Papers by Aline Fritzen Binsfeld
Jornal Brasileiro de Ginecologia, 2021
Introdução: Gestantes com diagnóstico de anemia falciforme têm risco aumentado de complicações ob... more Introdução: Gestantes com diagnóstico de anemia falciforme têm risco aumentado de complicações obstétricas e fetais. A morbidade materna é elevada, com maior chance de eventos tromboembólicos, síndrome torácica aguda, pielonefrite, pneumonia, septicemia, disfunções renais, desordens hipertensivas gestacionais, alterações fetais, entre outras intercorrências. Na consulta inicial, tendo em vista a alta prevalência de disfunções de órgãos-alvo, é fundamental investigar, entre outros aspectos, o histórico das crises álgicas, o número de hospitalizações, a existência de outras morbidades e os antecedentes obstétricos. Essa avaliação deve ser global e inclui, normalmente, confirmação do diagnóstico de anemia falciforme com eletroforese de hemoglobina, exames para análise das funções renais, hepáticas, pulmonares e cardiovasculares — podendo a hipertensão decorrer de nefropatia e ser fator de risco para acidente vascular cerebral (AVC) e pré-eclâmpsia. Sem o devido acompanhamento, 11% dos ...
Introdução: A diabete mellitus gestacional (DMG) é caracterizada pela hiperglicemia diagnosticada... more Introdução: A diabete mellitus gestacional (DMG) é caracterizada pela hiperglicemia diagnosticada na gravidez que pode ou não permanecer após o parto, resultando em diversas complicações para a mãe e o feto, como macrossomia e morte fetal. O desenvolvimento da DMG está associado à elevação de hormônios contrarreguladores da insulina, como os hormônios lactogênico placentário, cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina, gerados pelo estresse fisiológico que ocorre no organismo durante a gravidez e por fatores genéticos e ambientais. Com base no diagnóstico de DMG, o manejo nutricional é considerado intervenção primária para o gerenciamento da glicemia, pois essa alteração representa uma situação de alto risco gestacional e possui alta conexão com a alimentação. Objetivo: Relatar sobre a DMG e analisar como o manejo nutricional adequado pode interferir nesse cenário, contribuindo para a manutenção da saúde da mulher durante a gestação. Métodos: Revisão sistemática retrospectiva da literatura, usando os principais bancos de dados on-line. Foram investigadas diferentes publicações sobre alimentação e DMG. Resultados e conclusão: Diante de um diagnóstico de DMG, deve-se iniciar a terapia nutricional direcionada para o bom controle da glicemia. A dieta deve priorizar a distribuição harmônica dos macronutrientes, que devem estar divididos da seguinte forma: carboidratos-45-65% do valor energético total, proteínas-15-20% e lipídeos-20-35%. A necessidade de vitaminas, minerais e fibras é semelhante ao recomendado para gestantes não acometidas pela patologia. O valor calórico total deve ser bem distribuído ao longo do dia, de modo que 15% esteja no café da manhã, 10% na colação, 30% no almoço, 10% no lanche da tarde, 25% no jantar e 10% na ceia. A contagem de carboidratos é muito importante no tratamento da DMG e a dieta deve ser provida de frutas, vegetais, grãos integrais e legumes. O magnésio é fundamental no manejo da dieta dessas gestantes, pois está envolvido no metabolismo de glicídios, sendo, portanto, importante para a regulação da secreção e ação da insulina. A vitamina D e o cálcio podem otimizar o metabolismo da glicose, enquanto o zinco participa da síntese e degradação dos macronutrientes, o que pode ser ratificado em alguns estudos que atestam a suas participações no controle glicêmico. Por fim, vitaminas como a A, E e ácido fólico são fundamentais no desenvolvimento e crescimento fetais. Dessa forma, para um desfecho satisfatório da condição, é de grande importância o acompanhamento nutricional com ênfase no controle da glicemia sanguínea, pois a alimentação adequada é essencial tanto para a manutenção da saúde materna quanto para a formação e o desenvolvimento do feto. Palavras-chave: diabetes mellitus gestacional; hiperglicemia; alimentação.
