
p a r t e de su p a r t i c i p a c i n en el p r o g r a m a de e u t a n a s i a ) era en p a r t e u n a inven c i n , u n a r a c i o n a l i z a c i n , y , e n p a r t e , u n a e v a s i n d e l a r e a l i d a d . P e r o tras haber le p r e s i o n a d o en repetidas ocasiones con resultados i n f r u c t u o s o s , me quedaba la e s p e r a n z a de q u e , si dejaba de insistir en este p u n t o de n u e s t r a s conversa c i o n e s , tal v e z m s t a r d e s e r a c a p a z d e v o l v e r a t r s e n s u n a r r a c i n p a r a con tarme la verdadera historia. c o m o yo haba previsto. A c o n t i n u a c i n me h a b l de los trabajadores p o l a c o s , una pandilla de v a g o s . jo que le parecieron P a r e c a difcil, p e r o finalmente e s t o s u c e d i tal
procedentes de un c a m p o de instruccin
all n o h a b a n a d a , n i n g n t i p o d e s e r v i c i o p a r a n a d i e . A q u e llas p r i m e r a s s e m a n a s d o r m a m o s t o d o s j u n t o s e n e l m i s m o lugar. quiere decir con t o d o s j u n t o s ? El p e r s o n a l a l e m n , los g u a r d i a s u c r a n i a n o s y los j u d o s ? E n u n p r i n c i p i o solo u t i l i z b a m o s l a cabana m i e n t r a s c o n s t r u a m o s e l rest o d e l a s i n s t a l a c i o n e s : d o r m a m o s e n e l s u e l o d e l a c o c i n a , y l o s d e m s e n e l pajar. d e s c u b r i los a u t n t i c o s o b j e t i v o s del c a m p o ? -Ocurrieron d o s c o s a s : recordar, desde mi llegada, c u a n d o h a b a n t r a n s c u r r i d o tres das, segn creo
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A Q u q u e r a d e c i r c o n CU e l b o s q u e ? E s t a b a a u n o s d i e z o tal v e z i n c l u s o a u n o s q u i n c e m i n u t o s de c a m i n o a pie desde la estacin de ferrocarril d o n d e e s t b a m o s construyendo el enmpo principal. Era un edificio de ladrillos de r e c i e n t e c o n s t r u c c i n , con tres habita
Hartheim.
q u i n h a b a p o d i d o c o n s t r u i r l o ? C m o e s p o s i b l e q u e u s t e d n o hu biera a d v e r t i d o s u e x i s t e n c i a a n t e s ? O q u e n o l o h u b i e r a v i s t o e n los planos? H a b a sido c o n s t r u i d o p o r los p o l a c o s , de qu se trataba. sear p o r e l b o s q u e . que t a m p o c o eran conscientes
a l i g u a l q u e m u c h o s o t r o s edificios...Sllvoz s e fue a p a g a n d o h a c i a e l final d e la frase. D e a c u e r d o , n o l o h a b a s a b i d o a n t e s ; p e r o a h o r a s. cin? Se sonroj. Entonces no supe si se deba a que haba detectado una mentira C u l fue s u r e a c
o si tena a l g o q u e v e r con lo q u e dira a c o n t i n u a c i n : en su c a s o , el r u b o r nor m a l m e n t e p r e c e d a a la v e r g e n z a , en lugar de suceder a la i n v e r s a . A n t e s m e n c i o n q u e s u c e d i e r o n d o s c o s a s ; l a s e g u n d a o c u r r i c a s i d e for ma simultnea: un oficial de transporte (un s a r g e n t o ) procedente ritmo de Lublin
d e las o b r a s
nik, q u i e n m e r e c i b i e n s e g u i d a . L e dije: C m o e s p o s i b l e q u e ese s a r g e n to est autorizado a darme a m un mensaje semejante? De todos m o d o s , yo algo simi
malinterpretado el
mensaje,
Q u i z s p o d a m o s a r r e g l a r las c o s a s p a r a q u e s u
familia v e n g a aqu a pasar u n a t e m p o r a d a . As que v o l v a S o b i b o r . Q u otra cosa p o d a hacer? p r e g u n t p o r la c m a r a de gas? N o s e present la OportunidaddijOcon y habl con M i c h e l sobre ello. nera de salir de all. Sin firmeza. Regres a Sobibor
embargo,
Wirth. curso,
que haba p r o n u n c i a d o
p u e d e irse;
p e r o bajo
a a d i c o n s u p s i m o s e n t i d o del h u m o r n o c a m i n a n d o p o r enci-
subdirector de la O p e r a c i n Einsatz Reinhardt, se s u i c i d a h o r c n d o s e m i e n t r a s e s p e r a b a j u i c i o e n l a p r i s i n p r e v e n t i v a d e V i e n a e n a g o s t o d e 1962.] R e g r e s a S o b i b o r y c u a t r o das d e s p u s l l e g u n m e n s a j e r o d e L u b l i n , c o n u n a carta oficial de G l o b o c n i k en la q u e me i n f o r m a b a de que Wirth haba sido
h i z o p a t e n t e l a i m p r a c t i c a b i l i d a d del a n t i c u a d o m t o d o d e los f u r g o n e s d e gas ante la ingente tarea que se avecinaba. T a m b i n haba sido comandante de
Belzec, lugar d o n d e en m a r z o de 1942 se inici el e x t e r m i n i o a gran escala en cmaras de gas. No tengo palabras para explicarle mi p r i m e r a impresindijo Stangl.
Ahora hablaba despacio, en un alemn ms formal; su rostro se tens con una expresin adusta. S e p a s l a m a n o p o r l o s o j o s y a r r u g l a frente. F u i e n co
che h a s t a all. L o p r i m e r o q u e s e v e a a l l l e g a r era l a e s t a c i n d e f e r r o c a r r i l d e Belzec, a la i z q u i e r d a de la carretera. El c a m p o q u e d a b a t a m b i n a la izquierda, sobre una colina. La Kommcm^/^('Comandancia') quedaba a doscientos me
tros, al otro lado de la carretera. Era un edificio de una sola planta. S e detuvo. Oh, Dios, ese olor que lo
El olor...
i n u n d a b a t o d o . W i r t h 110 e s t a b a e n
su oficina; me dijeron que estaba arriba, en el c a m p o . A mi p r e g u n t a de si deba subir a verle, me r e s p o n d i e r o n : no es Si yo fuera usted no lo hara. Est furioso, El h o m b r e
q u e e l l q u i d o q u e s e h a b a a c u m u l a d o d e b a j o h a b a e m p u j a d o l o s c u e r p o s ha cia a r r i b a , h a c i a e l exterior, d e I l l d o q u e a l g u n o s incluso h a b a n r o d a d o p e n diente abajo. P u d e ver a l g u n o s de ellos. Oh, Dios, qu visin ms horrible.
P o c o d e s p u s W i r t h l l e g h a s t a d o n d e y o e s t a b a y fue e n t o n c e s c u a n d o m e l o dijo, c u a n d o me c o m u n i c q u e la f i n a l i d a d de S o b i b o r era i d n t i c a a la de ese campo. Y que me n o m b r a b a r e s p o n s a b l e oficial del m i s m o . dra hacerlo, que simplemente no r e u n a las L e d i j e q u e IIo p o para el
condiciones necesarias
S e n c i l l a m e n t e , d i j o q u e i n f o r m a r a d e m i res despus
con G l o b o c n i k , d e n u e v o sin x i t o : n o q u e r a v e r m e .
128
la cual m a n t u v i m o s l a r g a s c o n v e r s a c i o n e s .
cmo?
Adonde
podamos
ir? Y n u e s t r a s f a m i l i a s ? d e j d e h a b l a r ; JUStO e n e s e m o m e n t o , t a l c o m o de~ ba de s u c e d e r l e s a a m b o s c u a n d o discutan s o b r e ese tema, p o r q u e m i e n t r a s atrevieran a hacer, no haba nada m s de
estaba
S, lo saba. Y M i c h e l t a m b i n . P e r o a d e m s s a b a m o s lo q u e les h a b a p a sado a los que se n e g a r o n a participar. ble era a g o t a r t o d o s los un traslado. La n i c a e s c a p a t o r i a q u e n o s p a r e c a via
cho, esa va iba a p a r a r bajo tierra. W i r t h regres al da siguiente. Me i g n o r : se q u e d varios das y lo o r g a n i z todo. d e s t a c a d o s p a r a a c a b a r las c m a r a s de gas. P a r e c e ser q u e W i r t h d e c i d i p o n e r a p r u e b a el r e n d i m i e n t o de la c m a r a , tal c o m o dijo Stangl, o b l i g a n d o a entrar en ella a n u e s t r o s v e i n t i c i n c o t r a b a j a d o r e s La m i t a d de los trabajadores fueron
estaba p a s a n d o
(suceda en
u n i d a d de p o l i c a en Mogilev, R e g r e s a L u b l i n y r e l l e n u n a s o l i c i t u d de t r a s lado. Ped a Hfle que me a y u d a s e a c o n s e g u i r la firma de G l o b o c n i k . que hara lo que estuviera en sus Me dijo Dos
meses ms tarde recib una carta de mi esposa en la que me deca que le haban p e d i d o i n f o r m a c i n s o b r e l a e d a d d e n u e s t r o s h i j o s : i b a n a c o n c e d e r l e s u n a vi sita a P o l o n i a . Usted quera que fueran? supuesto que quera ver a mi familia. eso s i g n i f i c a b a ? Pero entiende usted lo que
ba un p e r m i s o . ms.
Estaba en peligro,
diera cuenta de ello. La e s p o s a de S t a n g l y sus d o s hijas, de seis y c u a t r o a o s de edad, llegaron p o c o d e s p u s y t o d a la familia se aloj en C h o l m , a u n o s treinta k i l m e t r o s del campo, con el ingeniero constructor.
129
EL TRAUMA A L F M N
q u e s e g u i r y e n d o a S o b i b o r du
Cholm
su esposa sobre
sus
clase de c a m p o de que se trataba? M u y poco: con a s u n t o s del Lo ms curioso, de Lublin permiso o o estaba servicio. acostumbrada Y estbamos a mi confidencialidad en relacin
m u y contentos
de p o d e r estar juntos,
sin e m b a r g o , No
de W i r t h . sobre
cunto
familia
nada. S u res
D e s p u s d e t r e s s e m a n a s fui a v e r a H f l e y l e p r e g u n t a l r e s p e c t o . p u e s t a fue:
P o r q u a l a r m a r s e ? S i n a d i e l e d i c e n a d a , p o r q u n o s e queda
Qu
A l g u n o s s u p e r v i v i e n t e s d e S o b i b o r d e c l a r a r o n e n e l j u i c i o q u e S t a n g l sola i r a l c a m p o a c a b a l l o p a r a a s i s t i r a s e l e c c i o n e s v e s t i d o c o n u n e q u i p o d e equi tacin de color blanco. p o d a u s t e d p r e s e n t a r s e e n e l c a m p o v e s t i d o d e esa g u i s a ? Las c a r r e t e r a s eran m u y malasrespondi. Ir a c a b a l l o era el mejor medio de transporte.
Haca calorrespondi.
personas q u e le a l q u i l a b a n las h a b i t a c i o n e s en las que se alojaban usted y su familia deban en res. Sobibor. de saber o p o r lo m e n o s intuir lo que estaba p a s a n d o deba de haber rumo
ran r u m o r e s .
Un tersch Cirfh re r L u d w i g , p a s p o r a l l u n d a e n
estado bebiendo y le habl ella me e s t a b a e s p e r a n d o . estado aqu. Me lo ha de Sobibor. Cuando Estaba terriblemente Por Dios,
contado todo.
qu estis h a c i e n d o en ese
lugar?.
A lo q u e le r e s p o n d : C a r i o , se trata de Lo
130
Q u e r a q u e v o l v i e s e n a casa. D e t o d a s Denue-
a h o r a q u e e l l a l o saba t o d o ,
no es
as? D e n u e v o s e e n c o g i d e h o m b r o s , o c u l t n d o s e e l r o s t r o c o n las m a n o s . M s o m e n o s e n a q u e l l a p o c a recib u n m e n s a j e e n e l q u e s e m e o r d e naba p r e s e n t a r m e ante G l o b o c n i k en VatSOVia (entonces tena dos oficinas,
En ese m o m e n t o sent m s a n la u r g e n c i a de q u e
peraba en V a r s o v i a . Pens que finalmente haba llegado mi hora. llegu a la oficina de G l o b o c n i k se m o s t r casi
tan a m a b l e c o m o
N a d a m s e n t r a r e n s u o f i c i n a ITiC d i j o :
imaginrmelo.
Globocnik prosigui:
Se p r e s e n t a r e n T r e b l i n k a . Y a h e m o s e n v i a d o all a c i e n m i l j u d o s , p e r o n o h a y n i r a s t r o d e l d i n e r o 111 d e l o s m a t e r i a l e s . Q u i e r o q u e a v e r i g e q u e s t s u cediendo, adonde han ido a parar esos recursos. E n esta o c a s i n usted era consciente de la naturaleza de su prximo
oportunidad:
bieran p o d i d o volver a casa no haba alternativa: P r o h a s k a segua en Linz. imagina qu h u b i e r a sido de m de haber tenido
as, i n c l u s o a d m i t i e n d o la p o s i b i l i d a d de que se h a l l a r a en p e l i g r o , a esas alturas n o era preferible c u a l q u i e r cosa antes que p r o s e g u i r con sin en Polonia? su mi
EL TRAUMA ALEMN S , eso lo s a b e m o s ahora, y p o d e m o s decirlo ahora. P e r o entonces? B u e n o , de hecho s a b e m o s , no es as?, q u e no se ejecutaba automtica m e n t e a a q u e l l o s q u e s o l i c i t a b a n ser r e l e v a d o s de este t i p o de t r a b a j o . U s t e d tambin lo saba entonces, 00 es cierto? que caba la posibilidad de que no me ejecutaran. Pero tambin
saba q u e c o n f r e c u e n c i a r e a l m e n t e e j e c u t a b a n o e n v i a b a n a u n c a m p o d e con centracin a aquellos que se n e g a b a n a aceptar estos trabajos. saber cul de estas o p c i o n e s era la q u e a m me e s p e r a b a ? P o r s u p u e s t o , e s t e fue u n a r g u m e n t o r e c u r r e n t e a l o l a r g o d e t o d o e l r e l a t o de Stangl: era la cuestin clave que, una y otra vez, n o s llevaba a un p u n t o m u e r t o . L o s h r o e s y l o s m r t i r e s n a c e n (DO s e h a c e n ) , y n o s h a s t a q u p u n t o u n ser h u m a n o p u e d e t o m a r p o r o t r o l a d e c i s i n m o r a l d e q u e d e b a h a b e r t e n i d o e l va lor de m o r i r . C m o poda
su rostro sufri la c o n s a b i d a metamorfosis, q u e ya h a b a a d v e r t i d o p o r p r i m e r a vez c u a n d o e m p e z a hablar sobre el p r o g r a m a de eutanasia, y de n u e v o siempre que surga un tema verdaderamente insoportable. h a s t a all c o n d u c i d o p o r u n c h f e r d e las S S . P u d i m o s p e r c i b i r e l o l o r c u a n d o e l c a m p o s e e n c o n t r a b a a n a k i l m e t r o s d e d i s t a n c i a . L a c a r r e t e r a co r r a p a r a l e l a a l a s v a s d e l t r e n . A m e d i d a q u e n o s a c e r c b a m o s a T r e b l i n k a , tal v e z a u n o s CJUllce o v e i n t e m i n u t o s d e d i s t a n c i a e n a u t o m v i l , e m p e z a m o s a v e r c a d v e r e s e n las p r o x i m i d a d e s d e las v a s , p r i m e r o s o l o d o s o t r e s , p e r o s u n m e r o fue a u m e n t a n d o , h a s t a s u p e r a r e l c e n t e n a r c u a n d o l l e g a m o s a l a e s t a de T r e b l i n k a . V a c a n all, en el s u e l o , y p a r e c a e v i d e n t e q u e l l e v a b a n as
varios das, e x p u e s t o s al calor. En la estacin h a b a un tren atestado de j u d o s , algunos de ellos m u e r t o s , otros todava con vida... P a r e c a q u e l l e v a b a n all
varios das. o b s t a n t e , e s t o n o e r a n u e v o p a r a u s t e d , n o e s c i e r t o ? A c a s o n o ha ba visto c o n s t a n t e m e n t e transportes similares en S o b i b o r ? comparable a aquello. A d e m s , en Sobibor tes), salvo en caso de trabajar en el bosque, ( c o m o m e n c i o n an
era p o s i b l e evitar p r e s e n c i a r la
m u e r t e d e n a d i e o v e r c a d v e r e s . A q u e l d a T r e b l i n k a fue l o m s e s p a n t o s o que vi durante toda la p o c a del T e r c e r Reichde n u e v o se tap el rostro con l a s m a n o s . E r a e l InfoilOe D a n t e d i j o a t r a v s d e l o s d e d o s . D a n t e h a b a r e s u c i t a d o . C u a n d o s a l d e l a u t o m v i l e n l a e x p l a n a d a d e l l e g a d a (Si'ticl tuigspltftz)j\{? h u n d h a s t a l a s r o d i l l a s e n d i n e r o : n o s a b a q u h a c e r , a d o n d e ir. C a m i n a travos del m a r de billetes, m o n e d a s , p i e d r a s p r e c i o s a s , j o y a s y r o p a s . Lo inundaban todo, cientos, no, estaban d e s p a r r a m a d o s por toda la plaza. El o l o r de los en estado de
de los m i l e s de c u e r p o s esparcidos p o r t o d a s p a r t e s ,
en el b o s q u e ,
d e p a s , h a b a t i e n d a s y h o g u e r a s a l r e d e d o r d e las c u a l e s s e r e u n a n g r u p o s d e guardias ucranianos y mujeres (ms tarde supe que se trataba de prostitutas c a n t a n d o , to
(haba seales d e d i s p a r o s p o r t o d a s p a r t e s ) .
antes de l l e g a r a V a r s o v i a . R e g r e s a V a r s o v i a y le dije a G l o b o c n i k q u e era una misin i m p o s i b l e : que no era p o s i b l e llevar a c a b o la o r d e n que me h a b a d a d o . E s e l fin del m u n d o , l e dije, y l e h a b l d e l o s m i l e s d e c u e r p o s p u t r e f a c tos. Me r e s p o n d i : S e s u p o n e q u e e s e l f i n d e l m u n d o p a r a e s a g e n t e . M e or
den que me quedara en V a r s o v i a aquella noche, y me inform de que convo cara a W i r t h p a r a m a n t e n e r u n a r e u n i n . . . H a b a o d o d e c i r q u e e l n u e v o jefe de polica era del m i s m o p u e b l o de A u s t r i a q u e mi esposa. Fui a verle en cuan to finaliz mi entrevista con G l o b o c n i k , y le supliqu que me ayudase. habl de Treblinka? -No, n o , usted no lo entiende. H u b i e r a s i d o u n a l o c u r a ; l a n o r m a t i v a so
bre c o n f i d e n c i a l i d a d (Esto,
era i n c u e s t i o n a b l e . era ridculo, h a b i d a cuenta que l m i s m o h a b a dicho en los a l r e d e d o r e s del c a m p o . Sin embar
por supuesto,
existen p r u e b a s d o c u m e n t a d a s d e e s t a s
r i g u r o s a s a u n q u e ftiles n o r m a s de
seguridad.)
t o d o s m o d o s , m e dijo a una unidad de accin que me ayudara. Que intentara trasladarme realmente c o n t r a los p a r t i s a n o s . T o m n o t a de t o d o ;
e s t a v e z c r e a q u e l o c o n s e g u i r a . P e r o n o fue a s . N u n c a v o l v a s a b e r n a d a d e su promesa. P o r s u p u e s t o , era i m p r e s c i n d i b l e la firma de G l o b o c n i k en cual Entonces entend que era intil conservar la esperanza: Glo-
llegamos, Wirth m a n t u v o una larga entrevista con Eberl. Me dirig al c o m e d o r de oficiales y h a b l c o n a l g u n o s de ellos. Me dijeron q u e se lo p a s a b a n en g r a n d e : d i s p a r a r era su d e p o r t e ; t e n a n a su d i s p o s i c i n m s d i n e r o y obetOS de v a l o r que los q u e nadie p o d a i m a g i n a r : tan s o l o h a b a q u e c o g e r l o . algunas s o b r e las noches Eberl haca que mujeres judas Me contaron que
d e s n u d a s b a i l a s e n p a r a ellos,
mesas. Repugnante,
era s e n c i l l a m e n t e r e p u g n a n t e . . . A q u e l l a n o c h e ,
durante la cena, Wildl anunci q u e E b e r l y c u a t r o de sus h o m b r e s h a b a n sido d e s t i n a d o s a u n a m i s i n d e g r a n r e l e v a n c i a y q u e l m i s m o t o m a r a e l m a n d o du rante a l g n t i e m p o . W i r t h s e q u e d all d u r a n t e d o s s e m a n a s a p r o x i m a d a m e n te, p a r a r e o r g a n i z a r e l c a m p o . Y o d i r a q u e l o l i m p i . L l a m a V a r s o v i a y o r d e n l a i n t e r r u p c i n de t o d o s los t r a n s p o r t e s hasta q u e el lugar estuviera en c o n d i c i o n e s .
133
EL TRAUMA ALEMN
Qu
hizo
usted durante
objetos
de v a l o r y del d i n e r o . T e n a
la
e x t r a a s e n s a c i n de que
algo
h a b l a b a a h o r a c o n la a g i t a c i n e inters
c a r a c t e r s t i c o s del i n s p e c t o r de p o l i c a e n t r e g a d o a su
trabajo. Tenala
im-
p r e s i n d e q u e l a c a t i c a s i t u a c i n (el a b s o l u t o i n c u m p l i m i e n t o d e l a s n o r m a s de seguridad) h a b a s i d o p r o v o c a d a d e l i b e r a d a m e n t e c o n e l f i n d e h a c e r im
la C a n c i l l e r a d e l Fhrer e n B e r l n , s i n p a s a r p o r Poloniaincluso a h o r a su v o z h a b a a d q u i r i d o un t o n o
con el que prosigui,
el de
CUarlel COnf-
dencialidad,
m e n c i o n a n d o l o s n o m b r e s d e a l g u n o s im (jefe d e s e c c i n d e
Blankenblirg
la
C a n c i l l e r a del
de quien dijo h a b e r s o s p e c h a d o
ilegales con p r o p i e d a d e s j u d a s .
Pero
no haba un
^inters comn
ministerios y personas.
H a b a e n j u e g o enor
c a d a u n o q u e r a u n p e d a z o del p a s t e l y t o d o s d e s e a b a n
S t a n g l se h a b a t r a s l a d a d o
las
dependencias
de
Fberl
integradas la
en la
KommandantenbarraCbma.cn
f a m o s o por su crueldad Treblinka para
de
los
oficiales').
Wirth
ocupaba
habitaFranz,
Kurt
en breve a
Volv
a v e r a G l o b o c n i k y le dije q u e c r e a q u e E b e r l y W i r t h e r a n c m BerEsos
plices en u n a c o n s p i r a c i n p a r a enviar los objetos de v a l o r de T r e b l i n k a a ln, en l u g a r de al c u a r t e l g e n e r a l de P o l o n i a . granujas, c o m o si mi hiptesis ba tenido intrigado desde el finalmente A lo q u e este r e s p o n d i :
haca tiempo.
material de valor,
a partir de
e n t r e g a d o sin n i n g n p r o b l e m a e n s u oficina. (La a c u s a c i n s o s t u v o q u e esta oferta d e S t a n g l n o v i n o m o t i v a d a p o r e l deseo de ver restringidas sus funciones en el c a m p o , sino m s bien por el de pro teger su p o s i c i n en la j e r a r q u a , al llegar a sus o d o s que K u r t F r a n z estaba a pun to de llegar. N o c a b e d u d a , tal c o m o S t a n g l m e c o n f i r m e n l a s e g u n d a r o n d a q u e t u v o l u g a r c u a t r o s e m a n a s d e s p u s d e l a pri uno
de nuestras conversaciones,
mera, de que a partir de a q u e l da G l o b o c n i k le c o n s i d e r y trat c o m o a de sus h o m b r e s , en cuya lealtad tena plena confianza.)
Pero
cierto?
e s o s i g n i f i c a q u e s u c o l a b o r a c i n fue
en
realidad voluntaria,
n o es
T o d o lo
que
f o r m a d o p o r esa a l t e r a c i n
hicerespondi c o n d u r e z a , c o n e l r o s t r o ya familiarfue c o n f i r m a r l e q u e
de n u e v o transllevara a cabo
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A l a m i s i n q u e m e h a b a a s i g n a d o , e n c a l i d a d d e o f i c i a l d e p o l i c a b a j o s u s r denes. Pei'O usted y Michel, m i s m o s que lo algunos niCSCS a n t e s , era haban reconocido ante s
q u e all estaba
ocurriendo
un crimen.
C m o poda usted
conscientemente en semejante
(tal c o m o e s t a b a h a c i e n d o )
p r o p o n e r s i q u i e r a s u participacin
crimen? L o q u e s e n t a q u e de
a q u e l l a s p o r las q u e p u d i e r a r e s p o n d e r , d e a c u e r d o c o n m i COncienna. E n l a e s cuela de f o r m a c i n p a r a p o l i c a s nos e n s e a r o n que la definicin debe reunir cuatro requisitos: debe h a b e r un sujeto, de un crimen
intencin. En a u s e n c i a de c u a l q u i e r a de esos c u a t r o e l e m e n t o s , no se trata de un delito punible. e n t i e n d o la p o s i b l e a p l i c a c i n de este c o n c e p t o es lo que le estoy intentando explicar: e n este c o n t e x t o .
ces p o d a c o n v e n c e r m e a m i m i s m o d e q u e f a l t a b a e l c u a r t o elemento., l a intencin [ a l a q u e l l a m l i b r e albedro ] . e x c e p c i n de la a d m i n i s t r a c i n de los objetos de v a l o r ? S , p e r o a l h a b e r e s t a b l e c i d o l a p o s i b i l i d a d d e l t r f i c o ilegal ba c o n v e r t i d o en una actividad policial legtima. e s t a s e ha
S i n e m b a r g o , los objetos de v a l o r que usted p r o p o n a o a c e p t a b a administrar no h a b r a n e s t a d o a su d i s p o s i c i n de no h a b e r sido p o r el exterminio e n las c m a r a s d e g a s . C m o e r a c a p a z d e s e p a r a r u n a cosa d e o t r a , i n c l u s o e n su propia mente? desde un principio, mi misin espo,'tica h a b a
c o n s i s t i d o en la r e s p o n s a b i l i d a d s o b r e tales objetos. habra h e c h o en caso de habrsele sido a s i g n a d o de forma especfica r e s p o n s a b i l i z a r s e del f u n c i o n a m i e n t o de las c m a r a s de gas? N o fue asrespondi s e c a m e n t e , y acto seguido aadi en un tono
E n esta e x p l o r a c i n s o b r e c m o e s p o s i b l e crear u n a m a q u i n a r i a
j a n t e , a p r o v e c h a n d o las d e b i l i d a d e s y los m i e d o s d e a q u e l l o s h o m b r e s , e l rela to de S t a n g l a c e r c a de su vida diaria en T r e b l i n k a y la d e l i b e r a d a m a n i p u l a c i n y represin de sus propios tres das escrpulos que duro morales resulta especialmente esclarc-
cedor. D u r a n t e los
s e v e a r e f o r z a d a p o r l a e x t r a o r d i n a r i a c r u e l d a d d e m u c h a s d e s u s CK-
135
EL-TRAUMA
ALEMN
icacioi'ies y ancdotas, a u n q u e e s t o p u e d a p a r e c e r u n a c o n t r a d i c c i n . M e
c o n t a b a s u v e r d a d , tal c o m o l l a h a b a p e r c i b i d o t r e i n t a a o s a n t e s y c o m o l a segua s i n t i e n d o a h o r a . A l h a c e r l o , d e f o r m a v o l u n t a r i a p e r o sin ser c o n s c i e n t e de ello, dejaba entrever m u c h o m s q u e la v e r d a d : me m o s t r los dos h o m b r e s en los que se h a b a c o n v e r t i d o p a r a p o d e r s o b r e v i v i r . M e l e v a n t a b a al
amanecercomenz
explicar.
L o s h o m b r e s solan
d e m o s t r a r s u m a l h u m o r p o r q u e m i p r i m e r a r o n d a t e n a l u g a r a las c i n c o d e l a
maana.
sen en sus p u e s t o s . Se d e c a q u e h a b a p a r a c a i d i s t a s b r i t n i c o s en la r e g i n y mi deber era p r o t e g e r al c a m p o del exterior. D i s p u s i m o s un s e g u n d o c e r c o de o b s t c u l o s de acero a n t i t a n q u e . Q a haca en el A c o n t i n u a c i n me diriga al Totenlger.
Totentlgen l a s c i n c o d e l a m a a n a ?
parte de la r o n d a : lo c o m p r o b a b a t o d o . A las siete iba a desaD e s p u s d e a l g n t i e m p o h a b a o r d e n a d o c o n s t r u i r n u e s t r a p r o p i a pa nadera. postero U n o d e los t r a b a j a d o r e s j u d o s result ser u n f a n t s t i c o m a e s t r o re-
Vienes.
n u e s t r o s s o l d a d o s e s t a b a n Servidos, p o r s u p u e s t o s u m i n i s t r b a m o s e l p a n s o brante
&lo$ Arbtsjudcn
('trabajadoresjudos').
Por qu no? Era una m a n e r a de aprovecharlo.
Intent c o n s e g u i r c o m i d a para ellos de otras fuentes: los p o l a c o s , c o m o usted sabe, tenan cartillas de r a c i o n a m i e n t o , m e d i a n t e las cuales c o n s e g u a n un hue vo a la s e m a n a , as c o m o u n a c a n t i d a d d e t e r m i n a d a de grasa y de carne. Se me ocurri que si todo el m u n d o en P o l o n i a tena derecho a c u p o n e s de raciona miento, de a c u e r d o con la ley, e n t o n c e s nuestros Arbeitsjudcil tambin deban
tener d e r e c h o a ellos, puesto que vivan en Polonia. A s que o r d e n a M a e t z i g , mi contable, que fuera al a y u n t a m i e n t o de la c i u d a d y solicitase mil cartillas de racionamiento para otros tantos trabajadores judos.
el resultado? E m p e z a rer. u n p r i m e r m o m e n t o les s o r p r e n d i concedieron mil raciones aquella semana. tanto nuestra peticin que nos
D e s p u s , los p o l a c o s
(el a y u n t a
las o c h o me diriga a m i s oficinas. qu h o r a llegaban los transportes? s o b r e esa h o r a . usted a la l l e g a d a de los t r a n s p o r t e s ? necesariamente. Solo a veces. gente p o d a llegar en un transporte?
136
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A unas cinco mil personas. A veces ms. a l g u n a o c a s i n h a b l c o n los r e c i n l l e g a d o s ? N o. P e r o r e c u e r d o que, en u n a o c a s i n , u n o de los judos q u e e s t a b a n all de pie, r e c i n d e s c e n d i d o s del t r a n s p o r t e q u e a c a b a b a de llegar, se me a c e r c y me dijo que q u e r a presentar una r e c l a m a c i n . Le respond que,
por supuesto, p o d a hacerlo, y le pregunt de qu se trataba. Dijo que uno de los g u a r d i a s l i t u a n o s transportes) (cuyas funciones se l i m i t a b a n a las n e c e s i d a d e s de los
l e s p r e g u n t a l o s g u a r d i a s l i t u a n o s q u i n d e e l l o s s e h a b a q u e d a d o c o n e l re loj, p e r o n i n g u n o dio la cara. Franz (me refiero a Kurt Franz) me susurr que (contaban con
sa es lo q u e h a y d e n t r o de ese u n i f o r m e . No crea q u e a q u e l l o llegara a V a r sovia tan r p i d a m e n t e . P e r o lo c o r r e c t o es lo c o r r e c t o , n o es cierto? Les h i c e f o r m a r en fila y les o r d e n q u e v a c i a r a n sus b o l s i l l o s . de los p r i s i o n e r o s ? -S, c m o s i n o ? C u a n d o s e r e c i b e u n a r e c l a m a c i n , investigacin pertinente. Por supuesto, no encontramos debe realizarse la
e l reloj; q u i e n q u i e r a
Quin?
h o m b r e que haba realizado la reclamacin en relacin con el reloj. N o l o sdijo distradamente. P o r s u p u e s t o , normalmente yo trabajaba en mis gran cantidad de trmites c o m o ya he dicho antes, siempre haba una haca nueva
burocrticos
Entonces
m e n t e m i r o n d a , e m p e z a n d o e s t a v e z p o r e l ToteillgCV. c o m e n z a d o el t r a b a j o e n e s a z o n a .
L o q u e e n r e a l i d a d q u e r a decir e s q u e , p a r a e n t o n c e s , las c i n c o mil p e r s o nas que haban llegado por la m a a n a ya estaban m u e r t a s : el trabajo
se refera c o n s i s t a en la e l i m i n a c i n de los c u e r p o s , t a r e a q u e o c u p a b a la ma y o r p a r t e del resto del da. Yo ya saba t o d o esto, ms directamente sobre aquella gente, pero quera hacerle hablar
p a r a r las p e r s o n a s q u e h a b a n l l e g a d o e n a q u e l l a r e m e s a .
seguan siendo evasivas: insista en su e m p e o de no referirse a aquellas perso nas c o m o gente. A esa h o r a d e l a m a a n a y a h a b a n f i n a l i z a d o casi t o d o s los trabajos e n la z o n a inferior del c a m p o . entre dos y tres h o r a s . La gestin de un transporte duraba n o r m a l m e n t e
H a c i a las d o c e iba a a l m o r z a r , d e s p u s me t o m a b a m e -
137
la oficina para continuar con el trabajo burocrtico. h a c a p o r las n o c h e s ? de cenar nos r e u n a m o s para hablar. A mi llegada, el personal sola q u e d a r s e b e b i e n d o d u r a n t e h o r a s en el c o m e d o r de oficiales. D e c i d acabar con esta c o s t u m b r e , as q u e si q u e r a n b e b e r , lo h a c a n en sus h a b i t a c i o n e s . h a c a u s t e d ? T e n a a m i g o s all, a l g u i e n c o n q u i e n t u v i e r a a l g o e n comn? N o , no haba nadie con quien inguno de ellos. d e s p u s d e l l e v a r all a l g n t i e m p o ? D e s p u s d e u n m e s ? Se encogi de h o m b r o s . Q u es un mes? Michel) bremente Durante mi estancia all no e n c o n t r a n a d i e (como realmente pudiera hablar. No conoca a
N o r m a l m e n t e me retiraba a mi h a b i t a c i n a d o r m i r . entonces? No, n o p o d a l e e r apagaban all. Estaba demasiado q u e d a b a en intranquilo... calma. Las luces se
a las diez, y d e s p u s t o d o
Excepto
c u a n d o los
t r a n s p o r t e s eran tan v o l u m i n o s o s q u e , p o r s u p u e s t o , era n e c e s a r i o s e g u i r traba jando toda la noche. as q u e esa era s u r a t i n a d i a r i a . C m o s e s e n t a all? H a b a algo que le gustase, que le hiciese sentir bien? resultaba interesante descubrir a posibles estafadores. C o m o ya le he
m e n c i o n a d o a n t e s , n o m e i m p o r t a b a d e q u i n s e t r a t a s e : m i tica p r o f e s i o n a l m e incitaba a investigar cualquier asunto turbio. Esa era mi profesin: y disfrutaba
Si h e
tumbrndose.
de serle
sincerome
t i e m p o era n e c e s a r i o ? D a s , s e m a n a s , m e s e s ? P a s a r o n m e s e s antes de que p u d i e r a m i r a r a los ojos a u n o de ellos. Intentaba e s c a b u i l i r m e e s f o r z n d o m e p o r crear un e n t o r n o especial: jar
d i n e s , n u e v o s b a r r a c o n e s , n u e v a s c o c i n a s , e n fin, n u e v a s i n s t a l a c i o n e s d e t o d o tipo: barberas, sastreras, zapateras, carpinteras... Haba cientos de m a n e r a s de tener o c u p a d a la cabeza: yo hice uso de todas ellas. as, si sus s e n t i m i e n t o s eran tan fuertes, deba de haber m o m e n t o s ,
138
COLOQUIO CON LA CONCIENCIA p a r e c e q u e no est r e s p o n d i e n d o a mi p r e g u n t a . N o era esa m i i n t e n c i n : p o r s u p u e s t o m e a s a l t a b a n a l g u n o s pensamien tos. P e r o yo los i g n o r a b a , o b l i g n d o m e a c o n c e n t r a r m e en el trabajo, trabajo y ms trabajo. decirse que, en ltima instancia, usted en realidad no considera ba que aquella gente fueran seres h u m a n o s ? A O S m s t a r d e , e n B r a s i l , m i e n t r a s e s t a b a d e Viajeempez a contar, con
r n d o m e a t r a v s del
cuerda a Polonia; tienen el m i s m o aspecto que aquella gente, m i r a n d o confiados, j u s t o a n t e s de ser enlatados.... Ha dicho enlatadosle interrump. Q u q u i e r e decir c o n eso?
P r o s i g u i c o n s u r e l a t o sin e s c u c h a r m e n i r e s p o n d e r a m i p r e g u n t a . p u d e volver a c o m e r carne enlatada despus de eso. A q u e l l o s grandes ojos... que me miraban... sin saber que en muy poco tiempo estaran muer-
d e t u v o . S u r o s t r o p a r e c a d e m a c r a d o . E n e s e m o m e n t o p a r e c a u n an ciano, e x t e n u a d o y real; h a b a l l e g a d o la h o r a de la v e r d a d . n o les v e a c o m o seres h u m a n o s ? Mercancasdijo en tono apagado, eran mercancaslevant una
Nues
t r a s v o c e s S C h a b a n a p a g a d o . F u e u n a d e l a s p o c a s v e c e s , d u r a n t e a q u e l l a s se m a n a s de c o n v e r s a c i o n e s , en las que no i n t e n t e n c u b r i r su d e s e s p e r a c i n , en las q u e s u a b a t i m i e n t o y s u d o l o r h a c a n p o s i b l e s e n t i r c o m p a s i n p o r l . cree que e m p e z a ver a los j u d o s c o m o m e r c a n c a ? A tenor d e l o q u e m e h a d i c h o a n t e s a c e r c a d e s u p r i m e r d a e n T r e b l i n k a (el h o r r o r q u e sinti al ver cadveres por todas partes), entonces no eran un cargamento
1
R e c u e r d o q u e W i r t h e s t a b a all, d e p i e , a l l a d o d e las fosas l l e n a s d e c a d v e r e s de color azul o s c u r o . A q u e l l o no tena relacin alguna con la h u m a n i d a d ; no poda tenerla: era u n a m a s a de c a r n e en p r o c e s o de p u t r e f a c c i n . W i r t h dijo: con esta basura?. de los Creo que aquello que inconscientemente hizo mercancas
Qu h a r e m o s
cambiar mi percepcin
prisioneros,
muchos nios...
n o l e h i c i e r o n p e n s a r n u n c a e n s u s p r o p i a s hi
jas? E n c m o se sentira usted en el lugar de sus p a d r e s ? N o r e s p o n d i despacio. N o p u e d o d e c i r q u e s e m e ocurriera a semejantes p e n s a m i e n t o s s e detuvo. V e r c o n t i n u , todava con extrema seriedad en un obvio intento de encontrar una nueva verdad en s mismo,
rara v e z les v e a c o m o p e r s o n a s c o n c r e t a s .
P a r a m s e t r a t a b a s i e m p r e d e iTia-
139
del
muro o b s e r v a n d o c m o entraban
ban, c o r r i e n d o incitados p o r los restallidos de los ltigos, como si fueran...no p u d o a c a b a r la frase. podra usted haber cambiado algunas cosas? Desde su posicin,
n o podra h a b e r p u e s t o f r e n o a esas p r c t i c a s , a la desnudez, a los l t i g o s , al h o r r o r de los c o r r a l e s ? n o , n o . E l s i s t e m a era as. L o h a b a i d e a d o W i r t h . F u n c i o n a b a . Y , pues to que funcionaba, era irreversible. En su opinin, Ei b a r r a c n cul era el lugar m s h o r r i b l e del c a m p o ? en el que se desvestan los prisioneros [Aliskleidebcirrac-
kc]dijo r p i d a m e n t e . I n t e n t a b a e v i t a r l o d e s d e l o m s p r o u n d o d e m i s e r . No p o d a h a c e r frente a eso: no p o d a m e n t i r l e s . que hablar con aquella gente que iba a morir. E v i t a cualquier p r e c i o tener
No poda soportarlo.
n i n g n m o m e n t o se r e s q u e b r a j ese m u r o que h a b a l e v a n t a d o a su a l r e d e d o r ? T a l v e z l a v i s i n d e u n n i o e n c a n t a d o r o d e a l g u n a h e r m o s a mu chacha le hizo volver a la realidad de que se trataba de seres h u m a n o s ? en c u a n t o los p r i s i o n e r o s e n t r a b a n en el b a r r a c n en el que se desvestan {Aliskleidebtll'rcckf decir, en cuanto se desnudaban, Stangl
m e n t e t r a b a j a b a e n l a c l n i c a , p e r o d u r a n t e a l g n t i e m p o s u s t i t u y a u n a d e las s i r v i e n t a s q u e t r a b a j a b a e n l a s d e p e n d e n c i a s d e l o s oficiales, l a c u a l h a b a c a d o enferma. Fue justo la poca en la que se haban construido n u e v o s barracones individuales para algunos de n u e s t r o s Arbeitsjuden. Saba que
con habitaciones
e r a s u n o v i o . . . u n o s i e m p r e s e e n t e r a b a d e es
E r a u n a j o v e n cul
d e b i de sentir haca
140
COLOQUIO CON L A C O N C I E N C I A chaza. Y eso no era t o d o : su respuesta era p r o p i a de un m i e m b r o de una clase inferior. La f o r m u l a c i n y el
cuenta de ello.
Le
respond:
Por
q u n o d e b e r a h a c e r l e esta p r e g u n t a ? E s t o y en m i
d e r e c h o de p r e g u n t a r , o n o es as?
irme?.
Sabe
sioneros que
q u fue d e Stangl
ella?siempre
de
mencionaba
forma individual.
interesada en su rostro.
Pero
fuertemente.
Nunca quiso
Totenlager.
[La e s p e r a n z a de
vida de los p r i s i o n e r o s que t r a b a j a b a n en aquellas i n s t a l a c i o n e s del c a m p o rara v e z s u p e r a b a el p a r d e qu? estoy seguro. Ver, c u a n d o regres la sirvienta a la que sustitua, la
meses.]
m u c h a c h a v o l v i a trabajar en la clnica. El doctor, c u y o n o m b r e no s o y capaz de recordar, tuvo un roce con Kurt Franz. Yo e s t a b a fuera e n t o n c e s y n u n c a s u p e La mucha
Totenlager.
documentacin
existente,
ese
doctor,
un
reputado
mdico especialista de Varsovia, se haba convertido en el tesorero de la comisin que p r e p a r a b a la i n m i n e n t e revuelta de Treblinka, y se suicid c u a n d o Kurt Franz le
pausa,
s tena contacHace un
to
relaciones
bastante
amistosas.
P u e s s:
las r e l a c i o n e s hu
Blau,
ambos
vieneses.
Siem
141
0 tal v e z i n g e n i e r o v a c i l . F u e a s e s i n a d o m s t a r d e ,
d u r a n t e la revuelta, q u e e m p e z en el rea s u p e r i o r d e l c a m p o . C o n con quien tuve ms contacto: con ! y con su esposa. profesin. Empresario, creo.
Blau
fue
No r e c u e r d o c u l era su
p o . S a b a q u e le a y u d a r a en lo q u e p u d i e r a . Un da, a m e d i a m a a n a , l l a m a la puerta de mi despacho, se puso firmes y me pidi p e r m i s o para hablar conmiLe dije: Por s u p u e s t o ,
Blau
adelansu
Dijo que
padre, de ochenta aos, haba llegado en un transporte aquella maana. Acaso p o d a hacer algo? L e dije: De veras, Blau, debe entenderlo, es imposible. Un
[ d o n d e se e j e c u t a b a a los a n c i a n o s y los e n f e r m o s ]
de gas. T a m b i n me p r e g u n t si p o d a llevar a su p a d r e a la c o c i n a y darle de Comer. L e r e s p o n d : Blau, haga lo que considere ms conveniente. Oficial-
m e n t e n o s n a d a , p e r o e x t r a o f c i a l m e n t e p u e d e d e c i r l e a l KapOque y o l e a u t o rizo. Por la tarde, c u a n d o regres a mi d e s p a c h o , me estaba e s p e r a n d o . T e n a lgrimas en los ojos. Se puso firmes y dijo: Herr HaiiptStUTiTlfidwetyuiero
darle las g r a c i a s .
L e o f r e c a m i p a d r e u n a c o m i d a . Y a c a b o d e l l e v a r l e a l Laza-
rett. T o d o h a t e r m i n a d o . M u c h a s g r a c i a s . L e r e s p o n d : M i r e , B l a u , n o e s n e c e s a r i o q u e m e d las g r a c i a s , p e r o , p o r s u p u e s t o , p u e d e h a c e r l o s i as l o d e s e a .
Qu
fue d e B l a u y s u e s p o s a ?
La misma imprecisin. N o lo s. medio de todo aquel horror, del que era tan consciente que tena
q u e b e b e r t o d a s las n o c h e s p a r a p o d e r d o r m i r , q u l e i m p u l s a b a a s e g u i r ? A q u se aferraba para poder continuar? lo s. T a l v e z a mi e s p o s a . Ai a m o r q u e senta h a c i a ella. cunta frecuencia se vean?
D e s p u s de aquella primera vez en Polonia, me concedan permisos con bastante r e g u l a r i d a d , cada tres o c u a t r o m e s e s . senta u n i d o a su esposa, c o n t a n t o s s e c r e t o s entre los dos? poco tiempo juntos y normalmente hablbamos as y de asuntos de la vida diaria. d e las ni
d e s p u s d e q u e L u d w i g l e h a b l a s e d e S o b i b o r . S a b a q u e ella estaba s u m a m e n te preocupada por m. Yo m i s m o no llegu a c o m p r e n d e r la magnitud de todo l o s u c e d i d o y c m o h a b a p o d i d o m a n t e n e r s e e l s e c r e t o h a s t a m u c h o m s tar de, c u a n d o e s c u c h los t e s t i m o n i o s e n e l j u i c i o . C r a m e , qued horrorizado,
d i s t i n c i n c o m o e l m e j o r c o m a n d a n t e d e c a m p o d e P o l o n i a , 110 e s c i e r t o ? No hubiera p o d i d o usted, para demostrar su disconformidad, loso en su trabajo? Esta fue u n a d e l a s p o c a s o c a s i o n e s d u r a n t e a q u e l l a s s e m a n a s e n las q u e s e r m e n o s ce-
Stangl se m o s t r i n d i g n a d o ante una p r e g u n t a . T o d o l o que h a c a era p o r v o l u n t a d propiarespondi con acritud. T e n a q u e h a c e r mi trabajo lo m e j o r p o s i b l e . Yo s o y as. N o l e h u b i e s e s i d o p o s i b l e d e m o s t r a r d e a l g u n a m a n e r a s u conflicto interior? h u b i e r a s i d o e l fin. P r e c i s a m e n t e p o r e s o m e senta tan s o l o . S u p o n g a m o s p o r u n m o m e n t o q u e e f e c t i v a m e n t e e s o hubiese sigmticad o e l fin, c o m o usted dice. En Alemania algunas personas mantuvieron sus
p r i l i c i p i o s ; n o m u c h a s , c> c i e r t o , p e r o s a l g u n a s . L a s u y a e r a u n a sita r i n e s pecial. No deba de h a b e r m s de una d o c e n a de h o m b r e s con una p o s i c i n sim i l a r a l a s u y a e n e l T e r c e r R e i c h . N o c r e e u s t e d q u e , s i h u b i e s e r e u n i d o e l ex traordinario valor necesario, subordinados? Lo neg con un m o v i m i e n t o de cabeza. D e haberme pblicos sacrificadodijo l e n t a m e n t e n i c a m e n t e h u b i e r a morir... hecho su actitud podra haber tenido un efecto en sus
no h u b i e s e s u p u e s t o ninguna
diferencia. Nila m s m n i m a . T o d o hubiese seguido igual, dara lo m i s m o que yo nunca hubiera existido. creo. P e r o , a u n as, n o c r e e usted q u e u n c a m b i o e n s u a c t i t u d po
dra h a b e r i n f l u i d o d e a l g u n a m a n e r a , o e n a l g n n i v e l , e n e l e n t o r n o del c a m po? N o cree que p o d r a h a b e r itlfuildidovalor en los d e m s ? N i s i q u i e r a e s o . H u b i e r a s i d o c o m o u n a p e q u e a ola q u e s e l e v a n t a d u r a n te una fraccin de s e g u n d o , solo eso. cree usted que m o t i v el exterminio? Esta vez me respondi r p i d a m e n t e y sin v a c i l a c i o n e s :
vecientos mil j u d o s , y en toda P o l o n i a m s de tres millones. procedan de los guetos, no tenan nada...
t e n a n a d a . T o d o e l m u n d o t e n a a l g o . E l a s p e c t o racial era secun dario. De otro m o d o , c m o es posible que hubiera arios honorarios? Sabe
143
para fomentar el odio? P a r a p r e p a r a r a a q u e l l o s q u e d e b a n p o n e r e n p r c t i c a e s a poltica.' p a r a q u e fueran c a p a c e s d e h a c e r l o q u e h i c i e r o n . Bien, usted f o r m a b a p a r t e de este c o l e c t i v o ; D e ninguna manera. que odiar. truirme, De t a m b i n les o d i a b a ?
Nunca p e r m i t i r a que nadie me dijera a quin tengo n i c a m e n t e o d i a b a a a q u e l l o s q u e q u e r a n des Prohaska. este ltimo
todos m o d o s ,
t e n i e n d o c o m o c o n s e c u e n c i a e l h e c h o d e c o n s i d e r a r a a q u e l l a g e n t e c o m o mer cancas? tena n a d a que ver con el odio. Eran tan dbiles; ellos m i s m o s permi tan q u e les h i c i e r a n l o d o a q u e l l o . E r a n g e n t e s c o n las c u a l e s n o t e n a n i n g n punto en comn; no haba posibilidad desprecio. Nunca pude entender que se te le un libro sobre los de comunicacin. As es c o m o nace el r i n d i e r a n tan f c i l m e n t e . o seis a o s se Recientemen-
cnimingsCaa c i n c o
dirigen al m a r para
L o q u e m s m e a y u d a b a a s e g u i r ade
lante era mi fe a b s o l u t a en la e x i s t e n c i a de un c a s t i g o j u s t o . Pero usted era c o n s c i e n t e de su p r o p i a p o s i c i n . T e m a profundamente a hombres como Globocnik, Wirth o Prohaska. C m o e s p o s i b l e q u e n o sin
t i e r a e l m i s i n o m i e d o a n t e e s e c a s t i g o j u s t o , d e c u y a e x i s t e n c i a e s t a b a t a n se guro? C m o p o d a estar s e g u r o d e que, c u a n d o llegase ese castigo j u s t o , n o le i n c l u i r a a u s t e d ? forma parte de mi propia interpretacin: c a m e n t e ante m y ante mi D i o s . yo s o y r e s p o n s a b l e ni
de eso p u e d o r e s p o n d e r ante D i o s .
l u n t a d , no d e b o dar e x p l i c a c i o n e s . . . S, s a b a q u e l l e g a r a el da en q u e los nazis caeran, y que yo p r o b a b l e m e n t e t a m b i n me h u n d i r a con ellos. suceder, yo no poda evitarlo. La heroica revuelta de Treblinka, l a r g a m e n t e planeada, tuvo lugar el 2 de S tena que
* R o e d o r d e l n o r t e de E u r o p a (N. de a T.)
144
l a O p e r a c i n EinsatZ Reillliard) d e t e r m i n a r o n s u r e c l u s i n e n A u s t r i a e n c a l i d a d d e o f i c i a l d e las S S . E n e l v e r a n o d e 1 9 4 7 fue e n t r e g a d o a las a u t o r i d a d e s austracas p a r a ser p r o c e s a d o p o r su p a r t i c i p a c i n en el p r o g r a m a de eutana sia. E l 3 0 d e m a y o d e 1 9 4 8 e s c a p d e l a p r i s i n p r e v e n t i v a d e L i n z . E n u n p r i n c i p i o intentamos p e d i r l e a y u d a a l d u q u e d i Corsini, p a r a e l q u e mi esposa haba trabajado c o m o niera. Pero entonces o m o s el r u m o r de que un o b i s p o d e l V a t i c a n o , l l a m a d o H u l g a r , e s t a b a a y u d a n d o a o f i c i a l e s d e las S S c a t licos, as q u e me d i r i g a R o m a . [Stangl h a b a e n t e n d i d o m a l s u n o m b r e : e l obis-
p o e n c u e s t i n s e l l a m a b a d o c t o r A l o i s H u d a l , y e r a r e c t o r del C o l e g i o P o n t i f i c i o T e u t n i c o d e R o m a . M u r i e n 193.] a l g u i e n que t a m b i n a y u d a s e a los oficiales protestantes? S, tambin usted tena su puesto dinero? en Roma. Se llamaba Probst Heinemann.
p o c o . T a n s o l o l o s a h o r r o s d e m i m u j e r . P e r o fue s u f i c i e n t e p a r a i r a Roma. hizo el obispo H u d a l por usted? B l i e i l O , e n p r i m e r l u g a r m e e n c o n t r a l o j a m i e n t o e n Roma, d o n d e d e b e r a p e r m a n e c e r h a s t a q u e llegase mi d o c u m e n t a c i n . Y me dio algo m s de dine ro. Despus de un par de s e m a n a s me llam y me dio mi n u e v o pasaporte, de
la C r u z Roja.
m o m e n t o s no son los m e j o r e s p a r a dar la cara. P e r o en Brasil n u n c a me e s c o n d . D e s d e mi l l e g a d a v i v y t r a b a j all c o n mi p r o p i o n o m b r e . Me r e g i s t r en el con sulado de Austria. En un principio, en la d o c u m e n t a c i n mi n o m b r e apareca
M s t a r d e c o n s e g u u n a c o p i a d e m i c e r t i f i c a d o d e na
c i m i e n t o a t r a v s d e l c o n s u l a d o , y m i n o m b r e fue c o r r e g i d o p a r a q u e a p a r e c i e r a e n e l o r d e n c o r r e c t o . Cualquiera p o d r a h a b e r d a d o c o n m i g o . gente, los a m i g o s que hizo en Sao P a u l o , pasado? sali a relucir. en t o d o s esos aos, n u n c a habl de ello con alguien? C o n su espo sa, un s a c e r d o t e o un b u e n a m i g o ? veces con mi esposa h a b l a b a de ello; p e r o no c o m o ahora. N u n c a le he h a b l a d o a n a d i e de esto c o m o ahora. estaban al corriente de su
145
EL TRAUMA ALFMN SliS hijas lo saban? S e s o n r o j : era l a s e g u n d a v e z q u e s e m o s t r a b a i n d i g n a d o ante u n a p r e g u n t a . hij a s c r e e n e n m . L o s j v e n e s de todo ei m u n d o cuestionan las a c t i t u d e s d e sus p a d r e s .
Ellas,
mrepiti.
Mi familia est c o n m i g o .
se dio cuenta de que era objeto de una investigacin? Ell 1 9 6 4 , c u a n d o m i y e r n o m e m o s t r u n p e r i d i c o d e V i e n a e n e l q u e s e deca que W i e s e n t h a l me estaba b u s c a n d o . e n r e a l i d a d n o s e s o r p r e n d i c u a n d o l e e n c o n t r a r o n , n o e s as? Q u i e r o decir que no le s o r p r e n d i que le capturaran.
No
Siempre haba
pen
sado que tarde o t e m p r a n o ocurrira. U n a y otra v e z la terrible distorsin de sus p e n s a m i e n t o s se haba hecho
patente durante todo aquel t i e m p o . Y de n u e v o haca acto de presencia, ahora al final de n u e s t r a s c o n v e r s a c i o n e s . que esa p o c a de su v i d a en P o l o n i a le e n s e algo? S: q u e t o d o l o h u m a n o t i e n e s u o r i g e n e n la debilidad h u m a n a .
Mirando
hacia atrs,
S, e s t o y s e g u r o d e q u e t e n a a l g n s e n t i d o . T a l v e z e s t a b a e s c r i t o q u e l o s judos deban pasar por todo aquello para unirse; para constituirse en un pueblo e identificarse con los de su m i s m a raza.
Cuando S.
dice estaba
escrito^, se
refiere a Dios?
Estaba
D i o s en T r e b l i n k a ?
De otro m o d o , c m o hubiera p o d i d o ocurrir todo aquello? E l l t i m o d a q u e p a s c o n S t a n g l fue e l d o m i n g o 2 7 d e j u n i o . D u r a n t e l a s e m a n a anterior no se haba e n c o n t r a d o bien, p e r o c u a n d o volv a la crcel despus de la pausa de media hora para comer pareca eufrico. car con p a l a b r a s lo bien q u e m e siento de No puedo expliuna sopa M e sien
repenteme d i j o . T o m
c o m o n u n c a antes.
E n t o n c e s me habl durante bastante rato de su vida en Brasil. Le desconcer taba la estupidez de los altos cargos. A m e d i d a que e n t r b a m o s en materia, e m p e z a r e l a t a r s u s p r o p i a s e x p e r i e n c i a s y , tal c o m o h a b a o c u r r i d o a m e n u d o durante nuestras c o n v e r s a c i o n e s , su p e r s o n a l i d a d se t r a n s f o r m con b r u s q u e d a d a s o m b r o s a , SUvoz s e v o l v i m s spera, a u m e n t e l t o n o d e v o z , r e t o m s u acen to p r o v i n c i a n o y su rostro a d q u i r i un aspecto tosco.
146
COLOQUIO CON LA C O N C I E N C I A E n Brasilme cont, en VW ( V o l k s w a g e n ) , la estulticia de a l g u n o s de sus e m p l e a d o s r a y a b a en lo i n i m a g i n a b l e , A v e c e s me desquiciabaempez a g e s t i c u l a r c o n las m a n o s . E n t r e ellos h a b a i d i o t a s , v e r d a d e r o s t a r a d o s . C o n f r e c u e n c i a no p u d e c o n t e n e r m e y les h i c e s a b e r lo q u e p e n s a b a : -"'lOS m o ,
e l p r o g r a m a d e e u t a n a s i a o s p a s p o r a l t o , UO?. D e s p u s s e l o e x p l i c a b a a m i esposa al regresar a casa: El p r o g r a m a de eutanasia i g n o r a esos i m b c i l e s . H a c i a e l f i n a l d e a q u e l l a t a r d e r e t o m a m o s e l t e m a d e l a r e l i g i n y d e s u s pa labras sobre D i o s en T r e b l i n k a . entonces, Dios no es bueno? N o d i j o m u y despacio. Yo no dira eso. Es b u e n o y m a l o . Pero la ley la h i c i e r o n los h o m b r e s ; y la fe en D i o s t a m b i n d e p e n d e de los hombres. E s o n o d e m u e s t r a g r a n cosa, n o cree? L o n i c o c l a r o e s q u e h a y c o s a s q u e l a cien cia n o p u e d e e x p l i c a r , y p o r t a n t o d e b e h a b e r a l g o s u p e r i o r a l h o m b r e . Res-
a una cosa, si un h o m b r e tiene un objetivo al que llama Dios, qu puede hacer para alcanzarlo? Lo sabe usted? cree que eso d e p e n d e de c a d a p e r s o n a ? En su caso, no p o d r a ser la bsqueda de la v e r d a d ? -La v e r d a d ? refiero a enfrentarse a u n o m i s m o . Tal v e z es un p r i n c i p i o , acaso no es eso lo que ha v e n i d o i n t e n t a n d o d u r a n t e estas s e m a n a s ? S u r e s p u e s t a fue a u t o m t i c a , y a u t o m t i c a m e n t e p e r s i s t e n t e . cia s a b e l o q u e y o h i c e d i j o c o n las mismas palabras Mi concien
que haba p r o n u n c i a d o
c o n fra f o r m a l i d a d e n i n n u m e r a b l e s o c a s i o n e s d u r a n t e las p a s a d a s s e m a n a s y en e l j u i c i o . H i z o una p a u s a , y el s i l e n c i o i n v a d i la estancia. N u n c a he h e cho d a o a n a d i e i n t e n c i o n a d a m e n t e , con mis p r o p i a s m a n o s , p r o s i g u i , con un tono distinto, m e n o s incisivo, y v o l v i a g u a r d a r silencio durante un buen rato. A g a r r l a m e s a c o n a m b a s m a n o s , c o m o s i s e e s t u v i e r a a f e r r a n d o a ella. "Pero yo e s t a b a alldijo e n t o n c e s con un tono apagado y cansado, que de-
n o t a b a resignacin. P o r l o t a n t o , e s c i e r t o , e n realidad m e c o r r e s p o n d e par te de c u l p a . a c e p t a u n p o c o , p r o g r e s a u n p o c o , p a r a l u e g o e c h a r s e a t r s , re t r o c e d e r . E n las l t i m a s s e m a n a s , l o h a h e c h o a m e n u d o , es c o n s c i e n t e d e ello? es p o r q u e mi culpa... tras c h a r l a s , ahora mi culpa... n i c a m e n t e ahora, durante nues
n u e v o fue i n c a p a z d e t e r m i n a r l a f r a s e , c o m o
a s u m i r l a i n c r e b l e m e n t e difcil c u e s t i n r e l a t i v a a s u c u l p a . M i c u l p a C O l l t i que todava estoy aqu. que todava est aqu? En eso consiste mi culpa. En eso consiste mi culpa.
haber muerto.
lo dice ahora, pero entonces? Eso es cierto. T u v e otros veinte aos, en este m o m e n t o preferira haber muerto que fueron buenos. antes que verme Pero crame,
ac|U.desliz l a
147
en un t o n o n e u t r o y , de t o d o s m o d o s , ya b a s t a . Q u i e r o llegar b a s t a el final de esta tOilversacny d e s p u s s e a c a b a r t o d o . E n t o n c e s h a b r l l e g a d o e l fin. 1" rail 7 Stangl muri d i e c i n u e v e h o r a s m s tarde, -
de un a t a q u e de corazn.
En un trozo de papel clavado en la pared haba anotado con rapidez un nombre que h a b a i n t e n t a d o r e c o r d a r p a r a n u e s t r a c o n v e r s a c i n del da siguiente. bre su mesa se encontraron, perfectamente ordenados, su S~
correspondencia,
f o t o g r a f a s , d o c u m e n t o s j u r d i c o s y a l g u n a s n o t a s m a n u s c r i t a s c o n s u caligra fa p r e c i s a y a p r e t a d a . en el momento de El libro de la b i b l i o t e c a de la crcel que estaba leyendo su muerte e r a LWSandHonour^e Josef Pidulski.
148
LOS
ENCUBRIDORES
DE
HITLER
NOVIEMBRE
DE
1979
Existe un cierto g r a d o de i n m o r a l i d a d en el h e c h o de m a n t e n e r una c o n v e r s a c i n con individuos como Richard Verrall y otros que comparten s u m i s m a opi
nin. Sin e m b a r g o , a v e c e s es necesario. A pesar de nuestro p r o f u n d o despre cio p o r ellos, s o l o p o d e m o s r i d i c u l i z a r l o s o s u b e s t i m a r l o s p o r n u e s t r a c u e n t a , puesto que con i n d e p e n d e n c i a de su situacin, todos cuentan con la suficiente inteligencia y recursos. El granjero y editor a t i e m p o parcial Robn B e a u c l e r c
Really
Die?{aems
d e l l i b r o d e A. R . B u t z
a f i r m a q u e s e lian l l e g a d o a d i s t r i b u i r c a s i u n m i l l n d e c o p i a s d e d i c h o folleto e n c u a r e n t a pases. Y o m i s m a h e e n c o n t r a d o e j e m p l a r e s del m i s m o , as c o m o del l i b r o de B u t z , en e s c u e l a s , u n i v e r s i d a d e s y b i b l i o t e c a s de t o d a E u r o p a occi dental, as c o m o e n E s t a d o s U n i d o s . C a b e destacar que a m b a s publicaciones
han llegado a distribuirse incluso en Australia. A q u e l l o s que por lo general se consideran bien informados afirman: Pero
d i s p u e s t o s o b r e m i m e s a d e t r a b a j o : P e r o p o r q u cNew StatCSinan
ce un e s p a c i o ? P o r qu se les t o m a en serio? Por q u m a l g a s t a r un t i e m p o y u n e s p a c i o p r e c i o s o s e n r e b a t i r m e n t i r a s t a n evidentes?. En efecto, el t i e m p o y el espacio en una p u b l i c a c i n son recursos preciosos, que ni los escritores ni los editores d e b e r a n d e s p e r d i c i a r . No obstante, existen
dos r a z o n e s d e p e s o p o r las q u e d e b e m o s seguir h a b l a n d o d e las p u b l i c a c i o n e s de Verrall, l'Vlllg, B u t z y otras similares. L a p r i m e r a d e ellas r a d i c a e n l a f i n a l i d a d q u e p e r s i g u e n , p u e s t o q u e n o les m u e v e una p r e o c u p a c i n tica o intelectual p o r la v e r d a d histrica, en absoluto, sino m s bien un objetivo poltico concreto de cara al futuro. Al igual que todas las d o c t r i n a s p o l t i c a s , q u e r e q u i e r e n p r e c u r s o r e s , p a r t i d o s y profetas, n e c e s i t a n un m o d e l o , un hroe, y, por supuesto, recurren a la figura de Hitler para que de-
149
EL TRAUMA ALEMN s e m p e e este p a p e l . Sin e m b a r g o , p u e s t o q u e l a m a y o r a d e l a g e n t e n o admi ra la perversidad, presentan a un Hitler con categora m o r a l , roso. No tiene i m p o r t a n c i a que crease un Estado policial; se puede improvisar a d e m s de pode
una justificacin con la excusa de que no ha sido el n i c o . T a m p o c o la tiene el h e c h o d e q u e s e a p r o p i a s e d e p a s e s y p u e b l o s v e c i n o s . S i e m p r e e s p o s i b l e adu cir m o t i v o s i d e o l g i c o s y d e m o g r f i c o s . Y , por l t i m o , t a m p o c o i m p o r t a que
desencadenara una cruenta guerra, que se cobr la vida de millones de personas. S i e m p r e ha h a b i d o g u e r r a s , en t o d o s los c a s o s c o n d e m a s i a d a s VCtimaSj y s i e m pre justificadas. Para sus partidarios, n a d a de esto, ni siquiera la crueldad con la que desde un p r i n c i p i o p e r s i g u i sus objetivos, H i t l e r p a r a ser el h r o e q u e a n s i a n y n e c e s i t a n . P e r o h a y a l g o q u e n o c o n s t i t u y e u n m o t i v o p a r a l a g u e r r a , q u e n o t i e n e pre c e d e n t e s n i j u s t i f i c a c i n . A l g o r e a l m e n t e p e r v e r s o , i m p o s i b l e d e a c e p t a r : las m o r tferas c m a r a s d e g a s d e l a P o l o n i a o c u p a d a , l a c a m p a a p a r a e x t e r m i n a r a los judos. U n a y otra vez, en sus d i a t r i b a s (de n u e v o me refiero a las c a r t a s de V e desmerece la capacidad de
h a c i e n d o caso o m i s o d e las i n n u m e r a b l e s p r u e b a s existentes, i g n o r a n d o el t e s t i m o n i o de los s u p e r v i v i e n t e s , insisten en su r e i v i n d i c a c i n o b s e s i v a : no s e p r o d u j o s e m e j a n t e g e n o c i d i o s i s t e m t i c o , las c m a r a s d e gas n o e x i s t i e r o n . Y , p o r s u p u e s t o , r e t o m a n l a p o l m i c a s o b r e l a cifra d e seis m i l l o n e s d e p e r s o n a s , con la que realizan degradantes acrobacias mentales. El s e g u n d o m o t i v o p o r el q u e d e b e m o s l l e g a r a e n t e n d e r la e s e n c i a y las part i c u l a r i d a d e s d e las r e i v i n d i c a c i o n e s n e o n a z i s s e b a s a e n los e r r o r e s c o m e t i d o s en ocasiones, que han recibido una e n o r m e publicidad y han pasado a formar C o n el riesgo de ofender a
alguien, d e b e m o s c o r r e g i r y e x p l i c a r d i c h o s e r r o r e s , p a r a q u e n a d i e p u e d a vol ver a a p r o v e c h a r s e de ellos. I n d i v i d u o s c o m o V e r r a l l o B u t z h a n d e m o s t r a d o u n e x t r a o r d i n a r i o talen to para mezclar la realidad con calumnias, mediante la inyeccin repetitiva de p a r t e de v e r d a d en t o d a s sus m e n t i r a s , as c o m o de m e n t i r a s en la v e r d a d . Se a p r o v e c h a n c o n a s t u c i a d e los errores h u m a n o s ( y d e los p r e j u i c i o s l a t e n t e s ) .
D e este m o d o , h a s t a cierto p u n t o h a n c o n s e g u i d o e x p l o t a r a l g o terrible a l tiem po que s o r p r e n d e n t e : el h e c h o de que, d e s p u s de treinta y cinco aos y millo n e s d e p a l a b r a s d e d i c a d a s a a q u e l l o s s u c e s o s , t o d a v a s u b s i s t e l a c o n f u s i n so bre la i m p l i c a c i n de H i t l e r en el a s e s i n a t o de los j u d o s . No existe prueba ms clara de todo esto que l a p e l c u l a Holocausto, una
En calidad de participante en un
debate de la B B C que se celebr en la noche de su emisin, expres mi recelo e n r e l a c i n c o n a l g u n o s e r r o r e s q u e d e n o t a b a n c i e r t a f a l t a d e o b j e t i v i d a d , e in tent e x p l i c a r las d i f i c u l t a d e s q u e p o d r a n t e n e r e n c o n c r e t o los a l e m a n e s p a r a aceptar aquella v e r s i n de los h e c h o s . V a satlite, el p r o d u c t o r de H o l l y w o o d
150
chazaban al no poder ni imaginrselos. L a p o l m i c a a c t u a l e n r e l a c i n c o n l o s e s c r i t o s del s e o r V e n a l L p o r e j e m p l o , s e c e n t r a e n u n e l e m e n t o e s e n c i a l d e e s t a c o n f u s i n . Enfatiza l o q u e l m i s m o d e n o m i n a el r e c o n o c i m i e n t o p o r p a r t e del I n s t i t u t o d e H i s t o r i a C o n t e m p o rnea de M u n i c h de que no existi nada semejante B e l s e n , B u c h e n w a l d o D a c h a u [...] e t c . , e t c . . Este l l a m a d o reconocimiento deriva de una carta enviada en Zcit. 1062 por El p r o [a las c m a r a s de gasj en
C m o p o d r a o l v i d a r l a ? Las p n fuera
de contexto.
A q u e l l a carta c o n s t i t u y e u n a n u e v a t e n t a t i v a d e a c l a r a r las c o s a s ( m u c h a s o t r a s h a n s i d o r e d a c t a d a s p o r o t r a s t a n t a s p e r s o n a s c o n i d n t i c a mtenc p r o p s i t o de B r o s z a t , segn l m i s m o explica, era el s i g u i e n t e : El
[...] r e c a l c a r d e n u e v o l a d i f e r e n c i a p e r t i n a z m e n t e i g n o r a d a o r e c h a z a d a entre los camp o s d e c o n c e n t r a c i n y l o s d e e x t e r m i n i o ; la d i s t i n c i n fundamental e n t r e l o s a s e s i n a tos m e t d i c o s y m a s i v o s d e m i l l o n e s d e j u d o s e n l o s c a m p o s d e e x t e r m i n i o d c l a P o l o n i a o c u p a d a , p o r un l a d o , y, p o r otro, la e l i m i n a c i n i n d i v i d u a l de los p r e s o s de los c a m p o s d e c o n c e n t r a c i n u b i c a d o s e n A l e m a n i a ( n o n e c e s a r i a m e n t e n i principalmente j u dos) c u a n d o d e j a b a n d e ser a p t o s p a r a t r a b a j a r .
La mayora de los c a m p o s de c o n c e n t r a c i n u b i c a d o s en la m i s m a A l e m a n i a no contaban con cmaras de da. gas. En D a c h a u haba una, q u e n u n c a fue utiliza
S a c h s e n h a u s e n tambin, s e g n
L a s utilizaron hacia el final de la guerra, para reempla zar las e j e c u c i o n e s d e p e q u e o s g r u p o s d e p r i s i o n e r o s m e d i a n t e e l f u s i l a m i e n t o o inyecciones, prcticas t r e m e n d a m e n t e desmoralizadoras para el personal. C m o es posible, entonces, que el mito de la existencia de c m a r a s de gas en A l e m a n i a h a y a s i d o a c e p t a d o d e f o r m a tan u n i v e r s a l , p r o p o r c i o n a n d o d e este m o d o a los n e o n a z i s su m s p r e c i a d a a r m a , esto es, la o p o r t u n i d a d de n e g a r lo que n u n c a se p u s o en d u d a ? La e x p l i c a c i n es s i m p l e y a l a v e z extremadamen te compleja. Los campos de concentracin alemanes, creados en un primer momento
151
de obra para la industria a r m a m c n t s t i e a > los r e d u c i d o s c a m p o s de carcter pe nal, hasta entonces d e s t i n a d o s e x c l u s i v a m e n t e a a l e m a n e s , austracos y cheeos
(Incluidos los j u d o s d e e s a s n a c i o n a l i d a d e s ) , l u e r o n a m p l i a d o s y t r a n s f o r m a d o s e n e n o r m e s i n s t a l a c i o n e s c o n e l fin d e a l b e r g a r a l o s c i e n t o s d e m i l e s d e r u s o s , p o l a c o s e i n d e s e a b l e s de los t e r r i t o r i o s o c u p a d o s del este de E u r o p a , que se convertiran en una vasta p o b l a c i n de m a n o de obra esclava. La d u r e z a en el trato v a r i a b a en funcin de la c a t e g o r a de los prisioneros. Los delincuentes campos. alemanes ocupaban el primer puesto d e l a j e r a r q u a e n estos
Los prisioneros
polticos
o c u p a b a n un lugar intermedio, s e g u i d o s de
l o s d e s v i a d o s s e x u a l e s y l o s d i s i d e n t e s r e l i g i o s o s ; e n l t i m o l u g a r , e s t a b a n los p o l a c o s , los rusos y los j u d o s , p o r ese o r d e n . M i l l o n e s de p e r s o n a s m u r i e r o n en esos c a m p o s de c o n c e n t r a c i n y trabajo: a l g u n o s ( l o s c a s o s m s c o n o c i d o s ) d e b i d o a l a t o r t u r a , l a s b r u t a l i d a d e s o a espan experimentos mdicos. Pero la m a y o r a m u r i e r o n a causa de enfermedades. alemanes. Los
c a d v e r e s q u e e n c o n t r a r o n l o s h o r r o r i z a d o s e j r c i t o s d e l o s a l i a d o s a s u llega d a a A l e m a n i a p e r t e n e c e n a a q u e l l o s p r i s i o n e r o s , y s o n l o s q u e a p a r e c e n e n las fotografas y las p e l c u l a s que lian tenido m a y o r difusin. Esqueletos descar-
o t r o s q u e y a c a n e n l a s l i t e r a s COU10 en m o n t o n e s tambaleantes, a
y apilados
p u n t o de ser i n c i n e r a d o s ; esas s o n las i m g e n e s q u e n o s v i e n e n a la c a b e z a . En esos c a m p o s m u r i e r o n m i l l o n e s de p e r s o n a s , p e r o no fueron extermi n a d a s en el s e n t i d o que los nazis o t o r g a r o n a esta p a l a b r a de f o r m a exclusiva. A q u e l l o s c a m p o s c o n t a b a n c o n c r e m a t o r i o s d e g a s p a r a d e s h a c e r s e d e l o s CUC1 p o s . D e las c h i m e n e a s e m a n a b a e l o l o r d e l a c a r n e q u e m a d a , y los g u a r d i a s , y a fuera c o m o a m e n a z a o c o m o c h a n z a , les d e c a n a los p r i s i o n e r o s : ma de salir de a q u es a travs de la c h i m e n e a . El v e r b o gasear haba p a s a d o a f o r m a r parte del v o c a b u l a r i o habitual en el c e n t r o de E u r o p a , )' e s p e c i a l m e n t e en A l e m a n i a , d e s d e q u e los nazis dieron inicio a los asesinatos p o r asfixia de ochenta mil discapacitados psquicos y L a n i c a for
m e n t a l e s ( n i o s y a d u l t o s ) entre 1939 y 1 9 4 1 . P o r tanto, c u a n d o en los c a m p o s alemanes desaparecan prisioneros enfermos o discapacitados, cuando sala
h u m o d e l a s c h i m e n e a s , l o s p r i s i o n e r o s y e s c l a v o s d e c a n q u e a q u e l l o s q u e fal t a b a n s e h a b a n "esumadoen el g a s , p o r l o q u e l o s h o m b r e s y las m u j e r e s v i v a n c o n s t a n t e y niortallliente a t e m o r i z a d o s . A s q u e n o r e s u l t a s o r p r e n d e n t e que la p a l a b r a gasear se c o n v i r t i e r a en un t r m i n o de carcter general, que se e m p l e a b a sin demasiada tropas distincin. campos, no tenan
C u a n d o las
a l i a d a s h i c i e r o n s u e n t r a d a e n los
idea de qu significaba r e a l m e n t e la p a l a b r a
g a s e a r . L o n i c o q u e s a b a n era
152
LOS E N C U B R I D O R E S D E H I T L E R para la U N R R A , d u r a n t e 1945 y 1946 p r e s e n c i en v a r i a s o c a s i o n e s i m g e n e s seescuch m u c h o s de estos relatos d e s e s p e r a d o s e intent i m a g i n a r m e aquellos aterradores recuerdos. Un caso aparte lo
constituyen
los c a m p o s de A u s c h w i t z y , posteriormente,
Majdanek: a m b o s c a m p o s s o n l o s n i c o s e n l o s q u e l o s n a z i s c o m b i n a r o n e n o r mes centros de trabajo c o n i n s t a l a c i o n e s de e x t e r m i n i o s i t u a d a s en sus p r o x i m i dades. Gracias a la gran cantidad de supervivientes de A u s c h w i t z , contamos
con u n a gran
bin h a y a c o n t r i b u i d o a a l i m e n t a r la c o n f u s i n e x i s t e n t e entre los d o s t i p o s de campos. Qu era exactamente A u s c h w i t z , que se ha convertido para mucha
gente en u n a p a l a b r a c l a v e y s m b o l o del h o r r o r n a z i en su c o n j u n t o ? E n 1 9 4 3 era, s o b r e t o d o , e l m a y o r c a m p o d e t r a b a j o d e m a n o d e o b r a escla va de los nazis, con una p o b l a c i n de cien mil trabajadores que reciban un
dotado de las m s r u d i m e n t a r i a s i n s t a l a c i o n e s de g a s e a d o . P o s t e r i o r m e n t e , 1. G .
Farben
inici la c o n s t r u c c i n de u n a fbrica de c a u c h o y c o m b u s t i b l e
sintticos
(la B u n a w e r k e ) e n l a z o n a c o l i n d a n t e , t r a s l o c u a l f u e r o n e n v i a d o s a l
Bunawerke),
Birkenau,
eran t r a n s p o r t a d o s d e s d e la v a m u e r t a s i t u a d a a v a r i o s k i l m e t r o s de d i s t a n cia, o b i e n p r o c e d a n d e l c a m p o
principal. A s i m i s m o ,
b a n m i l e s d e e n f e r m o s , a s c o m o l o s m s d b i l e s ( l o s husejnicinner
que no eran
en a b s o l u t o JUCaiIiexitejudos), q u e p o r a l g u n a m i s t e r i o s a r a z n no eran ejecu tados a la v e z , s i n o q u e se les m a n t e n a en la m i s e r i a m s a b s o l u t a , p r c t i c a m e n t e sin c o m e r , h a s t a q u e f i n a l m e n t e f a l l e c a n . En o t o o de 1944, algo m s de setecientos mil j u d o s (entre ellos cuatrocientos mil h n g a r o s ) h a b a n m u e r t o e n las c m a r a s d e gas d e B i r k e n a u ( C a m p o I I ) ;
gaseados
(este m t o d o estaba
r e s e r v a d o a los j u d o s ) . En el m o m e n t o en q u e los s u p e r v i v i e n t e s f u e r o n libe rados, otros 146.200 j u d o s y m u c h o s cientos de miles de p r i s i o n e r o s de otras categoras h a b a n m u e r t o d e b i d o al a g o t a m i e n t o y a las e n f e r m e d a d e s en el C a m p o I . E n l a a c t u a l i d a d s e c o n s i d e r a q u e l a cifra d e f i n i t i v a d e v c t i m a s d e A u s c h w i t z es de un milln cien mil muertos. R i c h a r d Verrall, c o n c e n t r a d o en su repulsivo j u e g o aritmtico, afirma que la confesin de R u d o l f H o s s , c o m a n d a n t e de Auschwitz, se obtuvo en Polonia
153
EL TRAUMA ALEMN
mediante t o r t u r a ,
q u e es a b s u r d a y q u e , p o r t a n t o , es u n a p r u e b a a
favor
as
d e s u t e o r a d e que t o d o e s u n a p a t r a a . C o n i n d e p e n d e n c i a de lo que p u e d a decirse de HdSS, de su c o m o de sus posteriores p r e t e n s i o n e s q u e las d e c l a r a c i o n e s q u e r e a l i z e n d e n s e G. manacas, lo que realmente funcin,
cuenta CS
N u r e m b e r g ante el p s i q u i a t r a estadouni
VI. Gllbertson
aproximado,
a n t e r i o r e s a s u e n t r e g a a l a s a u t o r i d a d e s p o l a c a s , y que,
a d e m s , c o i n c i d e n casi e x a c t a m e n t e con lo q u e d e c l a r en P o l o n i a (incluido el clculo corregido en una segunda declaracin, del nmero de
vctimas de A u s c h w i t z ) .
