Sessão Histórica De Nina Spear
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Sessão Histórica De Nina Spear - Cabral Veríssimo
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
Referências:
Prefácio.................................................................................. 004
Capítulo: 1 - primeira sessão histórica.................................. 006
As considerações entre nós!
Nina Spear, foge da fazenda Pedras de chão no ano de 2.000.
Capítulo: 2 - Tristeza de nina................................................ 016
Capítulo: 3 - O reencontro de Nina Spear com Chico.......... 0 21
Situação atual dos brasileiros! (Narração de Nina Spear)
Capítulo: 4 - Segunda sessão histórica.................................. 025
Os quinze dias de sofrimento
Retratando (lugarejo ou reserva)
Os conselhos do edital
Santina: a donzela
Anotação de César: o ancião!
O choro de Santina
Capítulo: 5 - Terceira sessão histórica................................. 038
Nina recorda a prima Cal-Hellen
Estirpe
Gildo e Cal-Hellen
Os Curucas e o transporte de ouro
Manchetes dos jornais: polícia apreende ouro ilícito!
Capítulo: 6 - Quarta sessão histórica.................................... 047
A visita dos primos a casa de Nina
A cabana de sete Tábuas (Trecho do livro de Fred Book)
O escritor de Santa Helena: A viagem - Atos II
O escritor de Santa Helena: o cenário vivo - Atos III
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 2/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
A gloria dos homens
Capítulo: 7 - Quinta sessão histórica.................................... 058
Estávamos A sóis!
As linguagens dos cinco sentidos:
A surpresa achada na rua,
Vivida pela mãe de Nina Spear e uma de suas amigas.
Capítulo: 8 - O acaso............................................................ 062
Reunião na casa de Nina Spear.
Capítulo: 9 - Sexta sessão histórica...................................... 067
A loja NINA MODAS’
.
Capítulo: 10 - Sétima sessão histórica................................. 074
A conduta cristã (vários temas)
Capítulo: 11 - Oitava sessão histórica................................... 093
A separação de Nina e Chico
Primeiras palavras de nina nessa sessão;
E os seus textos poéticos:
O pulo do gato, cuidado seu moço,
O desempregado: sub-chinelo!
Historinha de Júlio Blague A escravidão,
João do trem, Nita,
Adélio (O homem que vê fantasma!),
A paz dos falsos mestres religiosos e
Um pedacinho de amor.
Capítulo: 12 - Nona sessão histórica.................................... 108
A sombra da gaivota (sonho de Nina Spear)
Romanceie com vários temas
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 3/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
Capítulo: 13 - Décima sessão histórica................................. 137
O mau-humor de Nina
Capítulo: 14 - Décima primeira sessão histórica................... 147
Nina na Casa de Cabral Veríssimo
Capítulo: 15 - Décima segunda sessão histórica......... 147 a 162
Santa Helena 21 de dezembro de 2.008
(Fazenda Pedras de Chão).
Dia de Natal: 25/12/2. 008.
A véspera de ano novo! Dia 31 de dezembro de 2.008
(Quinta-feira).
Vocábulo..................................................................... 162 a 179
Biografia...................................................................... 180 a133
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 4/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
Prefácio
São Paulo, dezembro de 2.002.
- Já estive quase certo... de que não mais escreveria obras
literárias alguma... simplesmente, porque estava eu com esse prazer
desativado.
Porém, tudo era momentâneo: como o vento que passa a chuva
que molha, a noite que vai e o dia que vem, mantendo o circuito da
vida num assíduo vaivém...
Pois, tenho vivido uma pausa feita de gelo que intercalava esse
vaivém, tirando-me totalmente a assiduidade das inspirações (e
pude então me descansar um pouco do escrever).
Mas, logo um pouco depois... Bateu-me uma vontade enorme
de recomeçar algo novo... Porque, o automatismo psíquico me
descongelava as ideias criativas que estavam detidas no apogeu de
Minh’ alma, em cadeia de gelos.
Agora sim! As ideias sólidas começaram a se derreterem em
suores de inspirações, que aquecidos se vaporizam até as nuvens...
de uma forma bela e atraente! Que caindo, molham-me urgente,
germinando obras culturais, como cópias daquilo que se vê e senti.
As inspirações desciam como chuvas em mistérios,
transformando-se em rios... Rolando pelas páginas dos livros e das
almas de todas as gentes que agora lê e sente a força dessa fonte.
Considera-se; que as inspirações poéticas têm o carisma dos
deuses e as expressões proféticas: são doces como as águas de um
rio:
- Oras, são doces e ligeiras...
- Oras, são lentas e faceiras...·.
- Às vezes paradas e trigueiras... na alma da gente:
- Um pouco sistemáticas..., mas, gentis e hospitaleiras.
E nisso me comprazo! Em retomar as possibilidades, de doar
ao mundo das letras mais uma obra advertida e bacana! Em
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 5/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
atendimento a minha amiga Nina Spear e outros que amam a
leitura.