Introdução: O pós-parto é um período que pode acarretar inúmeras complicações, como infecção, abs... more Introdução: O pós-parto é um período que pode acarretar inúmeras complicações, como infecção, abscesso e hematoma, cursando com morbimortalidade materna elevada, especialmente no parto cesárea. Abscessos abdominais são coleções purulentas secundárias a cirurgias, infecção, trauma, classificadas como intra e retroperitoneais ou viscerais. Hematoma pós-parto é uma condição conhecida, porém rara, que decorre principalmente de parto vaginal com episiotomia, sendo um fatorpredisponente para a formação de abscesso, que se não tratado pode evoluir à sepse. Relato de caso: Mulher, 15 anos, sem comorbidades, primigesta, 38 semanas e um dia, com restrição de crescimento intrauterino, induzida a parto vaginal por Misoprostol, sem necessidade de episiotomia. No 2º dia pós-parto, apresentou hematoma próximo ao introito vaginal à esquerda, sem sangramento, e recebeu alta nesse dia. Após 30 dias do parto, procura atendimento com febre, dor abdominal intensa, secreção vaginal purulenta e fétida que, segundo a paciente, ocorria havia três semanas. O exame físico evidenciou sinais de peritonite, duas massas palpáveis, flutuantes e dolorosas na região infraumbilical, que demandavam internação hospitalar. A ultrassonografia sugeriu abscesso na parede abdominal, exames laboratoriais com 27.900 leucócitos, 10% de bastões, hemoglobina de 7 e 690 mil plaquetas. Iniciou a antibioticoterapia e foram solicitadas avaliação cirúrgica e tomografia abdominal, que indicou quatro coleções líquidas sugestivas de abscesso com comunicação entre si, localizadas em fossa ilíaca direita (7 mL) e esquerda (38 mL), na linha média infraumbilical (57 mL) e na reflexão peritoneal mesorretal à direita (1,6 mL). Paciente foi submetida a laparotomia exploradora, constatando-se tanto intercomunicação dos abscessos quanto drenagem destes para a cavidade pélvica em direção ao útero, com saída da secreção pela vagina. Colocaram-se três drenos, um na vagina e dois no abdome. Após a laparotomia, a paciente foi levada à unidade de terapia intensiva (UTI) por um quadro de sepse, onde se administrou antibioticoterapia intravenosa e foi feita a rotina de UTI. Três dias após a admissão na UTI, ela foi para o quarto. Um dia após a alta da UTI, o dreno vaginal teve saída espontânea e os abdominais foram retirados sete dias após a cirurgia, já que não estavam mais drenando secreções. No 12º dia de pós-operatório, a paciente recebeu alta, apresentando sinais vitais estáveis, dor leve, exames laboratoriais normais. Conclusão: A ocorrência de abscesso abdominal no pós-parto é uma complicação infrequente, porém mais prevalente em cesárea do que em parto vaginal. O abscesso, se não manejado precocemente, pode evoluir com mau prognóstico, resultando em sepse, a qual é um dos principais fatores de mortalidade materna. Os sintomas mais comuns desse abscesso são febre, dor e desconforto abdominal, inapetência, peritonite. O diagnóstico por imagem mais eficaz é a tomografia, embora se possa usar a ultrassonografia. O tratamento é baseado na drenagem cirúrgica ou percutânea associada com antibioticoterapia pré e pós-intervenção. Palavras-chave: período pós-parto; sepse; abscesso abdominal.
Radiologia Brasileira, 2008
Neste trabalho relata-se o caso de uma paciente de 46 anos de idade com queixa de aumento de volu... more Neste trabalho relata-se o caso de uma paciente de 46 anos de idade com queixa de aumento de volume periumbilical e dor leve antes da menstruação. O quadro evoluiu com aumento gradativo da dor. Foram realizados ultra-som, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Após laparotomia exploradora, foi retirado material para biópsia que confirmou o diagnóstico de leiomiomatose peritoneal disseminada.
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