L a s e g u n d a cifra q u e m e n c i o n e n
cada ocasin, un
Solucin Final):
mil prisioneros
las e n f e r m e d a d e s e n e l C a m p o I . No obstante, Butz, esto de a l g u n a forma no tiene n a d a que ver, ya que Verrall y
al t i e m p o q u e i n t e n t a n d e s a c r e d i t a r a HSS, r e c u r r e n a l p a r a respaldar P u e s t o q u e n i e g a n e n r e d o n d o l a e x i s t e n c i a d e l o s c a m p o s d e ex
sus t e o r a s .
t e r m i n i o e n l a P o l o n i a o c u p a d a , A u s c h w i t z e s c o m o u n g r a n o d e a r e n a e n sus ojos. Sin e m b a r g o , para aquellos que desean c o n o c e r la v e r d a d cabe recordar que A u s c h w i t z , a pesar de su e m b l e m t i c o n o m b r e , en u n p r i n c i p i o n o era u n
toda
v a u n c a m p o d e t r a b a j o d e c a r c t e r p e n a l , y f u e r o n e l r e s u l t a d o d e l a o r d e n es pecial de Hitler
Kommissar
B e f e h l , de m a r z o y j u l i o de 1 9 4 1 , en v i r t u d de la d e los
s i d e r a d o asocial y de los j u d o s .
neonazi
militares. tados al
tiene
mucho
que decir)
m u j e r e s y n i o s d e s n u d o s y ejecu
r e c i b a n la
etiqueta
de
partisanos y
bandidos,
incluso
N o o b s t a n t e , l a s a c t i v i d a d e s d e l o s E i n s a t z g r u p p e n d e m o s t r a r o n a l o s na zis q u e este m t o d o p s e u d o m i l i t a r n o f u n c i o n a r a c o n las g r a n d e s m a s a s d e ju dos que habra que gestionar en el futuro. C o m o s a b e m o s p o r las cartas d e
m u c h o s s o l d a d o s q u e h a n s a l i d o a l a l u z e n l o s l t i m o s a o s , y g r a c i a s a l a s de c l a r a c i o n e s de c i e n t o s de testigos en los j u i c i o s r e l a t i v o s a los E i n s a t z g r u p p e n celebrados en A l e m a n i a Occidental, las e j e c u c i o n e s crearon fuertes tensiones y desen
entre el p e r s o n a l
(a p e s a r del g e n e r o s o s u m i n i s t r o de a l c o h o l y sexo)
Dlas
154
LOS E N C U B R I D O R E S D E H I T L E R el p r o g r a m a de e u t a n a s i a , a l g u n o s ( n i c a m e n t e los n i o s pequeos) h a b a n sido asesinados en salas especiales de hospitales. La m a y o r a m u r i e r o n en c l T U i m S d e gas e n l o s i n s t i t u t o s d e e u t a n a s i a . M s d e c u a t r o c i e n t o s h o m b r e s y mujeres (policas, m d i c o s y p e r s o n a l a d m i n i s t r a t i v o , a c a t a n d o la autoridad directa de la C a n c i l l e r a del Fhrer, en el Departamento T - 4 ) p a r t i c i p a r o n en estos asesi natos. Haba una tcnica ya desarrollada y el p e r s o n a l n e c e s a r i o para ponerla en prctica. A los especialistas que h a b a n sido p r e p a r a d o s para asesinar a alem a n e s y a u s t r a c o s d e s v a l i d o s s e l e s p o d r a e n c o m e n d a r e l a s e s i n a t o d e millones de j u d o s y m i l e s de g i t a n o s : la e r r a d i c a c i n , en p a l a b r a s del p r o p i o H i t l e r , los b a c i l o s del c u e r p o poltico de la raza a l e m a n a . El s e o r V e r r a l l r e i v i n d i c a que en la n u m e r o s a d o c u m e n t a c i n que perno h a y una sola orden [...] e t c . q u e h a g a r e f e r e n c i a a
dura de aquella p o c a
u n a " c m a r a d e g a s " . T r a d i c m a l l T i e n t e , l a i n v e c t i v a n e o n a z i i n s i s t e e n el h e cho d e q u e n o e x i s t e n d o c u m e n t o s s o b r e las d i s p o s i c i o n e s n e c e s a r i a s p a r a realizar l o s i n g e n t e s t r a n s p o r t e s , i m p r e s c i n d i b l e s p a r a l l e v a r a c a b o u n p r o g r a m a exterminio. M u y p o c o s d e l o s l e c t o r e s d e e s t o s d i s p a r a t e s t i e n e n l a o p o r t u n i d a d d e exa m i n a r l o s d o c u m e n t o s e x i s t e n t e s p o r s m i s m o s . P e r o c u a l q u i e r a q u e h a y a es t u d i a d o r e a l m e n t e l o s a r c h i v o s e s t f a m i l i a r i z a d o c o n l o s c i e n t o s d e s e a l e s fe r r o v i a r i a s q u e p e r d u r a n , en l a s q u e se d e s c r i b e c o n e s p a n t o s a monotona el destino y el c o n t e n i d o de los trenes que se dirigan a S o b i b o r y T r e b l i n k a . A s i m i s m o , t o d o s los investigadores c o n o c e n a f o n d o los incontables d o c u m e n t o s , r d e n e s , f a c t u r a s , p l a n e s e i n c l u s o "proyectos ;- r e l a t i v o s a l a c o n s truccin de c m a r a s de gas. U n o d e l o s d o c u m e n t o s (el n . 3 6 5 ) , e l p r i m e r o d e l q u e t u v e c o n o c i m i e n t o en relacin con los c a m p o s de gaseado ( q u e a d e m s presenta un vnculo
-
s i g n i f i c a t i v o c o n e l d e p a r t a m e n t o T~4)> d a t a d e l 2 5 d e o c t u b r e d e 1 9 4 1 , y e n l s e a f i r m a q u e V c t o r B r a c k (jefe d e l a s e c c i n I I d e l T - 4 ) e s t p r e p a r a d o p a r a c o l a b o r a r en la instalacin de los edificios y la m a q u i n a r i a de g a s e a d o necesa r i o s [...]. L a e x t e n s a c a r t a , q u e s e r e f i e r e a l a c o n s t r u c c i n d e l o s c a m p o s d e c o n c e n t r a c i n de R i g a y M i n s k , es b a s t a n t e explcita en c u a n t o a la Utilizacin para la que h a b a n sido diseados los e q u i p a m i e n t o s m e n c i o n a d o s . A s , entre d i c i e m b r e de 1941 y abril de 1 9 4 2 , n o v e n t a y seis de los h o m b r e s del T - 4 , b a j o las r d e n e s d e B r a c k , f u e r o n e n v i a d o s a l a P o l o n i a o c u p a d a p a r a p a r t i c i p a r e n XaAktion Reillhcird. Fueron destacados a los cuatro c a m p o s espeClielmno, Belzec, Sobibor y Treblinka. La cons-
cializados en el e x t e r m i n i o :
d e e s t o s c u a t r o c a m p o s fue d i r i g i d a p o r e l j e f e d e las S S d e L u b l i n , Globo cnik. No se trataba de c a m p o s de c o n c e n t r a c i n o de trabajo. I as instalaciones ofrecan a l o j a m i e n t o n i c a m e n t e p a r a linos c u a n t o s o f i c i a l e s alemanes d c las Waffen S S , m e n o s d e c i e n c a p a t a c e s b l t i c o s o u c r a n i a n o s d e l a s S S y u n g r u p o
155
EL TRAUMA ALEMN
nuciosamente planificadas.
a p r o x i m a d o d e d o s m i l l o n e s d e j u d o s y c i n c u e n t a y d o s m i l g i t a n o s , d e l o s cua l e s p o r l o m e n o s u n a t e r c e r a p a r t e e r a n n i o s , t o d o s e l l o s a s e s i n a d o s e n e s t a s cua tro instalaciones entre d i c i e m b r e de 1941 y o c t u b r e de 1 9 4 3 . De t o d o s los enviados a estos c a m p o s , n i c a m e n t e s o b r e v i v i e r o n o c h e n t a y dos. p r o p i o t e s t i m o n i o acerca de estos a c o n t e c i m i e n t o s p r o v i e n e de la inves t i g a c i n l l e v a d a a c a b o e n r e l a c i n c o n el l i b r o IntO tinieblas),
Tlllt DrkneSS
(En aquellas
Ceilury
que aquellos
en el p r o g r a m a de exterminio,
declararse
cumplido vergenza)
y no tenan nada
ganar
(excepto
an
El m i s m o
en efecto, est m u e r t o . P e r o si V e r r a l l , ButZy c o m p a a estuinteresados e n averiguar la verdad, solo tendran que pre-
c o m p l e t a m e n t e al m a r g e n totalmente erradicados
de las n e c e s i d a d e s de
una vez
cumplida su misin.
r r i b a d o s , y en los t e r r e n o s que o c u p a b a n , a h o r a tan frtiles, se p l a n t a r o n rbo l e s , CjUe t r e i n t a y c i n c o a o s d e s p u s p r e s e n t a n u n a a l t u r a m a g n f i c a . va una carta escrita p o r G l o b o c n i k en Trieste y dirigida a H i m m l e r , del 5 de e n e r o de 1 9 4 4 , y r e d a c t a d a c o n g r a n e s m e r o : Se conser c o n fecha
En
c o n fecha del 30 de
156
LOS E N C U B R I D O R E S D E H I T L E R Querido Globus: Te c o n f i r m o la r e c e p c i n de tu carta del 4 de n o v i e m b r e de 1943 y de tu informe s o b r e la f i n a l i z a c i n d e la ficio del siones de gratitud y r e c o n o c i m i e n t o p o r los
conjunto
del
Cor d i a l m ente, H . H .
Aqu, pues, se encuentra la verdad para aquellos que ansian realmente conocerla. Dentro de un terrible universo de opresin y muerte, que nos evocan n o m -
b r e s COmO, p o r e j e m p l o , de matanzas
Belsen,
M a u t h a u s e n o D a c h a u , h a b a un sin p r e c e d e n t e s ,
submuildo
metdicas y disparatadas
r e p r e s e n t a d o p o r los
t o p n i m o s de
Chehrmo,
B e l z e c , S o b i b o r y T r e b l i n k a . A u s c h w i t z , el m s f a m o E x i s t e n r a z o n e s p o r las c u a l e s los
so, e s u n e j e m p l o c o m p l e j o y d e t r a n s i c i n .
Adems, de la
campos
muerte. Y, p o r l t i m o , de los c a m p o s de e x t e r m i n i o bien g e s t i o n a d o s salieron m u y pocos s u p e r v i v i e n t e s que p u d i e r a n relatar sus v i v e n c i a s . Por tanto, la situacin ofrece p o s i b i l i d a d e s y apologistas del de confusin que aprovechan A d e m s , sus t e o r a s se v e n
pseudollstoriadores
reforzadas por el a una utilizacin
neonazismo.
hecho de que acontecimientos de t a m a a m a g n i t u d se prestan dramtica, por lo que a m e n u d o han sido usados incorrecta-
mente y t e r g i v e r s a d o s . De resultas de ello, i n d i v i d u o s c o m o V e r r a l l y B u t z p u e d e n argir que estos errores de uso f o r m a n parte de una c o n s p i r a c i n P a r a ellos r e s u l t a e s e n c i a l c r e e r q u e c u a l q u i e r i n t e r e s a d o en el sionista.
esclarecrmien-
to de estas c u e s t i o n e s es j u d o y, p o r tanto, p o c o fiable. P a r a e m p e z a r , esto es una sandez: (a) m u c h o s de los altos c a r g o s del T e r c e r R e i c h no son j u d o s , y
aquellos que s lo son d e m u e s t r a n un grado de objetividad equiparable al de cualquier otra persona. (En sus invectivas
antisemitas,
estos
nunca h a b l a n de
"judos,
cientes de que, treinta y c i n c o a o s d e s p u s de la era de Hitler, la m a y o r a de la g e n t e n o est d i s p u e s t a a a c e p t a r u n a t a q u e c o n t r a l o s j u d o s , p e r o tal v e z s puedan p e r s u a d i r a a l g u n o s m e d i a n t e la utilizacin de la etiqueta sionistas, con un carcter ms poltico. Por supuesto, no es necesario decir que m u -
i o s judos no s o n sionistas.)
N o o b s t a n t e , e s c i e r t o q u e , d e f o r m a p a r a l e l a a t r a b a j o s a u t n t i c o s , h a n apa recido libros y pelculas que solo r e c o g e n una visin parcial de la realidad, e
incluso
L a m e n t a b l e m e n t e , i n c l u s o los h i s -
157
EL TRAUMA A L E M N
toriadores ms reputados no son infalibles. grafo de Por ejemplo, M a r t i n Gilbert (bi-
Churchill)
ofrece en
FinalJourney
aspectos de los s u c e s o s
e s p l n d i d a s p a r a los
Deathcamp
v i v a a l l c o n s u f a m i l i a ; e l HaUptsturmflihrer
d e l a s SS v o n E l l p e n n u n c a fue
Trawniki,
si-
r a z o n e s p a r a a s e g u r a r s e de que los c a m p o s se e n c o n t r a r a n a v a r i o s kilmetros d e d i s t a n c i a d e l o s p u e b l o s m s c e r c a n o s ; y l o s a l e m a n e s n o l e v a r o n a l o s m s i c o s m s f a m o s o s d e l m u n d o d e l g u e t o d e V a r s o v i a p a r a t o c a r c u a n d o llega ban los t r a n s p o r t e s . witz, Existieron orquestas semejantes, por ejemplo en Ausch-
q u e t o c a b a n c u a n d o los t r a b a j a d o r e s e s c l a v o s se
Irving Hitler
p e r t e n e c e a una
do a la r e i v i n d i c a c i n falsa y a u d a z de q u e el p r o p i o H i t l e r i g n o r a b a en b u e n a parte la s o l u c i n final. Este tipo de libros tienen m e j o r salida que, p o r ejempo, l a o b r a d e c a r c t e r a c a d m i c o y sociohistrcoAccoiintittgfor Fein, Getodde, de
Helen
AlbertSpeer.
de Harz,
HisBattle
with
Trutllcito
espantoso
donde se construyeron
Dora
es v e r d a d e r a m e n t e a t r o z . E l p r o b l e m a escritas por
que presentan obras semejantes es que inevitablemente han sido artfices dos), de la p a l a b r a
Treblinka,
de
Jean-FrancoisSteiner, oFor
perficial, parece
ThoseL Loved,
to, es c o n v i n c e n t e y su b u e n a i n t e n c i n q u e d a
clara
158
LOS
ENCUBRIDORES PE
HITLER
c m o ha p o d i d o e q u i v o c a r s e tanto. P e r o el p r o d u c t o final es un batiburrillo de v e r d a d e s y m e n t i r a s , en el q u e d i f a m a a v i v o s y m u e r t o s . El a u t o r a c e p t la ICtir a d a d e l o r i g i n a l f r a n c s , q u e fue r e e d i t a d o c o m o f i c c i n t r a s h a b e r c a m b i a d o todos los nombres mencionados. Sorprendentemente sigue incluyndose en
bibliografas prestigiosas. La o b r a
FlThose lhovcd
d e M a r t i n G r a y , fue e d i t a d a p o r M a x Gallo, q u i e n
n e g a r a s u p a r t i c i p a c i n e n l a r e d a c c i n d e l a m i s m a . S i n em b a r g o , d u m i l t C u n a i n v e s t i g a c i n q u e r e a l i c p a r a el de Gray, M.
Sundy
Times s o b r e l a o b r a necesario in
G a l l o me i n f o r m sin t a p u j o s de q u e h a b a s i d o
cluir u n l a r g o c a p t u l o s o b r e T r e b l i n k a , p o r q u e e l l i b r o exiga a l g o c o n g a n c h o para atraer a los lectores. C u a n d o yo m i s m a me dirig a Gray, el autor, para decirle q u e saba con certeza que n u n c a haba estado en T r e b l i n k a y, p o r tanto, que la h i s t o r i a de su fuga t a m p o c o era cierta, cierta d e s e s p e r a c i n : tante judos Por este finalmente me respondi con
decir
Pero la ausencia de v e r d a d s es importante, no solo p o r q u e resulta innecesa rio mentir c u a n d o hay tantas realidades que contar: cada falsedad, cada error,
j u d o s , i n c l u i d o s l o s s u p e r v i v i e n t e s d e l g u e t O d e V a r s o v i a y d e T r e b l i n k a , n o es tn, d e b i d o a su c o n d i c i n , d i s p u e s t o s a testificar o d e s e n m a s c a r a r a g e n t e c o m o G r a y ; l o c u a l n o deja d e ser c o m p r e n s i b l e , p u e s t o q u e l o l t i m o q u e d e s e a n e s desenterrar esas terribles v i v e n c i a s y q u e estas afecten a sus r e c o n s t r u i d a s v i d a s . Lamentablemente, temen un n u e v o auge del a n t i s e m i t i s m o .
De regreso a G r a n Bretaa, que tristemente, ahora, se ha convertido en una especie de foco neonazi, c a b e p r e g u n t a r s e q u i n e s s o n las figuras p b l i c a s y
(tal
c o m o afirma
Richard
Verrall
e n l a s c a r t a s d i r i g i d a s a l New States 1)1 U t, d e l 2 1 d e s e p t i e m b r e d e 1977) e s t n t o m a n d o p o s t u r a s m s c e r c a n a s a l neonaziSITIO. E n m i o p i n i n , l a d i s p a r a t a d a r e i v i n d i c a c i n de D a v i d Irving ha teid O una respuesta a d e c u a d a en el Sunday oca
Times y , a p e s a r d e q u e p o s t e r i o r m e n t e h a c a m b i a d o d e p o s t u r a e n v a r i a s s i o n e s , c o m o m n i m o a l p r i n c i p i o n o n e g los a s e s i n a t o s . Robert Faurisson, profesor adjunto gunos un manuales digno literarios de l estudio: bsicos de literatura 11
(Asfou
Rimbaud, una
caso
recientemente
mantuve
porque
blas
mecanismo nante.
159
nier,
como una
mez-
y fue p r i s i o n e r o d u r a n t e a l g n t i e m p o d e B u c h e n w a J d . P e r o n o p o r e l l o s e e n cuentra
necesariamente
y finalmente
en el b a n d o d e
Helmut Diwald
de
es
nica-
entre
C u a n d o a p r i n c i p i o s d e e s t e a o s e p u b l i c s u o b r a GcschidltC ( H i s t o r i a de los a l e m a n e s ) ,
Diwald,
F i n a l m e n t e , A. R. B u t z , a u t o r d e TJieHoax
afirma H u g h Trevoi
of the Twentieth
Century
es
pro-
fesor a d j u n t o de i n g e n i e r a en la N o r t h w e s t e r n U m v e r s i t y , en
Illinois.
Corno
[pero]
irrelevanle, y
a d e m s e l u d e el t e m a c e n t r a l . La
a d m i r a b l e r e a c c i n de la N o r t h w e s t e r n U n i v e r s i t y c o n s i s t i en ofrecer, el mis mo a o en que la i n v e c t i v a de B u t z Ueg a E s t a d o s U n i d o s , de verano en su propio campus, cuyo contenido u n c u r s o y u n se inclua los h e c h o s
del g e n o c i d i o de los j u d o s .
C o m o s i e m p r e , lo m e j o r ante la m e z q u i n d a d de
160
7 LA ERA HITLERIANA
MAYO
DE
1978
doce de
ellos d e a u t o r e s a l e m a n e s , y t e n g o c o n o c i m i e n t o d e o c h o m s e n p r e p a r a c i n . Cinco obras importantes han salido al mercado en los ltimos doce meses,
deja
de ser un h e c h o
significativo. T o d a s las revistas d e g r a n t i r a d a d e A l e m a n i a h a n e d i t a d o publi caciones por entregas sobre Hitler y otras figuras relevantes del T e r c e r R e i c h ; todos los p e r i d i c o s del pas d e d i c a n a m p l i o s e s p a c i o s 8 anlisis y d e b a t e s s o b r e temas r e l a c i o n a d o s con la era hitleriana; t o d o s los c a n a l e s de televisin e m i t e n como m n i m o dos p r o g r a m a s al mes, en horas de m x i m a audiencia, dedica-
d o s a H i t l e r o a l a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l , y las p e l c u l a s s o b r e H i t l e r h a n t e -
Las confesiones de Willtfred Hans JrgeilSyberberg, enla q u e , m e d i a n t e u n i m p l a c a b l e p e r o c u i d a d o s o i n t e r r o g a t o r i o , Wilini, l a h i j a s t r a d e R i c h a r d W a g n e r , u n o d e l o s amig o s ntimos d e H i t l e r , c o n f i r m a s u i n a l t e r a b l e d e v o c i n p o r Wolf,ha r e c i b i d o
nido un gran xito de taquilla. La extraordinaria obra
Wagner,
de
una b u e n a a c o g i d a p o r p a r t e del p b l i c o .
nazis, ha sido v i s i o n a d o en n u m e r o s o s h o g a r e s en toda A l e m a n i a por m s de un m i l l n de p e r s o n a s , en un 70 p o r 1 0 0 m e n o r e s de t r e i n t a y c i n c o a o s , des de el pasado verano. Los medios de c o m u n i c a c i n , no solo en A l e m a n i a , se desviven por todo lo r e l a c i o n a d o c o n la era nazi, y h a s t a el m u n d o del e s p e c t c u l o le ha d e d i c a d o un musical rock,
The Fhrer
(en
ingls!).
ler e i n c l u s o , el c i e l o n o s a y u d e , l o s d i e n t e s de Fhrer.
Bormann,
un p r e s u n t o hijo
de]
de n e o n a z i s m o ga-
l o p a n t e , d e l r e s u r g i r d e l a n t i s e m i t i s m o ? E s H i t l e r el h r o e d e l o s a o s s e t e n ta, c o m o sugiere el p e r i d i c o
Frankfurter AllgemeineZeitungl
Oes producto
Una
tienen HX1-
161
TRAUMA
ALEMN
portancia
p a r a la e c u a n i m i d a d
c o m p l e j o s , t o d o s e l l o s i n t e r r e l a c i o n a d o s e n t r e s.
lo q u e est s u c e d i e n d o se h a n c e n t r a d o en u n a serie de entrevistas con j v e n e s a l e m a n e s , as c o m o c o n i n t e l e c t u a l e s q u e s o n c a p a c e s d e e v o c a r ! a h i s t o r i a del nazismo. En E s t a d o s U n i d o s y en G r a n B r e t a a , a p e s a r de que entre los a n c i a n o s la desconfianza hacia los a l e m a n e s parece incurable, la m o d a hitleriana, da de u n a c a m p a a c o m e r c i a l , o bien de c a r c t e r p u r a m e n t e derivao fran
intelectual
mayora
Existe un p r o f u n d o conflicto entre m o r a l i s t a s y p r a g m t i c o s : los moralistas c o n s i d e r a n q u e la a c e p t a c i n p s i c o l g i c a y el t r a t a m i e n t o del p a s a d o hitleriano constituyen un i m p e r a t i v o p a r a la buena salud de A l e m a n i a c o m o p a s . A f i r m a n q u e sin esta a c t i t u d , t a n t o e n e l p r e s e n t e c o m o e n e l f u t u r o , s e p r o d u c i r u n e s t a n c a m i e n t o m o r a l y e s p i r i t u a l . L o s p r a g m t i c o s , des d e u n p u n t o d e v i s t a i d e a l , e n s u m a y o r a c o n s i d e r a n q u e l a g e n e r a c i n d e ale m a n e s de la era de H i t l e r ya d e b e r a h a b e r a s u m i d o (e i n c l u s o a d m i t i d o ante s u s h i j o s ) s u p a r t e d e c u l p a ; c r e e n q u e d e s p u s d e t r e i n t a y d o s a o s n o t i e n e sen tido insistir en esa batalla. La n i c a s o l u c i n racional es relegar a Hitler y el T e r c e r R e i c h al p a s a d o y al m b i t o de la investigacin estrictamente histrica, en lugar de h a c e r l o al del p s i c o a n l i s i s . El i m p a c t o del n e o n a z i s m o en A l e m a n i a , c o m o fuerza p o l t i c a , es ble: s e a p o y a e n u n g r u p o r a d i c a l
negligi-
( q u e o b t u v o u n 0,4 p o r 1 0 0 d e l o s v o t o s e n las
l t i m a s e l e c c i o n e s federales, y n i n g n tipo de r e p r e s e n t a c i n en las m u n i c i p a l e s ) , c o m p u e s t o por unos cuantos j v e n e s que j u e g a n inspiracin de dos a policas y l a d r o n e s bajo la
fanticos
nazis,
Hoffmanny
cuyos lectores son en su m a y o r a ancianos de entre sesenta y ochenta aos de edad. Probablemente el n e o n a z i s m o tiene m u c h a m e n o r resonancia en Ale
m a n i a que, por ejemplo, en Gran Bretaa, con graves p r o b l e m a s laborales y de inmigracin. P r c t i c a m e n t e n o existe un a n t i s e m i t i s m o
manifiesto
dice
Michel
man,
un estudiante de d e r e c h o , j u d o ,
de veintitrs aos,
que vive en
FriedFrank-
furt,
m a n i a O c c i d e n t a l (el e q u i v a l e n t e a , t a l v e z , l o s h a b i t a n t e s d e d i e z b l o q u e s d e pisos en N u e v a Y o r k ) ; h a y m u y p o c o s n i o s j u d o s , dos mil estudiantes entre q u i n c e y treinta aos de edad, y el resto es p o b l a c i n a n c i a n a . Esto, c o m o ve
Hitler
e s u n a s u n t o p e n d i e n t e p a r a l o s a l e m a n e s y s i g u e es
162
LA ERA H I T L E R I A N A
revisionistas
de
Hitler,
d e n t r o y fuera de A l e m a n i a , estn v i n c u l a d o s al
pasa-
do h i t l e r i a n o ; s o b r e t o d o , se a p r o v e c h a n de este p a s a d o . Y p r c t i c a m e n t e t o d o s ellos d i r i g e n sus esfuerzos hacia la j u v e n t u d a l e m a n a , otros pases. L o s t e r r o r i s t a s (los p l a n e s d e c u y o s l d e r e s tienen p o r objetivo u n a E u r o pa, y s o b r e t o d o u n a A l e m a n i a , s u m i d a s en el caos) s o n j v e n e s , t i e n e n l a ca o hacia los j v e n e s de
beza llena de i d e o l o g a s t o d a v a p o r e x p e r i m e n t a r e i d e a l e s d e s e s p e r a d o s (mu chos de los cuales p r o v i e n e n de los m o v i m i e n t o s de j v e n e s cristianos), y se sienten p r o f u n d a m e n t e d e s i l u s i o n a d o s p o r la g e n e r a c i n de sus p a d r e s y hon d a m e n t e r e s e n t i d o s p o r e l p a p e l d e l a h o r r i b l e Alemania*'. V e n l a s i t u a c i n actual d e A l e m a n i a c o m o l a h e r e n c i a d e Hitlerafrmala d o c t o r a M a r g a r e t e M i t s c h e r l i c h , p s i c o a n a l i s t a d e l i n s t i t u t o Sigrmind Fvoud d e Frankurt, d o n d e m u c h o s d e los p a c i e n t e s son jvenes. P o r p o n e r l o e n t r m i n o s e x t r e m o s , p a r a e l l o s S c h l e y e r (jefe d e l a p a t r o n a l a l e m a n a , a s e s i n a d o p o r la F a c c i n del Ejrcito Rojo) secuestrado y
r e p r e s e n t a b a l o m i s m o OjUC H i m m -
ler; y la p o l i c a sera el e q u i v a l e n t e de las S S . C u a n d o se e n f r e n t a n a ella, b s i c a mente tienen la i m p r e s i n de que estn h a c i e n d o lo que deberan haber h e c h o sus p a d r e s . No se trata de una o p i n i n e x c l u s i v a de los psiquiatras. Un p a s t o r
luterano daba una explicacin similar ante el h e c h o de que en M u n i c h dos j v e nes ebrios q u e m a r a n recientemente un m u e c o que representaba a u n j u d o .
E s vergonzosodijo, p e r o , tal v e z , m s q u e u n a p r u e b a d e s u a n t i s e m i t i s m o , p o d r a ser u n a protesta contra sus p a d r e s , a q u i e n e s c o n s i d e r a n c o b a r d e s p o r n o r e c o n o c e r l o q u e h i c i e r o n o s i n t i e r o n h a c e t r e i n t a aos, l a s r e l a c i o n e s d e m u c h o s de n u e s r o s j v e n e s con sus padres [ y a l d e c i r n u e s t r o s j v e n e s s e refe
ra, a d i f e r e n c i a de o t r o s p a s e s , a t o d a s las g e n e r a c i o n e s de p o s g u e r r a , i n c l u i das p e r s o n a s de hasta cuarenta y c i n c o aos] son tan c o m p l i c a d a s a causa del inter
pretarse c o m o un gesto de s o l i d a r i d a d con sus p a d r e s , quienes, a m e d i d a que envejecen, no quieren seguir negando la evidencia. E l t t u l o d e l a r e c i e n t e o b r a d e l a e s c r i t o r a Suraricana Jillian R e c k e r s o b r e e l t e r r o r i s m o , Hitler's
Childre?%
ha p r o v o c a d o i n d i g n a c i n en cierto sector de
p o s i b l e q u e l a g e n t e r e c h a c e este v n c u l o ? D e n i n g n m o d o s i m p a t i z o c o n los objetivos ni con los m e d i o s e m p l e a d o s p o r los terroristas, p e r o s con su causa, que, con i n d e p e n d e n c i a de la d e n o m i n a c i n que reciba, es el pasado de Ale
mania.
I n c l u s o este g r a d o de s i m p a t a respecto a los terroristas es algo inusual. La gran m a y o r a de la gente, incluidos los j v e n e s , muestra un rechazo incondi
c i o n a l h a c i a ellos, al m a r g e n de las r a z o n e s q u e les m u e v e n , y a n s i a n el cese de sus a c t i v i d a d e s , u t i l i z a n d o p a r a ello t o d o s los m e d i o s q u e sean n e c e s a r i o s . Para mi sorpresa, en una clase de e n s e a n z a secundaria, c o m p u e s t a p o r treinta y seis
163
solucin b i o l g i c a , e s d e c i r , q u e s e r e s o l v e r n i c a m e n t e c o n e l t i e m p o . P e r o los j v e n e s a l e m a n e s i n t e l i g e n t e s q u e s e u n e n a e s t a l l a m a d a a l a violencia a u t o r i t a r i a e s t n a b a n d o n a n d o u n a b a t a l l a q u e s e lia v e n i d o l i b r a n d o d e f o r m a c o n s i derablemente deliberada y consciente desde la p o c a de Hitler, contra el anhelo de autoritarismo innato que r e c o n o c e n c o m o parte de su naturaleza. Y el h e c h o de a b a n d o n a r esta batalla es u n a a m e n a z a p a r a t o d o s . El m a r i d o de Margarete M i t s c h e r l i c h , A l e x a n d e r M i t s c h e r l i c h , es profesor de p s i c o l o g a s o c i a l en la Universidad de Frankftirt y d i r e c t o r del I n s t i t u t o A d e m s , es p r e s i d e n t e de la c o m i s i n m d i c a a l e m a n a de los juicios a d o c t o r e s en N u r e m b e r g , y c o m o tal d e d i c Siete m e s e s a e s t u d i a r y e n t r e v i s tar a t o d o s los a c u s a d o s . A f i r m a q u e los c i n e a s t a s y e s c r i t o r e s tes en la a c t u a l i d a d ) ler d e s d e (tan a b u n d a n -
r e p r e s e n t a n un serio p e l i g r o , al p r e t e n d e r m o s t r a r a Hitsino
tambin en el extranjero,
ble, e incluso indecente, p r e t e n d e r tener una v i s i n objetiva. Despus de tres deceniosdice su esposasigue s i e n d o pertinente la
b s q u e d a d e n u e v a s e x p l i c a c i o n e s . P e r o , p a r a ello, d e b e n s o n d e a r s e los fen m e n o s sociales e intelectuales que l l e v a r o n al p o d e r a Hitler, p u e s t o q u e se trata del n i c o d i c t a d o r de la h i s t o r i a q u e lleg al m i s m o a t r a v s de las u r n a s [ . ] . J . P . S t e r n , p r o f e s o r d e Lai'ge, e n C o m e l l , y j e f e d e l D e p a r t a m e n t o A l e m n del U n i v e r s i t y C o l l e g e d e L o n d r e s , en su libro sin duda causar furor cuando se
Hitler,
en
(que
publique
afirma
q u e H i t l e r n o fue u n c r e a d o r , s i n o u n a c r e a c i n d e l a p o c a q u e l e t o c v i v i r . S i m p l e m e n t e r e c o g i la tradicin a u t o d e s t r u c t i v a y e g o c n t r i c a de los pensa dores y los escritores a l e m a n e s (de g r a n r e l e v a n c i a , n o o b s t a n t e ) d e f i n a l e s del tales c o m o F r a n z Werfel, T i l o m a s Mailil,
s i g l o XIX y p r i n c i p i o s d e l s i g l o x x ,
>
F r e u d J u i l g , Jaspei'S o K a f k a . L a d e v o c i n q u e t a n t o s a l e m a n e s s i e n t e n p o r H i t ler, s e g n e l p r o f e s o r S t e r n , t i e n e s u o r i g e n , p o r t a n t o , e n l a c o n f o r m i d a d t r a d i c i o n a l de la sociedad a l e m a n a , hacia la libertad individual. N o es posible b u s c a r una explicacinafrmala d o c t o r a Mitscherlich en u n a c o n s i d e r a c i n f a l s a m e n t e o b j e t i v a de las a c c i o n e s y la p e r s o n a de H i t en la c o n c e n t r a c i n en s m i s m a y la p a s i v i d a d
164
Joachim
Fest.
el d o c u m e n t a l c o n g u i n d e J o a c h i m Fest y f r a g m e n t o s
Hitler t a l
c o m o l e v i e r o n l o s a l e m a n e s d e 1 9 1 8 a 1945- L a p e l c u l a h a s u s c i t a d o
Der Spiegel,
jvenes
debate. En los p e r i d i c o s a l e m a n e s se h a n p u b l i c a d o cientos de miles de pala bras ( e n t r e r e s e a s y c r t i c a s ) , p e r o n i n g u n a d e e l l a s e s tan s i g n i f i c a t i v a c o m o que cambian y evolucionan lentamente cuando
las r e a c c i o n e s d e l o s j v e n e s ,
s e les o f r e c e l a o p o r t u n i d a d d e p e n s a r c o m o p a r t e d e u n c o l e c t i v o . Florian, de diecisis aos, opina que es bastante buena, que se a p r o x i m a bastante a sus expectativas: de Frank Sinatra, Si v i e r a a n u n c i a d a u n a p e l c u l a s o b r e la "carrera" moralista. Simplemente esperara H a y mu
110 e s p e r a r a u n e n s a y o
ver un retrato de su v i d a . H e r b e r t ,
no o s p a r e c e ? A r t e .
SconfirmaKarl Heinz,
edad.
R e a l m e n t e m e h a i m p r e s i o n a d o d i c e D o r o t h e a , d e d i e c i s i s aOS. E s a maqueta de Berln despus de la guerra, realizada por Speer, te. SSostiene es tan i m p a c t a n -
Gaby,
c o m o c u a n d o e x p l i c a n q u e s u s p l a n e s i n c l u a n des
files d e d e l e g a c i o n e s d e e s c l a v o s del Este p o r las calles, t o d o s los a o s . C a s i po d a i m a g i n r m e l o , a l g o t a n fantstico.... Pero c u a n d o p r e s e n t a n el inicio de la guerradiceTraude, de d i e c i o c h o aos (a estas alturas ya l l e v a b a n m s de dos h o r a s h a b l a n d o por s m i s m o s , a que los alema Eso
alemanas de Danzig.
no es cierto, verdad? N o h a b a a l g u n a historia sobre c o n v i c t o s a l e m a n e s ves tidos c o m o p o l a c o s que fueron utilizados para simular un ataque, los cuales "defensores" a l e m a n e s ? N o e s as
fueron p o s t e r i o r m e n t e a s e s i n a d o s p o r los c o m o c o m e n z la
guerra?.*
* C a s i tena r a z n : las S S s i m u l a r o n v a r i o s i n c i d e n t e s , e n l o s q u e u n a d o c e n a d e a l e m a n e s , v e s t i d o s con u n i f o r m e s p o l a c o s , r e c i b i e r o n p r i m e r o una inyec cin letal y p o s t e r i o r m e n t e v a r i o s d i s p a r o s . prueba de ataques polacos. Sus cadveres fueron utilizados c o m o (Vase la declaracin j u r a d a de Nuremberg, Naujock,
2.751-PS.)
165
EL TRAUMA ALEMN F u e s o r p r e n d e n t e v e r CIIIO e m e r g i s u c o n o c i m i e n t o y s u s e n t i d o d e l a moralidad cuando Dice que Hitler e m p e z a r o n a c u e s t i o n a r s e lo era que h a b a n visto y sentido: (se refiere a Fest, el
incorruptiblecomenta N o r b e r t
implcitos.
P o r su-
Pero el co-
Mein Kampf-dice T r a u d e ,
en una ocasin, durante
Y solo cinco
m e n c i o n a los [...].
concentracin
segundos
Sconfirma Florian,
y q u p a s a c o n l o s j u d o s ? S o l o se h a b l a d e ellos
en tres ocasiones: la p r i m e r a vez c u a n d o se m e n c i o n a la j u v e n t u d de Hitler en Viena, c u a n d o se m u e s t r a n fragmentos de pelculas en los que aparecen h o m b r e s d e a s p e c t o d e s a l m a d o c o n l a r g a s b a r b a s y n o v i a s v e s t i d a s c o n trajes extraos, y un par de m u c h a c h a s h e r m o s a s ; entonces el comentarista habla
d e l i m p a c t o q u e t u v o e n H i t l e r l a c o r r u p c i n r a c i a l d e l a s m u c h a c h a s austrac a s [...].
tienen u n as-
sentirprosi-
La s e g u n d a v e z que se habla de los j u d o s es para c o m e n t a r la huida de a l g u n o s d e e l l o s , c o m o , p o r e j e m p l o , E i n s t e i n , T h o m a S M a n n (era j u d o ? ) , R e i n h a r d t y a l g u n o s actores. Y e n t o n c e s , os a c o r d i s ? , tiene el d e s c a r o de decir: "Se m a r c h a r o n , y dejaron el pas s u m i d o en el p r o v i n c i a n i s m o " . c o m o si se hubieran ido por gusto. en un fragmento d e l a p e l c u l a m u e s t r a n las Por Dios,
e j e c u c i o n e s a l b o r d e d e u n a fosa (la n i c a o c a s i n , p o r c i e r t o , e n l a q u e a p a r e cen las v c t i m a s a s e s i n a d a s , al margen de las c a u s a d a s p o r las b o m b a s aliadas). El c o m e n t a r i s t a dice q u e las i m g e n e s c o r r e s p o n d e n a R u s i a y q u e se trataba de p a r t i s a n o s y de j u d o s , r e l a c i o n a n d o de este m o d o a u n o s con otros: como
si m a t a s e n a los j u d o s p o r ser p a r t i s a n o s . A c o n t i n u a c i n dice, si os a c o r d i s : " N o v e n t a mil rusos fueron a s e s i n a d o s aqu", y antes de que h u b i e r a n transcu rrido ms de dos minutos: " N o v e n t a y un mil a l e m a n e s fueron t o m a d o s c o m o de t o d o s ellos, solo r e g r e s a r o n cinco mil"Herse trate de un c o -
vergonzosoaadique n o
mentario nazi, sino del p r o p i o Fest. D e p r o n t o m e di cuenta de q u e estaba sintiendo p e n a p o r Rudolf, u n j o v e n p r o f e s o r q u e , adems, es nuestro
Hitlerdice
anfitrin. C u a n d o hacia
el final de la p e l c u l a tiene el a s p e c t o de un a n c i a n o : sus m a n o s t e m b l o r o s a s ; su ltimo y solitario c u m p l e a o s , Hitlerianas, n e s d e la que c e l e b r con un desfile de las J u v e n t u d e s
Rekhskanzlei
('Cancillera') e n B e r l n . Y el n f a s i s q u e p o n e el co
m e n t a r i s t a e n e l h e c h o d e q u e s u i n t e n c i n p r i m o r d i a l era s a l v a r a l m u n d o del
166
LA ERA HITLERIANA
m a r x i s m o . Al m o s t r a r a la totalidad del pas c o n v e r t i d o en un c a m p o de lucha contra el
marxismo,
"Bueno,
es i m p o s i b l e evitar q u e la p e l c u l a h a g a p e n s a r a sus ess i h u b i e r a g a n a d o Hitler, tal v e z a h o r a n o t e n d r a m o s tom e d e c s d e l f i n a l ? i n q u i e r e Ivlonka, t a m b i n Cincuenta naciones contra Alemania. Alemania
problemas". Y q u y e s p o s a d e Rudolf:
se q u e d sola.
En m i o p i n i n se trata de u n a pelcula m u y
peligrosaafirma Segfred
pasado
e t c t e r a ) t i e n e n c o m o t e m a b s i c o el a m p u t a r la m o r a l i d a d en el t r a t a m i e n -
artculos.
el terror que
vendido
quinientos mil
Se trata de un h o m b r e j o v e n ,
e n r g i c o e i n t e l i g e n t e , q u e ha d e m o s t r a d o su v a l e n t a y, a p e s a r de su salto a la fama, h a c e alarde de una m o d e s t i a q u e suscita s i m p a t a . durante tres fantsticas horas Me entrevist con l en
mientras
almorzbamos juntos
rankiurt.
Defendi con ardor su pelcula, hasta el p u n t o de que me hizo sentir el deseo de p o d e r c o m p a r t i r su p u n t o de vista. Creo que el peor error CJlie h e m o s cometido tuvo lugar en 1945~me
al identificar e x c l u s i v a m e n t e a H i t l e r c o n el e x t e r m i n i o de los j u d o s , c o n s i g u i e n d o b s i c a m e n t e q u e c a y e r a n e n e l o l v i d o los d e m s mones d e personas asesinadas, as c o m o sus p l a n e s p a r a e l futuro. C o m o consecuencia de adems,
ello, e l p e r o d o d e H i t l e r h a s u f r i d o u n a d i s t o r s i n catastrfica, p e r o ,
la i n m e n s a m a y o r a de los a l e m a n e s , as c o m o gentes de otras n a c i o n a l i d a d e s , estn h a r t o s de este tema. P a r a m, la i n m o r a l i d a d de Hitler, la m o n s t r u o s i d a d poltica de su r g i m e n , son indiscutibles: no es n e c e s a r i o insistir en ello. Lo que yo consideraba necesario era restablecer el equilibrio mediante un nuevo
P r e c i s a m e n t e es en este p u n t o en el q u e d i s c r e p a otro r e c o n o c i d o p e r i o dista, Karl Heinz Janssen: La gente j o v e n no debera ver esta pelcula sin la
167
EL
TRAUMA ALEMN
preparacin adecuada;
la p r i n c i p a l y m s terrible a m e n a z a q u e s u p o n e
o b r a es q u e , o b v i a m e n t e , la m a y o r a n o estn p r e p a r a d o s . El p r o f e s o r
esta Fber-
hardJckel, un
c o m e t i d o errores, pero lo
hayamos prctica-
mente
n o h a y a n a d i e en A l e m a n i a q u e n o a s o c i e (en lo m s p r o f u n d o d e s u
ser)
q u e lo p e o r d e la p e l c u l a de Fest es
m a l o g r a r este s e n t i m i e n t o
hace
que sintamos
Fest, q u e a c t u
con
la
intencin, en m o d o alguno
debe
compararse
c o n los a u t o r e s d e otras o b r a s d e m u y d i s t i n t a c a t e g o r a q u e los M i t s c h e r l i c h describen como presentaciones falsamente objetivas (o totalmente subjeti-
neoiiazi
disponibles
en
klilli
ReallyDic?^
b a j o el p s e u d n i m o d e R i c h a r d H a r w o o d , o l a o b r a
TheHoax
ofthe Twetttieth
no lueroil e x t e r m i n a d o s e n a b s o l u t o sirve p a r a a l i m e n t a r l a c o n s p i r a c i n
( a f i r m a n q u e la cifra d e
seis
millones
p o l i t i c a m e n t e i n s p i r a d a p o r los
sio-
q u e (b) s i e s c i e r t o q u e a l g u n o s j u d o s m u r i e r o n ( c o m o m u c h o u n o s c i e n m i l ) , fue a c a u s a d e i a g u e r r a , a l i g u a l q u e m u c h o s o t r o s . ses del m u n d o , n i c a m e n t e en caciones.) S i n e m b a r g o , las p a l a b r a s d e l a d o c t o r a M i t s c h e r l i c h s o n a p l i c a b l e s e n i g u a l m e d i d a a o b r a s d e c a r c t e r o b v i a m e n t e m e n o s e m o t i v o , q u e n o s e c e n t r a n ex c l u s i v a m e n t e en ese lema: p o r e j e m p l o , por n o m b r a r un p a r de ellas, la edi( D e t o d o s l o s pa
Surricase
ha intentado
c i l l a l e m a n a , t o t a l m e n t e r e v i s a d a y a m p l i a d a e n 1 9 7 6 , d e Hitler's de
Tubletalk,
Heniy Picker,
basado en
e n l a s p r o p i a s p a l a b r a s d e H i t l e r (Aetn
adems
asistente
el cuartel general de Hitler c u a n d o contaba con treinta aos de edad, reproduce meses en conversaciones de Hitler recogidas durante cuatro de los quince fue otro
del t i e m p o
ayudante
Bormaim
quien
tom
conversaciones,
Heiliricll
en c u y a v e r s i n se b a s a n las e d i c i o n e s e x t r a n j e r a s y a l e m a n a s p o s t e r i o res, m u c h o m s c o m p l e t a s .
168
ras,
d e m a n e r a q u e l a e d i c i n f i n a l d e s u o b r a , d e 1 9 7 6 , i n c l u a c i e n t o cin
cuenta p g i n a s con sus p r o p i o s c o m e n t a r i o s sobre el material de Hitler. Albert S p e e r , e l q u e f u e r a m i n i s t r o d e A r m a m e n t o y a r q u i t e c t o preferido d e H i t l e r , me inform d e q u e P i c k e r h a b a t e r g i v e r s a d o las p a l a b r a s d e H i t l e r h a s t a tal eran capaces de
Estas c o n v e r s a c i o n e s no ofrecen u n a i m a g e n real de Hitler. Picker no solo ha t a m i z a d o y a d o r n a d o s u e s t i l o [...] s o b r e t o d o [ H i t l e r ] e r a h a b i t u a l m e n t e [...] m u c h o m s p r i m i tivo que la i m a g e n q u e p r e t e n d e d a r de l P i c k e r , m u c h o m s t o s c o y r u d o , p e r o tam b i n [...] (en p a r t e d e b i d o a l a f r a s e o l o g a i n f o r m a l austraca q u e u t i l i z a b a , d e l a q u e n o [...] m u c h o m s p e r s u a s i v o .
para los
p o r o b l i g a c i n , es u n a o b r a q u e p o de nosotros posee un c o n o c i m i e n t o
previo d e m a s i a d o insuficiente COUlOpara p o d e r cuestionar el criterio de aque llos q u e s e n o s p r e s e n t a n c o m o a u t o r i d a d e s e n s u c a m p o . que mi p a d r e es historiador. de o b j e t i v i d a d En mi caso, resulta
(eine plumpe
Vorspiegelung).
Cmose
atreven esos h o m b r e s ,
aduladores de Hitler, que se a p r o v e c h a b a n de su favor, a decir ahora que son c a p a c e s d e ser o b j e t i v o s ? M i e n t r a s t a n t o , los j v e n e s d e n u e s t r o p a s , s a l v o u n a m i n o r a e n l a q u e p o r s u e r t e m e i n c l u y o , n o t i e n e n a n a d i e a q u i e n p e d i r refe rencias objetivas, y constituyen un p b l i c o que no tiene m s r e m e d i o que escuchar. Las ediciones britnica y vid Irving
la o b r a
SCnsacionalistade
Da-
consciente del e x t e r m i n i o
(de n u e v o ,
bar, a p r o v e c h n d o s e d e este t e m a t a n s u m a m e n t e d e l i c a d o , c o n e l fin d e s e m brar la c o n f u s i n ) , no h a n sido retiradas del m e r c a d o , cin a l e m a n a , de la editorial a diferencia de la edi-
Ullstein.
Su director ejecutivo,
Wolfjobst Siedler,
e s c r i b i el 7 de m a y o de 1 9 7 4 a I r v i n g :
N i n g u n a editorial de la que yo sea r e s p o n s a b l e p u b l i c a r material del que yo no p u e d a r e s p o n d e r desde un p u n t o de vista poltico o h i s t r i c o [.]. No creo que la eliminacin p o r m i p a r t e d e c i e r t o s p a s a j e s h a y a n [...] p e r j u d i c a d o a s u l i b r o , p e r o [ . ] e n c a s o [...] de que usted no c o m p a r t a la m i s m a opinin, d e b e r e m o s considerar la posibilidad de p o n e r p u n t o final a n u e s t r a r e l a c i n [...}.
169
E l , TRAUMA ALEMN Irving, que haba recibido un adelanto de n o v e n t a mil m a r c o s a l e m a n e s , decidi h a c e r caso o m i s o de esta p r o p u e s t a . A u n q u e s u t e o r a s o b r e la i g n o r a n c i a d e H i t l e r en r e l a c i n c o n el
extermi-
nio, construida sobre la base de la interpretacin errnea de d o c u m e n t o s alemanes, no apareci por tanto en la edicin alemana, la prensa inform ampliamen te, c o m o e s l g i c o , s o b r e las o l e a d a s d e p r o t e s t a s q u e o r i g i n l a p u b l i c a c i n del l i b r o e l p a s a d o v e r a n o e n G r a n B r e t a a , C a s i t o d a s l a s p e r s o n a s a d u l t a s c o n las que habl en A l e m a n i a p a r e c a n c o n o c e r esta teora en p r o f u n d i d a d . Lamenta
blementeafirm
la c u l p a d e la
Albert
te a n s i a d o p o r a q u e l l o s
guerra". <'FJ
verdadero problemadice
Manfred,
un e c o n o m i s t a de treinta a o s r e s i d e n t e en
MainZes
q u e el l i b r o e s t e s c r i t o ,
N i n g u n a d e estas v e r s i o n e s m a n i p u l a d a s de la h i s t o r i a
bsicos?. tiene i m p o r t a n c i a
debates
en A l e m a n i a .
M i p r i m e r e n c u e n t r o c o n j v e n e s a l e m a n e s n o e s t a b a p l a n e a d o y t u v o lu gar el m i s m o da de mi llegada. hauser, a m b o s profesores. Mis anfitriones eran M o n i k a y Rudolf Petzenque Rudolf, historiador y germanista de
Coincidi
treinta y n u e v e a o s de edad, d e b a a c o m p a a r a su clase de l t i m o curso en la visita que se realiza todos los aos al c a m p o de D a c h a u , el p r i m e r c a m p o de c o n c e n t r a c i n de a m i g o , el p a d r e
Hitler, s i t u a d o e n l a s Bckle, e s u n s a c e r d o t e
Tambin se
p r o x i m i d a d e s de M u n i c h .
Su colega y
c a t l i c o , p r o f e s o r de r e l i g i n y, casual
tos, D a c h a u , g r a c i a s a su u b i c a c i n estratgica en las c e r c a n a s de u n a c i u d a d i m p o r t a n t e y al h e c h o de ser c o n s i d e r a d o p o r la m a y o r a de la g e n t e c o m o un c a m p o de e x t e r m i n i o d e j u d o s ( a l i g u a l que t o d o s los d e m s ) , se convirti en una especie de smbolo, en un lugar de peregrinacin. En realidad, en propor cin con la poblacin de prisioneros, haba p o c o s judos en D a c h a u , al igual
170
L A ERA H I T L E R I A N A r i e r o n p o r a g o t a m i e n t o y h a m b r e , y s u s c u e r p o s (al i g u a l q u e e n l o s c a m p o s d e exterminio, situados todos ellos en la Polonia ocupada) los c r e m a t o r i o s del c a m p o , p e r o all n a d i e fue fueron incinerados en
exterminado,
Du
Rudolf, en parte p o r mi p r o p i o inters, se a b s t u v o de guiar a su g r u p o , y en lugar de ello d e c i d i esperar a que sus a l u m n o s realizasen p r e g u n t a s .
cierta o b s c e n i d a d , y a o t r o la d i m i n u t a c m a r a de g a s , q u e j a m s l l e g a utilizar se y en la que cientos de visitantes, solo Dios sabe por qu, haban garabateado sus n o m b r e s e n las p a r e d e s , las p r e g u n t a s e m p e z a r o n a s u r g i r p o c o a p o c o . L o s e s t u d i a n t e s p a r e c a n l i g e r a m e n t e i n c m o d o s , a l t i e m p o q u e i n c a p a c e s d e ex p r e s a r c o n p a l a b r a s , y sn a y u d a , s u d e s a s o s i e g o . B u e n o , se trata de... cha de dieciocho se trata de un m u s e o , no?dijoGaby, una m u c h a -
visita.
N o es real. Y a lo v e r m e dijo en un
Inquisicin,
funcionaria
de p r o t e c c i n a la
i n f a n c i a d e l a U N R R A , p u d e v e r D a c h a u i n m e d i a t a m e n t e d e s p u s d l a liberacin, y lo cierto es q u e n o h a b a
relacin
a l g u n a e n t r e esta r e c o n s t r u c c i n hi
gienizada y la maloliente realidad de aquel entonces. Lo que puede verse ahora ( c m o p o d r a ser si no de otro m o d o ) no es real. En el b a r r a c n r e c o n s t r u i d o , las l i t e r a s , las m e s a s y las sillas d e s p r e n d e n un a g r a d a b l e o l o r a p l B O . N o v e o la d i f e r e n c i a e n t r e esto y un a l b e r g u e juvenildijo f i n a l m e n t e un m u c h a c h o de die-
cisiete a o s , c o n u n t o n o d e v o z l i g e r a m e n t e a l a defensiva. M i r a , a q u h a y u n cartel q u e a d v i e r t e de q u e las s b a n a s de c u a d r o s azules d e b a n d i s p o n e r s e de forma simtrica. Y qu? Eso es lo m i s m o que h a c e m o s nosotros en nuestras
Y n u e s t r a s s b a n a s t a m b i n s o n d e c u a d r o s azules. E r a
una d e m o s t r a c i n con palabras de la necesidad de identificar su desconcierto, desde su p r o p i o d i s t a n c i a m i e n t o , y de n u e s t r a casi a b s o l u t a i n c a p a c i d a d para transmitir una comprensin ron lugar, excepto
real
mediante
una
Petzenhatiser t r a s
la p r o y e c c i n d e la p e l c u l a de Fest, este m i s m o g r u p o s e a -
l q u e l a d i f i c u l t a d q u e l e s h a b a p r e s e n t a d o D a c h a u s e d e b a e n p a r t e 110 s o l o al h e c h o de que saban que n o s o t r o s (Rudolf y yo) e s p e r b a m o s que se sintieran horrorizados (y son j v e n e s m u y dependientes de la a u t o r i d a d ) , sino a que Me sorprendi el hecho de no sentirme
ellos m i s m o s t a m b i n lo e s p e r a b a n .
EL TRAUMA ALEMN c o n o c i m i e n t o s o b r e H i t l e r y el T e r c e r
Reicilms
estn
Reich
involucrados. Speer, s u
E n el c a s o de l o s n i o s , a m e n o s q u e c r e z c a n c o m o s u c e d i d u r a n t e el
c o n d i c i o n a d o s p o r un e n t o r n o a m o r a l ,
tercer
me
dijO A l b e r t
S i s e les p e r m i l e u n t o t a l a c c e s o a t o d o t i p o d e a c o n t e c i m i e n t o s e n u n c l i m a d e libertad, en mi o p i n i n g o z a n de un criterio m o r a l infalible. E s a fue p r e c i s a m e n t e m i i m p r e s i n : l o s j v e n e s a l e m a n e s c o n s t i t u y e n u n a generacin profundamente forma tan a la bamos moral, y l a i n d i f e r e n c i a q u e tan a m e n u d o (y de
defensiva) m a n i f i e s t a n ( N o n o s i m p o r t a n a c i d o , qu t i e n e q u e v e r c o n nosotros?) e s
m u s e o de D a c h a u ,
el
el
padre
Bockle
estaba guiando
(como compro
b a m o s que era n e c e s a r i o )
Como este?,
p r e g u n t u n o de los ni-
vestida
trabajos
e r a p o s i b l e d i s t i n g u i r a l o s j u d o s d e l r e s t o d e l a g e n t e ? Q u e r a e n r e a l i d a d Ull c o m u n i s t a ? Y un c u q u e r o ? Y un Q u p a s en la
masn?. Rotos?"pregunt
u n n i o del unifor mostraba a hombres
"Nochede
los Cristales
m a d o s c o n l a e s v s t i c a a d o r n a n d o s u s b r a z o s m i e n t r a s h a c a n a i c o s l o s cris tales de un
escaparate.
P o r q u , p o r q u d e s t r o z a b a n las
tiendas
de los
mientras
EinStem, Heilie
or el n o m b r e de alguien q u e
nia de trece aos en F a m b u r g O diez das d e s p u s de que la q u e m a de libros s a l i e r a a la l u z , Q u t i e n e d e m a l o Diez aos ms larde,
BambP.).
u n a c l a s e d e j v e n e s d e d i e c i s i s a o s q u e n u n c a ha
ban r e l a c i o n a d o a Hitler con otra cosa q u e no fuera la d e r r o t a en la g u e r r a y el a s e s i n a t o d e los j u d o s h e l a d o s c u a n d o les (como la inmensa m a y o r a de la gente), se quedaron
en el transcurso
ase
Quiere decir
absoluta inen H a m b u r -
Insistieron una y otra vez. Los j u d o s eran seres irreales p a r a ellos: en esa clase de t r e i n t a y seis n i o s (al i g u a l q u e en n u e v e de los o n c e g r u p o s de j v e n e s c o n l o s q u e trabaje), n i n g u n o h a b a c o n o c i d o n u n c a a u n j u d o . Y cifras
tan i m p o s i b l e s
como,
de h e c h o ,
la p a l a b r a
extermi
nio. Pero la sola idea de que n i o s e n f e r m o s h u b i e r a n sido asesinados delibe r a d a m e n t e e n u n h o s p i t a l , e n s u p r o p i a c i u d a d , e n H a m b u r g o . . . e s o les t o c l a fibra sensible. U n a j o v e n profesora,
Christa,
me dira m s tarde:
Esta sesin
Sin e m b a r g o , en o t r o cen
recibieran
c u a l q u i e r otra,
CSOme dijo-,
e s t a n o c h e 110 p o d r n
significativa.
de los asesinatos p o r c o m p a s i n . He estado p e n s a n d o en lo que ha dicho, en el asesinato de toda aquella He estado Eso
pensandorepiti, e s t maldijo e n s u
A q u e l da,
Sepulcral.
pesado.
el
en Dachau,
cuando
grupo
j u n t o a l p o s t e d e e s c a r m i e n t o s i t u a d o e n l a p l a z a , este les h a b l d e los casti g o s i m p u e s t o s d i a r i a m e n t e p o r los o f i c i a l e s d e las S S . te un b u e n N o dijeron n a d a duran "Al ver
ratome
dira
despus,
y f i n a l m e n t e u n o de ellos dijo:
eso... u n o d e b e sentirse a v e r g o n z a d o d e ser a l e m n " . O t r o o b s e r v : mente eran seres h u m a n o s quienes hacan semejantes cosas?".
"Pero real-
dijo:
SS".
C r e o q u e e s t o le c a u s u n a fuerte i m p r e s i n al p a d r e
fue i n c a p a z d e e n c o n t r a r u n a r e s p u e s t a a l a o b s e r v a c i n d e a q u e l n i o . Q u i n podra?
173
EL TRAUMA ALEMN
La p r o y e c c i n
d e Hitler,
Careerme t r a j o
recuerdos
discur-
mitin de N u r e m b e r g . Se haba convertido en m o t i v o de v e r g e n z a (y todava lo sigue s i e n d o ) . P e r o al ver la p e l c u l a de Fest, p o d a i m a g i n a r lo que sentan a q u e llos j v e n e s , p o r q u e yo m i s m a lo h a b a s e n t i d o , y r e c o n o c a (y r e c o n o z c o ) el p e -
ligro.
En la actualidad, los a l e m a n e s adultos han c o n s e g u i d o el milagro econ m i c o , l a e n v i d i a d e t o d a E u r o p a . P e r o s u a g o t a d o r e m p e o n o s e d e b e a l arre pentimiento, sino que s u s t i t u y e a este s e n t i m i e n t o : el p o d e r de las a r m a s ha
sido r e e m p l a z a d o p o r e l p o d e r del m a r c o a l e m n ; d e s p u s d e t o d o , h a n podi do ofrecer a sus hijos el g l o r i o s o futuro p r o m e t i d o . Quizs ha llegado la hora de realizar un ejercicio de autocensura, tanto en A l e m a n i a c o m o en el resto de los pases. toda informacin incendiaria, De evitar, por el bien de los j v e n e s , o simplemente estimulante. Tal
tendenciosa
v e z sea n e c e s a r i o dejarles claro de una v e z p o r t o d a s , a a q u e l l o s q u e t o d a v a no han aprendido la leccin, que no aceptaremos la ms m n i m a adulteracin de ese p e r o d o c o n c r e t o de la h i s t o r i a (ya sea c o n fines p o l t i c o s o p a r a c o n s e g u i r dispuestos a enfrentarnos a cualquier
donde
sea.
P e r o , s o b r e t o d o , tal v e z h a l l e g a d o e l m o m e n t o d e d e c i r l e s alto y c l a r o a los j v e n e s a l e m a n e s q u e n o les c o n s i d e r a m o s c u l p a b l e s d e las a c c i o n e s d e sus padres; que no c r e e m o s que la culpa se herede; y que no aceptamos la imagen que n o s h a n t r a n s m i t i d o de la h o r r i b l e
Alemania.
174
FALACIAS
ENGAOS.
LOS
DIARIOS
DE
HITLER
FEBRERO
DE
2000
M e g u s t a r a h a b l a r a q u s o b r e u n a e s p e c i e d e p a s i n , s o b r e l a C r i O S a y , e n 1111 opinin, en a l g u n o s casos triste pasin por Hitler y el T e r c e r vcich, que di-
r g i d o y s i g u e c o n t r o l a n d o l a s v i d a s d e u n a c o n s i d e r a b l e c a n t i d a d d c gCltC q u e escribe o inspira la r e d a c c i n de ciertos libros. C o n frecuencia, los a u t o r e s o i n s p i r a d o r e s de tales o b r a s son, t r i s t e m e n t e , p e r s o n a s c o n a l g n tipo de p r o b l e m a , q u e se a p r o v e c h a n o a b u s a n de este terrible
perodo
d e la h i s t o r i a , en p a r t e , sin d u d a a l g u n a , c o n la i n t e n c i n de o b Sin em
de participar
e n l a h i s t o r i a d e f o r m a r e t r o s p e c t i v a c o n e l f i n d e a l i v i a r s u ira, i n s a t i s f a c c i n o dolor. La c u e s t i n relativa a si los t e s t i m o n i o s de los s u p e r v i v i e n t e s son fidedig nos o no ha sido recientemente objeto de una amplia p o l m i c a con m o t i v o de la d e m a n d a por difamacin presentada por David Irving en premo britnico contra el Tribunal Su
Deborall LipsUldt
y Penguin.
Se trata, o b v i a m e n t e , de
un a s u n t o d e l i c a d o ; no c a b e d u d a de q u e los h o m b r e s y las m u j e r e s que salieron del infierno de los c a m p o s nazis en o c a s i o n e s h a n a l t e r a d o el r e c u e r d o de sus e x p e r i e n c i a s , a v e c e s de f o r m a c o n s c i e n t e y o t r a s i n c o n s c i e n t e m e n t e , exaP a r a e n t e n d e r e i n c l u s o p o d e r enjui
g e r a n d o o m i n i m i z a n d o su p r o p i o papel.
ciar a estas p e r s o n a s , no o b s t a n t e , h a c e falta a l g o m s q u e s e n t a r s e en un escri torio de un piso d e Mayfair p a r a analizar la documentacin pertinente, como
sensiblera.
cios o, s i m p l e m e n t e , p o r q u e se trata de u n a caracterstica ajena a su naturale za, e n m i o p i n i n n o t i e n e l a c a p a c i d a d n i e l d e r e c h o d e c o m e n t a r s u s aparen tes l a g u n a s . He e s c u c h a d o cientos de t e s t i m o n i o s de estos testigos oculares y
hasta
el l m i t e d e lo s o p o r t a b l e . M s a n , h e d e d i c a d o s e m a n a s y meses
175
los en un solo g r u p o o en una sola categora, sino que deben ser personas distintas. concretas, con experiencias nicas y
considerados
muy
necesidades personales
falsedades
q u e he
po-
dido
or: al c o n t r a r i o , m e d e s a g r a d a n
en
y me h a c e n desconfiar del t e s t i m o n i o de la p e r s o n a en cuestin que acta de semejante forma. Pero no dejo de ser c o n s c i e n t e de que yo no he experimenta
d o s u s u f r i m i e n t o ; q u e n o h e p r e s e n c i a d o l o m i s m o q u e e l l o s ; Til t a m p o c o m e he visto obligada a hacer lo que ellos tuvieron que hacer en m u c h o s casos para poder seguir con vida. El ejemplo m s representativo de esto, curiosamente,
sucedi
a un superviviente de T r e b l i n k a , proba
blemente el testimonio m s excepcional con el que tropec durante la prepara cin de m i libro iH/o Richard Glazar. R i c h a r d , que tena v e i n t i d s a o s c u a n d o lleg a T r e b l i n k a , es u n o de los h o m b r e s m s i n t e l i g e n t e s y h o n e s t o s q u e h e c o n o c i d o . T r a s l a g u e r r a s e esta bleci en Suiza, en un p u e b l o p r x i m o a B e r n a . Un da de 1972, a altas horas de la noche
That Daikness
un
checo
llamado
(creo q u e d e b i d o a q u e cansado), s e n t a d o s e n
E n e l m e s d e m a r z o d e 1943 c e s l a l l e g a d a d e t r a n s p o r t e s a
juden), h o m b r e s f u e r t e s y j v e n e s c o m o R i c h a r d ( y t a m b i n a l g u n a s m u j e r e s ) , una vez que h u b i e r a n a c a b a d o con la tarea de e m p a q u e t a r y enviar a A l e m a n i a t o d o s los o b j e t o s d e v a l o r d e las v c t i m a s ( r o p a s , relojes, gafas, z a p a t o s , basto nes, i n s t r u m e n t o s de cocina, manteleras e incluso la c o m i d a ) , ya no tendran trabajo. U n buen da desapareci todome d i j o , no p u e d e i m a g i n a r s e lo que
tocado
fondo, K u r t Franz, el
subcomaildante
del
A par
allegarlos
t r a n s p o r t e s . S a b e u s t e d c u l fue n u e s t r a
r e a c c i n ? i n q u i r i R i c h a r d d e f o r m a retrica. E m p e z a m o s a g r i t a r : "Viva,
huiral' .
mos
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R
versin
o r i g i n a l d e s u d e c l a r a c i n , c o n el fin d e m o s t r a r el p r e c i o t a n
buenas
intenciones. distinta, de
se trata sencillamente
casos p a t o l g i c o s .
SUperventas
a la h o r a d e escribir sus m e m o r i a s ,
For Those ILoved, e n 1972. T r a s l a g u e r r a p r o s p e r c o n s i d e r a b l e m e n t e , e n r i quecindose cuando todava era m u y j o v e n con un negocio de antigedades
falsas p r o c e d e n t e s d e A l e m a n i a . S e e s t a b l e c i e n e l s u r d e F r a n c i a , e n u n casti llo, con su h e r m o s a mujer, m o d e l o , y sus dos encantadores hijos. Un editor
francs le p r o p u s o
su familia en un e r a donar lo d e in
atroz
i n c e n d i o forestal: a
recaudado cendios.
c o m b a t i r este tipo
P o d r a h a b e r sido un libro realmente interesante, pero el editor seal que la parte de la historia que transcurra en Polonia necesitaba m a y o r dramatismo, as q u e G r a y d e c i d i i n c o r p o r a r u n c a p t u l o i n v e n t a d o e n e l q u e d e s c r i b a s u e n c a r c e l a m i e n t o y fuga de T r e b l i n k a . D e d i c varios meses al estudio de unos
a r c h i v o s j u d o s u b i c a d o s e n P a r s , y t a m b i n e x t r a j o i n f o r m a c i n del l i b r o titula do
Treblinka,
escrito p o r
Tean-FrancOS
.ficticia.)
G r a y repiti m u c h o s de los errores originales y, p r e s e n t n d o s e a s m i s m o c o m o un h e r o i c o fugitivo, aadi a l g u n o s m s . D e s p u s de u n a conferencia p r o n u n c i a d a e n L o n d r e s c o n m o t i v o d e s u p u b l i c a c i n e n G r a n B r e t a a , l e dije q u e l o q u e h a b a e s c r i t o n o e r a c i e r t o . A l a m a a n a s i g u i e n t e m e t e l e f o n e p a r a ofre cerme el puesto de asesora en el proyecto de una pelcula sobre su libro, propuesta que rechac. El escndalo literario, m u c h o ms reciente, de la o b r a de BinjaminWilko-
mirski, Fragments,
do letn,
traducido a doce
Wllkomirski,
msico
177
EL TRAUMA ALEMN
s u i z o y f a b r i c a n t e d e c l a r i n e t e s , q u e a d e m s e r a g e n t i l , y c u y o v e r d a d e r o non.1bre se cree que es B r u n o G r o s j e a n , p o r lo visto sufra u n a d e p r e s i n y concibi u n a i d e n t i d a d j u d a ( a s c o m o l a i d e a d e e s c r i b i r e s t a s falsas m e m o r i a s ) mien tras se e n c o n t r a b a bajo t r a t a m i e n t o p s i q u i t r i c o . p r e s e n t a d o este l i b r o d e b r e v e e x t e n s i n bra g a n a d o los m i s m o s p r e m i o s , como Si l o sus editores hubieran s e g u r a m e n t e ha
una parbola,
puesto que,
a p e s a r d e ser i n s e r v i b l e c o m o
COnnaovcdora, aun
q u i e n e n c o n t r a r o n t e r r i b l e m e n t e t r i s t e : e l m v i l n o fue e l d i n e r o ,
p l e m e n t e se trata d e u n ser h u m a n o d e q u i e n s o s p e c h o q u e senta la dad de c o m p a r t i r su dolor, y p o r ello intent con igual grado de sufrimiento. que a s m i s m o . adoptar la
necesi
i d e n t i d a d de un nio
La falsificacin m s a m p l i a m e n t e c o n o c i d a p r o v o c en
to me refiero a los d i a r i o s de Hitler, c o n los q u e c a s u a l m e n t e me vi estrecha mente vinculada desde un principio. d i r i g i al En diciembre de 1982, David Irving se
Slindciy
Times
c o n la i n f o r m a c i n d e q u e u n p e r i o d i s t a de la revista
Steril,
de H a m b u r g o , Gerd
Heidemann,
q u i e n c o n t a b a c o n u n a e x t e n s a colec
c i n d e a n t i g e d a d e s n a z i s , l e h a b a e n s e a d o u n o s d i a r i o s d e H i t l e r (tal v e z u n o s o l o ) que en un p r i m e r e x a m e n p a r e c a n interesantes, y de los que supuesta m e n t e haba hasta veintisiete diferentes. su origen y autenticidad, Irving le p r o p u s o al p e r i d i c o investigar Pero
a p r o v e c h a n d o sus c o n o c i m i e n t o s en la materia.
anlisis,
c o n s i d e r a b l e m e n t e crtico,
sobre los
mtodos empleados A s q u e el p e r i
La guerra deHCV.
d i c o d e c l i n s u o f e r t a y y o fui e n v i a d a a H a m b u r g o e n s u l u g a r . C o m o a h o r a s a b e m o s , se d e s c u b r i q u e la p r i m i c i a de ba el h a l l a z g o de sesenta y dos diarios m a n u s c r i t o s ideada por un delincuente de poca monta, Konrad
Stern,
de Hitler, Kujau,
m a n n , c o n q u i e n d e b a e n t r e v i s t a r m e e n e n e r o d e 1 9 8 3 , a l p a r e c e r fue e l c a b e z a d e t u r c o , y fue u t i l i z a d o c o m o e l m e d i o d e d i s t r i b u c i n dinero. Durante mis primeros encuentros con H e i d e m a n n , este m e dej leer u n o de dicha c a n t i d a d dc
d e l o s d i a r i o s , p e r o e n a q u e l m o m e n t o f u e m u c h o m s s i g n i f i c a t i v o p a r a 1TU el h e c h o de q u e me m o s t r a s e su e x t e n s a c o l e c c i n de objetos del T e r c e r Reich, sin d u d a , p o r l o m e n o s en parte, genuinos. M i p r i m e r a i m p r e s i n fue que el lo cual
178
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R no d e m o s t r a b a n e c e s a r i a m e n t e que se tratase de una falsificacin: ios d i a r i o s de algunas personalidades complejas son a menudo banales.
aparentemente
V a e n ese m o m e n t o m e i n f o r m con d e t a l l e s o b r e s u b s q u e d a d e material d e carcter nazi, p e r o no m e n c i o n el h e c h o de que v a r i o s de los s u p u e s t o s diarios y a e s t a b a n e n m a n o s d e Stern. S u i m p r e s i o n a n t e c o l e c c i n i n c l u a , p o r e j e m plo, los archivos c o m p l e t o s d e cien m i l n e g a t i v o s d e f o t o g r a f a s t o m a d a s p o r e l fotgrafo de Hitler, H e i n r i c h H o f f m a n n , que haba comprado al hijo de este
(por s u p u e s t o ,
c o n d i n e r o d e Stern). T a m b i n h a b a u n a c a r t a d e l q u e
fuera
Karl W o l f f , duda t e n a e n
Wollfmc
cantidad
ms
adelante).
T e n a en su poder una
que parecan
firmadas marchante
M u n i c h a q u i e n s e las h a b a c o m p r a d o ;
lies
(l o cual p a r e c a m s del a g r a d o de su e s p o s a q u e
de l m i s m o ) .
Entonces pens (y sigo m a n t e n i e n d o la m i s m a opinin) que H e i d e m a n n
c o n t r a r i o , r e s u l t a b a n ser falsos, e s t a b a c l a r o q u e c o m o m n i m o sera m o t i v o d e escarnio y probablemente perdera su empleo. Por supuesto, ahora, mirando
hacia atrs desde la p e r s p e c t i v a actual, el gran p r o b l e m a de H e i d e m a n n es que deseaba q u e fuesen autnticos, no t a n t o p o r la fama o el d i n e r o , sino s i m p l e m e n t e por la satisfaccin de haberlos e n c o n t r a d o . La o b s e s i n e n s o m b r e c e y desdi
buja el p e n s a m i e n t o r a c i o n a l y la m o r a l .
fue q u e e s t e h o m b r e e x t r a v a g a n t e t a l v e z h a b a e n c o n t r a
d o u n o o m s d i a r i o s ; q u e p o d r a n ser a u t n t i c o s , p e r o q u e n a d i e deba
TRAUMA SC s u p u b l i c a c i n s i n a n t e s r e a l i z a r u n a Las n e g o c i a c i o n e s de
e l m e r o h e c h o d e q u e s e c o n t e m p l a s e l a p o s i b i l i d a d d e p u b l i c a r s e m e j a n t e ma terial. P e r o a l g u n o s de n o s o t r o s c o n s i d e r a m o s q u e s u p o t e n c i a l r e l e v a n c i a
hist
rica (en caso de d e m o s t r a r s e su a u t e n t i c i d a d ) era m o t i v o m s que suficiente para cualquier objecin. Y cremos que d i s p o n a m o s de bastante tiempo de iniciar su publicacin (sincronizada
St't'fl).
R p i d a m e n t e s e d e s i g n a IU1 e q u i p o d e i n v e s t i g a -
Rrlan
l\ 1
acAl'thur,
Tenyy
c u a t r o per
Rupert
Murdoch
dad de m i e m b r o del e q u i p o e n c a r g a d o de i n v e s t i g a r los d i a r i o s , llegaba a la conclusin de que eran s o s p e c h o s o s , teniendo en cuenta que s e h a b a com
Stern.
Diarios
al c o m p l e t o , c u y o s m i e m b r o s , sin e x c e p c i n , m o s t r -
b a m o s un alto g r a d o de q u e se p u b l i c a s e n e n el tranquilizadora.
escepltesmo
Sllllday Titiles,
tiene
coordinacin
conclusiones.
Normalmente tambin de
es n e c e s a r i o
disponer
de
mucho
tiempo y,
con frecuencia,
Ciertamente,
e l p r i n c i p a l r i v a l d e Stern e n A l e m a n i a , a n d a b a de
d i a t a m e n t e . Se d e c i d i q u e
deberamos
aceptar
las g a r a n t a s
de
Stern
d e q u e y a se
vor-Roper,
180
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R fue d e s i g n a d o p a r a p r e p a r a r e l p r i m e r a n u n c i o e n The Times y r p i d a m e n t e c u m pli su c o m e t i d o . Sin e m b a r g o , de la n o c h e a la m a a n a e m p e z a sospechar de una de las cartas q u e H e i d e m a n n le h a b a e n s e a d o . R e c o m e n d a los editores del
Times
y del
Sunday Times
q u e p r o c e d i e r a n c o n c a u t e l a , a d v e r t e n c i a q u e fue
ignorada,
111
contrariamente
lo a f i r m a d o p o r forme forense.
Stern
a Ti mes
Newspapers,
d e t e r m i n a r o n s u f a l s e d a d e n u n in
H e i d e m a n n les h a b a m o s t r a d o a l g u n a s p g i n a s d e u n o d e los
Kujau
( s u p u e s t a m e n t e , las r e -
Hitler
194 )-
Los Archi-
informados
aquellos v o l m e n e s especiales (de los cuales yo h a b a p o d i d o ver dos de ellos) era la e x i s t e n c i a de d o c e p g i n a s , s u p u e s t a m e n t e m a n u s c r i t a s p o r H i t l e r el 28 de e n e r o d e 1 9 4 2 , en las q u e c o n s t a b a n sus p r o p u e s t a s
parala s o l u c i n
final, que
no p l a n t e a b a n el a s e s i n a t o en m a s a de los j u d o s , sino su r e a s e n t a m i e n t o en S i a m i l e s de k i l m e t r o s de d i s t a n c i a (esta era u n a de las d i s t i n t a s p o s i b i l i dades sometidas a consideracin en aquella poca, como sabemos gracias a
recientemente).
el escndalo, yo ya haba encontrado indicios de la existencia de por lo menos un diario autntico de Hitler, m u y distinto p o r su a p a r i e n c i a y su con
Stern.
E m p e c a sospe
c h a r q u e los v e r d a d e r o s a u t o r e s d e este g o l p e m a e s t r o p o d a n ser p e r s o n a s c o n un carcter y unas m o t i v a c i o n e s m u c h o ms siniestras y, por tanto, m u c h o ms peligrosas que el p a y a s o y sinvergenza de K o n r a d Kujau o el i n g e n u o G e r d H e i demann. A l g u n a s semanas ms tarde, c o n v e n c al el asunto. c u a n d o las a g u a s h a b a n v u e l t o a s u c a u c e ,
Sundy Times
Todava
consternados
Stern s o b r e l a a u t e n t i c i d a d d e l o s d i a r i o s , l o s e d i t o r e s v i e r o n e n m i s s o s p e c h a s de que podra haber una explicacin ranza cir de encontrar m u y d i s t i n t a y m u c h o m s seria l a espe que podra c o n t r i b u i r a redu por todo el
su b o c h o r n o .
As que
siete m e s e s v i a j a n d o
m u n d o y e n t r e v i s t n d o m e c o n casi t o d a s las p e r s o n a s q u e h a b a n t e n i d o a l g o q u e v e r c o n este a s u n t o . U n a d e las c o n c l u s i o n e s q u e p u d e e x t r a e r d e esta odi s e a , m u c h o m s i n t e r e s a n t e q u e e l h e c h o d e d e s e n m a s c a r a r l a s m e n t i r a s d e al g u n a s p e r s o n a s ( e n t r e ellas e s p e c i a l m e n t e las d e K o n r a d K u j a u , un individuo fue d e s -
muchas
personas haban
d i c h o e v i d e n t e m e n t e la v e r d a d .
Por pri-
e s c r i b , e n esta o c a s i n ccn-
s i d e r a b l e m e n t e a m p l i a d o c o n e l f i n d e i n c l u i r t o d o s l o s r e s u l t a d o s d e m i s ave
riguaciones.
DICIEMBRE
DE
1983
En la
crcel preventiva de
Hamburgo mantienen
estrictamente separados
funcionarios.
desconcertante.
n a j e s i n v o l u c r a d o s e n e l f r a u d e d e l o s d i a r i o s d e H i t l e r n o p o d r a n s e r m s di ferentes. H e i d e m a n n s a l u d a a los v i s i t a n t e s c o n u n a s o n r i s a h e l a d a . P r e t e n d e pare cerse a su m e t i c u l o s o a n t i g u o y o , p e r o la tensin que i n v a d e su cara y su cuerpo le delatan. H a b l a sin cesar, r e p i t i e n d o la letana q u e lleva d i c i e n d o d e s d e que s u m u n d o s e v i n o a b a j o : s, fue e s t p i d o ; p e r o n o e s u n c r i m i n a l . E s u n h o m b r e al b o r d e d e u n a t a q u e d e
nervios
o algo peor.
Kujau se p o n e de pie de un salto c u a n d o entra el visitante. Parece m u c h o m a y o r de cuarenta y cinco aos, p e r o rebosa energa y alegra. Es el p a y a s o de la c r c e l , h a c e q u e los liberadamente en la
funcionarios
conversacin
se d e s t e r n i l l e n mientras
de
risa i n t r o d u c i n d o l e s delas
presencian
entrevistas.
Sus
e m o c i o n e s p u e d e n variar b r u s c a m e n t e . Al m e n c i o n a r a su familia de Alema nia del Este, de repente se enfurece: Ellos no tienen n a d a que ver con esto.
D e s p u s , en c u e s t i n de s e g u n d o s , la s o n r i s a v u e l v e a su cara y su a r r e b a t a d o r encanto elimina cualquier vestigio de hostilidad. Le e n c a n t a recitar la lista del m a t e r i a l de referencia que dice h a b e r emplea do en la falsificacin de los diarios. al M e gustara expresar mi agradecimiento
Bild-Zeitung
[un p e r i d i c o a l e m n de g r a n
tirada]y
artculos sobre Hitler y E v a Braun me ofrecieron una b u e n a c o s e c h a . Y, al decir esto, t o d o su c u e r p o se e s t r e m e c e de la risa, s a t i s f e c h o al p e n s a r q u e ese p e r i d i c o c o n s e r v a d o r l e h a y a f a c i l i t a d o a l g u n a s d e las m a t e r i a s p r i m a s q u e utiliz p a r a e n g a a r a la p u b l i c a c i n i z q u i e r d i s t a
Stern.
Se m a n t i e n e firme en su d e c l a r a c i n de q u e los diarios son o b r a exclusi vamente suya. C o n o z c o ms a Hitler que cualquier otra persona en A l e m a N a d i e s a b e t a n t o c o m o y o s o b r e l. Lo nico que hacen todos Sabe
esos h i s t o r i a d o r e s es repetir los errores de los d e m s . No me cost n a d a . cunto tard en escribirlos? D o s h o r a s y m e d i a p o r cada
diario.
182
mientras
otros
completa minuciosamente
cada
una
este s u p e r a a t o d o s l o s
dems.
No p u e d e r e s i s t i r s e a a a d i r en un m u r m u l l o la hija de
condena,
esta
actitud
Stuttgart
responde con evasivas. O al m e n c i o n a r al h o m b r e al que llama su patrn, quien p u s o l o s d i a r i o s a l a v e n t a e n E s t a d o s U n i d o s , a o s a n t e s d e que s u p u e s t a m e n te" e x i s t i e r a n ; e n t o n c e s e s t a l l a d e i r a . Pero, sobre todo, merece la pena ponerle a prueba cuestionando algunos
S e q u e d a sin h a b l a ; final
miente,
p e r o n o de f o r m a tan c o m p u l s i v a . A u n q u e n o lo
todava
o c u l t o s , c r e e n c i a a la q u e s e a f c n a p o r q u e r e p r e s e n t a s u
un -
ca e s p e r a n z a de cara al futuro, A pesar de saber con certeza que le espera una larga condena, rehuye dar
r o b c o m o m n i m o q u i n i e n t a s m i l libras, y p o s i b l e m e n t e algo m s , d e l a canti d a d q u e Stern p a g por los diarios. Afirma que cuatro h o m b r e s le dieron dinero Si nos diese
l a o p o r t u n i d a d d e d e m o s t r a r esa a f i r m a c i n , p o d r a estar e n l i b e r t a d e n c u e s t i n de das, dice el a b o g a d o de H a m b u r g o . La acusacin cree que la declaracin de H e i d e m a n n es una patraa, puesto que p e r m a n e c e en silencio. Les di mi palabra, dice, repitiendo a continua
cin casi p a l a b r a p o r p a l a b r a la fatdica p r o m e s a de silencio que le h i z o a Ku~ j a u d i e c i o c h o meses antes, por la que se c o m p r o m e t a a no revelar el origen de los d i a r i o s . S i e l n i c o m o d o d e s a l i r d e l a c r c e l e s r o m p e r m i p r o m e s a , en
t o n c e s ir a la c r c e l . A s que la v e r s i n oficial del fraude de los d i a r i o s de Hitler se ve en b u e n a m e d i d a b o i c o t e a d a por el silencio de u n o de los dos p r i n c i p a l e s i m p l i c a d o s y p o r el t e s t i m o n i o del o t r o , incapaz de decir la v e r d a d .
