thais A L V E S Marinho

PUC Goiás, Programa de Pós-Graduação em História, Faculty Member

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Thais Alves Marinho, D.Sc., é professora do Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), ocupando a Cadeira nº 72, intitulada "Ofélia Sócrates Nascimento Monteiro". Atua como coordenadora e pesquisadora em redes interdisciplinares e nacionais, como a Rede Latino-Americana e Caribenha de Pesquisas sobre Feminismos de Terreiros (RELFET), e integra a Rede de Pesquisadores Kalunga.

Sua pesquisa foca na história e na epistemologia afrodiaspórica, com destaque para ancestralidade, espiritualidade, colorismo e resistência cultural nas comunidades quilombolas e de terreiros. Coordenou projetos voltados à valorização de mulheres negras na diáspora, como o Dicionário Biográfico: Histórias Entrelaçadas de Mulheres Afrodiaspóricas, e é autora de estudos que problematizam o conceito de pretagonismo e a centralidade das mulheres negras na história brasileira.

Além de ser uma voz ativa na organização de seminários, colóquios e eventos acadêmicos, Thais mantém colaborações com instituições nacionais e internacionais, contribuindo para o fortalecimento de uma história crítica, inclusiva e afrocentrada.
Phone: +5562984326501
Address: Rua Londrina cond. Porto Belo 2 casa 2
322-324

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Papers by thais A L V E S Marinho

Umbanda: Aquém e Além De Ortiz

Revista Caminhos - Revista de Ciências da Religião, Dec 19, 2019

Renato Ortiz e sem duvida um proeminente cientista social brasileiro, que nao se limitou, no enta... more Renato Ortiz e sem duvida um proeminente cientista social brasileiro, que nao se limitou, no entanto, a alcar voos apenas dentro dos limites da ciencia de sua formacao universitaria. Em sua tese de doutorado, intitulada “A morte Branca do feiticeiro Negro” traz uma analise peculiar da Umbanda no Brasil e inaugura a possibilidade de pensarmos esse movimento religioso, como uma religiao tipicamente brasileira. Eu advogo, nesse artigo, que a abordagem de Ortiz e as analises da participacao do negro na cultura brasileira, apresentadas nessa obra, trazem elementos para pensarmos a Umbanda a partir da perspectiva dos Estudos Culturais e subsidiam as discussoes posteriores dentro do escopo dos estudos pos-coloniais.

Ethnodevelopment in Kalunga’s community-based tourism

As Relações Étnico-Raciais, Os Estudos Afro-Brasileiros e a História

N este volume da Revista Mosaico trazemos com alegria o dossiê Congadas: Memória e Tradição Afro-... more N este volume da Revista Mosaico trazemos com alegria o dossiê Congadas: Memória e Tradição Afro-Brasileira, organizado por Rosinalda Correa da Silva Simoni. A polissemia de manifestações culturais africanas no contexto diaspórico e contemporâneo ainda é pouco explorada pelo campo histórico. Os estudos históricos e historiográficos sobre as relações étnico-raciais no Brasil, a partir da diáspora negra, focavam os processos da formação nacional, a partir da lógica da miscigenação e do sincretismo, sem, no entanto, lançar luz sobre as especificidades e particularidades da cultura africana e afrodescendente para essa formação, bem como para os processos de resistência cultural. Paradigmaticamente, essa questão não estava posta para os primeiros estudiosos das relações étnico-raciais brasileiras, que percebiam uma horizontalidade nessas relações, ao privilegiarem seus lugares de fala enquanto sujeitos brancos, em sua maioria, homens. Os primeiros estudos se resumiam a esquemas-lógico-classificatórios do outro, com o intuito de gerar, tanto explicações sobre as diferenças, quanto soluções práticas para as relações que teriam que ser travadas a partir delas. O conceito de "raça" se destaca nesse momento, a partir de uma interpretação reducionista das teorias evolucionistas. As análises focavam os múltiplos processos de "aculturação", e, em âmbito político, a diáspora negra foi gerida, declaradamente, para impedir a formação e continuidade de uma cultura africana no Brasil, considerada inferior e não desejável. Assim que desembarcavam, os africanos escravizados eram vendidos, separados de seus conterrâneos e familiares, e passavam a viver sob uma controlada rotina de proibições, censuras e violências. Qualquer manifestação cultural nativa era violentamente coibida, inclusive o uso da língua materna, vestimentas, pinturas, cantorias, expressões religiosas, entre outros. Na transição do século XIX para o XX, gradativamente, a noção de cultura veio a substituir a de "raça" e clima, baseando-se no pressuposto de que a vida humana e a sociedade política não são determinadas, de uma maneira forte, por nada além da própria vida social. E, desse modo, o processo civilizador eurocêntrico decreta o fim à cultura, à diferença, às identidades. A diversidade cultural perduraria apenas pela possibilidade de isolamento. Os estudos afro-brasileiros historicamente mudam de uma perspectiva folclorista, desenvolvidas no contexto colonial a partir da visão de estrangeiros como Debret, Maria Granam, Rugendas, Kosier, Kidder, para uma que visualizava o negro como parte processual de uma essência étnica brasileira sem, no entanto, ressaltar a importância ou a contribuição de suas especificidades para a cultura nacional, como nas perspectivas de Sylvio Romero, de Euclides da Cunha, de Alberto Torres e de Oliveira Viana. Ainda na primeira metade do século XX, autores como Raimundo Nina Rodrigues, Arthur Ramos e Gilberto Freyre, promoveram um movimento de atenção aos chamados estudos afro-brasileiros, o foco estava na origem e nas continuidades culturais do negro, vistas de forma estática, promovendo

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