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ESTADO-NAÇÃO, SOBERANIA POPULAR E

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


*
FRENTE AO PROCESSO GLOBALIZADOR

GISELA MARIA BESTER


Mestre e Doutoranda em Direito na Universidade Federal de Santa Catarina; Professora
Convidada de Direito Constitucional! na Faculdade de Direito de Curitiba.

INTRODUÇÃO

Os anos oitenta compuseram, segundo inúmeras análises de


cunho sócio-econômico e mesmo jurídico, a década vazia, inútil,
perdida. Explica-se: para os países da América Latina,
representaram o período da crise do Estado, da alta inflação e do
ajuste inevitável, culminando com a queda de quase todos os
regimes autoritários; para os países do Leste Europeu, o momento
em que o comunismo entrou em colapso, desintegrando o
chamado "bloco socialista" e, para o resto do mundo, criou-se a
impressão (hoje relativizada) de triunfo do capitalismo, I

• Artigo inédito, oriundo de paper redigido em setembro/97 como trabalho de conclusão da


Disciplina "Teoria do Estado Contemporâneo", no Curso de Pós-Graduação em Direito/UFSC.
I Cf. PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Pensar a mudança veniginosa. Também cf. o dizer de Rolf
Kuntz: "O muro de Berlim caiu 200 anos depois da Revolução Francesa e a venda de seus
fragmentos, como souvenir, simbolizou adequadamente a vitória do capitalismo." KUNTZ,
Rolf. O neoliberalismo é um integrismo. p. 54. Ou, ainda, cf. ROTH, André-Noél. O Direito
em crise: fim do Estado Moderno? In: FARIA, José Eduardo (Org.). Direito e Globalização
Econômica: implicaç(}es e perspectivas. p. 15.
54 INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER

identificado com as propostas neoliberais. 2 Estas, com a escola mercados abertos e ao TI


austríaca do economista Friedrich von Hayek, têm como tônica: econômicos e, principal
"o mercado e a liberdade de iniciativa econômica, a operar sem talvez, possa-se dizer qw
interferência do Estado, são motores intocáveis do dinamismo a Nação se converteu no
capitalista e da prosperidade social"; e como cartilha: uma modernidade sobre
"estabilidade monetária, equilíbrio fiscal, desregulamentação e que, ao mesmo tempo, "
ampla privatização.,,3 de uma produção e de UI
Já os anos noventa trouxeram consigo o fenômeno perder parte de tal "cont
globalizador,4 com tanta força que globalização e reformas são da soberania nacional, (
hoje temas prioritários na agenda não apenas de um ou outro país, processo de globalizaç:
mas, em menor ou maior grau, na de todo o planeta. As palavras empresas em detriment
Globalização, Mundialização, Planetarização, Universalização, ameaçados, não desapare
Internacionalização, ganharam novos impulsos criativos e novos Assim, tem-se por c
significados, ativados pelos efeitos das transformações sociais, tratados que prevêem,
políticas e econômicas surgidos, particularmente, após o fim da controlar os bancos
bipolaridade do poder mundial. A forma e o conteúdo da supranacionais e uma ffii
globalização podem variar de país para país, ou entre blocos de os Estados membros
destes, assim como a velocidade de criação e implementação dos própria, obrigou o mun
acordos pode não ser uniforme, mas parece que o processo em si conceito de soberania, is
veio para ficar, embora seja ainda difícil se falar em um consenso tradicionais categorias ju
teórico a respeito. Nesse quadro, e pare
Justas desconfianças à parte - principalmente no que se refere saber como é que fica
aos efeitos permanentes sobre o desemprego, a concentração da popular, embutida na no~
renda, da riqueza e do saber -, a imagem mais visível da a vontade politicamente
modernidade, em nossos dias, é a de uma economia fluida, de democrática das deci
provisoriamente, uma f(
2 Entende-se por "neoliberalismo" a doutrina político-econômica que "representa uma tentativa de
intenta, a partir da consti
adaptar os princípios do liberalismo econômico às condições do capitalismo moderno" e que, sobre a problemática da
tendo se estruturado no final da década de 30 do presente século acredita, como a escola liberal
clássica, que a vida econômica é regida por uma "ordem natural" formada a partir das livres
especificidades do Estad<
decisões individuais e cuja mola mestra é o mecanismo dos preços. Os neoliberais defendem o
"disciplinamento" da economia de mercado, não para asfixiá-la, mas para garantir-lhe
sobrevivência já que, ao contrário dos antigos liberais, não acreditam na autodisciplina
espontânea do sistema. Esse disciplinamento da ordem econômica deve ser feito pelo Estado
para combater os excessos da livre concorrência, e pela criação dos chamados "mercados
concorrenciais", do tipo do Mercado Comum Europeu. Cf. verbete "Neoliberalismo". In:
SANDRONI, Paulo (Org.). Dicionário de Economia. p. 214.
3 Cf. OLlV A, Luiz Antônio Lucena de. Ética, utopia e globalização. p. 59.
4 Na verdade, a globalização tem hoje inéditos conteúdos, mas suas raízes estão fincadas nas gestas
dos séculos XV, XVI e XVII, com a expansão marítima européia capitaneando a primeira
grande empreitada de globalização. Cf. SARDENBERG, Ronaldo. Globalização: visão do l Cf. TOURAINE, Alain. Crítica à M
Atlântico Sul. p. 35. 6 Idem, ibidem. p. 146 (com grifos aCI
INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER 55