183
EL TRAUMA ALEMN Si
analizamos
cualquier captulo
de
la b i o g r a f a de K o n r a d K l l j a u , v e r e m o s que
esi llena de d e c e p c i o n e s . T o m e m o s , p o r N a c i en 1 9 3 8 , el t e r c e r o d e
munista.
D i c e h a b e r a s i s t i d o a l a e s c u e l a h a s t a l o s d i e c i o c h o a o s , d o n d e obtu
v o las m x i m a s c a l i f i c a c i o n e s p o s i b l e s . D e s p u s s e m a t r i c u l e n l a E s c u e l a d e Arte de D r e s d e , estudios que a b a n d o n tan solo dos t r i m e s t r e s d e s p u s porque mi p a d r e no p e r t e n e c a a las clases t r a b a j a d o r a s . E n t o n c e s s e l e a s i g n UIl
trabajo en el c l u b d e la F D J , la J u v e n t u d L i b r e A l e m a n a de
mania Occidental para eludir el servicio militar obligatorio en el Ejrcito de la Democrtica Alemana.
afirma-,
durante
todos crecimos
en h o s p i c i o s ,
Conne>
como llamaban
fue a p r e n d i z d e c e r r a j e r o o b r e r o du
durante un mes,
rante dos m e s e s y pintor p o r tres s e m a n a s . fue camarero. Tambin podernos que describe lijarnos en
En el club de j v e n e s s i m p l e m e n t e
su d r a m t i c a huida
Alemania
Occidental,
adornada
COI1 a b u n d a n t e s d e t a l l e s , c o n l a s m a l a s a r t e s d e u n e m b u s M e fui d e L b a u y d e A l e m a n i a d e l E s t e e n t r e n , a
tero m u y s e g u r o de s m i s m o :
Stuttgart,
En
de limpieza
industrial.
Haba ahorrado
marcos alemanes
cuando
empezamos.
Edith.,
ahora su pareja
de
hecho,
aunque sigue d e m o s t r a n d o
u n a i n q u e b r a n t a b l e l e a l t a d , n o p u e d e disi
m u l a r su
incredulidad-t
C o n n i e ? C o n cien mil m a r c o s
ahorrados?.
El t o n o
Contbamos con l o s
La seora
m e j o r e s clien-
[...]. M e a s i g n u n s u e l d o d e o c h o m i l m a r c o s a l e m a n e s a l m e s , q u e i n g r e n o lo n e c e s i t a b a .
s a b a n t e g r a m e n t e en el b a n c o ;
Lieblang
ganaba
mil quinientos m a r c o s al mes y v i v a m o s j u n t o s . Los beneficios anuales eran de u n m i l l n o c h o c i e n t o s m i l m a r c o s , y e n 1 9 7 7 v e n d i m o s l a e m p r e s a p o r ocho cientos mil m a r c o s . Este relato deja a Edith p r c t i c a m e n t e sin h a b l a . F i n a l m e n t e d i c e : S i m p l e m e n t e se est v o l v i e n d o l o c o . N o , les est Est loco.
tomando
el p e l o , se e s t r i e n d o
184
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R de
ellos, no
se
dan
cuenta? C u a n d o
vendimos
la e m p r e s a casi n o n o s
quedaban
clientes n i e m p l e a d o s .
nada, y e s o es lo q u e c o n s e g u i m o s p o r ella: p r c t i c a m e n t e
nada.
P e r o c o m o ella bien sabe, h a b l a r d e g r a n d e s n e g o c i o s e s su v i c i o . N o pue de hablar, ni s i q u i e r a p e n s a r , en c e n t e n a r e s , s i e m p r e h a n de ser m i l e s o cientos de miles, i g u a l m e n t e i n e x i s t e n t e s . De su b o c a salen e x a g e r a c i o n e s y f a n f a r r o n a d a s a c o m o el agua de una caera reventada. Tras su huida a A l e m a n i a Occidental, durante aos la familia de Kujau en lobau prcticamente no tuvo noticias suyas. to con Pero el hijo p r d i g o regres jun
Kujau trat de ganarse el favor de c u a l q u i e r a que tuviese contactos en la c o m u n i d a d d e L b a u (el s a c e r d o t e , u n t c n i c o d e t e l e v i s o r e s , u n desarrollado un profundo inters p o r las antigedades
pintor).
Haba
militares,
en especial
por las d e l p e r o d o del T e r c e r R e i c h , y s u r e g r e s o a A l e m a n i a O r i e n t a l d e s p u s de trece a o s de a u s e n c i a no se d e b a n i c a m e n t e al r e s u r g i r del s e n t i m i e n t o familiar. Intua, y no se e q u i v o c a b a , q u e a p e s a r de q u e la p o s e s i n de r e l i q u i a s de la poca nazi era ilegal, haba c o n s e r v a d o m u c h a gente se h a b a aferrado al r e c u e r d o de la guerra y objetos. Tambin pens que m u c h o s podran verse
muchos
cuidadosamente
la noticia de que estaba interesado en c o m p r a r objetos militares. mo dice, recibi una avalancha
valia e n e l m e r c a d o n e g r o c i n c o v e c e s m s que los m a r c o s d e A l e m a n i a Orien tal, c o n a l g u n o s c i e n t o s d e m a r c o s p u d o a d q u i r i r o b j e t o s c u y o v a l o r s e m u l t i plicara por diez en A l e m a n i a Occidental. K u j a u y Edith p a s a b a n de c o n t r a b a n d o algunas de estas a n t i g e d a d e s en el viaje de v u e l t a a A l e m a n i a O c c i d e n t a l tras sus v i s i t a s a
Lbau,
Dresde y Berln
El resto lo escondan
abricados
lo que
en L b a u p a r a su e x p o r t a c i n a O c c i d e n t e . como perteneciente a
Kujau atribuye
Her
es
de
dudosa
procedencia,
s i IlO u n a f a l s i f i c a c i n d e s c a r a d a .
Lo m s relevante, no obstante,
Siguen
obsesionados
catorce. Am
demasiado jvenes
un papel activo
en el T e r c e r R e i c h o h a b e r e n t e n d i d o q u e su i n t e n c i n era p e r p e t u a r s e
duran-
185
EL TRAUMA ALEMN
A la e d a d de c u a r e n t a y d o s a o s , H e i d e m a n n ya era un p e r i o d i s t a conso l i d a d o de la r e v i s t a
Stern.
E n t o n c e s c o m p r u n y a t e , el
Cfin
II, q u e h a b a s i d o
p r o p i e d a d del j e f e de la
Luftwaffe,
H e r m a n n G r i n g . Lo e n c o n t r
pudriendo-
reuniones
L e f a s c i n a b a n l o s e x t r a o r d i n a r i o s r e l a t o s d e indi el l t i m o d e f e n s o r del
bunker
De p r o n t o m e d i c u e n t a d e
q u e h a b l a b a n d e a l g o m u c h o m s e m o c i o n a n t e o e n i g m t i c o q u e c u a l q u i e r re lato de
suspenseafirma Heidemann.
mi
Ese h o m b r e
excepcional,
Hitler,
lleg
t a n a l t o d e s d e la n a d a . que absorba
S e n t a t a n t a c u r i o s i d a d p o r l q u e se c o n v i r t i en lo
nico
pensamiento.
S u p a d r e , d e ofi
cot
castrense.
A la e d a d de c a t o r c e a o s , p i n t u n a e s v s t i c a de enor
mes d i m e n s i o n e s en la pared de la cocina de su abuela. El inters que haba d e m o s t r a d o en su infancia se convirti e n u n a obse
Brich Kempka;
actividades.
y a l g u n o s m i e m b r o s d e la H I A G , la
sociedad
mutua futuras
de las W a f f e n S S ,
c o n t a c t o s q u e t u v i e r o n u n a g r a n r e l e v a n c i a e n sus
un h o m b r e de negocios de
d e l a p o c a hitle c u a l e s e s t a b a dis
puesto a pagar cientos de miles de m a r c o s . provista de una i l u m i n a c i n la que guardaba estos objetos,
E n s u c a s a h a b a d i s p u e s t o u n a sala acero en
su gnero de
c a m p o s de concen
186
medida
en
K u j a u con
segua e n g a a r a Stiefel as c o m o a o t r o s c o l e c c i o n i s t a s , m u c h o m s q u e p o r su habilidad manual, m e d i a n t e las elaboradas historias que inventaba para de
mostrar la a u t e n t i c i d a d de sus m e r c a n c a s . S u s c o m p r a d o r e s l e c o n o c a n c o m o K o n r a d F i s c h e r , n o c o m o K u j a u . De ca t e n e r c o n t a c t o s e n A l e m a n i a O r i e n t a l e n l a s
altas
nazis.
esferas,
e n t r e l o s cua
les s e e n c o n t r a b a n e l d i r e c t o r d e u n m u s e o y u n g e n e r a l d e l a p o l i c a s e c r e t a que, s e g n d e c a , le s u m i n i s t r a b a n
antigedades
Ms adelante, cuando a
a a d i otra d i m e n s i n
avin
que
se
estrell Oriental,
en
Brnersdorf,
actual
Alemania
el
ios a r y el
atraycnte,
llidasen
credibilidad.
Adems,
l a p a r t e d e esta h i s t o r i a q u e s e r e f e r a a l a c c i d e n t e a r e o s e b a s a b a e n u n he cho real. A s q u e , c u a n d o K u j a u t e l e f o n e a F r i t z Stiefel e n j u n i o d e 1979 p a r a infor m a r l e de que acababa de regresar de su l t i m o viaje a A l e m a n i a (un diario m a n u s c r i t o de Oriental y Stiefel este con
Hitlcr\
receptivo.
delgado volumen,
la inscripcin
E l d i a r i o a b a r c a b a los
seis p r i m e r o s m e s e s d e
c i d a d , p u e s t o que n o e r a c a p a z d e l e e r e l d i a r i o , e s c r i t o e n c a l i g r a f a a l e m a n a antigua. E n t o n c e s Stiefel s e p u s o e n c o n t a c t o con A u g u s t P r i e s a c k , u n p r e s u n t o pro fesor q u e h a b a d e s a r r o l l a d o u n a h a b i l i d a d e s p e c i a l d u r a n t e e l p e r o d o e n que fuera a r c h i v e r o s u b a l t e r n o d e l a C a s a M a r r n , e l c u a r t e l g e n e r a l del P a r t i d o N a z i en Munich. P r i e s a c k se d e s p l a / r p i d a m e n t e a Stuttgart desde M u n i c h y dijo que la
o b r a e r a 101 p o r 1 0 0 a u t n t i c a . T a m b i n i n f o r m a S t i e f e l d e q u e , p u e s t o q u e e l v o l u m e n c u b r a u n p e r o d o d e seis m e s e s , d e b a d e h a b e r u n total d e veinti siete d i a r i o s . El 21 de s e p t i e m b r e de 1 9 7 9 , P r i e s a c k c o n v e n c i a u n o de los historiado res del Tercer Reich de la ms eminentes de Alemania Occidental, el profesor
Eberhard
Jackel,
U n i v e r s i d a d de
S t u t t g a r t , p a r a q u e le a c o m p a a r a a
casa de Stiefel. J a c k e l en
a q u e l m o m e n t o s e e n c o n t r a b a e n l a l t i m a fase d e 1905 y
Hitler".
187
EL TRAUMA ALEMN j a c k e l Luvo en sus m a n o s d o c e n a s de d o c u m e n t o s de H i t l e r de g r a n utilidad p a r a s u l i b r o , asi c o m o e l d i a r i o d e H i t l e r . L e d i j e r o n q u e t o d o s ellos p r o c e d a n del avin a c c i d e n t a d o . D i s t r a d o p o r sus a c o m p a a n t e s , J a c k e l tan solo
hoje
el d i a r i o .
Contra-
r i a m e n t e a la i m p r e s i n q u e t u v e c u a n d o e x a m i n el d i a r i o
alOS
d e s p u s , le
fuera
de s a c a u s a de la
emocin, y
en su c o n f e s i n ,
decalo
Peler Stockicht,
y su jefe,
un
d e n s e n a c i d o en A l e m a n i a q u e a h o r a r e s i d e en F l o r i d a ,
ciudadano e s t a d o u n i Wlgang S c h u l z e , m e
Stockichty
S c h u l z e se c o m p l e m e n t a n , y h a c e n presu
p o n e r q u e en s e p t i e m b r e de 1979 K u j a u ya tena de siete a n u e v e d i a r i o s prepa rados para su venta a coleccionistas privados. lucrativo montaje, del d e s p r e c i o fundamentalmente seguro: P o d r a h a b e r s e g u i d o c o n este los coleccionistas, conscientes
que su pasin
suscitaba en la
gente, p r o b a b l e m e n t e no haran
c u m p l e a o s de del
Senta Baui',
la e s p o s a d e u n o de los m i e m b r o s m s d i s t i n g u i d o s
Circulo
de Hitler, H a n s B a u r , q u i e n h a b a s i d o t e n i e n t e g e n e r a l de las SS y
p i l o t o p e r s o n a l d e H i t l e r d e s d e 1 9 3 3 h a s t a e l f i n a l . C a s u a l m e n t e , l fue e l r e s p o n sable del e n v o del a v i n q u e se estrell en B r n e r s d o r f en a b r i l de 1 9 4 5 . Segu ramente habra sentido curiosidad por el diario que supuestamente proceda
d e e s e a v i n . P e r o s u e s p o s a e s t a b a e n f e r m a e s e d a , p o r l o q u e l o s B a u r n o pu d i e r o n asistir a la fiesta
celebrada
en su h o n o r .
Edil Lieblailg,
as c o m o una
Tiefenthler.
188
Baut.
S a b a que los
contactos g r a c i a s a su
Stiefelfue
muy animada:
Bebimos
vinome
dijo
T iefenthaler,
as q u e a c a b a m o s i n t i m a n d o . K u j a u le
de la m a a n a , T i e f e n t h a l e r t r a s p a s a b a c o n
Binersdorf. A l d a s i g u i e n t e , a solemnidad l a p u e r t a
eso de las d i e z de a c e r o de
la
donde pudo
A l g u n o s das d e s p u s de la fiesta, Tiefenthaler le c o m u n i c la s e n s a c i o n a l noticia a H e i d e m a n n , presentado seis meses que trabajaba para antes,
Stern. El
general
Mohnke
es h a b a
o c a s i n q u e T i e f e n t h a l e r a p r o v e c h p a r a infor
mar a H e i d e m a n n
Grmg. A s i m i s m o ,
interesado en a d q u i r i r el yate.
que el n o m b r e de a q u e l c o l e c c i o n i s t a e r a F r i t z Stiefel y le i n s t a h a c e r l e u n a
le c o n o z c a s t e v a s
d e s m a y a r . T i e n e en su p o d e r i n c l u s o un d i a -
H e i d e m a n n s i g u i su r e c o m e n d a c i n y se dirigi a casa de Stiefel en no v i e m b r e d e 1979- S e q u e d e s t u p e f a c t o a l a v i s t a n o s o l o d e l d i a r i o , s i n o d e l a e x traordinaria coleccin se a t r i b u a n a H i t l e r . Los esfuerzos de Heidemann p o r a v e r i g u a r e l n o m b r e del p r o v e e d o r de de pinturas, dibujos y d o c u m e n t o s que supuestamente
Alemania
O r i e n t a l ; t a m b i n se h a e s t a b l e c i d o e n el e s t a d o d e B a -
Karlsruhe,
G e n e r a l G u n Store, est e s p e c i a l i z a d o en la v e n t a de a r m a s . T a m b i n al igual que Kujau, se ha introducido en el oscuro m u n d o nazi. Pero sus relaciones son
lite
L e i b s t a n d a r t e , la g u a r d i a p e r s o n a l de Hitler.
Su
189
EL TRAUMA A L E M N
funcin en la HIAGle otorga una posicin privilegiada, gracias a la cual conoce a todos los peces gordos de las SS que todava viven. Gerd Heidemann conoca a X desde haca diez aos cuando oy hablar por primera vez de los diarios. Se conocieron cuando X, quien tambin actuaba como informador de la polica, estaba ayudando a Heidemann en un artcu lo sobre pinturas robadas. Su relacin se estrech cuando Heidemann compr el yate de Gring: X se convirti en un tripulante habitual, pasaba los fines de semana y las vacaciones a bordo, y asista a algunas de las conversaciones de los ancianos. l y Heidemann se convirtieron en amigos ntimos. No obstante, no fue hasta despus de que X supiera que Heidemann andaba tras la pista de los diarios de Hitler cuando este le revel que l tambin estaba en posesin de secretos extraordinarios. Es importante establecer la secuencia exacta de los acontecimientos, A prin cipios de los aos ochenta, tras su visita a la casa de Stiefel, Heidemann le ha bi a X sobre el diario que haba podido ver. X inmediatamente aprovech la ocasin para poner el cebo: respondi a la confidencia de Heidemann revclandole que tena los mapas que mostraban la ubicacin exacta de doce tesoros nazis escondidos, que consistan en el botn enterrado en las ltimas semanas del Tercer Reich bajo las rdenes de Gring y Bormann. En su mayor parte, este botn yaca en territorio de Alemania del Este. X invit a Heidemann a que se hiciese cargo de las negociaciones con las autoridades de Alemania Oriental. Su parte en concepto de comisin del descubridor le convertira en multimi llonario de la noche a la maana. Heidemann acept la oferta. Los dos hombres se convirtieron en socios. En los siguientes meses de 1980 Heidemann estuvo ocupado llevando a cabo una investigacin para Stern sobre otras historias relacionadas con los nazis. El ao anterior habla realizado un viaje por Suramrica en compaa del general Wolff, en busca de nazis que haban huido a ese continente, entre ellos Martin Bormann. No consiguieron encontrarle. Pero Heidemann haba encon trado y entrevistado a Klaus Barbie, el carnicero de Lyon (que muri en la crcel tras ser deportado yjuzgado en Francia), y estaba preparando un libro sobre la ruta que hablan empleado los nazis para escapar despus de la guerra. En otoo, sin embargo, prosigui con sus investigaciones sobre los dia rios. Todava estaba lejos de descubrir la identidad del misterioso proveedor de Stiefel, y se concentr en verificar la historia del avin accidentado. A travs de documentos archivados en Berln averigu el lugar en el que se haba es trellado el avin, y en noviembre se dirigi a Brnersdorf para fotografiar las tumbas de la tripulacin y los pasajeros. En diciembre de 1980 le pregunt a su amigo, y ahora tambin socio X, si conoca a un traficante de armas de Stuttgart llamado Fscher, que podra ser el proveedor de Stiefel. X neg con la cabeza. Pero algunos das despus de aque lla conversacin, Kujau, tras haber eludido deliberadamente durante un ao a
190
FALACIAS Y
E N G A O S . LOS
DIARIOS
DE
HITLER
Heidemann, de repente les dio permiso a Stiefel y a Tiefenthaler para que le revelasen su paradero al periodista de Stern. Puede que fuera una coincidencia: tal vez la avaricia de Kujau fue finalms fuerte que la prudencia que haba demostrado hacia el periodista de Stern. O quizs X, que conoca a Kujau, convenci a este de que sera fcil engaar a Heidemann. En cualquier caso, en enero de 1 9 8 1 Heidemann por fin conoci a Kujau y le inform de que la revista Stern estara dispuesta a pagar dos millones de marcos alemanes por los veintisiete diarios. Un mes ms tarde, los diarios em pezaron a salir a la luz, procedentes de Alemania Oriental. Entonces X le confes que tenia un segundo secreto, an ms extraordinario. Saba que las portadas de algunos de Jos diarios llevaban una etiqueta con la supuesta firma de Martin Bormann, quien, en caso de seguir con vida, deba de ser el nazi ms buscado de todo el planeta. A principios de 1982, X le inform a Heidemann de que Bormann estaba vivo y resida en Espaa, y de que mantena contacto con l permanentemente. Le dijo que le enseara a algunas pginas del diario para que confirmase su autenticidad. Tal como estaba previsto, poco despus X le inform de que Bormann haba afir mado que eran autnticas y que este incluso haba hecho una ampliacin de una de las pginas para enmarcarla y colgarla en una de las paredes de la bi blioteca de su casa de Madrid. El pez ya haba mordido el anzuelo, as que ahora empezaba la fase de reel carrete. Le comunic a ETeidemann, para entonces absolutamente deslumbrado, lo siguiente: Martin quiere conocerte.
\ mediados de 1 9 8 2 , ya casi le haban hecho caer en la trampa: Gerd Heidemann crea que haba sido escogido por Martin Bormann para fundar en Espaun instituto de historia contempornea pronazi, que pudiese competir con el clebre instituto oficial ya existente en Munich, as como un museo de anti gedades del nacionalsocialismo. Tambin estaba convencido de que sera el primer y tnico periodista del mundo que entrevistara a Bormann, y que, por tanto, se convertira en su aibacea literario: el guardin del santo grial nazi. Pero, como siempre, Martin Bormann se mostraba escurridizo. Desde marzo, X haba concertado innumerables encuentros con l. Siguiendo sus i 11 atracciones, Heidemann adquiri varios billetes de avin para casi todos los deslinos imaginables: Zuricll, donde segn X Martin viva al lado de una sinagoga: Es paa, donde Martin era propietario de varios inmuebles en Madrid y Ali cante: y Mxico, de camino hacia algn lugar de Suramrica donde .Martin diriga una colonia alemana. En todas las ocasiones X le telefoneaba en el ltimo momento. Martin no se encuentra bien, deca. O bien: Ha llegado a nuestros odos que alguien
191
EL TRAUMA ALEMN
puede estar al corriente de nuestros p l a n e s . Cuando Heidemann empezaba a dudaj de la existencia de "Martin, X le proporcion (bajo la ms absoluta reserva, por supuesto) el nombre espaol que servia de tapadera a Bormann, Martin di Oalde Villa, y su nmero de telfono en Madrid. (Yo misma intent llamar a ese nmero: estaba fuera de servicio.) Entonces, hacia finales de 1982, sucedi algo que no solo convenci a Heidemann de que Bormann estaba vivo, sino que adems elimin sus posibles dudas, y las de Stern, sobre la autenticidad de los diarios de Hitler. En Hamburgo se dispuso, en un anexo del edificio principal de Stern, una serie de oficinas especialmente destinadas para el reducido grupo de persoas que trabajaban en la revista Green Arches, el n o m b r e ficticio utilizado por la revista en su proyecto de los diarios de Hitler. Este grupo estaba compuesto por el doctor Tilomas Walde, jefe de la seccin de historia contempornea de Stern, Leo Pesch, un joven periodista licenciado en historia, y dos secretarias. Los diarios llegaban a un ritmo de aproximadamente tres por mes. Heidemann los recoga en Stuttgart, de manos de Konrad Kujau, haca tres fotocopias enteras y, entonces, comenzaba la ingente tarea de transcribir la antigua caligra fa alemana. Walde y Pesch, segn sus propias palabras, los hojearon. Pero.sobre todo se concentraron en el volumen especialmente dedicado a uno de los principales colaboradores de Hitler, Rudolf Hess, que lleg a manos de Heidemann en noviembre de 19 8 1 . El plan de Stern en aquellos momentos consista en empezar a tantear el terreno para el proyecto de los diarios de Hitler, mediante una serie de artculos basados en las veinte pginas que trataban sobre las revelacio nes que supuestamente habla hecho Hitler en relacin con el vuelo de Hess ha cia Escocia. Con este fin, Walde y Pesch contrastaron cada palabra de ese volu men con fuentes ya publicadas. A finales de diciembre de 1 9 8 2 , sin embargo, apareci un nombre en el volumen sobre Hess que no pudieron comprobar en ninguna parte: el capitn de las SS (Hauplsturmfihrcr) Antn Laackman. Supuestamente habla sido de signado por Hitler para vigilar a Hess. Buscamos en toda la documenta cin a nuestro alcancedijo Walde, pero no encontramos el ms mnimo indicio. Existe una cantidad considerable de archivos en Alemania Occidental, Gran Bretaa, Estados Unidos y, por supuesto, Alemania Oriental con abun dante material nazi. Pero la principal fuente de informacin sobre los miem bros dc las SS es el Centro de Documentacin de Berln, gestionado por Estados Unidos, y cuyo acceso estuvo prohibido durante algn tiempo para los perio distas. As que Walde y Pesch les pidieron a algunos amigos que trabajaban en los Archivos Federales de Coblenza que comprobasen si exista en el Centro de Documentacin alguna informacin sobre el capitn Laackman.
192
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R
Tres semanas ms tarde, como era de esperar, recibieron va Coblenza treinta pginas fotocopiadas con el historial militar de Laackman. Esto caus un impacto considerable. Pero an ms convincente fue la siguiente iniciativa de Heidemann. Este haba decidido iniciar sus propias pesquisas sobre Laackman. Puesto que en el volumen dedicado a Hess habla referencias a Laackman en cali dad de miembro del personal de Bormann, y dado que X afirmaba estar en permanente contacto con B o r m a n n , Heidemann le pidi que le pregunta se a Martin qu saba del enigmtico capitn. Poco despus de que Stern hubiera enviado aquellas fotocopias a Berln, X sac a la luz tres pginas del historial de B o r m a n n que nunca haban formado parte del archivo del Cen tro de Documentacin. No eran fotocopias, sino originales, y sin duda eran autnticos. X explic que haba visitado a Bormann en Espaa, en nombre de Heidemann. Este tena en su poder un informe sobre Laackman, que inclua el rbol genealgico del capitn (la prueba necesaria para demostrar su inmaculado linaje ario) y otras cosas, como, por ejemplo, una falta que Laackman haba cometido en 1938. X le dijo a Heidemann que haba robado tres de los documen tos del escritorio de Bormann en Madrid. No se haba atrevido a coger nada ms, tan solo aquellos tres documentos, porque se haba dado cuenta de que Heidemann albergaba dudas sobre la existencia de Bormann. Aunque tuvo xito, se trata de una muestra decepcionante de las malas ar tes de X. Lo nico cierto era que los documentos haban sido robados; pero no por X, ni de ningn escritorio de Martin Bormann. Personalmente, creo que X desempe un papel fundamental (tal vez el papel principal) en el fraude de los diarios. Estoy convencida de que facilit a Kujau los conocimientos necesarios para poder falsificar tantos diarios. Creo que embauc a Heidemann en una maraa de inteligentes mentiras sobre Martin Bormann. Y, por tanto, tambin creo que pudo quedarse con una parte de los nueve millones cuatrocientos mil marcos que Stern pag por los diarios. Un agente de polica de alto rango, que le conoce bien, comparte esta mis ma opinin. Durante quince aos utiliz a X como informante en su misin para distintos organismos del Gobierno: la Polica Criminal Federal (BKA), la Polica Criminal Estatal (LKA) y el servicio secreto de Alemania Occidental (BND). X colabor con estas agencias en relacin con asuntos de trfico de ar mas y drogas, pinturas y pieles robadas. Era una fuente de informacin alta mente efectiva. Este agente afirma que X tambin formaba parte de la junta directiva de la HAG, razn por la cual est convencido de que el dinero queX obtuvo de Stern va Heidemann fue a parar a las arcas de esta agrupacin. Ellos [sus miembros] siguen estando por completo orientados ideolgicamenteafirma. Entienden el concepto de "sociedad de ayuda mutua" de forma literal. Trabajan toda
193
EL TRAUMA ALEMN
su vida, pero el excedente monetario tras cubrir sus necesidades bsicas va a pa-
rar a la HIAG.
A pesar de todo, afirma el agente, la organizacin no tiene fondos. Muchos miembros de las SS perdieron su pensin despus de la guerra y miles de ellos, en la actualidad ancianos, estn necesitados. De ah las operaciones de recauda cin de fondos. En caso de que X no fuera el artfice del fraude, con toda seguridad se tom muchas molestias para colaborar en su xito, La mejor prueba de ello es la ver dadera historia de cmo lleg a obtener la documentacin sobre Laackman. Rainer Hess trabajaba como mensajero y en la realizacin de fotocopias en uno de los archivos estatales de Alemania Occidental en los que se guarda la documentacin sobre la Segunda Guerra Mundial. Tema acceso a cientos de miles de documentos. A finales de 1 9 8 2 , o tal vez a principios de 1983, empez a extraer de forma metdica, y a peticin de X, documentos concretos e inclu so legajos enteros. Rainer (como le llamar en adelante para evitar confusiones) posee una modesta coleccin de antigedades militares y haba sido cliente de la armera de X durante cinco aos. Adems, compartan sobre todo un inters comn por los pieles rojas. Rainer confeccionaba adornos indios como aficin, y X era socio de un club indio en el que los miembros se ataviaban a guisa de guerreros pieles rojas. La atraccin que sienten individuos como X por los pie les rojas se debe a su pureza racial, tema sobre el que KarI May, el autor favori to de Hitler, escribi reiteradamente. Kujau, el falsificador, era miembro de un club indio de Stuttgart. En el momento en que el nombre de Laackman empezaba a despertar sos pechas en las oficinas de SfTMen Hamburgo, Rainer de repente descubri que l y X al parecer compartan un tercer inters: la exploracin submarina. La prensa acababa de dedicar un articulo a la pasin de Rainer por la inmersin con escafandra autnoma, en el que aparecan fotografas suyas. En enero de 1 9 8 3 , X le invit a tomar una copa en un bar que frecuentaba regularmente. All, X empez a tejer la telaraa alrededor de Rainer Hess, como ya habla he cho dos aos antes con Gerd Heidemann. Inform a Rainer de que, a travs de sus contactos, conoca el paradero de los tesoros enterrados de la era nazi. Para demostrar su conexin con altos cargos nazis, X le ense a Rainer lo que este describi como un largo pliego en el que aparecan decenas de nombres y direcciones, en su mayor parte co rrespondientes a pases extranjeros. Le dijo que todos ellos se hablan visto obli gados a pasar a la clandestinidad tras la guerra. Rainer saba que el propio X habla sido miembro de las SS, y que segua participando de forma activa en la HTAG. En aquella ocasin, X le confes que su deber consista en garantizar que todos aquellos protagonistas de os viejos tiempos dispusieran de los re cursos suficientes para vivir.
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T I . F R
Si supiera lo que yo s, insinu X. Le ense fotografas en las que apareca H e r m a n n Giing, el jefe de la Luitwaffe, de pie en una sala extraordinaria, cuyas paredes estaban revestidas de mbar. X le explic que se trataba de la histrica Habitacin mbar de los zares, uno de los tesoros artsticos ms valiosos del mundo, procedente de uno de los saqueos perpetrados por los na/is en las proximidades de Leningrad, desmontada y trasladada pieza por pieza hasta Klligsbcrg. Al final de la guerra no quedaba rastro de ella. X dijo que los rusos anhelaban desesperadamente recuperar la habitacin, cuyo valor cifra ban en ms de cien millones de rublos, y que pagaran el 20 por 1 0 0 en concep to de comisin a quien les ayudase a encontrarla. l saba dnde estaba escon dida. Pero recuperarla requerira discrecin, una buena dosis de inteligencia y la participacin de submarinistas. X le revel al para entonces ya atemorizado Rainer que la habitacin mestaba escondida en una mina de carbn abandonada e inundada situada en las afueras de Goslar, cerca de Hannover. Tambin dijo que tenia un mapa que indicaba la ubicacin de las tres cmaras, protegidas por una bolsa de aire. En una de ellas se encontraban los ai'COnes con mbar. En las otras dos estaban los archivos de Gring, que bien podan valer otra fortuna para los historiado res. Advirti de que en las galeras inundadas los submarinistas probablemente encontraran los esqueletos de cuatro prisioneros de un campo de concentraque haban transportado el botn hasta la mina y posteriormente haban sido ejecutados. Cuando hubo engatusado a Rainer, tal como haba hecho con Heidemann, X le comunic cul era su precio. Le dijo que estara dispuesto a com pal tir la recompensa, puesto que el dinero no era lo que ms le interesaba: en aquel momento estaba ocupado, junto con otras personas, en la creacin de un museo y de un instituto de historia contempornea, asi que lo que realmente les interesaba eran los documentos autnticos, as como las antige dades de la poca nazi que pudieran encontrar. Le pregunt a Rainer si, a cambio de su participacin en la caza del tesoro, sera capaz de proporcionarle de vez en cuando documentos interesantes" del archivo en el que trabajaba. Dos semanas despus, X le pidi a Rainer todo lo que pudiera encontrar sobre el capitn de las SS Antn Laackman. Rainer accedi a su solicitud, yle i_n treg tres folios de la documentacin original extrados del expediente sobre Laackman. Pero cmo es posible que el falsificador, Konrad Kujau, tuviera conocimiento del misterioso capitn Laackman, fallecido hacia tanto tiempo? Kujau afirma que Heidemann, accidentalmente, descubri en el verano de 1981 su responsabilidad en la falsificacin de los diarios. Para entonces, Sternya habla adquirido nueve volmenes. Afirma que Heidemann cmpalideci, pero acto seguido le dijo que eso no tena importancia: los diarios eran
195
EL TRAUMA ALEMN
tan solo un complemento de su plan de presentar a Martin Bormann ante el m u n d o . En lugar de desenmascarar al embaucador, se uni a. l, incluso proporcionndole en ocasiones ideas para la redaccin de futuros diarios. Para el volumen dedicado a Hess le facilit el nombre de Laackman. Me trajo la do cumentacin que le haba suministrado X y me dijo que haba que aprovechar aquella mfor litacin de un hombre sobre el que nadie habla escrito una palabra, un nombre que nadie conoca. Que mejor forma de demostrar la autenticidad de nuestros diarios?. Pero esto de nuevo era una patraa: Kujau ya haba finalizado y entregado el volumen especial sobre Hess en noviembre de 1 9 8 1 , catorce meses antes de que X le entregara a Heidemann los documentos sobre Laackman. La verdadera explicacin es ms prosaica. A pesar de que las pesquisas de sobre Laackman fueron infructuosas, dos investigadores infatigables que trabajaban bajo las rdenes del fiscal del estado de Hamburgo s haban encontrado algo. Su nombre aparece en la pgina 2 1 del anuario del Partido Nacionalsocialista de 1 9 4 1 , que incluye una lista jerrquica del partido. La entrada relativa a Laackman apareca copiada casi palabra por palabra en el volumen dedicado a Hess. Los investigadores encontraron en casa de Kujau el anuario con la pgina relevante marcada. Lo cual no significa, sin embargo, que Kujau eligiese el n o m b r e de Laackman. No cabe duda de que fue l quien escribi los diarios, copiando los pasajes pertinentes de otras fuentes, pero es poco probable que l solo fuera capa? de organizar el considerable trabajo de investigacin necesario y seleccionar los contenidos. Aunque los diarios parecen tener con frecuencia un carcter trivial y banal, al leerlos en su totalidad es posible detectar fragmentos cohe rentes con cierta intencin poltica, que sobre todo intentan demostrar que Hitler 1 1 0 era un antisemita fantico, y que no particip en las decisiones rea cionadas con la puesta en marcha del genocidio. En la poca en que Kujau estaba supuestamente ocupado llevando a cabo estas complejas investigaciones, su vida era bastante sedentaria. Todas las ma anas sala de la casa que comparta con Edith para encontrarse con su ayu dante de treinta y cuatro aos, Mara Modritsch. Ella me informo de que pa saban el da en la sala de exposiciones, preparando algunas facturas, y a veces en su piso. En cualquier caso, afirma categricamente que no dedicaba ningn tiempo a leer o escribir. Cuando regresaba a casa por la tarde, de acuerdo con el testimonio de Edith, empezaba a beber bastante e, invariablemente, se que daba dormido delante del televisor. A medianoche, cuando Edith ya se haba acostado y tras telefonear a Maria para desearle las buenas noches (segn l mismo me dijo), se diriga a su estudio, situado en la segunda planta, para tra bajar en los diarios, durante, como mucho, cuatro horas. Este horario le permita escribir los diarios, a un ritmo de unos tres volme nes mensuales. Pero de dnde sac el tiempo necesario para seleccionar las mi196
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R
les de palabras, extradas de libros y revistas, que sirvieron para presentar esa ima gen benvola de Hitler? Esta cuestin conduce a un misterio an mayor. Cuando la polica registr residencia de Kujau el pasado mes de mayo, encontraron toda una bibliote ca de libros sobre el Tercer Reich, 4 27 en total, en su mayora marcados con trozos de papel que indicaban las pginas en las que se encontraban los pasajes fusilados. Ciertamente, Kujau utilizaba puntos de libro improvisados: cortaba los de papel sobre la tabla de planchar de Edith, quien protestaba dicindoque el cuchillo que empleaba para ello poda estropear la funda de la tabla. Sin embargo, las visitas que acudan con regularidad a la sala de exposiciones o a su casa, incluido su hijo, insisten en afirmar que nunca vieron aquella bi blioteca con 427 libros y cientos de revistas.
tlOiOS
Por tanto, dnde estaban escondidos todos aquellos libros y quin seleccion los pasajes que Kujau deba copiar? Cmo fueron a parar a casa de Kujau, para que la polica los encontrase? Este enigma presenta una fcil solucin, en caso de que X fuera, como yo sospecho, el cabecilla de esta conspiracin. Lleva su selloafirm el agente de polica que tan bien le conoce: Sabe un 80 por roo ms sobre cuestiones nazis que toda la gente que yo conozco. Est en permanente.contacto con gente que puede informarle de cuestiones que posiblemente ninguno de los nazis que siguen con vida podrn llegar a sa ber nunca. En el asunto de los diarios, seguramente actu como (o suminis tro) spirtusrector.
El dinero sala de una cuenta abierta especialmente con este fin por la empresa matriz de Stern, Grner & Jahr, de la que Heidemann poda sacar dinero prc ticamente sin limitaciones. En una maleta Samsonite guardaba las cantidades en efectivo y posteriormente desapareca, para regresar un da despus con ms diarios. No se emiti ni solicit ningn recibo; Stern solo contaba con la palabra de Heidemann en relacin con los pagos realizados al coleccionista del sur de Alemania. Segn Heidemann, el precio establecido para los veintisiete diarios que se crea que haba en un principio fue de ochenta y cinco mil marcos por volumen. Pero, al igual que el nmero de diarios, el precio aument escandalosamente. Al finalizar la operacin, Stern haba adquirido un total de sesenta y dos diarios, entre ellos el volumen dedicado a Hess, por un importe de ciento cincuenta mil marcos por cada diario, como trmino medio. Kujau afirma que Heidemann le entreg nicamente cuarenta mil marcos por diario, en total unos dos millones cuatrocientos mil marcos, y que se qued con el resto. Para Heidemann, la tentacin de confiscar parte del contenido de la maleta debi de ser irresistible. Hasta 1 9 8 1 , haba estado continuamente ms o menos
197
EL T R A U M A
ALEMN
sin blanca. Los costes de mantenimiento y reparacin del yate de Gring, que era su principal vnculo con los veteranos nazis que tanto le obsesionaban, redu can a la mnima expresin el sueldo que le pagaba Stern, de aproximadamen te sesenta mil marcos anuales netos. Su familia se vea obligada a vivir modes tamente y haba adquirido la costumbre de pedir prestadas pequeas sumas de dinero a sus compaeros de trabajo, incluso a las secretarias. En 19 8 1 , cuando empez a manejar el dinero procedente de Stern, el nivel de vida de los Heidemann mejor de forma significativa. Se mudaron a un lujo so apartamento con vistas al ro Elba a su paso por Hamburgo, y Heidemann alquil adems el piso, de idnticas caractersticas, de la planta superior para uti lizarlo como despacho. Algunos meses ms tarde, alquil otro piso, esta vez en el centro de Hamburgo, como almacn para sus cada vez ms voluminosos ar chivos. Asimismo, compr dos casas en Espaa. Estos cambios pueden justificarse en parte por el espectacular aumento que experimentaron los ingresos de Heidemann. Stern lleg a pagarle un milln y medio de marcos en concepto de adelantos y primas por su primicia sobre Hitler. Pero la polica afirma que, aun teniendo en cuenta estos ingresos, Heidemann gast dos millones y medio de marcos ms de lo que pudo ganar entre febrero de 1981 y abril de 19 8 3, sin aportar una prueba convincente que acredite la procedencia de esas cantidades. Desde un buen principio, Heidemann no pudo distinguir la realidad de la ficcin, ni tampoco los diferentes elementos de la trama de fantasas en que se vio atrapado. Para l, los diarios simplemente representaban una de las piezas de su fantstica empresa: Bormann, el tesoro nazi todava oculto, el museo nazi y el Instituto de Historia Contempornea de Espaa, que rivalizara con el ya existente, y muy clebre, de Munich; todos ellos eran componentes esenciales del lote que crea poder ofrecer. Por lo tanto, consideraba legtimo dedicar todos los recursos (suyos o de Stern) que fueran necesarios para la consecucin de su sueo. C o m o Stern sa ba, de forma simultnea a la adquisicin de los diarios tambin se dedic a com prar pinturas, condecoraciones, uniformes y documentos que pasaron a engro sar su coleccin. Asimismo, Stern tambin saba que pag miles de marcos a veteranos nazis para conseguir su ayuda en el proceso de autentificacin de los diarios, o para comprar su silencio en relacin con su existencia. Lo que Stern no saba era que la lnea directa con Martin Bormann a tra vs de X tambin era m u y cara.
Un comerciante de alfombras de Badn-Wrttemberg me inform de que, cinco aos antes de que yo iniciara mis pesquisas (es decir, en 1 9 7 8 ) , X intent liquidar una deuda de cinco mil marcos ofreciendo a cambio diarios de Hitler. Hace dos semanas, cuando le vi por ltima vez, segua insistiendo en que est
198
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S DE HITLER
en permanente contacto con el escurridizo Martin Bormann. Le llevar hasta el, y mientras me deca esto pude percibir en su rostro una media sonrisa. Fi~ nalmente, en abril de este ao, sin darse cuenta, confes algo. Rainer Hess, el submarinista, haba llegado a temer a X y se arrepenta de haber extrado documentos de los archivos en los que trabajaba, as que decidi confesar la falta a sus superiores. Desde ese momento ha venido suministran do una lista con todo lo que se llev, tanto a sus jefes como a la polica. Pero, antes de ello, se le pidi que grabara en secreto sus conversaciones con X. El 27 de abril X se jact ante l de ser el responsable de darle al mundo los diarios de Hitler (yo misma he podido escuchar la cinta grabada). Segn deca, haba mas volmenes, al margen de los sesenta y dos vendidos a Stern. El resto permane can en reserva por el momento. Esto, como demostrar ms adelante, tiene relevancia en el contexto de la trama que descubr. X ahora admite haber recibido de Heidemann ciento ochenta y cinco mil marcos alemanes para sus gastos. No obstante, Heidemann declar que la cifra se aproximaba a los doscientos mil marcos. La polica de Hamburgo, tras registrar la residencia y el negocio de X en noviembre, tiene pruebas de que la cantidad que cobr X posiblemente supera con creces los cuatrocientos mil marcos. Es cierto que sigue sin conocerse el paradero de ms de cuatro millones de marcos del dinero abonado por Stern. La revista cree que est en manos de Heidemann, escondido en una cuenta secreta en Argentina o Filipinas. A pesar de haber interpuesto una demanda contra el y de que se est realizando una bus queda exhaustiva de los millones desaparecidos por todo el mundo, no pueden demostrar nada. Heidemann fue puesto en libertad dos aos despus. Divorciado, ignora do por casi todos sus antiguos amigos, y durante mucho tiempo incapaz de en contrar un trabajo, viva con una mujer en el diminuto piso de esta, quien le man con su sueldo de secretaria, y llevaba un nivel de vida extremadamente modesto (que yo tuve la oportunidad de ver con mis propios ojos). Mucho despues, tengo entendido que pudo conseguir pequeos encargos comefreelan ce, utilizando un nombre falso. Todo lo que puedo decir es que, de ser cierto que tena una fortuna escondida, hizo alarde de un dominio de s mismo inusual en l para poder resistirse a ir en busca del dinero.
FEBRERO
DE
2000
a la que llegu, y que estoy convencida de que es la verdad, es que en el origen del fraude haba cuatro hombres, todos ellos profundamente in volucrados en el turbio pasado nazi. Con toda seguridad, X era uno de ellos; el general Mohnke, ya fallecido, tambin form parte de esta conspiracin. Pero
199
EL TRAUMA ALEMN
finalmente no recib el apoyo necesario para finalizar mis pesquisas, asi que no pude concluir las investigaciones relativas a los otros dos implicados. Me gustara destacar que lo que considero interesante, significativo y muy distinto de la historia sobre el lraude que acapar la atencin de los medios de comunicacin en mayo de 19 8 3, es que mis investigaciones posteriores demostraron que el proyecto originalmente concebido por aquellos cuatro hombres inclua como mnimo dos volmenes autnticos, escritos por Hitler. Jakob Tiefenthaler me habl de uno de ellos, de forma confidencial primero a m, y posteriormente al editor del Sunday Times, Paul Eddy, quien durante un breve perodo me ayud a comprobar la veracidad de su relato: deca que se trataba de un diario encua dernado con el mejor cuero" y que tenia en su poder otros volmenes fide dignos que haba estudiado y ledo, sobre cuya autenticidad no tena la ms mlnima duda. El olro ejemplar, de mayor relevancia para esta historia, consiste en las notas (Deilksclirift) que el profesor Jackel pudo ver en casa de Fritz Stiefel. Se trataba de un volumen encuadernado en tapas de cartn duro de co lor azul oscuro con el titulo grabado en relieve en su portada, Anuario del partido, que abarcaba, en letra manuscrita por Hitler, los seis primeros meses de 19 3 5. Este cuaderno, y probablemente otros similares, en algn momento debieron de estar en manos de alguno o varios de los integrantes de este gru po, que los tomaron como modelo para su proyecto. Algunos aos ms tarde, Iras la muerte de la segunda secretaria personal de Hitler, Quista Sclirder, un editor inteligente y amigo suyo, Atlton Joachiinsthahaciendo gala de una objetividad digna de admiracin, public en 1985, con su autorizacin, las notas y memorias de Christa Sclirder en un libro titulado Ern'ili' inein Chef, merecedor de un pblico m u c h o ms amplio que el que tuvo. De l se desprende, a mi entender, que la sustraccin del Anuario V, probablemente, del otro volumen tuvo lugar posiblemente en la ltima sema na ele abril de 1945, cuando Hitler envi a Julius Schaub, su ayudante personal de mayor confianza, a la Cancillera, a su piso de Munich y, por ltimo, a Bergcon la orden de que quemase todas sus cartas, as como toda la documen tacin privada que llevase su firma. Christa Schroder describe esta escena en la pgina 213 de Er warincn Chef. Ella misma, al ver los documentos prctica mente quemados, sucumbi a la tentacin (no tanto motivada por la nostalgia cuanto por el clculo realista de su valor potencial, segn nos explic con franqueza) y rescat un montn de esbozos arquitectnicos realizados por Hitler (Speer tenia en su poder cientos de ellos, que Hitler le habla entregado o incluso realizado para l, durante todos aquellos aos). Tambin se apropi de una caita de Hitler dirigida a su sobrina Geli Raubal, de la que habla estado ena morado, y que se suicid cuando este le prohibi casarse. Sin embargo, Schrder tambin afirm que vio un libro de notas (Denkschrift), y afirma que deseara haber tenido el valor suficiente para salvarlo de las llamas. Aunque obviamente no fue el volumen que alguno de estos cuatro hombres tuvo en sus manos, su
200
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S DE H I T L E R
con tapas duras y una etiqueta blanca en la que apareca escrito el ttulo, "Idee
Esto tiene una relevancia considerable habida cuenta que muchos de los contemporneos de Hitler, as como los historiadores actuales, insisten en afirmal que Hitler NUNCA escribi. Por supuesto, es un hecho probado que, en los ltimos dos aos de su vida, se vio cada vez ms limitado por la enfermedad de Parkinson. Tambin es cierto que, mientras la guerra progresaba favorablemente y cuando empez a soar con su retiro, con frecuencia les expres a sus secretarias, Johanna Wolfy Christa Schrder, la necesidad de que le ayudasen a redactar sus memorias. Frau Schrder, en su libro postumo de memo rias, menciona que Hitler le dictaba con frecuencia, pero no dice nada de las numerosas notas{aide-mrnoires) que Hitler escriba casi siempre cuando ya se haba retirado a descansar en sus aposentos, y que al da siguiente eran co piadas y finalmente destruidas. La nica persona que me ha hablado de este hbito nocturno de escritura (y lectura) es Rochus Misch, jefe de la centralita personal de Hitler, cuyo testimonio es uno de los ms fidedignos que he odo nunca. Con frecuencia le tocaba el turno de noche en la centralita, contigua a las dependencias privadas de Hitler, y recuerda que este lea y escriba durante horas todas las noches, y que a menudo vea encendida la luz de su habitacin hasta las cuatro o las cinco de la maana. Cmo puede saber lo que hacia Hitler tras la puerta cerrada?, le pregunt. Con bastante frecuencia, durante la noche llegaban mensajes urgentes para Hitler, afirm Misch, quien tena r denes de hacrselos llegar mientras la luz de su cuarto estuviera encendida. Linge, el leal asistente de Hitler que deba permanecer despierto hasta que este apagase la luz, le haca pasar a sus aposentos, por lo que en varias ocasiones Misch pudo ver, cuando la puerta se abra y se cerraba, documentos y libros sobre su cama, as como una estilogrfica en su m a n o . Treinta y ocho aos despus, el hecho de que los diarios falsos estuvieran es critos en anticuados libros de cuentas fue casi lo primero que despert sospe chas acerca de su autenticidad, aunque la perpleja polica de Hamburgo estuvo de acuerdo conmigo en que a nadie se le podra haber ocurrido esta idea sin un modelo. Te imaginas a Hitler utilizando esos cuadernos baratos para escribir sus diarios?, me preguntaron algunos de mis compaeros de trabajo. Efectivamente, poda imaginrmelo, incluso antes de conocer las razones que hubiera podido tener, cuando le el libro de Christa Shrder algunos aos ms tarde. Algunos aspectos de la personalidad dc Hitler podan ser terribles, pero en ab soluto era materialista.
201
EL TRAUMA
ALEMN
De forma reiterada, he entrevistado y mantenido encuentros de considerable duracin con dos de los cuatro hombres que creo responsables del fraude (X y Mohnke), quienes, aunque se mostraron hoscos y enojados, y a pesar de ser conscientes de que lo que decan poda delatarles, no pudieron resistirse a la tentacin de hablar (como le sucede a mucha gente que vive en las penumbras de la sociedad). Ciertamente, me dijeron lo suficiente como para confirmar mis sospechas, y adems reafirmaron mi conviccin de que, con el tiempo, podra llegar a encontrar a los otros dos implicados. Pero para entonces me senta ago tada y necesitaba un descanso. Por Otraparte, al nuevo editor del Sunday Times, que haba tomado posesin recientemente de su cargo, por desgracia le preo cupaban (en cierto modo justificadamente) las considerables sumas dedicadas a este proyecto, y, adems, las teoras sobre conspiraciones no eran santo de su - devocin (eso era algo que tenamos en comn), por lo que puso fin a la inves tigacin justo antes de que pudiera dar con ellos. Antes de que se me ordenase regresar a Londres para escribir la todava incompleta historia, pude averiguar que Kujau, conocido por su habilidad para imitar caligrafas y dibujos, fue contratado por los cuatro hombres por una bonita suma de dinero muchos aos antes de que estallara el escndalo, para que confeccionase seis diarios a partir de lo que Hitler haba escrito en aquel libro encuadernado con el mejor cuero, el libro o libros de cuentas sin duda alguna conseguidos bajo las circunstancias descritas por Christa Schr der, asi como en sus discursos publicados y ensu Tabletalk (sus monlogos de sobremesa, grabados bajo las rdenes de Martin B o r m a n n ) . Cada uno de es tos seis diarios, escritos por Kujau en viejos libros de cuentas de aspecto similar, abarcaba un periodo de dos aos a partir de 1 9 3 3 . En ellos se incluyen las opiniones escritas o expresadas oralmente por Hitler y sus descripciones de algunos acontecimientos, pero tambin se incorpora el nuevo material creado y suministrado por aquellos cuatro hombres con la nica intencin de demos trar las cualidades de Hitler como estadista. Pero, sobre todo (al igual que en el caso de todos los neonazis y revisionistas), la finalidad de estas recopilaciones era enfatizar las intenciones relativamente benignas de Hitler y demostrar su inocencia en el exterminio de los j u d o s . Estos seis volmenes originales, que contaron con la supervisin de es tos hombres, que tenan cierto conocimiento de causa (todos ellos supues tamente hablan sido oficiales del regimiento Leibstandarte de Hitler o hablan servido en otros cuerpos de las Fuerzas A r m a d a s ) , sin duda ofrecan una calidad muy distinta de la de los diarios que Kujau confeccion posterior mente a partir de libros y documentos sobre el nazismo de dominio pbli co, de fragmentos de informes procedentes de archivos periodsticos y de rumores que corran en boca de individuos del crculo de Hitler, como, por ejemplo, a Erich Kempka, el que fuera su chfer, con quien habla entablado amistad.
202
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R
El plan original prevea nicamente la confeccin de esos seis diarios de finalidad encubridora, para su distribucin (y no para su venta) a i n s t i t u c i o n e s licas (universidades, historiadores y medios de c o m u n i c a c i n ) . F u e Kujau quien poco despus, en 1 9 7 6 , empez a ofrecerles, a intermediarios i n t r o d u c i dos en el mercado de las antigedades, pginas de los diarios copiadas de los seis volmenes ya preparados, para su venta en Estados Unidos. Uno de estos intermediarios, W o l f g a n g Schulze, con quien me entrevist en Florida en el transcurso de mis investigaciones (a quien ya he mencionado antes), me i n f o r m de que esta operacin habla obtenido resultados bastante lucrativos. Kujau, cada vez ms codicioso, al comprobar que incluso las pginas sueltas de aquellos dia rios podan venderse por importantes sumas, compr montones de libros de contabilidad antiguos y, de forma clandestina, empez a confeccionar diarios por decenas. Sabemos que en la poca en que conoci a Gerd Heidemann, en enero de 19 8 1 , ya haba preparado veintisiete diarios (l mismo me inform de ello), por los cuales la revista Stern estaba dispuesta a pagar dos millones de mar cos, segn le asegur el propio Heidemann. Tras una larga bsqueda, descubr el nombre de la empresa mayorista de artculos de papelera que les propor cion a los cuatro hombres (y posteriormente a Kujau) libros de contabilidad antiguos, anteriores a 1945, que ya no se encontraban en el mercado, y pude ver la firma de X como comprador. (Por supuesto que los compr, me dira posteriormente Kujau, incapaz de resistirse a fanfarronear; gracias a l consegu el nombre de los proveedores.) Una de las razones por las que Heidemann no sospechaba nada, al margen de su obsesin por las cuestiones nazis, hacia las cuales demostraba una inge nuidad sorprendente, radica en que su coleccin inclua una serie de escritos autnticos de Hitler (cartas, notas y otros documentos), que le hablan v e n d i d o o regalado sus amigos nazis. No era graflogo,y a sus ojos la caligrafa e inclu so la redaccin de los diarios de Kujau parecan idnticas a las de los documen tos escritos por H i t l e r . Heidemann habla podido ver el Anuario del partido de color azul oscuro que Fritz Stiefel guardaba en su santuario de recuerdos na zis, y que tambin haba pasado por las manos del profesor Jackel. Sin embargo, no habla tenido la oportunidad de ver ninguno de los primeros seis libros confeccionados por Kujau. Al igual que los modelos que sirvieron de inspira cin (el diario encuadernado con el mejor cuero y los dems libros de con tabilidad originales de Hitler que tambin debieron de utilizarse), estos seis primeros diarios fueron puestos a buen recaudo y desaparecieron mucho antes de que los medios de comunicacin y la polica llegaran al lugar de los hechos. Se rumoreaba que se encontraban ocultos en la caja fuerte de un chal en Ita lia. Me habra gustado comprobarlo, de haber podido continuar con mis in vestigaciones. Pero de eso hace mucho tiempo, as que sigue sin conocerse el actual paradero de aquellas dos terribles, y a la vez sagradas, reliquias de la era hitleriana.
203
EL TRAUMA ALEMN
Sin embargo, cualquiera que conozca la literatura sobre Hitler y el Tercer Reich y se haya t o m a d o la molestia de leer los sesenta y dos diarios falsos (de los cuales conservo copias almacenadas en cajas en mi estudio de Londres), llega r a la conclusin de que, por muy pedestres que sean, no es posible que Konrad Kujau inventase algunos de sus ingredientes, Kujau era un hbil falsificador con una memoria portentosa. Sin duda, a medida que redactaba los diarios tambin dibuj algunos de los bocetos incluidos en ellos o que los acompaa ban. Dibujar y recitar de memoria constituan algunos de los trucos con los que sola entretener a sus visitas y a la polica en la crcel. No obstante, la co herente lnea psicolgica y poltica que salpica los diarios supera las capacida des de este granuja iletrado. Sin embargo, fue lo suficientemente inteligente como para sacar partido de los seis volmenes creados por l con la ayuda de los cuatro hombres que idearon el fraude, aprovechando algunos fragmen tos, insertando oportunamente una lnea aqu y un prrafo all, para, de este modo, confrontar al lector de las otras sesenta y dos falsificaciones con intelianotaciones donde algunas lneas antes no haba indicios de ellas. In cluso en el m a r e m g n u m de chismes y material histrico copiado, en algunos de sus ridculos y primitivos escritos consigui con xito imitar la lnea que los artfices del fraude haban decidido infundir a la obra, que consista en pre sentar a un Hitler inocente y traicionado por los dems. De su lectura minu ciosa se desprende que Hitler era un hombre razonable y solitario, obligado a una guerra que no deseaba. Un Hitler que, aunque no apreciaba a los es lavos ni a los judos, tampoco demostraba un especial odio hacia ellos. Este in dignante personaje de ficcin, producto no de la invencin sino de la insercin de materiales e x i s t e n t e s (cuya calidad informativa fue sin duda la que enga a Heidemann), demuestra un comportamiento mucho ms abusivo hacia sus esbirros y generales (responsables de los errores de su rgimen) que hacia aquellos a quienes orden esclavizar y asesinar. Tras siete agotadores meses, en los que no me fue p o s i b l e desenmascarar a los hombres que realmente se encontraban detrs de todo este a s u n t o , la inves tigacin sobre el origen del escndalo de los diarios de Hitler se convirti para m en el trabajo periodstico menos satisfactorio de mi carrera. Con el tiempo, este asunto se convirti en el tema de una pelcula cmica alemana, y tambin de una igualmente entretenida y bien escrita comedia britnica. Lamentable mente, este suceso se recuerda principalmente como la creacin de un inteli gente s i n v e r g e n z a de poca monta y como una prueba de la avaricia de los medios de comunicacin, lo cual ha permitido que algunos individuos consi derablemente malintencionados sigan sonriendo por el resto de sus das. El verdadero peligro que el fenmeno de los diarios de Hitler ha sacado a la luz es que la nica crnica del nazismo aceptable parece que lia de ser un pasado adornado, como el que presenta la pelcula Holocausto, y la creencia de que la falsificacin de los diarios de Hitler o de cualquier otro elemento rea-
F A L A C I A S Y E N G A O S . LOS D I A R I O S D E H I T L E R
donado con aquel perodo es una falla leve, o ni siquiera un delito, sino ms bien una broma, y, por tanto, los personajes implicados pasan a ser figuras cmi cas. El verdadero Hitler y su legado es algo que el mundo no puede permitirse olvidar. Sigue siendo la pesadilla, el horror todava no resuelto que, como una sombra, acecha nuestras vidas. Todo lo que se escriba sobre l tendr un p blico potencial. Pero la idea de que este hombre puede hablarnos, utilizando nuestro mismo lenguaje y describiendo acontecimientos comunes, se ha con siderado inaceptable durante mucho tiempo. El hecho de aceptar esta posibi lidad le otorga una dimensin humana de la que, por consenso universal, de bera exclursele, con el fin de que podamos protegernos del hecho de que existi y de que fue amado por millones de personas durante aOS.*
* La presentacin de un Hitler humano en la obra de David Edgar Albert Speer, basada en mi libro y estrenada en el Royal National Theatre de Londres el 2.5 de mayo de 2000, ha recibido idntica aceptacin por parte de la crtica y del pblico, lo cual no deja de ser extraordinario.
205
LA
EXTRAORDINARIA
CAZA
DE
GLOBOCNIK
FEBRERO
DE
2000
Mi segunda incursin en el campo de los embusteros obsesivos, aunque fue una experiencia muy distinta por su origen, por la personalidad involucrada en ella y por la conclusin a la que llegamos tras ocho meses de investigacin, result igualmente desconcertante. En 1 9 8 3 , mientras buscaba documentacin estadounidense sobre los diarios de Hitler, un reputado historiador del Instituto H o o v e r d e California me puso en contacto con un hombre a quien llamaba Peter Stahl, quien, segn dijo, coleccionaba armas y otros objetos de inters. Rxcepcionalmentebien in formado sobre el Tercer Reich, en el pasado haba sido de gran ayuda en la labor de localizacin de fuentes de este y otros historiadores estadounidenses. En efecto, en 1983 y posteriormente en otras ocasiones, pude comprobar que Stahl, al igual que David Irving, posea un archivo casi enciclopdico de informacin sobre documentos del Tercer Reich, y se mostraba bien dispuesto a compartir lo. Inmediatamente me di cuenta de que el inters de Stahl por el nazismo era obsesivo; sin embargo, nunca dijo nada que (a diferencia de otros con idnti ca obsesin) dejase entrever una postura radical de extrema derecha, antise mitismo o ambiciones polticas personales. Poco antes de las Navidades de 1987, cinco aos despus de nuestro primer encuentro, me telefone para decirme que quera enviarme el primer folio de un documento extraordinario de cuatro pginas que haba cado en sus manos. Me hizo prometer que mantendra es trictamente en secreto el hecho de que dicho documento obraba en su poder, puesto que, de hacerse pblico su hallazgo, esto podra ponerle en peligro. Deduje que solo me enviara las otras tres pginas si expresaba mi inters por investigar lo que revelaba el contenido de la primera de ellas. En un principio me pareci que todo este asunto sonaba demasiado melodramtico, y de todas formas es taba terriblemente ocupada, as que le dije que no me enviase nada ms hasta despus de Navidades. Pero cuando el 28 de diciembre recib la totalidad de las cuatro pginas, la informacin contenida en ellas me pareci, por decirlo suavemente, alarman te. El hecho de que los aliados occidentales y los del Este haban competido por captar a los nazis que podan serles tiles una vez finalizada la guerra era bien
206
LA E X T R A O R D I N A R I A CAZA DE G L O B O C N I K
conocido. No se trataba nicamente de mdicos e ingenieros espaciales, como era el caso de W e r n h e r v o n Bratin, sino tambin de los antiguos jefes dc los servicios de informacin nazis, muchos de los cuales, como Reinhard Gehlen, ha ban sido utilizados por Estados Unidos, y otros por Mosc. Entre ellos cabe destacar, por su relevancia y la amenaza que representaba para Occidente, a jefe de la Gestapo, que haba desaparecido de Berln sin dejar rastro en abril de 1 9 4 5 . Este contaba con un vasto conocimiento sobre los espas no solo de Alemania sino de todo el m u n d o , y durante mucho tiempo se le crey en Mosc. La primera pgina del documento que lleg a la puerta de mi estudio de Kensington pareca insinuar que fueron los britnicos y estadounidenses quienes en 1945 colaboraron en la misteriosa desaparicin de Mller y otro criminal nazi, as como en su reubicacin fuera del continente europeo. El se gundo nombre mencionado en esa primera pgina me impresion mucho ms que el de Mller: se trataba de O J i l o Globocnik, favorito de H i m m l c r y jefe de las SS en Lublin, responsable de la Aktion Reinhard, la organizacin a cargo de los cuatro campos de exterminio de la Polonia ocupada, en los que fue gaseada la mayor parte de los judos europeos. Todas las i n f o r m a c i o n e s que consegu recabar sobre Stangl y otros participantes en la Aktion F e i n h a r d , y mediante el estudio de los archivos para la preparacin de En aqiit'Un^ tinicblas, parecan indicar que Globocnik era un hombre extremadamente cruel y corrupto, y que, en cualquier caso, deba ser considerado c o m o uno dc los peo res criminales nazis. En el transcurso de una larga conversacin telefnica que mantuve con Stahl a principios del mes de enero, este me dijo que en un primer momento se haba interesado por Mller, por lo que, en virtud de la F O I fia Ley sobre libertad de informacin), haba solicitado informacin a Fort Mcade (donde se almacenaban los registros del CIC), y que, precisamente, haba encontrado aquellas cuatro pginas entre el material de archivo que h a b a recibido. Estaba seguro de que aquel documento era absolutamente confidencial y que deba de haberse traspapelado entre las cuatrocientas pginas, en comparacin ino fensivas, que le enviaron. Haba contactado con varios conocidos suyos rela cionados con instancias gubernamentales para hablarles de aquel documento, pero, por extrao que parezca, este no pareci despertar su inters. Por su puesto, era esencial verificar la autenticidad del documento, p e r o no se haca demasiadas ilusiones acerca del comportamiento de los britnicos y estadou nidenses tras la guerra, y tena la impresin de que, si el contenido de aquellas pginas era cierto (es decir, si se demostraba su veracidad tras una minuciosa investigacin sobre el origen del documento, y con la colaboracin de testigos oculares y los oficiales ya jubilados del CIC que haban estado i m p l i c a d o s ) , con toda seguridad debera salir a la luz pblica. En caso de que los aliados oc cidentales, en su obsesin por la guerra fra, se hubieran sentido impelidos a
207
E L TRAUMA A U M A N
salvar dc entre toda aquella gente al h o m b r e cuyos terribles crmenes yo habla descrito en mi libro y que, supuestamente, se habla suicidado en CariiUia en mayo de <)45 cuando los britnicos le capturaron, hecho que ha quedado re cogido en todas las crnicas de aquella poca, entonces el descubrimiento de que haba sido trasladado a Estados Unidos, donde tal vez continuaba con vida, deberla ser motivo de una profunda indignacin sin precedentes. pregunt a Stahl qu esperaba sacar de todo esto. Me respondi que solo le interesaba la verdad, nada ms. Su nombre, tal como ya me habla advertido antes, deba quedar completamente al margen. Una semana despus me envi tres pginas ms, y tres meses ms tarde, otras tres. Como explico en la relacin de los hechos que detallo a continuacin, antes de involucrar a ningn peridico era prioritario determinar la autenticidad de aquellas pginas como documento del CIC, tarea que le propuse al doctor Robcrt W o l f e j e f e de la seccin militar de los Archivos Nacionales de Washing ton y, por tanto, un archivista considerablemente reputado. A finales de abril de 1988, v a r i a s agencias de Estados Unidos (el FBI y Fort Meado, entre otras) i n f o r m a r o n de que no hablan podido encontrar defectos en el documento del CIC. No obstante, otros organismos se mostraron curiosamente reacios a facilitarle al doctor Wolfe la informacin que haba solicitado y a la que sin duda tenia derecho, lo cual pareca respaldar la opinin de Stahl. Con el fin de proseguir con las investigaciones era necesario tomar una decisin, as que, con el permiso de Stahl, me dirig al peridico "1 he Times. Durante los dos aos anteriores habla trabajado con Richard Williams, en aquel entonces el fenomenal editor de artculos de aquella publicacin, en re lacin con la historia de John Deuijanjuk, acusado en Estados Unidos e Israel de haber sido el temido guardin de Treblinka, apodado Ivll el Terrible (vase la pgina 1 6 ) . Sabia que si habla alguien capaz de asumir una historia tan compleja y controvertida como esta, y de convencer al editor de su importan cia y de la necesidad de absoluta discrecin, ese era Williams. Charles Wilson, entonces editor del / wifi5,pronto se sinti tan intrigado como nosotros, pero la implicacin de Williams fue decisiva. Lo primero que hizo Richard, y que para mi fue un precioso regalo tras la agotadora soledad que sent durante la realizacin de mi trabajo sobre los diarios de Hitler, fue concederme la posibilidad de que mi marido, Don Honeynian, quien no solo es un buen fotgrafo sino que, adems, est dotado de un excepcional talento para las labores de investigacin, pudiera acompaarme a dondequiera que mi misin me llevase. Richard nos demostr su apoyo de diversas maneras durante toda la inves tigacin, pero adems, y 110 menos importante, comprendi desde un princi pio que la historia era un monstruo de dos cabezas, ambas de evidente inters pblico. Perseguamos la autentificacin mediante la colaboracin: de conseguirlo, tendramos pruebas de un acto de cinismo gubernamental verdadera208
LA E X T R A O R D I N A R I A CAZA DE GLOBOCNIK
mente atroz, peor que cualquier otro de los que haban salido a la luz, y del que deberan responder tanto los britnicos como los estadounidenses. Por el contrario, si encontrbamos indicios de que el documento de Stahl no era autentico (aunque ninguno de nosotros poda imaginarse una razn para entonces debera buscarse al falsificador para que recibiera un merecido castigo.
JULIO
DE
1992
La fecha que apareca en el documento de cuatro pginas era la del 30 de no viembre de 194S, y llevaba las firmas de dos oficiales del cuerpo de contraespiode Estados Unidos, que se encontraban destacados en el Berln ocupado. Lleg a Londres desde California por mensajero, y en l caba la posibilidad de que se desvelase el mayor de todos los escndalos relacionados con la protec cin que ofrecieron los aliados a los altos cargos nazis despus de la guerra. El documento se titulaba Investigaciones soviticas: Proyecto bersee/3. Algunos pasajes haban sido censurados a conciencia; sobre ellos apareca es tampado el sello SECRETO, por lo que se supone que las frasesy los prrafos concretos afectados hablan sido censurados durante un proceso oficial de des clasificacin de la informacin. Sin embargo, los fragmentos todava legibles eran dinamita. El autor del informe, el agente especial Severin F. Wallach, describa en l las medidas tomadas por los servicios de informacin de Gran Bretaa y Es tados Unidos con el fin de evitar que los soviticos descubrieran el paradero de dos antiguos generales de las SS: Heinrich Mller, jefe de la Gestapo de 19 3 5 a 1 94 5, y Odilo Globocnik, cuyo ltimo destino antes de la derrota de los nazis fue el litoral adritico, donde fue responsable de la guerra contra los partisa nos en la zona trifronterizade Trieste. Durante aos se rumore que Gestapo Mller haba escapado de Berln con vida. Se han recibido noticias de que ha sido visto en Suramrica, El Cairo, Damasco, Mosc y Berln Oriental. Con toda seguridad, un hombre con su ex periencia debe ser de considerable inters para los servicios secretos de nume rosos pases, por lo que no resulta sorprendente que su nombre aparezca en un documento semejante. Pero la idea de que los aliados puedan haber salvado a Globocnik es algo digno de asombro. Nacido en 1 9 0 4 en Trieste y de padres austracos, Globocnik fue uno de los primeros nazis ilegales, adems del favorito de Himmler, y fue nombra do primer gauleiter de Viena en 1938. En 1941, Himmler le otorg un nuevo cargo, como jefe de las SS de Lublin, en la Polonia ocupada, y adems le confi una misin muy especial: llevar a cabo la Operacin Aktion Reinhard, la es trategia para el exterminio de los judos. Se encarg de construir, de dotar de per-
EL TRAUMA ALEMN
SOnaly del funcionamiento de los cuatro campos de exterminio: Chelmno, Belzec, Sobibor y Treblinka. A finales de 1 9 4 3 , cuando estos centros homicidas, as como el campo de trabajos forzados y exterminio ci Majdanek, tambin a su cargo, fueron clausurados debido a la amenaza que supona la proximidad ele los rusos, Globocnik ya era directamente responsable del asesinato de por lo menos tres millones de hombres, mujeres y nios. Himmler le escribi en noviembre de 194 3, dirigindose a l por su apodo de infancia: Querido Globus, te confirmo la recepcin de tu carta del 4 de noviembre de 1943) y de tu informe sobre la finalizacin de la Aktion Reinhard [...]. Quiero hacerte llegar mis expresiones de gratitud y reconocimiento por los ex cepcionales servicios prestados en beneficio del conjunto del pueblo alemn al llevar a cabo la Aktion Reinhard [...]. Globocnik fue capturado por las tropas britnicas en Carintia en mayo de 1 9 4 5 , y supuestamente se suicid pocas horas despus, en el patio del castillo de Paternion, el cuartel general del Cuarto Regimiento britnico de los Hsares, que hablan llegado de Italia la semana anterior.. Pero los acontecimientos de aquellos das a menudo resultan turbios y de difcil confirmacin. Era po tal como afirma el informe de Wallach, que los aliados hubieran estado dispuestos a salvar a aquel hombre y a ofrecerle una nueva identidad para que pudiese establecerse primero en Canad y ms tarde en Estados Unidos? La fuente de la que procede el documento, Peter Stahl, no alberga la menor duda respecto a su autenticidad. Se trata de un coleccionista y comerciante de objetos de inters militar y del Tercer Reich que reside en California, Se dice que hay unos tres mil coleccionistas similares en Estados Unidos, y muchos ms en Europa. Algunos de ellos, como, por ejemplo, el ltimo marqus de Bath, de quien se dice que posee la mayor coleccin de Inglaterra, o Billy Price, el millo nario tejano que en 1983 public por iniciativa propia un atractivo volumen con 72 3 dibujos y pinturas de AdolfHitler, asi como muchos otros menos ricos y ambiciosos, son bsicamente gente corriente, si bien es cierto que presentan esta peculiaridad. Algunos como Peter Stahl, sin embargo, no son gente corriente. Para ellos, el hecho de coleccionar y comerciar con estos objetos es mucho ms que una aficin: es una pasin que domina sus vidas. Entre enero y mayo de 1988 Stahl me envi un anexo de tres pginas, que deca haber perdido en una mudanza. Segua insistiendo en la proceden cia del documento: deca haberlo encontrado en 19 8 3, dentro de una voluminosa carpeta con informacin sobre Gestapo Mller, que l (o un amigo de los servicios secretos cuyo nombre no debe nombrarse) haba solicitado a Fort Meade, el archivo de la inteligencia del Ejrcito norteamericano, ubicado en Virginia, en virtud de la Ley de libertad de informacin. Stahl estaba convencido de que la presencia de este informe del CIC, redac tado con un ingls asptico, entre los cientos de pginas en alemn sobre Mller, era accidental. El hecho de que este material extremadamente confiden210
LA
EXTRAORDINARIA
C A Z A DE G L O B O C N I K
ciil hubiera podido salir de aquella agencia de inteligencia simplemente le rea firmaba en su mordaz opinin de que los funcionarios de Fort M e a d o son idiotas. Le pregunt por qu habla esperado tantos aos, si realmente el d o c u m e n t o habla llegado a sus manos en 198 3, para hacer algo al respecto, Y tampor qu me lo haba hecho llegar a m, en lugar de a sus contactos en Es tados Unidos. Stahl me respondi que habla mencionado en varas o c a s i o n e s la posibilidad de que Globocnik hubiera sobrevivido a historiadores y f u n c i o narios d e ! Gobierno de Estados Unidos, pero el menosprecio u n n i m e que obtuvo como respuesta le habla hecho pensar que lo n i c o que conseguira si enseaba a alguien el documento sera ponerse en evidencia. Entonces recor d que en 1983 me haba preguntado si estaba segura de que Globocnik estaba muerto. Le remit al libro de Gerald Reitlinger 77ie Final Sohition, en el que ei autor describa a un soldado britnico fotografiando su cadver con el fin de conservar una fotografa del hombre ms perverso del mundo. Un ao antes, segn me dijo, haba ledo mis artculos sobre el juicio de John Demjanjuk,y habla vuelto a leer mi libro En aquclhis tinieblas, en el que G l o bocnik es un personaje clave. Entonces decidi que si ellos haban salvado real mente a ese depravado, y en caso de que permitieran que siguiera viviendo de lo recaudado a travs de sus infames actividades en la Polonia ocupada, no debla permitrseles (a los Gobiernos britnico y estadounidense) salir i n d e m n e s de ello. Todo esto deba salir a la luz, al margen de las consecuencias. Peter Stahl estaba de acuerdo conmigo en que deba verificarse la a u t e n t i cidad del documento antes de poder pensar en publicar una acusacin seme jante, y se ofreci voluntario para ayudar a los expertos a los que solicitaramos su colaboracin. No deseaba divulgar su direccin ni su nmero de telefono, asl que los expertos que deseasen hablar con l deberan comunicrmelo a rn primero y, entonces, l se pondra en contacto con ellos. El doctor R o b e r t Wolfe, de los Archivos Nacionales de Washington, una autoridad mundialmente reconocida en cuanto a la d o c u m e n t a c i n relativa al Tercer Reich y sus repercusiones, fue la primera persona a la que me dirig. Cuando vio el documento, no pudo disimular su turbacin: en caso de ser au tntico, daba cuenta del acto ms vergonzoso cometido por su pas (y Gran i r e taa) tras la guerra. Ciertamente, el lenguaje pareca extrao en algunos pasajes, pero m u c h o s agentes del CIC sobre el terreno (incluido Wallach) eran hombres de proce dencia extranjera, cuyo ingls era un tanto artificioso. Los parches de ingls asptico podan ser el resultado de la inexperiencia o de la apata dc los fun cionarios que preparaban los documentos que deban hacerse pblicos en vir tud de la Ley de libertad de informacin. A la vista de las entonces recientes re velaciones acerca de las fechoras cometidas por el CIC en el caso de Klaus Barbie, pareca harto probable que el documento fuera autntico.
211
ET,
1 R A U M A ALEMN
Cuando el doctor Wolfe se lo llev al director del archivo de Fort Meade, el coronel Walsh, su primera impresin fue que pareca autntico, salvo por la ausencia, en varios casos, del sello que deba levantar el secreto oficial. El coronel Walsh asignarla a un ayudante para que buscase el original o cualquier otra documentacin que pudiera corroborar su veracidad. Entretanto, en la Oficina del Archivo Pblico de Kew, encontramos una relacin detallada de la captura de Globocnik y su posterior suicidio en Carintia, en las m o n t a a s de la zona central de Austria, el 31 de mayo de 1945. En el Diario de Guerra del Cuarto Regimiento de los Hsares de Su Majestad consta que un sargento de las SS, prisionero de los britnicos en su Cuartel general en Paternion, situado en lo alio del valle de Drau segn se llega desde Vi llach, h a b a informado de que Globocnik y cinco de sus subordinados se escondan en una cabana en las montaas, y finalmente haba guiado una expedicin de treinta fornidos hombres en una incursin matutina que tuvo xito. Los capturados, entre los cuales se hallaba un troteo inesperado, elgauleiler local, negaron saber nada sobre las SS o Globocnik. Fueron llevados al cuartel genera! del regimiento de los hsares, ubicado en el castillo de Paternion, donde fueron encarcelados. Un hombre que deca ser un comerciante de Klagenfurl, sin embargo, permaneci en el patio del castillo. El diario dice lo siguiente:
11:30.Un hombre del que se sospechaba que era OIOVOCNIK[S'C] se delat con un leve movimiento de cabeza cuando el comandante RAMSAY grit su nombre en el patio. Se orden su arresto, pero este se envenen con cido prsico en el trayecto de ciento cincuenta metros entre el patio del castillo y los calabozos [...]. 12:00. Tres individuos, al contemplar el cuerpo sin vida de GLO\OCNIK, confesaron su identidad [queperteneca a las SS].
Esto es lo que consta en el diario, redactado a los pocos das del incidente, pero podemos estar seguros de que se trataba de un hecho concluyente? Por otra parte, el mtodo de gritar un nombre no era demasiado primitivo para '.'Captua un sospechoso de haber cometido crmenes de guerra? Cualquiera que oyese un grito repentino, no reaccionara con un leve movimiento de cabeza? No habla testigos imparciales que pudieran reconocerle, nicamente sus subordinados. Es posible que la identificacin fuese errnea? O que se trata se de una conspiracin por parte sus propios hombres? El doctor Wolfe rpidamente encontr en los Archivos Nacionales otro informe elaborado por el agente especial Severin Wallach, en relacin con el atentado del 20 de julio contra la vida de Hitler: esto confirmaba que Wallach efectivamente estaba destinado en Berln en la fecha en la que se redact el informe encontrado por Stahl. Pero teniendo en cuenta que el doctor Wolfe habla recalcado el carcter urgente de la investigacin a Fort Meade, los frustran-
212
LA E X T R A O R D I N A R I A CAZA DE GLOBOCNIK
tes resultados parecan indicar que este organismo habla realizado con muy poco entusiasmo la labor por l encomendada. A finales de abril, Wolfe decidi que su circunspeccin no era un mtodo eficaz, as que escribi una carta oficial en la que solicitaba toda la informa cin existente sobre Mller y Globocnik. El coronel Walsh estaba de vacacio nes, pero a los pocos das uno de sus asistentes telefone al doctor Wolfe para informarle de que no contaban con ninguna informacin sobre Mller (el jefe de la polica secreta de la Alemania nazi). A esta increble aseveracin sigui una carta que informaba de que la ausencia de informacin era extensible a Globocnik: que no habla nada sobre el hombre responsable del exterminio de los judos en Polonia. La nica persona a la que pareca no sorprenderle el resultado de estas di ligencias era Peter Stahl, quien desde un principio se haba mostrado conven cido de la ocultacin o destruccin de documentos tan comprometedores tras las revelaciones del caso Barbie. Entretanto, los expedientes haban llegado a su casa, y envi un documento de tres pginas titulado Aprovechamiento y utilizacin de antiguos oficiales de las SS. Se trataba de un documento ms perturbador si cabe, supuestamente es crito por uno de los superiores de Wallach, Andiew Venters, cuya firma pudo verificarse inmediatamente a partir de otros documentos pblicos. En l apa reca una relacin simplista de la situacin poltica y la valiosa contribucin que Mller haba hecho a los servicios secretos occidentales; tambin se insinuaba que Hitler habla sobrevivido a la guerra, y se mencionaban las cuantiosas sumas transferidas por Martin Bormann al extranjero. Adems, atribua a los britnicos la escandalosa propuesta de que, en caso de que sea necesaria una intervencin militar contra los sionistas [...], antiguos oficiales de las SS, como por ejemplo Globocnik, [...] [podran] ser destinados a Siria en previsin de que sea necesaria su colaboracin en calidad de especialistas en [...] manejar elementos disidentes. De hecho, yo estaba al corriente de que se haba ofreci do asilo en Siria a otros oficiales de alto rango de las SS, para utilizarlos poste riormente como asesores militares y de los servicios secretos. Sin embargo, el estilo de este segundo documento, mucho ms que su contenido, era extrema damente polmico, y mi reaccin inmediata fue desestimarlo por parecerme ridiculo, asi como anular mis planes de visitar Carintiapara verificar la histo ria del suicidio de Globocnik. Pero los expertos estadounidenses familiarizados con los informes del CIC me aseguraron que en ocasiones se recurre a este tipo de informes con el fin de sacar de su ensimismamiento a los mandamases ms renuentes. Ahora, sin duda pareca de vital importancia averiguar qu ha bla pasado realmente en Paternion en 1 9 4 5 : en caso de poder comprobar que Globocnik haba muerto all, se demostrara que el documento era falso; otra cuestin sera desvelar el enigma de Washington. En caso contrario, el doctor Wolfe continuara con la investigacin haciendo caso omiso de Fort Meade.
