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Pele Imemorável
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E-book211 páginas2 horas

Pele Imemorável

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Sobre este e-book

Pouco depois de Soledad Starova dar entrada inconsciente no hospital, dois senadores nacionais são assassinados. Ambos están relacionados con jovem albanesa, mas ela está a mais de um mês em estado de coma profundo y está impossibilitada de falar. Não tem familiares nem amigos no país. Una política eo promotora não têm pistas que relacionem essas mortes com a jovem e só quem apertou o gatilho conhece a verdade. Pelo menos, isso é o que supõe. Um juiz federal eo evaluador dos senadores mortos temem ser os próximos da lista. Intriga, suspense e, fundamentalmente, um final incerto até a última página.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento20 de ago. de 2021
ISBN9781393523925
Pele Imemorável

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    Pré-visualização do livro

    Pele Imemorável - Ricardo Hansen

    Hansen, Ricardo

    Sin memoria en la piel / Pele Imemorável - Ricardo Hansen, 2020. Ingeniero Maschwitz-Argentina

    ricardohansenautor@gmail.com

    Tradução português/Brasil: Tuane Souza, 2020. tuanessouza@gmail.com

    Direitos exclusivos reservados para todos os territórios.

    Nenhuma parte desta publicação, incluído o desenho de capa,

    podem ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos de maneira alguma nem por nenhum meio, seja elétrico, químico, mecânico, óptico, de gravação ou de fotocópia, sem a permissão prévia escrita do autor.

    A Ana, meu amor

    A Paloma, Juana, Merlina e Ingrid, minhas netas

    A Germán, Cristian, Federico e Paulina, minhas crianças

    A Halfdan, meu pai

    NOTA DO AUTOR

    Esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Os personagens e fatos retratados nesta história são completamente imaginários. Qualquer descrição parecida com pessoas, vivas ou mortas, ou com fatos é pura coincidência. Nomes, sobrenomes, lugares e profissões foram escolhidos ao acaso e apenas pretendem dar vida a uma história cujo único objetivo é o entretenimento individual ou grupal.

    ÍNDICE

    Capítulo  I

    Capítulo  II

    Capítulo  III

    Capítulo  IV

    Capítulo  V

    Capítulo  VI

    Capítulo  VII

    Capítulo  VIII

    Capítulo  IX

    Capítulo  X

    Capítulo  XI

    Capítulo  XII

    Capítulo  XIII

    Capítulo  XIV

    Capítulo  XV

    CAPÍTULO I

    Pensou escutar que alguém, atrás de si, havia pronunciado seu nome, parou de andar e virou-se. A última coisa que viu foi o clarão que saiu do cano de uma Beretta calibre 22, mas nunca escutou o barulho do disparo. Morreu antes. Antes de ouvir o sussurro, antes de bater o rosto contra o chão, antes de tudo. E ficou ali, caído, com suas pernas confusamente jogadas uma por cima da outra, os braços estendidos e seus olhos abertos com expressão de terrível espanto. A chuva começou a cair tocando notas fúnebres sobre seu corpo inerte. Para ele não havia mais amanheceres nem festas típicas, apenas uma longa viagem com destino incerto.

    Os jornais da manhã publicariam aquela imagem na capa e em todos os noticiários não se falaria de outra coisa a não ser de sua morte. Curiosamente, o senador Francisco J. Barleti teria, enfim, a atenção da imprensa que tanto havia buscado na vida, porém, desta vez, não serviria aos seus propósitos.

    Para alguns, foi um homem honesto, exemplar e, para outros, um inescrupuloso que se utilizou da política para aumentar seus cofres pessoais. Para Soledad Starova, foi o monstro que a submeteu a situações horríveis por mais de dois anos.

    Mas ela já não poderia ler aquela notícia. Há três dias havia entrado em coma profundo logo após o senador Barleti, junto a um grupo de amigos bajuladores, exagerar na dose de cocaína que injetou na veia da pobre moça para dominar seus instintos e, assim, aproveitarem-se da juventude de seu corpo. De nada serviram seus olhos suplicantes e inundados de lágrimas. Nenhum deles sentiu nem o mínimo de remorso pelo que iriam fazer. O desejo por possuí-la deixou-os fora de si, fora da razão.

