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    Eu te amo e suas estreias
    Eu te amo e suas estreias
    Eu te amo e suas estreias
    E-book219 páginas1 hora

    Eu te amo e suas estreias

    De Elisa Lucinda

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    Sobre este e-book

    O espetáculo O semelhante, de Elisa Lucinda criou um novo espaço para a poesia. Viajando pelo Brasil, a poeta capixaba, debaixo das luzes dos refletores, dá voz e vida a seus versos, como faziam os antigos menestréis. As poesias apresentadas nos recitais foram reunidas em um livro que recebeu o mesmo título do espetáculo. Em 1999, ela volta a encantar seu público com Euteamo e suas Estréias, seu mais novo livro de poesias. Na tentativa de definir a espontaneidade, a provocação, a carga explosiva de seus versos, ficamos com a certeza de que o talento de Elisa Lucinda não fica aprisionado nos cânones clássicos da composição poética. Ela é toda emoção. O sucesso da poeta, comprovado nas anotações de sua agenda de viagem, começa a romper as fronteiras brasileiras. Em 1998, no 14º Festival de Poesia de Trois-Rivière, no Canadá, recebeu o apelido de Tornado Brasileiro. Há um ano, Elisa decidiu criar a Escola Lucinda de Poesia Viva. Com seus alunos, apresenta-se em diversos espaços culturais semeando a sua poesia e a de outros poetas como Manoel de Barros e Adélia Prado. O escritor Antonio Olinto classifica como "neopagãos" os versos de Elisa Lucinda, e afirma que "sua poesia é a de plena emoção, que não se pode deixar de ler ou, se a autora estiver perto, ver e ouvir". Como afirma Alice Ruiz na apresentação do livro, "hoje, sim, o ser mulher está dito... E, bem no centro... a voz lúcida de Elisa Lucinda. Corajosa, desabrida, sem-vergonha, forte e guerreira, desvendando os mistérios do pensamento e dando um banho de sentimentos. Especialmente neste Eu Te Amo E Suas Estreias, onde todas as declarações de amor estão presentes: pelo verbo, pelo verso, pela falta, pela presença, pela parceria, pela pátria, pela verdade, pela dúvida e pela certeza, pelo tesão."
    IdiomaPortuguês
    EditoraRecord
    Data de lançamento12 de nov. de 2021
    ISBN9786555874082
    Eu te amo e suas estreias

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      Eu te amo e suas estreias - Elisa Lucinda

      Euteamo e suas estreias. Elisa Lucinda. Record.

      Outras obras da autora:

      MULHERES (IN) VERSOS (antologia com vários autores)

      Editora Massao Ohno, 1990

      AVISO DA LUA QUE MENSTRUA

      Produção independente, 1992

      SÓSIAS DOS SONHOS

      Produção independente, 1994

      O SEMELHANTE

      Editora Record, 1998

      LILI, A RAINHA DAS ESCOLHAS

      Editora Record, 2002 (Coleção Amigo Oculto)

      O ÓRFÃO FAMOSO

      Editora Record, 2002 (Coleção Amigo Oculto)

      O MENINO INESPERADO

      Editora Record, 2002 (Coleção Amigo Oculto)

      Elisa Lucinda. Eu te amo e suas estreias.

      8ª EDIÇÃO

      Editora Record. Rio de Janeiro. São Paulo.

      2014

      CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

      SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

      L971e

      Lucinda, Elisa, 1958-

      Euteamo e suas estreias [recurso eletrônico] / Elisa Lucinda. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Record, 2021.

      recurso digital

      Formato: epub

      Requisitos do sistema: adobe digital editions

      Modo de acesso: world wide web

      ISBN 978-65-5587-408-2 (recurso eletrônico)

      1. Poesia brasileira. 2. Livros eletrônicos. I. Título.

      21-74171

      CDD: 869.1

      CDU: 82-1(81)

      Camila Donis Hartmann – Bibliotecária – CRB-7/6472

      Copyright © 1999 by Elisa Lucinda

      Fotos de capa e miolo: Renan Cepeda

      Cabelo e maquiagem: Afonjá Studio

      Foto: autorretrato da autora

      Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

      Direitos exclusivos desta edição:

      EDITORA RECORD LTDA.

      Rua Argentina 171 – Rio de Janeiro, RJ – 20921-380 – Tel.: 2585-2000

      Produzido no Brasil

      Cópia não autorizada é crime. Respeite o direito autora. ABDR Associação brasileira de direitos reprográficos. Editora filiada.

      ISBN 978-65-5587-408-2

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      sac@record.com.br ou (21) 2585-2002.