EL TRAUMA ALEMN
Mi marido y yo salimos con destino a Carintia a principios del verano de Durante las tres semanas siguientes, realic distintas entrevistas, primero en el norte de Italia, donde resida Globocnik con anterioridad a su retirada a los Alpes de Carintia, y despus en Paternion, la pintoresca aldea en la que supuestamente habla fallecido. Pero mis pesquisas tuvieron como resultado contra dicciones sorprendentes y declaraciones inverosmiles de los testigos oculares. En Italia hablamos con el doctor Pier Arrigo Carnier, cuyo libro La stermino memento, que incluye una relacin detallada de la huida y la muerte de Globocnik basada enteramente en el testimonio de testigos presenciales (especial mente en el del antiguo comandante de las SS Ernst Lerch, ayudante favorito de Globocnik en Lublin y Trieste) acababa de ser reeditado. El doctor Carnier describe en su libro una violenta discusin entre Globocnik y un oficial de seguridad britnico, el capitn Josep, durante el transcurso de la cual este amenaz al iracundo Globocnik con su inmediata deportacin a Yugoslavia. Lerch y otros testigos informaron a Carnier de que Globocnik se suicid tras este des piadado interrogatorio. Pero no era cierto. Semejante interrogatorio nunca tuvo lugar, y si bien es cierto que existi un oficial de seguridad britnico llamado Josep, este llego a Paternion algunos das ms tarde. Por qu se haba inventado semejante his toria? Frau Brabeck, la vigorosa viuda de ochenta y dos aos del antiguo admi nistrador de la propiedad del castillo de Paternion, nos proporcion una de tallada descripcin de un hombre de gran envergadura vestido con un traje azul marino y una camisa blanca, que fumaba un cigarrillo detrs de otro in vadido por el nerviosismo, mientras paseaba por el patio aparentemente sin vigilancia. Recuerda que le dijo a su cuada: Es un candidato al suicidio. Cmo era posible que un hombre sospechoso de ser un criminal de guerra estuviera sin vigilancia en un patio abierto? Herbert Dunkl, ahora un hombre de negocios de la regin, pero en 194 5 to dava un nio, nos dijo que l y dos amigos haban corrido hacia el castillo cuando oyeron que uno de los capturados era elguleiter de Carintia, Friedrich Rainer, a quien admiraban. Hablan visto a un grupo de prisioneros caminando hacia ellos desde los calabozos, y tambin cmo se desplomaba durante el tra yecto un hombre situado a la derecha c\gauleiter, tras lo cual los britnicos les echaron. Pero en el Diario de guerra se afirma que el suicidio tuvo lugar mien tras se dirigan al calabozo, hecho que nos confirm Ernst Lerch, el principal ayudante de Globocnik en Polonia, durante una entrevista de cuatro horas que mantuvimos con l en Klagenfurt. Segn este, habla podido ver toda la escena desde la ventana de su celda, por lo que afirma que vio morir a Globocnik. Al da siguiente, sin embargo, regresamos a Paternion y echamos un vistazo a los calabozos, comprobando que no habla ventanas con vistas al camino que salla del castillo.
214
Otro prisionero, que habla sido el responsable de propaganda en la regin, le dijo a su hija que el suicidio tuvo lugar por la noche, no a las 11:30, y que les despertaron para identificar el cadver. Recordaba que le habla impresio nado el hecho de que obligaran a los prisioneros a observar cmo arrojaban el cadver en una fosa practicada en una porqueriza, tras lo cual hicieron pasar a los tanques por encima para eliminar cualquier rastro. Pero los archivos indican (tal como nos lo confirmaron posteriormente los oficiales britnicos all presentes) que tampoco hay nada de cierto en esta historia: el entierro tuvo lugar aquella noche, cuando los prisioneros ya hablan sido enviados a los distintos centros donde se llevaran a cabo los interrogatorios. Fian Mara Tscliernutter contempl el apresurado entierro aquella noche de la primavera de 1945, en compaa de su joven marido granjero, desde el desvn de su casa, si tuada al otro lado de la carretera. En la actualidad sigue viviendo en la misma granja. Ante nuestra insistencia, finalmente seal el lugar de la sepultura; se hallaba a doscientos metros de un vertedero situado al otro lado de la carrete ra. Por si la confusin fuera poca, en el Diario dc guerra de Kcw, en la ltima pgina que dedica a informar sobre ei incidente, aparece el nombre de Globocnik en la lista de ocho prisioneros que el oficial de la polica militar, el capi tn Willett, haba ordenado trasladar aquel mismo da. Intentamos encontrar la fotografa del cuerpo de Globocnik mencionada por GeraldReitlinger. Nuestras pesquisas en Kewy otros archivos n o solo fueron infructuosas respecto a la fotografa, sino que, adems, arrojaron dudas so bre la totalidad de la historia (obviamente, aunque los aliados saban bastante sobre los campos de concentracin como Belsen, Buchenwald, Auschwitz y los campos de exterminio de Polonia siguieron en la oscuridad du rante meses). En julio de 1 9 4 5 , en una lista de criminales de guerra que puede encontrarse en los archivos de Kew, en la que aparecen los nombres de todos los comandantes de campos de concentracin, no se menciona a un solo miembro del personal de los campos de exterminio polacos. Globocnik apare ca en una lista britnica de hombres perseguidos en mayo de 1 9 4 5 , pero no por la misin que haba llevado a cabo en Polonia. Para las tropas britnicas que le capturaron, las actividades que llev a cabo para las SS en Trieste eran motivo ms que suficiente para convertirse en un objetivo prioritario. Finalmente, aparecieron copias de una fotografa en los archivos de los tri bunales de Klagenfurt y en los documentos que conservaban algunos de los familiares de Friedrich Rainer, el que fuera gciulciter de la regin, quienes se mostraron muy dispuestos a ayudar. En ella poda verse a seis prisioneros y varios soldados britnicos, de pie al lado de un objeto que yaca en el suelo, tan borroso que casi no poda reconocerse en l a un ser humano, pero identifica do en la fotografa como el cadver de Globocnik. Cmo es posible distinguir entre los recuerdos y la leyenda, entre la verdad y la mentira? Y, teniendo en cuenta el informe del C I C , que incluso tras meses
215
EL
1 R A U M A ALEMN
de investigaciones nadie habla sido capaz de desacreditar, cmo podamos estar seguros de que la mancha de la fotografa era el cuerpo inerte de Odilo Globocnik?
De toda la gente a la que visitamos en Austria, la persona que probablemente ms nos impresion fue retel, el lujo de Globocnik, de cuarenta y dos aos de edad. Naci en enero de 194 6 en Woifsburg, ciudad en la que su madre (que haba presidido la Federacin de Jvenes Alemanas de Carintia) estuvo nternada antes de su nacimiento junto con miles de otros destacados nazis. Aunque parezca increble, Lore Globocnik era mitad judia. Se caso con Globocnik en octubre de 1 9 4 4 . Peter no lleg a conocer a su padre, y su madre, fallecida en 1 9 7 4 , apenas le habla hablado de l. Cuando tuvo la edad suficiente, devor toda la informacin que pudo encontrar, pero no habla nadie a su alrede dor a quien pudiera interrogar acerca de su padre: la nica persona originaria de Carint a que habla estado con l en Polonia y que habla permanecido en li bertad, Ernst Lerch, siempre le haba rehuido. Le preguntamos cmo se senta. No s qu debo sentirrespondi, con cierto tono de tristeza y desampaHe escuchado la versin de tres ancianos, los nicos que le conocan real mente, pero, por supuesto, se trata de sus amigos. Me he documentado en re lacin con todas las pruebas que demuestran el Holocausto, as como las que lo niegan. Si creo en las pruebas a favor... entonces debera pensar que mi pa dre...se detuvo unos instantes. Pero si hago caso de las reivindicaciones en contra, entonces estar tomando partido a favor de individuos cuya ten dencia ideolgica y poltica aborrezco. Le preguntamos tambin si haba odo los rumores sobre el dinero y los objetos de valor que su padre se llev consigo cuando las tropas se replegaron hacia Austria. Su madre, dijo, habla hecho reformas en la casa tras la marcha de los britnicos, que la haban requisado en mayo de 1 9 4 5 . Pero nunca vio in dicios de verdadera abundancia, y su madre siempre tuvo que trabajar. Haba algunos muebles, dijo mientras nos mostraba un gran escritorio de marquete ra y un armario antiguo. Eso es todo lo que lleg a nuestra casa, pero otros muchos objetos se quedaron cu el Hotel Enzian, situado en el Weissensee, donde se alojaron durante algn tiempo antes de esconderse en las monta as. (Lerch le haba mencionado al doctor Carnier la existencia de un convoy de camiones procedentes de Italia; ante m fue incapaz de negar su contenido en oro, dinero y otros objetos de valor.) Haba considerado la posibilidad de que su padre hubiera sobrevivido? (.Claro, siempre circularon rumores. Y fueron tantos los que sobrevivie ron. Aun as... si empez una nueva vida, tal vez incluso form una nueva fa milia y, en ese caso, quizs no hubiera querido saber nada de m.
216
LA
EXTRAORDINARIA
C A Z A DE G L O B O C N I K
Peter Globocnik fue el ltimo testigo importante con ei que hablamos en Austria. Demostr una profunda desconfianza hacia el colaborador ms cercano a su padre, Ernst Lerch, lo cual es bastante significativo. Este nos habla dicho algo que sabamos con certeza que era falso: que haba presenciado el suicidio de Globocnik desde un lugar estratgico que sabemos que nunca existi. La oficina germanooccidental para la investigacin de los crmenes del nazismo, situada en Ludwigsburg, encontr la transcripcin de un interroga torio realizado a su madre en el transcurso de una investigacin llevada a cabo en 1964, en la que se insinuaba que Globocnik podra seguir vivo. El hecho de que Lore hubiera rechazado en tres ocasiones, a lo largo de todos esos aos, la solicitud de autorizacin para la exhumacin y el examen del cuerpo, pare ca sospechoso. El carcter contradictorio de las pruebas ciertamente dejaba la puerta abierta a la posibilidad de que el cuerpo hubiese sido sustituido en mayo de 1 9 4 5 . Y el hecho de que, aparentemente, los funcionarios de Fort Meade no se mos trasen demasiado dispuestos a cooperar con el doctor Wolfe motiv la deci sin de este, a finales de junio, de encomendar la investigacin a un j o v e n his toriador de la Oficina para Investigaciones Especiales (OSI) del Departamento de justicia, que habla investigado la invoiucracin de Estados Unidos en los casos Barbie y Mengele. Esta era la nica agencia gubernamental estadouni dense con la motivacin, la influeilciay, por supuesto, la obligacin de encontrar las respuestas que buscbamos. Pero Peter Stahl representaba una preocupacin cada vez mayor. Ahora retomaba la promesa que nos haba hecho haca algunos meses de enviarnos dos pginas ms del informe en cuanto las hubiera entresacado del montn de documentos. Nos describi su contenido de memoria: nos dijo que era una especie de orden de traslado del Ejrcito norteamericano, en virtud de la cual, en tal y tal fecha determinados sujetos seran trasladados desde el aeropuer to de Tempelhofen Berln al aeropuerto de Rhein-Main en Frankfill't, y de all a otro punto intermedio, para finalmente salir del continente europeo. El des tino de Globocnik, cuyo nuevo nombre y nmero de pasaporte yugoslavo cons taban en la primera pgina, serla Canad; Mller volarla a M i a m i . En la segun da pgina (que inclua nicamente notas manuscritas, segn nos dijo) apareca el n u m e r o de una cuenta bancaria que habla sido abierta para uno de ellos en el. Chase National Bank (en su opinin, se trataba de Globocnik). El da en que regresamos de Austria nos dijo que ya haba encontrado aque llas pginas. Sin embargo, dado que la OSI ya estaba investigando el asunto, decidi conservarlas como un comodn, como una especie de pliza de se guros. Pero yo tena que ver esos papeles, as que dos das ms tarde viajamos hacia California. Nuestra intencin era sorprender a Stahl, pero se enter de nuestra visita, asl que encontramos su casa, de muy reducidas dimensiones y situada en Mer217
EL TRAUMA ALEMN
ced , una localidad del desierto californiano, inmaculada, pero tambin taita de vida: no haba libros ni peridicos; tampoco comida o bebidas, como des cubr ms tarde. En el cuarto de bao nicamente encontramos los restos de una pastilla de jabn y una toalla de lavabo arrugada. la casa pareca haber pasado por un apresurado proceso de desinfeccin, lo cual resultaba descon certante. Durante la mayor parte de los dos das que dur nuestra visita, una preciosa perra de pelaje plateado, un cruce de lobo y pastor alemn, sola tum barse a los pies de Stahl o del joven que nos present como su hijo Greg. Va rios pastores alemanes ya viejos entraban y salan a voluntad constantemente, hecho en relacin con el cual Stahl nos dijo: No soporto ver a ningn animal abandonado. Este fue el curioso recibimiento que nos ofreci este hombre tambin peculiar. Tendra casi sesenta aos, era un hombre alto, con el pelo muy corto y ca noso, y un firme apretn de manos. Hablaba de modo torrencial, con acento norteamericano y en un registro formal pero con un tono de voz que denotaba tensin, y su discurso con frecuencia inclua palabras en alemn que pronun ciaba con un acento grave. Me dio la sensacin de que se trataba de un hombre nervioso y comedido, pero con una absoluta necesidad de impresionar. Nos inform de que tanto l como Greg utilizaban nombres falsos, y ade ms su nmero de telfono no apareca en la gula. Dos aos antes hablan entregado al FBI y a las autoridades de California a un par de malhechores: un pirmano que haba incendiado la casa de un judo y un hombre que le haba pedido ayuda para introducir de contrabando pistolas de plstico en Estados Unidos, Ahora ambos le estaban buscando. Era una lstima, nos dijo casi con regocijo, que no le hubiramos avisado de nuestra visita. Tan pronto como supo que la OSI habla empezado a interve nir en el asunto que nos ocupaba, envi los documentos que queramos ver, jun to con otros objetos de valor, a sus parientes de Illinois, con el fin de que los pusieran a buen recaudo. Tema la reaccin del Ejrcito norteamericano; esta ba absolutamente convencido de que no se quedaran esperando a que les investigase aquella agencia del Gobierno que tanto odiaban y despreciaban. Y puesto que la OSI era el organismo ms fcil de violar de Washington, esta ba convencido de que el Ejrcito muy pronto conseguira su nombre y llama ra a su puerta para exigirle la entrega de todos los documentos que obrasen en su poder. Pero yo necesitaba ver aquellos documentos. Le suger que me acom paase a Illinois para recuperarlos, propuesta que acept. A la maana siguiente me dijo que la noche anterior haba estado telefo neando a sus parientes de Illinois, pero por lo visto haban salido el fin de semana a visitar a otros miembros de la familia. Tendramos que esperar, me dijo. Le pregunt si el resto de la documentacin sobre Mller, que podra ser til en la bsqueda de informacin en los archivos, tambin se encontraba en
LA
EXTRAORDINARIA
C A Z A DE G L O B O C N I K
Illinois. No, respondi. Puesto que le habla manifestado mi exclusivo inters en Globocnik, haba vendido la totalidad de la carpeta a un cliente de la regin de Washington. Pero nos habla protegido, eliminando todos los fragmentos en los que se mencionaba a Globocnik. N o , no habla conservado nin guna copia. Fort Meade habla contestado con evasivas al doctor Wolfe; ahora yo tenia la impresin de que Stahl estaba obstaculizando la investigacin. Era evidente que estaba mintiendo, pero por qu? Se trataba de un fraude, de un engao? Pero Stahl no andaba detrs de beneficios econmicos aunque obviamente tampoco le sobraba el dinero) ni de reconocimiento. Cul poda ser el mvil de un juego tan arriesgado? Haba tenido varias oportunidades de lanzar la toa lla, sin resentimientos. Pero segua insistiendo en la autenticidad de los do cumentos, y en que lo nico que le importaba era que saliesen a la luz p blica, con el fin de poner en evidencia a los Gobiernos que hablan protegido a semejante monstruo. Aquel fin de semana habamos hablado con cuatro altos cargos de la OSI, de Washington, sobre el estado de la situacin. Nos hicieron participes de SU opinin unnime de que un documento potencialmnte tan perjudicial para los Gobiernos britnico y estadounidense deba ser examinado concienzuda mente. Haba algunos detalles preocupantes, como, por ejemplo, la clasifica cin, el tono, su carcter asptico. Pero como el doctor Wolfe afirmaba, estas caractersticas podan tener varias explicaciones. La OSI ya estaba preparada para llevar a cabo una investigacin oficial. Sus atribuciones incluan el acceso a los archivos de Fort Meade, el anlisis forense del FBI y un examen psicolingstico de los documentos. Compart los resultados de mis pesquisas con la OSI, que a su vez me mantendra informa da de la marcha de sus investigaciones en la medida de lo posible, omitiendo nicamente los detalles que no estaban autorizados a divulgar. Ahora lo prin cipal era conseguir las dos ltimas pginas de las que hablaba Stahl: un nom bre y un nmero de pasaporte eran fciles de comprobar. Con el fin de incentivar a Stahl, le dije que la OSI, aunque al igual que nosotros) albergaba serias dudas acerca de los documentos, no sospechaba de su persona o de que hubie ra actuado con mala intencin. Dos das ms tarde, de regreso a Londres, Stahl me telefone. Tras haber re cibido la buena noticia de que la OSI tena una actitud positiva hacia l, se haba pasado la noche rebuscando entre las cajas llenas de documentos que habamos visto apiladas en su garaje y haba encontrado algo de capital importancia: la identidad del hombre que le haba facilitado aquella documentacin. De re pente haba cambiado el origen de los documentos: ahora negaba haberlos obtenido directamente de Fort Meade, y, en cambio, afirmaba que se los haba proporcionado un famoso escritor sobre el mundo de los servicios secretos, John Costello. En 1983 este le habla pedido informacin sobre los servicios de
219
EL TRAUMA ALEMN
en tiempos de guerra, que crea que podra encontrar se en un microfilme de la Gestapo que Stahl tenia en su poder. Costello tambin contaba con un importante archivo, asi que le pregunt a Stahl qu quena a cambio, a lo que este le respondi que cualquier informacin sobre Mller sera bien recibida. Stahl me explic entonces que se haba reunido con aquel escritor en un hotel de Reno, Nevada, en el mes de mayo, y que este haba llevado consigo el expediente Mller, en su mayor parte en alemn, en el que haba encontra do los documentos del CIC. Crea que Costello no habla estudiado minucio samente el expediente; puesto que no saba alemn, nunca demostr especial inters por el Tercer Reich, y probablemente nunca habla odo hablar de Globocnik. Interrumpieron sus negociaciones por motivos econmicos, y desde entonces apenas hablan mantenido contacto. (Posteriormente Costello neg haberle entregado a Stahl aquellos documentos, aunque me confirm su reu nin en Reno y recordaba haberle enviado algunos documentos de diversa na turaleza. Falleci algunos aos ms tarde.) El nombre de Costello pas entonces a formar parte de la lista de aquellos que hablan solicitado informacin a Fort Mcade, y que, por tanto, seran investigados por la OSI. Mientras tanto, Stahl sigui manteniendo ocupado el cable telefnico trasatlntico con nuevas noticias: consciente de la frustracin que sent a raz de nuestra visita, no se habla atrevido a decirme que las pginas del expediente Mller estaban numeradas (siendo la ltima la 4 2 7), pero que, temeroso de provocar las iras del Ejrcito, habla borrado con liquido co rrector tanto ta paginacin como los sellos que levantaban el secreto oficial de los documentos que me haba enviado. Me dijo que lo senta mucho, pero la buena noticia era que haba enviado otra copia de los documentos originales las dos ltimas pginas, a un lugar seguro en la zona de la Baha. Ya no habla peligro ahora que recordaba quin se los habla facili tado, as que podra hacrmelas llegar. Nuestro contacto principal en la OSI tambin tenia noticias: su equipo de tres hombres haba averiguado, durante su estancia de un par de das en Fort Meade, que efectivamente exista una carpeta sobre Henrich Mller. Sin em bargo, en lugar de insinuar que este haba prestado sus servicios al mundo occilas algo ms de cuarenta pginas del informe (no cuatrocientas veinti siete) dejaban entrever la sospecha de que trabajaba para los rusos. Adjunta al expediente haban encontrado una nota de fecha reciente, obviamente aadi da por el personal de Fort Meade, que indicaba que el doctor Robert Wolfe habla solicitado la carpeta sobre Heinrich Mller y que se le habla informado de que no habla ninguna informacin disponible. Al da siguiente, un investi gador de la OSI encontr tres fotogramas de un microfilme que haca referencia a Globocnik, y que parecan no tener una relacin visible con la documenta cin de Stahl, pero que volvan a demostrar que aquella negativa inicial de que
220
LA E X T R A O R D I N A R I A CAZA DE GLOBOCNIK
existiera informacin sobre Mller habla sido un error o una mentira incom prensible.
El informe del FBI no era concluyente: el documento tantas veces copiado no permita la realizacin de un examen forense, pero las mquinas de escribir y el tipo de caracteres se correspondan con los propios de la poca. La OSI ha ba recabado algunas informaciones sobre los supuestos firmantes de los do cumentos, ambos ya fallecidos: Severin Wallach y su oficial de operaciones An(quien haba refrendado el primer informe y era autor del anexo) haban trabajado en Berln como un equipo en la poca de la que databan los documentos. Entonces era habitual que un agente especial elaborase un infor me, mientras que su oficial de operaciones escriba un anexo, es decir, una explicacin o ampliacin del informe. La OSI tambin contaba con una lista de aquellos que haban solicitado informacin sobre Mller en los ltimos cinco aos, que era el lmite de regisde Fort Meade. En ese plazo de tiempo, el escritor mencionado por Stahl haba solicitado material sobre otros temas, pero no sobre Mller. La OSI em pezaba a perfilar una imagen de quin era realmente Peter Stahl. En caso de que el documento fuera falso, tal vez le hubieran utilizado; la OSI crea ms probable que se tratara de una vctima y no del autor de una trama. Pregunt si crean que se trataba de un fraude, a lo que mi contacto de la OSI respondi: Mi instinto me dice que lo es, pero no tenemos pruebas. No hemos podido encontrar ningn defecto especfico. Por otro lado, habamos localizado al comandante Ken Hedley, quien en calidad de teniente del Cuarto Regimiento de los Hsares haba dirigido el des tacamento que captur a Globocnik, y que ahora resida en Irlanda. Este a su vez nos remiti a otros dos oficiales que participaron en aquel asalto, el gene ral de brigada Guy Wheeler y Ted Birkett, el oficial de inteligencia de menor rango que tom parte en la expedicin. En mayo de 1945, la euforia invadi a los integrantes del Cuarto Regimiento de los Hsares, que hablan atravesado Carintia tras un ltimo y sangriento com bate en Italia, al enterarse del final de la guerra en Europa. Ken Hedley afirm lo siguiente al evocar aquel mes de mayo en Patcrnion, cuyo castillo hablan tocomo alojamiento: Era una hermosa primavera, haba muchas chicas bonilas y estbamos vivos. Haban sido advertidos de la posibilidad de actividades por parte de grupos Werewolf, de que habla oficiales de las SS escondi dos en las montaas cercanas; adems, se les facilit una lista de hombres bus cados, encabezada por elgauleiter Friedrich Rainet'y el general de las SS Odilo Globocnik. Estaba conduciendo un jeep por una pista forestal cuando de repente vi a un comandante de la Wehxmacht con su uniforme, de pie, en medio de la ca221
EL TRAUMA
ALEMN
rreterame cont Hedley. Saqu mi pistola tan rpido como pude, pero aquel individuo uniformado exclam: "No, no, no la necesitas, ahora estamos de vuestra parte". Result ser un muchacho honrado, un comandante de los regimientos de Brandemburgo, buena gente. Los regimientos de Brandemburgo eran cuerpos especiales de la Abwchr, similares a los comandos, y ya se haban presentado ante los servicios de infor macin britnicos ubicados en Spittal. Haban odo el rumor de que los brit nicos andaban tras el rastro del gaiileiter local y otros miembros de las SS, y se ofrecieron voluntarios para colaborar en la bsqueda y as comprar el billete de vuelta a casa. Y cumplieron con su cometido: los pequeos calabozos del stano del castillo muy pronto estuvieron repletos de oficiales de las SS captu rados en las montaas. La noche del 30 de mayo, los hsares, que haban descubierto un abun dante alijo de licor, celebraron una fiesta en el castillo. En pleno apogeo de la celebracin, el sargento responsable del calabozo (quien, segn Hedley, haba visto demasiadas pelculas americanas) empez a desfilar y le dijo en un mur mullo que uno de los prisioneros quera decirles algo. Hedley le acompa, junto con dos oficiales compaeros suyos (uno de ellos era el comandante de las Fuerzas Especiales, quien hablaba siete idiomas) en cali dad de testigos. Eljoven sargento era de la unidad de montaa de las SSprosigui Hedy nos dijo que haba estado llevando alimentos a un grupo muy especial que se esconda en una cabana en las montaas. Se trataba del general Globocnik y sus subordinados, y afirm que nos podra llevar hasta ellos. Los informes sobre SiegMedKummerer, Untcrscharfhrer de las SS, que entonces tena veinticinco aos, eran mucho menos inocuos de lo que este les habla contado a los britnicos, como supimos ms tarde. Habla sido miembro de las clandestinas Juventudes Hitlerianas en Carintia en los aos treinta, cuando Globocnik era uno de los lderes del movimiento en la regin, y tras el haba sido guardia en Dachau y Mauthausen. Tras un breve pero do como combatiente en la divisin de montaa de las SS en Finlandia, fue trasladado para participar en una formacin especial en Lublin, bajo las r denes de Globocnik, y posteriormente fue destinado a Italia, tambin bajo sus rdenes. Por qu iba ahora a traicionar a su propio comandante? Un grupo organizado apresuradamente por los oficiales del regimiento de los hsares, los dos oficiales de los servicios de informacin y veinticuatro soldados, salieron a las 2 : 3 0 de la madrugada hacia las montaas. Ernst Lerch afirm que los fugitivos hablan establecido turnos de vigilancia: aquella noche l habla sido el primero, el comandante Michalsen (que haba sido el responsable de los transportes de los judos en Polonia) haba hecho la segunda, y el comandante Hfle (mano derecha de Globocnik), la tercera.
222
LA E X T R A O R D I N A R I A CAZA DE GLOBOCNIK
Guardias?inquiri Ken Hedley. Tonteras. Cuando llegamos hasta ellos todo estaba tranquilo como una tumba. Rodearon la C a b a n a antes del amanecer, y estaban a punto de asaltarla cuando sali un hombre en mangas de camisa, desperezndose. Mi sargentosigui contando el comandante Hedley, un muchacho robusto y musculoso, le dio una patada en el trasero para dejar libre la puerta. El hombre atacado reaccion respondiendo lo siguiente, aunque parezca increble: "No puede tratarme asi. S o y e l m / / f T " . Vaya sorpresa!. Wheeler recuerda que sali otro hombre, pequeo, grueso, insignificante Al parecer se trataba de Globocnik, quien de hecho era varios centmetros ms alto que Rainer. En un primer y superficial interrogatorio, todos los fugitivos negaron cualquier relacin con las SS. Los miembros del regimiento de Brandemburgo, al parecer por su cuenta y riesgo, registraron la cabana y encontraron dos recipientes de veneno, uno de ellos vacio. El hombre que Wheeler habla \ isto salir de la cabana dijo ser un comerciante de Klagenfurt, de nombre Knig. y proporcion referencias. Birkett recuerda claramente que llevaba 'pantalones de cuero, una chaqueta dc cazador y unas buenas botas de montaa (que me gustaron mucho). Hedley, ansioso por encarcelar a sus presas, inici el descenso con Rainer. Me cay bienafirm. Fuimos charlando durante casi todo el camino. Pareca un buen hombre. Los dems bajaron ms tarde para ser encerrados en el calabozo, a excepcin del comerciante, a quien haba acompaado Birketty que permaneci en el patio del castillo. Birkett, que hablaba alemn con fluidez, mantuvo una conversacin con l sobre Austria, el futuro y otras bana lidades semejantes. Pareca un hombre satisfecho, inteligente y de hablar pau sado. Estbamos a punto de dejarle marchar, Pero Kummerer, al verlo, les detuvo: No, no, no lo hagisle exhort a Hedley en un susurro. Es Globocnik, os interesa, no dejis que se vava. Asi que decidieron preparar una pequea trampa: Ramsay gritara desde un balcn el nombre de Globocnik; mientras tanto, Hedley y Birkett observa ran su reaccin. Cuando Ramsay grit dicho nombre en tono de mando, el prisionero hizo un leve movimiento de cabeza, segn afirma Hedley, aunque no alter el ritmo de sus pasos, eso hay que reconocerlo. Le dije: "Te has descubierto, has girado la cabeza; eres Globocnik". Enton ces le orden al sargento que le encerrase con los dems y sub a darme un bao, Birketty el sargento Sowlercondujeron al prisionero a travs del pasadi zo abovedado hasta llegar al camino. Cuando ya casi haban llegado a los calabo zos, Birkett, que se encontraba detrs de l, vio que el prisionero se golpeaba la boca con la mano derecha e, inmediatamente, se desplomaba en el suelo. afirm que lo haba visto todo desde la ventana de su celda: cmo in giri la pildora, se desplom, se amorat por completo y muri inmediatamen223
EL TRAUMA ALEMN
le. Birkett y Hedley afirmaron que se trataba de unas declaraciones disparatadas: no habla ninguna ventana desde la cual hubiera podido verse esta escena, su piel no cambi de color y no muri inmediatamente. De acuerdo con Birkett, hubo tiempo de avisar a Hedley, que estaba tomando tul bao, y al mdico, quien le puso dos inyecciones y afirm: Es intil. Estar muerto en breve". Se arm un desbarajuste. Ramsay vino corriendo y me dijo que recibiramos una repri menda por haber dejado que se suicidase. Le pregunt por qu; a fin de cuen tas, que se fueraal diablo!, asi ahorraba muchos problemas. Al mostrarle a Birkett la fotografa que habla conseguido en Klagenfurt, en la que apareca la imagen borrosa de un cadver, afirm que reconoca a los soldados britnicos pero no el cuerpo. Qu curioso: lleva un traje. Jurara que llevaba pantalones de cuerodijo mientras mova la cabeza desconcertado Es posible que hubiera un cambiazo, no cree?. - Se orden a los dems prisioneros que salieran afuera para proceder a un ca una vez que hubieron identificado el cuerpo. Dos de ellos, Hfle y Lerch, me entregaron cpsulas con veneno, nos dijo Birkett. Ramsay, que siempre cargaba con su cmara, sac fotografas de los britnicos y los prisioneros, con el cadver en primera linea. Birkett recuerda que incluso se sent a horcajadas encima del cuerpo para tomar un primer plano de la cara. Ken Hedley conservaba varias de estas fotografas, pero en ninguna de ellas era identificable el rostro del fallecido. En una ocasin Birkett. habla teni do en su poder un j u e g o entero de ampliaciones, ahora desaparecidas. Ningu no de los tres (Hedley, V\ heeler o Birkett) fue capaz de reconocer a Globocnik en ninguna de las distintas fotografas que les mostramos. As que sigue siendo posible que se trate de un error: una potente voz que grit un nombre; un mnimo movimiento de cabeza; un individuo a quien el hombre que era su mano derecha dice haber visto agonizando desde una posi cin privilegiada que en realidad nunca existi; y la identificacin del cuerpo por parte de los subordinados de Globocnik (todos ellos profundamente in volucrados en los crmenes cometidos en Polonia y conscientes de la existen cia de los camiones cargados de dinero y objetos de valor que haban llevado hasta Carintia en su huida desde el norte de Italia, de los cuales nunca se vol vi a saber nada). El doctor M. C. Leigh, del cuerpo mdico del Ejrcito britnico, realiz unas declaraciones, formuladas con mucha cautela, que fueron enviadas a Viena por el Foreigtl Office y que incluyo aqu traducidas del alemn: El doctor Leigh afirma que no est en condiciones de confirmar la declaracin del comandante Hedley en relacin con la determinacin indiscutible de la identidad de Globocnik. Lo nico que puede decir es que el hombre que el comandante Hedley des cribi como Globocnik muri en su presencia. 1 doctor Leigh ya falleci. Es posible que hubiesen engaado a los britnicos?
LA E X T R A O R D I N A R I A CAZA DE GLOBOCNIK
Stahl se estaba mostrando muy poco servicial. Se neg a enviarnos las dos ltimas pginas y volvi a prometrnoslas, pero nunca llegaron. La OSI se senta obstaculizada: no podan verificar la autenticidad del documento ni tampoco confirmar que se trataba de una falsificacin, salvo por esa impresin intuitiva que haba mencionado mi contacto de la OSI. Por ltimo, Stahl envi el expediente Mller y nuevas copias de los do cumentos originales; en esta ocasin, la paginacin apareca restituida (o aa dida), pero seguan sin aparecer los sellos oficiales. Estos documentos no tenan nada que ver con los expedientes que nos haban sido descritos: de hecho, eran de algunos expedientes del Centro de Documentacin de Berln. Stahl dijo que la culpa la tena su abogado, quien no entenda alemn y haba enviado otros documentos por error. En Washington se haba contactado con varios de los antiguos funciona rios del CIC y, a pesar de que algunos lgicamente demostraron una actitud renuente y todos se horrorizaron ante la perspectiva de nuevas revelaciones escandalosas, ninguno de ellos pareca opinar que lo afirmado en los docu mentos fuera imposible. Describieron a Severin Wallach, vienes de n a c i m i e n to y abogado de profesin, como un hombre solitario y muy inteligente, con vencido de la amenaza sovitica. Haba llegado a ser el responsable de treinta a sesenta agentes durante su carrera, y habla concebido toda una serie de proyectos que habla guardado en secreto. Y V e n t C T S , el supuesto autor del anexo, al parecer tena tendencia a emplear un lenguaje rimbombante. Sin embargo, un antiguo funcionario del CIC con el que me entrevist en Alemania, el cual haba colaborado estrechamente con ambos hombres du rante aos, nos ofreci finalmente una conclusin con un cierto grado de autoridad. Es extraordinariodijo. Quienquiera que sea el autor de estas pginas debe de haber estado en la Regin VIII (o haber recibido el asesoramiento de alguien que hubiera estado en ella). El formato es correcto, la metodolo ga adecuada, y teniendo en cuenta la personalidad de las dos personas que supuestamente escribieron esto, incluso el tono y la amplitud del concepto encajan. Pero, segn l, haba dos errores elementales: en primer lugar, hubiese sido imposible llevar a cabo semejante proyecto desde un Berln infestado de soviticos (en todo caso, debera haber sido realizado desde Frankfurt, en los cuarteles generales de la zona estadounidense); en segundo lugar, los conoci mientos del autor sobre Wallach y Venters eran superficiales. Efectivamente, en ocasiones se escriban anexos similares con el fin de establecer un marco de soporte para los proyectos. Pero Venters era un hombre sofisticado y f a i l l i l i a rizado con la jerarqua militar; puede que hubiese dictado parte del anexo, pero no de forma tan simplista, pues eso constituira un insulto a la inteligencia de sus superiores. Mucho peor, en trminos psicolgicos, era el error sobre Severin Wallach: es cierto que desde el punto de visto poltico era conservador.
EL TRAUMA ALEMN
biera movido un dedo por salvar a Globocnik o a Mller. Tan solo dos das ms tarde, en Austria, finalmente obtuvimos la prueba que habamos estado buscando durante tantos meses. Con la ayuda de un an tiguo oficial del Special Operations Executive, consegu localizar a la viuda del comandante Ramsay en Viena. Conoca todos los detalles del asalto a la cabaa, y tenia una fotografa tomada por su marido en Paternion el 31 de mayo de Haba sido tomada casi de forma simultnea a la otra fotografa borrosa, y en ella apareca (ntidamente) el cadver que yaca en el suelo, y tras l otros tres prisioneros: Hfle, Michalsen y Helletsberger. Pero, esta vez, el rostro del hombre tendido en el suelo, vestido con un traje negro y una camisa blanca, corresponda inequvocamente al de Odilo Globocnik. Y, sin lugar a dudas, estaba muerto.
FEBRERO
DE
2000
Cuando Richard Williams, editor del Times, pas a trabajar para la publicacin de reciente creacin Independent on Sunday, este articulo, para el que cont con la colaboracin de Liz Jobey, apareci publicado en la Jndependent on SundayReview. A los pocos meses de haber establecido contacto por primera vez con Peter Stahl, mi actitud hacia l no estaba exenta de ciertos re celos. Sin embargo, persistimos en nuestra investigacin, en primer lugar porque, desde un principio, la informacin que recabamos en Austria era in compatible con la documentacin sobre la muerte de Globocnik, considerada durante mucho tiempo autntica. En segundo lugar, porque ni nosotros ni Ri chard Williams encontramos una explicacin racional al hecho de que alguien estuviera interesado en falsificar aquellos documentos y hacrmelos llegar. No obstante, es cierto que, desde el momento en que visitamos a Stahl en su casa, tan peculiar, situada en el desierto de California, sent una imperiosa seal de alerta, incluso aunque el director de la OSE durante una reunin secreta que mantuvimos un domingo con l y tres de sus ayudantes en la sede de Washing ton, nos confirmase que, en caso de que se tratase de una falsificacin, consi deraban a Stahl ms una victima que un delincuente: segn ellos, era demasia do inteligente como para arriesgarse con un truco semejante. Las ltimas pginas que Stahl prometi enviarnos nunca llegaron, y, en cualquier caso, dejaron de tener relevancia desde el momento en que encon tramos la fotografa que buscbamos desde haca tanto tiempo. Pero el miste rio sigue sin resolver: no me cabe la menor duda de que aquellos documentos fueron creados expresamente, opinin que en ltima instancia compartan todas las autoridades con las que mantuve contacto en Estados Unidos.
LA E X T R A O R D I N A R I A CAZA DE GLOBOCNIK
En cuanto al asunto del documento falso de la CIA, como mnimo esta ban involucradas cuatro agencias gubernamentales: la OSI, el FBI, Fort Meade y la CIA, Por qu todos esos altos funcionarios falsearon la informacin acer ca de Globocnik, Mller y, por supuesto, Stahl? Resulta inquietante pensar cmo es posible que las autoridades norteamericanas demuestren una actitud tan condescendiente en relacin con la falsificacin de documentos oficiales e, incluso, con el presunto falsificador.
227
10
VIDAS
PRIVADAS
F E B R E R O
DE
2000
De todas las labores periodsticas, la descripcin dc un perfil h u m a n o es la tarea ms exigente. Por m u c h o que al escritor le desagrade, en ocasiones se ve obligado a ser indiscreto y a revelar verdades angustiosas, lo cual puede tener c o n s e c u e n c i a s : las afectuosas cartas de la mujer de F r a n k Stangl, que en absoluto se sinti molesta por la resea que yo habla escrito sobre su marido, cesaron repentinamente c u a n d o dos aos ms tarde ley lo que escrib sobre ella en mi libro sobre l. Tras su fallecimiento algunos aos ms tarde, uno de sus nietos brasileos me telefone para p e d i r m e una copia de Eu aquellas tlllicbhis y me dijo que su abuela les tenia p r o h i b i d o a sus hijas que enseasen mi libro a sus nietos. En mi libro sobre Albert Speer hablo sobre una carta que este me escribi dos aos despus de que mi resea sobre l se publicase en G r a n Bretaa y en A l e m a n i a . D u r a n t e aquel intervalo de dos aos, i n t e r c a m b i a m o s n u m e r o s a s cartas en relacin con un libro que habamos planeado j u n t o s , y me telefone tal vez treinta o cuarenta v e c e s / Aquella carta estaba escrita, segn c o m p r e n d ms tarde, bajo la influencia de una relacin madura con una mujer j o v e n que, sin duda alguna con buena inten cin, le convenci de que nunca habla hecho nada de lo que tuviera que arre pentirse. Se habla sentido profundamente herido, me deca en aquella extensa v agonizante carta, por el hecho de que yo le acusaba de laber tenido conocim i e n t o del genocidio d e l o s j u d o s , una cuestin a b s o l u t a m e n t e fundamen tal en su vida. Haba credo que yo, a diferencia de otros, no me haba acerca do a l con la intencin de apresarlo y juzgarlo (ms tarde le confirm que estaba en lo cierto). Finalmente, me deca que no deba p r e o c u p a r m e por su reaccin y que estaba impaciente por iniciar nuestra futura colaboracin en el nuevo libro que habamos planeado escribir j u n t o s : S que su profesin tiene aspectos difciles, que la obligan a inmiscuirse en la vida privada de los dems y revelar sus secretos. S que no puede evitarlo.
With
228
Truih, pp. 7 0 9 - 7 1 1 .
VIDAS
PRIVADAS
Speer, con el cual fui inevitablemente dura, era un h o m b r e generoso, pero en ocasiones las relaciones entre los escritores y las personas que son objeto de un artculo no pueden sobrevivir a la publicacin del m i s m o . Puesto que, c o m o Speer afirm con mucho acierto, si la finalidad de los perfiles es mostrarle al lec tor algo que no saba con anterioridad, la intrusin en las vidas privadas, as como existencia de mviles ocultos y reprimidos, es algo inevitable. En el m o m e n t o en que escribo estas lineas, a principios de febrero de 2 0 0 0, estamos presenciando c m o m u c h o s Estados m i e m b r o de la U n i n E u r o p e a demuestran su rechazo categrico ante la posible coalicin en Austria del Par tido del Pueblo Austraco, liberal conservador y con una larga tradicin, y el Partido Liberal, de e x t r e m a derecha, aunque democrticamente elegido, que lid e r a j r g Haider. Esta reaccin es considerablemente significativa, puesto que demuestra c u a n vivo est el recuerdo de otro poltico austraco igualmente inteligente y carismtico, asi c o m o el temor ante el potencial crecimiento de la extrema derecha en la E u r o p a del siglo XXI. Sin e m b a r g o , esta reaccin se ha llevado demasiado lejos de forma poco meditada y contraproducente. A pesar de que la firme desaprobacin manifesta da hacia Haider y sus o p i n i o n e s , en m u c h o s casos inaceptables, estaba cier tamente justificada, me parece absolutamente i n a p i ' O p i a d o que la U n i n E u ropea h a y a c o n d e n a d o a Austria al ostracismo poltico sin intentar encontrar una solucin, y que se haya p r o d u c i d o una denuncia general de todos los aus tracos c o m o nazis. Por supuesto, es cierto que hasta hace bien p o c o , al con trario de lo que ha venido sucediendo en A l e m a n i a , Austria no ha hecho prc ticamente nada por asumir su pasado nazi; el error por omisin de no haber hecho pensar o enseado a sus j v e n e s no puede justificarse con el hecho de que los aliados declararon en 194 5 a Austria c o m o la primera vctima de Hitler, lo cual IO deja de ser bastante a b s u r d o . Este pas deberla haber prestado una mayor atencin a la realidad. No obstante, en la actitud del G o b i e r n o desde 1945, tanto desde la perspectiva de las liberales leyes aprobadas c o m o de su po ltica de puertas abiertas (muy parecida a la de A l e m a n i a ) hacia los refugiados (que, por cierto, c o m p r e n d a la concesin de permisos de entrada y apoyo econmico a decenas de miles de j u d o s rusos), no hay ningn vestigio de ideas nazis. No cabe duda, sin embargo, de que los sentimientos antisemitas estn ms presentes en Austria que en A l e m a n i a , aunque las causas todava no ha yan sido analizadas en profundidad. A s i m i s m o , las opiniones de extrema de recha de Haider, as c o m o su admiracin, frecuentemente expresada, hacia al gunas de las m e d i d a s sociales puestas en prctica por Hitler, t a m p o c o dejan lugar a dudas. Pero una gran cantidad de austracos son conscientes de todo esto, mucho ms que los franceses o los belgas, quienes constituyen el bastin ms crtico de la Unin Europea, y condenan sus declaraciones cuando es pertinen te. Haider ha a b a n d o n a d o o se le ha convencido de que abandone el liderazgo del partido y, puesto que procede de buena familia y se trata de un rico herede-
229
EL
TRAUMA
ALEMN
elecciones celebradas hace ahora un ao, el Partido Liberal, vigilado de cerca por los suspicaces medios de comunicacin austracos, hasta el m o m e n t o parece si tuarse, desde el punto de vista social y poltico, del lado de los ngeles.
Con toda seguridad, parece apropiado que la U n i n E u r o p e a se interese por la rectitud moral y poltica de sus Estados m i e m b r o . Este inters, no obstante, pue de ser peligroso en caso de inmiscuirse en la voluntad expresada por el electo rado. Es posible imaginar varias situaciones en las que la intervencin podra ser necesaria, pero tal vez convendra reformar la Constitucin de la U n i n Euro pea con la introduccin de disposiciones de carcter s u m a m e n t e especial, con el fin de hacer frente a cualquier eventualidad de este tipo. La imposicin de sanciones e c o n m i c a s de duracin indefinida contra un pas, como represalia ante los resultados obtenidos por un partido (no por una sola persona) en unas elecciones libres, no parece ser el camino adecuado. La reaccin ante la
cipacin en presuntos crmenes de guerra (acusacin que ms tarde sera des m e n t i d a ) , en el transcurso de su servicio en el Ejrcito (alemn) durante la guerra. Por suerte, c o m o pude c o m p r o b a r cuando me entrevist con l en 19 8 6, se trataba de un h o m b r e inofensivo y bsicamente h o n r a d o (vase la pgina 2 5 7 ) . A diferencia de las reseas de las siete personas que aparecen publicadas en este libro y, de hecho, de todos los artculos que he escrito sobre gente no relacionada con A l e m a n i a o los nazis, en el caso de W a l d h e i m no visit su casa ni conoc a su familia. C o n v e r s con l mientras t o m b a m o s el t en el saln de sus dependencias en el Hofburg (el antiguo Palacio Imperial), en Viena. Tal v e z otros escritores no consideren necesario entrometerse en la vida privada de las personas sobre las que escriben, pero para m los tres puntos bsicos para la elaboracin de un perfil son: la c o m p r e n s i n de la infancia del perso naje, as c o m o de su vida e m o c i o n a l pasada y presente; la influencia que ejercen las personas con las que convive y trabaja; y finalmente, por supuesto, las circunstancias que determinaron el hecho por el que son motivo de inters para elaborar su perfil. A d e m s de los perfiles de Stangl y Speer, en este libro se incluyen otros cinco perfiles: el de Waldheim; el de Francois GenOUtl, un suizo extremadamen te honesto que permaneci fiel a la ideologa nazi hasta su defuncin en 1 9 9 6 , y quien, j u n t o con su esposa, desde 1976 se haba convertido en un buen amigo
230
VIDAS
PRIVADAS
nuestro; el doctor Hans Mnch, mdico de las SS en Auschwitz, quien, hacien do alarde de una gran valenta, se neg a tomar parte en la seleccin de los pri sioneros destinados a la cmara de gas y que, aunque ahora est perdiendo la memoria, cuando me entrevist con l en 1 9 8 2 , a sus ochenta y seis aos de edad, gozaba de plenas facultades mentales; el de Hans J r g e n Syberberg, tal vez el cineasta ms imaginativo de la Alemania de la posguerra, a quien, j u n t o con su hermosa esposa vienesa, Helga, y su inteligente hija Arnelie, mi marido le fotografi) y yo frecuentamos a finales de los aos setenta y principios de los aos ochenta; y, por ltimo, ei de Leni Riefenstahl, una de las mejores cineastas y fotgrafas del siglo x x , a quien conoca desde hacia varios aos y que me result de gran ayuda en mi investigacin sobre Speer. Ella fue la nica de to dos ellos que, comprensiblemente, se sinti agraviada por lo que escrib sobre ella y r o m p i bruscamente sus relaciones c o n m i g o tras la publicacin de mi artculo. A u n q u e Hans Jrgen Syberberg contaba con lina cantidad considerable de seguidores en el extranjero, no ha dirigido ninguna pelcula en aos; su prdi da como activo del cine alemn es una lstima para todo aquel que disfrute del cine. Tiene un extraordinario talento, casi podramos decir que irrepetible. Pero es muy alemn, en el sentido tradicional de la palabra, y el rechazo que han de mostrado hacia l tanto la critica como el pbiico alemn (como sin duda se desprende de las numerosas pginas llenas de odio escritas sobre l) se debe enteramente al hecho de que la generacin alemana posterior a la era de Hitler, realmente m u y diferente a la de sus antepasados, tan efusivamente romnti cos, solo est dispuesta a aceptar documentales realistas sobre su pasado re ciente (como se ha dado en llamar), y demuestran su rechazo y su desprecio cualquier interpretacin imaginativa, romntica o moralista.
231
LOS
TRES
PECADOS
DE
SYBERBERG
M A Y O
DE
2000
R e c i e n t e m e n t e , el Instituto Britnico del Cine otorg el p r e m i o a la mejor pelcula del ao a una obra de Hans JUrgen Syberberg. Esta noticia pas desapercibida en Alemania, donde los crticos h a n boicoteado sus tres ltimas pelculas, de temtica c o m p a r t i d a y r e l a c i o n a d a con la g a l a r d o n a d a , Hitler, una pelcula de Alemania, una s u p e r p r o d u c c i n de siete h o r a s de d u r a c i n . Han matado mis pelculas con su silenciodice Syberberg con su voz tranq u i l a . Una pelcula no existe sin crticas. En Gran Bretaa, una resea afirmaba sobre su pelcula que era la Guerra y Paz del cine artstico. Y el crtico Alan B n e n la describa c o m o una girndula a cmara lenta que libera una interminable secuencia de cuestiones candentes. Con motivo de lo que Syberberg califica de actitud destructiva de la pren sa alemana, escribi una carta abierta a los principales peridicos del pas en la que anunciaba su decisin de retirar la pelcula de las pantallas. Esta carta nun ca se public. En otra carta abierta, Wolf Donner, el director del Restival de Cine de Berln, le invitaba a proyectar la pelcula en el certamen de este ao, invitacin que Syberberg rechaz por considerar que su formulacin era malintencionada. Syberberg se deleitaescribi Donnerhacindonos creer que se trata del Jess perseguido de la K til tur ('cultura') alemana. Cul es la causa de esta profunda animadversin por la que esta obra, aclamada en Gran Bretaa c o m o la pelcula sobre Hitler que h e m o s estado esperando durante treinta aos, no se proyecta en su propio pas,* mientras que otros pases c o m o Gran Bretaa, Francia, Italia y Estados U n i d o s aceptan el riesgo de incluirla en SU cartelera? Quin es este cineasta, hasta ahora casi desconocido en Gran Bretaa? Qu es lo que tienen de especial, o de distinto, las pelculas de Syberberg para provocar estas reacciones?
* La W D R (la Radio Televisin de Alemania Federal) es uno de los patrocinadores de esta obra pica sobre Hitler; adems, ha emitido todas las pelculas anteriores de Syberberg, y tiene la intencin de emitir la obra en cuatro das s u c e s i v o s cuando as lo permitan los acuerdos contractuales que impiden su proyeccin en televisin con an terioridad al estreno teatral de la obra.
LOS T R E S P E C A D O S D E SYBERBERG
Syberberg es extremadamente sensible a las crticas y cree que se encuentra aislado en un mar de o d i o . Escribe constantemente extensas cartas, telefonea a los responsables de la prensa escrita y, en 19 7 6 , escribi un libro en el que denunciaba la actitud de los crticos. Es posible que un problema de personalidad explique la razn de esta conspiracin de silencio? Por otro lado, sera demasiado simplista acusar a los crticos de rechazar las pelculas de temtica hitleriana. Los alemanes no rehuyen las crticas a Hitler: todos los aos aparecen innumerables libros, pelculas y obras sobre este que reciben una considerable atencin. Soy un intrusoafirma Syberberg. Una molestia: un intelectual de la esttica, palabra aqui m a l s o n a n t e . Soy la antitesis de la vida ylos valores actuales de A l e m a n i a : creo que Hitler sali de nosotros, era uno de nosotros; no me interesa el dinero, solo quiero el necesario para poder llevar a cabo mi trabajo: y amo a A l e m a n i a . Esos son mis tres pecados. Syberberg realiz 185 cortos para la televisin de Baviera en los dos aos posteriores a la finalizacin de sus estudios universitarios en M u n i c h , en 1 9 6 2 . Entre 1 9 6 5 y l 9 7 0 dirigi seis largometrajes,cinco de ellos documentales. Pero estas obras no trataban "temas peligrosos"afirma Eckart Schmidt, un j o v e n critico independiente de M u n i c h , quien, a riesgo de echar por tierra su propia carrera (No me creer si le digo hasta qu punto le han a m e n a z a do, dice su esposa), contina apoyando a Syberberg. Obtuvo un premio tras otro, y la crtica le colm de alabanzas por su original enfoque de investiga cin en la realizacin de documentales. Pero en 1 9 7 0 , con la obra San Domingo, en la que abordaba el tema de las c o m u n a s , os rockeros e incluso el movi miento terrorista entonces emergente, e m p e z a tocar la fibra sensible de los tabs alemanes y tropez con la crtica. C a d a una de sus pelculas posterio res parece haber ofendido cada vez ms la especial susceptibilidad del pblico alemn. En concreto tres ttulos fueron los que ms le perjudicaron en A l e m a n i a y, paradjicamente, los que le valieron su reputacin en el extranjero. Se trata de Ludwig, rquiem porun rey virgen (197'%), Kan Afay(1 974) y el d o c u m e n t a l Las confesiones de WinifredWagner (1975), todas ellas pelculas excepcionalmente largas de compleja temtica alemana. En Ludwig, Hitler se le aparece en una pesadilla al rey durante la celebracin de la victoria de 18 71 (la fundacin del Reich alemn, segn Syberberg), bailando una rumba con el ayuda de cma ra del rey, que lleva un uniforme de las SA. La accin transcurre en la gruta de V e n u s , de Tatinhauser. En la pesadilla, el escritor de historias de aventuras Karl M a y (el autor favorito de millones de alemanes y tambin de Hitler) se une al rey, a su ayuda de cmara y a Hitler, y, adems, habla con L u d w i g con demasiada confianza, c o m o a m a n t e de Wagner, sobre la A l e m a n i a del futuro. En esta pelculaafirma Syberberg, les reun a todos: a las tres personalidades enfermizamente egocntricas de la historia "reciente" de Alemania, Lud-
233
EL
TRAUMA ALEMN
wig, Karl Mayy Hitler, utilizando c o m o vnculo de unin a Wagner. De ah na ci la idea para mis otras pelculas. Nos e n c o n t r b a m o s conversando en su estudio, un garaje adaptado a dicha funcin en el j a r d n de su chal de tres plantas situado en el English Garden, un barrio selecto de M u n i c h , donde vive con su esposa Helga, una hermo sa mujer vienesa de fina constitucin y cabello oscuro, quien adems ha sido su colaboradora durante quince aos, y su hija de diez aos, Amelle. En este diminuto estudio el mobiliario es sencillo: un escritorio y una silla de m i m b r e , un sof estilo i m p e r i o y un silln. H a y algunos muebles ms, cuyo estilo no es coherente con el resto del mobiliario, as c o m o libros, recuerdos y fotografas de sus pelculas y, en un rincn, una anticuada estufa de lea. En esta habitacin es donde yo vivodice Syberberg, aqu es donde reflexiono, donde escribo..., (Todo excepto su d i a r i o . A m e n u d o sale corriendo hacia el lugar donde prefiere escribir en l. Encogindose de hombros, Helga dice: Hace eso desde que empez a tener serios problemas con los crticos. Es como UI pararrayos, si no se refugiase en l, explotara.) Syberberg, de cuarenta y dos aos de edad, es delgado, rubio y de voz aterciopelada: su aspecto responde al arquetipo de alemn de las regiones del nor te. Aparentemente descuidado en el vestir, le encantan los espejos y puede llegar a entusiasmarse por algunas prendas. Le gusta considerarse c o m o alguien infi nitamente discreto, callado y amable, pero no para de hablar de s m i s m o . No debe ser por casualidad que Amelie, una cariosa y perspicaz nia de ojos gran des, le llama Tiger, no padre. N a c i d o el 8 de diciembre de 1935 en P o m e r a n i a , en la Prusia Occidental, Syberberg es hijo de un industrial reconvertido en granjero, a quien su esposa de diecinueve aos a b a n d o n tan solo seis meses despus de su nacimiento, cansada de las correras mujeriegas de su esposo. Despus se sucedieron las ni eras (todas se iban porque mi padre se acostaba con ellas) y, finalmente, una madrastra, la esposa del administrador de la finca que parti a la guerra, lo cual fue m u y conveniente. Era lina mujer pequea, rolliza y con mucho pecho, que d e m o s t r ser emocionalrtiente indiscreta. Insista en manosearme y besarme, y me obligaba a llamarla "madre". Su padre, a pesar de mostrar una tendencia poltica conservadora, estaba en contra de Hitler. Habla trabajado durante largas t e m p o r a d a s en Inglaterra cuando era un j o v e n industrial y siempre haba escuchado la B B C , y afirmaba que "Ellos son sinceros cuando hablan de sus errores y sus prdidas". Estoy seguro de que el valor que mi padre le daba a la justicia y su amor por Inglaterra tuvieron una gran influencia en m. Pero, por supuesto, Hitler forma parte de mi infan cia. M s tarde, cuando buscaba sonidos de fondo para la pelcula sobre Hitler, me d cuenta de que me eran m u y familiares, tanto c o m o los automviles, las campanadas de la iglesia y los anuncios de televisin pueden serlo para los nide hoy en da.
234
LOS T R E S P E C A D O S
DE SYBrRBEP.G
Syberberg a b a n d o n Alemania Oriental en 1953 cuando tenia diecisiete aos. Escuch un juicio en la radio que en realidad era una demostracin de po der. En un m o m e n t o dado el j u e z interrumpi el discurso del abogado defen sor, i n c r e p n d o l o : "Si dice una sola palabra ms c o m o atenuante, har que sea usted quien se siente en el banquillo de los a c u s a d o s " . En mi caso, aquello fue el detonante. Si h a b a m o s llegado al punto de que un h o m b r e no tena dere cho a una defensa justa, no quera seguir v i v i e n d o all. Me fui al da siguiente. En 1 9 6 3 ya contaba con una licenciatura en literatura g e r m n i c a e historia del arte y con un trabajo en la televisin de Baviera c u a n d o conoci a Helga, que trabajaba c o m o secretaria plurilinge en una productora cinematogrfica. encontrado otra persona como yo, sin hogar en Baviera. Desde que dej su pueblo en Poinerania ha sentido el desarraigo. Me siento c o m o un extranjero aqu, en Munichy en seguida aade: por supuesto, ahora tenemos una casa y s o m o s una familia, con Amelie. Trata a A m e l i e c o m o a una persona adulta y, sin e m b a r g o , se muestra infi nitamente protector con ella. Le asign el papel principal en su pelcula sobre Hitler: la nia a travs de cuyos ojos c o n t e m p l a m o s la totalidad del perodo de Hitler. Se trata de una decisin que ahora le atormenta. Es terriblemente acept aparecer en la pelcula por J r gen. Lo hizo por l, porque saba que lo necesitaba. Era una cuestin m u y per sonal entre los dos. Eres un hombre muy Complicadole espet Amelie un da durante la coResulta muy difcil convivir contigo. Tras semanas de conocerle, aquella fue la nica vez en que le vi perder el control. Se sonroj, aparente mente afligido, mantuvo la mirada fija en el plato y emple un tono suplicante en su voz absolutamente inusual en l: C m o puedes decir eso? Precisamente t?. A m e l i e tambin se sonroj. No para m C o r r i g i rpidamente. Para m t no eres difcil. C o n m i g o siempre has d e m o s t r a d o sencillez. Cuanto ms suave es su tono de voz, mayor es su grado de enojo, y, en efecto es un h o m b r e cargado de ira. No le sucede lo m i s m o en el extranjerodice su amigo y durante m u c h o tiempo ayudante Gerhard von Halem. En Pars, Londres, donde siente que le aprecian, es un h o m b r e distinto. Se da cuenta de que y o , y tal vez nicamente otras dos personas, c o m p o n e n el exclusivo circulo social de Helga y Jrgen?. C m o podra conocer a gente y entablar nuevas amistades?inquiere SyCon las cosas que dicen de m en los peridicos (no de mis pelcu las, sino de m ) , me da vergenza salir o mirar a alguien a la cara. Por supuestodice otro periodista alemn que me pidi que no m e n cionara su n o m b r e , lo cual no deja de ser significativo, tiene derecho a estar enfadado. Posee un talento mgico, es un h o m b r e con una imaginacin galo pante. En A l e m a n i a , desde la poca de Hitler, el cine ha o c u p a d o un lugar im portante en la vida del pas, pero los alemanes tienen miedo de los cineastas
235
EL
TRAUMA
ALEMN
con imaginacin. Especialmente si la utilizan para sacar a la luz nuestras defi ciencias. Los crticos de cine alemanes constituyen una camarilla, hombres con sagrados al c o m p r o m i s o al que han llegado. El documental sobre Winifred Wagner, la nuera britnica de Wagner y ami ga de Hitler, fue un golpe de suerte. La historia cay en mis manoscuenta travs de una de sus amigas ntimas. Winifred me fascin y, a di ferencia del resto de mis pelculas, la realizacin de una pelcula sobre ella res poilda claramente a una propuesta comercial. A d e m s , yo necesitaba dinero para mi proyecto sobre Hitler. O b t u v e el patrocinio de las televisiones alema na, francesa y britnica, por valor de un milln de marcos, asi c o m o una beca para proyectos artsticos del Ministerio del Interior. Pero era evidente que (al igual que las otras tfCS pelculas) requerirla m u c h o ms tiempo del que habla previsto. A pesar de las crticasdice Gerhard v o n Halem, hasta ahora siem ha conseguido que le s u b v e n c i o n e n sus pelculas, aunque en este negocio puede llegar a entender c m o administra las cantidades que consigue. C o m o personal de p r o d u c c i n , Syberberg cuenta con un ayudante, un cmara y l m i s m o . Todo est planeadocontina v o n Halem. El da en que las cmaras empiezan a filmar, J r g e n ya lo tiene todo sobre el papel, organizado hasta el ltimo detalle. La duracin de Ludwig, en un principio planeada en setenta mili Uto S habida cuenta del p r e s u p u e s t o , finalmente fue de ciento cuarenta minutos; su coste ascendi a trescientos mil m a r c o s y fue rodada en once das. KU'l May deba tener una d u r a c i n de noventa m i n u t o s , que se convirtieron en tres horas; cost cien mil m a r c o s y el rodaje dur veintio cho das. Winifred Wagner cost setenta mil m a r c o s y fue r o d a d a en cinco das; deba durar una hora y al final fueron cinco. Y Hitler, financiada en fufl C l o n de un presupuesto que daba para cien minutos de pelcula, lleg a teiiei cuatrocientos veinte, cost un milln de marcos y se rod en un estudio en veinte das. La primera p r o y e c c i n de la pelcula en L o n d r e s , pensada c o m o un pase nocturno pero que e m p e z a r ms t e m p r a n o de lo n o r m a l en la sala GatC 2, le dar al pblico britnico la o p o r t u n i d a d de valorar su fuerza y determiliai la relevancia de esta obra. La pelcula contar con un pblico m u c h o ms amplio si, c o m o est previsto, la BBC2 la emite en el transcurso de este mis mo ao. Hitler, una pelcula de Alema na, en r e a l i d a d son c u a t r o p e l c u l a s de ciento cinco minutos cada una: The Gran, A Germn DreaiH, III The NightjWe Chuchen ofTlell. Se trata de un tlir defoixe imaginativo y sin un llilo argumental convencional lo lgico): bsicamente, consiste en un j u i c i o que 110 tiene lugar en la sala de un j u z g a d o , sino en nuestra mente, c o m o desvela la pelcula, que, por cierto, no est dirigida a aquellos que ignoran la historia. Juzgamos ,1 Hitler a medida que relacionamos los hechos que no se muestran de forma ex236
LOS T R E S P E C A D O S
DE S Y B E R B E R G
plcita, pero de los que sabemos que fue responsable, con las voces de G o e b bels, Cliurchillj Roosevelt y algunos defensores alemanes de la libertad, as como los largos m o n l o g o s filosficos, ticos y sobre los aspectos ms ntimos de la vida privada, d e c l a m a d o s por actores que representan a Himmler, a su masajista y a Linge, el ayuda de cmara de Hitler. Juzgamos a Hitler a travs de la msica de Wagner, Beethoven, Mahler y Lehar. C o m o teln de fondo, escuchamos siempre el eco de la solemne celebracin anual nazi en honor a sus m u e r t o s . Podemos ver a Hitler bajo m u c h o s aspectos distintos, c o m o Caligari, N a p o l e n , Chaplin, Hamlet, un pintor y un fantasma que sale de su tumba haciendo el saludo nazi. l y su squito tienen con frecuencia el aspecto de marionetas macabras. Syberberg afirma que en la actualidad, la realizacin de una pelcula con tra Hitler, una obra de expiacin, no es nada fcil. En A l e m a n i a s o m o s espe cialistas en hablar de expiacin. T o d o el m u n d o est en contra de Hitler. Pero cosa m u y distinta es hacer pelculas contra Hitler que puedan herir al es pectador. No lo hago para provocar, sino porque todava hay conflictos en ab soluto resueltos que hasta ahora (hasta la fecha en que realic mis pelculas) no haban salido a la luz. Soy un intelectual, no un cineasta instintivo, afirma. Eso solo es cierto en la medida en que se trata de un h o m b r e inteligente que sabe m u c h o y apro vecha sus conocimientos. Tal vez sera mejor que, siendo a m e n u d o arrogante hasta la exasperacin, no le diese tanta importancia a su principal cualidad, porque sus opiniones, expresadas en la pelcula y cuando habla, con frecuen cia trascienden toda inteligencia o lgica. inspiracin es la que le llev a crear la figura de la nia ciega encerrada en s misma, una Alicia en el Pas de los H o r r o r e s , que a c o m p a a al especta dor durante toda la pelcula, ofreciendo un marco infantil confuso, incluso borroso, a travs del cual v e m o s las imgenes, ahora ms soportables. Syberberg ha v e n i d o trabajando en esta pelcula desde 1 9 7 2 . Helga recuerda das de profunda depresin, semanas de inexplicable enfermedad en mitad de la in vestigacin. Aos de O diodice Syberberg. Ese era el gran p r o b l e m a . Creo que as es como finalmente llegu a la idea de incluir a una nia, a mi propia hija: un m u n d o en el que pudiese inyectar algo de amor. Y una realidad distinta, ms real que la que p u d i r a m o s deducir de los archivos o los testimonios perso nales. Son los elementos irracionales de la nacin alemana, segn Syberberg, los que dieron lugar a Hitler. Esa es la clave de su batalla con los crticos de cine ale manes, que parecen incapaces de ceder un pice en su c o m p r o m i s o con una Alemania racional, triunfadora y materialista. Hitler fue el resultado, como da a entender Syberberg en su pelcula, del R o m a n t i c i s m o . La imaginacin cre a Hitler. El orgullo y el amor tuvieron c o m o consecuencia a Hitler. N o s o t r o s ,
237
EL
TRAUMA
ALEMN
c o m o nos increpa esta obra sin decirlo explcitamente, somos responsables de l, cada uno de nosotros s o m o s responsables de todo lo malo que sucede en el mundo. Al rechazar su parte de responsabilidad respecto a Hitler, como proclama Syberberg a lo largo de su obra, todos los alemanes estn rechazando su verdadero yo r o m n t i c o , su genuina identidad alemana, y, salvo en el caso de que le presten una m n i m a atencin, les arrebatarn a sus hijos la herencia autntica mente alemana y harn de A l e m a n i a una nacin sin vida.
238
12
LA
V E R D A D
ES
QUE
YO
A M A B A
HITLER
ABRIL
DE
I996
El expediente ms v o l u m i n o s o del archivo del Z E S , el servicio de seguridad suizo, corresponde a un hombre de negocios de ochenta aos de edad, Francois en la actualidad probablemente el ms intransigente de- los discpu los de Hitler, si no el ltimo. La estricta confidencialidad con la que ha llevado una vida dedicada a respaldar fervientemente el nacionalsocialismo y la causa relacionada (a sus ojos) con el conflicto rabe y palestino, le ha hecho ganar a pulso el titulo de h o m b r e ms misterioso de Europa, situacin con la que se deleita desde hace m e d i o siglo. D u r a n t e los ltimos veinticinco aos de esos cincuenta he tratado a Genoud. Le conoc cuando estaba realizando una investigacin sobre la publica cin p o r e n t r e g a s de los m o n l o g o s de H i t l e r (Hitler's Tabletalk), en una revista alemana, en la que este apareca identificado como el propietario de los derechos de r e p r o d u c c i n . Ahora m i s m o v o y para M u n i c h y h a b l a m o s , se ofreci solcito. Cinco horas ms tarde, l y su esposa se reunieron c o n m i g o y con mi esposo, a c o m o d n d o s e en el suelo y en las camas de nuestra m o d e s t a habitacin de hotel. Es usted un hombre de accin, no es as?, suger. Por qu no?respondi r i e n d o . S o m o s gente m o d e r n a . Cuanto ms observaba a esta encantadora y alegre pareja, ms curiosidad senta por saber cmo este suizo trotamundos, con un brillo permanente en sus ojos, lleg a hacerse con aquellos derechos de reproduccin tan exclusivos de los escritos de B o r m a n n y Goebbels, e incluso con los del legado literario de Hitler. La respuesta es muy sencillame dijo mientras c o n v e r s b a m o s bien entrada la n o c h e : en 1948 descubr que los Tabletalk todava existan [los mo nlogos que Hitler p r o n u n c i durante las pausas para almorzar, grabados por orden de B o r m a n n ], y eso era lo que ms ambicionaba en el m u n d o . T a m b i n haba odo hablar de la existencia de cartas de B o r m a n n dirigidas a su mujer, y de los diarios de Goebbels, casi tan fascinantes como los Tabletalk. Todos estos documentos tenan que ser e n o r m e m e n t e interesantes. Pero lo p r i m e r o , incluso antes de averiguar dnde estaban escondidos, era conseguir los derechos, cues tin que saba que llevara aos de discusiones y j u i c i o s .
239
EL
TRAUMA
ALEMN
G e n o u d tuvo xito por tres razones bsicas: fue la primera persona que se dio cuenta de que los aliados, quienes se a p r o p i a r o n prcticamente de casi todas las posesiones de los lderes nazis, no saban o hablan olvidado que aquellos tres hombres hablan escrito cartas y diarios, o, como en el caso de Hitler, que sus conversaciones haban sido grabadas. La segunda carta que esgrimi en las negociaciones que mantendra con sus herederos o representantes consista en que, para ellos, la n a c i o n a l i d a d suiza de G e i l O u d y su c o n v i c c i n , manifiesta y a la vez tranquilizadora, de que Hitler habla actuado correctamente pero habla sido gravemente m a l i n t e r p r e t a d o , eran equivalentes a una garanta de in tegridad. Pero, sin duda alguna, lo que ms contribuy al xito de su empresa fue la fuerza de su personalidad. Para sorpresa de mucha gente, invariablemente da la impresin de ser una persona comprensiva y honesta. (Esta cualidad tambin aparece m e n c i o n a d a en la introduccin de Fierre Pean a su excelente biografa sobre Genoud, L'Extretllisfyie se acaba de publicar en Francia, en la editorial Fayard, en 1996.) En el interior de cada hombreescribe, por muy perverso que parezca [...] hay luz, a veces en cantidades desbordantes, a veces en su mnima expresin. Ha sido necesario un cierto grado de obstinacin por mi parte para detectar y admitir la existencia de Iirz en este h o m b r e , que ha hecho todo lo imaginable para deshonrarse a si m i s m o . . . pero ah est.) En ningn caso deseaba adquirir los derechos de reproduccin en beneficio propio- -dice su abogada y amiga Cordula Schacllt, la hija del primer ministro de E c o n o m a de Hitler, absolutamente antinazi, a quien conoc en Nuremberg . Su objetivo principal era conservar y proteger aquellos documentos; es un r o m n t i c o . G e n o u d procede de u n a familia adinerada. Su padre era un fabricante de papel pintado de Lausana, francfilo, y su idolatrada madre era mitad inglesa; tena cuatro h e r m a n o s y su feliz infancia estuvo dominada por los sueos de hroes y corteses caballeros de siglos pasados y por el desprecio hacia los an sin chispa que gobernaban E u r o p a . Al trmino del primer da que p a s a m o s j u n t o s (y esto no lia cambiado en los ltimos veinticinco aos), ya me haba dado cuenta de que, desde el punto de vista poltico (Genoud dira ms bien idealista), no coincidamos en un solo punto. Durante todos estos aos he intentado hablar con l en profundidad y le he enviado mis crnicas, que nunca lee. Posa su m a n o con delicadeza sobre la ma mientras me dice: O l l l l ' e s t p a s d'accord: on lie sera jamis d'accord. Mais on S a i m e bien, non? ( No estamos de acuerdo; j a m s lo estaremos. Pero nos queremos, no es as? ). Tiene la capacidad de ver, e incluso de vivir la vida, en dos niveles. Siempre han sido las figuras individuales, asi como las causas por las que luchan, lo que ms le ha atrado a G e n o u d . Tras su c o m p r o m i s o inicial con Hitler, el presidente de Argelia Ben Bella y el especialista en secuestros W a d d i llad240
LA V E R D A D E S
QUE Y O
AMABA A HITLER
dad, lder del Frente P o p u l a r para la Liberacin de Palestina, han pasado a ser dos de sus amigos ntimos (estas dos relaciones son fruto de un viaje realizado por Genoud en 19 3 6, en el que conoci al Gran Mufti, el jefe de la resistencia palestina, quien le considerara uno de sus confidentes hasta su fallecimiento
en 1974).
Por mediacin de Haddad, hace ya veinte aos, Genoud conoci a un hom bre al que describe c o m o un joven idealista, un soldado injustamente encar celado que serva a una causa noble (en favor de los palestinos y contra el sionismo). Este hombre, conocido m u n d i a l m e n t e c o m o el terrorista Carlos, el Chacal, actualmente cumple condena en Francia. Para l, c o m o se desprende de las nicas cartas que escribe, G e n o u d es su ms querido cantarada. Genoud ha recibido, con razn, los calificativos de nazi, espa y an tisionista apasionado. A d e m s , ha servido a SUS ideales en calidad de redactor, banquero y m e d i a d o r de gran eficacia. Su doble vida empez en 1 9 3 1 , cuando su padre le propuso estudiar durante un ao en un internado en Ale mania. Era el nico extranjero de entre casi ochenta j v e n e s , hijos de granjeros y hombres de negocios. Haba ledo bastante sobre las consecuencias de V e r salles para los alemanes, por lo que, al ser mi lengua nativa el francs, pensaba que me haran pagar por ello. Pero en m o d o alguno fue as: fueron amables y afectuosos, e intentaron hacerme sentir c o m o en casa. Estoy seguro de que, de haberse producido la situacin inversa, los j v e n e s suizos nunca hubieran aco gido igual a un alemn. Me senta avergonzado y al m i s m o tiempo les apreciaba por su generosidad. Sus c o m p a e r o s , segn me dijo Genoud, no demostraban un especial in ters en la poltica, a pesar de que esta d o m i n a b a todos los aspectos de la vida en Alemania a principios de los aos treinta. Por supuesto, todos ellos saban de la existencia de Hitler, y unos cuantos incluso pertenecan a las Juventudes Hitlerianas, de reciente formacin; no obstante, no era un tema habitual de dis cusin. Sin embargo, G e n o u d desarroll un gran inters por la figura de Hitler y empez a leer sus discursos, MeinKampf, y las declaraciones de sus seguido res, c o m o , por ejemplo, Goebbels. M u y pronto se dio cuenta de que Hitler despreciaba las democracias debiSu realidad consista en unir a su pueblo en una sociedad sin clases en la que todos suscribieran un ideal c o m n , reivindica G e n o u d . Pero no se haba dado cuenta, a travs de los discursos y de la lectura de Mein Kampf, de que el ideal a m b i c i o n a d o por Hitler consista sobre todo en una filosofa racista, que conducira a la guerra? Ya me habla dado cuenta de ello hacia algn tiempo, y creo que Hitler estaba equivocadome dijo G e n o u d con su curioso candor caracterstico, imposible de reconciliar con el resto de su personalidad. Perocontinu con una sonrisasoy m u y indulgente con aquellos a quienes quiero, y la verdad es que yo amaba a Hitler.
241
EL
TRAUMA
ALEMN
C m o pudo combinar el afecto y su prolongada amistad con j u d o s y anti nazis, no solo entonces, sino al parecer una y otra vez a lo largo de los aos, con su devocin incondicional por Hitler? Esa es una pregunta que sigo intentando responderme a mi mismocontesta perplejo, de nuevo haciendo gala de esa extraa ingenuidad. Mi vida, como la de m u c h a otra gente, se divide en dos partes: una c o m p r e n d e mi ideologa, mis ideales, mi sueo de un m u n d o limpio y pacifico; la otra, mi vida priva da, mis sentimientos y el a m o r hacia mis amigos. Qu sucedi despus, cuando descubri todo lo que hablan hecho los nazis? A pesar de que nunca he credo las horribles crnicas de la guerra, sigo manteniendo mi opinin de que Hitler se equivoc en su persecucin de los j u d o s . Y no solo porque su poltica fue la que dio un mayor empuje al sionismo. C u a n d o viva en Blgica, durante la guerra, me horroric al ver por primera vez una estrella amarilla. Para m, el hecho de estigmatizar a alguien por SU raza o color de piel es inadmisible [...]. Ese tipo depravado de racismo presenta para m un paralelismo con el s i o n i s m o , es incorrecto, e q u i v o c a d o , perverso. Las hazaas de G e n o u d en tiempos de guerra abarcan varios mbitos, en tre ellos el comercial y el poltico, pero la ms relevante fue su colaboracin con el servicio alemn de contraespionaje, la A b w e h r . En cuanto se dirigie ron a m, les inform de que estaba dispuesto a proporcionarles cualquier in formacin que cayera en mis m a n o s sobre los britnicos y estadounidenses; que respaldaba i n c o n d i c i o n a l m e n t e su lucha y que esperaba que Suiza, con el t i e m p o , tambin formase parte de su E u r o p a . Pero t a m b i n les dije que, mientras esto no fuera asi, bajo ningn concepto hara nada que perjudicase a mi patria. A u n q u e rechazaba el dinero de los alemanes, estaba dispuesto a aceptar favores en el m u n d o empresarial: Era un toma y daca entre mi contacto de la Abwehr [Paul Dickopf] y yoinform a Fierre Pean. Comerciaba con todo tipo de mercancas, entre ellas divisas, diamantes y oro; a Dickopf tambin le interesaban estos negocios. Asi q u e y o le facilitaba las cosas y l a mi [...]. Era un acuerdo sumamente satisfactorio; todos salamos ganando. Y ramos amigos. En la actualidad, el Gran Mufti, quien solicit asilo poltico en Alemania, le ha confiado a G e n o u d la administracin de sus v o l u m i n o s o s asuntos finan cieros. Sin e m b a r g o , tal vez la m a y o r prueba de la importancia que Genoud le da a la amistad fue lo que hizo por Dickopf. En aquella poca, Genoud gozaba de libertad de m o v i m i e n t o s a travs de las fronteras de Alemania y de toda la E u r o p a ocupada. Se habla casado con una m u c h a c h a de diecisiete aos, procedente de una famia belga m u y distinguida, cuya postura con respecto a los nazis era de absoluto rechazo, y haba establecido su residencia en Bruselas. Fue all donde, un da del otoo de 1 9 4 2 , D i c k o p f le p r o p u s o que le llevara hasta lo que entonces reciba el n o m b r e de fronteraverde: una franja que se extenda a lo largo de la frontera de Francia con Suiza, que se utilizaba para pa-
242
LA V E R D A D ES QUE YO A M A B A A H I T L E R
Francois.
A u n q u e s u m i d o en su desconcierto, G e n o u d estaba dispuesto a todo. Los dos amigos, en una limusina de la Abwehr conducida por el chfer de lle garon hasta un pueblo situado a unos once kilmetros de la frontera. Dickopf envi al chfer de vuelta y le propuso a Genoud dar un paseo por el bosque cercano. Fue all donde el alto funcionario de l a A b w e h r le confes que quera dejarlo todo. Segua siendo un patriota alemn, pero le c o m u n i c que te na sus razones para no seguir apoyando al nacionalsocialismo. Genoud se que d estupefacto, pero, aunque intent razonar con Dickopf, este nicamente aadi que su p r x i m o n o m b r a m i e n t o sera el de director de la A b w e h r en Suiza, y que no quera aceptarlo. Genoud era su amigo y Dickopfsabla que nunca le traicionara. Y estaba en lo cierto. Con la ayuda de Genoud, Dickopf se ocult primero en Bruselas y posteriormente en Suiza. Tras la guerra, su historial antinazi le ayudarla a ascender de secretario general de asuntos criminales a jefe de la BKA (los servicios de informacin alemanes), y finalmente pasarla a ocupar el cargo de presidente de la Interpol. La desercin de D i c k o p f de la causa nazi supuso un duro golpe para G e noud. Tal vez debido a que su fe era ms fuerte, o quizs porque en aquel enton ces saba m u y poco sobre las actividades de los alemanes en el este de Europa, pudo eludir la necesidad de extraer una conclusin moral. Desde entonces, a lo largo de estos ltimos cincuenta aos, durante los cuales ha compartido su vida, con extraordinaria armona por cierto, con su segunda esposa, Elisabeth (que tena o tal vez ha desarrollado una considerable empatia por sus ideales), las actividades de G e n o u d relacionadas con los alemanes y los rabes tienen lu gar de forma paralela. Para l, se trata esencialmente de una misma lucha: la de pobres contra los ricos. Durante los diez aos inmediatamente posteriores a la guerra, luch por conseguir los derechos de reproduccin de aquellos documentos, mientras cui daba con esmero las relaciones establecidas con los herederos, entre los que cabe destacar a la hermana de Hitler, Paula, algunos de los nueve hijos de B o r m a n n siete parientes de Goebbels. En 19 5 9, cuando sus vnculos con el m u n d o rabe se haban reafirmado y ya se extendan por todo Oriente Prximo, fund el Ajab Bank en Ginebra, a tra vs del cual m u y pronto empezaran a circular importantes sumas de forma turba. A pesar de que todava se muestra reacio a confirmar la veracidad de esta informacin, apenas cabe duda de que el dinero rabe sera posteriormente desti nado a ayudar a ciertos alemanes: por ejemplo, para pagar las costas de la defen sa de E i c h m a n n y de KlauS Barbie. Ahora Genoud tambin parece dispuesto a admitir que estuvo a punto de tomar parte activa en el terrorismo. En 19 7 2, actu como asesor de Waddi Haddad cuando este exigi cinco millones de dlares en concepto de rescate tras el
243
EL
TRAUMA
ALEMN
secuestro de un avin de Lufthansa con destino a Aden. En compaa de Elisabeth, viajaron a Colonia de noche con la carta en la que exiga el rescate, que depositaron en el buzn de Lufthansa, ya de m a d r u g a d a . Le pregunt c m o era capaz de justificar tal accin. De nuevo hizo acto de presencia su ingenuidad: Estaba a y u d a n d o a salvar v i d a s . Eso est bien,
no cree?.
Y su misin todava se extiende en el presente. En 19 9 4 , aunque su energa se habla visto d r s t i c a m e n t e disminuida tras la muerte de Elisabetll a causa de un cncer (cuando le vi en m a r z o me pareci que habla encogido hasta quedarse en dos terceras partes de su t a m a o h a b i t u a l ) , G e n o u d acudi en ayuda de Carlos ei Chacal, le p r o p o r c i o n los recursos e c o n m i c o s necesarios y consigui que el eminente Jacques Verges aceptara ser su abogado defensor (tambin haba defendido a Klaus B a r b i e ) . El ao pasado, cuando Carlos le escribi para rogarle que convenciera a su esposa, Magdalena K o p p , de que no regresara a Europa, Genoud tom un avin para visitarla en su casa de Venezuela, a pesar de su delicado estado de salud. Incluso, mientras escribo estas lineas, otro terrorista de extrema izquierda favorable a la causa palestina (un alemn, llamado Johannes Wellich, quien fue entregado por Y e m e n del Sur y ahora permanece recluido en Berln) se est beneficiando de la generosidad de G e n o u d . Como puede ver, tambin hay ara bes malos, fue su comentario. A la edad de ochenta aos y con una salud frgil, sigue inquebrantable. Se guir hacindoloafirma su hija Franco ise, quien, al igual que su hermana Martine, comparte totalmente su simpata hacia los palestinos, pero odia a los nazis. No tiene dinero, todo lo que puede conseguir pasa mmediataiTieilte a m a n o s de alguien ms necesitado. Es casi como si la necesidad de los hombres hiciese surgir en mi padre un sentimiento de a m o r . A pesar de que estoy segura de que lio ha cometido actos violentos sospe cho que ha actuado con conocimiento de causa en los mrgenes de la violencia que ha rodeado su vida adulta. Resulta turbador, por tanto, m u c h o ms turbador que si se tratase de un h o m b r e de carcter violento, pensar que todo lo que Francois Genoud ha hecho ha sido por a m o r .