    Tinha apenas quinze anos quando, com falsas promessas, induziram-na a cheirar cocaína pela primeira vez. Prometendo uma vida melhor e prazeres excessivos, converteram-na da noite para o dia em um caos humano. Já com sua pele sem memória, havia perdido seu aspecto saudável. Agora, Soledad Starova aparentava ter muitos anos mais do que os dezessete que acusavam sua identidade. Só um milagre lhe devolveria a vida. E se isso acontecesse, não seria algo agradável.

    Apenas um disparo efetuado com uma munição pequena foi suficiente para abater os pesados cento e vinte quilos do senador, que caiu sem a graça nem a elegância de seu terno Armani. Ninguém apareceu para ajudá-lo porque ninguém havia escutado o tiro. O silenciador conectado ao cano da pistola o teria impedido.

    Ao longe escutava-se o som de um relógio de parede anunciando ser onze horas da noite. Tudo estava quieto e até os barulhos haviam cessado com o cair da noite. O corpo de Barleti esfriava rapidamente e logo estaria rígido. Era inverno e, a aquelas horas, a temperatura do ar era muito baixa. As ruas estavam desertas e, talvez, passasse muito tempo até que alguém descubrisse seu cadáver. Morreu sozinho, sem a companhia de nenhum de seus amigos festeiros e de ninguém que iria sentir sua falta. Nem sua esposa, nem seus filhos. Todos, em sua família, estavam habituados à sua ausência porque era raro até que dormisse em sua própria cama. Eles jamais imaginaram que, naquele momento, seu corpo enrijecia-se contorcido a poucos metros dali.

    Enquanto isso em outro lugar...

    — Oi, meu amor, a mamãe já chegou? — perguntou o Inspetor Marques por telefone.

    — Oi, papai! Não, ainda não, mas ela ligou há pouco tempo e me disse que estava vindo.

    — Tudo bem, minha pequena, se você a vir, diga que eu chegarei mais tarde, que farei a última ronda da noite e vou embora...

    — Está bem, papai... Deixarei o jantar no micro-ondas. Agora vou dormir porque tenho escola amanhã.

    — Não se preocupe comigo... é bem provável que eu coma um sanduíche no bar do polonês. Vá descansar, filha, já é tarde!

    O Inspetor da polícia Eugênio Marques nunca pensou que naquela noite começaria uma das investigações mais complexas de sua carreira.

    O Sargento Torres, ao volante da patrulha, dirigia em profundo silêncio. O homem sentado à sua direita era um dos policiais mais corajosos e admirados da força policial. Haviam passado apenas dois minutos do início da ronda noturna quando ambos escutaram um alerta pelo rádio. Alguém havia achado o cadáver de Barleti. Torres pisou fundo no acelerador e dirigiu a toda velocidade. O incessante ulular da sirene e o chiado dos pneus ao dobrar as esquinas inundava com seus sons as ruas já desertas. Toda a paz da noite quebrou-se de repente pela pressa estridente dos policiais. Ao longe, dividiam-se as luzes LED intermitentes dos patrulheiros que haviam chegado primeiro. Marques desceu do carro e, um pouco aborrecido, aproximou-se do corpo já rígido do senador enquanto colocava as luvas de látex. Agachado e de frente para ele, observava o pequeno e quase imperceptível orifício no meio da testa, a apenas um centímetro de seus olhos, ainda abertos, mas sem brilho. Só uma gota de sangue, já seca, havia caído do buraco que abriu a bala.

    — Alguém sabe quem é? — perguntou.

    — Sim, senhor... é o senador Francisco Jesus Barleti, segundo seus documentos — respondeu um agente que permanecia de pé e atrás do Inspetor.

    — Merda! Agora sim que estamos feitos! Um senador... caralho, um maldito senador! Isso logo se tornará uma confusão de jornalistas... rápido, quero um cordão de isolamento em um raio de duzentos metros. Ninguém deve passar sem minha autorização... Ligaram para a Promotoria? — ninguém respondeu e então — Tem alguém me escutando, caralho? Ligaram para o Promotor? — gritou irritado. Estava incomodado porque o fato certamente tomaria o resto de sua noite.

    Marques não estava errado, dez minutos depois, os agentes não estavam conseguindo conter os jornalistas e curiosos que se aglomeraram sobre a faixa policial, com perguntas insistentes, apelativas e repetitivas. Porém, seu telefone celular não parava de tocar... a imprensa nacional e a internacional, políticos de todo tipo, alguns eram colegas da vítima. Antes o ligaram da chefia da polícia e até do Ministério de Segurança. Todos queriam confirmar a notícia, todos conheciam o senador Barleti... todos, menos ele.