Dliberais.z Estas, com a escola mercados abertos e ao mesmo tempo protegidos em megablocos
von Hayek, têm como tônica: econômicos e, principalmente, de um poder sem centro. 5 Ou,
ativa econômica, a operar sem talvez, possa-se dizer que o poder sofreu um deslocamento, já que
ores intocáveis do dinamismo a Nação se converteu no ator principal da modernização, que cria
social"; e como cartilha: uma modernidade sobre a qual procura preservar o controle mas
o fiscal, desregulamentação e que, ao mesmo tempo, "aceitará perdê-lo em parte, em benefício
de uma produção e de um consumo internacionalizados. ,,6 Aceitar
eram consigo o fenômeno perder parte de tal "controle" significa abrir mão de uma parcela
e globalização e reformas são da soberania nacional, ou pelo menos limitá-la, uma vez que o
tão apenas de um ou outro país, processo de globalização traduz a preeminência das grandes
de todo o planeta. As palavras empresas em detrimento dos Estados nacionais, que, embora
anetarização, Universalização, ameaçados, não desaparecem, mas assumem outras funções.
/Os impulsos criativos e novos Assim, tem-se por certo que a globalização, efetivada por
)s das transformações sociais, tratados que prevêem, por exemplo, um banco central para
>articularmente, após o fim da controlar os bancos centrais dos Estados, parlamentos
A forma e o conteúdo da supranacionais e uma moeda única, bem como a impossibilidade
ís para país, ou entre blocos de os Estados membros terem uma política econômica ou fiscal
e criação e implementação dos própria, obrigou o mundo a rever, doutrinariamente falando, o
1S parece que o processo em si conceito de soberania, isto para citar apenas uma dentre as muitas
iifícil se falar em um consenso tradicionais categorias juspolíticas que necessitam ser repensadas.
Nesse quadro, e para além da soberania nacional, importa
rincipalmente no que se refere saber como é que fica a questão da preservação da soberania
esemprego, a concentração da popular, embutida na noção clássica de Nação, de modo a traduzir
a imagem mais visível da a vontade politicamente estruturada de um Povo e a legitimação
I de uma economia fluida, de democrática das decisões. Visando oferecer, ainda que
provisoriamente, uma resposta a essa indagação, este trabalho
)-econômica que "representa uma tentativa de

intenta, a partir da constituição histórica do Estado-Nação, refletir


às condições do capitalismo moderno" e que,
sobre a problemática da soberania popular na complexidade das
presente século acredita, como a escola liberal

1 "ordem natural" formada a partir das livres

especificidades do Estado contemporâneo.


l/lismo dos preços. Os neoliberais defendem o

não para asfixiá-Ia, mas para garantir-lhe

s liberais. não acreditam na autodisciplina

ordem econômica deve ser feito pelo Estado

ia, e pela criação dos chamados "mercados

Europeu. Cf. verbete "Neoliberalismo". In:

nia. p. 214.

globaJização. p. 59.

dos, mas suas raízes estão fincadas nas gestas

marítima européia capitaneando a primeira


ENBERG, Ronaldo. Globalização: visão do 5 Cf. TOURAlNE, Alain. Crítica à Modernidade. p. 216.
6 Idem, ibidem. p. 146 (com grifos acrescidos).
56 INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER

o NASCIMENTO DO ESTADO-NAÇÃO E A NOÇÃO DE políticos retirados da próp


SOBERANIA a liberdade de empresa, o
frutos do trabalho, o di]
A noção de soberania - tanto nacional quanto popular - está magistrados mais conver
intimamente associada ao Estado-Nação, de cujo histórico Assembléia que decidia
passamos a dar notícia, embora em apertada síntese. revolucionário levou à fUI1
Estados Unidos da Amél
Primeiramente, cumpre sabermos que o Estado-Nação é
iniciais da Revolução FraI
entendido pelos clássicos como a "representação política que
colônias espanholas e port
implica o fato de que as populações que constituem uma
sociedade no mesmo território reconhecem-se como pertencentes Na França, a Revoluçã
essencialmente a um poder soberano que emana delas e que as (Terceiro Estado, compc
expressa". 7 camponeses e operários)
Historicamente, vamos encontrar suas origens na Europa representante da sociedadt:
na hierarquia. Diversamel
Medieval, mais especificamente na Restauração Inglesa de 1690,
América, o coletivo frane
se bem que a forte afirmação desse modelo de Estado deu-se com
sendo que a agitação revc
a Revolução Americana de 1776 e com a Revolução Francesa de
revolta ao agravamento
1789, ou seja, com o conjunto de revoluções que formam o que se
Terceiro Estado, decorren
usa denominar de as grandes "revoluções burguesas". Assim, a
sustento de uma nobreza
idéia de Nação, já presente nos pensadores do século XVIII e em
da convocação dos Esta
Hegel, 8 passou a caracterizar toda a política moderna e
contemporânea. O Estado-Nação passa a ser a realidade política reuniam) visando aprova
votação individual, que (
por excelência, em torno da qual gravitam os atos históricos,
este, por proposta do abadl
persistindo ainda hoje, embora com o acréscimo de diversidades e
separadamente, Assemblé
novidades.
contra as duas ordens privi
No momento de emergência do Estado-Nação foram
Com a noção de pode
derrubadas todas as barreiras que fragmentavam a atividade
Sieyes, cuja titularidade er
econômica e política e eliminadas as velhas lealdades feudais que
tanto dificultavam a realização da unidade nacional. - estamento que agrupa
população -, a Assembl
Quanto à significação da Revolução na América do Norte, tem­ Constituição européia e~
se, dentre outros aspectos importantes, que a rebelião das treze autoridade anterior ao pró
colônias de origem britânica foi modelo de luta contra uma a ordem jurídica.
sujeição ilegítima, realizando a secessão a partir de embasamentos
A abolição dos privil
Ancien Regime deu-se err
7 Cf. CHÂTELET, François, DUHAMEL, Olivier, PISIER-KOUCHNER, Evelyne. História das Nação (povo) emanavarr
Idéias Políticas. p. 85 (grifado no original).
• Hegel foi o pensador mais rigoroso e profundo dessa forma histórica que é o Estado-Nação. tendo
soberania teria que passar
como objeto de análise a Revolução Francesa e o Império Napoleônico daí derivado. uma Constituição, onde
INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
GISELA MARIA BESTER 57