244
SEPTIEMBRE
DE
1992
Leni Riefenstahl, una de las mujeres con ms talento y ms famosas de este si glo, celebr su noventa c u m p l e a o s el 22 de agosto en un hotel situado a ori llas del lago de Starnberg (residencia o refugio de fin de semana para algunos de los habitantes ms ricos de Baviera), a c o m p a a d a de un centenar de a m i gos. Creo que solo quedan tres de mis viejos amigosme dijo un poco antes este m i s m o v e r a n o . Los dems estn todos muertos. Pero me considero afor tunada: estoy rodeada de todo un m u n d o de gente j o v e n m a r a v i l l o s a . Estbamos conversando en la sala de estar de su chal ubicado en Pcking, una pequea poblacin costera del lago, donde la visit por primera vez en 1 9 8 6 , durante la investigacin para mi libro sobre Albert Speer, ministro de A r m a m e n t o y arquitecto favorito de Hitler. En esta ocasin, acababa de finali zar la redaccin de sus m e m o r i a s , una extenuante tarea que le haba llevado cinco aos. Pareca agotada, y ahora todava deba leer las pruebas del libro, que se public en A l e m a n i a el ao siguiente y saldr a la venta en ingls esta semana. Entonces me dijo que su verdadera motivacin no era escribir sobre si mis ma: He sufrido mucho en mi vida, pero, en algunos sentidos, tal vez nunca como en los pasados cinco aos. Se percibe en ella una curiosa obligacin que le impide admitir la felicidad (o tal vez no quiere permitirse a s misma ser feliz), excepto en tres aspectos: su verdadero trabajo, c o m o ella denomina a su p r o d u c c i n cinematogrfica en tre 19 3 0 y 1 9 4 0 ; su mejor a m i g o , Horst Kettner, un h o m b r e alto y atractivo cuarenta aos ms j o v e n que ella, con quien ha trabajado y c o n v i v i d o durante los ltimos veintids aos; y, por ltimo, su casa, situada en un recndito lu gar en las proximidades del lago, en la que la combinacin de un j a r d n en esta do salvaje pero cuidado con esmero y la armona meticulosamente diseada del interior son un reflejo de la mujer y la artista. El chal, de fachada acristalada, madera oscura y terrazas llenas de flores, pa rece la guarida de un millonario. Pero en realidad se trata de una casa prefabri cada que escogi en un catlogo y pag mediante un prstamo de medio milln de marcos que solicit al banco local. Nunca ha podido reunir el dinero necesa245
EL TRAUMA
ALEMN
rio para liquidar la deuda y, en la actualidad, sigue p a g a n d o los intereses. Ella y Horsti (a quien contrat en 1 9 7 0 en calidad de ayudante, cuando l solo contaba con veintisis aos de edad, y que desde entonces se convertirla en su compaero) se trasladaron a esta casa en 1 9 7 9 . No puedo imaginarme la vida sin el o sin esta casa, afirma. Fue una de las grandes bellezas de su poca, y sigue siendo hermosa, pero no con la delicadeza espiritual que otorga la vejez, sino con la actitud desafiante de una mujer vital. Es delgada y rubia, lleva una camisola de raso blanca con un estampado azul, y unas mallas de seda de color azul celeste sobre sus piernas, que en s u j u v e n t u d fueron tan famosas c o m o las de su c o n t e m p o r n e a Marlene Dietrichy siguen siendo tan estilizadas como s i e m p r e . En 1 9 2 3 , cuando tena veintin aos, debut c o m o bailarina profesional. Una revelacin, escribi uno de los crticos de danza ms reputados de Berln. M a x Reinhardt la contrat rpidamente como bailarina solista para su clebre Deutsches Theater. En 1 9 3 2, no solo habla protagonizado siete r e n o m b r a d a s pelculas sino que, adems, haba dirigido la ltima de ellas, La luznzxd, que ganara el medalln de plata en la Biennale de 1 9 3 2 y fue aclamada c o m o una gran obra nada menos que por Charlie Chaplin. Su rostro extraordinario ya era fa miliar para todos los aficionados al cine de A l e m a n i a . Entre ellos, evidentemente, Adolf Hitler. Cuando la conoci en mayo de 1932 le dijo que su arte c o m o bailarina era lo ms bello que haba visto nunca, y que La luz azul'haba sido la mejor experiencia cinematogrfica de su vida. Lamentablemente, habida cuenta del elevado precio que pag por su rela cin con l, no necesitaba a Hitler en su vida para tener xito: con tan solo treinta aos de edad haba alcanzado la cspide de la fama. Pero lo cierto es que, en cierto m o d o , amaba a Hitler (siempre lo ha admitido, aunque se trate de algo inu sual en Alemania), y, puesto que p u d o acercarse a l m u c h o ms que la mayo ra de las mujeres, tal vez incluso le amaba ms que ellas. Solo tena un da para hablar c o n m i g o . Se encontraba en medio del rodaje de un d o c u m e n t a l sobre su vida; en cuanto finalizase este, haba planeado con Horst un viaje a las M a l d i v a s para practicar el deporte que se ha convertido en su m a y o r pasin: el s u b m a r i n i s m o . De entrada se nos present un problema: yo haba ledo su autobiografa, Sieve of Time,*y me haba sorprendido el hecho de que se refiriera continua mente a las anotaciones de mi agenda, que utilizaba c o m o recordatorios. Sin e m b a r g o , toda una serie de descripciones de acontecimientos de aquella poca parecan no coincidir con los contenidos de algunos diarios de Goebbels (con los que he trabajado durante varios aos en la realizacin de mi libro sobre S p e e r ) . Le dije que me gustara poder ver algunas de sus antiguas agen * Hay trad. cast.: Memorias, Barcelona, Editorial Lumen, 1 9 9 1 .
246
das, Agendas? A qu se refiere?. Respond que me refera a las agendas m e n cionadas de forma reiterada en su libro. Ahexclam; obviamente, la pregunta le habla t o m a d o por s o r p r e s a . Ahora me costara bastante encontrarlas. Si viera la habitacin donde hemos guardado todos esos documentos y otras cosas... T a r d a r a m o s horas en encontrar algo concreto. Le propuse que, mientras conversbamos, Horst y su secretaria, Gisela, p o dran echar un vistazo. Ah, bueno, ahora s a qu se refiere... N o , no, no encontraramos ninguna de esas "agendas"... Las perdi hace tiempo. Evidentemente, podra haber insistido en conocer su paradero, porque era asunto que me interesaba: tal vez Leni haba mentido en su libro, o bien aho ra prefera eludir esta cuestin. Pero no insist en favor de la buena marcha de nuestra conversacin. Quera saber el tema alrededor del cual se centraran mis preguntas. Bien me gustara que hablsemos de la poca de Hitler (imposible esqui var este t e m a ) . Por s u p u e s t o r e s p o n d i , lo c o m p r e n d o . Es lo que todo el mundo desea saberri con cierta a m a r g u r a . Esa mentira sobre mi relacin de novia o amante de Hitler.... Estbamos sentadas bastante cerca una de la otra. Casi pude percibir su ali vio cuando le propuse que dejramos ese tema para despus de la cena, y que en primer lugar me hablase de su infancia, que en mi opinin apareca idealiza da en su libro. Me mir fijamente durante unos instantes, y despus asinti con la cabeza: Qu cree que omit?. Le dije que en el libro daba a entender que haba sido completamente feliz; sin e m b a r g o , en sus fotografas de nia, en las que tambin aparece retratado su hermano pequeo, no da esa impresin. Heinz aparece enlas fotografascomo un nio delgado y de tez bastante plida, vulnerable y poco independiente (mu ri durante la guerra en Rusia); ella casi siempre parece triste. Lo que no me atrev a decir fue que aquellos nios delgados y giles no se parecan en nada a su padre, un h o m b r e grueso con una cara rotunda. no fue una infancia feliz, pero tampoco fue mala. No poda ser feliz porque mi padre se comportaba como un dspota con nosotros; con mi madre, con Heinz y c o n m i g o . No me cabe duda de que nos quera y que deseaba protegernos, pero el suyo.era un amor extremadamente represivo, que aplacaba el ms m n i m o atisbo de libertad. Mi madre no podia disponer de su propio dinero y deba pedirle permiso para ir a tomar un caf con sus a m i g a s . No me permita salir de casa sola, incluso cuando ya tena veinte aos. P r o v o c en m una resistencia increble, que me haca gritar. haba gritado alguna vez? A l?la idea pareci sorprenderle. Por supuesto que no. Pero desde los trece hasta quizs los diecinueve aos, con frecuencia me encerraba en mi habitacin para gritar. Quiere que le haga una demostracin?
247
EL TRAUMA
ALEMN
Y a continuacin, a sus noventa a o s de edad, alz sus m a n o s y emiti un grito profundo proveniente directamente de sus p u l m o n e s , que reson con un v o l u m e n extraordinario en la silenciosa sala, preciosamente adornada. (Recuerdo que me pareci extrao que Horst no viniera corriendo a ver qu suce da, y, a u n q u e nunca se lo o decir a nadie, me pregunt si aquello tal vez no formarla parle del ritual de las entrevistas.) La crisis lleg c u a n d o tena diecisis aos. Su m a d r e le haba permitido asistir a clases de danza en secreto desde haca algunos aos. Eso es a lo que me refera al decir que mi infancia, aunque no fue feliz, t a m p o c o fue mala. Era una madre de ensueo. La quise con locura hasta el da de su m u e r t e . Un da, su padre asisti a una representacin del colegio en la que ella bailaba y fue entonces cuando se enter. Se enfad tanto que t e m i m o s que sufriera un infarto. A partir de aquel da, y durante varias semanas, no nos dirigi una sola palabra, ni a mi madre ni a m. de aquello la e n v i a r o n a un i n t e r n a d o , y a la directora le dieron i n s t r u c c i o n e s de que la tratara con la m a y o r severidad (instrucciones que aquella inteligente mujer decidi i g n o r a r ) . De h e c h o , casi i n m e d i a t a m e n t e me p e r m i t i dirigir y actuar en las representaciones escolares. A d e m s , ha bla trado c o n m i g o O l l S zapatillas de ballet, asi que pude practicar todos los das. Al trmino de aquel ao, el padre c e d i : mientras viviera en su casa y aca tara sus n o r m a s , podra seguir aprendiendo danza. Pero si alguna vez veo aparecer tu nombre-en pblico, sentirs mi ira, dijo. Lo ms curioso es que, cuando aparec por primera, vez sobre un escenario en octubre de 19 2 3, llor de alegra. No solo sera famosa por su arte, sino tambin por su vida sentimental. Pero lio entonces a f i r m a , me espabil m u y tarde. A p e n a s tenia pecho, y mi ciclo menstrual empez cuando tenia veintin aos. Por supuesto, siempre estaba e n a m o r a d a , solo Dios sabe desde c u n d o . La primera vez que me e n a m o r fue de un m u c h a c h o que vi en la calle, cerca de casa; durante todo un ao pase por esa calle todos los das a la m i s m a hora, para verle, pero pasaron diez aos hasta que volv a encontrarme con l, y para entonces, obviamente, ya no tena ningn inters para m. A la edad de veintin aos tuvo su primera experiencia sexual con un cam pen de tenis, dieciocho aos m a y o r que ella. Era increblemente atractivo, haba sido amante de Pola N e g r i , y estuve e n a m o r a d a de l durante dos aos antes de atreverme a hablarle. No obstante, aunque m i r a n d o hacia atrs dice que tai vez fue el nico h o m b r e que ha c o n o c i d o con quien le hubiera gustado tener un hijo, esta primera experiencia fue decepcionante. Creo que yo era demasiado inocenteafirma,pero aprend lina leccin importante, sabe?, la gran diferencia entre la ilusin y la realidad. Me habla ena248
morado del hombre que yo deseaba que fuera, no de quien realmente era, y, auHque acabamos estando p r o m e t i d o s , al final r o m p con l. A la edad de veintitrs aos, finalmente se m u d a su propio piso. C u r i o samenteobserv, en el m i s m o inmueble que M a r l e n e Dietrich. Al observar y escuchar a Riefenstalll, asi como a travs de la lectura de la crimaginativa e idealizada que ofrece en su libro sobre muchas de sus relacio nes (entre las que destacan algunos h o m b r e s que haban sido o se convertiran en amantes de Dietrich), no resulta difcil percibir el temprano paralelismo y la rivalidad existente entre ambas. No por papeles, que ambas conseguan con facilidad, sino por la atencin. Podra haber ido a Estados Unidosafirma RiefenStahl, me invitaron en muchas ocasiones, tuve varias oportunidades. Ms tarde con frecuencia de se haberlo hecho. Estados U n i d o s fue el destino de Dietrich, donde Josef v o n Sternberg la convirti en una gran estrella. Pero no fue l quien la oblig a denunciar p blicamente a los nazis, cada vez ms p o d e r o s o s , o, posteriormente, a rechazar las reiteradas invitaciones de Goebbels para que regresara a A l e m a n i a . Lo hizo por conviccin propia. Y aunque Riefenstahl nunca pudo admitirlo, creo que tal vez es esa la postura que ahora envidia, postura que ella fue incapaz de adoptar. En caso de que as fuera, despus de todo, esta tarda conclusin la honrara. Le pregunt por sus padres. Estabaninvolucrados en poltica? No pertenecan a ningn p a r t i d o m e contest. Lean el peridico liberal Berliner Tage propiedad de un j u d o hasta 1 9 3 3 . Era posible que a alguien no le interesara la poltica en el hervidero que era Alemania a finales de la dcada de los veinte y principios de la siguiente? Por Supuestome rebati. Ahora, con la televisin, se sabe todo prcti camente en el m o m e n t o en que sucede. Pero entonces solo haba algunos peri dicos locales. Y o misma no escuch la radio hasta 1 9 3 8 . Observ que, aunque yo tan solo era una nia a principios de los aos trenta, recordaba con toda seguridad haber escuchado la radio. Pues yo 110respondi bruscamente. Habla determinados circuios interesados en la poltica, pero la mayora de la gente no. N u n c a ol a mis padres hablar de poltica... n i c a m e n t e , s, ms o menos en aquella poca, cuando las cosas e m p e z a r o n a ir verdaderamente a peor: mi padre tuvo que cerrar su negoco y mi familia tuvo que trasladarse a un piso m u c h o ms p e q u e o que en el que yo me cri. Entonces s se quej. Pero nunca le o m e n c i o n a r el n o m b r e de Hitler. Sin embargo, continu, con toda seguridad, ya en 1930 trataba de eso: de apoyar a Hitler o no. Mirando atrsobjet-, se trataba de tomar parte activa o no. Mi padre nunca fue a una manifestacin o a un mitin, n i n g u n o de nosotros presencia mos nunca semejantes actos.
se
EL
TRAUMA
ALEMN
Para entonces ella ya era una mujer adulta, j o v e n e inteligente, con una imagen pblica. Nunca se le ocurri hacer ninguna p r e g u n t a ? Mis pensamientos estaban dedicados exclusivamente a mi pequeo crcu lo, a mi propia vida. Estaba m u y ocupada, En ese punto de nuestra conversacin, se mostr tan tensa que l e g u a temer por ella. Su v o z haba subido una octava; sus manos, cuando se las tom, estaban fras c o m o el hielo.
Durante la pausa que realizamos para cenar (unos sandwiches de salmn y pal que Horst y Gisela hablan preparado) hablamos de su vida afectiva, de su pri mera relacin conocida, con Louis Trenker, su pareja en las primeras pelculas sobre alpinismo en las que actu. Era c a m p e n de esqu y escalador, su rostro parecla tallado en roca viva y tenia la mentalidad de un c a m p e s i n o . Treinta y cinco aos ms tarde, vendi a un peridico un diario falso de Eva Braun, en el que aparecan terribles acusaciones contra Leni. Estuvo a punto de arruinar su carrera por las proverbiales treinta monedas de plata. Riefenstahlle demand y g a n . Pero de qu sirvi?se lamenta. He interpuesto cincuenta querellas por difamacin y las he ganado todas. Pero como dice el dicho, calumnia que algo queda. La relacin ms importante y duradera de aquellos aos fue la que man tuvo con uno de sus cmaras, Hans Schneeberger. Estbamos perdidamente no p o d a m o s quitarnos las manos de encima. Cuando me dej, me hund, no poda entenderlo. Fueron necesarios cinco aos para que la herida empezase a cicatrizar. La ms tranquila y tierna de sus relacio nes fue la que m a n t u v o con su ingeniero de sonido, H e r m a n n Storr, entre 1938 y 1 9 4 0 . Era el mejor del m u n d o . Incluso Rene Clairle llam-para que trabajase en sus pelculas en Pars. Su relacin se v i n o abajo durante el rodaje de la quefue su l t i m a pelcula, Tierras bajas (Tieflfllld), p r o d u c i d a , dirigida y pro tagonizada por ella m i s m a . No supo aceptar la situacin. Quera dormir con migo en la vspera de os das en los que d e b a m o s rodar las principales tomas [...]. Eso era imposible. Ms tarde conoci al hombre con el que finalmente se cas, Peter Takob, un militar de carrera del Ejrcito alemn. Era mi destinome confes,el amor de mi vida y, a la vez, mi m a y o r tragedia e m o c i o n a l . Segn dice, era un ninfmano (la utilizacin incorrecta de esta palabra en cuanto al gnero no tiene relevancia, est claro o que quera decir). l era consciente de ello y sufra sus consecuencias; me amaba, pero no poda cambiar. Estaba p r e p a r a d a para cualquier sacrificio, intent una y Otra v e z vivir con ello [...] pero en ltima instancia fui incapaz. N o s d i v o r c i a m o s en 1 9 4 6 , pero en realidad seguimos j u n t o s hasta 1 9 5 2. Necesit seis aos para superarlo, y por fin solo lo consegu cuando me e n a m o r de frica [...] y los nubas.
250
C u a n d o regresamos a nuestro rincn de trabajo despus de C e n a r ya habla anochecido. Habla llovido y, cuando abrimos las puertas de cristal, entr el liaravilloso perfume de las flores del j a r d n . La primera vez que o hablar de H i t l e r e m p e z a relatarfue tras el xito de La luz nzul, en abril de 1 93 2. Haba observado la exaltacin con que la hablaba a su favor o en su contra, lo cual despert mi inters, as que de cid acudir a una de sus apariciones pblicas para escucharle. Me sent c o m o fulminada por un rayo. En aquel discurso solo habl de paz y de trabajo, de los males de la sociedad de clases; pero no p r o n u n c i una sola palabra racista. No es que lo entendiera todo, pero su manera sencilla de decir todo lo que yo sen ta desde haca tiempo sin saberlo, fue lo que me hizo reaccionar. Yo odiaba la sociedad de clases; odiaba la idea de la guerra; y puesto que me gustaba traba jar y estaba segura de que a m u c h o s otros tambin, no soportaba la visin de los mendigos en nuestras calles. Al or su discurso, me convenc inmediatamente de que podra salvarnos del abismo al que parecamos dirigirnos. Por eso, obedeciendo un impulso, le es crib, j u s t o antes de partir hacia Groenlandia para trabajar en un proyecto de va rios meses de duracin. Para mi sorpresa, casi inmediatamente recib la llamada telefnica de un hombre que dijo ser su ayudante, Wilhelm Bruckner, quien me comunic que el Fhrer haba recibido mi carta, que era un gran admirador de mis pelculas y que me invitaba a visitarle al da siguiente, el da antes de mi partida. Ese sera el p r i n c i p i o de su relacin con Hitler, sobre la que tanto se ha hablado. Contrariamente a lo que afirman algunos, nunca llegaron a ser aman tes. A Hitler le gustaban las estrellas de cine, rodearse pblicamente de mujeres hermosas, y demostraba un respeto casi desproporcionado por el talento arts tico. Sin embargo, s e x u a l m e n t e se senta atrado por otro tipo de mujeres. Sin duda Goebbels la deseaba: su apetito sexual era c o m p u l s i v o , y la mayora de las actrices de aquella poca empezaron a frecuentar el sof de su despacho. Riefenstahl confirma una y otra vez a sus lectores cuan ardorosamente le detesta ba. Acaso sus protestas no resultan excesivas? No p o d e m o s saber lo que pas, ni tampoco importa demasiado. Pero es cierto que Goebbels la menciona con mucha frecuencia en sus diarios, que abarcan un perodo de varios aos, lo cual corrobora una y otra vez que tanto l c o m o Hitler la tenan en gran estima. En la crnica de su primer encuentro, incluida en su libro, queda claro cun to apreciaba Hitler su talento. S bastante sobre Hitler, as que puedo decir q u e la descripcin de sus modales corteses, su energa y el entusiasmo casi infantil que senta por el cine (y, por supuesto, por ella), me parece verdica. No sucede lo m i s m o en otras ocasiones, cuando narra las conversaciones que m a n t u v o con l tras su llegada al poder. Era Un h o m b r e casi c o m p u l s i v a m e n t e reserva do, por lo que cuesta creer que Hitler hablara con ella sobre su vida afectiva o, como afirma la propia Leni, que esta se atreviera a reprenderle por su actitud hacia los j u d o s . Aun as, aunque sea poco probable, no hay nada imposible en el
251
EL
TRAUMA
ALEMN
terreno
hermosa
y c l e b r e CGITIO a u n q u e in-
ella b i e n p u d o
comentario arriesgado
hubiera,
discutido planes y
CSlra
S u l i b r o , d e s e t e c i e n t a s p g i n a s , c a r e n t e del ITlCllr a t i s b o d e c a l i d a d literaria, rrido estilo y ni tan s i q u i e r a de la m s m n i m a p i n c e l a d a de h u m o r , recuento de las i n n u m e r a b l e s t r a i c i o n e s que (lo es u n abu
c o m p a e r o s de p r o f e s i n y a m i g o s
c u a l le h a c e a u n a p r e g u n t a r s e p o r qu
hierro);
de
del
'-'terrible
odiosos
m a n t e n e r l a bajo arresto
domiciliaque
rio e n s u c a s a d e c a m p o d u r a n t e v a r i o s m e s e s ,
en c o m p a a de su madre,
c o n s i g u e d e s p e r t a r la
es q u e a f i r m e q u e era la c o n f i d e n t e de Hit-
dad cuanto a
ejemplo ms significativo
es su d e s c r i p c i n de la r e u n i n s u p u e s t a m e n t e man
t e n i d a c o n l l a n o c h e d e l 8 d e d i c i e m b r e d e 1 9 3 2 , CjUC c o i n c i d e p r e c i s a m e n t e c o n las v e i n t i c u a t r o h o r a s de su crisis poltica m s g r a v e . Aquel da, a la h o r a del a l m u e r z o , Hitler haba recibido una carta de un
viejo a m i g o y c a m a r a d a ,
Gregl
b e m o s m a n t e n e r la c a b e z a bien alta
hora
q u e p a s a , el F h r e r d e b e
Kasei'liof
partido],
la que me
Rhllly
Himmler
[ q u i e n e s le a c o m p a a n ] [...]. se haba
tinan
hasta el a m a n e c e r para
Rietenstahl
entonces
entrevistado
brevemente
con
Hitler
( c o m o ella m i s m a n o s e x p l i c a ) , d o s o tres v e c e s . H e a q u s u d e s c r i p c i n d e aque lla n o c h e . H a b a e s t a d o en un c o n c i e r t o , e s c r i b e , y de c a m i n o a casa c o m p r las edicio nes especiales de los p e r i d i c o s , q u e se d e t u v o a leer en el v e s t b u l o del Kaiserhof. El a y u d a n t e de H i t l e r ,
Brucklier,
al v e r l a all, le c o m u n i c q u e H i t l e r d e s e a b a v e r -
252
LENI
la.
Al llegar a
que r e s p i r a b a c o n
con s u i c i d a r s e ; a c t o s e g u i d o , e m p e z a e x p l i c a r l e t o d o s s u s p r o b l e m a s . prend
[cjucj
Evidentemente,
imaginar
COlltnuaS r e u n i o n e s p a r a r e s o l v e r
crisis poltica,
sentir la ne-
cesidad, o bien e n c o n t r a r el t i e m p o suficiente, p a r a confiarle sus p r e o c u p a c i o n e s polticas a a q u e l l a estrella de cine a la q u e a p e n a s c o n o c a . Sin e m b a r g o , a e x c e p c i n de mi p r e g u n t a s o b r e las a g e n d a s , evit d e l i b e radamente hablar con Riefenstahl sobre su libro. T e n i e n d o en cuenta mi opinin
d e s f a v o r a b l e a c e r c a d e l m i s m o y m i i n t e r s p o r h a b l a r d e o t r o s t e m a s m s sugerentes, l tena s e n t i d o sacar a la luz sus c a r e n c i a s . llas ocho horas de conversacin justificaron En ltima instancia, a q u e -
mi c o m e d i m i e n t o , porque inten-
t ser s i n c e r a c o n m i g o ;
y c u a n d o es s i n c e r a , p u e d e ser m u y a g r a d a b l e .
VVillifred Wagner,
la hija p o l t i c a de R i c h a r d W a g n e r : Q u h u b i e r a h e c h o si
Hitler h u b i e r a s o b r e v i v i d o y h u b i e s e l l a m a d o a su
puerta?.
Frau W a g n e r res-
pondi
q u e le h a b r a r e c i b i d o de b r a z o s abiertos. A l b e r t S p e e r m e dijo q u e l a la
habra l l a m a d o
polica.
Qu habra hecho
Riefenstahl?
N o lo s
respondi
, realmente
00 lo s. A l b e r t , c o m o bien sabe, era un activista; yo s o y u n a p e n s a d o r a , o si lo prefiere u n a s o a d o r a . Y , Y, c o m o mujer, sobre todo, soy una mujer.
difcilcontest
que fuera su
. Puedo
Goebbels, que
rogndome
Pero
C o n toda seguridad, al igual que m u c h o s millones de personas, yo tam bin e s t a b a i n t o x i c a d a p o r l. informal y sencillo. D e s d e el p u n t o de vista social, era e n c a n t a d o r . M u y no
Pero si
en su libro, lamentablemente,
finalmente
253
EL
TRAUMA
ALEMN
En h o n o r ala justicia,
DOS
dijo
, y o actuaba en pelculas.
T e n a m u c h o s a m i g o s judos, E s c i e r t o q u e t o d o s e l l o s tu [...]. P e r o
vieron suerte y no fueron a parar a los c a m p o s de concentracin r o n q u e salir del p a s . L o q u e siendo amigos
tuvie-
obviamentenunca d i r n m i s e n e m i g o s e s q u e todos
mos.
E s o es cierto: fueron a m i g o s leales, al igual q u e ella les h a b a d e m o s t r a d o su lealtad en una poca en la que m a n t e n e r una relacin de amistad con un judo
Riefenstahl,
o r
q u i e n , p o r m u c h o q u e in-
exlinilStva d e l a si
hacer. Los judos
desagradable.
que
ejercen el p o d e r , po.
m e d i a n t e el terror y el boicot. Me v o y a d o r m i r .
M e p r e g u n t o p o r c u n t o tiem
Es tarde y estoy c a n s a d o .
Cierto-me CO11
[...]
firm,
P r o b a b l e m e n t e o y r u m o r e s s o b r e m i p e n o s a e s t a n c i a all
aparecieron CO
s a s h o r r i b l e s s o b r e m , e n l a p r e n s a , e n c a r t e l e s y m a n i f e s t a c i o n e s e n las calles.
Fue
u n a pesadilla.
A q u e l l a r e a c c i n se d e b a a los j u d o s , c o m o ella le c o n t ? N o creo que n e c e s i t a r a or eso de m , Hablamos sobre el encargo replic secamente. sobre el
partido. de
Goebbels,
llegada t r i u n f a l
d e l o s n a z i s al p o d e r . Le propongo
Por la tarde, Leni Riefenstahl me habla acerca de sus planes. que haga u n a pelcula sobre Hitler. Est e n t u s i a s m a d a c o n la
idea [...].
12 de j u n i o de 1933,
Schaumburg.
se habl
en aquella ocasin
a fe. A l a n o
de
Siguiente,
a l a r d e de m a e s t r a , por u n a serie
f i l m a la c l e b r e
razones,
254
d e las a c t i v i d a d e s d e pel d e
Len
a s u s e g u n d o , R l l d o l f H e s s , G o e b b e l s d e s e m p e el p a -
la pelcula. E l l d e j u n i o :
d e a q u e l f e l i z v e r a n o , d e n u e v o s a l p i c a d o d e c h a r l a s y d i s c u s i o n e s s o b r e la p e -
En su libro, Riefenstahl nos dice que recibi una invitacin para almorzar en la cancillera d u r a n t e la l t i m a s e m a n a de a g o s t o , y que Hitler la llev a u n a
habitacin aparte para preguntarle sobre los p r e p a r a t i v o s de la pelcula sobre el partido. Se q u e d atnita, segn sus p r o p i a s palabras, p u e s t o que no tena no a Hitler sus d u d a s acerca de p o d e r polticamente mejor prepa-
P o i q u no se lo peda a alguien
Efectivamente,
todos m o d o s . No obstante, al igual que m u c h o s otros escritores que relatan i m a g i n a c i n los a c o n t e c i m i e n t o s del p a s a d o ,
libro en la i g n o r a n c i a de sus l e c t o r e s ; as es c o m o se c r e a n los m i t o s h i s t r i c o s . Cuando do en me pidieron que realizara una pelcula sobre los actos del parti
Nuremberg-contina Riefenstahl
, dije q u e no p o d r a H i t l e r , El
[..,]. La p e l c u l a
que f i l m en l t i m a i n s t a n c i a a n t e la i n s i s t e n c i a de tad, n o
triunfo
de la
volun-
es una pelcula partidista; no tiene carcter ideolgico. En ella H i t l e r h a b l de p a z pero no h a y ni [...] y d e t r a b a j o [...]
tos i d e o l g i c o s . L l e g a d o s a este p u n t o esto n o e s cierto: la adopta una actitud en defensiva, puesto que sabe que
el congreso
del p a r t i d o
N u r e m b e r g ha
sido considerado
siempre c o m o
fuerza t r e m e n d a
' p e r t e n e n c i a de sus c i u d a d a n o s
SfltiWICllgchorigkcit)
aquellos q u e no p e r t e n e c a n El
a ella y q u e , p o r s u s o r g e n e s , no p o d a n estar en a r m o n a c o n d i c h a s o c i e d a d . a p l a u s o q u e s i g u i a la i n e q u v o c a a l u s i n de H i t l e r a l o s
Untermenschetl ('seres
(tambin en la pe-
255
EL
TRAUMA
ALEMN
lcula).
El talento
sin p r e c e d e n t e s
que
Riefenstahl
d e m u e s t r a en la fotografa q u e la belleza y
de la p e l c u l a p o n e de m a n i f i e s t o el p r i n c i p i o clave de la fe nazi:
el o r d e n e q u i v a l e n a a r m o n a y, p o r lo t a n t o , en l u g a r de ser un m o t i v o de insp i r a c i n esttica, p a s a a ser un i m p e r a t i v o m o r a l . Creo que Riefenstahl ahora es consciente de todo e s t o , p e r o n o p u e d e ad-
cercanas
como me
(y n o t a n c e r c a n a s ) a H i t ad Speer hace
aos.)
A mi edad, r e a l m e n t e n o m e i m p o r t a lo q u e la gente piense de ma Riefenstahl, en un tono no d e m a s i a d o creble y c a r g a d o de dad es que no p u e d o soportar seguir h a b l a n d o dos. sobre lo
milrhasto. L a ver
a los ju
q u e les p a s
Es algo tan h o r r i b l e que s u p e r a los lmites de la i m a g i n a c i n y que todava Solo pensar Durante que crea en tiempo algo tan envidi corrupto, a los que que pudo murieron.
mucho
para q u ? , n u e s t r a poca?.
Le p r e g u n t q u es lo que le h a c a feliz a h o r a . Los m o m e n t o s ms durante mis felices de mi v i d a fueron los Es un pueblo que pas c o n l o s llllbas, pero su
estancias en frica.
extremadamente pobre,
Q u e r a que
amor y pasin
en mi
explica el v e r d a d e r o m i l a g r o : el genio de la creacin. Es algo que me ha permi tido, por primera vez, submarinismo entender la fe religiosa. D e s e o hacer una pelcula sobre
[...] s , t a l v e z s e a l a l t i m a .
256
14
EL BLOQUEO MENTAL DE KURT W A L D H E I M
F E B R E R O DE
2 000
la r e p r e s i n d e l a m e m o r i a p o d r a n o t e n e r m a y o r t r a s Pero el semi-
Un seminario sobre
Tirol
cin en la p e s a d i l l a del p a s a d o ,
Klll't Waldhcill
le l l e v a r a a la pre
Esta sesin se i n c o r p o r a ltima hora en el p r o g r a m a , de dos s e m a n a s de d u r a c i n , del F o r o E u r o p e o , l a m s p r e s t i g i o s a d e l a s r e u n i o n e s a n u a l e s d e ex pertos q u e se c e l e b r a en E u r o p a , d e s d e la f i n a l i z a c i n de la g u e r r a . T o d o s los aos, a p r o x i m a d a m e n t e mil personas acuden a A l p b a c h en agosto, entre ellas
estadistas, profesores y estudiantes de m u c h o s pases y disciplinas diversas, con e l fin d e a s i s t i r a e s t a s s e s i o n e s . A q u e l l a n o c h e , l a s a l a d e c o n f e r e n c i a s d e m a y o r capacidad estaba abarrotada. En aquella ocasin, el presentador y m o d e r a d o r
la sesin era el escritor y editor Fritz M o l d e n , v i c e p r e s i d e n t e del C o l e g i o A u s trCO, q u e o r g a n i z a este e v e n t o a n u a l . l y su h e r m a n o Otto M o l d e n , COun-
club:
los
autnticos
WidctStandhstracos
(la g e n t e q u e o p u s o
resistencia
frente a l o s chos no
nazis).
veintin a o s p a s a o c u p a r el c a r g o de a y u d a n t e p e r s o n a l del p r i m e r m i n i s t r o de Asuntos Exteriores austraco despus cuatro aos, t a m b i n integrante la guerra, Karl Gruber, d e t r e i n t a y
c a c i o n e s e x c e l e n t e s (y, p o r c i e r t o , s u h i s t o r i a l c o m p l e t o d e s e r v i c i o e n t i e m p o s d e g u e r r a e n F r a n c i a , R u s i a y l o s B a l c a n e s , d e l 5 d e a g o s t o d e 1 9 3 9 a l 9$e m a y o d e 1945). El m i n i s t r o le o r d e n a Fritz M o l d e n que se dirigiera r p i d a m e n t e a la (los s e r v i c i o s s e c r e t o s e s t a d o u n i d e n s e s ) e n V i e n a p a r a c o m informe negativo en relacin con aquel p r o m e t e d o r cali-
EL TRAUMA
didato. Los estadounidenses le
ALEMN
a Waldheim
proporcionaron
es que
la
oportunidad
de hacer b o r r n y c u e n t a n u e v a en su vida, y as c o m e n z su carrera. Tal vez lo mostr ms destacable fuera p r e c i s a m e n t e durante los Molden, quien de
su lealtad hacia W a l d h e i m
apoyndole
traumticos
acon-
de haber persistido
a n m s a l l e n s u s d e c l a r a c i o n e s , d e l o c u a l s o y t e s t i g o ) , q u i e n i n a u g u r a r a este seminario en
Ei b l o q u e o de la
dice
el p r o f e s o r L e u p o l d - L w e n t h a l , p s i c o a -
nalista y p r e s i d e n t e de la S o c i e d a d V i e n e s a de P s i c o a n a l i s t a s y de la A s o c i a c i n Sigmund
Freud
frente
s i m p l e m e n t e en la i n c a p a c i d a d de el
la m e n t e de asuconsideran
i n t e l e c t o y el e s p r i t u
p e r s o n a y su e n t o r n o , pero t a m b i n
( d e n t r o d e u n c o n t e x t o q u e n o h a s i d o n i si para la c o m u n i d a d en su conjunto.
q u i e r a c o n s i d e r a d o hasta esta n o c h e ) S e g n F r i t z M o l d e n , al f i n a l d e la
guerra,
Austria,
c o m o c o m u n i d a d , se le La de-
ofreci la d e m o c r a c i a en b a n d e j a : no t u v o q u e t r a b a j a r o l u c h a r p o r ella.
c l a r a c i n d e M o s c d e 1 9 4 3 d i c t a m i n q u e A u s t r i a fue l a p r i m e r a v c t i m a d e los n a z i s . O b v i a m e n t e fue un r e g a l o del c i e l o . Y lo a c e p t a m o s . Pero muy pronto usamos esta denominacin como
Quinno
una justificacin,
tamos
(equivocadamente)
c o m o u n c a s o e s p e c i a l , y e s e fue n u e s t r o p r i m e r error,
Lo verdaderamente trgico
desde
informante
f i d e d i g n o m e dijo d u r a n t e el s e m i n a r i o
n a s a n t e s d e s u e l e c c i n , e l p r o p i o W a l d h e i m s e s i n t i e n a l g n m o m e n t o pre p a r a d o p a r a realizar un acto de s i n c e r i d a d . perder cientos de miles de v o t o s su p r o p i o g r u p o de edad) admitiera lo siguiente: Pero sus asesores creyeron que
podra
( c o r r e s p o n d i e n t e s en su totalidad a votantes de
hice
nada.
Eso es
dicho,
P o r q u e , en la actualidad, el p a s a d o de W a l d h e i m ha salido a la luz: al parecer, fue s i m p l e m e n t e e l o f i c i a l d e r e g i s t r o d e s u u n i d a d . te de t o d a s las a c c i o n e s de su s e c t o r , tambin debi C o m o tal, e s t a b a al corrien
s o b r e las q u e d e b a de ellas.
informar,y
sin duda
de presenciar un buen n m e r o
258
EL El venido
BLOQUEO
Mr
. DE
KURT WALDHEIM
b l o q u e o de la m e m o r i a no es e x c l u s i v o de los nazis. L o s p s i q u i a t r a s han tratando durante aos a miles de vctimas de los n a z i s , se han que han blo-
Asimismo,
as c o m o e n g u e r r a s p o s t e r i o r e s q u e h a n te-
frica y E u r o p a .
embargo,
tos terribles, estos suelen ser c a s o s a i s l a d o s ; p e r o la g u e r r a de Hitler, q u e apro vech la situacin de guerra c o m o pretexto para perpetrar acciones de carcter mucho ms espantoso y horrible, b l e m a del b l o q u e o mental mado por unos
prode
t r a t a b a d e l i n g r u p o for
de un n m e r o ingente
s o l d a d o s de las t r o p a s r e g u l a r e s
Leilpold-Lwenthal,
mentes
simple
aceptar.
tario s o c i a l d e m c r a t a Ernst
Veselskyafecta
a la m a y o r a de la gente, q u e s i m -
V o l v i e n d o a W a l d h e i m : vista su
c u n s t a n c i a s le o b l i g a r o n a h a c e r frente a sus r e c u e r d o s , prefiri b o r r a r l o s de su m e m o r i a ; decisin por otra parte atroz, cuyas c o n s e c u e n c i a s tanto l c o m o se h a n visto o b l i g a d o s a p a g a r . Curiosamente, dad. creo Cjlie e s t o ofrece a los austracos una nueva oportuniAus-
C u a n d o r e g r e s a m o s de los c a m p o s de c o n c e n t r a c i n en 1 9 4 5 d i j O F r i t z
eximido
los aliados
de toda responsabilidad,
como
mejor podramos
servir a n u e s t r o p a s sera r e c r e a n d o la A u s t r i a h e r m o s a , la m e d i a d o r a e n t r e las n a c i o n e s d e E u r o p a C e n t r a l , l a isla d l o s b i e n a v e n t u r a d o s e n e l m a r d e l a c o n t r o versia. A h o r a p o r fin, c u a r e n t a y dos a o s d e s p u s , n o s d a m o s c u e n t a de q u e no h e m o s p o d i d o e s c a p a r a l t r a u m a . D e b e m o s h a c e r frente tro p a s n o est h e c h o de m s i c a , tarta al h e c h o de que nues( d o m a de caballos) y
Sacher, Lippiznei'
SflgCrknbcu
intent
describirlo
259
EL
TRAUMA
ALEMN
C a m e n t e el t i e m p o y el
cultivo
ms profundo
de
n u e s t r o ser n o s d e v o l v e r n u e s t r o
MARZO/ABRIL
DE
1988
Por qu
siguen
acosndome
de en
ese
modo? de
Entiende
usted las
razones?,
que de
me pregunt
un tono que
autocompasin, en el Hofburg,
entrevista
emperador Jos
culminara
sobre
conmemoracin
del A n s c h l u s s . informal
Nuestro
una conversacin
cuestiones
un interrogatorio ms,
pasar. Se le ilumin la cara mientras hablaba con cario del magnfico cuadro
que a d o r n a b a el m a b a la
El c u a d r o plas de una
representacin,
aficionados,
pera en el Palacio de S c h n b r u n n en 1765, la cual sirvi para celebrar la boda del p r n c i p e h e r e d e r o J o s c o n M a r a J o s de B a v i e r a . can r e p r e s e n t a d a s las En el escenario apare
entre el p-
b l i c o se e n c o n t r a b a la n u m e r o s a familia i m p e r i a l en p l e n o , j u n t o c o n su squi to. Me ense tambin el p e q u e o altar erigido en un hueco de una pared
m v i l c o n t i g u a a la puerta,
cido extraordinario, coment su ayudante personal, Ralph y siete a o s de edad, q u e se u n i a n u e s t r a c o n v e r s a c i n . S a b e m s d e m que y o m i s m o , dijo b r o m e a n d o W a l d h e i m .
Scheide, quien
Federal').
q u e t o d a v a n o h e v i s t o p u b l i c a d a fuera d e las
fronteras de Austria, en relacin con el v e r d a d e r o inicio de la historia de Waldheim. En el p e r o d o p r e v i o a las e l e c c i o n e s p r e s i d e n c i a l e s de A u s t r i a de 1 9 8 5 , el historiador Georg Tidl, de tendencia socialista, encontr en los archivos de
tre los p o s i b l e s c a n d i d a t o s p r o p u e s t o s p o r e l P a r t i d o del P u e b l o A u s t r a c o , d e tendencia conservadora) haba formado parte del personal del Grupo E del
Lohr,
ejecutado en
260
EL
BLOQUEO
MENTAL
DE
KURT W A L D H E I M
L a s c a m p a a s d i f a m a t o r i a s n o s o n h a b i t u a l e s e n e l t e r r e n o d e l a p o l t i c a aUS~ traca. A d e m s , los socialistas saban p e r f e c t a m e n t e que r e m o v e r el turbio pasa do nazi de Austria p r o b a b l e m e n t e no servira para cambiar la intencin de voto de los a u s t r a c o s . La d e c i s i n de dar a c o n o c e r d i c h a i n f o r m a c i n , sin e m b a r g o , se t o m con la intencin de difundir rumores acerca del p a s a d o de W a l d h e i m
en el extranjero. sospechara de su
le s i g u i otra de i g u a l c a l i b r e :
un b u e n h o m b r e l l a m a d o LeOIl
Zelman f u e
elegi
do c o m o m e n s a j e r o y e n v i a d o a Estados U n i d o s con la noticia de que el Partido del P u e b l o A u s t r a c o e s t a b a c o n s i d e r a n d o l a p o s i b i l i d a d d e p r o p o n e r c o m o can didato a la p r e s i d e n c i a de A u s t r i a a a l g u i e n con un historial de g u e r r a posible mente no demasiado limpio, Zelman, judo que adems de estaba intentando ocultar. a Viena desde
polaco en
con personas b o n d a d o s a s
ante los j u d o s de t o d o el m u n d o . E n t r e g la i n f o r m a c i n s o b r e W a l d h e i m a u n o de los a m i g o s q u e h i z o en N u e v a Y o r k d u r a n t e los aos en que se d e d i c a la ingeniera de p u e n t e s , rael S i n g e r , del C o n g r e s o M u n d i a l J u d o . en cuestiones de de Singer, Is-
c o n Ul c o n o c i m i e n t o y u n a se dej l l e v a r p o r l a pa el hecho de
diplomacia,
omiso
cualquier
consideracin
racional:
Waldheim
se c o n v i r t i
en u n a c a u s a p e r s o n a l .
El re Es unas un
desastroso: de un
Unidos y con
los j u d o s
elecciones aumento
trasflld
donde
como
profundamente
turbador
durante
que la nica p e r s o n a capaz de alterar estos resultados era el P e r o , p a r a ello, h a b r a sido n e c e s a r i o que se viese r o d e a d o de
siento
resentidocomenz
diciendo
Waldheim
.
ha
Me siento m a l p o r las c o n s e c u e n c i a s que est s u f r i e n d o ITlifamilia. cerse una idea de c m o ha afectado t o d o esto a nuestras
vidas?.
R e s p o n d sugiriendo que s e g u r a m e n t e podra decir que se senta mal por el sufrimiento de algunos judos en concreto. S a n K u r t , dije, en di con una sonrisa, D e s p u s de todo, no era un santo;
un intento de quitarle hierro al asunto, a lo que me respon pero no quiso contestar directamente a mi pregunta.
261
EL TRAUMA
ALEMN
Tengo
mucho.
en el e n t e n d i m i e n t o e n t r e los c r i s t i a n o s y los
j u d o s , las r e a c c i o n e s e n c o n t r a d e los j u d o s q u e tal v e z t o d a v a estn p o r p r o d u cirse. Siento una profunda preocupacin al respecto, y tambin por Austria.
judos..., de
y al
d e c i r esto su v o z se
Ver
lidad.
continu
, c o n el p r o p s i t o
d e s t r u i r m e a m , e s A u s t r i a la q u e actua
los aliados
d e t e r m i n a r o n que A u s t r i a era u n a " v c t i m a " , culpar a los austracos por haber aceptado
se puede 1945. En
S e g n l, e s t o t u v o c o m o r e s u l t a d o u n p e r o d o d e C u a r e n t a aos, en el t r a n s c u r s o d e l o s cua
a r m o n a poltica sin p r e c e d e n t e s .
D e j a n d o de lado
momentneamente l o
q u e s a b a o d e j a b a de s a b e r , lo d i c h o q u e el
y lo o m i t i d o , le p r e g u n t si n o c r e a
( c o m o es mi caso)
problema
a c t u a l era,
si no le pare
simplemente no poda
imaginarse ahora la vida bajo el y u g o nazi. Casi p u d e or un s u s p i r o de alivio. de a c u e r d o . V e r , lo que s u c e d e es que la g e n t e j u z g a los acontecim i e n t o s d e l p a s a d o d e s d e e l p u n t o d e v i s t a d e l a s d e m o c r a c i a s o c c i d e n t a l e s ac tuales, cuando, de hecho, en aquella poca, solo me c o n t a n s o l o p r o n u n c i a r u n a pala de ser e n c a r c e l a d o a sino tambin estaba
Recuerdo
una o c a s i n
acerqu
mi padre,
que
e s c u c h a n d o la pnico se
BBC,
c o n la r a d i o
pegada
apoderaba de l
de hoy imaginarse
un ambiente
Me gusta hablar
a pesar de que,
por qu simplemente no
me haba deshecho de
las a r m a s . T e n a r a z n , se trata de u n a c u e s t i n puesto que hubiera podido. es un Tal vez debera haberlo pregunt:
fundamental.
hecho... (creada y
Qu
hroe?le
la c o m i s i n de h i s t o r i a d o r e s
que W a l d h e i m te
262
EL BLOQUEO
MENTAL DE
KURT W A L D H E I M
S
tado
respondi
tan
.Esa
es la v e r d a d e r a
cuestin.
Cre que
la
comisin,
pasado
algo m a l o ? A q u e l l o s que p i e n s a n mal de m, tambin creen que estoy loco? Sin embargo, es cierto que podra haber f o r m a d o parte de la resistencia o haber
alguna
de estas p o s i b i l i d a d e s ?
Por
s u p u e s t o p e n s a b a en ello,
pero...
hizo
una
pausa
. Ver,
mi pa-
actitud
mi p a d r e
fue
encarcelado, torturado
[ . . . ] . C r e o Cjlie
peraho-
despacio
el
h e c h o d e Cjlie m i
familia
estuviera en p e l i g r o m e [...] q u e s e r u n c i v i l .
[...] e r a m s s e g u r o
conocidos contacto
mantengo
lord w
e i d e n f e l d es el mi favor. pero
Estado p r o n u n c i e estas p a l a b r a s ,
Mein
Kampf.
Quizs
los
debera
haberlo dice
ledorespondi
que todo estaba de a los j u d o s
. all.
Tai Solo
vez una
hubiera
com-
prendido mejor:
observacin: aunque no
estadounidenses
refiere as]
esa n a c i o n a l i d a d ,
hablan continuamente de la
W e h r m a c h t nazi,
Wehrmacht
haba
problema
directa que
judos
1938 n u n c a presenci
llera p o r d e l a n t e d e l a i n f a n t e r a , e f e c t u a n d o las p r i m e r a s d e s c a r g a s , a un p a r t i s a n o . zarle que ningn Se e l a b o r a b a n i n f o r m e s oficial inform de lo sobre los siguiente: soldados, y puedo
partisanos?
263
EL
TRAUMA
ALEMN
N o , p o r SUpUCStOse i n f o r m a b a s o b r e l o s "CllCUentrOScon
Banden"
j^sobre
eran a c c i o n e s de g u e r r a , la lucha fue m u y dura, Qu tena para que ambas decir partes. sobre las represalias
(Slltlcmassnah 1
de sangre
IKm}\tra
aldeas
parte de su Vda diaria? N o e r a AS sent en lo e d o s y al E g e o . P e r o en Y u g o s l a v i a ? No es cierto que estuvo en p o b l a c i o n e s CjUC d i s t a ahorasu v o z tena un cierto t o n o que haba sido d e d e s e s p e r a c i n . E n Gre-
u n c o l e g i o n o r t e a m e r i c a n o c o n v i s t a s a l o s vi
u s t a c h i d e JaseilOVac, e n e l
R e a l m e n t e e s t a b a t a n CCl'Ca? sincero La
p r e g u n t , y t u v e l a i m p r e s i n d e q u e n o era [...].
U i l c a p r u e b a contra m al respecto
pero
podido
de haber hecho;
es posible abrir
que hiciera".
A pesar de todo,
no es posible
un p e r i d i c o o e n c e n d e r la r a d i o sin leer y or las c o s a s terribles q u e d i c e n sobre m, en esc lenguaje atroz. Mi nieto, P u e d e i m a g i n a r s e el d a o que eso le est h a c i e n d o
a mi familia?
"Es cierto que el abuelo es un criminal de guerra?". to, despus de Pero todo, no i m p l i c a ser c u l p a b l e .
no haba
en que no pensaba en
N u n c a vi
nada.
Por supuesto,
de vista j u r d i c o , existe
u n a g r a n d i f e r e n c i a entre
saber y h a c e r
cientos de kilmetros de distancia, qu poda hacerse? Nada. admiti Pero que, aunque hubiera dado mi vida, no
excepto
d e l o s he
sobre quin recae la culpa? de Conocerrespondi. Solo en caso de no hacer Soy religioso de
practicante; la guerra. No d e l)
los h o r r o r e s
simplista
(no
digna
quiera.
264
EL
BLOQUEO
MENTAL
DE
KURT
Dice usted que rezaba. En alguna ocasin se arrodill terribles a c o n t e c i m i e n t o s en su cabeza) favor h a z que cese t o d o y rez
pidiendo:
esto"?,
[...].
hacindolo)?
P e r o es q u e era la Rusia; haba una salvaje
goslavia,
. En
Grecia,
Yu-
t a m b i n en
Pearl
H a r b o u r e H i r o s h i m a ; y en los
dice
de V i e t n a m , y
Csjordania,
d o n d e estn r o m p i n d o -
cientos de miles de
protestado?.
de los m s j v e n e s (acciones civiles e m p r e n d i d a s por per-
mentalidad
cvica),
llamados para rendir cuentas por sus acciones en no escuch ya no puede (o no escucha) esta clase
de a r g u m e n t o s .
Da la i m p r e s i n de que
(si e s q u e a l g u n a v e z l o
hizo)
escuchar a r g u m e n t o s que no h a g a n c o n f o r m e s a su f o r m a de
y q u e no s e a n
aplicables o
otros temas.
me dice de los actos atroces que no tenan n a d a que ver con la gue
nadade
Obviamente,
pos, los c a m p o s de c o n c e n t r a c i n , m u c h o s de c u y o s p r i s i o n e r o s no eran j u d o s . Por supuesto, cualquiera poda darse cuenta de que estaban desapareciendo
Seilthal,
rio conmigo
con quien de
colabor
en su b s q u e d a de se ha No
Mengele
general
Naciones
Unidas,
mostrado
extremadamente
d u r a n t e los
ltimos aos.
hace
cillamente no Salnica, qu no
admit que tena c o n o c i m i e n t o de la deportacin d e l o s j u d o s de que mis enemigos afirman que yo "tena que saberlo". Por Pero
puesto
dije
no p o d e m o s saberlo porque yo
Debera
265
algo
m s : CjTl h i c i e r o n l o s e s t a d o u n i d e n s e s o l o s b r i t s a b a n m s q u e n o s o t r o s ? D e n u e v o re
la i n c a p a c i d a d de la g e n t e p a r a i m a g i n a r s e la v i d a bajo
n o c i m i e n t o , o del n i v e l de c o n o c i m i e n t o actual del p b l i c o en g e n e r a l , se supone q u e u n o " d e b a saber". P e r o la v e r d a d es q u e no era as. Y no a d m i t o la tesis de una "culpa colectiva".
pectiva cristiana
en cierto m o d o
c o m e t i d o p o r t o d o s los austra-
D i c e q u e u s t e d n o s u f r i l o S u f i c i e n t e r e p l i c W a l d h e i m : r e a l m e n t e s e tra ta de una p e r s o n a p r a g m t i c a , frente al p e n s a m i e n t o abstracto se siente c o m o un n u f r a g o en el m a r y, de f o r m a c o m p u l s i v a y repetitiva, hacia el t e m a de s u s detractores y de l mos lo suficiente. por Tras la guerra, supuesto por
redi
rige la c o n v e r s a c i n
mismo
cuando tuvimos
todos nos
que
indignados la
hasta todo
llegar
depravacin
hecho
aquello.
Pero durante la guerra no conoc a qu estaba pasando. El doctor Scheide coment que
se ha escrito m u c h o
sobre
e s t e t e m a y que
las c o n c l u s i o n e s d e p e n d e n de la i n t e r p r e t a c i n que se le de, en referencia sobre todo a lo que algunos m e d i o s han p u b l i c a d o sobre la funcin l a a u s e n c i a d e tal f u n c i n ) de W a l d h e i m (o
condenar
de
forma
retroactiva a
alemn por no
haber
demostrado
la heroicidad
d e las r d e n e s
acerca
de los c o m a n d o s . actuado de
W a l d h e i m dijo
que hubiese
esa m a n e r a , pero,
266
EL
del E j r c i t o d e s t a c a d o en A t e n a s bajo el
m a n d o del general
Feimy,
quien
in-
MacGregory
por Hitler
al t e n i e n t e
C a p s i s la c o n d i c i n de p r i s i o n e r o s de guerra, e s c a p a n d o de ese m o d o a la de de 1942. Por supuesto saba de la existencia de c o m a n d o s pero cuando hice n u n c a interrogu a n i n g u n o . Sin estas declaraciones hace algn los comandos, ordenada en
Sot
octubre
Wald-
tiempo:
"reconocimiento"
se a s o c i a a u -
s o b r e las
Fhrer
orden, al igual
La exhaustiva investigacin
d a d e n l a e j e c u c i n (So T I d Crhh Cindhin\ m u c h o s d e e l l o s , t u v o l o s r e s u l t a d o s que eran de prever: la u n i d a d de inteligencia de W a l d h e i m intervena e n los inte
r r o g a t o r i o s , m i e n t r a s q u e , s e g n las i n v e s t i g a c i o n e s l l e v a d a s a c a b o , la t o r t u r a y las e j e c u c i o n e s
quedaban
ordinarios
el de J a m e s
Doughfy,
sobrevivi
a la g u e r r a gracias a su c o n d i c i n de p r i s i o n e r o de guerra. Al m a r g e n de esto, los n i c o s d o c u m e n t o s r e l a t i v o s a las m i s i o n e s llevan la firma (comandos) angloamericanas que
responsable.
nociese la o r d e n de
asesinar a t o d o s los s o l d a d o s y no
a c c i o n e s i n d i v i d u a l e s c o n t r a r i a s a esa en lo
ellas (a la q u e r e s p o n d i a f i r m a t i v a m e n t e u n o d e l o s o f i c i a l e s al
mando
de u n a
267
EL
TRAUMA
ALEMN
de las o p e r a c i o n e s
relativas
a los c o m a n d o s )
e s l a s i g u i e n t e : aCSO l o s s o l d a d o s eran
no eran c o n s c i e n t e s de q u e , en c a s o de ser c a p t u r a d o s ,
c o m o los a l e m a n e s a los q u e h a b a n i n t e n t a d o atacar? Ni los c o m a n d o s ni los tisanos p o d a n t o m a r a los a l e m a n e s c o m o prisioneros. m o d a es: En mi qu se supone que debe opinin, existe una gran admitir La
respecto al trato que reciban los c o m a n d o s y la c o m p l i c i d a d en el asesinato de civiles griegos y y u g o s l a v o s , incluidos ancianos, mujeres y nios, salia ante las a c t i v i d a d e s de los p a r t i s a n o s . trado ninguna prueba de que, C01T10 r e p r e
r e p r e s a l i a s l l e v a d a s a c a b o en los B a l c a n e s , o en los c r m e n e s c o m e t i d o s p o r los croatas bajo cientos de el m a n t o de la ocupacin alemana: ortodoxos la conversin romano; obligatoria de la deportacin a Cam
miles de serbios
al catolicismo
p o s de c o n c e n t r a c i n y de trabajos forzados; y el a s e s i n a t o de los m s desvalidos e intiles, s i g u i e n d o el m o d e l o a l e m n . Qu saba realmente W a l d h e i m ? No cabe duda de que tena conocimien
to de t o d a s las r e p r e s a l i a s l l e v a d a s a c a b o c o n t r a civiles y de las d e p o r t a c i o n e s de soldados yugoslavos, griegos e italianos nia) ( c u a n d o Italia dej de a p o y a r a
Alema
estaba al corriente
e s t a d o u n i d e n s e s del C o n g r e s o J u d o M u n d i a l ,
i n c a p a c e s d e c o m p r e n d e r e l a l c a n c e d e l p e r o d o d e g u e r r a e n Eu
r o p a ( a l m e n o s e s a e s l a c o n c l u s i n a l a q u e p o d e m o s l l e g a r ) , W a l d h e i m n o sa ba n a d a de la Solucitlfinal. La v e r d a d es que, salvo los civiles y los soldados estrechamente relacionados con los Einsatzgruppen en Rusia, el asesinato de
m u j e r e s y n i o s en los f u r g o n e s de gas en S e r b i a o los c a m p o s de la m u e r t e en Polonia, los a l e m a n e s y a u s t r a c o s de a pie, de los j u d o s . i n c l u i d o s los militares, A u n q u e es cierto que no tenan ru
c o n o c i m i e n t o del e x t e r m i n i o
corran
1 9 4 3 , tras el espesupieron la
alemanes
P r o b a b l e m e n t e , l a a c u s a c i n m s s e r i a c o n t r a W a l d h e i m e s s u s u p u e s t a co laboracin en la d e p o r t a c i n de cincuenta mil j u d o s de Salnica, a sabiendas de cul era su destino. Durante algn tiempo han estado a disposicin del pbli
principios
de j u l i o estu-
268
EL
BLOQUEO
MENTAL
DE
KURT WALDHEIM
vo en Tirana;
tras pasar
algunos das de
trnsito
e n AlSakl, c e r c a d e
Salnica,
estuvo en A t e n a s d e s d e el 19
de j u l i o al 4 de o c t u b r e .
L a ITiarginacion e n g u e t o s
tren
atrocidades porque te de
a r r a s a d o y u n a c u a r t a par a su regreso,
la p o b l a c i n de
haba desaparecido
d o s m e s e s despus de q u e a q u e l l a siniestra o p e r a c i n h u b i e r a f i n a l i z a d o . Existen otras Consideraciones m u y interesantes, a pesar de q u e ( q u e IlO p u e d e p e r m i t i r s e e l l u j o d e admitir nada)
Waldhem
q u e s e a n f a v o r a b l e s p a r a l. U n a d e e l l a s e s q u e , t r a s l a g u e r r a , W a l d h e i m fue c o n toda seguridad muy valioso p a r a los estadounidenses, lo cual podra haber
facilitado su ingreso en el M i n i s t e r i o de A s u n t o s E x t e r i o r e s austraco y su pos terior eleccin para el cargo que o c u p en N a c i o n e s U n i d a s . Por otra parte, t a m b i n est l a a c u s a c i n d e los y u g o s l a v o s , s e g n los c u a l e s h a b a c o m e t i d o " c r m e n e s d e ( a c u s a c i n q u e n u n c a fue m s all y q u e e l m i s m o T i t o i g n o r , lo demuestra el hecho de que como
Waldheim,
(con xito)
a E s t a d o s U n i d o s y a G r a n B r e t a a p a r a q u e se o p u s i e r a n a respec
de veinticuatro aos,
en
una iniciativa
excepcional
y posiblemente
provena
represalias dirigido
civil de G r e c i a .
informe
a pesar de su dureza
[la c u r s i v a e s d e [...]. P o r e l
Waldheim],
contrario, las
resulta-
demasiado
satisfactorios
exageradas represalias
llevadas a cabo
cin solo han p r o v o c a d o rencor y han sido Esta uno objecin, de sus en aunque no fue formulada
crticos, cuenta la
carcter imposible
su inspiracin. aquello de
niendo otro
expresar
cualquier d e for
modo,
de W a l d h e i m manifestarse
ma m s clara.
269
EL
T R A U M A ALEMN
desaradi-
Waldheim
(verdad
s u b e s t i m a d a por el doctor W a l d h e i m ,
Waldheim,
una
sino los
mi
la b i e n v e n i d a a alegra desenfre-
(para su propia
sorpresa,
asist
COltnu
Waldheim
le
horrorizado y temeroso,
y entonces
histeria, es vulgar, i n d e c o r o s o y antinatural; acabar pero para acaso n o ha entendido todava que esas no
mal".
son
N o , no es un nazi, adecuadas
las p a l a b r a s
describirlo
que Austria, era inteligente, astuto desde el p u n t o de vista poltico y ambicioso, de esa m a n e r a tan especial q u e t i e n e n l o s Vieneses, q u e p r e s u p o n e e l No tena i m a g i n a c i n ni estaba d o t a d o moral que constituye compro
m i s o y rechaza la crueldad.
de la capa
el requisito fundamental
para demostrar ei c o m p r o m i s o con una causa. desagradable, sin e m b a r g o , c o m o ha sido descrito, consciente de que en los
el hecho
de las a t r o c i d a d e s
Balcanes poda
aos,
encontraremos
sobre su alguna
enemigos sospechaban
q u e tal v e z t o d a v a p o d a a p a r e c e r
que W a l d h e i m tuvo
especfico
descubra.
m i e d o de recordar lo
que no hizo,
frase M e a r r e p i e n t o ,
no
b a s t a b a , p e r o tal v e z era l o
270
FEBRERO
DE
1052
te del c a m p o la orden de sustituirlo en la r a m p a de entrada, durante la seleccin n o c t u r n a de rutina de los p r i s i o n e r o s d e s t i n a d o s a las c m a r a s de gas.
SS se viera o b l i g a d o a hacer algo contra su v o l u n t a d . l m i s m o Auschwitz, r e c o n o c e que su trayectoria profesional ms o m e n o s por accidente. fue a m b i v a l e n t e . Fue a
segn me dijo,
H a b a sido m i e m b r o del
a l c o m i e n z o d e l a g u e r r a a s u s t i t u i r a d o s m d i c o s a n c i a n o s e n s u s c o n s u l t a s ru rales, a finales de 1942 se senta i n c m o d o por estar a salvo m i e n t r a s los d e m s s e r v a n e n las F u e r z a s A r m a d a s . Un da se e n c o n t r p o r c a s u a l i d a d e s t u d i o s q u e p e r t e n e c a a las puesto hecho la p a t o l o g a . Lo q u e ese c o n o c i d o s u y o no le dijo era q u e f o r m a b a p a r t e s o n a l del i n f a m e g e n e r a l d e las S S R e i n h a r d H e y d r i c h . ra i n f o r m a d o de ello, no es seguro q u e l a g u a r d i a per a mi m e d i d a , en el en Munich Me a un antiguo c o m p a e r o de
SS.
d i j o q u e p o d r a COSCgUirTTlC u n
Mnch hubiera
era u n j o v e n a l e m n atpico p a r a
Su padre ostentaba la reputada ctedra de biologa de la Universidad de M u nich. Viva en otro Estaba en contra de los p r u s i a n o s p o r q u e eran p r u s i a n o s , de los
contra de todo.
franceses p o r q u e se h a b a n q u e d a d o con las r e g i o n e s de A l s a c i a y L o r e n a , y c o n tra los nazis p o r q u e , s e g n da. e r a n UT10.S p a t a n e s . El p r o p i o M n c h , desde que
En el contexto
de la A l e m a n i a de Hitler, la f a m i l i a al c o m p l e t o v i v a en las n u b e s .
271
EL
TRAUMA
ALEMN
D o s s e m a n a s despus del casual encuentro con aquel solcito co que f o r m a b a parte del personal de H e y d r i c h ,
M n c h ya llevaba
joven m d i uniforme.
fue d e s t i n a d o a
Auschwitz.
Mi esposa me a c o m p a durante el
Viaje e n t r e n . A l l l e g a r , c o m i m o s e n l a e s t a c i n ; c u a n d o l a v i s u b i r a l t r e n d e r e g r e so a casa, n i n g u n o de n o s o t r o s saba todava nada. Rajsko, al igual que los otros trece s u b c a m p o s , se e n c o n t r a b a a algunos
k i l m e t r o s d e l e n o r m e c a m p o d e t r a b a j o , A u s c h w i t z I , y a Ulia c o n s i d e r a b l e d i s tancia de
Bil'kenau,
la p a r t e d e l c o m p l e j o d e d i c a d a al e x t e r m i n i o . dejudos.
liadarespondi.
S o l o s a b a q u e e r a u n c a m p o d e tra
bajo, y que yo haba sido destinado a una instalacin de carcter e x c l u s i v a m e n t e cientfico. Pero despus de algunos das descubr lo que estaba p a s a n d o . el p e r s o n a l a su c a r g o estaba
C o n l a e x c e p c i n d e LTO p a t l o g o d e l a s S S ,
c o m p u e s t o p o r p r i s i o n e r o s de A u s c h w i t z , m u c h o s de ellos cientficos eminentes, en un 90 por 100 j u d o s . ma. Ciertamente, Nunca hubiera podido notar alguna diferencia,
afir-
U n o de los supervi-
vientes afirm lo siguiente en UP reciente d o c u m e n t a l de la televisin de Alema.nia Occidental: N o s trataba c o m o a seres h u m a n o s . Cada m a a n a nos saludaba
En j u n i o de 1 9 4 3 , u n a e p i d e m i a de tifus h i z o e s t r a g o s entre la p o b l a c i n de c i e n m i l t r a b a j a d o r e s e s c l a v o s d e A u s c h w i t z , y a m e n a z a b a c o n p o n e r e n peli g r o a los siete m i l g u a r d i a s de las S S . trabajaba La p r i m e r a m i s i n del instituto en el que y eficaz de v a c u n a c i n . No
fue e n c o n t r a r u n m t o d o m a s i v o
pacientes
N o o b s t a n t e , acaSO n o e s t a b a al c o r r i e n t e de l o s d e m s e x p e r i m e n t o s d o s a cabo en
lleva-
Auschwitz? S l o estabaresponde
El
. M u r i m u c h a gente, judos
habitantes
tros a la r e d o n d a lo s a b a n . Se n e g a o b s e r v a r el p r o c e s o de g a s e a d o , p e r o dice h a b e r Visto c m o las v c t i m a s e r a n e m p u j a d a s h a c i a e l i n t e r i o r d e las c m a r a s d e gas y, en una ocasin, recuerda haber odo sus m o r i b u n d o s lamentos. do nico, incomparable, Como un curioso eco m u y tenue. d e las conversaciones que mantuve c o n Stailgl m i l U n S01TJ
c h o S a o s a n t e s , m e dijo q u e t o d o s los o f i c i a l e s d e las S S , e n e s p e c i a l los nldl h a b l a b a n s i n c e s a r d e f o r m a m u c h o m s a b i e r t a y c o n m u c h a m a y o r liber tad que en el exterior de la solucin final. M u c h o s de ellos, a p e s a r de admitir
272
EL H O M B R E QUE
DIJO
NO
la n e c e s i d a d de extirpar a los j u d o s de la s o c i e d a d de E u r o p a occidental, c o n d e n a b a n el uso de las c m a r a s de gas, y h u b i e r a n preferido su r e a s e n t a m i e n t o en zonas remotas, como, por ejemplo, a Joseph Mengele,
Madae
co d o c t o r de las SS con q u i e n r e a l m e n t e m e r e c a la p e n a h a b l a r . N o s dice que v e a el p r o c e s o de g a s e a d o sin o d i o o f a n a t i s m o , c o m o la n i c a solu cin racional, y, h a c i e n d o uso de a r g u m e n t o s i g u a l m e n t e racionales, q u e si l o s p r i s i o n e r o s zn para no opinaba
iban
a s e r g a s e a d o s d e t o d o s m o d o s , n o h a b a n i n g u n a ra
utilizarlos antes para sus e x p e r i m e n t o s mdicos. q u e este h o m b r e i n t e l i g e n t e c o n u n a c o n c i e n c i a evi mencionar semejantes monstruosidades sin pes-
torturada pueda
y sin p o n e r en tela de j u i c i o la i n t e g r i d a d de M e n g e l e . C m o p u d o soportar vivir en A u s c h w i t z durante ms de un ao? fueron s u s d a s all? famoso psiquiatra de Estados U n i d o s vino a hablar conmigo. Pens que podra ayudarme. Me pregunt lo m i s m o Me alegr Cmo
describirlos. S a b e p o r qu? P o r q u e t o d o a q u e l l o era i n c o m p r e n s i b l e , salvo en el contexto de aquella situacin excepcional. No hay excusa. capaz de explicar por qu no p u e d o describirlos. F i n a l m e n t e , a m e d i a d o s de 1 9 4 4 , se vio obligado a t o m a r una decisin. Pues to que t o d o s los m d i c o s de las SS de A u s c h w i t z estaban agotados, el n u e v o S e n c i l l a m e n t e s o y in
Rajsko
a partir de
Me desplac a Berln e
joven
q u e h a b a sido su a y u d a n t e , el d o c t o r
Delrnod,
tambin rehus.
Pero le t e n d i e r o n u n a
de f o r m a bastante sutil y c o n m u c h a
E n l t i m a i n s t a n c i a , D e l m o d a c e p t p a r t i c i p a r e n las s e l e c c i o n e s .
Robert Lifton, quien, identificndolo solamente por sus iniciales, m e n c i o n la q u e m a n t u v i e r o n en su l i b r o The MercyDoctors.
conversacin
273
EL TRAUMA ALEMN
cuanto
arraiga-
E l j u i c i o d e los c u a r e n t a m d i c o s d e las S S d e s t i n a d o s e n A u s c h w i t z finaliz en C r a c o v i a el 22 de d i c i e m b r e de 1947. Veintitrs de ellos fueron c o n d e n a d o s a m u e r t e , seis a c a d e n a p e r p e t u a y d i e z a c o n d e n a s de e n t r e tres y q u i n c e a o s de crcel. ron en M n c h fue e l n i c o a b s u e l t o : su favor. entonces no ha dejado de cuestionarse a s m i s m o y de mostrarse d i e c i n u e v e a n t i g u o s p r i s i o n e r o s testifica
Desde
a b i e r t o a n t e p o s i b l e s i n t e r r o g a t o r i o s , u n p r o c e s o q u e , s e g n s u e s p o s a , h a des truido su vida familiar y la relacin con sus hijos. delante de AcaSO e s o n o t i e n e i m p o r M n c h p a r e c i no haber
l, a u n q u e
Pude irme.
P o d r a h a b e r deser-
Es c i e r t o , h u b i e s e t e n i d o q u e aban
a nuestros hijos atrs, ni siquiera con sus padres. cmo pude, c o m o ser h u m a n o ,
16
ALBERT
SPEER
FEBRERO
DE
2000
VaSSchikov,
u n o de los p r i m e r o s i n -
me consigui
u n p a s e d e v i s i t a n t e p a r a asis
Nuremberg.
a Albert Speer. No s a b a n a d a d e l, acusados por su nica aspecla atencin entlC a q u e l l o s v e i n t i n de
entonces de
t e n a Cuarenta a o s extraas,
edad, pero pareca ms j o v e n , y su suave por unas tupidas cejas de negras, los le
rostro hacan
facciones
enmarcado Al
contrario
que
muchos
otros
acusados,
q u i e t o s en el b a n q u i l l o sin cesar, atentamente, oscuros. Quines donde estbamos segundo con la cara inmvil
inteligentes
Speer?le
cenando hombre
pregunt a y bailando. ms
G e o r g i e u n a n o c h e en el G r a n d H o t e l ,
El
tras y o ,
importante
de
Alemaniarespondi,
mien
bailarina,
i n t e n t a b a seguir sus
e x p e r t o s p a s o s so
bre la pista
dc baile.
l a g e n t e d e l a q u e a h o r a t e o c u p a s COITIO f u n c i o n a d a d e l a U N R R A f u e e n v i a d a a A l e m a n i a c o m o m a n o de obra esclava. Recuerdo haber sentido un extrao asombro. ble trato Me costaba asociar el horri
que r e c i b i e r o n los trabajadores e s c l a v o s con aquel rostro c i n c e l a d o e que me haba llamado la decir que fue el atencin. del t r a t o que recibieron?, pre
interesante
Quieres gunt.
responsable
"Eli r e a l i d a d t o d a v a n o p o respon-
d e m o s s a b e r l a n a t u r a l e z a y e l g r a d o d e r e s p o n s a b i l i d a d d e c a d a UHO di . P e r o , o b v i a m e n t e , l d e b a de Saberlo.
antes.
Un ao. Speer
durante
ao?
Creo
entonces
cuando
subconsciente. cen-
275
EL
TRAUMA
ALEMN
a n m s e n a q u e l l a f i g u r a s i l e n c i o s a , e n e s e a t r a c t i v o r o s t r o q u e ocu paba el banquillo. Parece increble, pero treinta y un aos m s tarde, de j u l i o de en la s e g u n d a quincena
1 9 7 7 , r e c i b u n a c a r t a d e S p e e r , q u i e n h a b a s i d o c o n d e n a d o a vein
Spaildaily
fue p u e s t o en libertad
e s c r i b a p a r a f e l i c i t a r m e p o r un artculo que S e n t a la n e c e s i d a d de e x p r e s a r
h a b a e s c r i t o p a r a e l StifldjTill 1 CSe L o n d r e s .
su satisfaccin por la manera en que h a b a m o s enfocado el tema. H a b a escrito c o m p a e r o de mi libro que sobre el artculo al que se refera Speer en c o l a b o r a c i n con un
trabajo
Lcwis Chester.
me del nazismo.
T r a s la p u b l i c a c i n de a m misma
Stangl,
tinieblas,
dejara
de e x p o n e r m e
a los h o r r o r e s
nunca
consegu
r e p r i m i r d e l t o d o m i i n t e r s p o r el T e r c e r
Reicll
y s u s s e c u e l a s . C o n frecuen
c i a s u c u m b a a l a t e n t a c i n d e a c e p t a r l o s e n c a r g o s s o b r e A l e m a n i a y d e te mtica nazi que uno de estos me p r o p o n a n mis editores. La carta de Speer era fruto de de
encargos.
El t e m a
del artculo
era un l i b r o ,
La guerra
Hitler,
verosmiles,
solo e s o . L a s p r u e b a s q u e ofrece, en f o r m a de citas de Hitler, son fascinantes. tado con Durante aos los
HilTinilcry
en
revisionistas
del
de t o d o el m u n d o h a n de los j u d o s
Ulteil-
desespero
eximir a Hitler
exterminio
cmaras
de gas.
S i p u d i e r a n d e m o s t r a r q u e H i t l e r n o IliVO n a d a q u e v e r c o n l a o r d e n d e
llevar a cabo el g e n o c i d i o y que durante aos no supo lo que estaba o c u r r i e n d o , seran c a p a c e s de c a m b i a r la i m a g e n de Hitler cer Reich. Nuestro mtodo de i n v e s t i g a c i n en r e l a c i n c o n las a f i r m a c i o n e s d e Ir
y,
Ter-
ving consisti en seguir el rastro que l m i s m o haba dejado. Irving se mostr sorprendentemente solcito: lando das
Este
judosdijo
sea
t e q u e casi l l e g u a p e n s a r q u e tal v e z t e n a a l g o i n t e r e s a n t e . Pas otros dos meses hablando con s u p e r v i v i e n t e s del crculo de Hitler y
c o m p r o b a n d o en los a r c h i v o s a l e m a n e s todos los d o c u m e n t o s que Irving haba g u a r d a d o en su archivo sobre los j u d o s . Al finalizar nuestra
investigacin,
que
En su carta, Speer escriba que era ridculo que alguien afirmase que el gehaba sido demuestra hitleriana, idea de cualquier otra p e r s o n a que no fuera Hitler: de Eso
una profunda
ignorancia acerca
de la naturaleza
la A l e m a n i a SU conoci-
e n l a C3UC n a d a ,
p o r n i m i o q u e fuera, p o d a s u c e d e r sin
m i e n t o y m e n o s a n sin u n a o r d e n s u y a .
S e g n S p e e r , e l h e c h o d e q u e n o CX1S-
276
ALBERT
SPEER
tienifi p r u e b a s d o c u m e n t a l e s d e q u e e l F h r e r h a b a d a d o u n a o r d e n s e m e j a n te no quera decir nada. l saba por experiencia personal que, quedado e n m u c h o s ca registradas por , este a s u n t o ,
histrico
los
deca e n SU carta
abominables
c u y o o b j e t i v o e s f o r j a r u n a n u e v a D o l c J l S t O S S Lge ( m c n t r a s o b r e l a c u l p a d e l a
guerra
), c o m o se
denomin
al p r i m e r
intento
de e n g a a r al p u e b l o
alemn
despusde1918.Es vergonzoso. A pesar de que tena bastante informacin sobre Speer, haba ledo SUS
d o s l i b r o s y le h a b a v i s t o
muchas veces
en televisin,
nunca
haba querido
e n t r e v i s t a r m e c o n l . M e g u s t a r o n s u s libros, e l s e g u n d o d e ellos,
Diario de
sus seis
Spandau,
de
celamiento; compaeros
mnimo, personal
extraordinario
cambio
capelln francs
Georges Casalis;
la transformacin
que hizo
p r i s i n en un j a r d n florido; las m i l e s de cartas que e s c r i b i a su m e j o r a m i g o , el a r q u i t e c t o lectura dena, Rudolf Wolters, y a sus hijos; su o r g a n i z a d o plan de e s t u d i o y
a p r e n d i ingls y francs y, en
literatura,
t e o l o g a ) ; y, p o r l t i m o , las c a m i n a t a s c u i d a d o s a m e n t e m e d i d a s c o n
las CjUe
De este
recorra su parque, sus paseos por el m u n d o , r e s p a l d a d o s en su i m a g i n a cin modo por los mapas y descripciones de doce haca que R u d i W o l t e r s le en ciudad, facilitaba.
c a m i n a b a de pas en pas,
a travs de
desiertos,
despus, fuera el se
hubo
mejor libro
obviamente,
trataba de un h o m b r e extraor
P e r o n a d a de esto se d e s p r e n d a de las a p a r i c i o n e s de S p e e r en t e l e v i s i n tras su p u e s t a en l i b e r t a d o de las i n c o n t a b l e s e n t r e v i s t a s que h a b a l e d o , las q u e daba la impresin de repetirse constantemente, en
de forma d e m a s i a d o
simplista, nunca
supo
crmenes nazis.
da siguiente olvidado
mencionar
En aquellas tinieblas,
Para si es que
en blanco.
finalizar,
en alguna ocasin
encontraba en
sus proxi
en parte
para parte
a g r a d e c r s e l a y, de la que yo
en
una persona
distinta
haba
i m a g i n a d o . Su v o z result ser u n a g r a n s o r p r e s a , y en
fue la c a u s a d e q u e
EL
TRAUMA
ALEMN
cambiase
mi
opinin (tal v e z
respecto debido a
un
futuro
encuentro.
En
las
haba ledo
que
las p r e g u n t a s y las
respuestas
s i e m p r e h a b a n s i d o las m i s m a s ) , gado a
lleal
enojarme;
en t e l e v i s i n ,
sobre todo
c o n un
ante m en
sino en
S i n e m b a r g o , l o q u e m s m e i n t r i g fue en l.
tristeza
Sunday Times
a c e p t mi pro
fotografas. Para c u a n d o fuimos a H e i d e l b e r g , en abril, foneado muchas veces, habamos la fuerte hablado durante
horas,
antipata que p r o v o c a b a en
m haba
q u e confa
hubiese
libros y entrevistas,
estaba segura
menta del
N u r e m b e r g no haba tenido yo no
conocimiento
exterminio en relacin
criminales de Hitler,
s i l o s r e c o n o c a o l o s r e c h a z a b a ; t a m p o c o s a b a n a d a so
bre su familia, sus a m i g o s y sus e n e m i g o s d u r a n t e el T e r c e r Reich, ni, por ende, sobre c m o h a b a sido su v i d a con a n t e r i o r i d a d a la llegada de der ni sobre su infancia. Stangl un OS n a z i s a l p o
A v e r i g u a r el p a s a d o , las m o t i v a c i o n e s y los s e n t i m i e n t o s de F r a n z haba sido con una el tarea fcil en comparacin inteligencia con de intentar Speer descubrir
cmo
hombre
talento y la
gran
se h a b a dejado
con en
v e n c e r p o r los
convertido,
la medida de lo posible, a su l a d o se
hasta
prolong
casa de
una
frente
a este tipo
de
encuentros profesionales.
C u a n d o hablo
es especial-
m e n t e c o n f l i c t i v o , l e c o m u n i c o d e s d e e l p r i n c i p i o mis s e n t i m i e n t o s a l r e s p e c t o . No
pretendo
Si h a asesina
do, intento a v e r i g u a r qu es lo que le ha llevado a hacerlo; si ha estafado, quiero descubrir por qu; s i e s e l d i r i g e n t e d e u n i m p e r i o i n d u s t r i a l o u n p a s y m e pa
rece q u e h a y algo s o s p e c h o s o en su
actividad,
se lo d i g o . En el c a s o de a q u e l l o s
q u e p a r t i c i p a r o n e n e l T e r c e r R e i c h , l e s c o m u n i c o m i s s e n t i m i e n t o s s o b r e l o s na zis
en
general y sobre
cada
u n o de ellos en p a r t i c u l a r .
m , e s u n a e s p e c i e d e s e g u r o d e v i d a : n o q u i e r o q u e n i n g u n o d e m i s en t r e v i s t a d o s p u e d a d e c i r d e s p u s q u e f i n g s e r q u i e n n o era, c o n el
objetivo
deha-
278
ALBERT
SPEER
jantes d e c l a r a c i o n e s , se crea un a m b i e n t e especial: la gente r e a c c i o n a de forma positiva, habla de forma m s abierta y dice cosas d i r a n . E s t o fue lo q u e s u c e d i en La casa de tado de q u e d e o t r o m o d o tal v e z n o
Speer.
salvo su estudio, abarro un gran el T e r c e r R e i c h y d o m i n a d o por
S p e e r era g r a n d e y c o n f o r t a b l e , p e r o sobre
d o c u m e n t o s y libros
m u e b l e s , a l f o m b r a s y cua
haber sido
el h o g a r de
c u a l q u i e r familia a l e m a n a de clase m e d i a
alta,
N o ha
d o n d e p u d e p e r c i b i r su t o q u e p e r s o n a l ; era c r e a c i n antigua lo que granja, haba construido contena era hermoso: una casa sencilla, piezas de
suya. casi
las v i e j a s
mobiliario haba
de los
as c o m o donde
Speer los
diseado
para el
antes
encontraban
establos. Al final de aquella velada, Speer ya haba entablado amistad con mi m a r i d o . Casi
inmediatamente
cual no es habitual en A l e m a n i a .
t a m p o c o se m o s t r reticente. Pasara algXltiempo antes de que nos l l a m r a m o s por nuestros n o m b r e s de pila y, tutearnos. A q u e l l a n o c h e , c u a n d o l l e g l a h o r a d e i r n o s , a u n q u e n o COnOGn l o s d e t a l l e s ya saba que Speer haba tenido una infancia deprimente y que odiaba Heidelpor supuesto, nunca llegamos al extremo de
berg p o r q u e le recordaba aquella poca de su vida; que siempre haba estado a k i l m e t r o s de nos Spandau,
distancia
mucho
de me
a m a d o a Hitler, pero
t a m p o c o hasta qu punto.
que todava yo no
cidio j u d o . P a s m u c h o t i e m p o antes de que me e m p e z a s e a caer bien, pero al trmino de las tres s e m a n a s que p a s a m o s j u n t o s llegu a creer a b s o l u t a m e n t e
A l b e r t S p e e r f a l l e c i en 1981. P a r a e n t o n c e s , h a b a m o s h a b l a d o m u c h o y a m e nudo ante me haba cuestionado mis sentimientos hacia l. me Tal vez mi reaccin
su muerte pueda
respecto:
inesperadamente,
mientras
nosotros estbamos
p o r q u e nos e n c o n t r a m o s un mensaje suyo en el contestador a nuestro regreso, pero para entonces ya estaba muerto. Su fallecimiento, no obstante, no me en-
279
EL
TRAUMA
ALEMN
tristeci.
