A cataplana é um prato cuja história se perde nos tempos. Nome de caçoila e, ao mesmo tempo, de um prato nacional (tal como a chanfana ou a caldeirada) proporciona um método de cocção lento e hermeticamente fechado cujo resultado final é uma perfumada iguaria. Concentrando, deste modo, sapidez e aromas, ninguém lhe resiste. Se no Algarve ganhou fama, certo é que a chamada “prussiana” beirã parece ser o seu antepassado.
Ésempre um momento de exaltação quando vem para a mesa, faiscante na sua aura de cobre. Expectantes pelo momento da abertura, quase numa pueril evocação, os olhos e o nariz mergulham numa nuvem atordoante quando se abre a “caixinha das surpresas”. Comparam-na com a tagine, dizem que tem raízes árabes e nasceu no Algarve, mas não será bem assim. Até porque a tagine possui um pequeno orifício na extremidade.
No fundo, trata-se de uma forma de cozinhar que otimiza sabor. Da “prussiana”, uma caçarola mais achatada e lisa, quase não existem já exemplares, mas seria uma forma que os caçadores tinham de preparar, em plena natureza e enterrada na terra, os troféus do dia. Um método muito usual de cozinhar noutros tempos em plena Natureza.
Hoje emblema algarvio, seria nos anos sessenta que os mestres caldeireiros,