História das Ideias do Ensino da Dança na Educação Brasileira
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História das Ideias do Ensino da Dança na Educação Brasileira - Marcilio de Souza Vieira
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
Este livro é dedicado a
todos os pesquisadores em/da Dança.
Dedico-o também a meus pais,
José Nunes e Crinauria Vieira,
por me ensinarem a viver.
AGRADECIMENTOS
Ao professor doutor Charliton José dos Santos Machado, por acreditar nesta escrita.
Ao Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil
(HISTEDBR-GT/PB).
Ao Grupo de Pesquisa em Corpo, Dança e Processos de Criação (Cirandar) e do Grupo de Pesquisa Corpo, Fenomenologia e Movimento (Grupo Estesia/UFRN).
Aos meus bolsistas de iniciação científica que participaram da pesquisa.
Aos meus amores.
POEMA DANÇANDO
Dançando
Preencho o espaço
Com meu movimento
Sutil
Singular
Devagar
Rápido
Sinuoso
Ocupando o espaço que ora é meu, ora é seu
Flutuo, deslizo, singularizo, rastejo, pontuo, crio
Meu modo de dançar. Dançando (re)invento
Meu movimento lento, desnivelando os níveis alto, baixo, médio
Ocupo o espaço direto, multifocado e este me ocupa, me preenche,
Me deixa prenhe de movimento quer lento, quer rápido, quer meu;
Seu, nosso movimento que envolve, dissolve, retoma, toma, ama.
Deslizo no meu/seu movimento até me esvair em outros movimentos dançantes
Envolventes, emaranhados, despedaçados, cantados, dançados.
O
Meu
Movi
Mento
Lento
Languido
Enamorado
Descarado
Comportado
Escrachado
Lento
Lendo
Danço
O
Movimento
(Marcilio Vieira, 2017)
APRESENTAÇÃO
O constructo deste livro dá-se pela necessidade de compreensão da organização do ensino da Dança na educação brasileira; para tanto, foram consultados documentos oficiais, a exemplo de: Leis/LDBs, Resoluções, Minutas, Diretrizes, Parâmetros Curriculares, Base Nacional Comum Curricular, para ter uma noção de como essa linguagem da Arte foi se constituindo na educação brasileira.
O escrito divide-se em três partes, a saber: as bases da Arte/Dança no ensino brasileiro – discute-se, em formato de cenas, como foi organizado o ensino de Arte/Dança na educação brasileira, desde a catequização dos indígenas até o pensamento de organização de tal educação no Brasil monárquico e a primeira metade do século XX; os sistemas – a discussão perpassa pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, seus reflexos no/para o ensino de Artes/Dança, bem como as Minutas, as Diretrizes, os Parâmetros e as Resoluções que ampararam/amparam tal ensino e as problemáticas (reflete a organização de tal ensino na educação brasileira, a partir dos documentos oficiais, considerando-se suas fragilidades, discussões e novas possibilidades).
É importante deixar claro que este livro não se propôs a esgotar o assunto referente ao ensino de Artes/Dança na educação brasileira. Pretendeu-se apenas analisar parte da formação do processo educacional no Brasil, considerando o ensino de Artes/Dança de suma relevância para a educação brasileira como um todo.
O autor
PREFÁCIO
O presente estudo, agora organizado em formato de livro, é resultado de uma pesquisa histórica sobre o pensamento pedagógico brasileiro do ensino de Dança, desenvolvida pelo autor no transcorrer de diversas atividades de pós-doutoramento na Universidade Federal da Paraíba, particularmente, no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), em sua Linha de Pesquisa História da Educação e no Grupo de Estudos História da Educação Brasileira
(HISTEDBR) – que o abrigou institucionalmente, sob a minha supervisão, diálogo e intercâmbio acadêmico, entre os meses de maio de 2017 a abril de 2018.
No currículo do pesquisador, registrado na Plataforma Lattes/CNPq/2018, é possível observar que ele vem se dedicando, nos últimos anos, com produção efetiva em periódicos, capítulos, livros e anais de congressos, aos campos teóricos da Educação e da Arte, Corpo, Dança-teatro, Teatro-educação, História e Memória da Arte. Isso se traduz, também, na atuação acadêmica potencialmente voltada ao ensino e às orientações nos grupos de estudos vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Artes Cênicas e Profartes, ambos da UFRN.
