O legítimo Gadus Morhua pescado nas águas geladas do Mar da Noruega só durava tempo suficiente porque os nórdicos conheciam uma técnica avançada de conservação. Há pelo menos mil anos, era comum a desidratação das carnes pelo processo de criodessecação natural – método que usa temperaturas bem baixas para tirar toda a água do alimento, fazendo com que ele fique fresco por mais tempo.
Os vikings são considerados os pioneiros na descoberta do bacalhau. Como não tinham sal, secavam o peixe ao ar livre, até que perdesse quase a quinta parte de seu peso e endurecesse como uma tábua de madeira, para ser consumido aos pedaços nas longas viagens que faziam pelos oceanos.
Foram os barbudos escandinavos que inauguraram as primeiras rotas marítimas de transporte de peixe, algumas centenas de anos antes de o bacalhau virar moda na Europa medieval. Mal sabiam eles que, ao percorrerem milhares de quilômetros repetidas vezes, estariam criando o comércio de peixe, que chegou ao Brasil em 1843, segundo o Conselho Norueguês da Pesca. O bacalhau veio na mesma embarcação que despachou a primeira leva de café nacional para os europeus.
A história do Gadus Morhua é parte indissociável da história da Noruega. Vem da era dos vikings, que comercializavam o peixe