      Para o Zix

      AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A

      José Inácio Tavares Xavier

      Mauro Salles

      João David Miguel

      Juliano G. de Oliveira

      Lino Santos Gomes

      Cristiano Menezes

      Alice Ruiz

      Antonio Olinto

      Geraldo Carneiro

      Marcia Duvalle

      Zezé Polessa

      Miguel Falabella

      Pedro Cézar

      Tavinho Teixeira

      e

      Às mulheres dessa antiga árvore à qual pertenço

      À Adélia, Fernando, Manoel, Mario, Aldir, como faróis de minha viagem

      Aos alunos da Escola Lucinda de Poesia Viva

      Aos dias

      PREFÁCIO

      ENTRANHAS À MOSTRA

      No fim da vida, Freud se confessou incapaz de compreender a mulher, mesmo tendo tentado, incansavelmente, e mandou, a quem quisesse fazê-lo, que perguntasse aos poetas. Faltou a Freud descobrir que, assim como existe um específico masculino só compreensível para os homens, o específico feminino só às mulheres pertence.

      Por mais que se tente colocar um no lugar do outro, sempre restará o intangível de cada um.

      Logo, ele deveria ter mandado indagar às mulheres poetas. Mas, na época (quando ainda era poetisa), o pudor vitoriano impedia a mulher dizer-se livremente.

      Hoje, sim, o ser mulher está dito. De Martha Medeiros, no extremo sul, a Nilza Menezes, no extremo norte do país, a voz da mulher está cada vez mais clara.

      E, bem no centro, talvez a voz mais alta e clara entre elas: a voz lúcida de Elisa Lucinda.

      Corajosa, desabrida, sem-vergonha, forte e guerreira, desvendando os mistérios do pensamento e dando um banho de sentimentos.

      Especialmente neste Eu te amo e suas estreias, onde todas as declarações de amor estão presentes: pelo verbo, pelo verso, pela falta, pela presença, pela parceria, pela pátria, pela verdade, pela dúvida e pela certeza, pelo tesão.

      Entranhas à mostra, não mais estranhas.

      Deve ser por isso que a poesia de Elisa não aguenta 2ficar presa em um livro e salta da página direto para o palco, roubando a cena, enchendo a sala e a alma. Deixando o público com gosto de quero mais. Essa é uma poesia para ser dita, portanto não se satisfaça em ler com os olhos. Leia em voz alta, interprete, sinta e viva, que essa é, sobretudo, uma poesia para ser vivida.

      E quando você achar que já viveu tudo que essa poesia tinha pra dar, é engano seu. Falta ver o imperdível show da poetatriz Elisa Lucinda. Com direito a muitas provocações e total garantia de prazer, você vai descobrir que, na poesia da Elisa, sempre há mais para ver.

      E vai voltar ao livro como se fosse sua primeira vez.

      Alice Ruiz

      ORDEM DO LIVRO

      I. TEMPO, O VERBO

      O AMOR E AS CONJUGAÇÕES

      II. RE-BANHO

      O AMOR E OS ÓBVIOS DE ESTIMAÇÃO

      III. BANDEIRAS

      O AMOR E AS PÁTRIAS

      IV. BANZO

      O AMOR E A SAUDADE

      V. LUMINOSA

      O AMOR E O VERSO

      VI. LAÇOS

      O AMOR A QUATRO MÃOS

      VII. CRESCENTE

      O AMOR NOS QUARTOS

      SUMÁRIO

      "Não faço versos a ti,

      faço versos de ti."

      Mario Quintana

      I

      TEMPO,

      O VERBO

      O AMOR E

      AS CONJUGAÇÕES

      "Entre paciência e fama quero as duas,

      pra envelhecer vergada de motivos.

      Imito o andar das velhas de cadeiras duras

      e se me surpreendem, explico cheia de verdade:

      tô ensaiando. Ninguém acredita

      e eu ganho uma hora de juventude."

      Adélia Prado

      QUEM SABE O QUE PROCURA

      COMPREENDE O QUE ENCONTRA

      O vento forte lá fora e meu homem dorme ao meu lado. Há nele um monte de certezas que se aninham enquanto ele ronca terno como quem respira com alarde. As certezas dele são as minhas, por isso ficam tão bem comigo. Não me estranham. E as dúvidas podem existir sem opressão até que se cumpram. Sabíamos, cada um na sua estrada, que o caminho era outro, diverso daquele que nos apontavam.

      Fincamos na placa oposta o nosso certo, porque éramos, cada um no seu respectivo quintal, dois visionários olhando o mundo e buscando nele nossa semelhança.

      Colombos a milhas do sonho, a milhas do certo destino, caímos em desatino pelo chão de terra que dava num asfalto e virava megalópole com luzes mercuriais ao fundo. Anúncios luminosos atravessaram o céu de nosso sonho e sei que desde pequeninos guardávamos cada um a nossa gorda

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