7-NAÇÃO E A NOÇÃO DE políticos retirados da própria metrópole, como a igualdade natural,


a liberdade de empresa, o direito de usufruir da propriedade e dos
frutos do trabalho, o direito de escolher as instituições e os
nacional quanto popular - está magistrados mais convenientes, o direito de representação na
do-Nação, de cujo histórico Assembléia que decidia sobre seus problemas. O processo
. apertada síntese. revolucionário levou à fundação, por agregação, da República dos
mos que o Estado-Nação é Estados Unidos da América do Norte, tendo influído nos atos
a "representação política que iniciais da Revolução Francesa e também espraiado suas idéias às
ulações que constituem uma colônias espanholas e portuguesas da América do Sul.
onhecem-se como pertencentes Na França, a Revolução caracterizou-se como a luta da Nação
mo que emana delas e que as (Terceiro Estado, composto pela burguesia e pelos artesãos,
camponeses e operários) contra a tirania do Rei Luís XVI,
~rar suas origens na Europa representante da sociedade aristocrática baseada na desigualdade e
l Restauração Inglesa de 1690, na hierarquia. Diversamente do ocorrido nos Estados Unidos da
: modelo de Estado deu-se com América, o coletivo francês tinha uma forte imagem de Nação,
com a Revolução Francesa de sendo que a agitação revolucionária deflagrada em 1789 foi uma
:voluções que formam o que se revolta ao agravamento da carga tributária incidente sobre o
'oluções burguesas". Assim, a Terceiro Estado, decorrente da grande despesa do Estado com o
lsadores do século XVIII e em sustento de uma nobreza parasitária. Foi justamente por ocasião
toda a política moderna e da convocação dos Estados Gerais (que desde 1614 não se
'assa a ser a realidade política reuniam) visando aprovar novos impostos sem o princípio da
gravitam os atos históricos , votação individual, que daria maioria ao Terceiro Estado, que
o acréscimo de diversidades e este, por proposta do abade Emmanuel Joseph Sieyês, declarou-se,
separadamente, Assembléia Nacional, em uma ação irreversível
contra as duas ordens privilegiadas: o clero e a nobreza.
1 do Estado-Nação foram
e fragmentavam a atividade Com a noção de poder constituinte originário elaborada por
s velhas lealdades feudais que Sieyês, cuja titularidade era da Nação (soberana, una e indivisível)
lidade nacional. - estamento que agrupava, por sinal, a imensa maioria da
população -, a Assembléia Constituinte elaborou a primeira
:ão na América do Norte, tem­
Constituição européia escrita (1791), demonstrando ser uma
ltes, que a rebelião das treze
autoridade anterior ao próprio Estado, legitimada para estabelecer
modelo de luta contra uma
a ordem jurídica.
isão a partir de embasamentos
A abolição dos privilégios (fiscais e sociais) reinantes no
Ancien Regime deu-se em nome da liberdade e da igualdade. Da
ISIER-KOUCHNER, Evelyne. História das
Nação (povo) emanavam todos os poderes, e o exercício da
fonna histórica que é o Estado-Nação, tendo soberania teria que passar necessariamente pela implementação de
mpério Napoleônico daí derivado.
uma Constituição, onde o poder constituinte, para ser eficaz,
58 INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER

deveria obedecer ao princípio da representação. E, embora a Nos sistemas democní


burguesia tenha colhido os melhores frutos da revolução, todos os "toda modificación deI
novos direitos aí consagrados passaram a ser tidos como acordado ha de ser legit
conquistas da humanidade ocidental devendo, portanto, ser aceptación por el pueblo
preservados. de su participación, a la <
É salutar ter-se claro que foi Rousseau o teorizador do voluntad inspiradora de la
princípio da soberania popular, de acordo com o qual a idéia de A Constituição, erigi<
que o Estado se constituía num domínio pessoal do Príncipe foi Estado de Direito, din
substituída pela idéia de que o Estado pertence ao povo, definido a públicos e para os ci<
partir de então como um conjunto de cidadãos, e não mais como cuidadosamente elaboradi
um conjunto de súditos. de modificação. Essa êr
Assim, com o Estado-Nação nasceu o Estado clássico de formal do ordenamento c
Direito, ou, melhor dito, nasceram os Estados Constitucionais valores básicos do Estado
limitados pelo Direito, detendo o povo a titularidade daquele Ocorre que este Estado
único poder capaz de criar uma Constituição (ou de "constituir" atualmente, em crise de i
um Estado), qual seja, o Poder Constituinte Originário. idéia de Constituição, TI
paradigma legalista para I
REFLEXOS DA GLOBALIZAÇÃO SOBRE A SOBERANIA do poder", 10 sendo uma
POPULAR E O PODER CONSTITUINTE autonomia das organizaçõ
nacionais. Se por um la,
chegam a combater
A compreensão dos processos de criação de uma Constituição
enfraquecimento e o pc
e da reforma constitucional passaram a incorporar indubitável
conseqüências naturais e :
capítulo na Teoria Constitucional desde o surgimento das
econômica. Com efeito
clássicas aportações de Sieyês, Jellinek e Bryce sobre o tema, . , 12
!numeras rupturas, as q
firmadas nos séculos XVIII e XIX, e continuam sendo tratados
com profusão pelas contemporâneas Doutrina Constitucional e
Teoria do Estado.
9 Cf. AGUILAR, Juan Fernando L
Embora o poder de criação de uma Constituição de alguma ConstituCÍón, p. 60, Grifado no ori
10 FARIA. José Eduardo. Globalização
forma se manifeste em relação a qualquer modelo constitucional I1 Cf. COSTA. Darc Antonio da Luz. I
adotado, é bem verdade que só tem sentido se falar em poder de 12 As mais importantes, conforme o esc
"I - mundialização da economia, I
reforma constitucional (Poder Constituído, Derivado) a respeito consumo e financeiro, rompen,
daqueles países que adotam uma Lei Fundamental notavelmente crescentemente a execução das po
2 - desconcentração do aparelho ei
rígida, ou seja, que estabelece mecanismos institucional­ desformalização de suas respo
procedimentais explicitamente tendentes a dificultar qualquer 'deslegalização' da legislação soe
3 - internacionalização do Estado, mo
futuro retoque do constitucionalmente acordado. pelos blocos regionais e pelos 1
protecionismos tarifários, das rest
fiscais;
INSTITUiÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER 59

