Ressurgir
Estendi a dor, indolente, sobre a mesa de jantar.
Em seguida, com o mesmo gesto, espalhei a alegria,
e polvilhei tudo com esperança.
Cantei uma canção de embalar,
suave como o murmúrio do vento,
numa voz melosa ___ acariciando as cordas vocais.
Contrariei a perturbação do dia,
moldando um poema ___ no peito do ímpeto,
nos desencontros do tempo.
Talvez amanhã ___ eu sinta o sal do mar,
na pele renovada,
na esperança renascida.
Talvez a dor se desfaça.
Talvez a alegria regresse,
e, entre os atropelos do dia,
um sol louco me embale,
para que o rosto ganhe cor,
e o corpo outro sabor.
E a boca entoe uma nova canção,
em maviosidade de esperança,
aliada a um sorriso de paz.
Autor : © Piedade Araújo Sol 2025-04-07
Imagem : Cristina Coral
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