Aqui, portanto, encontra-se parte desta produção reunida sob a perspectiva temática História das ideias da dança na educação brasileira
, lançando luz ao debate atual acerca dos vários aspectos da constituição das múltiplas linguagens da Arte; em especial, do ensino de Dança, objeto central que fundamenta o trabalho de pesquisa realizado em sua abrangência e temporalidades históricas.
Com uma linguagem clara e acessível, o estudo publicado oferece ao leitor uma contribuição instigante e densa em perspectiva histórica, haja vista que socializa resultados relevantes de suas investigações de inegáveis contribuições aos estudiosos brasileiros, dado o valor científico, reflexivo e crítico em sua abordagem. Ou seja, o livro que o leitor tem em mãos, além de ser fundamental à compreensão das especificidades de pensamentos e ações educacionais, alimenta novas possibilidades de leituras investigativas sobre a formação do ensino da Arte/Dança como expressão da linguagem corporal, em dimensões mais ampliadas e nos mais diferentes contextos de sua realização pedagógica no Brasil.
Para tanto, nesta incursão promissora e instigante, Marcilio de Souza Vieira demonstrou, a partir de vigorosa pesquisa em diversos documentos oficiais (Leis, LDB, Resoluções, Minutas, Diretrizes, Parâmetros Curriculares etc.), como a linguagem da Arte foi se constituindo no campo da efetiva atuação didático-pedagógica, do conhecimento curricular e da formação ao longo de diversas etapas históricas. Isso direciona o olhar com mais particularidade à história das ideias da Arte/Dança na organização de diferentes níveis de ensino; por conseguinte, identificando os retrocessos e os avanços nesse território de disputas intelectuais e políticas na educação brasileira ao longo do tempo. Sobre essa questão, Samara e Tupy (2007, p. 73) ressaltam que:
[...] a definição e/ou escolha do objeto de estudo se manifestam na interação entre o pesquisador e as questões que o mesmo elabora, a seleção das fontes depende também do conhecimento prévio dos diversos tipos de documentos que tratam do tema selecionado e das possibilidades de análises que os mesmos oferecem [...].
No que diz respeito ao campo teórico-metodológico apresentado na referida produção historiográfica, seguindo aquilo que chama de impulso investigativo
, o autor faz uma opção pela nova história, por esta se constituir numa corrente de clara contraposição às grandes narrativas, às grandes teorias de cunho positivista.
Assim, como pano de fundo, traz como preocupação e possibilidade de análise não apenas revisitar ou descrever linearmente os movimentos de constituição do ensino da Arte/Dança no Brasil, mas também resgatá-lo e compreendê-lo, por meio de uma configuração de disputas de ideias, rupturas, permanências, conquistas, afirmações e, ainda, das ameaças atuais de retrocessos que cercam os educadores de filiação teórica ao projeto crítico-pedagógico.
Dessa forma, seguindo essa perspectiva de elaboração no campo da nova história, o estudo focou o olhar historiográfico aos interesses e embates discursivos que marcaram as reformas curriculares, nos diversos contextos e na evolução
de ideias, por meio da leitura da legislação vigente, sem perder de vista as apropriações e os diferentes significados dados pelos sujeitos aos conteúdos trabalhados como Arte/Dança ao longo da formação cultural da educação brasileira, antes mesmo da recente institucionalização nos cursos em nível superior.
Não é à toa que, de forma didática, a obra foi organizada em três atos e 14 cenas, oportunizando ao leitor revisitar passo a passo esse processo de construção de ideias e distintos olhares interpretativos, sem perder de vista os interesses que repercutiram, e ainda repercutem, como desafiadores à produção do conhecimento do ensino-aprendizagem da Arte/Dança na educação brasileira.
É importante destacar que a obra vem à baila em um momento necessário de lutas contra os retrocessos que visam tolher ainda mais a importância dos saberes humanísticos, artísticos e culturais na formação educacional, em instituições púbicas e privadas, em parte como resultado de iniciativas reacionárias que desvelam a combinação de ignorância e desprezo ao conhecimento histórico-crítico.