:ia representação. E, embora a Nos sistemas democráticos representativos de matriz clássica


res frutos da revolução, todos os "toda modificación deI orden constitucional de libertades
passaram a ser tidos como acordado ha de ser legitimada sobre las bases conjuntas de su
dental devendo, portanto, ser aceptación por el pueblo (depositario y titular de la soberanía) y
de su participación, a la que se reconduce, en última instancia, la
foi Rousseau o teorizador do voluntad inspiradora de la adopción de decisiones. ,,9
:ie acordo com o qual a idéia de A Constituição, erigida como a norma fundacional de um
:iomínio pessoal do Príncipe foi Estado de Direito, diretamente vinculante para os poderes
ado pertence ao povo, definido a públicos e para os cidadãos, como produto de um pacto
D de cidadãos, e não mais como cuidadosamente elaborado possui, regra geral, dificuldade formal
de modificação. Essa ênfase no caráter rigorosamente lógico­
nasceu o Estado clássico de formal do ordenamento constitucional foi concebida a partir dos
am os Estados Constitucionais valores básicos do Estado liberal clássico.
o povo a titularidade daquele Ocorre que este Estado nacional - liberal clássico - encontra-se,
Constituição (ou de "constituir" atualmente, em crise de identidade e, com ele, "não só a própria
nstituinte Originário. idéia de Constituição, mas todo o direito público criado pelo
paradigma legalista para promover a organização jurídico-política
;ÃO SOBRE A SOBERANIA do poder", 10 sendo uma das expressões dessa crise a crescente
STITUINTE autonomia das organizações empresariais com relação aos Estados
nacionais. Se por um lado os maiores arautos da globalização
chegam a combater os Estados-Nações, I 1 por outro o
de criação de uma Constituição
enfraquecimento e o perecimento dos mesmos parecem ser
saram a incorporar indubitável
conseqüências naturais e automáticas do processo de globalização
nal desde o surgimento das
econômica. Com efeito, passam os Estados Nacionais por
rellinek e Bryce sobre o tema,
inúmeras rupturas,12 as quais têm como denominador comum o
lX, e continuam sendo tratados
leas Doutrina Constitucional e
• Cf. AGUILAR, Juan Fernando Lopez. Maastricht y la problemática de la reforma de la
e uma Constituição de alguma Constitución. p. 60. Grifado no original.
10 FARIA, José Eduardo. Globalização Econômica e Reforma Constitucional. p. 17.
qualquer modelo constitucional 11 Cf. COSTA, Darc Antonio da Luz. A Globalização. p. 163.
m sentido se falar em poder de 12As mais importantes, conforme o escólio de José Eduardo Faria, são as seguintes:
"1 - mundialização da economia, mediante a internacionalização dos mercados de insumo,
illstituído, Derivado) a respeito consumo e financeiro, rompendo com as fronteiras geográficas clássicas e limitando
Lei Fundamental notavelmente crescentemente a execução das políticas cambial, monetária e tributária dos Estados nacionais;
2 - desconcentração do aparelho estatal, mediante a descentralização de suas obrigaçôes, a
::e mecanismos institucional­ desformalização de suas responsabilidades, a privatização de empresas públicas e a
mdentes a dificultar qualquer 'deslegalização' da legislação social;
~nte acordado. 3 - internacionalização do Estado, mediante o advento dos processos de integração formalizados
pelos blocos regionais e pelos tratados de livre comércio e a subseqüente revogação dos
protecionismos tarifários, das reservas de mercado e dos mecanismos de incentivos e subsídios
fiscais;
111

GISELA MARIA BESTER


60 INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

esvaziamento de sua soberania e autonomia eis que, por um lado, Miranda diz ser inte
o Estado "já não pode mais almejar regular a sociedade civil alterações das Constitui~
nacional por meio de seus instrumentos jurídicos tradicionais, se situariam ainda no (
dada a crescente redução de seu poder de intervenção, controle, envolveriam já o exercíc
direção e indução" e, por outro, "ele é obrigado a compartilhar sua arremata: "Daí que, er
soberania com outras forças que transcendem o nível nacional.,,13 sugerido que o tratado 1
de um poder constituinte
Assim, é possível que, em consonância com o acontecido nos
ordenamentos jurídicos da Comunidade Européia, tenha lugar É necessário frisarmo
uma certa elasticidade constitucional que seja compatível com um abstrato a respeito da
elevado grau de rigidez formal, isto é, uma troca do sentido Mercado Comum do Su
jurídico-material da Constituição sem modificações formais e dos países integrantes dt
integrações foram instit
explícitas de sua letra. É o que se verifica no progressivo processo
assinado por doze Estado
de globalização/integração européia, com a superposição do
7 de fevereiro de 1992, te
ordenamento eurocomunitário aos Direitos estatais, sob o signo da
supranacionalidade. em outubro de 1993 e e
1993, e o de Assunção,
De modo geral, sob os influxos da internacionalização das pactuaI preliminar de in!
relações econômicas, sociais, culturais, científicas, tecnológicas, realização que teve sua pn
artísticas e esportivas dentro dos blocos e megablocos constituídos 31 de dezembro de 1994:
e em surgimento, a própria Teoria Constitucional parece tender a sistemas jurídicos distintl
se flexibilizar, como todo o Direito contemporâneo, a fim de inicialmente - entraves 1
provocar as reformas constitucionais necessárias. Ao analisar o circulação de bens, pessoa
problema da subsistência do conceito de soberania - mesmo
entendido de forma ampla e flexível após os passos qualitativos Em sua atual configura
. ,15 .
dados por Maastricht - e as revisões constitucionais paralelamente qUinze palses teoncan
operadas em países comunitários europeus (com relevo para categoria de Estados de
Portugal, França e Alemanha), o constitucionalista lusitano Jorge diversidade de formas
Federais, e algumas ca
exemplos o Estado "regia
4 - desterritorialização e reorganização do espaço da produção, mediante a substituição das plantas autonomias"). 16 A reali(
industriais rígidas surgidas no começo do século XX, de caráter 'fordista', pelas plantas jurídica que tem um 0[(
industriais 'flexíveis', de natureza 'toyotista', substituição essa acompanhada pela
desregulamentação da legislação trabalhista e pela subseqüente 'flexibilização' das relações sistema próprio, autônornc
contratuais; meio de princípios e n
5 - fragmentação das atividades produtivas nos direrentes territórios e continentes, o que permite
aos conglomerados muItinacionais praticar o comércio inter-empresa, acatando seletivamente
as distintas legislações nacionais e concentrando seus investimentos nos países onde elas lhes
são mais favoráveis;
14 Cf. MIRANDA, Jorge. O Tratado de
6 - expansão de um direito paralelo ao dos Estados, de natureza mercatória ('Iex mercatoria') como
15 Tendo o Tratado de Maastricht inicia
decorrência da proliferação dos foros de negociações descentralizados estabelecidos pelos
1995 três novos Estados partilham
grandes grupos empresariais." Cf. FARIA, J. E. (Org.) Direito e Globalização Econômica... p. 16 Cf. DIAS, Vitorino Vieira. A regiom
10 e I I.
178.
13 Idem, ibidem. p. I I.
GISELA MARtA BESTER 61
INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