Nina conta sua história de vida de uma maneira romântica! E
com isso, ela me faz doar ao mundo das letras, mais um Romance
de cenas reais e vivas! Intitulado:
- Sessão Histórica de Nina Spear. A palavra Sessão
usada
no singular, neste volume, traz o significado: Vida!
.
A sessão histórica de Nina Spear é um romance real
mergulhado no lirismo, onde o subjetivismo poético deixa o
coração falar mais alto... de uma maneira largada... como se a alma
pudesse voar e cantar o entusiasmo do seu sentimentalismo... E
acho que pode!
Em todos os gêneros de arte sempre houve e haverá um espaço
nobre para o lirismo se largar, com suas façanhas de amor... esse
romantismo nunca morrerá, enquanto houver homens e mulheres
capazes de amar!
- O romantismo ilumina a alma humana com graça e luz!
- É um Dom de Deus na pessoa:
- Capaz de renovar as forças da vida e do amor.
Capítulo: 1 (sinopse)
As considerações entre nós!
São Paulo, dezembro de 2.002.
- Depois de uma demora colossal, consegui achar um espaço
para me dedicar um pouco à sessão histórica de Nina Spear. Sei,
que a minha demora foi quase imperdoável, mas, ela achou ainda
no seu coração um espaço para me perdoar dentro da dimensão
(quase...); e com isso tornou-me ainda possível alcançar a virtude
do seu perdão.
O verdadeiro nome de Nina Spear ficará oculto no apogeu de
minha alma, como um fruto do pecado proibido de saborear e expor
de maneira explícita, a flor da pele de seus contextos.
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 6/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
Pois, lhe prometi guardar o segredo do seu nome, mas, mesmo
obstando-se da sua identidade real, trabalharei dentro do seu
pseudônimo com a sua realidade de vida, fragmentada e adornada,
por um fluxo de palavras, inspiradas em sua beleza interior e
exterior; enriquecendo assim a narrativa com as riquezas que ela
mesma tem!
E, antes de tecer a sua história, ficam aqui algumas palavras
tiradas dos exemplos que colhi dos seus lábios, quando lhe
comparou a vida, como uma peça de tecido, de mistas fibras de
algodão... E assim, achei tão lindo! Que colocarei aqui um texto
tirado do seu primeiro ato dentro de sua sessão histórica. E tentarei
ser um bom tecerão ao tramar as fibras de sua vida, através da obra
de arte escrita, com os valores textuais.
*Pois, as obras de arte-escritas são manifestações de nossa
alma mediante o contato em que temos com o mundo e suas reações
simultâneas ou parciais.
O nosso espírito capta as coisas de um modo abstrato pela sua
visão oculta do intelectualismo (e de modo palpável pela a visão
dos olhos carnais).
Por isso a interpretação de um texto ocorre através de uma
leitura Óptica (ótica): A maneira de ver, sentir e julgar! E noutros
casos: cegos, pelo tato da leitura do braile e surdos pelas mímicas
da leitura de libra.
Em tudo isso... para que funcione bem cada tipo de percepção,
é preciso uma boa preparação intelectual para captar os
significados, porque eles estão instalados no campo abstrato dos
textos (É o Resultado do grau intelectual da ação daquele
momento).
Quando temos um raciocínio evoluído: apreendemos as coisas
que vemos e sentimos de um modo bem filtrado! Porque o nosso
julgo tem o preparo da razão pertencente ao equilíbrio, que sabe
subjugar coletivamente ou parcialmente.
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 7/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
Tecer um texto: É sentir tudo isso que falamos, para que haja
condições de representarmos os significados das épocas, povos e
costumes (Numa etnologia bem ajustada as histórias com elas são).
Os narradores de histórias, às vezes usam certas expressões
que parecem exóticas demais! Porém; são ortodoxas as épocas
vigentes:
- É necessário usar as fibras e cores de acordo ao seminário
dos tecidos para tecer bem um tecido (E assim também um texto).
O texto bem tecido representa o valor de sua história e
qualidade de seu tecerão..., mas, as boas fibras são
importantíssimas para se tecer uma coisa boa! E tenho por certo,
que Nina Spear tem as fibras que preciso.*.
Nina Spear,
Foge da fazenda Pedras de chão,
No ano de 2.000.
Nina Spear, com 20 anos de idade, fugiu de sua própria
fazenda, de onde herdara há pouco tempo, por ocasião de um
recado que havia recebido de um moço de Santa Helena, seu
município; de que ela corria risco de vida: alguém havia mandado
matá-la para se apossar de sua fazenda. Receando ela, pois, achou
melhor não arriscar, visto de que o moço que veio avisá-la era
extremamente de confiança!
Cenas estas, que são descritas e repetitivas aos pensamentos
de Nina, enquanto corria pela mata, estrada e trajeto de barco mar
adentram...
Nina corria feita uma leoa pelos trilhos da mata...
- Era madrugada e tudo ainda estava escuro...
- O céu trovejava e os relâmpagos corriam pelo espaço,
enquanto uma ventania louca agitava todo aquele arvoredo, do
município de Jaboatão.
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 8/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
Pobre Nina corria feita uma leoa pelos trilhos da mata.