Cll
entendimiento,
y le
estaSin
por ello.
otra p e r s o n a h u b i e r a podido
haba nadie
tfCillta
en el que p r o b a b l e m e n t e le debe-
S p e e r m e d i o fue u n a n u e v a p e r s p e c t i v a s o b r e H i t l e r ,
su personali
una n u e v a c o m p r e n s i n de la i m p o r t a n c i a de
de escribir sobre los n i o s p r i s i o n e r o s de D a c h a u , o los n i o s r o b a d o s en el sur de Alemania, desde que tuve noticia de los nios asesinados en Treblinka, Sobibor
y BelzeC. Speer me h a b a d a d o corno regalo a s m i s m o , una p r e c i o s a referencia que me c a p a c i t a b a p a r a Situar, v a l o r a r , condenar y lamentar todos a q u e l l o s su
cesos,
y murieron
SEPTIEMBRE
DE
I978
Speer,*
Heil
T, cerdo traidor
[ c o m e n z a b a asj.Te h e m o s e s t a d o b u s c a n d o d u r a n t e m u c h o tiem-
p o . T, que en calidad de arquitecto de nuestro Fhrer te beneficiaste de la situacin c u a n d o l iba d e v i c t o r i a e n v i c t o r i a . T , q u e p l a n e a s t e g a s e a r l o j u n i c o n s u g u a r d i a personal c u a n d o 1 defenda nuestro Berln. T , c e r d o , f i n g i s t e a r r e p e n t i m i e n t o y n o s t r a i c i o n a s t e [,.] l e v a n t a n d o b a r r i c a d a s a tu alrededor en tu mansin custodiada por perros. T u s garabatos engaosos demues
Unidos,
e n l a s o c i e d a d [..-]. R u d o l H e s s , l a n i U l d e r e c h a d e n u e s t r o F h r e r , e s f e n c e r r a d o e n
* U n m e s m s tarde
necesitamos
de e r r o r e s en el b o r r a d o r del a r t c u l o d e f i n i t i v o . P o s t e r i o r m e n t e , e x c e p t o en a l g u n o s i n t e r v a l o s de dos o tres m e s e s , en los que Speer e s t u v o e n f e r m o o en el extranjero, p e r m a n e c i m o s en contacto casi c o n s t a n t e m e n t e hasta su m u e r t e el 1 de s e p t i e m b r e d e 1981.
280
ALBERT
SPEER
. p o r q u e l es y ser s i e m p r e , hasta su m u e r t e , un n a c i o n a l s o c i a l i s t a leal; en c a m bio t n u n c a fuiste n i sers n a d a m s q u e u n c e r d o a v a r i c i o s o contigo, a nadie le importar. [-..]. C u a n d o a c a b e m o s
Estaba
firmada
con
las
iniciales
L. 16
de
las
SS.
En
el
Las v c t i m a s del de
1946
en
(la f e c h a e n q u e
guerra
fueron
ahorcados
Nuremberg).
El
debajo
de un
NSDAP
significaban
deca O d e s s a 1 5 , t o d o s ellos t o q u e s i m a g i n a t i v o s p e r o e n m o d o nicos presentes de en aquella misiva, puesto que la mansin proteencontraba aquel da en comge
con barricadas
Heidelberg,
donde
me
h a b a p e r t e n e c i d o a su familia d u r a n t e tres
letras
contiguo un San
permanentemente
y el perro
guardin
Bernardo
blero al que lo que m s le gusta es p r o p i n a r tiernos l a m e t o n e s a los i n v i t a d o s , y que a d e m s es el c o m p a e r o de j u e g o s de los dos n i e t o s de Speer, q u e v i v e n en una casa de la m i s m a urbanizacin. Speer no desestima por completo estas amenazas, que, segn l, llegan
En este c a s o i n f o r m
coincidan
reproches
durante
Es c u r i o s o , n o le
parece?
COmen
gente
antiguos
idnticos.
Speer y su esposa,
Margret,
ambos
de edad,
ocupan dos
O d i o esta Casa
me dijo,
. A M a r g r e t le e n c a n t a ;
el sufrimiento
ailllgua
g r a n j a en las m o n t a a s ,
c a d a vez m s t i e m p o .
Un aura de
a esta pareja.
La o b s e s i n de
Speer
hijos y de la m a y o r a de relacin
pretenden
denegar toda de
responsabilidad en sobre
Califican
mi postura
"tirar p i e d r a s
mi p r o p i o
tejado
me
281
EL
TRAUMA ALEMN
dijo, su
frecuencia
tenido
Entiendo demasiados
punto
nunca he
amigos, duela.
La relacin de Speer con sus hijos parece formal hasta cierto p u n t o . T o d o s ellos h a n t e n i d o xito en la vida, la m a y o r a estn regiones de A l e m a n i a . casados y viven en diferentes
S p e e r se l e v a n t a c u a n d o v i e n e n de visita, y t a m b i n cuan
do se v a n ; se dan la m a n o , p e r o ese es el n i c o c o n t a c t o fsico que m a n t i e n e n ; saluda con un Hola y se despide diciendo Bueno, adis.
La p r i m e r a n o c h e de aquellos once das que pas en Heidelberg, vinieron a l g u n o s de ellos a pasar la velada. nan varios m i e m b r o s de la familia. Cuando mos a cenar. u s t e d e s se f u e r o n m e dijo a la m a a n a Siguiente nOS s e n t a Ella E r a l a p r i m e r a v e z e n t r e s a o s q u e s e reu
celebracin.
no s si se ha p e r c a t a d o
L a v e l a d a fue b a s t a n t e a g r a d a C u a n d o ya
h a b a s u b i d o las e s c a l e r a s , les o rer. M i e n t r a s yo e s t u v e con ellos no h u b o risas; n u n c a las h a y . hecho, sin Soy una carga para ellos. S i m p l e m e n t e estaba e n u n c i a n d o un
reconoci Speer
. El r i t m o de v i d a en
y de pensar; n o m e ha sido p o s i b l e , ni lo ser n u n c a , c a m b i a r t o d o eso. detUVO, e n refugio. ltima instancia Spandau, ms que una prisin,
Verse
m un
fue p a r a
Al igual que a otros que han h a b l a d o con Speer, al principio me desconcert su irresistible atractivo, encanto, su s o r p r e n d e n t e s e n t i d o del h u m o r , su aspecto todava
q u e p a r e c e c o n t r a d e c i r sus d e c l a r a c i o n e s de a r r e p e n t i m i e n t o y deses
p e r o , y su d i s p o s i c i n casi s i m p l i s t a a a d m i t i r la c u l p a , los e r r o r e s y a h a b l a r con serenidad no estara s o b r e c u a l q u i e r t e m a q u e surja e n l a c o n v e r s a c i n . fingiendo c o n e x t r e m a d a sutileza u n a farsa. Me preguntaba SI
O s i , p o r e l c o n t r a r i o , te
282
ALBERT SPEER
A m e n u d o ha Encierto
d i c h o q u e ICZtlba. d i j e
. Sigue hacindolo?
modo
e
respondi.
temas para l verdaderamente personales; macin: parece la s u a v i d a d mayor, menos indiferencia de atractivo,
y su v o z presenta tintes
indecisin
palabradijo
p o r fin . P e r o he
de
su
Margret.
E s u n a m u j e r p e q u e a y d e l g a d a , q u e s e m u e s t r a t
m i d a c o n l o s d e s c o n o c i d o s ; p e r o , c u r i o s a m e n t e , s u r o s t r o d e l a t a u n a fuerte ne cesidad de muchas El c o m u n i c a c i n y afecto. conversaciones. ronda por sus vidas, y que obsesiona continuamente el Siempre animada por Speer, particip en
p e n s a m i e n t o de a m b o s , es el crimen m s a b o m i n a b l e de Hitler: el exterminio de los j u d o s , sobre el cual S p e e r durante tres d c a d a s ha n e g a d o haber sabido nada. S i e m p r e ta dicho: lo saba. Margret no puede soportar mencionar el asunto; el, p o r el contraro, no Debera haberlo sabido. Podra haberlo sabido. Pero no
so, y c o n este c a m b i o de h u m o r s o b r e v i n o de
nueVO
la t r a n s f o r m a c i n d e S p e e r
Parece
Cansado
COlCll-
ine
q u n o m e h a c e e s a p r e g u n t a y a c a b a m o s c o n eStO?. R e s p o n d q u e e r a do pronto.
c o m o he dado en llamar a su m e -
Maiinlreini
y H e i d e l b e r g , y repleta de
fra y
tan pretenciosa c o m o su m a -
Margret. Tena dos hermanos. yaba con frecuencia. ca. La tenan t o m a d a c o n m i g o ; m e p e g a b a n . Me desma-
283
EL
TRAUMA
ALEMN
Estaba
m u y o c u p a d a c o n s u v i d a social. L a s n i c a s m u e s t r a s d e afecto
q u e recuerdo eran las que m e dedicaba M a d e m o i s e l l e triz francesa, quien, p o r cierto, era
Bllinij
nuestra institu-
juda. **
d e s p a c h o de mi padre. Yo era su favorito. T a m b i n quera a su a b u e l o , hijo de un g u a r d a forestal que se convirti en u n o de los p r i n c i p a l e s industriales de A l e m a n i a . cidad d e Organizacin cantaba su sencillez. Creo que hered de l la capaM e en-
Me enamo-
tanto
lbum d e
u n r e g i s t r o e s t a d s t i c o d e s u s e x c u r s i o n e s : 1 9 2 6 , r e s u m e n del a o : n u e v e d a s d e ruta, altura total ascendida, 6.223 m; p r o m e d i o diario, 691,4 m; a s c e n s i n ms larga en un da, Pero te das; 1.458 m ; d e s c e n s o m s l a r g o , 1.689 m . c u a n d o c a m i n b a m o s duran E x i s t e u n a ba
n u n c a hablbamos
dijo. I n c l u s o
un e n t e n d i m i e n t o m u t u o , l l e g u a cap
N uremberg p u e d e n
matemtico.
n o l e p a r e c i b i e n . " E s o n o d a d i n e r o , n i u n a p o s i c i n , n i UIl
futuro", f u e
puesta.
As que Speer escogi la nica profesin respecto a la cual su padre podra demostrar su aprobacin: la de arquitecto. lento. El a r q u i t e c t o q u e le a c e p t c o m o d i s c p u l o , gundo h o m b r e al que reverenci. mer ayudante, Cuando en A u n q u e n u n c a c r e q u e t u v i e r a ta
Heilirich TesseilOW,
sentir algn
fue el s e -
1928 T e s s e n o w le n o m b r pritipo de
(Deba
afini-
284
ALBERT
SPEER
dad hacia m.
todo
lo que h a c a era c o p i a r -
le). E n t o n c e s s e c a s y alimentaron
de a m i g o s
p o c a m s p u r a y m s feliz de mi v i d a . Su t e r c e r o y d e c i s i v o v n c u l o con Hitler, u n a de las tipo h o m o s e x u a l , der M i t s c h e r l i c h , es el que desarroll a lo largo de los aos
relaciones
m s fatdicas de n u e s t r o s t i e m p o s .
No era
de
aunque
con toda
Seguridadescribi
entre personas
el p r o f e s o r A l e x a n -
Ante lo
Mitscherlich no va desencami
A los veintisiete aos, S p e e r ya haba sido m i e m b r o tro a o s , d e s d e el instante en que o h a b l a r a H i t l e r . de los miembros ms jvenes del equipo encargado
del p a r t i d o d u r a n t e cua
antigua
Hier
p o r las o b r a s , p e r o
"Ven,te
Cre que
invito a me
almorzar".
Mi primera reaccin adherido fue preocuparme de mi a mi m a n g a aquella ma-
desmayara.
dijo H i t l e r ,
a sus d e p e n d e n c i a s p r i v a d a s y le p i d i a su a y u d a de c m a r a q u e fuese a b u s c a r su chaqueta azul. de que me diera cuenta, llevando su chaqueta. ah estaba, s i g u i n d o l e a travs de su saln,
c a n t e a m i s p r o p i o s OJOS, s e n t a d o a s u l a d o d u r a n t e e l a l m u e r z o , l l e v a n d o s u c h a queta; a d e m s , Hitler me eligi, p o r lo m e n o s aquel da, p r c t i c a m e n t e c o m o su nico interlocutor. Speer, alto, atractivo y e d u c a d o al hablar, Hitler, era el ideal a l e m n ,
Para Hitler,
c o m o austraco de clase me
arquitectura,
C o n t o d a s e g u r i d a d n o fue l a p a s i n d e H i t l e r p o r l a a r q u i t e c t u r a , n i t a m p o co en un p r i n c i p i o Sorprendido
el
en
x i t o , lo q u e
atrajo
a Speer:
un primer m o m e n t o por lo
l, y a s o m b r a d o p o r e l l u g a r a d o n d e c o n d u c a a q u e l l o , a m e d i d a q u e p a s a b a e l tiempo Speer estaba cada vez m s cegado ante la realidad, y se c o n v e n c i de que l e r a l o q u e H i t l e r l e o r d e n a b a ser (al m e n o s e s o p a r e c e d e s d e u n p u n t o d e v i s ta superficial), as q u e se v o l c d e s e s p e r a d a m e n t e en l.
285
EL T R A U M A
ALEMN
Speer
b a m o s dondequiera que l hiera; nos m u d a m o s a distintas casas, pisos C o n t o d o , S p e e r era e l n i c o del crcu ( p o s t e r i o r m e n t e l l e g in
lo de H i t l e r q u e se a t r e v a a d e s a f i a r l e , a o p o n e r s e a l
cluso a ejercer cierto p o d e r s o b r e H i t l e r ) , c o m o si supiera que eso era lo que Hitler tambin deseaba. q u e ese e x t r a o i n c i d e n t e m i e n t r a s t o m b a m o s el t en el B e r g h o f De repente me m i r el fijamente a los ojos, obvia Decid
SllpOIlgO
en 1936 mente
desafindome,
Se me hizo
juego
de n i o s de a g u a n t a r la m i r a d a .
aguantar. ganado.
P e r o fue l q u i e n b a j a n t e s l a m i r a d a .
Yo haba
Durante salvo,
aquellos primeros
aos,
importancia,
en c i e r t a m e d i d a , la a m i s t a d q u e h a b a e n t a b l a d o c o n
Braul,
con la
v i a j e s al e x t r a n j e r o , fue l q u i e n se c o n v i r t i en su c o n f i d e n t e e s p e c i a l .
hombre)
exigente
a m o r p o r Hit-
ler, c o m o d e m o s t r c u a n d o l l e g el fin, est fuera de d u d a . C u a n d o e m p e z la guerra, Speer haba llevado a cabo decenas de encargos de gran relevancia. con entusiasmo. perdido. Es el arquitecto ms grande de A l e m a n i a , afirm Gring en lo ms h o n d o Speer saba que se encontraba
Sin e m b a r g o ,
Haba abandonado,
plano.
En u n a o c a s i n su p a d r e les h a b l c o n o r g u l l o a sus a m i g o s del xito del jo v e n Speer. P e r o c u a n d o este le e n s e la m a q u e t a de la n u e v a capital del R e i c h d e m i l a o s , B e r l n , q u e d e b e r a h a c e r s e r e a l i d a d p a r a e l a o 1 9 5 0 , se p u s o d e pie y la o b s e r v durante un rato. s e fue. E n t o n c e s dijo: "Os habis vuelto todos locos", y entender los n u e v o s t i e m p o s . Cuando N i si
Al da siguiente, a p e t i c i n de Hitler, S p e e r le p r e s e n t a su p a d r e .
S i m p l e m e n t e hizo una
[...]. A h o r a me p a r e c e e n t e n d e r q u e p e r s o n a l m e n t e n u n c a lle
q u e de a l g n m o d o p e r c i b i ese otro yo de
Hitler
g u a sentir.
286
ALBERT
SPEER
Speer dice que c o n t a b a con t o d o s los indiEn 1937 le ense la que no fuera res-
Nuremberg.
Recuerdo
1 0 s
Me
preocupaba de voz
la normativa
olmpica.
su tono
cuando
"Eso no importa.
E n 194^J
en To-
al soar con
de Berln d i s e a d a por Speer, i m a g i n a b a el guila con la esvstica en sus garras que deba coronar la enorme
gar d e la e s v s t i c a , me di cuenta de
el g u i l a aquello
cpula d e l podra l l e v a r
significaba entonces:
nuevo
Rcichshnllc^c
dominar
dijo:
"En
lu-
un g l o b o t e r r q u e o " . quera
que
que
el m u n d o .
eso m i s m o es lo
que yo
quera
y o q u e r a que ese h o m b r e g o b e r n a r a
el mundo.
En febrero de entonces, 1942, Hitler n o m b r a Speer ministro de A r m a m e n t o . prcticamente al Hasta la industria alemana haba funcionado ritmo habi Hitler
genio
escribi
HughTrevor-Roper.
La g e n i a l i d a d
l l a m a a la g e n i a l i d a d de f o r m a i n t u i t i v a . Y H i t l e r eligi a S p e e r . Yo no o
queraadmiti Speer.
A l g u n o s de sus
Le dije q u e n o saba n a d a de m u n i c i o n e s
armamento. p e r o la
Speer,
historia
demuestra que
Inmediatamente
d e s p u s de
su n o m b r a m i e n t o , distante y
vindorelacin a
una actitud
fra.
me
confes
Speer.
seguro
espontnea.
Pero
despus de
algunos
mantuvo cmo
estuvo
de haberme
aleccionado
sobre
deba
de f o r m a i n c l u s o m s
natural.
innato, clara un con-
j u n t o de anlisis de o b r a s teatrales y p e r a s , en las que s i e m p r e d e m o s t r a b a su p r e o c u p a c i n por los aspectos r e l a c i o n a d o s con el bien y el mal. Ya en 1 9 3 8 , no r e a c c i o n ante los p r o g r o m o s , e x c e p t o en lo que se refiere a la d e s a p r o b a c i n de ios m a r c h a del p r o g r a m a
disturbios
de eutanasia.
de los p a c i e n t e s m e n t a l e s y h a b e r s e n t i d o ,
p e l u z n a n t e s , q u e tal v e z e s t a r a n m e j o r m u e r t o s . to del p a s t o r N i e m l l e r y de la
ejecucin
de
al rgimen,
decapitados en
ejecucin,
que
deshacernos para
287
EL
TRAUMA
ALEMN
tambin acus
a S p e e r d e h a b e r in de ia solucin
r e m o r d i m i e n t o s acerca en la
final, que no
aparecan
en la versin alemana,
edicin estadounidense
de su l i b r o , c o n el fin de n o herir la s e n s i b i l i d a d de l o s En r e l a c i n c o n este p u n t o , tambin tiene algo que decir: el editor alemn de
norteamericanos.
W o l f j obst Siedler, el t e m a de Discuti eliminar d e Memorias,
Speer,
En el p r i m e r b o r r a d o r
los j u d o s y de la c u l p a que senta Speer a p a r e c a casi en c a d a p r r a f o . mos durante das enteros. Finalmente Speer cedi y me permiti no
ciertos fragmentos.
Pero Macilillan,
el editor de N u e v a Y o r k ,
estaba d e extrado
libr
de las c u a l e s r e c u p e r a l g u n a s p a r a v o l v e r a i n s e r t a r l a s en l. E s a e s
de los j u d o s , p e r o No
fue h a s t a l a n o v e n a
maana
de nuestras c o n v e r s a c i o n e s
dedicar
a una tensin cada vez mayor. que pensara seguir manteniendo su ignorancia acerca de la
reaccin
ante
Siempre m e
Para m era
de su faceta m s vulgar,
simplemente
i n v i e r n o en el sistema de transporte de U c r a n i a .
propetrovsk,
llando a los Nadie incluso
pregunt.
aunque
estaba d e m a s i a d o cerca de
Hitler. C u a n t o m s arriba
estaba
u n o , m e n o s saba.
C o n los a o s , el M i n i s t e r i o de S p e e r , c o m o se le dio en l l a m a r , lleg a em a v e i n t i o c h o m i l l o n e s de t r a b a j a d o r e s , de los cuales seis m i l l o n e s eran ex y, a p r o x i m a d a m e n t e sesenta mil, p r i s i o n e r o s de c a m p o s de coticen aunque nunca hubiera visto ningn documento confidencial
en relacin con los c a m p o s de exterminio, haba utilizado a sesenta mil prisio e r o s de c a m p o s de c o n c e n t r a c i n ; es p o s i b l e que quiso contestar a esta p r e g u n t a . 1 1 0 s u p i e r a n a d a ? S p e e r 110
288
ALBERT
SPEER
En m a y o de de funcionar en
1942,
orientales
nombrados
dej du
su totalidad,
de tiempo
c a m p o s de la muerte
en f u n c i o n a m i e n t o
de V a r s o v i a ,
a los cuales
Cmo
a nuestro
cargo
ciento
cuarenta y cinco
mil v a g o n e s
de tren
respondi
vagones?. ejemplo.
En la p r i los
l llliSIllO d i c e y h a d i c h o t a n -
tas v e c e s . mavera de
P o r d e c i s i n p r o p i a o f r e c i o t r o i n c i d e n t e C01110 1943,
Hitler dijo
Lo
enpett'COUlit: A l or
Caballeros,
hemos
quemado
aquellocoment Speerun
T e n a el p r e s e n t i m i e n t o de
recuerdo
bien.
Terrible? En qu
sentido?,
le p r e g u n t .
Pens... r e a l m e n t e cre...
amenazndonos,
advirtindonos,
en
nos deca que no haba vuelta atrs. ( L l e g a d o s a e s t e p U l l t O h a b a m o s e s t a d o h a b l a n d o d u r a n t e c i n c o h o r a s se guidas: su tez h a b a a d q u i r i d o un tono gris. En mi cuaderno anot lo siguiente:
Ventana.)
da a f e c t a r l e si u s t e d se s e n t a c o m p l e t a m e n t e i n v o l u c r a d o en la s i t u a c i n , e s US?. T a m p o c o r e s p o n d i a e s t a p r e g u n t a .
Posen sobre el e x t e r m i n i o de los j u d o s . Despus de aquel mes de octubre, mente. Sola telefonearme con cierta gradualmente. D o r a , las c u e v a s situadas en las m o n t a a s de H a r z , que vivan en condiciones infrahumanas su relacin con Hitler cambi radicallas l l a m a d a s f u e r o n
regularidad...
pero
espacindose
En diciembre visit
(el i n f i e r n o e n l a T i e r r a , c o m o l m i s m o d e s c r i b i este l u g a r d u r a n t e e l j u i ci de
he visto ello.
O r d e n la i n m e d i a t a c o n s t r u c c i n de b a r r a c o n e s en el exterior de las c u e -
289
EL TRAUMA
ALEMN
vas,
prisioneros. T r a s h a b e r p a s a d o las N a v i d a d e s d e 1943 c o n las t r o p a s e n L a p l a n d ra v e z que no las p a s a b a con su familia, lo cual me p a r e c i se enfrent v i o l e n t a m e n t e con Hitler. de trabajadores de (la p r i m e Speer
Europa occidental,
c i n d e a q u e l l o s p a s e s m o s t r a s e u n a o p o s i c i n cada v e z m a y o r hacia los alemanes. Pretenda emplear, en cambio, la gran reserva de m a n o de obra alemana, (a diferencia
en especial la c o m p u e s t a p o r los cientos de m i l e s de m u j e r e s que de las m u j e r e s b r i t n i c a s ) Pero nulo consegu. trabajo; se nunca haban
Bormann otros
importaran
trabajadores
territorios
A m e d i d a q u e fue s a b i e n d o El 18 de e n e r o de
1944, ingres en el hospital con a g o t a m i e n t o , Estuvo a punto como de morir; tuvo una
describe
el m o m e n t o
m s feliz de mi v i d a .
Pero
finalmente
extraordinario
afirma Speer.
C u a n d o tras-
En m a y o
de
1944,
Speer afianz
suposicin,
Ley. ron
A c a s o estaba i n s i n u a n d o que sus a m i g o s militares t a m p o c o le informade nada? haba estado al margen de todo d u r a n t e mesesreS-
En aquella p o c a y o
E s o era cierto:
P u e s t o q u e a h o r a s a b e m o s q u e las
trabajo
a partir S i n em
1942 t u v o c o n o c i m i e n t o de las m a t a n z a s l l e v a d a s a c a b o en R u s i a .
sus a m i g o s industriales le
sas que
290
SPEER
rado
d i j o c o n VO? c a n s a d a , q u e s e s u p o n a q u e n o
d e b a llegar a o d o s de
COBt a l o s a l i a d o s y p o r e s o m e p r e g u n t a r o n a l r e s p e c t o e n
idea
no
surgiera
de
forma
tan i n o c e n t e sin
como
dice:
Speer s i e m p r e supo lo
que le interesaba.
No obstante,
l u g a r a d u d a s asu
a la poltica de Hitler en
Hitler.
reunin
extraordinaria
>te e x i g i r a q u e a c e p t a s e s l a s c o n s e
preparado
para
a s u m i r las
consecuencias;
lo Si
desp
A m e d i d a q u e p a s a b a n los m e s e s , la r e a c c i n de S p e e r r e s u l t ser la c o r r e c ta. Hitler le pidi ganar la que cediera: que de demostrase la conviccin de que todava como mni-
podran mo ras
guerra.
En caso
que
albergar
zas...
Eso me satisfara. a
A q u e l da,
medianoche, Speer,
de p i e a n t e l,
de f o r m a i n c o n d i c i o n a l " .
dio la m a n o y empe
z a l l o r a r . La a u t o r i d a d pas, la utiliz de para 24 Speer fue restituida y, actividades viajando da y n o c h e p o r t o d o quemada all el
d e t e n e r las
de tierra
donde
p u d o , hasta q u e el
de abril v o l
ltimo adis.
A h o r a lo ve c o m o un gesto p r o p i o de un loco. Segn dice, mantuvimos una charla extraamente tranquila. Hitler le
habl discretamente sobre su suicidio, ya planeado, le pregunt su opinin y, de algn m o d o , le asegur que no tena m i e d o ; al contrario, estaba contento de morir. Ante mi propio asombro, me vi confesndole que haba contravenido
sus r d e n e s , ante lo cual no dijo nada.* Speer crey que el d o m i n i o que Hitler ejerca sobre l nalizado tras su muerte. te en sueos, Pero en (la m a g i a ) h a b a fi
tiempo,
P e r o a h o r a e s o s s u e o s h a n V u e l t o m e dijO.
S i e m p r e son los m i s m o s .
291
EL
TRAUMA
ALEMN
COlltra, i n c l u s o
que sueo con
de m i d e s e o de m a t a r l e . A v e c e s l n o a p a r e c e en el s u e n o , p e r o s
l....
En nuestro ltimo da le
dije
all?.
sensacin
liara
esta l t i m a p r e g u n t a .
P u e d o d e c i r e m p e z a h a b l a r lentamentequeyo... t e n a l a . . . de que algo terrible estaba p a s a n d o en relacin con los judos.... No era el m i s m o h o m b r e que en n u e s t r o p r i m e r e n c u e n t r o cido insustancial y una persona ntima,
me haba pare-
cas
en
entonces e s o
P e r m a n e c i en silencio d u r a n t e un rato, a c o n t i n u a c i n se l e v a n t y se dirigi a su estudio para regresar con varios folios. ello; y p a s e m o s a h a b l a r de otras c o s a s . Se trataba de u n a carta del C o n s e j o de R e p r e s e n t a n t e s J u d o s de Lea esto. H a g a lo que quiera con
Surfrica
en la que solicitaban su a y u d a para i n t e r p o n e r una d e m a n d a contra los editores y d i s t r i b u i d o r e s d e l p a n f l e t o Did Six J\dH01iD6?>con e l f i n d e i m p e d i r s u d i s tribucin en Surfrica. en la carta, f u n d a m e n t a l m e n t e le pedan
En las tres p r e g u n t a s p l a n t e a d a s
plan
haba sido puesto en marcha. por el h e c h o de que creyeran tiones c o m p r o m e t e d o r a s , ca sus respuestas. La declaracin
as c o m o s u d i s c r e c i n p o r n o h a b e r p u b l i c a d o nun
jurada
Nuiemberg.
M s an:
Hoy en da sigo
admitiendoescribe Internacional m e d e c l a r
r e s p o n s a b i l i d a d y m i c u l p a Cll g e n e r a l , p o r t o d o s l o s c r m e n e s c o m e t i d o s d e s p u s del m o m e n t o en q u e p a s a f o r m a r p a r t e del G o b i e r n o de H i t l e r el 7 de febrero de 1942 [...]. S i n e m b a r g o , todava h o y sigo p e n s a n d o la a c e p t a c i n tcita que mi principal [Billigung] de la
motivo de
culpa
dice
para
terminares
m i l l o n e s de j u d o s .
ahora
le pregunt
tiempo?.
Por el [Juifldeiff]. no poda... contestarles con evasivas
292
ALBERT
SPEER
Es cierto que de haber realizado estas d e c l a r a c i o n e s en N u r e m b e r g , h a b r a acabado en la horca. porque la table. (y e s t En p a r t e no las h i z o p o r q u e q u e r a s e g u i r v i v o ; y, en p a r t e ,
harto)
de e v a d i r s e . P e r o t a m p o c o un
farsante.
Es un h o m b r e ob
d u r a n t e tres
A m e n o s que r e c h a c e m o s el potencial de regeneracin de todos este e n c o n c r e t o creo que ahora merece descansar en paz.
293
17
HIJOS DEL REICH
FEBRERO
D E
2000
H a c e c i n c u e n t a y c i n c o a o s q u e finaliz el T e r c e r R e i c h y, sin e m b a r g o , en A l e m a n i a el p a s a d o p a r e c e estar s i e m p r e presente. Ya no son los extranjeros sucedi durante te est ah. En b u e n a parte gracias a esta c o n c i e n c i a , en o c t u b r e de 199^ pas dos das la c u e n c a del algn tiempo) q u i e n e s despiertan esta c o n c i e n c i a : (como
simplemen
extraordinarios
Schauspielhaus,
en
la c i u d a d
de
Bochum,
Pinter
en
Ruhr.
All,
en
el
u n a d l a s p r i n c i p a l e s salas d e r e p e r t o r i o d e A l e m a n i a , s e estaHarold
A l g u n o s meses
ThlTiig,
u n a b r i l l a n t e a c t r i z a la q u e c o n o z c o d e s d e miembro ser d e l a fa me
m a y o r tradicin teatral
ha decidido
actriz),
llam para c o m u n i c a r m e que el teatro de B o c h u m me invitaba a ir en octubre para hablarles sobre c m o de leer tu l i b r o . Debo admitir que ignoraba que nada de lo que yo hubiera escrito pudiera Pinter haba e m p e z a d o a escribir su obra despus
haber contribuido a la obra de Pinter c u a n d o se represent por primera vez en L o n d r e s en 1 9 9 6 y 1 9 9 7 . M i m e n t e e s t a b a o c u p a d a e n l a v i o l e n c i a c o n t r a l o s ni Pero aquel mes de m a y o a la terrible (que no de la
debido
reaccin Bell,
Mary
Cries
interpretacin
pensamientos va,
dramaturgo,
tremendamente
as q u e a c e p t l a i n v i t a c i n sin s a b e r s i q u i e r a q u e s l o q u e r e a l m e n t e que (De hecho, hasta que habl con Pinter justo antes de emprender el de octubre, c r e a q u e la f i g u r a q u e tal v e z h a b a d e s p e r t a d o
ran de m.
viaje a p r i n c i p i o s
su inters era la de F r a n z S t a n g l , c o m a n d a n t e de T r e b l i n k a , el p r o t a g o n i s t a de
que
su de
libro
s o b r e S p e e r el
Michae
i Billington
a todo
la explicacin
esto.
L a o b r a v e r s a s o b r e l a r e l a c i n e n t r e u n h o m b r e y Lina m u j e r q u e s e q u i e -
294
HIJOS
DEL REICH
ren y
se odian,
analiza la m a n e r a en q u e la
fuerzay
la c o e r c i n p u e d e n p r o d u -
cir c i e r t o
m a g n e t i s m o sexual.) m o t i v o de la presenta-
c i n d e l a e d i c i n a l e m a n a d e Cries Unheard e n l a f e r i a d e l l i b r o d e e s a c i u d a d . E l p a s a d o e s t a b a c l a r a m e n t e p r e s e n t e all. blanco, el nico medio de transporte E n las d e c e n a s d e m i c r o b u s e s d e c o l o r p e r m i t i d o en los nue
(adems gratuito)
Hitler:
Die
Alemania
alemn
de
Cres Unheard
editorial
BleSSng,
quien,
a u n q u e enton
es c o n s i d e r a d o
personas al
reciente construccin
pei'iplo d e m e s a e n m e s a , aparentemente s o b r e p e r s o n a j e s
sobre
poltica, m s q u e s o b r e libros (los editores tratan bien a los escritores en la de Frankfurt, pero hasta cierto punto nuestra presencia est de m s all).
feria
Aquella noche,
escritores
continua Schrder:
Gei'hardt
a la m a n a n a siguiente,
el q u e fuera p r e s i d e n t e de A l e m a n i a O c c i d e n
tal R i c h a r d v o n alrededor se
Weiszcker s e
una
acerc a
la
agolp
muchedumbre
Alemania,
que
ms de sesenta que me
actores, en
directores, los
disenadores, cuales
msicos y dramaturgos de
encontr
Bochum,
m a n t i e n e n un repertorio
deja de son
gente joven y de
varias
ocasiones
desde la reunificacin,
c l a r a m e n t e las
diferencias
Q u i z s SC d e b a al h e c h o de q u e el t e a t r o es,
de expresar e m o c i o n e s fsicamente,
as q u e l a d e l g a d a l n e a q u e s e p a r a las ne
c e s i d a d e s p r o f e s i o n a l e s y p e r s o n a l e s s e t r a s p a s a c o n f r e c u e n c i a . A d e m s , las cru
295
EL
TRAUMA
ALEMN
sayos pasramos
Conversar d u r a n t e h o r a s s o b r e las
Pllltet apunta e n
cruel-
d a d e s c o m e t i d a s , p e r m i t i d a s , Sufridas y g r a b a d a s e n l a m e m o r i a ; e l g r u p o e n s u c o n j u n t o p a r e c a h a b e r s u f r i d o t e r r i b l e m e n t e d e c e r c a t o d o e s t o , p e r o las s e c u e l a s eran e s p e c i a l m e n t e a p r e c i a b l e s en a q u e l l o s p r o c e d e n t e s del Este. lirroja de unos cuarenta aos de edad explic U n a a c t r i z pe~
C u a n d o t e n a CjUlllCC a o s ,
Gotscheff,
un b l g a r o t e m p e r a m e n t a l y de g r a n talen
to, le e n c a n t a la obra, p e r o d e m o s t r su i n d i g n a c i n r e s p e c t o a las c o n v e r s a c i o nes que esta p r o v o c , hecho de que lo e incluso me pareci detectar su enojo en relacin con el
h i c i e r o n , lo que
Y Sialin?
qu pasa con
nosotros?
UlCjUiri
nosotros?.
Qu p u e d e n saber aqu
Occidental]?
La
democracia:
p e r o lo q u e d e s e a n en realidad es a u t o r i d a d y orden,
esa es la t r a g e d i a de A l e m a n i a . En esta A l e m a n i a
re unificada,
todava puede
e l a b i s m o e x i s t e n t e entre las d o s p a r t e s , q u e e s t u v i e r o n tan s e p a r a d a s . El l t i m o da de este viaje, un d o m i n g o , me result imposible escapar de q u e v i v e n en los alrededo
la historia.
Mis a m i g o s M a r t i n y C o r d u l a B o r m a n n ,
Martin
e s el llijO m a y o r
c u a n d o solo c o n t a b a con
q u i n c e aos de edad, estuvo a p u n t o de suicidarse. P e r o prefiri vivir, se convir ti al c a t o l i c i s m o , ms tarde decidi dula, ralelo. fue o r d e n a d o s a c e r d o t e y t r a b a j e n f r i c a c o m o m i s i o n e r o ; a b a n d o n a r el sacerdocio, se h i z o profesory se cas con Cor-
u n c u r s o pa acerca de
(de n u e v o , d e b i d o a la
i n f l u e n c i a o m n i p r e s e n t e d e l a h i s t o r i a r e c i e n t e e n l a Vida d e l o s j v e n e s ) , l a s es cuelas e institutos de A l e m a n i a y de A u s t r i a l l a m a n a B o r m a n n p a r a que hable a los a l u m n o s . m e n t e leo No tengo que inventar ni describir Simple
intelectualdeca Hitler.
Es el control lo que eso es lo [...]".
estropeara
es el m i e d o a la m u e r t e lo
ofrece la v e r d a d e r a libertad,
creatividad y m a d u r e z p a r a los j v e n e s
C u a n d o ahora leo
esto
Pimpf [
u n a e s p e c i e d e J u v e n t u d e s Hit
menores],
"Fren-
296
HIJOS
DEL
REICH
ellos m i s m o s
son
capaces
de
reconocer distintas, y
tan
por supuesto,
libre.
JULIO
DE
1990
enclavada
al pie
de las informal
suaves
colinas
del
Ruhr;
la situa
aparentemente
a desente
durante la Segun
da G u e r r a M u n d i a l . L o s n o m b r e s de a l g u n o s de ellos son m u y c o n o c i d o s , y sus historias, con t o d o el dolor que t r a n s m i t e n , p a r e c e n casi irreconciliables con su aparente normalidad.
A l g u i e n p o d r a d e c i r q u e s e t r a t a d e l o s hjOS d e H i t l e r , l o s h i j o s d e a q u e l l o s
d e h a b l a r c o n n a d i e a c e r c a d e SUS s e n t i m i e n t o s ,
r e r a cv nz c on n s c o apC0SaillientO.*c h c u lenst,a a le n teer c i a iy cso ms o l e ldl a d ? m e a s a l t a u n a y i e otl u n sui p dres. Al escu ar g p h b r u o e os , Gunild que tomar tiene ahora c i n c u e n t a y siete dormir. anos, Es una y durante mujer decenios ha tenido
sedantes con
para poder
pequena,
r o l l i z a y en en su
cantadora,
u n a s o n r i s a que p a r e c e estar
dibujada permanentemente
c a r a . E n 1 9 2 4 m u r i u n o d e SUS h e r m a n o s : s o l o t e n a t r e s m e s e s y h a b a n a c i d o con una d e f o r m i d a d en el pie. padre, m d i c o y ya fallecido, Cree (aunque apenas se atreve a decirlo) que su
que cumpli
r e s p o n s a b l e d e l p r o g r a m a d e e u t a n a s i a e n ReruUlia y p o r h a b e r l i m p i a d o j u d o s la regin de C o l o n i a , asesin a su hijo d i s c a p a c i t a d o . Otros m i e m b r o s de la familia, sus h e r m a n o s , p r i m o s y uno hijos, tambin han muerto.
de sus p r o p i o s Acaso
D i o s n o s est h a c i e n d o p a g a r p o r
ello?,
se p r e g u n t a , y se e s t r e m e c e al p e n s a r
297
EL
TRAUMA
ALEMN
ca
Gring,
fue c o n d e n a d o a m o r i r en la h o r c a en
1948.
V e i n t e a o s m s tarde, Al preguntarles si
D i r k se cas con Lena, una m u c h a c h a israel de origen ruso. tienen hijos responde: Nios? No, no t e n e m o s hijos.
M e h u b i e s e g u s t a d o t e n e r un
G o n d a es h o l a n d e s a .
A u n q u e ya casi tiene c i n c u e n t a a o s ,
pertenc-
c i e n d o , a ojos de las g e n e r a c i o n e s de m a y o r e d a d de los P a s e s B a j o s , al g r u p o de n i o s d e s i g n a d o s desde el final de la guerra c o m o labor cuando con los nazis durante la ocupacin. Yo los m a l o s . S u p a d r e co
la g u e r r a
miento; n u n c a Monika
Nunca aos. zacin tos. conoci Pas
supe por
. Durante
t o d a mi
alslil^
los p r i m e r o s SS
tres aos
de su v i d a
en un h o g a r
c r e a d a p o r las M o n i k a tiene un
de nios arios
recuerdo
incluso tierno,
M o n i k a haba
muerto
acto de servicio.
Monika
crea que su p a d r e ,
c o m o m u c h o s otros, a l i g u a l q u e o t r o s ph
A h o r a ests c o n t e n t a de t e n e r
U113
verdad?,
le p r e g u n t a s u
Norespondi su madre
carioso por el que
>no lo e s t o y .
E n e s t a f r a at
M o n i k a s e c e n t r a b a n e n l a ima Cada
v e z q u e s o n a b a el t i m b r e , c o r r a p a r a v e r c m o su m a d r e
abrala
p u e r t a , c o n la
e s p e r a n z a de or las p r i m e r a s p a l a b r a s que se diran sus p a d r e s ; C a d a v e z que su madre haca un pastel, Monika le guardaba una parte del p e d a z o que le co
rresponda. En realidad, muerto: c o m o d e s c u b r i r a m s tarde, p a r a e n t o n c e s su p a d r e ya estaba Fue uno de los primeros que
m i e m b r o s de las SS y o r g a n i z a d o r de la p r i m e r a m a t a n z a a escala n a c i o n a l t u v o l u g a r en 1 9 3 8 , la
Kristallnactta 'Noche
de los Cristales
Rotos')>
en la q u e la
estoafirmasu hija>y
[...]
creo
298
tiene un aspecto m u y juvenil a sus cincuenta y nueve que recita y canta por todo el territorio alemn, Tiene m u c h o s recuerdos de su to, casi
Reinhard
Reichsprotektor
de
Bohemia-Mora via,
el 6 d e j u n i o de 1 9 4 2 .
Entonces Thomas
tenia
o n c e a o s . P a r a l, R e i n h a r d H e y d r i c h era el her-
brid-
N a v i d a d e s siempre enviaba a su chofer con lujosos regalos. Sent rabia c u a n d o lo mataron lla p o c a yo era un apasionado
dice
ThomaS
PfTlpf-SC d e t u v o
e hizo
con la cabeza,
su relato. En fin, era u n a e s p e c i e de h r o e solo s a b a m o s que era un exceleny que, adems, siem-
pre sala en los p e r i d i c o s , j u n t o al F h r e r , n u e s t r o d o l o . hacerse u n a idea... motivo de una Me dio pena c u a n d o lo asesinaron Mi to fue
porque
un padre m u y b u e n o y
tierno
realidad, gina?
afirma p e n s a t i v o
lo q u e p a s a e s q u e s i m p l e m e n t e n o n o s g u s t a p e n s a r e n ello. Se l o Tierno?. Y p a r e c e p r o n u n c i a r e s t a l t i m a p a l a b r a c o n a m a r g u r a .
M a r t i n era u n n i n o a p a s i o n a d a m e n t e nazi,
ima-
o r g u l l o s o de su i m p o r t a n t e p a d r e , la m a n o d e r e c h a de Hugh
Hitler.
(El
historiador
d e s c r i t o al a n c i a n o M a r t i n
ms poderoso, anos de
B o r m a n n r e i n i n d i s c u t i b l e m e n t e e n s u c o r t e [...], e r i g i a l r e -
propio.)
de Hitler y de
de H i t l e r y t o m par
te en la e x t r a a i n c i n e r a c i n de lS c u e r p o s tras el d o b l e
suicidio
bunker
maba que B o r m a n n haba sido visto en S u r a m r i c a , Suiza y Espaa. polica de Frankfurt hizo pblicas unas declaraciones en Berln que en las que
que se h a b a descubierto un e s q u e l e t o
corresponda a Bormann.
Pero n u n c a he estado p l e n a m e n t e convencidoafirmasu hijo pruebas no eran COncluyenteS. de quince aos de edad, supo el fin
mayor.
Las
La noche en que
299
EL
TRAUMA
ALEMN
de alto
rango
de la Cancillera del p a r t i d o
que
compartan refugio
suicidarme
el
tiempo, los
lljos
de aquellos q u e no estuvieron
dice e n la
poder lo han pasado m u c h o peor que nosotros, tiras. En nuestro m u n d o , qu lado haban
despus
de
la
g u e r r a la m e n t i r a n o e r a p o s i b l e : sabaLo lliCO q u e t u v i m o s q u e h a -
m o s de
Segn En
significa ser
buen hombre.
c o n v i r t i al c a t o l i c i s m o .
atemorizado!
su padre odiaba a
los j u d o s , pero m u c h o m s a los catlicos. y permaneca tido. A l g u n o s p o d r a n calificar Hitler oculto, tena m i e d o de que
Convencido me
excepcional)
ani-
un p s i c l o g o israel de cua-
Bar-On,
en c a l i d a d d e c a t e d r t i c o i n v i t a d o en la U n i v e r
Wuppertal,
las r e l a c i o n e s entre los a s e s o r e s de H i t l e r y sus h i j o s , y de q u e , d e c e n i o s d e s p u s del final del R e i c h que d e b a d u r a r gua siendo En 1985, tab en Alemania.
mil aos,
e s t e t e m a se
B a r - O n p u s o un a n u n c i o en los p e r i d i c o s locales en el que deca en contactar con personas [...] cuyos padres fueron miembros dc
la p e r s e c u c i n y el e x t e r m i n i o de l o s j u -
cantidad
sorprendente de personas. de H a m b u r g o
Bar-On,
en
n a c i d o en
Israel e hijo
de j u d o s a l e m a n e s que h u y e r o n
1933> d e d i c l o s
un solo
haban hablado
aceptaron
israel d e s c e n d i e n t e
igual
se trataba de
un a c a d m i c o ,
q u e al p r e o c u p a r s e p o r e l l o s y s u s s e n t i m i e n t o s tal v e z p o d r a a l i v i a r la p e s a d a carga de la c u l p a que les h a b a sido transferida. El inters original de B a r - O n se vio o b s t a c u l i z a d o p o r l a r e s i s t e n c i a CjUe que fuera a l e m n ( a u n q u e l era con
c o n s c i e n t e de q u e a q u e l l a r e a c c i n era i r r a c i o n a l ) , tra los hijos de los a l e m a n e s pel decisivo en el genocidio que haban asesinado de su pueblo. o
u n pa
El aspecto
ms c o n m o v e d o r de su
300
HIJOS
DEL
REICH
m i s i n , a m i p a r e c e r , fue e l c a m b i o q u e s e p r o d u j o g r a d u a l m e n t e e n l. y la evidente s i n c e r i d a d de
Eldolor
aquellos
a q u i e n e s entrevist, l e n t a m e n t e le p e r m i -
tieron a B a r - O n e l i m i n a r a l g u n o s de sus r e c e l o s y a t e n u a r las b a r r e r a s i m p u e s tas p o r sus p r o p i o s p r e j u i c i o s . dos con COI110 p e r s o n a s un origen P o c o a p o c o e m p e z a considerar a los entrevista ms que xito un ao como
alemanes
infame,
que su v e r d a d e r o
publicacin pertal,
del libro
a la cual asistieron m u c h a s
l c o m o demostracin de apoyo mutuo. cepto de grupo de autoayuda, que curacin. Este grupo, el p r i m e r o
servira
existente (que
en
Alemania, mayora
en su para
utilizan
aceptaron
entrevistadas
este a r t c u l o .
Esta
salir del a i s l a m i e n t o
alemn
del
grupo
es
Konrad
Brendler,
un profesor
de
educacin de la U n i v e r s i d a d d e
Wuppertaly
no
eran nazis.
observaba su pasado
a p e s a r d e s u c o m p r o m i s o r e l i g i o s o , n o hi
B r e n d l e r viva en B r e s l a u c u a n d o l era n i o .
Recientemente
Kris tallnadlt.
saqueado
que haban
Haba
marcos.
A a d i que le h a b a p e d i d o a la c o m p a a d e m u d a n z a s que
dieran
la vuelta
judos.
Le p r e g u n t si h a b a s a b i d o q u l e s s u c e d a a l o s
adquirido
conocidos judos,
fuera ilegal,
"No, no te acuerdas de aquel transporte de judos que v i m o s en la Klosterstrasse, de en el que iban los j v e n e s m d i c o s de la familia, los que v e l a r o n p o r la salud nuestros hijos? No estaban un gesto ah por eleccin propia". que Entonces empez a
llorar.
Mi padre hizo de
suyo
caracterstico
denotaba desdn,
algo
mi infancia, "Tonteras",
cuando dijo
sensible.
dirigindose
Nuestros
medi-
301
EL
TRAUMA ALEMN
Es o b v i o que incluso
N e c e s i t a m i r a r p a r a o t r o lado, tal c o m o
H e l l e g a d o a p r e g u n t a r m e si, e n l t i m a i n s t a n c i a , l a m a n c h a d e l a c u l p a d e l a g e n e r a c i n d e n u e s t r o s p a d r e s n o s e h a e x t e n d i d o m u c h o m s all d e l o que creamos, llegando incluso a contaminar a aquellos que cieron nada, y que son solo en parte un p o c o tuvieron directamente involucrados. rarme a m m i s m o : s i m i p a d r e fue " s i m p l e m e n t e " n o hi
Teniendo
bsicamente
c o b a r d e y en
hacia m , su hijo c o n m e n o s
seguridad
en s m i s m o , se c o m p o r t c o n tanta (y lo
deliberadamente),
Para Brendler,
en u n a situacin de
presin?.
de la generacin de H i t l e r han i m no se d e b e a la v e r g e n z a o
Sobre
r e s p o n d e n a n u e s t r a o b s e s i n p o r la dictamina y exalta la
[AtlStfitldtgkeitfaye
conducta,
los v a l o r e s , el d i s c u r s o q u e p r o n u n c i H i m m l e r ante los lderes de las SS y los gciuleiters e l 4 y e l 6 d e o c t u b r e d e 1943 e n P o s e n , e n e l c u a l e x p l i c a b a c o n d e t a l l e los m o t i v o s y los m t o d o s que s u b y a c a n al e x t e r m i n i o d e l o s j u d o s . dijo que no consideraba justificado Himmler
p o s i b l e s v e n g a d o r e s (se r e f e r a a l a s m u j e r e s y l o s n i o s ) l g i c a deca q u e las m u j e r e s y l o s n i o s t a m b i n que puedo cha, decir que esta, la orden ms
d e b a n ser e l i m i n a d o s .
Creo
dura que h e m o s
r e c i b i d o h a s t a l a fe sufran n i n g n per-
[.,.]
espritudijo H i m m l e r
ante su
pblico.
E l pe
convertirse en una persona dbil que p u e d e perder el control) da [...]. El h e c h o hombres de haber persistido y al [...] constituye mismo tiempo una pgina de
siendo
respetables
historia que j a m s haba sido escrita ni deber l l e v a r n o s este secreto c o n n o s o t r o s a la Me permito Bormann una vez
escribirse nunca
Debemos
tumba.
aadi finalizado.
Lo que no
Oriental
es
cmo pueden
s e g u i r d e f e n d i e n d o e l n a c i o n a l s o c i a l i s m o , t e n i e n d o e n c u e n t a CjUC ( a l m a r g e n d e
302
DEL
REICH
t o d o s esos d i s c u r s o s h a n q u e d a d o d e p o s i t a d o s e n los
M a r t i n B o r m a n n es alto y d e l g a d o ,
asctica q u e no deja traslucir su s e n t i d o del h u m o r y su c o r d i a l i d a d , bargo, aparecen rpidamente cuando est r o d e a d o cautela. de gente en la
Me pareci que el
del a s e s o r p e r s o n a l de H i t l e r
Por qu no se cambi
pregunta,
r e s p o n d e lo siguiente: D e s p u s
de
la guerra, d u -
utilic el n o m b r e de M a r t i n B e r g m a n n .
c o m p r e n d e r lo q u e haba s u c e d i d o y m e convert en lina p e r s o n a c o n decid q u e mi n o m b r e era parte de m, sado, y que tena que vivir con todo
criterio
a l i g u a l q u e m i p a d r e y q u e e l pa
ello.
su padre tuvo co-
hijo
in-
lite
del Ver,
cual l
Segn
aquello
retrospectivamente,
q u e e n l a es
cuela se a p l i c a b a un l a v a d o de c e r e b r o a los a l u m n o s ? S o n r e . dad de hacerlo, todos los los alumnos venamos de condicionados que mi
internado
satisfaca
requisitos
severidad
padre
quera para
sin e m b a r g o ,
Era u n o de los a h i j a d o s de Hitler, p o r lo que, c u a n d o v o l v a a casa de se haba convertido uniforme de en costumbre emplazarlo ante un pblico
vacaciones, m u y especial.
C o n su
Feldafing,
PerO
dio
comet un
ClTOrdice
tan fuerte
"Heil,
mi
padre
sent m u y a v e r g o n z a d o .
chef?.
Estaba o r g u l l o s o de l,
Martin.
que
En un m o m e n t o dado,
e n el q u e se
g u l a r i d a d e s en las cuentas relativas a los s u m i n i s t r o s de la orden creo vigilase a ciertos miembros del p e r s o n a l
produjeron escuela,
de la en
cocina. m lo
que
me utilizase
como
espa,
simplemente
confiaba
suficiente
esa difcil t a r e a .
303
EL
TRAUMA
ALEMN
campo,
vea
a su p a d r e m u y de v e z en
En
t r a b a en u n a finca en l.
Retanla,
que
e n o r m e c a b a l l o , p e r o l m e e s p e r a b a . Sus c o m p a e r o s de trabajo
fantstico.
No haba
A u n q u e los no,
priSOUCTOS
polacos
de
aquella
finca reciban
un trato
dig-
era
c o n s c i e n t e l,
y sus c o m p a e r o s de e s t u d i o s , de q u e eso no era lo ha, El c o l e g i o de prisioneros estaba bastante que trabajaban cerca de en de unas l o s K~
bitual?
al lado. solo
a l o s Kapos,
eran prisioneros,
Feldaflg
fue c l a u s u r a d o r e p e n t i n a -
Sus c o m p a e r o s
recibieron
cien
Martin
d e b a reu
un p u e b l o cerca-
El
espacio
era m u y todo
posada,
d o n d e se h a b a r e u n i d o
reducidodice r e c o r d a n d o e l b a r d e l a e l grupo . E s t a b a a b a r r o t a d o . M e re
Lo recuer-
s u l t a i m p o s i b l e t r a n s m i t i r e l a m b i e n t e . L o p e o r fue c u a n d o , h a c i a l a s d o s d e l a m a a n a del do m u y bien 1 de m a y o , lleg la noticia de que Hitler haba m u e r t o . [...] p e r o H O p u e d o [..]
describir el silencio que se hizo en aquel m o durante horas. [...] N a d i e dijo n a d a , p e r o a l g u n o s un d i s p a r o 110 s e [...] oa
u n o en u n o
e n t o n c e s se o y
[] D e n t r o n a d i e
pronunci
morir.
sali afuera con una pistola que le en pedazos. mayor que No vea ningn yo; tena
finalmente,
afuera haba
bastante
die-
ciocho aos.
El aire ola
bien,
se o a el t r i n o
de los p j a r o s , y n o s p u s i m o s a h a b l a r cin.
abiertamente
D e 110 h a b e r n o s t e n i d o e l u n o a l o t r o e n a q u e l m o m e n t o , a m b o s h a b r a este m u n d o , estoy seguro. tomar, Hitler, de e fue a p a r a r a 1 una c o l u m n a del r e g i m i e n t o de mayo, luchar miencomo
guardias
hilrer-Lebstnd(M'te8
grupos
discutan
posibilidad
formar
Werewolf para
p a r t i s a n o s en las m o n t a a s , l y a l g u n o s m s s u f r i e r o n u n a
intoxicacin
alimende una
ticia,
Creo
que
CIU m i d e s t i n o
que
me
desmayase
en los a l r e d e d o r e s
304
HIJOS
DEL
REICH
montaas
dice
erayo,
pero me
como
si fuera su p r o p i o
hijo.
l l e v a r a p a s t a r el g a n a d o al
L o s c a m p e s i n o s le
encargaron
A/72(los
pastos
d e l a m o n t a a ) , y e s o fue l o q u e h i z o t o d o s l o s d a s d e a q u e l v e r a n o . era t r a n q u i l o y
Aquello
hemiOSO;
libros
con
el t i e m p o t a m b i n
la biblioteca ms prxima.
te de su madre. dentro de m.
Para entonces haban pasado m u c h a s cosas, no tanto a m c o m o H a b a p o d i d o ver c m o v i v e n y c m o son las p e r s o n a s d e c e n t e s . un verdadero
sacerdote
Bormann,
ahora bajo
su verdadero n o m b r e ,
(en a d e l a n t e su p a d r i n o ) , fue a c o g i d o en el s e n o de la I g l e s i a .
Cmo
C o n SU fuerte a c e n t o
Htler.
ocho
a c o g i d o s p o r d i v e r s a s familias del
Tirol
E n S e m a n a Santa de 1950
y en
JeSS.
Hasta 1971
Maitillfue
sacerdote,
misionero.
en frica,
trabajando como
ser a p t o p a r a las
limitaciones
religin,
con
cinueve aos, y viven m o d e s t a y t r a n q u i l a m e n t e en un p e q u e o piso m o d e r n o con vistas c u e n c a del a una poblacin que se extiende sobre una
empinada
colina
de la
Ru.hr.
305
EL TRAUMA ALEMN
referencia. cuando se
A pesar de que
en un
primer
les c o n o c e m e j o r r e s u l t a n
ser p e r s o n a s
as c o m o s u p r e o c u p a c i n p o r e l m u n d o .
B o r m a n n , no obstante, no siempre ha estado seguro de su comproD u r a n t e una de las r e u n i o n e s a n u n c i que, en que ellas, des-
tal v e z a b a n d o n a r a e l g r u p o ,
p o r q u e crea
aportar.
S i e m p r e h a b l a s de a p o r t a r a l g o al no
grilpOreplic
Lena
* E s q u e el g r u p o
te
ha aportado
nada?.
a esta p r e g u n t a desafiante, y la c o n v e r s a c i n De repente, un largo contic o m o sucede se hizo un Empez a
M a r t i n no
respondi
rato,
q u e r o m p i de p r o n t o la v o z t r a n q u i l a y g r a v e de
Martin.
algo
contado a nadie,
que,
obvia-
en ese r i n c n de la m e n t e en el que
los seres h u m a n o s g u a r d a m o s los r e c u e r d o s i n s o p o r t a b l e s . S u c e d i hacia finales de la guerra, c u a n d o l estaba en casa, en el Berghof durante unas vacaciones escolares. de La secretaria y amante en aquel e n t o n c e s de quien acept
Himmler,
F r a u P o t h a s t , q u i e n le h a b a d a d o d o s h i j o s ,
i n v i t a la m a d r e de M a r t i n a t o m a r el t,
acompaada
hermoso jardn
salvaje-narra
Martin,
medida
forma
Algo
. Frau Pothast n o s dio chocolate caliente y galletas. m s tarde, les a n u n c i q u e les e n s e a r a el desvn algo
de la
abri la p u e r t a y p a s a m o s al
al principio
ella
por
e m p e z a excierto. Eran
plicarnos
m e s a s y sillas h e c h a s voz
partes
cuerpos humanos. al d e s c r i b i r l a ; de
silla...la
el cuer-
de
Martin adquiere
imtono
apagado
del g r u p o se todo
haba quedado
sin h a b l a , y yo
escozor
El a s i e n t o era u n a p e l v i s h u m a n a , las p a t a s e s t a b a n h e c h a s de h u e s o s de piernas a p o y a d o s sobre pies h u m a n o s . tom Un ejemplar de Mein A continuacin, momento dicho lo de una pila de libros UBICO que se me
ocurri tia de
mi padre
que no los
me t o m a s e la
molesPuso
haba
quedado
desfasado por
acontecimientos).
nfasis
en la cubierta,
hecha de piel h u m a n a ,
los p r i -
306
HTJO
DEL
REICH
(Rckenhaut).
corriendo, sigui contando; s u m a d r e les o b l i g a bajar
to, jams....
Cerdos,
t o m a m o s aquella historia a ltima hora de una tarde de p r i m a v e r a en Estoy seguro de que no le identificaba con consciente traumticas de de que durante aos haba
reprimido enterr
experiencias ms F,S0 d e m u e s t r a l a
su vida.
Simplemente
ese r e c u e r d o .
Cree
l o d i a b a los detalles.
decirle esto a otra p e r s o n a , sin que l se diera c u e n t a . Lo que ms le pesa, en los l t i m o s meses afirma Martin, es que fue s o b r e t o d o alrededor su padre de Hitler, quien para
erigi
d a l a g u e r r a , n o s e x p l i c u n Viaje q u e h i z o
p r i m e r a v e z , H i t l e r , y t a m b i n m i p a d r e , c o m p r o b a r o n l a s t e r r i b l e s COnSCCUCllcias de los b o m b a r d e o s . Mi padre no solo estaba consternado, sino realmente Dijo que estaba seguro de
que d e m o s t r Hitler.
que lo m e j o r sera aislar a Hitler de los a c o n t e c i m i e n t o s , para que p u d i e s e seguir f u n c i o n a n d o . Quizs do tanto,
, si n o le h u b i e s e p r o t e g i -
t o d o h a b r a a c a b a d o antes.
A q u e l l o s q u e h a n d e c i d i d o e n f r e n t a r s e c o n e l p a s a d o f a m i l i a r t a m b i n h a n asu m i d o el riesgo de alejarse de sus parientes y a m i g o s . V a r i a s de las p e r s o n a s c o n las q u e h a b l se v i e r o n c o n d e n a d a s al o s t r a c i s m o c o m o c o n s e c u e n c i a d e s u d e c i s i n d e hablarafirma D a n B a r - Q n . N o como resultado de hablar conmigo, sino por haber empezado a hablar. Por
307
EL
TRAUMA
ALEMN
Anochedice Gunild d u r a n t e
portar seguir se hizo
l e d i j e a m i h e r m a n a q u e v e n d r a h o y a q u , d e r e p e n t e m e d i j o q u e n o p o d a so
viviendo
c o n el p a s a d o . H a d e d i c a d o toda su v i d a a la m e d i c i n a ,
D u r a n t e t o d o s estos a o s , las a u t o r i d a d e s h a n c o n s e g u i d o m a n t e n e r e n secreto e l h e c h o d e q u e las f a c u l t a d e s d e m e d i c i n a d e l a R e p b l i c a F e d e r a l h a n v e n i d o utilizando, durante los ltimos cuarenta y cinco aos, muestras
procedentes
hermana,
en aquellas
al d e s c u b r i r q u e a p r e n d i su mediante muestras
fatdicamente
nuestro padre)
conseguidas
circunstancias,
est p l a n t e n d o s e i n c l u s o
suicidarse.
A c a s o es s o r p r e n d e n t e q u e ella t e n g a u n a t e n d e n c i a s u i c i d a y q u e y o , a
pesar d e tran-
quilizantes?.
Los compaeros de a l g u n o s m i e m b r o s del grupo se sienten contrariados p o r este r e g r e s o al p a s a d o de a q u e l l o s a los q u e a m a n ; a l g u n o s t i e n e n m i e d o ; otros simplemente que no era tienen la paciencia un error, segn me suficiente. dice, Cordula Bormann, aun a
considerando
acompa
recientemente
M a r t i n a u n a de estas sesiones. no
autOCOmpasiOIl
e n n i n g n senti
Brendiei,
l a f a m i l i a d e C o r d u l a e s fer
lugar
que
afirm
uno de
en
un m o m e n t o d a d o a n t e el describiera el intenso
vosotros
Acaso es eso
tail
importante que
U n a v e z d i c h o e s t o , a l h a b e r o s Cllfren
t a d o al c o n f l i c t o de v u e s t r o s o r g e n e s , p o d r a i s
empezar* a
d e q u e o s d e l e i t i s c o n ese s e n t i m i e n t o . Y e s o m e h a c e s e n t i r m e i n c m o d a , as que no v o l v e r a venir. Este tipo de r e s e n t i m i e n t o (familiar para todos los terapeutas) trabajo es m u t u o ; la
308
HIJOS
DEL
REICH
neda, IOS
"Es m u y
difcil h a b l a r c o n v o s o t r o s ;
"S, es p o s i b l e , p e r o
FO
crees
Entonces me
ba o c u r r i d o Monika,
t r a d i c t o r i o s r e s p e c t o a las s e s i o n e s . x i m a r e u n i n , m e i n v a d e la a n s i e d a d . este d o l o r .
exponerme
tado h a c i e n d o d e f o r m a intensiva desde hace tres aos. si alguien me preguntaba acerca de mi pasado, sucede lo contrario: si no hablo, me ahogo. A u n as, no asisti a la siguiente reunin. me
q u e d a b a sin h a b l a .
Mi a u t o m v i l sufri
una ave-
un tico con
m u c h o s cojines y plan-
Pero supongo que podra haber encontrado la manera de ir si realmente h u b i e s e CjUerido. P o r q u n o l o h i z o ? Creo que se debe a que percibo en el grupo una especie de fascinacin por la maldad. do. tras Es una s e n s a c i n q u e c o m p r e n d o , p o r q u e yo t a m b i n la he senti M o n i k a dej su trabajo sueldo, para como maestra durante dedicarlo a investigar un ao, su
HaCC
solicitar
unos aos,
u n a e x c e d e n c i a sin
sobre
padre.
guntas que
1c asaltaban:
Qu pas
fue-
Admique
todo
e S t E e s la c u e s t i n
ellos
se l a m e n t a b a n de s u s a c c i o n e s ? Se a r r e p i n -
morir?.
M o n i k a ya no siente la a p r e m i a n t e necesidad de buscando durante c o n o c e r las de
demasiado
t i e m p o la a b s o l u c i n Creo que
ahora
ya he s u p e r a d o todo
esoafirma
Consigui
abiertamente
como
p a r a q u e la a c o m p a a r a a , no para
Riga
. Necesito
acepte
insiste Monika
sino por
verla
sufrir, p o r D i o s , ni como
comparta mi sufrimiento,
ella m i s m a ,
como persona,
309
EL
TRAUMA
ALEMN
Todos
(en l a l n e a d e luchado o
la
observacin los
de
Konrad
han
contra
insistentes
m e c a n i s m o s de bloqueo
que continan
reprimiendo
distorsionando la ver-
CjUe n o
q u e les p r e o c u p a s e Me castigaban
misma generacin.
p o r ser i l e g t i m a ,
C u a n d o me regalaban
s i e m p r e deja-
b a n la e t i q u e t a c o n el p r e c i o : n u n c a les h a b a c o s t a d o m s de c i n c u e n t a o n o v e n ta y Ocho.pfennigS; e s o era lo q u e y o v a l a . D e todos los h o m b r e s que pasaron p o r los tribunales acerca de los colaboracionistas ban hecho. Mi padre no Mis p a d r e s ,
explica
Gonda
holandeses
, solo d o s a d m i t i e r o n lo q u e ha-
incluso h o y en ni m d i c o
era p o l t i c o ,
abominable y sus
c o m o no p o d a n y no p u e d e n enfrentarse a la verdad,
les h a n d e j a d o esta t a r e a a sus hijos. O t r o de los p a r t i c i p a n t e s del g r u p o d e s c r i b e la carta de cribi su padre antes de su ejecucin. Solo hablaba de Dios. d e s p e d i d a que esEn 1936, dej la
Contrarios
a cual
nauSeaS.
interviene D i r k , c u y o p a d r e t a m b i n fue ejecutado, q u e s i
N o Creis
u n a p e r s o n a est a p u n t o de llegar a] final, de sus das d e b e r a t e n e r el v a l o r de decir: pero "Hijo, hice cosas e s p a n t o s a s y a h o r a v o y a p a g a r p o r ello con mi vida; que aprendas de esto que n u n c a debes hacer nada semejante"? es-
De haber
P r c t i c a m e n t e t o d o s l o s h i j o s d e n a z i s m e t r a n s m i t i e r o n s u d e s p r e c i o p o r los' a n c i a n o s que insistan, hasta el final de sus vidas, en afirmar que no saban nada, que no vieron nada, la poca nazi, solo ante los que ni siquiera sospecharon que hubiera algo censurable
mientras
acontecimientos
sino
ellos. La familia de
B e r l n c u a n d o l era
HIJOS
DEL
REICH
mes
donde
sola j u g a r ;
perteneca
una
familia j uda.
Durante
la
KlStCllhlGcht
le p r e n d i e r o n tana, incluso
fuegonos cuenta.
un piano; imagnese,
Ven-
me pregunt por
A mi
f a m i l i a l e g u s t a b a l a m s i c a y y o sa pero me comer-
POCO d e s p u s p u d o v e r
tambincontina.
de embusteros.
En 1 9 4 1 , su p a d r e , q u e era p e r i o d i s t a , s o l i c i t de f o r m a r e p e n t i n a q u e le en-
viasen
cito.
Era
baafirma
Thomas.
B e r l n era q u e h a b a e m p e z a d o a a l b e r g a r d u d a s .
a lo que el s i e m p r e r e s p o n d a : En mi opinin,
r e m o s de ello d e s p u s de la g u e r r a " .
actitud todava presente en nuestros das. de nuestra patologa que ha dado lugar
importante
a t r a v s d e las m e n t i r a s y e l s i l e n c i o :
el m i t o de u n a "guerra n o r m a l " .
millones de h o m b r e s presenciaron el asesinato de literalmente cientos de de h o m b r e s , mujeres y nios, j u d o s y no j u d o s a u n q u e fuera m n i m a m e n t e ) . (y algunos incluso to-
maron parte en el m i s m o ,
decenas
perio-
exterminio
Me refiero
a l o CjUC s u c e d i e n
pueblos
de R u s i a en
as c o m o a
dos los funcionarios c o m u n i s t a s locales, profesores, sacerdotes e de c u a l q u i e r i d e o l o g a , y los fusilaron. ron a cabo detrs En P o l o n i a ,
intelectuales
d e las r im mu
d e milTOS y a l a m b r a d a s ,
en s e c r e t o .
en nuestros aquellos
posible
evitar saberlo.
Posteriormente,
ralla a l r e d e d o r de a q u e l l a s a t r o c i d a d e s ocultas en los l u g a r e s m s r e c n d i t o s de su mente, d o n d e se infectaron y p u e d e que h a y a n influido en sus s e n t i m i e n t o s y En eso consiste nuestro pas, dice para finalizar T h o m a s .
acciones posteriores.
en j u n i o de
yGoring,
c o n su u n i f o r m e d e s a r g e n t o . A q u e l m i s m o da, u n oficial
tra^
311
EL
TRAUMA
ALEMN
jo
u n a e x t e n s a c a r t a d e m i to
dirigida a mi padre,
en su caja fuerte. La c o g i y se retir a su e s t u d i o , del q u e sali a l g u n a s h o r a s m s t a r d e , c o n e l r o s t r o l v i d o y e l m o n t n d e p g i n a s e n l a m a n o . S e d i r i g i a l a co cina, en la que todava haba un a n t i g u o fogn de lea, y q u e m la carta, hoja D e b a de haber
C&S1 c o m o s i s e t r a t a s e d e u n a c e r e m o n i a .
El r e s t o de la f a m i l i a n o s q u e d a m o s all de p i e , o b s e r v n de d e s p l o m a r s e , mi m a d r e le
r o d e c o n los b r a z o s y le p r e g u n t a c e r c a del c o n t e n i d o de la carta. l r e s p o n d i : "No me lo vuelvas a preguntar nunca: todo haya acabado . est a h o r a c o n v e n c i d o de que en a q u e l l a carta su to le e x p l i c a b a a su p a d r e todos sus planes, u t i l i z a n d o l a c a u s a d e l n a z i s m o p a r a justificar to
1 1
dos sus actos. La c o n v i c c i n de T h o m a s d e r i v a del h e c h o de que su p a d r e pas a tomar una actitud activa contra los nazis: p r e n t a a la que tacin, utiliz las i n s t a l a c i o n e s de la im-
c o n el fin de a y u d a r a h u i r de A l e m a n i a a m u c h a g e n t e 1944,
judos). A finales de
. C r e o q u e ueilSO q u e s i l a G e s t a p o h a b a d e s c u b i e r t o s u s a c t i v i N u n c a s u p i m o s s i real
su m u e r t e sera la mejor f o r m a de p r o t e g e r n o s .
110 t u v o c o n o c i m i e n t o d e l a a c t i v i d a d a n t i n a z i d e s u p a d r e hasta algu R e c u e r d a que en aquel m o m e n t o t o d o s los m i e m b r o s de la abandonados y resentidos. Pot s u p u e s t o , ahora puedo
sintieron
entenderle.
libre....
a sentir la culpa tan solo a l g u n a s s e m a n a s d e s p u s de la guerra, Cuando vi las f o t o g r a f a s y le las c r n i c a s s o b r e lo q u e h a b a pasado Este sentimiento de responsabilidad se intensific durante dice los
miembros
H e y d r i L h ] , q u e s e s e n t a Ol'gullosa d e s u m a r i d o ; s u s t r e s h i j o s , q u e 1 1 0 s e n t a n ni sienten nada aunque sido siempre (algo haba que me resulta imposible sentido una aversin entender); mi madre, mi to, quien, haba
instintiva
hacia
M i p a d r e , ob diabli-
v i am en t e, ya no cos de mi to.
c u l p a b l e p o r los a c t o s
312
HIJOS
DEL
REICH
P r o b a b l e m e n t e tiene
cierta relevancia,
desde
el punto
de vista psicolgico,
el
Martin Kronzi, u n a
B o r m a n n (a q u i e n s u f a m i l i a y l o s s o c i o s d e s u abreviatura de
KroJip
ri
n/prncipe heredero')
b u s c a r a su libertad tras la cada del R e i c h en la d i s c i p l i n a espiritual de la Iglesia Catlica. Tal c o m o l m i s m o narra su historia, no cabe duda de que los sacera aquel m u c h a c h o desesperadamente soli
tario no solo le salvaron la vida, sino t a m b i n de la locura, y, a d e m s , le ensea ron a dosificar su fortaleza innata. Es un analista p e r s p i c a z , no solo r e s p e c t o a las dems personas, sino tambin consigo m i s m o . hecho de e n c o n t r a r m e solo c u a n d o todo acab. R e a l m e n t e fue p r o v i d e n c i a l e l Yo era un j o v e n tan a p a s i o n a -
bien
podra
la misma evolucin.
L o cierto e s q u e los n u e v e hijos d e B o r m a n n h a n r e c h a z a d o las c o n v i c c i o n e s de su padre, nito, a u n q u e quizs n i n g u n o de ellos ha l u c h a d o tanto c o m o el p r i m o g e intelectual.
todoafirma
M a r-
que n o le
l
obliga a sentir
nin-
Hubo
ficaron en
Martin,
p o r las cuales
y sus h e r m a n o s alber
g a b a n d u d a s s o b r e l a m u e r t e de s u p a d r e , q u e l o s a b o g a d o s d e F r a i l k f u r t c e r t i 1973- E n e l c a d v e r q u e p r e s e n t a r o n n o h a b a s e a l e s d e u n a h e r i d a
nuestro
de Los
padre antes
Se c a y m o n t a n d o a caballo y se r o m p i la clavcula. A l g u n o s foren era i m p o s i b l e que no tiempo quedase rastro alguno semejante abogados mil pistas.
dijeron que
cuatro
T a l v e z se cansaron de
investigar y
L a s n u m e r o s a s i n f o r m a c i o n e s q u e l l e g a r o n a l o l a r g o d e l o s a o s e n e l sen tido de que B o r m a n n haba sido visto en diferentes lugares, hubo afectaron m u c h o que
a t o d o s SUS h i j o s ,
afirma B o r m a n n .
Concretamente,
un testimonio
les p a r e c i b a s t a n t e c r e b l e .
do c o n tres j i n e t e s en la f r o n t e r a c h i l e n a a p r i n c i p i o s de 1 9 7 0 y e s t a b a c a s i s e g u r o d e q u e u n o d e e l l o s e r a m i p a d r e , s o b r e t o d o c u a n d o l e o y d e c i r : "Noera e s e
Hesslein?". Martin se
intentar
C o n toda seguridad,
Creo de
saber el c a m i n o que yo eleg, creo que sera la ltima p e r s o n a con la que habra intentado comunicarse. pio camino, E n c a s o d e q u e e s t u v i e r a VIVO, c r e o q u e s i g u i s u p r o
EL TRAUMA ALEMN
Martn es el albacea del p a t r i m o n i o de B o r m a n n (mejor dicho, de lo que queda de l), sobre todo sus escritos, la correspondencia que mantuvo con su esposa, Gerda, as como la totalidad de las grabaciones de los monlogos de Hitler ( p o s t e r i o r m e n t e p u b l i c a d a s c o m o Hitler's Tabletalk) t o m a d a s durante sus almuerzos en el Berghof, en Berln, y en su cuartel general de campo, que por orden de B o r m a n n fueron transcritos para la posteridad. Estos materiales estn en su prctica totalidad en manos del banquero suizo ya retirado Francois Genoud, quien i n m e d i a t a m e n t e despus de la guerra consigui convencer a los entonces albaceas de Hilter y B o r m a n n de que le vendieran los derechos de rep r o d u c c i n . A pesar de que Genoud ha debido hacer frente a una gran cantidad de demandas para m a n t e n e r legalmente sus derechos, la opinin general admite que fueron obtenidos mediante los p r o c e d i m i e n t o s adecuados y que, por tanto, le pertenecen. Genoud y Martin B o r m a n n se encuentran ahora [l99] negociaciones respecto a l a publicacin d e m s d o c u m e n t o s . Desconfo p r o f u n d a m e n t e d l a s ideas polticas de Genouddice Martin, e impedir al precio que sea que cualquier informacin bajo nuestro control se utilice para exculpar al n a c i o n a l s o c i a l i s m o . Mis h e r m a n o s estn de acuerdo
en
conmigo.
Los crmenes contra los j u d o s en tiempos de Hitler fueron sin duda los peores de todos, y el m u n d o se ha concentrado exclusivamente en ellos por que fueron los ms abominables de todosafirma Martin. Sin embargo, en cierto modo, aunque sea terrible decir esto, eso facilita las cosas a los nazis. Creo que identificar el nazismo solo con el antisemitismo es una visin muy limita da. Nuestros planes para el m u n d o tenan un alcance tan extenso y tan terrible que solo p o d e m o s agradecerle a Dios que perdiramos la guerra.
C o m o era previsible, en la ltima r e u n i n del grupo, que tuvo lugar a finales abril, se habl de la evolucin de Alemania Oriental y de la perspectiva de una reunificacin i n m i n e n t e . Supongo que los acontecimientos del pasado mes de o c t u b r e d i c e Konrad B r e n d l e r e n un principio dieron paso a la euforia, en Alemania y e n t o d o el m u n d o . Pero desde entonces han surgido otros aspectos. La amenaza existente en Alemania O r i e n t a l h a b a c o m e n t a d o Martin B o r m a n n con a n t e r i o r i d a d r a d i c a en que, mientras que en Alemania Occidental hemos sido capaces de llevar a cabo nuestro propio desarrollo, poco a poco, a travs de un proceso de aprendizaje considerablemente largo, ellos han vivido sin tregua durante cincuenta y siete aos bajo regmenes dictato riales implacables; sera ingenuo creer que, d e r r u m b a n d o un m u r o , se les cae r a u t o m t i c a m e n t e la venda d l o s ojos. Sobre la reunin de abril, Brendler tambin tiene algo que decir: Todos ramos conscientes, y expresamos nuestro miedo y susceptibilidad en relacin
con las manifestaciones de nacionalismo ahora patentes en la Alemania del Este. Los c o m p o n e n t e s del grupo se mostraron preocupados por los grupos radicales de extrema derecha que han aparecido como las setas despus de la lluvia; afligidos por la tremenda aversin demostrada hacia los extranjeros; inquietos por los resentimientos que estaban surgiendo entre las zonas occi dental y oriental de un pas todava dividido; y, algo de especial relevancia para ellos, alarmados por la aparente bsqueda de personas o grupos dc personas a quienes poder achacar la culpa, La decisin que hemos tomadoanuncia Dirkes salir totalmente a la luz pblica: explicarles a los dems lo que estamos haciendo, aprovechar lo que hemos aprendido durante estos ltimos dos aos y ofrecer nuestra ayuda para fundar y guiar otros grupos por todo el pas, en Munich, Bonn, HamburgO.... Con el tiempoaade Brendler, tambin en Leipzig y Berln Oriental. En mi opinin, debemos estar muy atentosdice Martin Bormann. De bemos detener el proceso de putrefaccin dondequiera que lo detectemos. En el m o m e n t o en que alguien le oye decir a otra persona algo de cualquier forma ofensivo para la dignidad h u m a n a , ya sea contra los extranjeros (como est sucediendo con demasiada frecuencia en Alemania Occidental) o contra gende otras creencias o distinto color de piel, debemos protestar y rebatrselo. Se trata de una actitud personal que no debe quedar sin respuesta. Hace a p r o x i m a d a m e n t e cincuenta aossigue diciendo, una minora dio origen al horror, y demasiados, aun sabindolo, lo toleraron. Empez igual que ahora, con pintadas en las paredes, chistes de mal gusto y haciendo la vis ta gorda. Entonces el objetivo eran los judos, no los turcos o los vietnamitas. n i c a m e n t e conseguiremos detener estas actitudes discriminatorias aberran tes si cada uno acepta la responsabilidad individua] de que nunca, en ningn caso, permitiremos que queden sin respuesta. En eso consiste, creo, nuestro cometido, s, por ser hijos de nuestros padres.