Itonomia eis que, por um lado, Miranda diz ser inteiramente legítimo perguntar-se se as
~jar regular a sociedade civil alterações das Constituições para permitir a ratificação do tratado
mentos jurídicos tradicionais, se situariam ainda no domínio do poder de revisão ou se não
oder de intervenção, controle, envolveriam já o exercício de um verdadeiro poder constituinte. E
: é obrigado a compartilhar sua arremata: "Daí que, em contrapartida, também já tenha sido
lscendem o nível nacional.,,13 sugerido que o tratado representaria uma primeira manifestação
de um poder constituinte europeu.,,14
)nância com o acontecido nos
lidade Européia, tenha lugar É necessário frisarmos que este estudo trata de reflexões em
11 que seja compatível com um abstrato a respeito da União Européia e do MERCOSUL ­
sto é, uma troca do sentido Mercado Comum do Sul, e não sobre Constituições específicas
sem modificações formais e dos países integrantes de tais Uniões. E o faz porque ambas as
:rifica no progressivo processo integrações foram instituídas por tratados (o de Maastricht,
ia, com a superposição do assinado por doze Estados membros da Comunidade Européia em
lireitos estatais, sob o signo da 7 de fevereiro de 1992, teve seu processo de ratificação concluído
em outubro de 1993 e entrou em vigor em 10 de novembro de
1993, e o de Assunção, assinado em 1991 como documento
IS da internacionalização das
pactuaI preliminar de integração, prevendo um cronograma de
rais, científicas, tecnológicas,
realização que teve sua primeira fase de implantação concluída em
~os e megablocos constituídos
31 de dezembro de 1994), e onde para ambos a coexistência de
:onstitucional parece tender a
sistemas jurídicos distintos tem criado - ou pelos menos o fez
to contemporâneo, a fim de
inicialmente - entraves à concretização das trocas e da livre
is necessárias. Ao analisar o
circulação de bens, pessoas e serviços.
eito de soberania - mesmo
:1 após os passos qualitativos Em sua atual configuração, a Europa comunitária compreende
constitucionais paralelamente quinze países l5 teoricamente soberanos, todos inscritos na
europeus (com relevo para categoria de Estados democráticos de Direito, embora com
lstitucionalista lusitano Jorge diversidade de formas estatais (Estados Unitários, Estados
Federais, e algumas categorias intermediárias, de que são
exemplos o Estado "regional" italiano e o Estado espanhol "das
odução, mediante a substituição das plantas autonomias"). 16 A realidade comunitária é uma construção
) XX, de caráter 'fordista', pelas plantas jurídica que tem um ordenamento eurocomunitário como um
, substituição essa acompanhada pela
1 subseqüente 'flexibilização' das relações sistema próprio, autônomo e sobreposto aos nacionais estatais por
.tes territórios e continentes, o que permite
meio de princípios e mecanismos específicos, notadamente:
'rcio inter-empresa, acatando seletivamente
:us investimentos nos países onde elas lhes

,atureza mercatória ('/ex mercatoria') como " Cf. MIRANDA, Jorge. O Tratado de Maastricht e a Constituição Portuguesa. p. 21. (grifamos)
.çães descentralizados estabelecidos pelos 15 Tendo o Tratado de Maastricht inicialmente sido assinado por doze países, desde 10 de janeiro de
g.) Direito e Globalizarüo Econômica... p.
1995 três novos Estados partilham a construção comunitária: a Áustria, a Suécia e a Finlândia.
16 Cf. DIAS, Vitorino Vieira. A regionalização, o desenvolvimento regional e a coesão nacional. p

178.
-

62 INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER

primazia, efeito direto e aplicação uniforme do ordenamento quadro "comunitário",