    Eugênio Marques nunca havia escutado seu nome. Não lhe interessava a política; de fato, a detestava, estava convencido de que os funcionários só se serviam dela para satisfazer as necessidades complacentes de preguiçosos e parasitas, além de ditar leis para seus próprios benefícios. Defendia que a única finalidade que possuíam era a de enganar seus eleitores, seja como fosse e, para provar o que pensava, repetia para si mesmo a frase que diz que os políticos têm apenas uma regra: Se não pode deslumbrar as massas com sua inteligência, confunda-as com suas estupidezes. Mas, ele era um servidor público e não podia exteriorizar suas preferências. Só Victória, sua esposa, sabia o que ele opinava a respeito.

    — Inspetor? Sou o Promotor Julián Ramírez, o senhor e eu vamos trabalhar juntos neste caso. O chefe Valdês o recomendou enfaticamente. Quero que esteja em meu escritório amanhã na primeira hora.

    — Está certo, doutor! Mas, não ficou claro para mim o que seria a primeira hora...

    —  Às sete da manhã... Está bom ou é muito cedo? — Marques assente com a cabeça — Ok, amanhã então... e, por favor, não chegue tarde, Inspetorconclui o Promotor enfatizando a última palavra.

    Aquela relação havia começado mal. A atitude do Promotor havia sido arrogante demais para o Inspetor e eram poucas as coisas que ele repudiava mais. Eugênio Marques era um homem correto, educado e geralmente cortês, mas também era um homem de poucas palavras e, quando alguém, imprudentemente, referia-se a ele de maneira desdenhosa, costumava responder com rispidez. Mas, desta vez precisaria conter-se, pelo menos se quisesse evitar um processo administrativo com a conseguinte suspensão sem recebimento de salário. Seus ganhos eram baixos demais, porém seus gastos eram bem altos.

    Observou a hora e irritou-se novamente...

    — Mas vejam que horas são! Ninguém mais assassina durante o dia...onde ficaram os códigos do delito? — disse diante dos olhares atônitos de seus subalternos. Ninguém lhe respondeu, alguns simularam um sorriso cúmplice desviando o olhar para outro lado. Marques encolheu os ombros e encaminhou-se para a viatura. Concluiu que já estava na hora de se retirar.

    Torres, leve-me para casa! — ordenou ao motorista.

    Durante a viagem, procurou não pensar no caso do senador, intuiu que aquilo era o começo de algo complexo. Teria tempo no próximo dia para isso. Só queria chegar à sua cama e dormir profundamente as poucas horas que lhe sobravam.

    A viatura parou em frente à sua casa. Marques desceu e se despediu do motorista com um gesto de mão, mas sem dizer nada nem olhar para ele, apenas despediu-se. Buscou suas chaves no bolso traseiro de sua calça de gabardina, mas antes de introduzi-la na fechadura da porta, olhou para a garagem e viu que o portão basculante estava entreaberto. Estranhou porque Victória não costumava ser tão descuidada. Decidiu entrar na casa por ali. Assim que entrou, procurou o controle, apertou o botão de cor vermelha e o portão terminou de se fechar. Ao passar ao lado do automóvel de sua esposa, apoiou sobre ele uma de suas mãos e notou que o capô ainda estava quente. No teto, o mastro da antena estava fora do lugar, arrancado pela base e retido pelo cabo interno do rádio. Não deu importância e subiu as escadas que conduziam ao andar de cima onde estavam dois dos quatro quartos que tinha a casa. Seu plano era beijar Victória e logo voltar à cozinha para comer um pouco. Sentia fome, mas o amor era mais forte e jamais ousaria sentar-se para comer sem vê-la primeiro.

    Pensando que ela já estava dormindo, abriu a porta do quarto em silêncio, mas, para sua surpresa, ela não estava ali... Do banheiro escutou o barulho da água caindo e então aproximou-se devagar, sem fazer barulho. E então a viu. Aquela imagem embaçada de Victória nua sob a água quente era para Eugênio um convite passional desenfreado. Todos os seus hormônios mobilizaram-se e bloquearam seu raciocínio. E pensou: uma da manhã, Micaela dormindo em seu quarto, minha linda esposa nua e indefesa ao alcance de minhas mãos e eu com uma ereção que já não acontecia há algum tempo... isso não acontece com muita frequência e, sem dúvidas, tirou a roupa e surpreendeu sua mulher.