18
EL CASO DE J O H N D.EMJANJUK
FEBRERO
DE
2000
Los juicios contra John Demjanjuk, el primero de los cuales tuvo lugar en Cleveland, Ohio, en 1 9 8 1 , y el segundo en Israel, entre febrero de 1987 y abril de 1988, acusado de ser el temido guardia ucraniano del campo de exterminio de Treblinka conocido como Ivn el Terrible, tuvieron una gran importancia, por varias razones. En primer lugar, porque la tensin existente d u r a n t e cuarenta afiOS entre Estados Unidos y la Unin Sovitica, donde naci y creci Demjanjuk (y donde se encontraba la d o c u m e n t a c i n sobre l, esencial para el juicio de revocacin de la nacionalidad que tuvo lugar en Estados Unidos en 1 9 8 7 ) , transform un proceso civil contra un inmigrante ucraniano en un juicio de carcter fun d a m e n t a l m e n t e poltico. Los n u m e r o s o s integrantes de la c o m u n i d a d ucraniana de Estados Unidos y de Canad, que le p r o p o r c i o n a r o n respaldo econmico de principio a fin, defendieron a este hombre no porque creyeran que fuera inocente de las acusaciones que se le imputaban, sino por considerar que uno de los suyos estaba siendo atacado por sus enemigos tradicionales, los comunis tas y los j udos; opinin en la que influy una campaa de apoyo m u y b i e n or ganizada. En segundo lugar, el uicio fue significativo porque al Departamento de Jus ticia de Estados Unidos, que legalmente no contaba entre sus atribuciones con la competencia para llevar a cabo un proceso penal en tales casos y necesitaba contar con un mayor respaldo del Congreso para mantener en funcionamien to su Oficina para Investigaciones Especiales (OSI), le urga celebrar, de cara a la galera, U juicio de esas caractersticas en el extranjero para justificar los costosos procesos de revocacin de la nacionalidad de la OSI. Con este fin, emplearon estrategias de presin poltica para obligar a los israeles a solicitar la extradicin de Demjanjuk, para juzgarlo sobre la base de u n o s cargos que saban, a travs de las pruebas existentes desde un principio procedentes de Alemania y la Unin Sovitica, que bien podran ser puestos en entredicho (aunque nun ca c o m u n i c a r o n sus dudas a Israel). En tercer lugar, a u n q u e esto solo tenga una relacin indirecta con este caso, en julio de 1998, en Roma, ciento veinte de los Estados m i e m b r o de la
EL C A S O DE J O H N DBMJANJUK
ONU firmaron una propuesta de creacin de un tribunal internacional para juzgar los crmenes contra la h u m a n i d a d y los actos de genocidio. Sin e m b a r g o , veintin pases se abstuvieron y, l a m e n t a b l e m e n t e , otros siete, e n tre ellos Estados Unidos, China e Israel, v o t a r o n en contra de esta resolucin, con lo cual pusieron fatdicamente en entredicho la autoridad del futuro tribunal. (Estados Unidos, adems, insisti en que los crmenes de guerra no deban formar parte de las competencias del tribunal p r o p u e s t o , al que, de haber existido, sin duda le correspondera la jurisdiccin sobre el caso D e m janjuk.) Por ltimo,y, probablemente el aspecto ms relevante para todos los juicios de este tipo que tengan lugar en el futuro, el caso Demjanjuk demostr como ningn otro, por un lado, lo difcil que le resulta al acusado en semejantes casos admitir la verdad, incluso aunque esta pudiera salvarle, y, por otro, la fragilidad de los testimonios de los testigos presenciales que sobrevivieron.
O hablar por primera vez de Demjanjuk en 1978, cuando recib una carta de un organismo g u b e r n a m e n t a l con sede en W a s h i n g t o n en la que se me pregunta ba si podra facilitarles informacin sobre los antiguos m i e m b r o s de las SS des tinados al campo de exterminio de Treblinka que m e n c i o n a b a en mi libro En aquellas tinieblas. La carta deca que tal vez recibiran u n a citacin para decla rar como testigos en el juicio de revocacin de nacionalidad contra un ucra niano que en aquel entonces era objeto de una investigacin, y que cualquier informacin sobre aquellos individuos podra ser de utilidad. Les dije todo lo que saba. Siete aos antes, en 1 9 7 1 , h a b a h a b l a d o largo y tendido con dos h o m b r e s , el sargento de las SS Franz Suchomel, un h o m b r e corpulento para el que Treblinka haba supuesto claramente el punto culmi nante de su vida; y el cabo Otto H o r l l , refinado y de baja estatura, que haba sido enfermero en Treblinka, donde, segn dijo, haba sobrevivido nicamen te gracias a que decidi literalmente cerrar los ojos. Siempre que poda intenta ba dormir. Tal vez era cierto. Ambos me hablaron (sin duda con la intencin de dejar claro lo inofensivo de su conducta en Treblinka) sobre la barbarie de los Hiwis, d e n o m i n a c i n que reciba el personal auxiliar d l a s SS, procedente de Ucrania y de los pases blticos. No m e n c i o n a r o n n o m b r e s , pero Suchomel me explic, haciendo alarde de bastante mal gusto, historias que me helaron la sangre, sobre palizas y otros violentos pasatiempos a los que los Hiwis eran aficionados. A m b o s me hablaron tambin, sin disimular su desprecio, de la t o s q u e d a d de aquellos voluntarios del Este, que nunca hasta entonces haban visto duchas o lava bos m o d e r n o s ni t a m p o c o utilizado cubiertos en la mesa, hasta que los ale manes les ensearon aquellas maravillas de la civilizacin occidental. Suchomel m e n c i o n a un u c r a n i a n o que se deleitaba en mutilar a mujeres y en obligar
EL TRAUMA ALEMN
a m u c h a c h o s y h o m b r e s a realizar actos de naturaleza sexual de camino a la cmara de gas, pero (hasta algunos aos ms tarde) no quiso facilitar su n o m b r e . Si realmente presenci semejantes a t r o c i d a d e s l e pregunt, por qu no intent impedirlas?. Me r e s p o n d i con b r u s q u e d a d , afirmando que l trabajaba en otra zona del campo en la que esas cosas no pasaban; de lo c o n t r a r i o , por supuesto habra i n t e n t a d o ponerles fin. Por supuesto. Y Otto H o r n , destinado a la zona del campo en la que se e n c o n t r a b a n las cmaras de gas (que reciba el n o m b r e de campo s u p e r i o r ) y encargado de supervisar la incineracin de los cuerpos, afirm que nunca haba presenciado nada semejante. E v i d e n t e m e n t e , cmo podra haber visto nada? l mientras tanto dorma. Las declaraciones que realiz p o s t e r i o r m e n t e Suchomel, as como otro guardia de las SS a quien t a m b i n haba conocido, Gustav Mnzberger, con denado a doce aos de crcel en el juicio de Treblinka, celebrado en Alemania Occidental, por haber sido el responsable de las cmaras de gas en ese campo, confundieron a los jueces israeles durante el juicio, pero resultaron de gran importancia de cara al recurso de apelacin.
En 1975, dos aos antes de que la familia de Demjanjuk fuese informada de las dudas que albergaba el D e p a r t a m e n t o de Inmigracin estadounidense sobre el cabeza de familia, ocurrieron dos cosas: John Demjanjuk (quien haba cam biado su verdadero n o m b r e de pila, Ivn, por el de J o h n ) , entonces ciudadano estadounidense, con una buena posicin, tres hijos, un buen trabajo y una casa propia, haba escrito a su madre, que segua viviendo en Ucrania y le crea m u e r t o , para decirle que estaba bien y que viva en Cleveland, Ohio. Puesto que era una mujer con un fuerte sentimiento cvico, inform r p i d a m e n t e de ello a las autoridades soviticas, que durante m u c h o s aos le haban pagado una pensin por ser la madre de un soldado m u e r t o . El otro acontecimiento i m p o r t a n t e consisti en que Vera, la esposa de Demjanjuk, sintindose prote gida por su pasaporte estadounidense, fue a visitar a su familia en Ucrania car gada de regalos fantsticos para todos sus parientes. No est claro si fue la honestidad d l a madre o la visita sentimental de su esposa a Ucrania lo que llev a las autoridades soviticas a c o m p r o b a r la docu mentacin sobre Demjanjuk. Fuera lo q u e fuese, descubrieron dos cosas: por un lado, las declaraciones que realiz un u c r a n i a n o , Ignat Danilchenko, en un juicio sobre crmenes de guerra celebrado en Kiev en 1949. JlSte haba sido guardia, desde marzo de 1 9 4 3 , en el campo de exterminio de Sobibor, ubicado en Polonia, donde, segn l, Ivn Demjanjuk haba sido uno de sus amigos. Tras el cierre de Sobibor, de acuerdo con sus declaraciones ante el tribunal, l y Demjanjuk fueron trasladados, en calidad de guardias, al campo de concentracin de Flossenburg (y posteriormente a Ratisbona), en Alemania, con la mi318
E L CASO D E JOHN
DFM;yi"K
Sln de vigilar a los prisioneros polticos hasta el final de la guerra. (Aunque no existe prueba alguna de que estos dos hombres estuvieran directamente invo lucrados, cabe recordar, en este contexto, que fue en Flossenburg donde solo unas semanas, e incluso en algunos casos das, antes del fin de la guerra, los n a zis ahorcaron a algunos de los m i e m b r o s ms destacados de la oposicin interna a Hitler, entre ellos al almirante Canaris, jefe de la Abwehr, al general Oster, SUjefe del Estado Mayor, al conde von Moltke, fundador del grupo cristiano de resistencia llamado Crculo de Kreisau, y al gran telogo y pastor Dietrich Bonhoeffer.) El t r i b u n a l de crmenes de guerra sovitico c o n d e n a Danilchenko a p e r m a n e c e r recluido d u r a n t e veinticinco aos en un gulag. Una vez cum plida su c o n d e n a , D a n i l c h e n k o se cas con una m u c h a c h a de Siberia y se estableci all. En 1990, como explico ms adelante, tom un avin p a r a ent r e v i s t a r m e all con l, gracias a lo cual fui capaz de esclarecer toda una serie de discrepancias existentes en su d e c l a r a c i n ante el tribunal de crmenes de guerra. A mi regreso, va Mosc, supe que la fiscal del caso, a peticin del Gobierno de Estados U n i d o s , haba conseguido en 1979 una s e g u n d a declaracin de D a n i l c h e n k o , por supuesto sin explicarle las razones que la haban m o t i v a d o . En aquella ocasin D a n i l c h e n k o describi de forma detallada a Demjanjuk, descripcin que coincida exactamente con una fotografa Suya de 1942 que los soviticos haban e n c o n t r a d o . Puesto que haca ya algn tiem po que D a n i l c h e n k o haba cumplido su condena, este no tena ningn moti vo para m e n t i r , por lo que la fiscal estaba convencida de que haba dicho la verdad. La fotografa mencionada por la fiscal apareca en el segundo d o c u m e n t o que los soviticos haban encontrado sobre Demjanjuk en 1975: se trataba de una tarjeta de identificacin con el n m e r o 1.393, p e r t e n e c i e n t e al centro de e n t r e n a m i e n t o de las SS ubicado en Trawniki, Polonia, expedida a nombre de Ivn Demjanjuk. En aquella fotografa, Demjanjuk vesta el uniforme negro habitual del personal auxiliar de las SS. En esta tarjeta de identificacin se mencionaba como p r i m e r destino de Demjanjuk, tras su e n t r e n a m i e n t o en Trawniki, un puesto como guardia en una granja en la que trabajaban mujeres judas ubicada en Okszw, Polonia; posteriormente, tai como Danilchenko ha ba declarado, figuraba su traslado a Sobibor en marzo de 1 9 4 3 . Treblinka no apareca en aquella tarjeta de identificacin. Los soviticos enviaron esta informacin a Estados Unidos a finales del ve rano de 1975, tras haber sido publicada en un semanario sovitico (seis meses despus, su traduccin al ucraniano y al ingls tambin fuepublicada en Estados U n i d o s ) , incluyendo la noticia de que Demjanjuk se haba refugiado en Esta dos Unidos y facilitando su direccin en Cleveland. La familia de Demjanjuk y sus defensores siempre han mantenido que tanto la declaracin de Danilchenko como la tarjeta de identificacin de Trn'wni319
EL
TRAUMA
ALEMN
tas y j u d o s . No cabe duda de que quienes emigraron a Occidente no eran del agrado
de los soviticos; a d e m s , estos se d e l e i t a b a n en describir E s t a d o s U n i d o s c o m o un paraso p a r a los criminales de guerra. Asimismo, parece obvio que, des
p u s de q u e la familia h u b i e s e c o n t a c t a d o con sus p a r i e n t e s de U c r a n i a , lo cual haba atrado la atencin d c las autoridades soviticas hacia Demjanjuk, Sin e m b a r g o , lo estas
decidieron utilizarlo
en sus j u e g o s
de p r o p a g a n d a .
q u e siem
a u n q u e fuera m u y defensores en
perjudicial p a r a
que el juicio
celebrado
Unidos
c i n falsa p r o c e d e n t e d e vitica.
Times, Sunday
Rci'icwf
TitllCS,
que
The
cubren
ItldcpCIldcnt^unday
todos los
CorreSpOtldetyt l a
del caso
New
York
Creo
Books,)'
aspectos
Demjanjuk.
19 8 6 - 1 9 9 3
Es
usted aquel h o m b r e
terrible,
Ivn de
Treblinka?,
teatro
pregunt
el a b o g a d o de carcter
Jerusaln,
centro
c o n c a p a c i d a d p a r a tres de conferencias
dor. A esta p r e g u n t a , t r a d u c i d a s i m u l t n e a m e n t e al h e b r e o y, en un s u s u r r o a p e as audible, al ucraniano por e! intrprete sentado j u n t o al h o m b r e que ocupa el banquillo, sigui una especie de silbido p r o d u c i d o por la respiracin conteni
e r a n c o n s c i e n t e s de q u e ese era el p u n t o c u l m i n a n t e q u e dara p o r f i n a l i z a d o el juicio de John Demjanjuk. Pero el a c u s a d o pareca ajeno al d r a m a t i s m o tantas veces que pareca mecnica, de la
situacin.
Su respuesta, repetida
contena
cierto tono de
hasto.
Irawniki.
Yo era p r i s i o n e r o de g u e r r a de los a l e m a n e s .
320
EL CASO DE JOHN D E M J A N J U K
Los tres campos de exterminio (Belzec, Sobibor y, el de mayor t a m a o y efica cia, Treblinka) fueron construidos en 1942, en una zona rural escasamente po blada de la Polonia ocupada (el primer campo de este tipo fue el de Chelm, construido en diciembre de t 9 4 l ) . La operacin recibi el n o m b r e en clave de Aktion Reinhard. El personal destinado para llevar a cabo esta operacin (no venta y dos oficiales de las SS alemanes y tres mil quinientos auxiliares ucrania nos, blticos y alemanes) tena la misin de vigilar los guetos y los t r a n s p o r t e s , al margen dc sus funciones como guardias y verdugos dc los c a m p o s . Fueron reclutados en los terribles campos de prisioneros de Rusia y enviados al campo de e n t r e n a m i e n t o de Trawniki, donde e m p e z a r o n su formacin en el invierno de 1941. Entre marzo de 1942, fecha del inicio de la operacin, y octubre de 1 9 4 3 , cuando esta se dio por concluida, a p r o x i m a d a m e n t e dos millones doscientos cincuenta mil seres h u m a n o s pasaron por las cmaras de gas de esos tres campos. A diferencia de los inmensos campos de trabajo como Auschwitz y M a j danek, en los campos de la Aktion Reinhard no se conservaba ningn registro de los prisioneros, puesto que su nica finalidad era el exterminio; tampoco se per mita que quedase rastro material alguno de su paso. Los cadveres se quemaban en enormes rejillas de hierro a las que llamaban asadores; los huesos que el fuego no haba podido destruir se m a c h a c a b a n hasta que lo nico que queda ba eran cenizas grises y un polvo blancuzco que, una vez mezclado con la tierra de color m a r r n claro propia de aquella regin, con el paso de algunos aos eran imposible de distinguir. De los ms de un milln de j u d o s que pasaron por Treblinka, apenas se senta consiguieron eludir la m u e r t e , gracias a una heroica revuelta que tuvo lugar el 2 de agosto de 1943. Dos meses despus, no q u c d a b a r a s t r o de Treblinka: los edificios haban sido demolidos y el lugar haba sido repoblado con pinos y altramuces; se construy una pequea granja con los ladrillos de las cmaras de gas en la que se instal a un granjero de origen alemn, con el fin de engaar a los soviticos, que estaban cada vez ms cerca. Las pruebas documenta les son escasas; nuestro c o n o c i m i e n t o al respecto depende, en ltima instan cia, de la memoria h u m a n a .
meses, la mayor parte de la poblacin de Israel ha estado p e n d i e n t e de la radio y la televisin durante siete horas y media diarias, cuatro das a la semana, escuchando los trgicos testimonios de la acusacin, as como las ex plicaciones histricas y cientficas de los expertos. De nuevo ha salido a la luz pblica uno de los acontecimientos de la histo ria de la h u m a n i d a d ms terribles para todo un pueblo, sobre el cual los ancia nos se han negado a hablar durante la mitad de sus vidas, y que sus hijos nacidos en Israel, en SU mayora soldados veteranos de entre treinta y cuarenta aos de
EL TRAUMA ALEMN
edad, han rechazado como parte de su legado. A los pocos das del comienzo del juicio, el 16 de febrero del pasado ao, la luz rosada d e l a m a n e c e r de Jerusaln iluminaba las colas formadas por cientos de personas, m u c h a s de ellas jvenes esbeltos y bronceados para los que el exterminio de su pueblo por parte de los nazis solo es historia, al igual que para los dems jvenes de todo el m u n d o . Estos jvenes han observado y escuchado y m u c h o s de ellos incluso han llora do; sin embargo, aunque parezca extraordinario, durante varios meses la sen sacin p r e d o m i n a n t e entre los israeles de todas clases, jvenes, de mediana edad y ancianos, era de duda y desasosiego. A ese h o m b r e c o r p u l e n t o , vestido con un traje m a r r n q u e no le queda bien, que ha o c u p a d o el banquillo de los acusados da tras da flanqueado por dos soldados a r m a d o s de un regimiento de lite, pareca que le haba co r r e s p o n d i d o por equivocacin representar el papel del malo de la historia. Todos b u s c a m o s indicios en SU rostro, SU porte y SU conducta que demostrasen que haba sido el h o m b r e capaz de Cometerlas atrocidades de las que se le acusa. En dos breves ocasiones, algunos cremos v i s l u m b r a r muestras de brutalidad latente. Pero se trataba r e a l m e n t e de eso? No sera acaso la frus tracin a c u m u l a d a por su propia incapacidad para influir en los aconteci mientos? Con mucha mayor frecuencia, p u d i m o s observar a un campesino de Eu ropa del Este que, a u n q u e inculto, no por eso dejaba de ser inteligente, pero que pareca no darse cuenta de la potencial a n i m a d v e r s i n hacia l. Al entrar en la sala, saludaba alegre e incluso e s c a n d a l o s a m e n t e al pblico con las ma nos esposadas; cuando le quitaban las esposas, abrazaba a su hijo John, de veinte aos de edad, que ocup d u r a n t e todo el juicio un lugar en el estrado, con la autorizacin especial del tribunal; le enviaba besos a su esposa Vera en las escasas ocasiones en que esta vena a Israel, y a sus hijas Lydia, de treinta y ocho aos, e Irene, de veintiocho, que o c u p a b a n un lugar en primera fila y que, a medida que avanzaba el j u i c i o , parecan estar cada vez ms c o n s t e r n a d a s . A d e m s , intentaba una y otra vez b r o m e a r con los guardias e intrpretes a p r o v e c h a n d o las pocas palabras en hebreo que haba aprendido en la prisin. Al verle llegar todos los das a la sala del j u z g a d o , casi era necesario obli garse a recordar las brutalidades y las torturas que se le i m p u t a b a n a aquel h o m b r e a p a r e n t e m e n t e sencillo y afectuoso, acusado de haberlas cometido por voluntad propia y no en c u m p l i m i e n t o de las rdenes recibidas: [...] el acusado sola seleccionar a cada una de las vctimas de sus t o r m e n t o s entre aquellos que iban a morir [...] les asestaba pualadas en distintas partes del cuerpo, les arrancaba pedazos de carne de sus m i e m b r o s [...] sola golpear a OS "judos trabajadores" [y] disparaba contra los que lloraban o se equivocaban en el recuento de latigazos [que era una prctica habitual] [...] mutilaba la nariz o las orejas de los prisioneros que iban a ser asesinados para "marcarlos" [...].
322
En una ocasin o r d e n a un p r i s i o n e r o que se t u m b a r a boca abajo en el suelo y [.,.] con un taladro para perforar madera practic un orificio en sus nalgas [...]. Es posible que los hombres y las mujeres q u e presenciaron semejantes a t f O cidades durante meses enteros pudieran olvidar el rostro del autor de las mis mas? O acaso la angustiosa necesidad de justicia, dirigida contra la figura de Ivn (la personificacin de los horrores de Treblinka), les haba llevado inconscientemente a identificar a un h o m b r e fsicamente similar como s m b o lo de aquella monstruosidad? Sueo con l todas las noches, dice Pinhas Epstein, un hombre todava delgado y de rasgos bien perfilados, que era un joven de diecisiete aos rubio y fuerte cuando l y su familia llegaron a Treblinka en 1942. Su familia fue gaseada inmediatamente, pero l fue seleccionado para seguir viviendo como tra bajador judo; su funcin consista en quemar los cadveres en el campo su perior, de menores dimensiones, donde se encontraban las cmaras de gas y se proceda a la eliminacin de los cuerpos. Me cuesta comparar a Ivn con un animal: cuando un len est saciado, una gacela puede pasar delante de l sin ser atacada. Ivn nunca tena bastante. Los dems tambin aparecen en mis pesadillas, pero, entre todos ellos, nunca podr olvidar el rostro de Ivn. Durante once meses estuve cerca de l, todos los das [...]. Ahora se encuentra en esta sala [...]. Empez a llorar, ante lo que el juez reaccion con algunas palabras amables de consuelo. Es l, aadi, mientras se ocultaba la cara entre las m a n o s . La cuestin de la validez de los testimonios de los traumatizados supervi vientes constituye un aspecto esencial de la polmica actualmente existente en todo el m u n d o occidental, incluida Gran Bretaa, sobre la legitimidad de celebrar juicios de esta naturaleza en relacin con crmenes perpetrados hace decenios. Es un asunto que ha atormentado a los alemanes de la Repblica Federal, donde, a pesar de una fuerte oposicin pblica, se han venido celebrando juicios relativos a los crmenes nazis durante cuatro decenios. Simultneamente, ha S i d o el principal obstculo p a r a p o d e r dictar sentencias ms duras y un mayor n m e r o de condenas. La falta de pruebas documentales en relacin con los campos de extermi nio es la causa de que la validez de los testimonios de los supervivientes sea la cuestin de mayor relevancia a la que han tenido que hacer frente los jueces is a la hora de examinar las catorce mil pginas de la documentacin origi nal del juicio. Durante doce aos, Demjanjukha venido afirmando que se trata simplemente de un caso de identificacin errnea. Segn l, nunca se present voluntario para servir al Ejrcito alemn, ni llev uniforme ni utiliz un ltigo, un cuchillo o una pistola en su n o m b r e : Ivn era otro hombre.
EL
TRAUMA
ALEMN
Ivn y
c u a n d o l l e g a r o n a E s t a d o s U n i d o s e l 9 d e f e b r e r o d e 1 9 5 2 , j u n t o c o n s u hija Lydia, q u i e n a p e n a s t e n a u n o s a o s . L l e v a b a n t o d a s s u s p o s e s i o n e s e n d o s cajas L a IRC) ( O r g a n i z a c i n I n t e r n a c i o n a l para los Refugiados) u n a granja en Indiana, pag su
de cartn.
meses Ivn
se o c u p
de los
c e r d o s y las
ovejas,
mientras
E n e s a p o c a , u n o s b u e n o s a m i g o s y c o m p a t r i o t a s su-
William
y A t i n e L i s h c h u k , se h a b a n e s t a b l e c i d o e n la i m p o r t a n t e c o m u -
Ohio, de
as q u e e n j u l i o los D e m j a n j u k se tras
la
Ford Motor
Company,
don-
William.
Era un
mecnico
excelente
(el E j r c i t o e s t a d o u d e des
que pas en un c a m p o
Puede afirmarse
de e m i g r a n t e en E s t a d o s U n i d o s :
trabajar duro,
ahorrar dinero,
e d u c a r a sus hijos y, en el plazo de c u a t r o a o s , c o m p r a r u n a casa C U p r o p i e d a d . Su vida social giraba a l r e d e d o r d e la iglesia o r t o d o x a d e S a n t i e m p o se t r a s l a d a r o n al b a r r i o d e nea a la Ivn iglesia,
Vladimir;
al p o c o
Parira,
unos c o n o c i m i e n t o s m n i m o s de
ingls pero u n a
dedicacin
m x i m a a la e s t a b i l i d a d y
la l i b e r t a d
de su n u e v a vida,
o b t u v i e r o n la c i u d a d a n a e s t a d o u n i d e n s e .
F u e e l da m s f e l i z d e n u e s t r a s v i I r e n e , y e n 1 9 6 5 s u l
Reamos despus de
mucllOle
to:
dijo I r e n e a M i c h e l e Lesie,
PklinDctllee
Cleveland,
q u e s u p a d r e fuera
exlraditado
Israel.
A h o r a e s casi c o m o si e s t u v i e r a m u e r -
g u s t a b a n d e l. S e g n ella, s u s que
padres
casi n u n c a h a b l a b a n d e l p a s a d o . Q u e r a n
ello....
caso
Demjanjuk
e m p e z a r o n o f i c i a l m e n t e e n el i n v i e r n o
de 1 9 7 5 , sin el c o n o c i m i e n t o de la p e r s o n a a la q u e m s a f e c t a b a n . D e s d e p r i n c i p i o s d e 1 9 7 0 , a l g u n o s m i e m b r o s del C o n g r e s o , las o r g a n i z a c i o n e s j u d a s y los medios de comunicacin venan presionando al Gobierno de Estados Unidos
EL C A S O DE
OHN
DEMJANJUK
(el servicio de inmigracin y nacionalizacin) fue confeccionar de forma conj u n t a una lista maestra que inclua doscientos cinco n o m b r e s , en su mayora correspondientes a emigrantes de Europa del Este que haban llegado a Estados Unidos a principios de la dcada de los cincuenta, sospechosos de haber mentido en relacin con sus actividades d u r a n t e la guerra. Ivn Demjanjuk ocupaba el puesto n m e r o 1 1 6 de la lista como consecuencia de las i m p o r t a n tes informaciones que l mismo haba s u m i n i s t r a d o , casi treinta aos antes. El 3 de marzo de 1 9 4 8 , en la oficina de la IRO en LaildsllUt, en el sur de Alemania, un funcionario que hablaba ucraniano t o m nota de los datos de Ivn y Vera Demjanjuk, para rellenar p o s t e r i o r m e n t e los formularios que establecan los requisitos necesarios para ser considerados personas desplazadas. Fue un m o m e n t o especialmente i m p o r t a n t e para la joven pareja, de veintisiete y veintids aos de edad, casados desde haca seis meses. Todos los habitantes de los campos de desplazados, donde haban vivido durante tres aos, eran cons cientes de la importancia de aquellos formularios, que decidan no solo su fu turo inmediato (es decir, la continuacin de las prestaciones por su condicin de desplazados), sino tambin su candidatura para emigrar a otros continen tes. La mayora de ellos haba preparado a conciencia la entrevista, para lo cual haban intercambiado informacin y consejos sobre cmo evitar respuestas inadecuadas. En efecto, algunos funcionarios del campo que se sentan solida rios con su difcil situacin les aconsejaron que buscaran, o lo que es lo mis m o , que se inventasen un lugar apropiado de Polonia o Checoslovaquia para rellenar los formularios. En virtud del Tratado de Yalta se garantizaba la no repatriacin de aquellos que pudieran demostrar que el 1 de septiembre de 1 9 3 9 ya no vivan en Rusia: por tanto, los formularios prcticamente les obligaban a mentir, al tener que certificar que haban salido de Rusia con anterioridad a aquella fecha. Las preguntas de aquel formulario de vital importancia eran muy senciHas: la fecha y el lugar de nacumento, la formacin y otras habilidades que pudie ran ser tiles, los destinos de preferencia y, la pregunta clave, los lugares de resi dencia durante los ltimos doce aos. En el caso de D e m j a n j u k , l a respuesta a esta pregunta deba r e m o n t a r s e a l a o 1 9 3 7 . En el formulario consta que entre 1 9 3 7 y l 9 4 3 vivi y trabaj como pen en una granja de Sobibor, Polonia. Pero Sobibor era poco ms que una parada de tren en medio del bosque, y no apareca en casi ningn mapa polaco de antes de la guerra. Qu le haba hecho pensar en Sobibor? Por qu decidi citar ese lugar como su residencia inventada desde antes de la guerra? Hasta 1 9 4 2, cuando Sobibor fue elegido como la ubicacin de uno de los cuatro campos de exterminio de la Operacin Aktion Reinhard, ese lugar no presentaba n i n g n inters. Incluso en 1948, el hecho de que ese t o p n i m o apareciera en el formulario de Demjanjuk no impidi que este siguiera manteniendo su condicin de desplazado, ni le excluy de la posibilidad de emigrar
EL
TRAUMA
ALEMN
a Estados Unidos, puesto que el conocimiento acerca de la existencia de seme jante lugar segua siendo escaso. Sin embargo, veintisiete aos despus el nombre de Sobibor se haba convertido en un m o n u m e n t o a la vergenza: el hecho de que apareciera en el formulario oficial que haba rellenado como desplazado y en el formulario de inmigracin hizo que Demjanjuk pasase a engrosar la lis ta maestra elaborada por las autoridades estadounidenses. Esto, j u n t o con otras informaciones, fue lo que finalmente llev a D e m j a n j u k h a s t a aquella sala del tribunal de Jerusaln. Por qu cit Sobibor?, p r e g u n t el juez DovLevin, el presidente del tribunal israel, tan desconcertado como el resto del pblico. Si necesitaba indicar un lugar de residencia en Poloniaaadila juez Dalia Dorner, porqu no escogi una ciudad annima, como, por ejemplo, Varsovia o Cracovia? Na die hubiese notado la diferencia. Cmo puede ser que, de todos los lugares po sibles, fuera Sobibor el que le vino a la mente?. Demjanjuk respondi, triste y sonrojado por la vergenza, que aquel da, Cuando lleg a la oficina de la TRO, no tena ni idea de qu le convena poner en el formulario. En la sala de espera, segn l mismo afirma, vio a otro des plazado que tena un atlas, y le pidi ayuda. El h o m b r e seal un p u n t o en el mapa y le aconsej: Sobibor es un buen lugar; haba m u c h o s ucranianos all. El juez Levin acall con b r u s q u e d a d las risas disimuladas del pblico. Pero el escepticismo estaba justificado: en Sobibor los nicos ucranianos eran los guar dias del campo de exterminio.
Cmo es posible, pues, que se le acuse de ser Ivn el Terrible, de Treblinka? En 1 9 7 5, el vnculo que relacionaba a Demjanjuk con Sobibor se vio reforzado por unas informaciones procedentes de Rusia, facilitadas a travs de un comunista estadounidense de ascendencia ucraniana, Michael Hanusiak, quien adems es editor de un peridico en lengua ucraniana de Nueva York. Este pre sent una lista de ucranianos que, segn los rusos, haban cometido crmenes de guerra: Demjanjuk, con la anotacin Sobibor al lado de su n o m b r e , estaba en esa lista. Por otra parte, Hanusiak deca haber visto la tarjeta de identificacin de Trawniki con el n o m b r e de Demjanjuk, en la que constaba que haba sido destinado a Sobibor. En 1 9 7 6 , el INS (el servicio estadounidense de inmigraciny de nacionalizacin) difundi unas fotografas de las solicitudes de visado de los aos cincuenta, entre ellas las de Demjanjuk y otro u c r a n i a n o , Feodor Federenko (cuyo n o m b r e tambin apareca en ambas listas), sospechoso de haber sido uno de los guardias que vigilaban la alambrada del recinto de Treblinka. Se mostraron las fotografas a doce supervivientes de Sobibor que residan en Es tados Unidos, pero ninguno reconoci a los ucranianos. Posteriormente las fo tografas fueron enviadas a Israel, donde se haban establecido la mayora de
EL
CASO
DE
;on:; DTMJAN
: T K
los supervivientes de Treblinka, con la intencin de conseguir que alguien ideo tifica.Se a Federenko, no a Demjanjuk. Cul no sera el asombro de los dos funcionarios israeles encargados de ensear las fotografas cuando, primero uno de los supervivientes de Treblinka, luego otro y, al cabo de dos das un tercero, adems de reconocer a Federenko, sealaron alterados la fotografa de Demjanjuk afirmando que se trataba de Ivn de Treblinka. John Honigan, el fis cal estadounidense a cargo de la investigacin de los sospechosos de la regin de Cleveland, estaba en Alemania cuando oy hablar de las identificaciones que haban tenido lugar en Israel, de modo que decidi atravesar todo ci pas para reunirse con el nico superviviente de Treblinka que viva all, antes de que al guien desde Israel pudiese condicionar su respuesta (aunque, de hecho, no tena ninguna relacin conocida con nadie de ese pas). I n m e d i a t a m e n t e , ese testigo tambin reconoci a Demjanjuk como Ivn. Durante los dos aos siguientes, ocho supervivientes afirmaron que la per sona que apareca en la fotografa del visado de Demjanjuk, tomada en 1 9 5 1 , era exactamente igual o se pareca mucho a Ivn el Terrible, aunque un poco ms grueso, ms ancho o ms m a d u r o . En 1 9 7 $ Horrigan consigui una fotocopia de la tarjeta de identificacin de Trawniki, que le p r o p o r c i o n a r o n los rusos, en la que figuraba el n o m b r e de Demjanjuk, sus datos personales y una fotografa. Junto con otras siete fotografas de h o m b r e s jvenes, vestidos con el uniforme negro alemn, enviadas por los rusos, se procedi a otra ron da de identificaciones: todas ellas con idntico resultado. Diez personas afirmarn que el h o m b r e que apareca en las fotografas era Ivn; nueve de ellas haban trabajado durante meses en el campo superior de Treblinka, el cam po de la muerte, con el infame Ivn. Por otra parte, cabe decir que, curiosa mente, otros tres supervivientes del campo superior (dos de ellos residentes en Israel y el tercero en Australia) no encontraron ningn parecido con Ivn en la fotografa. En agosto de 1977, Demjanjuk recibi una carta formal del D e p a r t a m e n t o de Justicia estadounidense en la que se le acusaba de ser Ivn de Treblinka. A menos que pudiera explicar por qu haba mentido en la solicitud de visado, se le retirara la ciudadana estadounidense. En la carta, adems, se le exiga una explicacin detallada en el plazo de dos meses. La noticia de la acusacin del Gobierno se hizo pblica al da siguiente. Aque lla misma tarde, la pareja, mostrndose ambos profundamente afligidos, hasta el punto de rozar la histeria, concedieron una entrevista en televisin. No, 110respondi Demjanjuk a la pregunta de si la acusacin era cier No s nada de eso. No estuve en ninguno de los lugares m e n c i o n a d o s en la acusacin. Yo era prisionero de los alemanes,.,. No es cierto, no es cierto, exclam Vera, quien a continuacin se desma y en brazos de su marido, el cual se incorpor de un salto y, apretndose las ma nos, empez a llorar...
327
EL TRAUMA ALEMN
Los planes de los Demjanjuk de vivir sin complicaciones en el futuro se haban venido abajo. En 1975 c o m p r a r o n la casa de su retiro, un chal de ladrillo situado en el barrio residencial de clase media de Seven Hills. En el interior de la casa hay un pedazo de Ucrania: el saln est adornado con animales ta llados a m a n o , jarrones decorados y un retrato del poeta y hroe nacionalista ucraniano Taras Shevchenko. El porche orientado hacia el sol, que era el cen tro de la vida familiar, da a un jardn de casi Ulia hectrea, el orgullo de Demuna parte est dedicada a un huerto bien cuidado; tambin hay rboles frutales, geranios de color rojo vivo y rosales de todos los colores. Llegaron a este pas como el resto de nosotros, sordos y mudosafirma su amiga Aune Lishchuk. Pero aprendieron [...] trabajaron duro [...] y aho ra se merecen una buena vida. No es justo. Desde que c o n o c e m o s a Johnny, durante todos estos aoscontina dijo nada acerca de esto. Incluso cuando nos r e u n i m o s , bebe mos vodka y empezamos a contar historias, nunca habla de los aos de la
guerra.
Los principales defensores de Demjanjuk, a medida que el caso fue acapa rando la atencin de los medios, fue la c o m u n i d a d ucraniana, en especial los m i e m b r o s de SU iglesia. El obispo AntOIiy Scharba, de la sede de la iglesia de San Vladimir en Nueva Jersey, posteriormente viajara a Israel en dos ocasiones para visitar a Demjanjuk. En todos los aos que he venido hablando sobre l con sacerdotes y feligreses, no he odo ni una sola palabra en contra suya. Movila cabeza en un intento de buscar las palabras. Soy incapaz de relacionar al h o m b r e que conozco, que realmente solo quiere hablar de asuntos relacionados con la fe y no puede contener el llanto cuando su familia sale en la conversacin [...] con Cjuieilse le acusa de haber sido. Levant las manos en un gesto de indefensin
alemanes?,
Los ucranianos estadounidenses y canadienses, en el transcurso de todos estos aos, han venido aportando considerables sumas de dinero (que en total ascienden a un milln setecientos cincuenta mil dlares) con el fin de colabo rar en la defensa de Demjanjuk. Esto se debe principalmente a un sentimiento de indignacin provocado por el hecho de que la opinin pblica cree que todos los ucranianos estn cortados por el mismo patrn, que todos participaron en actividades colaboracionistas y antisemitas. Parece que su trgica historia de
328
EL CASO DE JOHN D E M J A N J U K
conquistas y opresin, as como su conciencia de las desesperadas circunstancias que obligaron a algunos de sus compatriotas a colaborar con los alemanes, no les deja ver la necesidad de establecer una clara distincin entre tres categoras de u c r a n i a n o s durante la era nazi: los millones obligados a trabajar como es clavos; los nacionalistas ucranianos que, creyendo que se trataba de un mal menor, aceptaron las armas que les ofrecieron los alemanes para luchar contra el enemigo ruso; y una minora que se mostr dispuesta a colaborar de buena gana (e incluso con entusiasmo) con los nazis en la comisin de sus peores cr menes. Su temor ante las consecuencias d l a s posibles acusaciones, tanto verdaderas como falsas (se han producido atentados con bombas, suicidios y por lo menos un asesinato como resultado de las acusaciones), ha obligado a la comu nidad ucraniana a hacer gala de una solidaridad indiscriminada que se extiende incluso a individuos cuya actitud y conducta la mayora de ellos n o r m a l m e n t e
condenaran.
A finales de los aos setenta ya se haban celebrado en los t r i b u n a l e s esta dounidenses varios juicios contra inmigrantes procedentes de Europa del Este, acusados de haber mentido en relacin con sus actividades durante la guerra. Feodor Federenko fue declarado culpable y p o s t e r i o r m e n t e deportado a Rusia, donde en junio de 1987 se anunci la noticia de que haba sido juzgado y ejecutado. Algunos fueron absueltos, otros huyeron de Estados Unidos antes de que se celebrase el juicio, algunos apelaron contra el juicio de revocacin de la nacionalidad. El caso ms polmico fue el de Frank Walus, un polaco residente en Chicago, acusado por once S u p e r v i v i e n t e s del gueto de Kiece (quienes adems prop o r c i o n a r o n una relacin detallada de SUS actos vandlicos) de ser uno de los de la Gestapo all destacados. Fue declarado culpable, pero d u r a n t e el proceso de apelacin se demostr que los testigos oculares estaban equivo cados: desde 1940 haba sido obligado a trabajar como esclavo en una granja alemana. El historial de su seguro de enfermedad y otros d o c u m e n t o s relevan tes fueron presentados durante el juicio, y quienes entonces fueran sus jefes, re firindose a l cariosamente con el apelativo nuestro Franzl, testificaron gus t o s a m e n t e en su favor. El caso W a l u s ha sido esgrimido c o n s t a n t e m e n t e por quienes se o p o n e n a los juicios, como prueba de que los testimonios de los supervivientes, cuaren ta aos despus, pueden ser falibles, algo que desde entonces ha obsesionado al sistema judicial estadounidense. As que, a finales de los aos setenta, el caso Demjanjuk, en relacin con el cual John Honigan haba venido realizando desde haca aos sus investigaciones por toda Europa, dej de ser un proceso penal contra un individuo para convertirse en una herramienta de confrontacin en tre titanes. En 1979, el D e p a r t a m e n t o de Justicia de Estados Unidos, a instancias de va rios m i e m b r o s del Congreso, cuya opinin era muy respetada, decidi crear la
EL TRAUMA ALEMN
Oficina para Investigaciones Especiales (OSI), que SUStituiria al INS en la pre sentacin de acusaciones contra los inmigrantes sospechosos. El respaldo del Congreso se consigui en gran medida gracias a la presin ejercida por orga nizaciones tales como el Congreso Mundial Judo y el Centro Snon Wiesentambas o b s t i n a d a m e n t e c o m p r o m e t i d a s en la erradicacin y el procesa miento de todos los involucrados en el exterminio de los j u d o s por parte de los nazis. Los crmenes, sin embargo, haban sido perpetrados en los territorios orien tales bajo dominio de los soviticos, as que todas las pruebas documentales existentes estaban t a m b i n en sus m a n o s . Los soviticos estaban dispuestos a colaborar hasta cierto punto, con el fin de conseguir tres objetivos: demostrar que el m u n d o occidental haba ofrecido refugio a criminales nazis; sembrar la discordia entre las nuevas comunidades de origen tnico diferente y el resto de la poblacin de Estados Unidos; y des prestigiar a los prsperos emigrantes, cuya relacin con su tierra natal, que in clua la transmisin de propaganda poltica y religiosa, era cada vez ms con-
fiictiva.
Por esta razn, los ucranianos como John Demjanjuk, contra los cuales po dan encontrarse (o inventarse) acusaciones m o n s t r u o s a s , eran una bendicin para los soviticos. Para los fiscales estadounidenses, aunque preocupados por los motivos que pudieran inspirar a los rusos, su cooperacin era esencial para llevar a cabo las investigaciones pertinentes. En este contexto surgi una alianza contra la OSI y sus partidarios, en la que participaron respetables personajes pblicos de tendencia conservadora, que albergaban serias dudas acerca de los juicios relativos a crmenes de guerra y las pruebas que los rusos haban suministrado, as como individuos de extrema derecha que no solo odiaban a los soviticos sino tambin a los judos, y que, adems, se negaban a aceptar que el genocidio hubiera tenido lugar y, sobre todo, la existencia de las cmaras de gas. As pues, en 1 9 8 1 , cuando el catlico John Horrigan y N o r m a n M o s k o v i t Z , un j u d o formado en Harvard, se hicieron cargo de la acusacin en el juicio de revocacin de la nacionalidad que tuvo lugar en Ohio, el caso Demjanjuk, marcado por su asociacin con Ivn el Terrible, adopt la forma de un juicio Eichen Estados Unidos, aunque se tratase n i c a m e n t e de un proceso civil: la legislacin estadounidense no permite interponer acciones judiciales en rela cin con crmenes cometidos en el extranjero. Para entonces, los rusos ya haban enviado la tarjeta de identificacin ori ginal de Trawniki, con el n o m b r e y la fotografa de Demjanjuk; Horrigan haba contactado con varios supervivientes de Treblinka dispuestos a subir al estra do, y, adems, contaba con el testimonio grabado de Otto Horn, el sargento alemn de las SS que fuera responsable de la incineracin de los cuerpos en Treblinka, entonces de setenta y siete aos de edad. Otto Hornfue el nico miem330
EL CASO DE JOHN
BrMjAS'jrK
bro de las SS que result absuelto en el juicio que tuvo lugar en Dusseldorf en 1965 en relacin con Treblinka: rebati las pruebas de la acusacin y los super vivientes testificaron que era inofensivo. El hecho de que hubiera identifica do a Demjanjuk como Ivn resultaba de gran importancia, puesto que no le mova ningn inters personal. Desde un principio la historia de Demjanjuk result difcil de creer. En el cuestionario que deba rellenar c o m o desplazado haba indicado Sobibor como su lugar de residencia desde 1937 a 1943, porque haba encontrado el n o m b r e de ese pueblo en un mapa. En su solicitud de visado, realizada en 195 > haba vuelto a mencionar ese n o m b r e para ser coherente. Pero, segn l, nunca haba estado en Sobibor; haba mentido porque necesitaba indicar un lugar de residencia situado fuera de territorio ruso para evitar su repatriacin y, proba blemente, una muerte segura.
1
Declar que haba sido reclutado por el Ejrcito ruso en 1940, que haba sido herido y hecho prisionero en Crimea en 1942, y que, como tal, haba ido a parar a Rovno, en U c r a n i a , y posteriormente (aunque de esto solo consigui acordarse tras meses de interrogatorios) al terrible c a m p o de Chelm, en Polo nia, donde permaneci recluido hasta octubre de 1944. El hecho de haber sido capturado vivo, por s solo, le converta a ojos de Stalin en un traidor, pero to dava faltaba lo peor. Segn l, vestido con un uniforme italiano antiguo pero limpio, all fue invitado a formar parte de dos unidades antisoviticas, la Divisin Galitzia (de las Waffen S S ) , donde le tatuaron el grupo sanguneo, y, posteriormente (dato que aadi en 1 9 8 4 ) 1 del Ejrcito del general VI a SOv. (La Divisin Galitzia y el Ejrcito de V l a s o v eran u n i d a d e s militares creadas por los alemanes, cuyos integrantes eran v o l u n t a r i o s antisoviticos originarios de la Unin Sovitica.) Durante algn tiempo no fui consciente de la importancia de este caso afirma John Horrigan, hasta que yo mismo interrogu a Demjanjuk en varias o c a s i o n e s durante los preliminares del juicio. Se toma en serio su papel de hacerse el b o b o , pero es una farsa: en realidad es un h o m b r e muy inteli gente. No quiero decir que sea un intelectual, sino que es muy astuto [...]. Fue el apodo de Ivn el Terrible (prcticamente desconocido en Treblinka, pero que los medios de comunicacin hicieron popular en Estados Unidos) lo que aviv la imaginacin de la opinin pblica. Pero nada de esto tena importancia. Lo i m p o r t a n t e es que Demjanjuk era un e m b u s t e r o . Su coartaera una mentira, que fue modificando a medida que aparecieron nuevos da tos. Cuando se celebr el juicio, en febrero de 1 9 8 1 , estaba a b s o l u t a m e n t e se guro de que se t r a t a b a de Ivn de Treblinka, UIl h o m b r e v e r d a d e r a m e n t e m o n s t r u o s o . Para todos nosotros, su enjuiciamiento se convirti en una ob sesin. La decisin del juez tambin se basaba en el hecho de que Demjanjuk hu biera m e n t i d o . La acusacin se demostr mediante pruebas documentales y
EL TRAUMA ALEMN
los testimonios de los supervivientes, as que le fue retirada la ciudadana estadounidense por haber falseado los datos de su solicitud de visado. Cuatro aos ms tarde, agotadas todas las posibilidades de apelacin y cuando su e x t r a d i c i n a Israel se haca i n m i n e n t e , el apoyo hasta entonces dem o s t r a d o h a c i a Demjanjuk se convirti en un ataque m i n u c i o s a m e n t e or questado, dirigido contra aquellos a quienes se consideraba responsables de la difcil situacin por la que estaba atravesando. En 1985 William I u r c h y n , un supuesto archivero que ha sido uno de los puntales de la defensa de Demjanjuk durante aos, p r o n u n c i un discurso ante los lderes n o r t e a m e r i c a n o s de las distintas c o m u n i d a d e s t n i c a s , que tuvo una amplia difusin bajo el ttulo Victoria sin miedo. En l realizaba un anlisis de los cuatro aspectos p r i n c i p a l e s , para l y para m u c h o s otros, de este tipo de casos: la alianza entre la OSI, controlada por los j u d o s , y la diablica KGB; la influencia omnipresente de los j u d o s en la opinin pblica estadounidense; la amenaza que supona para la c r i s t i a n d a d las actividades de caza de nazis; y el fraude y la corrupcin que daba lugar a esas acusaciones inventadas. Consideraba q u e los testimonios contra Demjanjuk eran contradictorios [...] interesados [...] cuestionables [...J y e x t r e m a d a m e n t e fraudulentos, p r o b a b l e m e n t e a causa de un mvil e c o n m i c o .
JollJl Demjanjuk lleg a Israel en la maana del 28 de febrero de 1986. Vesta un traje marrn y una camisa blanca con el botn del cuello desabrochado, la mis ma ropa con la que se le vera en adelante. Al bajar del avin pidi permiso para besar el suelo de Tierra Santa, peticin que le fue denegada. Hace veinticinco aos, Israel secuestr yjuzg a Eichmann, el asesino de escritorio por antonomasia, en buena medida con la finalidad de Ulll" a las distintas generaciones y elementos nacionales. De nuevo, a pesar de las dudas y de haber d e m o s t r a d o una considerable renuencia, haban aceptado JUZgar a Demjanjuk, quizs no tanto por un sentimiento de justicia cuanto con la fina lidad de que la historia s i r v i e r a para unir al pueblo israel y reforzar su deter minacin. Ms c o n c r e t a m e n t e , fueron los estadounidenses quienes les convencieron de organizar su segundo juicio por crmenes de guerra. En 1984, el Gobierno n o r t e a m e r i c a n o tena la necesidad de justificar el e n o r m e desembolso que ha ban supuesto las trescientas C i n c u e n t a investigaciones y los cincuenta procesos civiles, por 110 mencionar los trescientos casos todava pendientes de resolucin. Primero intentaron convencer a los alemanes, y luego a los i s r a e l e s , de que aceptaran la deportacin de un criminal para su posterior e n j u i c i a m i e n t o . En Alemania Occidental, donde desde 1958 se haban venido investigando decenas de miles de casos, de los cuales cientos de ellos haban acabado en los t r i bunales (entre ellos los juicios relativos a los EmsatZgruppen, Auschwitz, Maj-
332
EL C A S O DE JOHN D E M J A N J U K
daiiek,
Sobibor,
Treblinka
Trawniki),
haba
muchsimo
trabajo
atrasado.
Los israeles t e n a n la s e n s a c i n , a c e r t a d a o n o , d e q u e el caso Eichmannhaba s a tisfecho la necesidad que tena el pas de un acto simblico. tente presin el acusado de Estados Unidos, finalmente Pero bajo la insis-
deba figurar
fidedignos
John
La perspectiva
de esa n a t u r a l e z a s u s c i t
en
Israel las r e a c c i o n e s m s
En p r i m e r l u g a r , y ello
era de la m a y o r i m -
p o r t a n c i a , el h e c h o d e llevar
a juicio
d i c h o g e n e r un cierto desasosiego ( q u e se p r o l o n g a r a hasta el final del j u i c i o ) . Por otra parte, teniendo c o m o p r e c e d e n t e el caso E i c h m a n n , surgieron ciertas u n a d e las c a r a c t e r s t i c a s
a d e m s del t e m o r ante la posibilidad de volver a abrir h e r i d a s t r e m e n el contrario, caba la esperanza de que el juicio fuera
supervivientes
complejos
sentimientos
de c u l p a de los
juda
en los
guetos),
nuaba todo
tal v e z a y u d a r a p o r f i n a r e c o n c i l i a r a las
distintas g e n e r a c i o n e s . p o r treinta p e r s o n a s , c o n t i
y testigos por
documentacin
q u e t u v o c o m o r e s u l t a d o los c o n o c i m i e n t o s casi e n c i c l o p d i
Denljanjllken
Ed
Estados
El
yerno
de Demjanjuk,
Nishnic,
esos
dc informacin
poltipero
Tenemos
familiar.
hijoafirm
tristeza,
S lo q u e estis en la
haciendole
s u s u r r al odo su p a d r e d u r a n t e u n a visita
crcelpero,
de la defensa, James
P e r o no p u d o ser: gado to de
ayudante, las
Spotlight, su
principales
publicaciones
extrema
derecha,
establecieron
cuartel
primeros
viajes
de origen croata que tras la guerra haba trabajado en Alemade i n v e s t i g a c i n c o m o n o s dijo a los de antecedentes de la IRO. Todava
funcionario
inmigrantes
333
EL
TRAUMA
ALEMN
Su a g e n c i a est e s p e c i a l i z a d a en
visitas
a domicilio
p a r a la i m p o r t a n t e
q u i e n e s afirmaban q u e la fotografa de D e m -
tica a la de los p o l a c o s . Posteriormente, Polonia para dos de los con abogados aquellos segn defensores campesinos de D e m j a n j u k viajaron a ( i n d i v i d u a l m e n t e y sin pero, a pesar de
entrevistarse
interferencias de n i n g n tipo,
ellos m i s m o s
dijeron),
h a b e r l e s c o n s e g u i d o l o s v i s a d o s p a r a e n t r a r e n I s r a e l y l a a u t o r i z a c i n d e las au t o r i d a d e s p o l a c a s p a r a salir del pas, clarar. de Kurt Esos mismos abogados finalmente decidieron n o l l a m a r l e s a de el testimonio
decidieron tambin no
emplear
alguna para
mtodos:
para ellos,
el
medios.
utilizar
a hombres
como
su guerra santa
c o m u n i s m o y convertirlos
en smbo
l o s d e s u b a t a l l a c o n t r a los o d i a d o s s o v i t i c o s . E n esta b a t a l l a , a l a e x t r e m a de recha m u y pronto se unieron algunos respetables personajes pblicos de tenden quienes t a m b i n advirtieron el peligro de confiar en soviticos. del m o v i m i e n t o de a p o y o cuando Patrick a
s u m i n i s t r a d a p o r los
en el contexto de la Casa
Blanca,
Buchaamplia Cle
s a l i e n s u de de
peridicos el
Washington Post o
PlcihlDeCilere
e n las q u e a r r e m e t a c o n t r a e l t r a t o (escribi)
Demjanjuk, un
cuya i n o c e n c i a era e v i d e n t e .
S e g n l , s e t r a t a b a d e u n ca
que ha visto destruida su vida por la malicia Buchanan afirmaba que era COm-
norteamericana.
334
EL CASO DE JOHN
Dr*T.-.T7Vr.
prensible que hubiera mentido en su solicitud de visado, para eludir su repatriacin a Rusia y su ejecucin como traidor y miembro del ejrcito de Vlasov; su n o m b r e no figuraba en ninguna de las listas de turnos de Trawniki ni en las listas de traslados de Treblinka, ahora en poder de la defensa; en cuanto a la nica prueba documental existente (la tarjeta de identificacin de Trawniki), dos expertos haban d e m o s t r a d o que era falsa; se haba impedido testificar" a los testigos polacos que sin albergar duda alguna haban descrito a Ivn como un h o m b r e que doblaba en edad a Demjanjuk y mucho ms corpulento; y, por ltimo y lo ms importante de todo, varias personas haban dejado constancia de que el m o n s t r u o s o van haba sido asesinado en 1943, durante la revuelta que tuvo lugar en Treblinka. La lectura de todas estas afirmaciones tuvo un fuerte impacto sobre millo nes de personas, puesto que procedan de un reputado integrante del Gobier no. Lamentablemente, como veremos ms adelante, con independencia de cul fuera la verdad sobre Demjanjuk, ninguna de las afirmaciones de Buchanan era cierta. Segn nos dijo el propio Buchanan cuando nos entrevistamos con l en su hermosa mansin, situada en las afueras de Washington, sus informaciones procedan de M a r k O Connor, el responsable de la defensa de Demjanjuk entre 1982 y j u n i o de 1987, fecha en que su familia finalmente prescindi de sus servicios. En cierta medida, O Connor tambin era una figura simblica, puesto que haba recibido una especie de legado de un h o m b r e situado en las aitas es feras de la vida pblica estadounidense, quien, como apasionado anticomu nista, se convirti en un defensor incondicional de Demjanjuk y fue llamado como testigo de la defensa en el juicio celebrado en 1 9 8 1 en Estados Unidos. Se trataba de su padre, Ed O'Connor, un estadounidense de origen irlan ds que haca gala de un atractivo y habilidad considerables, y que fue el ms activo de los tres miembros de la comisin para personas desplazadas nombrados por el presidente T r a m a n . Al igual que Jerome Brentar (que fue amigo ntimo suyo en Alemania en los aos cincuenta), muy pronto se convenci de la amenaza rusa, y ayud a medio milln de desplazados a entrar en Estados Unidos y a otro milln y medio a encontrar asilo en otros pases. En un infor me especial elaborado posteriormente, describa a estos inmigrantes como [...j un semillero activo de desafectos al rgimen ruso. En 1982, este h o m b r e poderoso aconsej a su hijo Mark, de cuarenta aos, que haba cursado los estudios de derecho en Buffalo tras haber prestado ser vicio en Vietnam como capitn pero nunca haba llevado un caso i m p o r t a n t e en los tribunales, que aceptara la defensa del caso Demjanjuk. No es necesario exagerar el perjuicio que la inexperiencia e ingenuidad de M a r k O ' C o n n o r , en combinacin con una ideologa antisovitica casi msti ca, le causaron a su cliente. Despus del fracaso del juicio por deportacin y
335
E L T R A U M A ALEMN
de dos apelaciones, los simpatizantes de la c o m u n i d a d ucraniana norteame ricana e n t e n d i d o s en la materia (quienes para entonces ya haban financia do la defensa con setecientos c i n c u e n t a mil dlares) p r o p u s i e r o n la desti tucin de O'Connor y la contratacin de dos clebres abogados de origen ucraniano. Pero la familia de Demjanjuk desoy este consejo, agradecida como estaba a Ed O'Connor por su ayuda y encandilada por su encantador hijo y las promesas de que, finalmente, venceran pese a la conspiracin del KGB y de la OSI. Durante tres aos, Ed O'Connor apoy a su hijo con su asesoramiento y sus conexiones polticas. Pero cuando m u r i , en 1985>Mark O'Connor se que d solo. Hasta algunos das antes de que se produjera la extradicin a Israel, sigui asegurndole a la familia que eso nunca ocurrira. Cuando esta tuvo lugar, si gui mostrndose alentador. No hay razn alguna para preocuparseSegua insistiendo en las largas conversaciones telefnicas que m a n t u v o con la fami lia de Demjanjuk desde Israel. La acusacin es infundada: estn a punto de abandonar el caso. Se lamentaba con amargura, ante cualquiera que estuviera dispuesto a es cucharle, de que SUS intentos de preparar el caso se vean bloqueados por la imposibilidad de encontrar un abogado israel como ayudante y por la negativa de los israeles que haban financiado la defensa de Eichmann a hacer lo mismo por Demjanjuk. Sin embargo, cuando un distinguido abogado israel y experto en identifi caciones, Gershon Orion, a peticin del Colegio de Abogados de Israel, ofre ci sus servicios de forma desinteresada (salvo por la mnima ayuda econmi ca que el Gobierno facilitaba para costear los gastos legales, que tambin haba recibido la defensa de Eichmann), O'Connor demostr una profunda descon fianza. En el plazo de una semana haba rechazado de plano la propuesta de Orion de enfocar el caso desde una nueva perspectiva: empezar con un minijuicio para dilucidar en exclusiva la cuestin de la identidad. Si los jueces aceptaban esta propuesta, p r o b a b l e m e n t e podran sortear la amenaza que su pondra la celebracin de un juicio ejemplar. Si la acusacin no era capaz de probar su identidad, la causa quedara desestimada. Pero a O ' C o n n o r no le sedujo esta propuesta: despidi al doctor Orion antes de haber firmado c o m p r o m i s o alguno (le pidi a Ed Nishnic que con siguiera ms dinero) y c o n t r a t a John Gil, un discreto abogado de Cleveland (compartiran los h o n o r a r i o s al 50 por 1 0 0 , despus de los primeros doscientos cincuenta mil dlares, de los cuales l se quedara con el 70 por
1).
Posteriormente (por una mdica suma) reclut para la causa, en calidad de asesor sobre la legislacin de Israel, a un inteligente israel de treinta y ocho aos de origen ucraniano, Yoram Sheftel, que hablaba siete idiomas y C O t n 336
EL CASO DE JOHN D E M J A N J U K
parta su aversin hacia los rusos. Como en el caso de m u c h o s israeles de su generacin, los supervivientes suscitaban sentimientos contradictorios en Sheftel, quien se vanagloriaba de creer en las misiones imposibles. No hubiese aceptado si creyera que Demjanjuk era "Ivn"me dijo. Pero esa es la acusacin, y, desde el p u n t o de vista legal, ninguna otra cosa que haya podido hacer cuenta, observacin que, por muy cnica que parezca, demostr ser profticamente acertada. O'Connor, satisfecho por el sentimiento de seguridad que le proporciona ba el estar a cargo de un equipo y provisto de recursos inagotables procedentes de la generosa c o m u n i d a d ucraniana estadounidense y canadiense, se mostra ba t r e m e n d a m e n t e optimista. Haremos que John regrese triunfante a su hogarle anunci a la familia de Demjanjuk.El Senado anular el juicio de revocacin de la nacionalidad y, de ese m o d o , infundiremos el mayor soplo de libertad a este siglo. Y le repeta a todo el m u n d o sin excepcin la ltima fioritura literaria de Buchanan: [...] John Demjanjuk tal vez sea la vctima de caso Dreyfus n o r t e a m e r i c a n o . A medida que eljuicio se acercaba, se mostr menos eufrico, pero segua insistiendo en la falta de credibilidad de los supervivientes. Si los israeles persisten en su intencin de seguir adelanteme dijo dos meses antes de que empezase el J U I C I O , volver en su contra el testimonio de los testigos y demos trar quines son realmente. El hecho de poner en entredicho los recuerdos de los testigos es una estrate gia legtima durante las repreguntas. Sin embargo, en apariencia absolutamen te insensible al polvorn emocional en el que se estaba a d e n t r a n d o , O'Connor pareca ignorar el hecho de que se estaba enfrentando a uno de los mayores tabs de los j u d o s , la pesadilla que ha acechado a los supervivientes de da y de noche durante cuarenta y cinco aos: el hecho de que ellos, siendo j u d o s , ha ban colaborado en el asesinato de otros j u d o s . Cuando comenz el juicio, tard muy poco en abordar ese p u n t o . Su principal objetivo fue el superviviente de Treblinka Eliyahu Rosenberg, que tena veinte aos cuando lleg a Treblinka en 1942 y fue enviado al campo su perior, el peor destino para cualquier trabajador j u d o . Haba testificado anteriormente en varios juicios, y era el testigo israel ms importante y polmi co de todos. N o es cierto que [...] deshacerse de los cadveres formaba parte de su haba iniciado el ataque. cierto. [...] como tambin lo era [...] limpiar las cmaras de gas despus de sacar de all los cuerpos sin vida. S [...] y limpiar las m a n c h a s [...]. O'Connor se abalanz sobre su presa: Tambin era uno de sus deberes cerrar las puertas de las cmaras de gas?. 337
EL TRAUMA ALEMN
En la sala se oy un murmullo de indignacin. Ei juez Levin intervino,
As
(2) S
se
encontraban
(l)
l i m p i a r , y (3) [...]
c e r r a r las p u e r t a s ? p r e g u n t . o a m o s la o r d e n de u n o f i c i a l de l a s S S RampratS
[cuando]
('cuadrilla de Est
la r a m p a a paso
ligero'),
con
sabamos que
[...] t e n a m o s q u e c e r r a r l a s
p u e r t a s y rellenar los r e s q u i c i o s
arena. mujeres y
nios
d e s n u d o s , p e r m a n e c a n [ e n c e r r a d o s ] y a g o n i z a b a n e n las c m a r a s d e gas, u s t e d
se quedaba.en
Rosenberg
la r a m p a ?
con u n a voz que d e n o t a b a el tesn de un trabajador, y un rostro jado. Cuando ambos tenan veinte aos, su parecido como
curtido y enoorigina-
personas
enfrentamiento personal
entre
Rosenberg y
Demjanjuk
aos, que o dur el
exista
a l a r m a n t e a n i m a d v e r s i n e n t r e los d o s h o m b r e s : el b a n q u i l l o sador. La m a y o r parte del t i e m p o , tador en su propio juicio. podan apreciarse en l Pero Demjanjuk daba al observarle con de los a c u s a d o s y el
el que se
jugaba
la vida e n acu
q u e era su m s visceral y c o n s u m a d o
la
detenimiento,
algunas
seales
de tensin:
continuamente
las m a n d b u l a s , b e b a de los d e d o s .
agua,
a p r e t a b a los p u o s y s e e s t i r a b a las a r t i c u l a c i o n e s
No
mostrarse
obstante,
si r e a l m e n t e e s
inocenteafirm
odo
On> e n t o n c e s ,
por
m u c h a s v e c e s que h a y a
estas
furioso. Eliyahu Rosenberg narr tambin c m o mientras eran de en e n u n a sola ocasin tubo masa (el c a m i contra la
empujados por el
a las
cmaras
derribarla
huir
corriendo
Cmo
que
r o m p i e r a n el
"tubo"?pregunt
O'Connor.
problemarespondi s e c a m e n t e el
testigo.
Hu-
de derribar un m u r o .
338
EL CASO
D E IOHN D E M J A V J " K
O Connor, aunque el punto al que quera llegar solo qued claro al final, oblig a Rosenberg a realizar una descripcin detallada del horrible sufrimien to de las vctimas cuando se las encerraba en una de las reducidas cmaras de gas, mientras se verta cloro a travs de un orificio en el tejado y se pasaban toda una noche agonizando hasta morir. Santo cieloexclam una vez conseguido su objetivo de llegar a ese punt o . Qu es lo que sinti al ver su heroica rebelda? No sinti en lo ms profundo de su ser que deseaba ayudarles?". El fiscal se puso en pie de un salto para protestar, pero el juez le detuvo: No, la defensa tiene una difcil tarea. Le dar la o p o r t u n i d a d de explorar in cluso ese camino. Rosenberg se estremeci al responder: Cmo poda ayudarles? No haba posibilidad alguna de mantener ningn contacto. Ni siquiera poda hablarles. Si lo hubiera hecho.... Entonces hizo una pausa y a continuacin dio rienda suelta a su ira y a la desesperacin que O Connor haba demostrado ser inca paz de c o m p r e n d e r . Qu poda decirles? Que no huyeran? Ni siquiera los ms acrrimos anti semitas me han preguntado algo semejante. Entonces se volvi hacia el ban quillo de los acusados (fue un impulso, no una representacin dramtica) y sealando rgidamente con el brazo a Demjanjuk grit con voz quebrada: Pre gntele a l por qu no intent ayudarles. Me hubiesen arrojado a una fosa llena
de sangre.
En aquel preciso m o m e n t o , Demjanjuk, con el rostro enrojecido, dijo en he breo: Eres un mentiroso. Se trataba, como sent con absoluta certeza en aquel m o m e n t o , de una de mostracin de ira procedente de un h o m b r e inocente, tal como haba previsto Dan Bar-On? Pero O'Connor era incapaz de callar a tiempo. Una y otra vez, sus preguntas ciegas tenan resultados desastrosos. En la misma lnea, en otra ocasin le pregunt a Pinhas Epstein: Cuando vio a John Demjanjuk bajar del avin, se corresponda su imagen con la de los "recuerdos que no puede olvidar"?. (Anteriormente este haba hablado de sus constantes pesadillas diarias.) Estuvimos en aquel lugar, podra decirse que j u n t o s , durante casi un ao Epstein, un h o m b r e que haba demostrado tener una considera ble dignidad. El tena veintids o veintitrs aos, yo diecisiete. Era alto, de cuello ancho y orejas prominentes [...]ysu forma de andar [...] quiere que le haga una demostracin?pregunt dirigindose al juez. Imit con asombrosa fidelidad la manera de caminar de Demjanjuk, que todos habamos visto. Camina pesadamentedijo Epstein, como c o r r o b o r a n d o su d e m o s t r a c i n , con el peso de su cuerpo sobre la pierna izquierda, tal como hizo cuando baj del avin a su llegada a Israel [...]. "Dios mo, Dios mo", le dije a mi esposa. "Mira cmo anda. Camina exactamente del mismo modo que yo le vi caminar todos 339
EL TRAUMA ALEMN
los das en
Treblinka
. S u esposa, q u e o c u p a b a u n a s i e n t o j u s t o d e l a n t e d e m i ,
a s i n t i e n r g i c a m e n t e c o n l a c a b e z a . ExactoSusurr-, e s o e s e x a c t a m e n t e l o que dijo. F u e esc u n o d e los m o m e n t o s e n q u e s e d i s i p a n las posibles d u d a s q u e quiera podra albergar: n o era u n a da p o r u n testigo
cual-
historia
gunta, al igual q u e
prolesional. E r a i m p o s i b l e q u e s u p i e r a O Connor n o e s p e r a b a e s a r e s p u e s t a :
de caminar de un hombre,
l o s aos.
T a l v e z e r a d e e s p e r a r q u e e l t e s t i m o n i o d e l o s s u p e r v i v i e n t e s p r o v o c a s e l o s co m e n t a r i o s m s m o r d a c e s e n los p e r i d i c o s r a d i c a l e s d e E s t a d o s U n i d o s y Ale mania, demostrando as que el fantasma de la conspiracin que afirmaba que
escri-
E l j u i c i o q u e s e est c e l e b r a n d o e n Israel carece d e fun ( l a m e n t o : n o s e h a p r e s e n t a d o n i n g u n a p r u e b a forense, ni t a m p o c o n i n g n a r n i a h o m i c i d a , que d e m u e s t r e n que h u b o u n o o m s c a d v e r e s , c o m o t a m p o c o n i n g u n a [...] p r u e b a d e q u e s e m e j a n t e s ocurrieran [...] [Tampoco] se ha presentado ninguna d o c u m e n t a c i n [que] [...]
cosas
demues-
[...]. Solo t e s t i m o n i o s d e o d a s
El
peridico
de
gran
formato
OsldienstQe
Hamburgo,
adverta
sus
lectores
de lo siguiente:
Asimismo,
WUliafnTurclryn,
ucranianas:
escribi
lo
comunidades
[...]. Esto
invencin John
[...]. U n s u p e r v i v i e n t e d e T r e b l i n k a i n f o r m d e la m u e r t e d e
Este
[ m i s m o ] s u p e r v i v i e n t e [...]
340
EL CASO DE JOHN D E M J A N J U K
Ivn est muerto. Este argumento se convirti, al igual que lo haba sido en Es tados Unidos, en la piedra angular de las relaciones pblicas de O ' C o n n o r en Israel. Esperaba poder demostrar su veracidad m e d i a n t e el testimonio de Eli1U Rosenberg, el testigo que haba realizado aquellas declaraciones en Viena en 1 9 4 7 . En aquella declaracin, no dijo usted que los c o m p o n e n t e s del per sonal del campo superior, incluido Ivn, haban sido asesinados d u r a n t e la revuelta? que los compaeros del campo inferior me informaron de que ha ban p r o p i n a d o una paliza t r e m e n d a a algunos ucranianos, entre ellos a Ivn. Crea entonces que todo [lo que declar en aquella ocasin] era cierto? [...] con toda seguridad, saba que era cierto en parte [...]. Qu es lo que 110 era verdad? Ms tarde [...] me enter de que algunos de los actos heroicos que des crib en aquella declaracin no eran ciertos. Esto supona un tanto en favor de O'Connor: un superviviente haba ad mitido que haba m e n t i d o . Podra haberlo dejado as. En lugar de eso, anunci a la prensa mundial que el h o m b r e que haba t o m a d o declaracin a Rosenberg en 194 7 (un israel que merece mi ms profunda consideracin) sera llamado a declarar como testigo de la defensa para testificar acerca de lo que Rosenberg realmente declar en Viena, lo cual determinar de una vez por todas que Ivn estaba muerto. IVN MUERTO fue la noticia que apareci al da siguiente en los titulares de prensa de todo el m u n d o . Pero el testigo de O'Connor no se present (parti p r e c i p i t a d a m e n t e hacia Estados Unidos). Por si esto fuera poco, se incluy en el expediente del caso una declaracin realizada en 1965 d u r a n t e el juicio sobre Treblinka celebrado en Dusseldorf, que 110.hizo sino empeorar las cosas, con independencia del he cho de si O ' C o n n o r saba de su existencia o no. Se trataba de la declaracin de el superior inmediato de Ivn en las cmaras de gas, quien a la pregunta Qu pas con Ivn? respondi: Ivn? l vino con mi grupo a Trieste. Hacia el final de la guerra se fue con los partisanos. Esta declaracin, que podra explicar el uniforme italiano que Demjanllevaba hacia el final de la guerra, contaba con ei respaldo de otras informaciones 110 presentadas ante el tribunal. El director del Instituto Adritico para la Investigacin de las Actividades Par tisanas, el doctor Giuliano Fogar, nos dijo en Trieste en 1986: Mucha gente huy de los alemanes en aquellas ltimas se manas [...]. Los partisanos aceptaban a cualquiera; les p r o p o r c i o n a b a n una especie de uniforme italiano y los destinaban a un lugar en el que pudieran dis parar contra los alemanes. Las ltimas repreguntas que hizo O'Connor al finalizar el t u r n o de la acusa cin, antes de que la familia de Demjanjuk finalmente le despidiera en junio, tuvo como consecuencia una llueva catstrofe para la defensa.
341
EL
TRAUMA
ALEMN
Los tres jueces haban viajado a Berln Occidental (un hecho sin precedentes en el caso de un tribunal israel) para un rogatoire (es decir, para escuchar la declaracin de un testigo que no puede desplazarse) de Otto Horn, el m i e m b r o de las SS que, al no tratarse de una vctima, era el testigo clave para la identificacin de Ivn. El fiscal israel Michael HorowitZ, que detestaba a Horn casi tanto como estar en Alemania, procedi a interrogarle sin demasiados m i r a m i e n t o s . El anciano describi a Ivn con precisin: Le vea continuamentedijo, ex cepto cuando tena t u r n o de noche o estaba de permiso. Tena los cabellos claros, meda entre 1,75 y 1,80 m de estatura, era fuerte, robusto, y deba de tener unos veintitrs aos. Llevaba uniforme negro, gorra y botas [...] una pistola y un ltigo. Como era lgico, O'Connor intent desesperadamente desacreditar como fuera al testigo cuya descripcin de Ivn era tan parecida a la fotografa de Trawniki, as que le p r e g u n t : LJsted no hizo nada, solo mirar? [...]. Y aun as [...] se considera inocente?. Horn con lentitud, pero con inesperada dignitambin era mi responsabilidad. Pero eso es lo que hicimos t o d o s : man tenernos al margen [...]. cabo de un rato, O'Connor le pregunt con gravedad: Es consciente de que John Demjanjuk se juega la vida en este juicio?. Qu? Cmo?pregunt Horn, quien en la actualidad tiene problemas de audicin. Su vida?. S. Se da cuenta de que lo que usted diga aqu puede influir en el hecho de que ese h o m b r e vaya a la horca?. Seor O'Connor, por favorintervino el juez Levin, disculpndose por ello ante el juez alemn que presida el interrogatorio, Hans Jrgen M l l e r . Nadie ha dicho hasta ahora que alguien vaya a ser ahorcado. Horn, cuyas facultades mentales estn un tanto m e n g u a d a s por la edad, se haba perdido esta intervencin. No saba que la horca siguiera utilizndo sedijo con tristeza. En 1979 reconoc a Ivn en esa fotografa. Sigo pensando [transigi! que existe un parecido. Hizo una pausa y continu: No puedo evitarlodijo apesadumbrado, el parecido est ah. as, Otto Horn ech por tierra definitivamente el argumento ms imporde la defensa, que insista en afirmar que Ivn haba sido asesinado en la revuelta de Treblinka. Yo estaba de permiso cuando se produjo el motndeclar Horn.A mi regreso, los barracones haban sido quemados. Solo quedaban en pie las cma ras de gas, que siguieron utilizndose posteriormente. A continuacin aadi, sin que le hubiesen preguntado: Ivn segua all. Yo le vi.
342
De regreso a Israel, corri el rumor de que el despido de O'Connor no fue del agrado de los jueces, en realidad porque semejante cambio en medio del proceso n o r m a l m e n t e va en perjuicio del acusado, como dijo una persona p r x i m a al tribunal. Demjanjuk, sin duda convencido de que O ' C o n n o r sera su salva dor, pareci estar deprimido durante das. Su familia, en cambio, se sinti ali viada, en especial cuando en su desesperada bsqueda de un abogado con ms experiencia encontraron a un canadiense de origen ucraniano, llamado Paul que haba sido fiscal jefe y contaba con una excelente reputacin. La responsabilidad de guiar a Demjanjuk en sus declaraciones cuando fue presentado como primer testigo d l a defensa (tal como exiga la ley israel), recay entonces sobre John Gil, Me creer si le digo que en cinco aos no encontr un solo testigo cuyo testimonio fuera aprovechable y que nadie tra baj nunca con Demjanjuk en relacin con su declaracin?coment con indignacin dos semanas ms tarde, mientras Demjanjuk estaba en el estrado. M a r k no nos permita acercarnos a l; le consideraba propiedad suya. Cuando por fin se march, fui a la crcel para preparar las declaraciones de Demjanjuk. " Qu haces, John?me dijo. Qu son todas estas preguntas? Te has convertido ahora en abogado defensor?". Ciertamente, con O'Connor fuera de j u e g o , la defensa trabajara a partir de entonces de forma mucho ms profesional. Sheftel asumi la funcin de aboga do jefe, lo cual indign a la mayora de los israeles, y consigui encontrar acre ditados peritos en Inglaterra y Holanda. No obstante, el caso segua presentando enormes dificultades, siendo el principal problema la coartada de Demjanjuk. En general se aceptaba como verdadera la versin de Demjanjuk de los acontecimientos de su vida hasta 1942: tras cuatro aos de escolarizacin, pas a trabajar como conductor de un tractor en una granja colectiva en Ucrania. Fue reclutado en 1940, herido en acto de servicio, hecho prisionero en Crimea a finales de 1 9 4 1 , y haba permanecido recluido durante algn tiempo en un campo de prisioneros de guerra en RoVTtO. A partir de ese m o m e n t o , empeza-
ba la polmica.*
* Los documentos presentados en el juicio celebrado en Israel demuestran que, efectivamente, Demjanjuk fue reclutado por las SS en el espantoso campamento temporal para prisioneros de Rovno en julio de 1942. Algunos aos ms tarde, el comandante del campo, Streibel, relat con orgullo, durante el juicio que se celebr en su contra en Hamburgo, cmo l mismo seleccionaba a los candidatos. En primer lugar, escoga a los prisioneros de origen alemn, por el idioma; en segundo lugar, a los prisioneros fuertes de apariencia aria. En caso de que hubiera antecedentes antisoviticos demostrables en sus familias o de que contasen con algn tipo de formacin tcnica (como mecnicos, electricistas o conductores), tenan ms posibilidades de ser elegidos, Demjanjuk era un hombre sencillo y sin educacin, que solo haba asistido a la escuela durante cuatro aos (a menudo descalzo, puesto que deba compartir un nico par de zapatos con su 343
EL TRAUMA
ALEMN
La acusacin afirmaba que entonces se present voluntario para formar par te del personal auxiliar extranjero de las SS, y que con anterioridad al mes de julio de 1942 recibi en Irawilikila formacin necesaria para participar en la Operacin Aktion Reinhard. Aunque fue enviado durante breves perodos a Okszw, una granja en la que trabajaban mujeres judas, y a Sobibor, su destino oficial, los supervivientes afirmaban que haba pasado la mayor parte del t i e m p o , en tre julio de 1942 y septiembre de 1943, en Treblinka, trabajando en las cmaras de gas. Demjanjuk niega lodo esto: afirma que de Rovno pas al terrible campo de Cheln, en el que permaneci recluido dieciocho meses. Los historiadores llamados a declarar por la acusacin afirmaron que eso era imposible: ningn prisionero permaneci en el campo de Clielm durante dieciocho meses. Los primeros cien mil prisioneros rusos no sobrevivieron a aquel duro invierno, salvo los que fueron enviados a trabajar a Alemania. A principios de 1943, el campo estaba vaco, pero muy pronto llegaron nuevos transportes de prisioneros que permanecieron all durante breves perodos de tiempo. En sep tiembre de 1943, tras la rendicin de Italia ante los aliados, llegaron trece mil ita lianos a Chelm: D e m j a n j u k n u n c a m e n c i o n su presencia. En unas primeras declaraciones, Demjanjuk les dijo a los estadounidenses que haba salido del campo a finales de 1944, pero cuando se demostr que los rusos haban llegado all en julio de 1944, ofreci una nueva versin de su par tida de Che]IT): supuestamente, a b a n d o n el campo en primavera j u n t o con otros trescientos cincuenta ucranianos, para pasar a formar parte de la Divisin Galitzia (de las WaffeilSS) en Graz, Austria. Segn l, all le tatuaron su grupo sanguneo. (Esto tambin pareca imposible: n i c a m e n t e las tropas destinadas a la primera lnea del frente occidental de las Waffen SS, as como los oficiales
padre), pero reuna todos los requisitos: fsicamente pareca ario; su familia siempre haba sido religiosa, y, por tanto, antisovitica; y antes de haber sido llamado a filas por el Ejrcito sovitico, haba conducido un tractor en una granja colectiva. Asimismo, haba muchas probabilidades de que fuera antisemita: la mayora de los habitantes de las zonas rurales de Ucrania culpaban de su situacin de extrema pobreza a los judos, siendo los comerciantes judos los nicos ricos que haban visto nunca; asimismo, ios funconarioscomunistas que les hacan la vida imposible tambin eran judos. Los jvenes que Strcibei seleccion en Rovno y otros campos de prisioneros no podan saber para qu les entrenaran. Solo saban que llevaran un uniforme alemn de buena calidad, que tendran buena comida, dinero y raciones adicionales, as como privilegios para sus familias cuando regresaran a sus hogares. En el grado de mendacidad demostrado por Demjanjuk con el fin de proteger su nueva vida en Estados Unidos y a sus seres queridos, alguien podra pensar que influy la desesperacin, y que incluso hizo alarde de cierto coraje. 344
EL CASO DE JOHN D E M J A N J U K
de las SS, reciban este tatuaje como precaucin mdica, con la excepcin, adems, de los participantes en la Operacin Aktion Reinhard destinados en Trieste para combatir contra los partisanos.) De acuerdo con las declaraciones de Demjanjuk ante el tribunal nortea mericano, que mantendra p o s t e r i o r m e n t e en Israel, fue transferido algunas semanas ms tarde al Ejrcito de Vlasov en Heuberg, Alemania, d o n d e fue destinado a una unidad que vigilaba a los generales. All, segn l, haba permanecido durante un ao sin hacer gran cosa, para acabar despus de la guerra en varios campos de desplazados. En Heuberg se borr el tatuaje porque solo lo llevaba el personal de las SS, y el Ejrcito de Vlasov no formaba parte de las SS. La cicatriz resultante era diminuta, y, de nuevo curiosamente, fue el propio Demjanjuk quien advirti de SU existencia a los estadounidenses. Sin embargo, de acuerdo con los peritos, eso tambin era imposible. La Divisin Galitzia recibi formacin en el norte de Alemania hasta julio de 1944, a mil kilmetros de Graz. El Ejrcito de Vlasov no existi hasta noviembre de 1944, de m o d o que no poda haber estado en Heuberg; adems, con toda seguridad no haba generales que vigilar en aquella poca. Por otra parte, la Galitzia nunca recibi el tatuaje de las SS que indicaba el grupo san guneo. Chelm fue uno de los pilares de la acusacin contra Demjanjuk durante el juicio celebrado en Israel. ClllO era posible, pregunt el fiscal jefe, que du rante los primeros ocho meses de interrogatorios en Estados Unidos, cuando pareca recordar tan claramente todos los dems acontecimientos de su vida, hubiera olvidado mencionar n i c a m e n t e un lugar, segn l el lugar ms horrible en el que haba estado nunca? Acaso haba olvidado Chelm ni camente durante el perodo en que la acusacin afirmaba que haba estado en Trawniki y Treblinka? Supongo que solo Dios sabe cmo lia podido ocurrirmedijo Demjanjuk. Est usted afirmandoinquiri la juez Dalia Dornerque cuando la acusacin afirma que usted estuvo en Treblinka, en realidad se encontraba en Chelm? Es eso cierto?
S
mientras haca un leve movimiento de cabeza que deno taba i n c r e d u l i d a d , e s o es lo que olvid declarar cuando compareci ante los investigadores estadounidenses? Seor Demjanjukintervinoel juez Levin. Le ruego que me escuche a t e n t a m e n t e . Quiero explicarle que una coartada es... que Chelm, Chelm es su coartada. Soy una persona sincera y siempre he dicho la verdad. Es que nunca han olvidado nada en su vida? S, por supuesto... pero eso...contesto la juez Dorner con tristeza.