jurídico comunitário em todos os Estados membros. Quer dizer: harmonizadas em cons
caracteriza-se tal ordenamento jurídico pelo traço da legislação supranacional
supranacionalidade, fazendo com que os elementos constitutivos fito de regular o agit
das instituições da Europa Comunitária transcendam às empresários.,,18 Justamen
competências normativas dos Estados membros, em virtude da liberdades acima referi
cessão de atribuições, ou de denominados "âmbitos de soberania". nacionais dotados de cal
Se isto é uma realidade na Europa, já se iniciaram as tratativas outros e por isto mesn
para algo semelhante em nível de Mercosul, cujos países necessárias mudanças, ex
integrantes (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, mais os monta, são feitas atn
associados Chile e Bolívia) discutem, no contexto de uma apresentadas como um c(
soberania compartilhada, a criação e instalação de um tribunal e muitas vezes representa
de um parlamento supranacionais, visando à supremacia de uma constitucionais.
legislação "mercosulina". O direito comunitário exigirá, sem No contexto d;
sombra de dúvida, uma reestruturação jurídica, já havendo "desconstitucionalização
referências a um "Direito da Integração", a um "Direito neoliberais", os quais co
Comunitário" e até mesmo a um "Direito Metaconstitucional", as matérias constituciona
este "capaz de produzir normas e atos concretos com eficácia não tributário, à estrutura i
só sobre os Estados-Membros como sobre as pessoas físicas e organização econômica, 1
jurídicas a eles sujeitas." 17 inteiros das Constituições
Mas como se dariam - ou como se dão -, afinal, os reflexos da eles disciplinadas com t
maioria simples."I9 Do m
globalização em relação à soberania popular? Dão-se no sentido
da subtração do poder constituinte do povo. têm como objetivo pril
submetimento da atividade
Inicialmente, é preciso ter-se claro que a noção de "integração
econômica" pode ser expressa como uma passagem necessária Estévez Araujo, ao an
pela divisão do trabalho internacional, demandando, para sua Constituição como um '
efetivação, da mobilidade dos fatores de produção à escala conteúdo é determinado
internacional, ou seja, supõe a eliminação das restrições à livre mecanismos que não COI
circulação dos fatores de produção, visando criar um Mercado entendidos como "pro<
Comum (que prima pela livre circulação de bens, de pessoas, de procedimentos de refom
capitais e de serviços) e, por fim, instaurar uma União Econômica. embora diga que na atu
Um programa de integração não possui apenas objetivos de cunho Européia" no sentido estri
econômico envolvidos, mas são estes os mais visíveis orientadores sistema constitucional eur
dos Mercados Comuns, os quais só são possíveis dentro de um em que não abarca todas

13 Cf. FRADERA, Véra Maria Jacob (


17 Cf. MOREIRA NETO. Diogo de Figueiredo. MERCOSUL - minilateralismo e Latina: um entrave à integração eCI
metaconstitucionalismo. p. 21!. 19 Cf. FARIA, José Eduardo. Op. cit., p
INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER 63

ção uniforme do ordenamento quadro "comunitário", "onde as diferenças nacionais sejam


; Estados membros. Quer dizer: harmonizadas em consideração aos objetivos comuns, uma
o jurídico pelo traço da legislação supranacional elabore regras harmonizadoras, com o
que os elementos constitutivos fito de regular o agir das empresas, dos bancos, e dos
Comunitária transcendam às empresários.,,18 Justamente para conciliar o exercício das quatro
tados membros, em virtude da liberdades acima referidas com os ordenamentos jurídicos
ninados "âmbitos de soberania". nacionais dotados de características próprias, diferentes uns dos
opa, já se iniciaram as tratati vas outros e por isto mesmo dificultadores das trocas, fazem-se
~l de Mercosul, cujos países necessárias mudanças, exigem-se adaptações, as quais, em grande
Uruguai e Paraguai, mais os monta, são feitas através de reformas às Constituições,
scutem, no contexto de uma apresentadas como um conjunto de medidas periféricas, mas que
o e instalação de um tribunal e muitas vezes representam mudanças substanciais nos textos
, visando à supremacia de uma constitucionais.
eito comunitário exigirá, sem No contexto da globalização, a tese da
uturação jurídica, já havendo "desconstitucionalização" é defendida por "economistas
Integração", a um "Direito neoliberais", os quais consideram controvertidas principalmente
1 "Direito Metaconstitucional", as matérias constitucionais referentes à previdência, ao sistema
atos concretos com eficácia não tributário, à estrutura fiscal, ao mercado de trabalho e à
)mo sobre as pessoas físicas e organização econômica, significando a "eliminação de capítulos
inteiros das Constituições e a posterior regulação das matérias por
) se dão -, afinal, os reflexos da eles disciplinadas com base em leis ordinárias aprovadas por
rzia popular? Dão-se no sentido maioria simples.,,19 Do mesmo modo, os processos de integração
'do povo. têm como objetivo primordial a "desregulamentação" e o
submetimento da atividade econômica às leis do mercado.
aro que a noção de "integração
)mo uma passagem necessária Estévez Araujo, ao analisar a integração européia, entende a
cional, demandando, para sua Constituição como um "processo", o que se dá quando seu
Fatores de produção à escala conteúdo é determinado e vai sendo moficado por meio de
iminação das restrições à livre mecanismos que não correspondem aos que classicamente são
lo, visando criar um Mercado entendidos como "processos constituintes", tampouco aos
ulação de bens, de pessoas, de procedimentos de reforma da Constituição. O autor espanhol,
lstaurar uma União Econômica. embora diga que na atualidade não exista uma "Constituição
)ssui apenas objetivos de cunho Européia" no sentido estrito do termo, apregoa a existência de um
es os mais visíveis orientadores sistema constitucional europeu de caráter fragmentário, na medida
só são possíveis dentro de um em que não abarca todas as matérias e competências próprias de

18 Cf. FRADERA, Véra Maria Jacob de. A circulação de modelos jurídicos europeus na América
iredo. MERCOSUL - minilateralismo e Latina: um entrave à integração econônúca no Cone Sul? p. 20 e 21.
19 Cf. FARIA, José Eduardo. Op. cit., p. I I.
li