Ressalte-se que o País vive uma conjuntura histórica de instabilidade, crescentes incertezas quanto ao futuro. Por isso, diante de uma realidade mais complexa, o ensino da Arte/Dança, cumpre o papel de alargar uma compressão do mundo, por se constituir num campo de conhecimento formador da sensibilidade social, contribuindo, assim, para a educação de questionamento e transformação da realidade brasileira, como preconizava Paulo Freire.
Portanto esta obra propõe-se a recuperar, analisar e debater com profundidade as ideias que forjaram o ensino da Arte/Dança na educação brasileira, em marcantes e diversos contextos, constituindo-se, certamente, num investimento de conhecimento histórico, posto que enseja ricas contribuições à prática educacional desenvolvida atualmente nos diferentes níveis de ensino, a partir da realidade e da sua problematização como objeto de investigação. E, finalmente, esta obra também procura contribuir como ferramenta vital aos pesquisadores, professores, alunos de graduação e pós-graduação, de áreas afins, e demais interessados na temática.
Pela qualidade do trabalho realizado, o livro História das ideias da dança na educação brasileira é um ganho para toda a historiografia da educação brasileira.
Professor titular Charliton José dos Santos Machado
Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas
História, Sociedade e Educação no Brasil
(HISTEDBR)
Departamento de Metodologia da Educação/DME/CE/UFPB
Referência
SAMARA, Eny de Mesquita; TUPY, Ismênia S. Silveira T. História e documento e metodologia de pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
Sumário
prólogo – uma introdução
ATO I
AS BASES DA ARTE/DANÇA NO ENSINO BRASILEIRO
Cena 1: Pedagogia brasílica da arte/dança
Cena 2: As coexistências conflitantes e as reformas educacionais
Cena 3: O ensino da dança na proposição pedagógica do barão de Macahubas
Cena 4: O que esperar do ensino de arte/dança a partir da Segunda República
ATO II
OS SISTEMAS
Cena 5: Novos rumos para o ensino da arte/dança
Cena 6: Interfaces entre dança e educação infantil
Cena 7: Interfaces entre dança e ensino fundamental
Cena 8: Interfaces entre dança e ensino médio
Cena 9: As escolas técnicas como um dos ambientes da dança
Cena 10: A dança na universidade
ATO III
AS PROBLEMÁTICAS: A CRISE REVELADA
Cena 11: Desafios e possibilidades na educação infantil – proposições
Cena 12: Conhecimento marginal – o que se espera do ensino de artes/dança no ensino fundamental?
Cena 13: Implicações da arte/dança no ensino médio
Cena 14: O que será da dança no ensino superior?
EPÍLOGO
REFERÊNCIAS
PRÓLOGO – UMA INTRODUÇÃO
Ainda que a Dança esteja em um processo de consolidação, tanto como área do conhecimento quanto seu espaço de atuação no meio educativo, é pertinente observar seu desenvolvimento a partir dos documentos oficiais que a institucionaliza a fim de colaborar e avançar na sistematização de seu ensino. Ao analisar os registros históricos sobre o sistema de ensino brasileiro, é possível observar as trajetórias e os desvios que a Arte, em suas diferentes linguagens, e os artistas/educadores tiveram que trilhar para conquistar o espaço de atuação no ambiente escolar.
Observando que a Dança é uma dessas linguagens da Arte, percebe-se que as diferenças são relativas ao caminho que tem sido percorrido para chegar às escolas brasileiras como Arte; o tempo é o diferencial, visto que algumas delas conseguiram firmar-se mais rapidamente.
O escrito deste material trata-se de uma pesquisa que reconhece a Dança como área de conhecimento e busca, a partir dos documentos oficiais (Leis/LDBs, Resoluções, Minutas, Diretrizes Nacionais, Parâmetros Curriculares), ter uma compreensão de como essa linguagem da Arte foi se constituindo na educação brasileira. Nessa perspectiva, o estudo problematiza como objeto de investigação a evolução do pensamento pedagógico brasileiro do ensino de Dança, quer na educação básica, quer no ensino superior, a partir da identificação, classificação e periodização de tal ensino nos documentos oficiais.
Nesse sentido,