345
EL TRAUMA ALEMN
Un silencio sepulcral invadi la sala. El sudor resbalaba por el rostro de Demjanjuk hacindolo brillar y su voz tembl al responder: Su Seora, se han ledo en voz alta mis declaraciones [unatranscripcin de las que realiz en Estados Uni, en las que dije haber estado en dos campos, el nombre de uno de l o s cuales haba olvidado. Deseara volver a verlas [dichas declaraciones]. El juez detuvo al fiscal Blattman cuando este se levant. No admitir nin guna protesta. Los cargos son graves y su situacin, difcil. Ensemoselas, tal vez le servir de ayuda. Lajusticia debe verse adems de hacerse. El silencio continu mientras Demjanjuk, cuya capacidad para leer en in gls era mnima, lea lentamente la transcripcin. Ya la he ledodijo con friald a d . En ella consta que dije que haba estado en Rovno y en otro lugar, cuyo n o m b r e no pude recordar. No s por qu: solo s que lo olvid. Puede que haya otra r a z n d i j o Blattman con su voz severa y comedid a . Puede que nunca estuviera en. Cheln. Demjanjuk respondi r p i d a m e n t e , esta vez con voz firme y sin rastro de primitivismo: Eso es lo que usted dice. Yo digo que estuve en Rovno y en Chelm, dos c a m p o s . Si usted dice que estuve en Rovno y en Treblinka, tendr que de mostrarlo. En ltima instancia, la nica prueba documental era la controvertida tar jeta de identificacin de Trawniki [aunque se descubriran muchas ms algunos aos m s t a r d e ] . Al contrario de lo que Patrick Buchanan escribi, ni la acusa cin ni la defensa tenan en su poder d o c u m e n t a c i n alguna sobre el personal de T r a w n i k i o Treblinka: nada, salvo una lista de turnos de Trawniki, con ca torce n o m b r e s . Los rusos dijeron que la haban encontrado en uno de sus archivos de gue rra. Los defensores de Demjanjuk decan: Qu casualidad tan oportuna; esa lista es falsa. El d o c u m e n t o ms controvertido del caso Demjanjuk es la tarjeta de identificacin n. 1.393 del campo de e n t r e n a m i e n t o de las SS de Trawniki, donde entre 1941 y 1943 a p r o x i m a d a m e n t e tres mil quinientas personas, en su mayora procedentes de los pases blticos y de Ucrania, fueron preparadas, en calidad de auxiliares extranjeros, para llevar a cabo trabajos relacionados con la Operacin Aktion R e i n h a r d . De ser autntico, este documento demostrara que la versin de Demjanjuk acerca del perodo de su vida comprendido entre mayo de 1942 y finales de 1943 no es cierta, y que (incluso aunque no se trate del monstruoso Ivn) Demjanjuk era m i e m b r o de esa infame unidad. La autenticidad de dicha tarjeta se puso en entredicho desde el m o m e n t o de su aparicin, primero en Estados Unidos y luego en Israel, por los defensores y partidarios de Demjanjuk, fervientemente convencidos de que se trata de una falsificacin realizada por la KGB. Esta conviccin de q u e es falsa se basa principalmente en el hecho de que su origen es sovitico. Ciertamente, se trata de un d o c u m e n t o con errores ti346
EL C A S O DE J O H N DEMJ \ v 7 "K
en la tarjeta no
consta
ninguna
fecha
de
emi-
sin o de c a d u c i d a d , lo c u a l no deja de ser e x t r a o p a r a este tipo de d o c u m e n tos. Tambin parece extrao que los dos destinos de Demjanjuk aparezcan teora, p o d r a ha-
escritos a m a n o ,
de m o d o que el p o r t a d o r de la
tarjeta, en
consideraba autn en
s u p o n a la del que,
existencia
de tallos de c o n s i d e r a b l e i m p o r t a n c i a la vida de un h o m b r e .
documento
en parte,
dependa
Los rusos
juego,
mencionaron de
sus destinos?
identificacin
parte
supervivientes fotoco
de que
primera
pia del d o c u m e n t o llegara al m u n d o o c c i d e n t a l en 1 9 7 8 . Por t a n t o , si los s o v i ticos r e a l m e n t e h a b a n falsificado el d o c u m e n t o c o n a una cause la intencin de dar lugar aadido Treblinka
clebre
esulta
difcil
de
creer
que
no
hubieran
como
destino. mientras q u e la causa de D e m j a n j u k se vea del t a t u a j e del grupo en grave peligro por la los
Pero mencin
que l m i s m o h i z o
s a n g u n e o y de
Sobibor,
a r g u m e n t o s d e la a c u s a c i n se f u n d a m e n t a b a n e n u n a tarjeta d e
identificacin
con graves defectos, a lo cual haba que s u m a r los p r o c e d i m i e n t o s , c o n s i d e r a d o s p o r m u c h a g e n t e c o m o irregulares, m e d i a n t e los cuales se llev a c a b o la identi ficacin de la fotografa.
o a Ivn D e m j a n j u k en
N a d i e r e s p o n d i , p e r o l a d e f e n s a i n d i c q u e l o s a n u n c i o s p o d a n lia
ber s u g e r i d o u n a v i n c u l a c i n i n c o n s c i e n t e entre Ivn y Treblinka, y que esta p o d r a h a b e r q u e d a d o g r a b a d a e n l a m e n t e d e los s u p e r v i v i e n t e s , p u e s t o q u e fue a los p o c o s das c u a n d o se les m o s t r la serie de fotografas (entre las c u a l e s ha-
347
EL TRAUMA ALEMN
una que tal vez ofreca un cierto parecido con Ivn). Aunque muy pocos de los oficiales de las SS y, n o r m a l m e n t e , ninguno de los trabajadores judos cono can los apellidos de los c o m p o n e n t e s del personal auxiliar (quienes, en cierto tambin eran seres no humanos para los nazis), el primer h o m b r e en identificar a Ivn, e seor Eugene lurowski (ya fallecido), afirm conocer el apellido de Demjanjuk. La defensa, asimismo, argy que la disposicin de las fotografas de los visados, esto es, el hecho de que las fotografas de Demjanjuk y Federenko apa recieran una al lado de la otra, poda haber influido en la identificacin. Ade ms, la fotografa de rostro completo de Demjanjuk era de mayor t a m a o que las dems. Por otra parte, la defensa consideraba que, despus de que dos de los primeros tres supervivientes describieran a Ivn como una persona de cuello corto y cara ancha, la mayora de las fotografas de aquella muestra debe ran haber sido las de individuos que encajasen con esa descripcin. Como un periodista de la CBS de Cleveland seal: Basta con asistir a un servicio de San Vladimir para ver caras como la de Demjanjuk a m o n t o n e s . En ltima instancia, tuvieron que pasar casi dos aos antes de que la totali dad de los diez supervivientes que finalmente declararon en Estados Unidos hu bieran visto las fotografas. De los cinco que testificaron en Israel (de los diez, cua tro ya haban fallecido y el estado de salud del quinto superviviente le impidi subir al estrado para declarar), todos ellos afirmaron que no haban comentado la identificacin de Ja fotografa entre s. Aunque eso ya era poco probable con ocadel primer juicio, con toda seguridad no poda ser cierto once aos despus. Los supervivientes de Treblinka (para entonces solo quedaban unos trece de ellos con vida) eran amigos ntimos, haban viajado j u n t o s d u r a n t e aos para testificar en varios juicios y convivido en aquellas ocasiones durante largas semanas, y se reunan todos los meses de agosto en el cementerio de Tel c o n m e m o r a r la revuelta de Treblinka de agosto de 1943, gracias a la cual pudieron escapar. Acaso era h u m a n a m e n t e posible que no hubieran com e n t a d o entre s, algn da 2 de agosto de 1 9 7 0 , 1 9 7 7 1978, el hecho excepcio nal de que Ivn hubiera sobrevivido? Incluso al margen de esos encuentros anuales, era posible que aquellos amigos nunca hubieran hablado de ese pas moso descubrimiento tan pronto como tuvieron noticias de ello? Aquel da, empec a albergar dudas. Mi a migo Alfred Spiess, el fiscal alemn en eljuicio de Treblinka y en el de Franz Stangl, consideraba inaceptables los procedimientos de identificacin originales llevados a cabo en Israel, por los cuales los supervi vientes r e c o n o c i e r o n a D e m j a n j u k como Ivn el Terrible. Cuando los israeles le invitaron a testificar, Spiess les inform de que se vera obligado a manifestar su opinin en el juicio, m o m e n t o en el que, lgicamente, retiraron la invitacin. Durante aquellos meses Spiess me dijo en reiteradas ocasiones: Deben concen trarse en Sobibor, de lo contrario ser una catstrofe.
348
EL CASO
DEJOHN DEMJANJUK
Cuando ya haban transcurrido algunas semanas desde el inicio del juicio, invit a almorzar a los tres hijos de Demjanjuk, Lydia, Irene y John. Efectivamente, eran tres jvenes estadounidenses v e r d a d e r a m e n t e encantadores. Les habl de Sobibor y les dije que pareca bastante probable que su padre hubiera estado all. Pregunt si caba la posibilidad de que su versin de los he chos fuera un intento de proteger la tranquilidad espiritual de sus hijos. De ser as, acaso no podran ellos ayudar a su padre a liberarse de la necesidad de mantener ese silencio de carcter p r o t e c t o r ? Les inform de que la o p i n i n de los expertos en materia legal que haba llegado a mis odos era que, si admita haber estado en Sobibor, de lo cual haba pruebas documentales desde un principio, eso podra tener prioridad sobre los testimonios oculares de Treblinka. (En uno de los ltimos das deljuicio, el juez Dov Levin, presidente del tribunal, le ofreci al abogado de Demjanjuk ese a r g u m e n t o para su defensa.) Sin e m b a r g o , lo principal, les dije, de acuerdo con la informacin que yo haba podido recabar, era que Demjanjuk no poda haber estado en ambos lugares al mismo t i e m p o . Me escucharon con atencin, pero lo cierto es que, por m u y b i e n informada que yo estuviera, nada de lo que dijera podra hacer trastabillar su conviccin acerca de la inocencia de su p a d r e . Me dijeron que no p o d a n creer, ni por un m o m e n t o , que su padre hubiera sido aquel h o m b r e terrible. Finalmente Irene reaccion, y dijo en voz baja: No puedo creer que mi padre tuviera algo que ver con semejante lugar. Entonces el joven John aadi: Espera a que suba al estrado a declarar, entonces lo entender. Lydia p e r m a n e c i en silencio.
Durante la ltima semana del juicio tuvo lugar el peor enfrentamiento entre los jueces y la defensa. El abogado canadiense Paul Chumak, quien d u r a n t e los seis meses en que form parte del equipo de la defensa se haba ganado el res peto del tribunal por su profesionalidad, denunci que la tarjeta de identifica cin era uno de los elementos de la conspiracin de la KGB que haba lleva do a Demjanjuk al banquillo de los acusados. Los rusos, dijo, queran castigar a Demjanjuk por considerarle un traidor, al igual que a todos los ucranianos que no haban querido vivir en la Unin Sovitica, y adems pretendan sembrar la discordia entre los j u d o s y los ucranianos en todo el m u n d o . Aprovechando la comparacin de Patrick Buchanan con el caso Dreyfus, advirti a los jueces de que tuvieran cuidado: la justicia de Israel tambin estaba siendo juzgada. Est usted a m e n a z a n d o a este tribunal?, pregunt la juez Dorner en un tono amenazador. No era l quien estaba a m e n a z a n d o a nadie, replic el seor Chumak. (Al da siguiente se disculp sin reserva.) Eran los soviticos quienes suponan 349
EL TRAUMA ALEMN
una amenaza, con sus planes para dominar el m u n d o . Asever que en unos pocos aos tal vez la KGB le hara a Israel exactamente lo mismo que le haban hecho a Ivn Demjanjuk, debido a la gran cantidad de inmigrantes rusos que residan en ese pas. Pero me dio la impresin de que se equivocaba: ni la KGB ni Estados Uni dos haban puesto a Demjanjuk en la difcil situacin en la que se encontraba. Haba sido l m i s m o . Por qu haba declarado, no en uno sin O en dos documentos oficiales, que haba vivido en Sobibor? El enigma segua sin poder ser descifrado treinta aos despus. Una y otra vez, los investigadores y los jueces le interrogaron acerca de esta cuestin. Sus Seorasdijocon cierto tono de desesperacin durante eljuicio celebrado en Israel, si realmente hubiera estado en aquel terrible lugar, sera tan estpido como para decirlo?. El fiscal israel Michael Shaked, eljurista que se dirigi con mayor elegantribunal, opinaba que la necesidad de indicar un lugar de residencia fuera de Rusia haba obligado a Demjanjuk a escoger un n o m b r e de entre los lugares que conoca, en caso de que, p o s t e r i o r m e n t e , en alguna ocasin le pregunta sen acerca de las respuestas que ofreci en el formulario. Puesto que solo conoca los n o m b r e s de Sobibor, Treblinka y algunas de las poblaciones cercanas, eli gi el menos malo de aquellos lugares, con la esperanza de que nadie sobrevi viera para poder identificarle. Demjanjuk reafirm dicha explicacin durante los interrogatorios previos al juicio. Shaked insisti en ese p u n t o : El s u p e r i n t e n d e n t e Russek le pregunt el 4 de abril de 1986 si estuvo alguna vez en uno de estos lugares: KOSSOWo Miedzyrze-Podleski. Usted respondi que prefera no contestar. Cuando volvi a hacerle la misma pregunta, usted dijo: "Sin comentarios; s dnde quiere usted ir a parar: a Treblinka". Lo que me gustara saber es cmo saba usted que Russek quera ir a parar a Treblinka. Profundamente r u b o r i z a d o , Demjanjuk dijo: No quera responder a esa pregunta. El juez intent ayudarle. Crea usted [ m i r a n d o al mapa] que el hecho de que esos dos lugares estuvieran cerca de Treblinka implicaba que se le estaba p r e s i o n a n d o para reconocer q u e estuvo en Treblinka?. Demjanjuk no se percat de la ayuda que le estaba siendo ofrecida. N o r e s p o n d i , no saba dnde estaban esos lugares. febrero de este ao, la argumentacin final de la acusacin fue inte r r u m p i d a por la defensa, que volvi a llamar a declarar a Eliyahu Rosenberg para preguntarle de nuevo por las declaraciones que realiz en 1945, cuando afirm que haba visto a un tal Gustav golpeando [a Ivn] con una pala hasta matarlo. Rosenberg admiti q u e aquella declaracin no era del todo cierta. Segn l, se dijeron y se hicieron muchas cosas motivadas por la euforia de haber so350
EL CASO DE JOHN D E M J .
quebrada
Demjanjuk
Rosenberg
en
Sus p r e g u n t a s durante la a r g u m e n t a c i n
a c u s a c i n , m u c h a s de ellas en
C u l era l a v e r s i n de la a c u s a c i n
r e s p e c t o 1 la vida de D e m j a n j uk d e s p u s otros
en
haban
P e r o a c a s o n o e r a c i e r t o , p r e g u n t e l j u e z L e v i n , q u e e l a c u s a d o p o d r a ha ber utilizado la tarjeta de i d e n t i f i c a c i n c o m o c o a r t a d a , t u v o en S o b i b o r y IlO en Confirmando algunos aos antes, cabeza como prueba d e q u e es
Treblillka?
el fiscal a l e m n Alfred Spiess ya hiciera D e b e n tener la usted recomen n o h a n to
la advertencia que
ciara
dijo
debera
cambiase
por supuesto,
todava
decisin
aadi
, p e r o de llegar a la c o n c l u s i n de q u e
la
tarjeta
nes.
un proble
ma, puesto
Demjanjuk final no
coartada. los
argumentacin
defender
que no es Demjanjuk; y, por ltimo, Ivan Demjanjuk. la a c u s a c i n era d e m o s t r a r q u e los tres eran
LIU s o l o h o m b r e :
E n t o n c e s , d u r a n t e el l t i m o da del j u i c i o ,
el tribunal le c o n c e d i a Sheftel
como
una
Sheftel dijo
que
dicha
declaracin de una
procedente
Unidos,
COBIO c o n s e c u e n c i a
351
TRAUMA
ALEMN
declaraciones, llegados al punto en que no era posible admitir ms argumentos, fue de hecho un gesto desesperado, que, obviamente, tena la finalidad de presentai un recurso de apelacin. Tras negar la autenticidad de la tarjeta de Trawniki durante todo el proceso judicial, la defensa ahora pareca dispuesta a aceptar que esta demostraba la presencia de Demjanjuk en Sobibor, tal como haba declara do Danilchenko, algo que tanto el equipo de la defensa como su cliente haban ne gado durante trece aos, en Estados Unidos y en Israel. Danilchenko haba declarado lo siguiente: Serv como guardia de las SS en el campo de concentracin [sic] de Sobibor, en Polonia, desde marzo de 1 9 4 3 hasta marzo o abril de 1944, no recuerdo exactamente el mes. El campo se en contraba cerca de una pequea estacin ferroviaria llamada Sobibor, que lindaba con un bosque, y fue destinado al asesinato de judos procedentes de la Unin Sovitica, Polonia, Holanda y otras naciones ocupadas por los nazis. Haba una compaa de ciento veinte guardias de las SS [personal auxiliar] en el campo. Se crearon cuatro secciones de aproximadamente treinta hombres cada una, en funcin de la estatura. Los guardias cuya estatura s u p e r b a l o s 180 cm fueron destinados a la primera seccin. Entonces yo meda 184 cm. De los dems guardias que integraban la primera seccin, recuerdo a Ivn Ivchenko, nuestro cocinero, y a Ivn Demjanjuk. Demjanjllky yo fuimos enviados a la ciudad de Hosseilbui'g, en Alemania, donde nuestro cometido consisti en vigilar una fbrica aeronutica y un campo de concentracin para prisioneros polticos. A finales del otoo de 1944, en octubre o noviembre, Demjanjuk y yo [entre otros guardias] fuimos enviados a Ratisbona para escoltar a doscien tos prisioneros polticos. Hasta abril de 1945, vigilamos a los prisioneros de ese campo, [hasta que] debido a que el frente estaba cada vez ms cerca, el campo fue evacuado y los prisioneros fueron obligados a caminar hasta N u r e m b e r g . Yo escap durante la marcha [y] le propuse a Demjanjuk que escapara conmi go, pero l se neg. Desde entonces no he vuelto a ver a Demjanjuk, por lo que ignoro qu fue de l. Quedaba la posibilidad de que Demjanjuk fuera Ivn; que hubiera trabajado en Treblinka desde el verano de 1942 hasta febrero de 1 9 4 3 , el perodo en el que las cmaras de gas funcionaron con mayor intensidad, y que hubiese sido trasladado a Sobibor en marzo, cuando la actividad en Treblinka sufri una interrupcin de dos meses. Sin embargo, de ser eso cierto, pareca harto im probable, segn mi propia opinin y la de m u c h o s otros, que su principal destino no hubiera quedado registrado en la tarjeta de identificacin de Trawniki. La Agencia alemana para el procesamiento de criminales nazis, ubicada en Ludhaba confirmado que la tarjeta de identificacin de Trawniki era casi con toda seguridad autntica; haban tenido en sus manos cientos de ellas. Pero nunca haban visto ninguna que no mencionase el principal destino de un guardia. Los jueces decidieron ignorar esa posibilidad, as como las declaraciones
das
Aunque
los tres j u e c e s
broso equilibrio
del q u e h a b a n h e c h o
alarde hacia
a m b a s p a r t e s e n e l t r a n s c u r s o d e ese p r o c e s o difcil y e s t r e m e c e d o r , e l v e r e d i c t o de culpabilidad pareca presentar errores ban ignorado por completo el trgicos. Incomprensiblemente, ha
e l l o s , e n s u t o t a l i d a d s u b o f i c i a l e s a l e m a n e s d e las S S , as c o m o c i n c o a u x i l i a r e s u c r a n i a n o s d e las bre de SS, e n t r e ellos Ivn, haban sido transferidos en septiem
1943 a Trieste, d o n d e trabajaron p r i m e r o en el c a m p o de concentracin de San Sabba y, posteriormente, tambin participaron e n las operaciones
para judos
s e g n la c u a l D e m j a n j u k se e n c o n t r a b a en
Flossenburg
p o r la m i s m a
p o c a . Y, lo que es an peor, el veredicto indicaba de forma explcita que D e m janjuk, a q u i e n se c o n s i d e r a b a q u e era Ivn el T e r r i b l e , nido bllnka poder que salvar todos los das la distancia d u r a n t e 1 9 4 3 h a b a te Sobibor y Trepara
eteras
campos.
FEBRERO
DE
2000
Yo tena la
Estaba
segura de que la verdad solo podra averiguarse en Rusia, a travs de D a n i l c h e n k o y las a u t o r i d a d e s j u d i c i a l e s d e KlCV y M o s c . Por suerte, m i e n t r a s el r e c u r s o
Brown,
un
d e la r e so-
mi y
propuesta editor de
de
escribir
artculo
Vladislav
Starkov,
el
fundador
Argumenl
Fakti)in
semanario
r e l a t i v a m e n t e liberal q u e bajo
de m a y o r distribucin en el m u n d o .
tores habituales y, a u n q u e ahora su tirada se ha visto reducida, sigue siendo tan sana y polticamente Haba decidido Independiente q u e ira a como
siempre.)
en M o s c . Mers-
A n t e s d e salir d e L o n d r e s m e
dirig al a y u d a n t e de Starkov, A l e x a n d e r
vida y, en ese caso, si segua v i v i e n d o en T o b o l s k . La r e s p u e s t a lleg j u s t o el da antes de mi partida: el distribuidor d e Argumenl all i Fakti e n Tobolsk haba con
firmado
que Danilchenko
segua viviendo
(la j u n t a d e r a c i o n a m i e n t o l o c a l
353
EL T R A U M A ALEMN
Starkov, al cual por supuesto le haba explicado toda la historia, se sinti a la vez fascinado y desconcertado por mi determinacin de viajar miles de kil metros para llegar a la helada Siberia en enero, con la intencin de ayudar a un h o m b r e Ojlie cuarenta y ocho aos antes haba asesinado a j u d o s en Polonia. Por qu, me pregunt, me tomaba tantas molestias por aquel h o m b r e juzgado en Israel que, con independencia del hecho de que hubiera estado o no en Treblinka, sin duda haba sido un hombre perverso. Es tan solo un hombreproMe resulta imposible entenderles, a ustedes, los occidentales, continua mente obsesionados por el exterminio de los judos por parte de los nazis. Sin embargo, nadie escribe sobre los treinta millones de rusos que fueron asesina dos primero por Stalin y luego por Hitler. Con todo (por supuesto, esa es la razn de la calidad de esta publicacin), se mostr abierto ante mi argumento de que el hecho de asegurar que se hicie ra justicia a un h o m b r e , al margen de los cargos que se le i m p u t a r a n , era la nica manera de garantizar que hubiera justicia para todos. Desde el punto de vista periodstico, estaba de acuerdo conmigo en que mis pesquisas daran con toda seguridad lugar a una historia. As que decidi enviar tambin a uno de sus reporteros y a un fotgrafo, que me acompaaran en mi viaje a Siberia, con que, por un lado, pudo ayudarme, y por otro, escribir sobre nosotros, los locos occidentales.
MAYO
DE
1990
Olga Petrovna tiene sesenta y dos aos de edad. Es una mujer m e n u d a (de a p r o x i m a d a m e n t e metro y medio de estatura) y con p r o b l e m a s de peso; sus piernas, t r e m e n d a m e n t e h i n c h a d a s , estn p e r m a n e n t e m e n t e envueltas en gruesas medias de lana, incluso c u a n d o est en casa. Vive sola en un apar t a m e n t o de dos habitaciones en Tobolsk, en el primer piso de uno de aque llos e n o r m e s bloques de h o r m i g n que han invadido todas las ciudades so viticas. Olga Petrovna lleg a Siberia en 1955, cuando tena veintisiete aos, proce dente de Lesakovka, su ciudad natal, situada en los Urales. Era la poca de la campaa de movilidad de Jruschov, cuando millones de personas se vieron obligadas a trasladar su lugar de residencia por toda la Unin Sovitica. Me asignaron el puesto de jefa de estacin auxiliaren el apeadero n. 58, me dijo. Esta pequea estacin ferroviaria se encontraba en las proximidades de uno de aquellos campos ms c o m n m e n t e conocidos con el n o m b r e de gulags, en el que los prisioneros, hombres y mujeres, cumph'an largas condenas. Se llamaba Terejty, nos explic. A los pocos das, antes de que pudiera entender nada acerca de semejante lugar, Olga, una joven hermosa y delgada, conoci al hom bre de sus sueos.
354
Era u n h o m b r e alto,
rubio,
con una
que i n m e d i a t a m e n t e le ofreci u n a
buena
de tela gruesa. Le p a r e -
Q u CUTIOSOFIOS d i j o r i e n d o a l r e c o r d a r s u p r o p i a i n g e n u i -
de Ignat Terentyevich
Danilchenko, quien
en 1949, en
un juicio
celebrado en su repblica natal, Ucrania, haba sido c o n d e n a d o a veinticinco aos de trabajos f o r z o s o s en S i b e r i a como veremos ms adelante). a as (no a m u e r t e , lo cual es b a s t a n t e significativo,
C u a n d o D a n i l c h e n k o a b a n d o n la escuela y fue r e c l u t a d o por el Ejrcito la edad de diecisiete aos, ya contaba con un d i p l o m a d e cra d e a n i m a l e s ,
q u e se le a s i g n la m i s i n de c u i d a r los caballos del Ejrcito. A p r i n c i p i o s de 1 9 4 2 fue h e r i d o e n la f a m o s a Batalla d e K e r c h y , tientes, fue h e c h o prisionero por los
junto
c o n o t r o s c u a r e n t a mil c o m b a al infame c a m p o de
alemanes y enviado
R o v n o , situado en la r e g i n occidental de Ucrania. Pero D a n i l c h e n k o , a pesar de la dieta de h a m b r e , q u e , tal c o m o Olga la d e s c r i b e , consista en u n n i c o pla to de s o p a r e p u g n a n t e al d a , y del a g o t a d o r t r a b a j o c a v a n d o z a n j a s de sol a sol, c o n s i g u i r e c u p e r a r s e d e su l supo) y un compaero del
herida.
Ejrcito campo
decidieron
escapar de aquel
atroz. porque
atencinanunci,
historia de Ignat.
este
Consiguieron
escapar,
les
llevaron a
unjterrible
perros;
torturados
por
despus
les recltltaron
para trabajar
de la g u e r r a .
E s e fue s u r e l a t o ,
que D a n i l c h e n k o 1c haba
terminprosigue,
la regin d o n d e
se
encontraban
d o m i n i o e s t a d o u n i d e n s e ; los
regresar a su hogar, y c u a n d o
veterinario.
En
1949,
Le c o n t p o r q u h a b a sido rostro
se
segua reflejando
el a m o r
procesado?, que h a b a
355
aquel
Ignat, t a n
EL TRAUMA ALEMN
alto y con una buena cara, nos recit el cuento de hadas que este le haba explicado. 4c lo explic todo. Ver, en su trabajo deba emitir certificados sobre el es tado de salud de los animales; ya sabe a lo que me refiero, certificar que las va cas son a p t a s para ser o r d e a d a s , o que los cerdos y O t r o s animales pueden sacri ficarse con el fin de obtener su carne. En una ocasin en la que haba escasez de forraje, dio su autorizacin p a r a que trescientas Ovejas pastaran en los cam pos, con tan mala suerte que todas murieron. As que fue juzgado y condena do a veinticinco aos en Siberia por sabotaje.
Por supuesto, habamos ido hasta all para ver al propio D a n i l c h e n k o . Pero cuando algunos das ms tarde llamamos a la puerta de aquel tercer piso, resul t evidente que las fuentes oficiales a las que mis amigos de Mosc se haban dirigido, como sucede tan a m e n u d o en la burocracia sovitica, se haban equiDanilchenko estaba m u e r t o . Haba sido Olga Petrovna quien haba seguido recogiendo su racin de azcar. Haba fallecido en diciembre de 1985; Olga nos ense una fotografa del funeral, en la que poda verse a su familia de pie, al lado del fretro. Le pregunt si no crea que veinticinco aos era una condena demasiado larga por haber tomado una decisin inadecuada en relacin con un rebao de ovejas. Por primera vez, Olga Petrovna, quien hasta entonces pareca sentirse reconfortada al hablar del pasado, contest con evasivas. Fue como si supiera que se estaba acercando el m o m e n t o de la verdad, que tambin ansiaba y que, sin embargo, pareca querer aplazar todava unos m i n u t o s . Todos los prisioeros de Terejty haban sido condenados a veinticinco aosdijo-. La mayora de ellos simplemente por haber sido prisioneros de los alemanes. A Ignat no le gustaba hablar de ello; siempre crey que haba sufrido para nada. Me pareci percibir que quedaba algo pendiente. Le dije que me gustara hacerle una pregunta muy personal, y que esperaba que me perdonase por la intromisin. Asinti con la cabeza y me mir con atencin. Usted y su marido se queran mucho?. La sonrisa que haba m a n t e n i d o o b s t i n a d a m e n t e en su rostro desapareci. No lo sempez a hablar lentamente. Hasta 1975 mi marido fue un buen h o m b r e . Entonces vivamos en mi ciudad natal, Lesakovka; tenamos un bo a p a r t a m e n t o , una pequea dacha; l tena un buen trabajo en una fbrica. Pero entonces mi hijo fue a Tobolsk a estudiar y yo opinaba que no debamos dejarle solo. Le propuse que viniramos todos aqu. T a m b n e s un buen lugar para vivir, con buenas escuelas. Pero l no quera ir. Me dijo: "Ve t, yo me quedo aqu, con Tmara" (nuestra hija de quince aos). As que yo me fui, y no mucho despus vino l, para devolverme a Tmara.
356
EL CASO
DE JOHN D E M J A N J U K
Se puso de pie, con gran dificultad, y abri un cajn del que sac un pequeo y delgado envoltorio de papel. Se sent, lo abri y nos mostr, casi con veneracin, el pequeo montn de pedazos de papel que contena en su interior. Este era nuestro certificado de matrimoniodijo. El lo rompi y me dijo: "Ya no estamos casados". Despus de eso regres a Lesakovka, solo, le dijo a todo el m u n d o que yo haba muerto y se cas con otra mujer. No pas mucho tiempo antes de que se divorciara de ella para volver a casarse. Durante diez aos, de 1975 a 1985, se cas (o convivi) con otras tres mujeres. Durante nuestra conversacin haba percibido que me ocultaba algo, algo que quera o necesitaba saber, pero que no se atreva a preguntar. Le gustara saber la verdad acerca de su marido?le p r e g u n t final mente. Sdijotras un prolongado silencio. Empec a tener curiosidad cuan do le retiraron su tarjeta de veterano de guerra, en 1974, creo que fue. haba p r e g u n t a d o por qu razn? dijo que se trataba simplemente de una confusin. Que le entregaran una nueva, que a partir de entonces tendra que ir r e n o v a n d o . Incluso despus de haberse casado con esas otras mujeres, segua volviendo a casa cuando te na problemas de salud (estaba delicado de los p u l m o n e s ) , para que le cuidsernos. Entonces le llamaron de Tyumen en 1979> donde estuvo tres das. Pues bien, a su regreso me dijo que un abogado le haba informado de que su conde na quedara anulada, y su honor, restablecido. crey? mis sospechas y me senta culpable por sentirme as. A principios los aos ochenta (no recuerdo exactamente en qu ao), fue llamado de nuevo a T y u m e n , esta vez solo por un da. Me dijo que haban organizado un careo con aquel h o m b r e , ya sabe, su antiguo c o m p a e r o del Ejrcito. Le indica ron clue no deba hablar sobre ello con nadie, as que hasta hoy yo t a m p o c o he hablado nunca de ello. Entonces, en 1985, vinieron dos h o m b r e s de la KGB para hablar con l. Haba regresado a Lesakovka, pero yo les dije que desconoca su paradero. Me p r e g u n t a r o n qu me haba explicado l sobre sus actividades durante la guerra, a lo que yo respond con la historia que l me haba contado. A la hora de partir, me dijeron: Nunca hable de l, ni siquiera piense en l, como si fuera un veterano de guerra. As pues, ella realmente saba (acaso no era as?, le pregunt) que su marido le haba mentido durante todo el tiempo que haban compartido sus vidas. Asinti. Estaba segura? De nuevo asinti y apoy brevemente su mano sobre la ma. Le gustara saber ms? Volvi a asentir con la cabeza. Haba odo en algu na ocasin ei n o m b r e de Ivn Demjanjuk? Respondi que su hija Tmara tena un cuaderno en el que aparecan los nombres de dos personas. Creo, aunque no puedo estar absolutamente segura, que ese era uno de los dos n o m b r e s . Podra ir y visitar a Tmara en Surgut.
357
Le inform de que el 21 de noviembre de 1979> Tyumen, su marido haba declarado ante la fiscal Kolesnikova que l y Demjanjuk haban estado juntos en un lugar llamado Sobibor, en Polonia. Nunca m e n c i o n ese lugar, estoy segura, mostr la copia en ingls de la declaracin de Danilchenko y, con la ayu da de mi joven colega ruso, que se ofreci como traductor, p u d i m o s leerle los tres prrafos ms relevantes. Olga Petrovna se cubri la cara con ambas manos y lentamente empez a mecerse hacia adelante y hacia atrs. En la estancia se hizo el silencio durante un largo rato. Se destap el rostro, ahora baado en lgrimas. Le dije que senta mucho ha berle causado tristeza. No, gracias por decirme la verdad. Me alegro mucho de que por fin haya salido a la luz, y dicho esto continu sollozando como si no pu diera parar. Intent consolarla. Ya sabe, dije, eran h o m b r e s muy j v e n e s ; se encontraen un terrible campo de prisioneros en el que vean c o n t i n u a m e n t e morir a sus camaradas. As que, cuando los alemanes les ofrecieron la o p o r t u n i d a d de sobrevivir (buena comida, buen sueldo, uniformes calientes de tela gruesa y raciones adicionales para sus hambrientas familias), la aprovecharon. No creo que supieran que haban sido reclutados para asesinar a j u d o s hasta el m o m e n t o en que llegaron al campo de e n t r e n a m i e n t o de las SS. Les dijeron que seran auxiliares de polica, y aceptaron porque queran salvar la vida. La gente honestadijo entre sollozos, con un tono de dureza en su V O Z no intent salvar sus vidas por encima de todo lo dems. Uno de mis tos fue q u e m a d o vivo por los nazis. Otro estaba en la resistencia: le tuvieron colgado durante tres das, antes de morir. Otros dos parientes mos m u r i e r o n lu chando contra los alemanes y ahora resulta que... mi marido haba participaen todo ello. Ms tarde, cuando nos despedimos, me dijo que intentara encontrar el cua derno en el que crea haber visto el n o m b r e de Demjanjuk. S, comprenda: si Demjanjuk estuvo con su marido en Sobibor y p o s t e r i o r m e n t e en Alemania, no poda tratarse del Ivn que haba estado en Treblinka y p o s t e r i o r m e n t e en Trieste.
e n
FEBRERO
DE
2000
La historia que Danilchenko le cont a su esposa en el contexto de las declara ciones que hizo ante la fiscal, j u n t o con todo lo que sabemos sobre el pasado de Demjanjuk, arroja alguna luz sobre lo que sucedi realmente. Ambos fueron prisioneros en Rovno a principios de 1 9 4 2 , donde fueron se leccionados para realizar un entrenamiento en Trawniki durante el verano de ese ao. En marzo de 1943 ambos trabajaban como guardias en Sobibor (el terrible
358
campo de prisioneros d o n d e se les torturaba con perros, de acuerdo con la historia que l mismo le haba explicado a Olga: Sobibor era el lugar donde el desalmado Kurt Franz, quien tambin fue c o m a n d a n t e durante algn tiempo all, haba entrenado a su perro Bari para que atacase a los prisioneros en los geEn este punto les perdemos la pista durante algunos meses, que nica mente pueden adivinarse en parte por una entrada en su tarjeta de identificacin de Trawniki, donde consta que el 22 de septiembre de 1942 fueron destinados a Okszw, y cuya misin all con toda probabilidad finaliz en cuanto lleg el invierno. La declaracin de Danilcherilco segn la cual estuvieron en Sobibor hasta marzo o abril de 1944, por otra parte, obviamente es falsa, porque el campo fue destruido en noviembre de 1 9 4 3 . Su afirmacin de que fueron a Flossenburg y p e r m a n e c i e r o n en el sur de Alemania hasta el final de la guerra, por el contrario, coincide con las declaracio nes (realizadas varios decenios despus) de los dos oficiales de las SS, segn las cuales Ivn de Treblinka pas esa misma poca en Trieste, Italia. Esa es la prue ba c o n t u n d e n t e de que Demjanjuk no poda haber sido aquel vfl. Supuesta mente, el relato que Danilchenko le cont a su esposa sobre el amigo que in tent reclutarlo como espa norteamericano, era una historia que ya haba utilizado por primera vez en 1947 durante el juicio al que fue sometido. El he cho de haber desdeado tal oferta como prueba de lealtad a su patria, que en aquellas circunstancias era un acto de valor y de fe, puede que le salvase la vida, y podra haberle puesto en condiciones de ser candidato a lina amnista algunos aos despus. Adems, poda acusar alegremente a su amigo de ser un espa nor teamericano sin miedo a traicionarle, puesto que Demjanjuk en aquella poca ya estaba a salvo en Occidente.
A mi regreso a Mosc, Natalia Kolesnikova, la fiscal jefe y asesora judicial que haba interrogado a Danilchenko en 1 9 7 9 y 1982, me coment que, aunque no poda recordar los detalles de aquella declaracin, s recordaba claramente que haba tenido la certeza de que haba dicho la verdad sobre su relacin con Demjanjuk. No tenamos ningn inters en Demjanjuk, y el caso de Danilchenko t a m b i n estaba ya cerrado para nosotrosdijo. Haba sido declarado culpable y haba cumplido su condena. nicamente le interrogamos como corte sa hacia los abogados norteamericanos que deseaban saber ms acerca de su conexin con Demjanjuk y con Sobibor. Era posible que hubiera m e n t i d o ? Se le avis sobre el duro castigo que podra recibir si se descubra que no haba dicho la verdad, al igual que a los cuatro h o m b r e s que fueron interrogados por otros abogados en Ucra nia(de acuerdo con los archivos de la Oficina para Investigaciones Espe ciales, tres de ellos identificaron a Demjanjuk, entre los cuales se encontraba Ivchenko, el "cocinero", que haba trabajado con Demjanjuk y Danilchenko
359
liL.
TRAUMA
ALEMN
en Sobibor). Por supuesto, casi no cabe duda de que todos aquellos hom bres haban hecho cosas peores de lo que podan llegar a admitir, e intentaron protegerse, en ocasiones acusando a los dems para reducir la amenaza que se cerna sobre ellos. No saba nada de mi conversacin con Olga Petrovna, pero aadi que, cuando entrevist a Danilchenko, le pareci interesante el hecho de que, de for ma voluntaria, hubiese declarado que no les haba contado nada a su esposa ni a su familia sobre su verdadero pasado. tarde, cuando necesitamos hablar de nuevo con l, tuvimos esto en cuenta y, en lugar de ir a Tobolsk, como bien podra haber sido, solicitamos otra vez su comparecencia en Tyumen: no tenamos ningn motivo para hacer Sufrir
a su f a m i l i a .
No saba si Danilchenko haba mencionado por su nombre a Demjanjuk en el juicio original, o si era posible que un intruso hubiera tenido acceso a los ar chivos que hacan referencia a ese proceso judicial (algo que respaldara el argu mento de la conspiracin sovitica de una vez por todas). Cuando pregunt por qu no se haba permitido a los estadounidenses entrevistarse personal mente con Danilchenko, respondi que esa haba sido una decisin d e l Go bierno. No saba t a m p o c o por qu Danilchenko haba sido condenado a vein ticinco aos en lugar de ser ejecutado, ni por qu haba sido puesto en libertad tras haber cumplido solamente ocho aos de la condena: Esas son decisiones de los tribunales, y los tribunales saban lo que se hacan. Esto era aplicable tambin al tribunal israel. No poda entender por qu una periodista britnica se tomaba tantas molestias por Danilchenko. El jui cio israel lia finalizado. Vi parte de l en televisin, y pens que los testigos e r a n convincentes. Los abogados (pensaba ella, equivocadamente) c u e n t a n con toda la informacin de la Unin Sovitica. La decisin est ahora en manos de los solo los abogados pueden comprender estos asuntos, no los perio distas. Durante los dos aos posteriores a mi viaje a Siberia, el recurso de apelacin de Demjanjuk sufri continuos aplazamientos. El primero fue consecuencia de un acontecimiento que tuvo lugar el 29 de n o v i e m b r e de 1988, una semana antes de la fecha para la que estaba prevista la apelacin: Dov Eitan, un aboga do con mucha experiencia y felizmente casado, que haba sido contratado por Yoram Sheftel para que le ayudase en la vista, salt desde la ventana de un d e cimoquinto piso del vestbulo de un hotel situado en el centro de Jerusaln. Fue imposible esclarecer el enigma de este presunto suicidio, pero el tribunal decidi posponer la apelacin otros seis meses. Dos das ms tarde, el 1 de di ciembre, durante el funeral de Eitan, un perturbado lanz cido a la cara de Yoram Sheftel, lo cual, de no haber sido por Ulia complicada operacin realizada en Boston algunos meses d e s p u s , podra haberle costado perder la visin en el ojo izquierdo.
360
EL CASO DE JOHN D E M J A N J U K
d e los a p l a z a m i e n
ser p r o v i d e n c i a l e s p a r a como el f i s c a l M i -
Demjanjuk. D u r a n t e l o s d o s a o s s i g u i e n t e s , t a n t o S h e f t e l chael S h a k e d v i a j a r o n p o r t o d a R u s i a y e n c o n t r a r o n , en l o s
ban formado p a r t e del personal auxiliar d e las SS
a r c h i v o s de distin-
tos tribunales, nuevas declaraciones de veintin c i u d a d a n o s soviticos que had u r a n t e la guerra y haban
Sheftel
norteamericana,
m e n t o de Justicia e s t a d o u n i d e n s e en agosto
e n v i a d a s a Israel, lo cual era b a s t a n t e significativo. Estas pruebas identificaban a un h o m b r e que no era D e m j a n j u k c o m o de gas de Treblinka. d e la de el Su
que trabaj y su
Maichenko
fotografa tena el
distinta y era
Demde
porque
Marchenko
pelo
castao
muy ancho
hombros,
mientras
a p a r e c a in
cluida en otro
conjunto
llegaron a m a n o s de la OSI en
cam
con
federales
sede en
Cblenza,
la d o c u m e n t a c i n d e las o f i c i n a s del c a m p o d e F l o S S e n b u r g , ( c u a n d o S o b i b o r dej de existir): listas de t u r n o s , de de distribucin ucranianos nmero. [sic] figuran de (por W. armas; en todas
c o n s t a b a n los de alemanes),
supuesto,
tamAl
seguido
por
un
[WachtnangWLXa m b a s listas.
dia') Demianjuk
identificacin de del
y W.
Daniltschenko 1.939,
en
n o m b r e de D e m j a n j u k sigue el n m e r o centro de
entrenamiento
de
exactamente
Danilchenko
do en 1949 y de n u e v o en 1 9 7 9 , D e m j a n j u k haba servido en Sobibor y en Flossenburg. Cuando ya haban pasado cuatro aos desde que
Demjanjuk
fuera
con
d e n a d o a m u e r t e , el 1 de j u n i o de 1 9 9 2 , los cinco p r i n c i p a l e s j u e c e s israeles se r e u n i e r o n en el q u e fuera el n o v e n o perbamos Legalmente acusado que fuera el ltimo, d a d e l r e c u r s o d e a p e l a c i n , q u e t o d o s es vez con todos esos documentos ante s. un
esta
(algo c o m n a la m a y o r a de los t r i b u n a l e s de t o d o el m u n d o ) ,
Ivn
era otro h o m b r e ,
identifi-
361
EL
* UMA ALEMN
cado claramente por ms de una docena de testigos en vistas formales celebradas ante un tribunal, y que, por lo tanto, la acusacin contra Demjanjuk era falsa. El problema consista, pues, en que los israeles no podan permitir que fuera decla rado inocente. Las autoridades estadounidenses, tras las investigaciones reali zadas por el Departamento de Justicia, haban anunciado que Demjanjuk, de ser absuelto en Israel, era libre para regresar a su hogar en Cleveland (tambin haba sido invitado a volver a Ucrania). Pocas dudas caben de que, de haberse celebrado este juicio en Alemania, Gran Bretaa o cualquier otro pas del m u n d o occidental (o, por supuesto, en un tribunal internacional), el caso se hubiera dado por concluido. Pero se trataba de Israel, y la opinin pblica se encontraba dividida en un desesperado dilema emo cional, puesto que el hecho de absolver a Demjanjuk no solo equivala a reco nocer que el tribunal ms i m p o r t a n t e del pas estaba llamando embusteros a los supervivientes, sino que, adems, significaba que Demjanjuk nunca ms po dra ser citado para que respondiese de su incuestionable presencia en Sobibor y en Flossenburg. Esa fue la causa de que el caso se prolongara d u r a n t e meses. Algunos in dividuos y grupos de p e r s o n a s i n t e n t a r o n retrasar la absolucin de Demjanjuk, que la mayor parte de n o s o t r o s c o n s i d e r b a m o s entonces inevita ble, b u s c a n d o una laguna legal que p e r m i t i e r a j u z g a r l e por otros crmenes; p r e s e n t a r o n cargos contra Demjanjuk en otros tribunales, que el tribunal de apelacin tuvo que considerar y desestimar. No fue posible encontrar a nin gn superviviente de Sobibor que pudiera describir alguno de los presuntos crmenes que podra haber c o m e t i d o . En relacin con Flossenburg no se b u s supervivientes. Finalmente, el 23 de septiembre de 1993, tras haber pasa do siete aOSy medio encarcelado en Israel, Demjanjuk fue puesto en libertad, y a l a una de la m a d r u g a d a t o m lili avin de las aerolneas El Al con destino a Nueva York. Su absolucin, evidentemente, no poda cuestionarse. Fueran cuales fuesen los crmenes de los cuales Demjanjuk pudiera ser culpable, no se trataba de Ivn el Terrible, de Treblinka. Asimismo, parece obvio que, por muy admirable que fuera el c o m p o r t a m i e n t o del pueblo israel a lo largo de lodo el proceso, y a pesar del malogrado veredicto, Demjanjuk no debera haber sido j u z g a d o all. Es esta una leccin para todos nosotros, de incalculable valor para el futu ro: nadie que haya sido acusado de crmenes de guerra o de lesa h u m a n i d a d de bera, bajo n i n g n concepto, ser juzgado por sus vctimas. En los casos en los que un h o m b r e o una mujer son acusados de haber cometido terribles crme nes contra otros seres h u m a n o s , es e x t r e m a d a m e n t e difcil conseguir que la acusacin, la defensa o los jueces sean imparciales (lo mismo es aplicable a los informantes de tales casos, con independencia de si hacen referencia a aconte cimientos que han hecho estremecerse al m u n d o entero o a personas que en su vida diaria hayan abusado de los dems, adultos o nios, o les hayan tratado con
362
crueldad). A las vctimas de semejantes crmenes, o posteriormente a sus fami liares, les resulta imposible ser objetivos. No obstante, al margen de la complejidad de este caso, de las dificultades psi colgicas de las autoridades judiciales estadounidenses o los fallos de memoria de los supervivientes, no p o d e m o s dejar de insistir en que el problema clave de este caso siempre fue el propio Demjanjuk. En abril de 1988, cuando el tribunal de distrito israel le conden a la horca, llevaba viviendo rodeado de mentiras cuarenta y tres aos. Haba mentido sobre sus actividades durante la guerra para conseguir entrar en Estados Unidos; haba mentido a sus hijos y a su parroquia; y tambin haba mentido en dos juicios. No es mi intencin menospreciar las tremendas dificultades por las que debi de pasar el joven campesino ucraniano de veintids aos que era Demjanj u k cuando fue hecho prisionero por los alemanes a principios de 1942. Aquel invierno, cientos de miles de rusos murieron de h a m b r e y de fro en los espan tosos c a m p o s de prisioneros alemanes ubicados en las zonas conquistadas de la Unin Sovitica, y de sed y enfermedades durante el verano que sigui, el ms clido que se recuerda. Cuntos jvenes como Demjanjuk habran rechazado la propuesta de los alemanes, quienes les ofrecan seguir con vida en lu gar de morir? Demjanjuk es sin duda uno de tantos que han vivido instalados en la menti ra desde mayo de 1945. Hemos visto casos similares, no solo en la Alemania de la posguerra, o posteriormente en frica de forma repetida durante los ltimos treinta aos, sino tambin en los Balcanes, en los aos noventa. Incluso, otro ejemplo que podemos sentir como ms prximo, por nuestra forma de vida y nuestra perspectiva de la tica, es el caso de Estados Unidos como consecuencia de y el de Gran Bretaa tras la Guerra del Golfo. Y s, es cierto que podemos entender las mentiras, el rechazo, el bloqueo de la memoria. Pero es importante dejar claro, por el presente, el pasado y el futuro, en el que sin duda otros hom bres sentirn la tentacin de tolerar, sancionar, tomar parte o cometer crmenes similares, que, en contra de lo que se pueda creer, entender no significa aprobar una conducta ni tampoco perdonar. Sin embargo, aunque los crmenes nazis son y deben seguir siendo parte de la historia, se debe poner fin de una vez por todas a este tipo de procesos judicia les. Los presuntos criminales, los supervivientes y os testigos son ya demasiado ancianos, hombres y mujeres octogenarios; la memoria empieza a flaqueary las pruebas no son fiables. Las acciones judiciales no son seguras. I.OS supervivien tes de ese terrible perodo llevan grabado en su alma un dolor que ninguno de nosotros puede imaginar; tanto ellos como sus hijos, que inevitablemente se han visto obligados a compartir ese sufrimiento, tienen derecho a liberarse de l, a descansar, No obstante, si alguna enseanza podemos extraer de un caso similar, es que los crmenes contra la h u m a n i d a d , tanto si afectan a un colectivo como a una
363
EL TRAUMA ALEMN
persona, no deben seguir siendo tolerados. I n d u d a b l e m e n t e , pensar que dejarn de producirse guerras es una utopa. Pero es c o m p l e t a m e n t e racional que la c o m u n i d a d mundial civilizada determine que cualquier h o m b r e o mujer que (al margen de las estrictas restricciones de una situacin de guerra formal, ya sea por haber recibido rdenes o por su propia y libre voluntad, por motivos de raza, religin, ideologa o venganza) abuse, hiera o atente contra otro ser hu mano, ya se trate de lili adulto o de un nio, ser juzgado de forma pertinente por un tribunal internacional.
364
EL
LTIMO
TESTIGO
DE
HITLER
SEPTIEMBRE
DE
2000
Tl'audl Juilge
es u n a m u j e r d e l g a d a ,
elegante,
de cabellos
b l a n c o s p e r o piel suave, y b a s t a n t e h e r m o s a .
nar fcilmente el aspecto que deba de tener a la edad de veintids aos ces su n o m b r e t o d a v a era c i e m b r e de jvenes 1942,
Gertraud Ilumps),
de u n a lista de c a n d l d a t a s
Hitler l a e s c o g i , e n preseleccionadas e n t r e c i e n t o s
cuando
aspirantes,
193^~^945
(el s e g u n d o
v o l u m e n d e l a b i o g r a f a d e lan K e r s h a w s o b r e e l d i c t a d o r a l e m n )
militaresdijo,
de enero de 1943
Su c a s o es d i f e r e n t e , tal v e z p o r q u e p e r t e n e c e a o t r a g e n e r a c i n . La f o r m a en q u e trata la " a m e n a z a roja" y seala lo q u e haba r e p r e s e n t a d o p a r a n o s o t r o s en sus c o m i e n z o s , y c m o defienda o nos justifique h izo u s o de ella, es s o r p r e n d e n t e . No es q u e n o s de algn modo, pero s parece entender, mejor que
o t r o s q u e t a m b i n l o h a n i n t e n t a d o , c m o p u d o a f e c t a r t o d o ello a l p u e b l o ale mn. lo Los alemanes, por supuesto, los no llegaron y los a sentirse tan rusos, pero oprimidos como psicolgicamente fin,
estaran
posteriormente
polacos Su
sabemos ahora pero no p o d a m o s saber entonces, conseguir una Europa unida p a r a una r a z a
seleccionada,
alemn. a
to la
motivo aos,
biografa
de Hitler
cuyo
EL TRAUMA ALEMN
Es una de las ltimas supervivientes del crculo ntimo de Hitler, por lo que ya no es capaz de recordar m u c h o s de los detalles de los dos aos y medio que trabaj para l. De todos m o d o s , los acontecimientos de aquella poca ahora son conocidos por todos. Lo nico que [...] bueno [...] que tal vez yo pueda todava aportar es mi percepcin del aura que le rodeaba, del h o m b r e tan distinto que yo conoc [...]No es dada a las exageraciones, y por un m o los dos h o m b r e s que habitaban en l. mento Frau Junge y yo no ramos dos desconocidas. Durante los ltimos cincuen ta aos, todos los historiadores y periodistas que han escrito sobre el Tercer Reich, entre los que me incluyo, han intentado entrevistarse con ella para preguntar le acerca de las personas que formaban parte de ese restringido crculo, y sobre el propio Hitler, a quien lleg a conocer desde una perspectiva tan diferente. fue amable con ella, y le demostr su preocupacin por su bienes tar; como ella misma dice, era muy paternal. Sigue sin agradarle hablar acerca de aquellos sentimientos. Hace que la gente se sienta incmodadice. No lo entienden, y cmo podran? Pero yo no puedo renegar, y no lo har, de mis sentimientos hacia l. De forma similar a lo que le sucedi a Albert Speer (a quien respeta y con quien simpatiz despus de que este saliera de la crcel de Spandau, al contra rio que la mayora de los integrantes del crculo de Hitler, quienes, leales a l hasta su muerte, le consideran un traidor y, por tanto, le han rechazado), ella tambin pas por un largo perodo de reflexin y profunda desilusin tras la guerra, e incluso hoy en da sigue e x p e r i m e n t a n d o m o m e n t o s de depresin. Est convencida de que Hitler tena bsicamente dos personalidades distintas, de las cuales ella y las damas de su crculo ntimo (su amante y la que fuera su esposa durante solamente veinticuatro horas, Eva Braun; sus cuatro secretarias; la esposa de su mdico personal, Annie Brandt; la esposa de su asesor militar predilecto, M a r i a v o n Below; y la esposa de Albert Speer, Margret) solo vie ron la cara h u m a n a y con frecuencia encantadora. Nunca p u d i m o s verle como el estadista que era; no asistimos a ninguno de sus discursos. nicamente nos convocaba cuando quera dictarnos algo, y en. aquellas ocasiones se mostraba tan considerado con nosotras como en pri vado. Nuestros despachos, situados en la cancillera del Reich y en los bnkers, no se encontraban en la zona por la que se mova el Fhrer, por lo que no se nos present la ocasin de constatar los rumores sobre sus ataques de ira, que nunllegamos a presenciar u or. Estbamos al corriente de su agenda, sabamos a quin reciba, pero salvo las pocas personas con las que en ocasiones almor zbamos, como, por ejemplo, Speer, otro arquitecto llamado Giesler o su fo tgrafo, Hoffmann, rara vez tenamos la o p o r t u n i d a d de ver a ninguno de los h o m b r e s de su crculo. (Despus de Stalingrado, las dos secretarias de mayor antigedad coman con l, las dos ms jvenes compartan con l la cena, y una siempre deba asistir al t de medianoche.) 366
Lo que
realmente
algo de
Mis
compaeras
l, h a b l a b a s i n c e s a r ,
Stahngrado, b u e n o . . . N o r e Todas I n t e n t b a m o s d i s t r a e r l e ,
los c h i s m e s . Eso formaba
contar chismes,
de la guerra.
q u e era b s i c a m e n t e la q u e n o s o t r a s v e a m o s .
Wolfsschanze,
el c u a r t e l g e Ms tarde antes
Prusia
Oriental, en d i c i e m b r e de 1 9 4 2 .
m e d a r a c u e n t a d e los m a l o s m o m e n t o s p o r los q u e estaba p a s a n d o , j u s t o de Stalingrado. en mente Pero era nadie podra haberlo que me sintiera imaginado: lo nico
tener
hacer
cmoda y tranquilizarme.
La t e m p e r a t u r a de s u s d e p e n d e n c i a s de trabajo se m a n l o r d e n q u e me trajeran una estufa, de Berln, u n a s pocas horas ante e n c u e n t r a s , poco? Me querida \mci11
tena c o n s t a n t e m e n t e a once grados, pero Imagnese. tes de su (Tres aos m s tarde, pasara algo e n el
bunker
suicidio,
similar.
Cmo
regunt.
maras unas notas.
Has podido
descansar un
Crees q u e ests en c o n d i c i o n e s de
testamento.)
(siempre d i r e c t a m e n t e en direccin a la g r a b a d o r a ) , tranquila, pero en ocasiones, cuando estaba su voz nor en un era trabajando
Al dictar malmente
d i s c u r s o , de r e p e n t e p o d a s o n a r e s t r i d e n t e , y s u s g e s t o s p a s a b a n a ser e s t u d i a damente Esta otro; expansivos. transformacin estaba suceda actuando, de forma repentina, de un momento una a
obviamente
ensayando, incluan la
escenificando utilizacin
represen ho-
"actuaciones"
de palabras
e m p l e a b a en p r i v a d o : T o d o s sus discursos
incluan
aque
(sobre los j u d o s y los eslavos), y a h o r a s q u e , s i m p l e m e n t e , n o s s i n o q u e las b l o q u e b a m o s , [...] nos hubieran parecido con su porte de
inaceptables.
Un s e g u n d o
despus volva
a parecer tranquilo,
p r o f e s o r y sus gafas de m o n t u r a de a c e r o . D e s d e h a c e a o s e s t c o n v e n c i d a d e q u e e l g e n o c i d i o d e los j u d o s , as c o m o de p o b l a c i o n e s enteras, entraba dentro de sus planes desde un principio. sigue d e s c o n c e r t a d a por el h e c h o q u e les dictaba, de q u e los discursos, las Pero
r d e n e s y los me hablaba y,
morndums
n i b l e s p a r a l,
mismo
367
EL TRAUMA ALEMN
parte de SU vida privada, las comidas y el tiempo libre, nos llev a nosotras tambin, ahora lo s, a llevar una doble v i d a a f i r m a . P e r o creo que en aquel mo m e n t o ninguna de nosotras se daba cuenta de esto; aisladas de las experiencias por las que estaban p a s a n d o los d e m s a l e m a n e s , a s u m i m o s nuestra vida c o m o algo normal, no solo privilegiada, sino absolutamente anormal. Era consciente de la impulsividad de Hitler? La biografa de Kershaw me hizo recordar lo poco sistemticas que eran sus decisiones polticas y militares, en realidad toda su vida en general. T e n i e n d o en cuenta lo que este libro nos revela y lo que p r o b a b l e m e n t e senta entonces dentro de m, a u n q u e solo aho ra pueda ser consciente de ello, lo ms destacable de Hitler posiblemente sea que s u s acciones y pensamientos no venan guiados por el conocimiento sino por la emocin. Hasta ahora nunca haba podido c o m p r e n d e r cmo es posi ble que l, que amaba tanto a su pueblo, estuviese dispuesto a sacrificarlo al final con tanta sangre fra. Nunca he c o m p r e n d i d o el efecto que tena sobre todos nosotros, incluidos sus generales. Era algo ms que carisma. A veces, cuando deba salir de viaje sin nosotras, en el m o m e n t o en que ya no estaba era casi si el aire que respirbamos de p r o n t o estuviera enrarecido; le faltaba al gn c o m p o n e n t e esencial: electricidad, o incluso el oxgeno; la sensacin de seguir con vida. De repente, se haca el V a c o . La clave, tal vez desde un principio, segn creo, consiste en el hecho de que, a diferencia de lo que s ahora, incluso de otros dictadores, Hitler no tenia un igual: no tena a nadie a quien pudiera o incluso quisiera pedir consejo, o que se hubiera atrevido a cuestionar SUS decisiones. Speer fue prcticamente la nica persona por la que senta algo, a quien escuchaba y con la que poda hablar, a u n q u e no sobre poltica. Goebbels podra haber llenado ese vaco, pero nosotras sabamos algo de lo que Goebbels I ) U l i c a fue consciente: Hitler n u n c a sinti nada por l; en cierto sentido, era un h o m b r e demasiado intelec t u a l . Suena absurdo, pero creo que le intimidaba. Por supuesto, Goebbels hubiese hecho cualquier cosa por Hitler, como lo d e m u e s t r a el hecho de que al final l, su esposa y SUS hijos m u r i e r a n por l. Segn Traudl Junge, durante los ltimos das que pasaron en el bunker se sintieron c o m o a u t m a t a s : Ya no ramos capaces de tener sentimientos nor males, solo p e n s b a m o s en la m u e r t e . Hier y Eva; cundo moriran, cundo seran asesinados los seis nios que p e r m a n e c a n con nosotros, cundo y cmo m o r i r a m o s . El sentimiento de jerarqua haba desaparecido. Le pregunt a Magda Goebbels, que tena el aspecto de un fantasma, si poda hacerse algo para sacar a los ni os de all. Me respondi que prefera que sus hijos murieran antes que p e r m i t i r que sobrevivieran en la Alemania deshonrada que quedara despus de la guerra. Dos horas antes de que Hitler se suicidara, cuando se qued a solas con l en la sala de reuniones, a la espera de que le dictase su ltima voluntad, de re pente sinti con intensidad que se acercaba el m o m e n t o de la verdad.
368
EL LTIMO T E S T I G O
DE H I T L E R
rra
que
entendera por
qu
fue n e c e s a r i o
todo
aquello;
que
lo
a d i c t a r l a lista
Gobierno,
q u p o c o d i g n o era t o d o a q u e l l o . V o l v i a
r e p e t i r las m i s m a s frases, c o n e l t o n o t r a n q u i l o h a b i t u a l e n l, y , p a r a f i n a l i z a r , volvi a e m p l e a r aquellas terribles p a l a b r a s p a r a referirse a los j u d o s . D e s p u s de toda aquella desesperacin, compasin o de dolor. de todo el sufrimiento, ni una sola palabra de C o n la
Recuerdo
que pens:
" N o s ha d e j a d o sin n a d a .
nada"
[Ein Nichts].
20
REFLEXIONES FINALES
ABRIL
DE
2001
Obviamente, no nos dej con la nada, puesto que, y ello es con toda seguri dad algo que no esperaba Alemania ni el resto del m u n d o , el horror que lleva aparejado su n o m b r e ha cambiado a los alemanes, les ha convertido en un pueblo distinto. En cualquier debate sobre los problemas que existen en nuestro m u n d o actual, el racismo ocupa un lugar primordial. No solo porque somos liberales de pacotilla, obsesionados por los i n n u m e r a b l e s crmenes cometidos en el trans curso de la historia con motivo del color de la piel, la religin, el tribalismo o el chovinismo, sea del tipo que sea, sino tambin p o r q u e el veneno que creamos y esperbamos haber erradicado en nuestro propio t i e m p o , despus de cono cer la perversidad suprema (las matanzas en las cmaras de gas cometidas por los nazis), sigue presente en la actualidad; no en un mbito restringido de discri minacin o racismo, ni en ciertos dirigentes o Gobiernos, sino en toda la humanidad. Yo lo llamo racismo interior. siempre vulnerable ante las acusaciones de xenofobia, se ha vis tO obligada por razones h i s t r i c a s a ser la sociedad ms abierta de Europa. Las estadsticas sobre delitos con un mvil racista, por ejemplo, son ms fciles de conseguir aqu que en ningn otro pas. Sin embargo, conocemos casos de im portancia crucial en este sentido, como el de los abusos cometidos por la polica britnica con Stephen Lawrence; o la incapacidad de los Gobiernos d e l centro y el este de Europa para encontrar una solucin a la discriminacin atroz que sufren los gitanos desde tiempos inmemoriales, que ahora se ha extendido a los pases de Europa occidental al intentar este pueblo traspasar sus fronteras, tras haber conocido las ventajas econmicas y sociales de esta parte de Europa; o la cantidad d e s p r o p o r c i o n a d a de negros que esperan en el corredor de la muerte, en Estados Unidos, m u c h o s de ellos declarados culpables Cuando eran menores; o las atrocidades cometidas durante los e n f r e n t a m i e n t O S entre tri bus africanas, a m e n u d o por nios soldados a quienes han lavado el cerebro; o la guerra civil tan llena de odio entre los israeles y los palestinos, en la cual to dos los das mueren nios; o, finalmente, el hecho de que por lo visto el m u n d o occidental, rico y blanco, no est dispuesto a facilitarle al continente africano,
370
REFLEXIONES FINALES pobre y negro, las sofisticadas medicinas necesarias para evitar que un tercio de su poblacin muera de sida en ios prximos aos. Tocias estas iniquidades nos obligan a admitir que el diablico fantasma del racismo est mucho ms pro fundamente arraigado en la psique h u m a n a de lo que cabra esperar. En los cuatro decenios posteriores a la desaparicin del Tercer Reich, Ale mania pareca haber superado con creces la amenaza del racismo. Sin embargo, la reunificacin de las dos A l e m a n i a s en 1989 p u s o en evidencia las p r o f u n d a s desigualdades generadas durante cuarenta y cinco aos en las dos partes de Ale mania, as como la fragilidad de la armona interna del pas. A u n q u e d i a m e t r a l m e n t e opuestas desde el punto de vista poltico, estas dos Alemanias de posguerra tenan en comn su determinacin de infundir las ideologas de sus mentores: en Alemania del Este la i m p o s i c i n con mano dura del c o m u n i s m o sovitico; en Alemania Occidental, la d e m o c r a c i a al es tilo norteamericano, que adopt ya totalmente digerida. Alemania Oriental fue un Estado policial hasta 1989, donde cualquier punto de vista distinto del com u n i s m o estaba p r o h i b i d o . La prosperidad de Alemania Occidental, hasta la fecha, debe m u c h o al respaldo e c o n m i c o de Estados Unidos en la dcada de los cincuenta, apoyo que no hubiera recibido de no ser por la determinacin de los Gobiernos de posguerra de este pas de elaborar una dura legislacin con tra la d i s c r i m i n a c i n , en virtud de la cual, cualquier demostracin pblica de neonazismo o antisemitismo deba ser fuertemente castigada. En ambas Alemanias, debido a la escasez de profesores no nazis, la reeducacin de los jve nes present durante aos deficiencias, pero desde el principio la ideologa ocup un lugar i m p o r t a n t e en los medios de c o m u n i c a c i n escritos y visuales, as como en el sector editorial. Gracias a ello, en especial en Alemania Occiden tal (como espero haber d e m o s t r a d o a lo largo de este libro), se hizo patente la determinacin de no olvidar las lecciones que nos enseaba el pasado, ahora ya no tan reciente. De un modo u otro, no obstante, en el curso dc todos estos aos tres generaciones de jvenes pudieron disfrutar de un perodo de estabi lidad; en Alemania del Este a travs de la seguridad, ideolgica pero artificial mente eficaz, de la cuna a la t u m b a , impuesta por el c o m u n i s m o ; en Alema nia Occidental, al permitirles sentirse incluidos en la alianza occidental. Esta estabilidad pareci llegar a su fin con la cada, en 1989, del Muro de Berln. La zona occidental de Alemania ha tenido que asumir la carga econmica de reconstruir la zona germanooriental. Sin embargo, mientras que la vida de los jvenes de Alemania Occidental no ha sufrido cambios significativos, los ha bitantes de Alemania del Este, y en especial sus jvenes, han visto tambalearse su m u n d o durante ms de un decenio, debido a las consecuencias de la reuni ficacin. Bajo la disciplina del sistema comunista, Alemania del Este se sinti segu ra, sin ser consciente de que esta seguridad algn da se volvera en su contra y dara como resultado otro tipo de servidumbre. La capacidad de pensar de
371
EL
TRAUMA
ALEMN
forma independente
y la m o v i l i d a d q u e se les
exigi
al p a s a r a f o r m a r p a r t e d e
la sociedad de m e r c a d o occidental,
m e r c a d o de trabajo de
nueslro
de A l e m a n i a
Como
c o n s e c u e n c i a inevitable de eo,
encuentran
e n el
transformndoltimo l u g a r d e l e s que
o c u p a n puestos de trabajo
alemanes nativos. Segunda Guerra Mundial, de la extranjeros y personas antigua Alemania del
raza negra
trece
ciudades,
mayor
Este,.
E n t o d o el p a s
se c o n t a b i l i z a r o n
746
casos de agresin c o n t r a p e r s o n a s
q u e t u v i e r o n c o m o r e s u l t a d o h e r i d a s gra
Gastenicifc/ftrabajadores invitados')
de y no la gente la
de
origen turco
se
En la una
actualidad, forma de
esvstica s i m p l e m e n t e es un smbolo de
necesariamente
creencias con
en Ale
m a n i a O c c i d e n t a l para p r o t e g e r a la s o c i e d a d c o n t r a el n e o n a z i s m o y el antise mitismo son aplicables a estos crmenes cometidos por jvenes furiosos del
Este, sino c u n t o t i e m p o ser necesario para q u e , de esas dos m i t a d e s t a n distin tas de un m i s m o pas, surja u n a sola s o c i e d a d a l e m a n a e c o n m i c a m e n t e p r s p e
nal sobre I n t o l e r a n c i a y X e n o f o b i a c e l e b r a d o en E s t o c o l m o en e n e r o de 2 0 0 1 . En el discurso pronunciado por el periodista alemn Toralf Staud, nacido en
A l e m a n i a O r i e n t a l e n lS>"/2, y q u e a h o r a e s c r i b e s o b r e l a j u v e n t u d d e l E s t e e n e l Importante semanario a la reunificacin, mana 17 por d e H a m b u r g o DicZcit, afirmaba que, con anterioridad
del E s t e c o m u n i s t a ,
100 de la p o b l a c i n total de A l e m a n i a vive en el Este, u n a p r o p o r c i n de los actos han de violencia de extrema derecha, cada vez ms
abrumadora
fre-
c u e n t e s en E u r o p a , co a n t i g u o s estados
de existir en A l e m a n i a
REFLEXIONES
FINALES
n e s m s v i e j a s , a h o r a l o s s e g u i d o r e s d e l o s extremismos e n l a s r e g i o n e s o r i e n tales son m u c h o ms jvenes. Puesto que estn m a r c a d a m e n t e expuestos a esas influencias extremistas, entre las vctimas, adems de extranjeros y personas
d e o t r a s r a z a s , s e i n c l u y e n c a d a v e z m s o b j e t i v o s t r a d i c i o n a l e s d e l a e x t r e m a de
recha: homosexuales, discapacitados e indigentes. Adems, los radicales lo tie n e n fcil, l e s b a s t a c o n a p e l a r a l o s v a l o r e s c u l t i v a d o s por e l r g i m e n c o m u n i s t a : autoritarismo, colectivismo, antiindividualismo y antipluralismo, todava en
auge y que siguen siendo recordados con nostalgia en el Este. P a r a este perio
timos aos parece haberse convertido en una especie de movimiento social. En m u c h a s regiones rurales y pequeas ciudades, ha pasado de ser un fenmeno minoritario a un modelo d o m i n a n t e de la cultura juvenil. Los grupos de cabezas rapadas estn a m p l i a m e n t e extendidos, y los radicales de extrema derecha uti lizan runas alemanas, elementos de la mitologa pagana y expresiones racistas que recuerdan a las prcticas nazis para construir una falsa tradicin cultural. Sorprendentemente, algunos activistas del NPD (el Partido Nacional Demcra
ta, d e e x t r e m a derecha) h a n c o n s e g u i d o crear l o q u e h a n d a d o e n l l a m a r z o n a s
nacionales liberadas, zonas prohibidas para quienes no c o m p a r t e n sus ideas, los extranjeros, los alemanes de piel oscura y cualquiera que no est de acuer do con su ideologa racista. La existencia en varias ciudades alemanas de barrios de este tipo, no reco
mendables para personas de otras razas por su propia seguridad, m e fue con-
licenciarse. Sin embargo, aunque varios de ellos c o m e n t a r o n lo que haban le do, visto u odo acerca de esta realidad en televisin, n i n g u n o de ellos destac
n i m e n c i o n q u e esto s u c e d a m s e n e l E s t e q u e e n A l e m a n i a O c c i d e n t a l . Su
conocimiento de la vida o de los problemas de Alemania Oriental era parcial, pero para ellos (lo cual podra parecer, a los ojos del observador externo, una
evolucin positiva), Berln, la palabra q u e t e n a n Siete a o s c u a n d o fue d e r r i b a d o el
Muro
de
reunificacin
es s i m p l e m e n t e un concepto
histrico ms.
Y cuando decan que en su opinin era horrible que pudieran ocurrir cosas se
m e j a n t e s e n s u p r o p i o p a s , s e r e f e r a n a t o d a A l e m a n i a , n o s o l o a u n a d e l a s an
tiguas mitades. Pero los sentimientos de los jvenes acerca del pasado nazi, segn ellos
mismos dicen, son Considerablemente distintos, y dependen casi enteramen
te, por un lado, de las actitudes familiares, y, por otro, de la disposicin de sus profesores para ensear la historia del pasado nazi. En escuelas de carcter
a c a d m i c o c o m o la suya, dice Arma, de diecisiete a o s de edad, la h i s t o r i a m o
derna est incluida, por supuesto, en el plan de estudios, pero la eleccin de las materias que se deben ensear queda enteramente en manos de los profesores. 373
EL T R A U M A ALEMN
Si el profesor no est interesado en el t e m a , o b i e n [ d e nuevo el gesto de encogerse de h o m b r o s ; me dio la impresin d e q u e los jvenes alemanes instruidos son cmplices de sus m a y o r e s ] , si tienen razones personales por las que no quieren adentrarse en la historia del Tercer Reich, cuentan con la opcin de tratar el tema simplemente de pasada. Asimismo, al igual que en Inglaterra, donde el plan de estudios difiere a m p l i a m e n t e en funcin de la ubicacin de la escuela, es un asunto que tiene algo que ver con los distintos grupos sociales. Muchos amigos mos asisten a una " H a u p t s c h u l e " (escuela secundaria] -dice un m u c h a c h o de dieciocho aos que vive en un barrio trabajador de la ciu d a d . Ellos no tienen clases de historia m o d e r n a c o n t i n u , encogindose de As que, como puede ver, la enseanza de la historia nazi se ha con vertido en una cuestin de clases. Pregunt cules podan ser las razones de los profesores para no querer pro fundizar en la historia nazi. En seguida qued claro que no se referan a su propia profesora de histo ria, una m u j e r de casi cuarenta aos que me haba invitado a su clase, y que se mostr evidentemente abierta al debate. Como prueba de ello, a b a n d o n el aula cuando surgi esta cuestin, con el fin de no intimidar a los alumnos con su presencia. Para ellos, hablar sobre la historia nazi era algo estrechamente vinculado con un problema que les preocupaba casi tanto como a los estu diantes alemanes con los que haba hablado haca ms de treinta aos: la tradi cional tendencia de los alemanes hacia el totalitarismo. En su propia escuela, dijeron, n i c a m e n t e haba un profesor, de sesenta aos de edad, que se mos traba a b i e r t a m e n t e autoritario y al m i s m o t i e m p o era sospechoso de ser un nostlgico de la disciplina nazi. Pero tambin haba unos cuantos que tambin acarrean consigo los vestigios del autoritarismo. No se puede discutir con ellos ni mostrar debilidad, puesto que ello es objeto de burla. Es imposible saber hasta qu p u n t o sigue presente esa caracterstica, pero incluso si, como sospecho, solo es aplicable a un p e q u e o porcentaje de la do cencia, no deja de evocar de forma inquietante las observaciones que me hicieran en los aos setenta los jvenes de la generacin de SUS padres sobre sus propios progenitores (los abuelos de estos muchachos), quienes, tambin autoritarios, les exigan buenas calificaciones y b u e n o s resultados en los exmenes; entonces, las o p o r t u n i d a d e s de seguir estudiando dependan del hecho de no tener ideas independientes y, sobre t o d o , de no expresarlas antes los profesores. Estos es tudiantes afirman que, aunque solo les separa una generacin de sus profesores, los problemas que esta cuestin presenta en el mbito familiar no difieren demasia do de los que ellos tuvieron; la nica diferencia es que sus profesores los tuvieron con sus padres y abuelos, mientras que ellos los estn teniendo con sus abuelos y bisabuelos. Mi padre es un b u e n ejemplo dijoSabine, cuya intencin es estudiar historia en la u n i v e r s i d a d . Es una gran persona, en modo a l g u n o autoritario, y 374
REFLEXIONES FINALES
me c o m p r e n d e . Pero es incapaz de llevarse bien con sus padres, mis abuelos, q u e ya eran b a s t a n t e m a y o r e s c u a n d o l naci, y que h a b a n sido nazis formales, estrictos y entusiastas, algo que no p u e d e n
olvidar,
La s o l u c i n q u e ha e n c o n t r a d o a no
este p r o b l e m a es no verles;
n o s o t r o s a p e n a s les c o n o c e m o s , y eso e s t r i s t e ,
le parece?.
Es i n t e r e s a n t e destacar que, de este g r u p o d e v e i n t i c i n c o j v e n e s , s o l o seis de ellos c o n o c a n o r e c o n o c a n las t e n d e n c i a s n a z i s de sus a b u e l o s o b i s a b u e l o s . Tambin laciones me pareci interesante el hecho estrechas con las generaciones de d e q u e a q u e l l o s q u e m a n t i e n e n re mayor edad quisieran destacar la
franqueza con que sus abuelos hablan acerca de sus excepcional en comparacin con m u c h o s
sentimientos
(sin d u d a
algo que
conictivo
C r e e q u e es n e c e s a r i o seguir r e c o r d a n d o lo q u e les s u c e d i a los j u d o s , Pero en c u a n t o a la e n s e a n z a de la historia de Alecentrarse en acontecimientos guerra en Europa nosotros. coment que su abuelo tiene una del Este ms recienen
que lo sucedido
(sobretodo
Rusia)
Otro
t a m b i n l l a m a d o Jan,
Dice q u e d e b e m o s r e f l e x i o n a r m s a c e r c a d e l o s
q u e a p e n a s e x i s t e n d i f e r e n c i a s e n t r e los
los
cia
y la que
reacciones
condescendientes,
Esos s e n t i m i e n t o s no solo se p r o y e c t a n en los " t r a b a j a d o r e s i n v i t a d o s " , sino t a m b i n en los a l e m a n e s p r o c e d e n t e s del del Este, preferira q u e d a r m e aunque all, aunque
Estedijo
no tuviera oferta,
otra
joven.
Si y o
fuera
trabajo, p a r a ser
antes tratada
aqu,
incluso
me hicieran
una buena
['alemnde
C a s i t o d o s afir
Y en relacin
extranjerosdijo Uwe,
de diecisis a o s de
edad,
Mi padre
n o s m o s t r a m o s e x c e s i v a m e n t e serviles.
Me indigna
alemanes
no saben c o m p o r t a r s e en
el e x t r a n j e r o , p e r o el h e -
d e ser a l e m n no
Por qu debera
tenerlo?.
todos
375
EL TRAUMA ALEMN
ellos haban tenido problemas. Especialmente en Inglaterracoment Anna mientras me diriga una sonrisa un tanto embarazosa, consciente de q u e y o vena de Gran Bretaa. No es que no sean amables con n o s o t r o s d i j o . Pero en la televisin siempre estn emitiendo esas viejas pelculas sobre los nazis, casi todas las noches. Inglaterra es el nico lugar en el que me sent avergonzada de ser alemana. Pero t a m p o c o puedo culpar a los ingleses de identificar todo lo alemn con los nazis, teniendo en cuenta que es lo que ven continuamente en televisin. Deba cuidar a unos nios pequeos y, aunque todo el m u n d o fue muy amable conmigo, los chicos de ms edad utilizaban las palabras " h u n a " y "nazi" para d i r i g i r s e a m cuando les rea por portarse mal. Asimismo, muchos de ellos afirmaron que deban ser muy cuidadosos a la hora de expresar orgullo por ser alemn o en relacin con cualquier logro de su pas. Los franceses y los britnicos se sienten orgullosos de su p a s d i j o uno de ellos, y yo tambin me siento orgulloso del nuestro. Pero en el extranjero llegu a pensar que no deba estarlo: no les hubiera gustado que expresara mi orgullo, as que me habran rechazado. Una muchacha que haba viajado a Estados Unidos con sus padres dijo: Pareca que no p o d a m o s ir a ningn lado sin que alguien sacara el tema de los judos. En mi familia siempre se ha hablado abiertamente de lo que los nazis les hicieron a los judos, pero de repen te me pareci como si furamos los nicos. Una noche mi padre, que siempre ha dicho que no debemos olvidar, le dijo a mi madre: "Cundo va a acabar todo esto? Malditos j u d o s " . S que no quera decir esto en realidad; su actitud es totalmente contraria a los nazis. Pero pude c o m p r e n d e r l e ; yo t a m b i n sen t eso en Estados Un idos. Todava me hace sentir mal el hecho de haber tenido esa reaccin, aunque solo durase un instante. Hace treinta aos, los jvenes alemanes tambin c o m e n t a b a n hasta qu punto los extranjeros estaban obsesionados con los nazis, pero entonces crean que en cierto modo estaba justificado. A pesar de que c o n d e n a b a n el autorita rismo constantemente demostrado por sus familiares o profesores, no vean la manera de eKminarlo de sus vidas ni de oponerse a l. Ninguno de ellos dijo sentir orgullo por su pas, solo vergenza. Y no creo que muchos de ellos hubieran rencor hacia los judos, y en realidad tampoco hacia los extranjeros, por muy justificado o comprensible que pudiera ser. Al margen de si formaban parte de una conversacin intelectual o de un impulso m o m e n t n e o , por muy inocente que fuera, las crticas eran tab. La Alemania m o d e r n a , ms que cualquier otro pas occidental, ha S u f r i d o un cambio fundamental desde la Segunda Guerra Mundial. A pesar de q u e sigue existiendo la conciencia de lo que durante decenios se dio en llamar el pasado reciente de Alemania (lo cual me parece bastante acertado), las generaciones ms j v e n e s ahora pueden (y deben) considerarlo desde una perspec tiva distinta y ms adecuada a los tiempos, como parte de la historia de Alemania, sin que ello suponga una carga para ellos; adems, vuelven a sentir orgullo por los 376
1
REFLEXIONES FINALES
logros de su pas. Es cierto que el reciente resurgir de la xenofobia y el racismo en la antigua Alemania del Este, p r o d u c t o de la exclusin y la frustracin, es un motivo real de p r e o c u p a c i n , y su evolucin debe vigilarse con sumo cuidado. Pero tambin es cierto que la generacin ms joven es en su mayor parte me nos racista que los jvenes del resto de Europa, donde no es necesario ahondar demasiado para que aflore el racismo interior. El inters que los jvenes alemanes inteligentes muestran ahora hacia el pasado nazi, es de naturaleza muy distinta de la ira y del dolor de sus padres y abuelos. A u n q u e siguen desconcertados por el hecho de que aquello pudiera suceder en su pas, la implicacin dlos jvenes es ahora de tipo ms intelectual que emocional. Sin embargo, la seriedad y la naturaleza moral de sus preguntas acerca del pasado, as como las preocu paciones que expresan acerca del presente, siguen siendo las mismas.
377
NOTA
BIBLIOGRFICA
Francia
fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z e n e l Sun-
3 . N i o s r o b a d o s fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z e n Tdlk,en n o v i e m b r e d e
1999.
4 . U n a g e n e r a c i n sin p a s a d o Telegraph, en septiembre de 1967. fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z e n l a r e v i s t a Daily fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z e n l a r e v i s t a Daily
6. Los e n c u b r i d o r e s de H i t l e r
fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z e n e l
New States-
wave"
Times,
in
Germany,
diciembre
oving
Hitler en la p u b l i c a c i n
fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z e n e l
15. E l h o m b r e q u e d i j o "no" fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z c o m o T h e S S M a n Who Said "No" en la r e v i s t a Sunday Times, en febrero de 1982. The N e w Speer Contro-
Tell Al?,
Reich
17. H i j o s d e l
en julio de 1990.
379
NOTA
BIBLIOGRFICA
l S . A l g u n o s f r a g m e n t o s d e El c a s o D e m j a n j u k f u e r o n e x t r a d o s d e Is T h i s I v a n of T r e b l i n k a ? , p u b l i c a d o e n la revista publicadosporprimeravezenel
Times,
1989, y d e a r t c u l o s
TheIndependentyda
New
19.
YorkReviewofBooks.
E l d e r e c h o a d e c i r "No' fue p u b l i c a d o p o r p r i m e r a v e z c o m o T h e C o u r a g e 1989.
t o S a y "No" e n eXlndependenlen d i c i e m b r e d e
380