    — Ai, que susto você me deu! Você é muito bobo! — exclamou ela, pensando que se tratava somente de uma travessura inocente de seu esposo. Mas, sem querer, uma de suas mãos roçou a rígida evidência de que seus planos de descanso deveriam esperar um pouco mais.

    Eugênio e Victória se excitavam com facilidade. Os anos que estavam juntos só fizeram aumentar a mútua atração sexual. Poucos eram os segredos que ainda conservavam na intimidade de seus pensamentos e muitos deles eram fantasias que afloravam no momento exato para instigar a gravitação carnal.

    Eram religiosos praticantes. As orações formavam parte importante em suas vidas e os domingos de missa, eram compromissos prioritários. Mas, em seus encontros de amor, tudo isso ficava de lado. O sexo era fundamental em sua relação e, como na guerra, valia tudo. E então o ar tornava-se concupiscente, tudo era prazer, tudo era luxúria, tudo era desenfreado e, por mais que atentasse contra seus preceitos, se houvesse prazer, era lícito.

    Logo, Victória nada podia fazer para atenuar suas queixas libidinosas e gemidos surdos. Seu pudor e seu recato ficaram sepultados sob os fluxos excitantes de lubrificação e lascívia propostos pelos impactos viris e voluptuosos de Eugênio.

    Mais tarde... tudo voltou à calma. O suor começava a desaparecer e as respirações ficavam cansadas. Não havia palavras entre eles, apenas sorrisos sutis de satisfação e os olhares fixados em pontos imaginários do teto.

    Nesse momento, o toque estridente do telefone de Eugênio rompeu o feitiço sexual...

    Marques falando... sim, doutor, diga... Não!!! Não me acordou, não se preocupe! Nossa, meu Deus!... Saio em seguida para lá.

    — O que foi, meu amor? — perguntou Victória.

    — Outro cadáver... outro senador.

    — Como assim outro senador?

    — Sim, há algumas horas alguém matou o primeiro e agora apareceu outro morto.

    — Meu Deus! O que está acontecendo aqui?

    — Não sei... um louco, provavelmente.

    — Um louco? Meu amor, é um assassino...!

    — Hummm!

    — O que você quer dizer com... hummm?

    — É um mistério... aqui nunca acontece nada e, de repente, acontece isso tudo. Este não é um assassinato simples... há alguma coisa por trás disso. Dois senadores e do mesmo partido político... hummm!

    — Talvez seja mais de um assassino... — aponta Victória.

    — É provável... ambos foram mortos com métodos diferentes.

    CAPÍTULO II

    O quarto, repleto de objetos destinados ao prazer sexual, estava a meia luz. Espelhos por todo lado, uma poltrona Kama Sutra de cor avermelhada e uma enorme cama oval no centro do cômodo. O ar rarefeito com perfumes baratos não conseguia evitar que o cheiro de morte inundasse com seu fedor aquele lugar. O senador Rogério Hasko jazia nu na jacuzzi de um motel com sinais evidentes de morte por asfixia submergido em água. Com exceção de uma de suas pernas, todo o seu corpo permanecia dentro d’água.

    O Inspetor Marques observou detidamente o cadáver, mas sem movê-lo. Foi então que algo captou sua atenção e utilizou-se de uma corda de nylon para levantar a mão esquerda da vítima. Notou que a polpa dos dedos indicador e polegar tinham uma marca estranha. Era uma linha bem definida, roxa e reta, como se houvesse segurado firmemente algo afiado antes de morrer. Mas era só isso, uma marca na pele, não uma ferida. À direita, e muito perto dali, havia uma porta entreaberta. Pela fresta entrava um pouco de luz. Marques abriu-a e descobriu vestígios de vapor no espaço do chuveiro, um roupão de banho molhado no piso e uma torneira mal fechada. Alguém havia estado ali recentemente.

    Sentado em uma pequena poltrona e ainda comovido, o concierge era atendido por uma enfermeira que lhe aplicava um sedativo. Marques aproximou-se dele e...

    — Foi você que descobriu o corpo?

    — Sim, senhor...

    — Alguém mais viu o morto?

    — Acho que não... estava sozinho quando entrei...

    — Por que entrou?

    — Liguei pelo telefone interno do quarto para avisar que o tempo havia acabado e como ninguém atendia, fui até

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