E Deus quis ter uma família

1. A família na Bíblia

Assim como uma mãe que está esperando um filho prepara o enxoval para o bebê que vai nascer, Deus preparou este mundo para nós. Ele cuidou das flores, do verde da natureza, do azul dos mares, enfim, preparou tudo para o homem ser feliz.

Comecemos pelo Gênesis. Nele, Deus cria toda a natureza e diz:

Façamos o ser humano à nossa imagem e semelhança, para que ele domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão. (Gn 1,26)

Deus diz façamos! Vemos aí a Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – que cria a humanidade.

Então, Deus resolveu criar a mulher, porque notou que o homem não estava totalmente feliz; ele precisava de uma companheira. Como diz o Gênesis:

Deus deu ao homem um profundo sono, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada do homem, o Senhor Deus formou a mulher e a apresentou ao homem. (Gn 22,1-22)

Note que Deus tirou a mulher do lado do homem. Não tirou da cabeça, para que ela não se achasse superior ao homem, nem dos pés, para que ela não se sentisse inferior a ele. Essa é uma imagem simbólica, para nos ensinar que os dois devem se sentir companheiros – um ao lado do outro!

Essa bela história está na Bíblia para, entre outras coisas, nos contar que o sexo dentro do plano de Deus não tem nada de errado, nem de sujo. É uma história que, inclusive, devemos contar para as crianças.

Dizem alguns santos que o altar do casal é o seu leito nupcial. Afinal, Deus fez o homem e a mulher e viu que isso era bom; ou seja, Ele apreciou a diferença entre o homem e a mulher!

Deus colocou o prazer sexual no homem e na mulher. Não há nada de feio nisso, visto que é desse prazer, desse amor que vêm os filhos. Como sabemos, para ter filhos é preciso consumar a relação sexual; não dá para apertar um botãozinho e esperar que nasça o filho... Tanto é assim, que o casamento em que não há a consumação – a relação sexual – é passível de nulidade.

Muitos pensam que o pecado de Adão e Eva foi o pecado do sexo, mas basta ler atentamente o Gênesis para verificar que isso não é verdade.

Muitas vezes, os rapazes aprendem sobre sexo nas escolas, nas ruas, e acabam ficando com a ideia de que se trata de uma coisa suja. Do mesmo modo, vemos também muitas moças com uma experiência errada da sexualidade. Mas, vale repetir: Deus criou o homem e a mulher, e viu que isso era bom!

Retomando a ideia que iniciamos: qual foi o pecado de Adão e Eva?

No livro do Eclesiástico 10,15 está escrito que o princípio de todo pecado é a soberba, isto é, o orgulho! Esse foi o pecado que separou o homem e a mulher de Deus. Esse foi O Veneno, O Pecado – o homem quis ser mais que Deus.

No livro do Gênesis, capítulo 3, lemos a história da árvore no meio do jardim, em que a serpente pergunta à mulher se ela não podia comer do fruto de nenhuma das árvores que ali existiam. Com um jogo de palavras, a serpente engana a mulher, que come do fruto da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento (Gn 3,6).

Foi então que despertou, no coração do homem e da mulher, o desejo de ser como Deus, ou pior, de ser mais do que Deus. Esse pecado é o Pecado Original que separou o homem de Deus.

Mas Deus criou o homem para ser feliz à sua imagem e semelhança. Para provar isso, basta observarmos a natureza: ela fala da felicidade de Deus. Um pôr do sol à beira-mar, uma noite de lua cheia... em tudo isso podemos ver como Deus é feliz. A natureza mostra isso!

Rompendo com Deus, o homem trouxe consequências para toda sua vida e de toda a humanidade. Sem Deus, o homem, que tinha amor, passa a ter ódio. Ele, que vivia em paz, passa a viver na guerra. Se o homem unido a Deus tinha saúde, sem Deus, passou a ser doente. E veio, então, a pior consequência do pecado: se o homem tinha a vida, sem Deus, passou a ter a morte.

Deus deu a liberdade ao homem; Ele não obriga ninguém a segui-Lo. A liberdade é o maior dom que Deus nos deu;