E depois de correrem algumas horas... O céu já desaguava os
primeiros chuviscos, quando ela ganhou a estrada magra,
torcidos... E estivada de Pedras de chão, pelo resultado de uma seca
de três anos.
Nina esbagoou grão em grão de sua coragem, e agora já estava
cansada e chorando, quando se assentou a beira daquela estrada e
começou a lamentar: Que droga de vida... sou dona das terras e
tenho que fugir para não morrer nas mãos desses cangaceiros
malditos! Isso não é justo ó meu Deus! O que eu faço agora?...
Ela estava assustada, receosa com o barulho da ventania que
se embreava no meio das matas; e isso fazia parecer-lhe que fosse
alguém seguindo o seu passo para pegá-la por uma cilada: A cilada
existia, mas, não estava ali tão junto dela ainda.
De repente, um anjo invisível, opõe-lhe um foco de luz sobre
sua cabeça; e ela não vê, mas diz: Nossa! Que calor de fogo! Deve
ser coisa de Deus! Estou sentindo uma força tão grande! Deve ser
sinal para eu correr até sumir da mira desses capangas.
Nina se levantou e voltou outra vez a correr feita uma leoa,
pela estrada afora... sob os raios, coriscos, chuva e uma ventania
enorme...
E lá na frente, depois de algumas horas... ela se dá de cara com
o mar e um barco estacionado: cujo dono já havia se retirado, e já
se ia, em alguns metros adiante todo encapotado, devido à chuva.
Nina mergulhou fundo ao mar com aquele barco roubado...
(ou seja, emprestado por uma justa causa), E se foi...
Malditos cangaceiros, agora já se entrelaçavam entremeios as
matas. Enquanto um deles puxava os cavalos pela a estrada rumo
ao mar, agitado para capturar a Nina.
Mas, por sorte! Ela já estava bem longe, com aquele barco
novo e munido de alimentos. E a sua coragem era mais veloz que
o vento de uma tempestade bravia mergulhada no mar adentra.
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 9/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
Os malditos cangaceiros estavam indignados e cansados em
bater a matas. Então, se foram até o mar... E Deus que me perdoe
de pensar: Podia ter caído um raio do céu nas cabeças daqueles
desgraçados, órfãos de toda a afeição, indignos de possuírem a
vida.
Mas, de repente, lá estava ela à beira-mar a interrogar, o
abestalhado homem, que havia perdido o seu barco para a fuga de
Severina:
- Eh!... Eh!... Quem vocês estão procurando?
- Pararam a tropa e responderam: A moça Nina Spear...
- E disse-lhes: Deve ser a mesma que me roubou o barco e se
escafedeu pelo mar afora... E sei que vai se der mal... Com essa
tempestade, coitadinha dela...
- É verdade homem de Deus! (Disse um deles): Coitadinho de
você agora... E logo o agarrou: vamos até a sua casa que precisamos
comer alguma coisa e saquear o resto (ah, ah, ah...).
- Que agora se foi embora, qual fumaça de uma chaleira...
- O pobre homem chorava de tristeza e dizia: Pelo amor de
Deus! Não faça nada de mal comigo...
- Não vamos fazer nada de mal com a sua vida se ficar
bonzinho... Só queremos comer e encher os fardos da garupa. E
assim se foram, naquele descaro até a casa do tal barqueiro
pescador; que por sorte estava sozinho, enquanto sua mulher e duas
filhas viajavam.
- E assim, comeram e beberam os garrafões de vinhos que
tinha lá e carregarem bacalhau e carne seca aos montes; pois, o tal
homem era pescador e revendedor desses produtos.
- Pobre homem ficou tremendo como uma vala verde e
dizendo consigo mesmo em voz alta: é seu Ferreira... dessa vez o
senhor se ferrou!... Daquele dia viu a morte bem diante dos seus
olhos! Mas, por piedade Deus lhe poupou a vida.
E assim, aqueles cangaceiros desmiolados, chegaram à beira-
mar e tomaram para si, um barco grande que estavam por ali. E
José Vieira Cabral (Cabral Veríssimo), autoria Página 10/183
Sessão Histórica de Nina Spear (Monografia)
enquanto carregava-o com suas tralhas de cangaços e alimentos
roubados.
Lá longe uma mulher; sapateava com as mãos na cabeça
dizendo: Ai meu Deus! Ai meu Deus! Está levando o meu barco.
Mas, não se aproximou deles com medo da morte, deixando que o
levasse.
Minutos depois...
Pus, o meu olhar sobre o mar... E já não se via a Senhorita
Nina no seu barco de fuga; e nem os quatros cangaceiros no barco
de perseguição a ela.
Do lado de cá, destacam-se os gritos de socorro, daquela
mulher que viu o seu barco sendo levado pelos cangaceiros; mas,
se tornara inútil suas gritarias, pois, não havia ninguém para
socorrê-la, sob uma tempestade infernal daquelas.
O seu socorro viria sim, por sorte do destino, mas, não por
ajuda de suas gritarias, mas sim,