64 INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER

um Estado, abarcando, de início, matérias relativas à política decisoria, los órganos (


econômica, à política exterior e à defesa comum, à justiça e à representatividad e incluso
segurança interna. Essa transferência de competências é feita, em Há de se ter em conta o
sua grande maioria, pelas chamadas "cláusulas de escape" das poder que possui o parlan
Constituições dos Estados membros, como aquelas que permitem poder constituído, mas r
que por meio de lei orgânica sejam ratificados tratados existente por outra nov:
internacionais que impliquem transferência de competência~ Constituinte pode fazer, i
derivadas da Constituição, a exemplo do art. 93 da Constituição dispor sobre a Constituiçã<
Espanhola vigente. 2o apenas a atuar nos marco~
Ao tratar do impacto da configuração do sistema constitucional Neste ponto Estévez Arau.
europeu sobre as Constituições dos Estados membros, Estévez verificando no processo d
Araujo refere que o processo tem dado lugar a uma série de do próprio poder constituil
modificações nos textos constitucionais, verificadas distintas de seu titular orig
fundamentalmente de modo informal, isto é, não utilizando os Segundo a concepção cl
procedimentos formais de reforma da Constituição. É neste por Sieyes, o mesmo é apn:
sentido que a "Constituição" européia confere às Constituições em um momento determi
estatais o caráter de processos, violando inclusive princípios do uma revolução, em que o v
Estado de Direito, mormente o da soberania popular,2l já que las um novo em virtude da d
dicisiones políticas fundamentales no las adoptan órganos que instaura uma nova C
elegidos directamente por los ciudadanos. El órgano ordem constitucional, poré:
representativo por excelencia - el Parlamento - carece continuado de alterações il
prácticamente de capacidad decisoria. Por otro lado, los é esta última forma de ex
Parlamentos nacionales tienen poca participación en la tendo lugar no percurso da
elaboración de la política comunitaria. Esta política es el resultado transferência de competên
deI acuerdo de voluntades de los representantes de los gobiernos o alterações provocadas
de decisiones de la tecnocracia de la administración comunitaria. constitucional europeu aCI
Así pues, si el órgano representativo carece de capacidad das Constituições e põem e
fenômeno permite aplicar :
"Estados mutantes", já ha1
20 Cf. ESTÉVEZ ARAUJO. J. A. EI problema de la unidad europea y de los Estados nacionales. p.
37. cabo uma "revolução furti1
21 Viola também o princípio da separaçüo dos poderes. pois não mantém a separação entre o Poder
de Legislar c o Poder de Executar as leis ao concentrar o poder legislativo nos órgãos de
É, por fim, como cons{
caráter executivo e, por outro lado, acaba alterando o equilíbrio entre o Poder Judiciário e o resulta afetada essencialm{
Poder Legislativo, posto quc a jurisprudência do Tribunal de Justiça das Comunidades
Européias tem modificado o grau de sujeição do juiz à lei ao admitir que um juiz possa deixar la capaâdad de participac
dc aplicar uma lei estatal quando esta contradiga a normativa comunitária, decisão esta que
pode ser adotada sem necessidade de uma consulta prévia ao Tribunal Constitucional, ainda
que exigida pela Constituição para o caso de leis inconstitucionais. Desrespeita, da mesma
forma, o princípio da legalidade da Administração, posto que a administração comunitária 22 ESTÉVEZ ARAUJO. J. A. op. cit.. I
pode auto-habilitar-se para realizar prontamente tudo o que seja necessário para a 21 Idem, ibidem. p. 43.

implementação das políticas comunitárias. Idem, ibidem. p. 40. 24 Id. ibid.

INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER 65

o, matérias relativas à política decisoria, los órganos con capacidad decisoria carecen de
à defesa comum, à justiça e à representatividad e incluso de responsabilidad. 22
lcia de competências é feita, em
Há de se ter em conta os limites da reforma da Constituição. O
adas "cláusulas de escape" das
poder que possui o parlamento de reformar a Constituição é um
'os, como aquelas que permitem
poder constituído, mas não para substituir uma Constituição
::a sejam ratificados tratados
existente por outra nova. Isso somente o titular do Poder
transferência de competência~
Constituinte pode fazer, i. e., o povo. Aquele poder não pode
nplo do art. 93 da Constituição
dispor sobre a Constituição em sua totalidade, estando legitimado
apenas a atuar nos marcos instituídos pela própria Constitui?ão.
lração do sistema constitucional Neste ponto Estévez Araujo chama a atenção para o que esta se
:los Estados membros, Estévez verificando no processo de integração européia: uma transLação
m dado lugar a uma série de do próprio poder constituinte a instâncias estatais e supraestatais
constitucionais, verificadas distintas de seu tituLar originário, o povo. 23
mal, isto é, não utilizando os
Segundo a concepção clássica do poder constituinte, formulada
ma da Constituição. É neste
por Sieyes, o mesmo é apresentado como um poder que é exercido
opéia confere às Constituições
em um momento determinado fundamentalmente no marco de
;oLando inclusive princípios do
. popu Lar, 21·Ja, que I as uma revolução, em que o velho regime é abolido e substituído por
so berama
um novo em virtude da decisão do titular do poder constituinte
es no las adoptan órganos
que instaura uma nova Constituição. Pode a modificação da
)s ciudadanos. EI órgano
ordem constitucional, porém, ser também produto de um processo
el Parlamento carece continuado de alterações informais. Ainda no escólio de Estévez,
cisoria. Por otro lado, los é esta última forma de exercício do poder constituinte que está
poca participación en la
tendo lugar no percurso da integração européia, em que a contínua
ria. Esta política es el resultado
transferência de competências aos "organismos europeus" e as
presentantes de los gobiernos o
alterações provocadas pelo funcionamento do sistema
la administración comunitaria.
constitucional europeu acabam por afetar o conteúdo essenciaL
ntativo carece de capacidad
das Constituições e põem em questão a soberania dos Estados. Tal
fenômeno permite aplicar aos Estados europeus o qualificativo de
midad europea y de los Estados nacionales. p.
"Estados mutantes", já havendo autores afirmando que isso leva a
- fiurtlva
cabo uma " revo Luçao . ,,24
.
~S. pois não mantém a separação entre o Poder
:oncentrar o poder legislativo nos órgãos de É, por fim, como conseqüência dessa "revolução furtiva" que
ndo o equilíbrio entre o Poder Judiciário e o
do Tribunal de Justiça das Comunidades
resulta afetada essencialmente "la soberania popuLar aL disminuir
juiz à lei ao admitir que um juiz possa deixar La capacidad de participación de Los ciudadanos en eL exerjicio de
a a normativa comunitária. decisão esta que
Jlta prévia ao Tribunal Constitucional, ainda
eis inconstitucionais. Desrespeita, da mesma
ção, posto que a administração comunitária 22 ESTÉvEZ ARAUJO, 1. A. op. cit., p. 39.

ote tudo o que seja necessário para a 23 Idem, ibidem. p.43.

bidem. p. 40. 24 Id. ibid.

....

66 INSTITUiÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER

las Jacultades soberanas.,,25 Assim, furtando dos cidadãos soberania perde sign
nacionais a possibilidade de pronunciamento e consentimento nos perplexidades.
processos de feitura e/ou de modificação essencial dos textos Nesse contexto, a gr
constitucionais, está-se subtraindo dos mesmos o exercício da princípio da democrac
titularidade do Poder Constituinte. cidadãos e das pessoas i
geral e, assim, na legi
CONSIDERAÇÕES FINAIS princípio da primazia de
sendo denominado. Cert
Refere-se este breve estudo à situação genérica daqueles Países Estados associados deve
pessoas que, em última
que abrem mão de parte de sua soberania nacional para se
todo o Direito: Quod om
submeterem a uma soberania internacional comunitária.
(tudo aquilo que atinge a
A noção clássica de Estado-Nação assenta-se na noção de
O povo deve recuper
soberania, e a globalização, por sua vez, assenta-se na noção de
capital, uma vez que o processo de globalização financeira subtraído, sendo apontad
o submetimento das ")
precede a atual onda de transnacionalização produtiva e acaba por
redefinir a divisão internacional do trabalho e do poder, garantindo que sejam ai
verificando-se uma crescente perda de sober'ania econômica e poder constituinte na n
núcleo essencial das C
política de um número também crescente de Estados nacionais?6
segunda sugestão seria
A globalização existe e configura a nova ordem internacional, constituinte (europeu (
indicando, inclusive, que estamos diante de um processo explícito, no qual os ci
irreversível em escala mundial. Apesar de já ser certo que o elaboração de propost
processo globalizador obriga a repensar o conceito de soberania, limitados a referendar ]
há, ainda, poucos escritos sobre o tema específico da soberania respectivas instâncias téc
popular, embora não sejam escassos os que versam sobre a
soberania nacional. Por isso mesmo, este artigo encerra uma
vocação muito modesta, qual seja, a de levantar algumas idéias REFERÊNCIAS BIBLI
para estimular a reflexão sobre a soberania popular em um tal
contexto, sem apresentar certezas, muito antes interrogações. AGUILAR, Juan Femar
de la reforma de la O
As convenções regionais destinadas à criação de Tribunais
Madrid, Centro de E
internacionais, por exemplo, transcendem as soberanias nacionais
jul.lset. 1992.
e exigem a conformação das Constituições ao acordado, eis que a
transferência ou outorga da soberania tornou-se indispensável para ALMEIDA, Paulo Rol
o aperfeiçoamento juspolítico dos Mercados Comuns. Assim, a básicos. 2. ed. Bras
1992. 166 p.
2lId. ibid. (com grifos acrescidos)
26 TAV ARES, Maria da Conceição. Tendências de Globalização, crise do Estado Nacional e seus
impactos sobre o Brasil. p. 220. 27 Corpus luris Civi/is, Justiniano, 5,
INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER 67

Assim, furtando dos cidadãos soberania perde significação, não, porém, sem causar
mnciamento e consentimento nos perplexidades.
lOdificação essencial dos textos
Nesse contexto, a grande questão é saber como coadunar o
do dos mesmos o exercício da
.
,.
princípio da democracia, que preconiza a participação dos
cidadãos e das pessoas interessadas nos processos decisórios em
geral e, assim, na legitimação da ação supranacional, com o
princípio da primazia de um direito metaconstitucional, como vem
sendo denominado. Certo é que o consenso dos governados dos
iituação genérica daqueles Países Estados associados deve ser mantido, isto é, o acordo de todas as
ua soberania nacional para se pessoas que, em última análise, são as destinatárias e autoras de
macional comunitária. todo o Direito: Quod omnes tangit debet ab omnibus approbari 27
(tudo aquilo que atinge a todos, todos devem aprovar).
Nação assenta-se na noção de
sua vez, assenta-se na noção de O povo deve recuperar o poder constituinte que lhe tem sido
;;so de globalização financeira subtraído, sendo apontados como caminho para tal, por exemplo,
malização produtiva e acaba por o submetimento das "reformas" constitucionias a plebiscitos,
aI do trabalho e do poder, garantindo que sejam aprovadas pelo povo enquanto titular do
rda de sober'ania econômica e poder constituinte na medida em que tais reformas afetam o
~scente de Estados nacionais. 26 núcleo essencial das Constituições. E, indo mais além, uma
segunda sugestão seria a proposta de abertura de um processo
ura a nova ordem internacional
constituinte (europeu ou mercosulino) de caráter amplo e
nos diante de um process~
explícito, no qual os cidadão pudessem ter um papel ativo na
Apesar de já ser certo que o
elaboração de propostas, visando evitar que permaneçam
pensar o conceito de soberania,
limitados a referendar propostas previamente elaboradas pelas
D tema específico da soberania
respectivas instâncias técnicas e políticas.
assos os que versam sobre a
smo, este artigo encerra uma
l, a de levantar algumas idéias REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
I soberania popular em um tal

muito antes interrogações. AGUILAR, Juan Fernando Lopez. Maastricht y la problemática


inadas à criação de Tribunais de la reforma de la Constitución. Revista de Estudios Políticos,
;endem as soberanias nacionais Madrid, Centro de Estudios Constitucionales, n. 77, p. 57-93,
tituições ao acordado, eis que a jul./set. 1992.
lia tomou-se indispensável para ALMEIDA, Paulo Roberto de (Coord.). MERCOSUL: textos
Mercados Comuns. Assim, a básicos. 2. ed. Brasília: Ministério das Relações Exteriores,
1992. 166 p.

Globalização, crise do Estado Nacional e seus


27 Corpus Juris Civilis, Justiniano, 5, 59, 5, 2.
,

68 INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO GISELA MARIA BESTER

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publicação em 12.01.99).

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