Céu de Chocolate
De Fátima Moura
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Sobre este e-book
Céu de chocolate fala da reconstrução das relações familiares. Aborda a descoberta do primeiro amor e do quanto precisamos estar atentos, para não sermos pegos de surpresa quando o desequilíbrio precede a paixão.
Com um texto envolvente e delicado nos mostra a importância da reforma íntima, de entendermos porque sofremos e de buscarmos o sentido de nossas vidas.
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Céu de Chocolate - Fátima Moura
1.Personalidades opostas
Alice abriu os olhos ainda sonolenta e observou com alegria gotinhas de chuva que dançavam sobre o vidro da janela do quarto. Espreguiçou-se devagar, querendo reter aquele momento, mas logo se recompôs olhando o relógio de cabeceira, que marcava seis horas. Pulou da cama sabendo-se atrasada para mais um dia de aula.
— Se eu me atrasar de novo, a bronca vai ser séria. — Pensou, correndo para o banheiro e entrando no banho. Em alguns minutos, estava pronta e, dirigindo-se até a cozinha, viu que seu pai e sua irmã já tomavam o café da manhã enquanto sua mãe, arregaçando as mangas de uma elegante blusa de seda, preparava omeletes no fogão.
— Quer um, Alice? — Perguntou a mãe afobada, pois também precisava sair para o escritório de contabilidade onde trabalhava e que ficava no fim do quarteirão onde a família morava.
— Não, mamãe, obrigada! Só o café com leite está bom. — Respondeu entre dentes.
— Não se demorem, meninas. — Disse o pai, levantando-se apressado. — Aguardo vocês no carro.
Voltando-se para as filhas, Dona Laura arrematou:
— Vamos Elisabeth, vamos Alice. — Disse, enxugando as mãos no avental quadriculado que trazia sobre a blusa. — Vão logo, antes que a chuva aperte. Eu também já estou de saída.
As meninas, que estudavam em um colégio que ficava a algumas quadras de casa, apressaram o passo a fim de também não atrasar o pai, que já as aguardava, buzinando com impaciência.
Alice era a mais velha. Tinha dezessete anos, cursava o terceiro ano do ensino médio e fazia ballet, informática e música. Elizabeth, com quinze, estava no primeiro ano do ensino médio e assim como a irmã, além da escola, tinha várias atividades extras que a ocupavam durante todo o seu dia.
Alice não era feliz, ou melhor, não se sentia feliz, mesmo em meio a tantas atividades. De temperamento tímido, tinha dificuldade em se entrosar com os colegas e em fazer amigos. Além disso, ainda sofria bullying por parte daqueles alunos que a julgavam superior por apresentar tantos saberes.
O pai a deixou junto com Elizabeth na porta da escola. Elizabeth seguiu na frente e logo se enturmou com seu grupo de amigos. Alice, entretanto, retardou os passos, pois sabia que aquele seria para ela somente mais um dia exatamente igual aos outros.
Os primeiros tempos de aula custaram a passar. Na hora do intervalo, Alice preferiu não se juntar a irmã que, diferente dela, era uma garota popular e tinha muitos amigos. Sozinha sentada em um banco ao lado da cantina, pediu um refrigerante e um hambúrguer. Enquanto comia seu lanche, pensava exatamente em todas as coisas que fazia sem vontade só para agradar seus pais.
— Não quero mais me ocupar de todas essas coisas só porque minha mãe quer e meu pai acha legal. — Pensou ela, aborrecida. — Preciso ter mais tempo para mim e para me dedicar as coisas que eu gosto. De que adiantam tantas atividades, tanto conhecimento, se estou perdendo a minha vida?
Alice estava tão absorta em seus pensamentos que nem se deu conta que uma jovem a observava intrigada.
— Oi Alice, falando sozinha? — Era Ana, colega de turma que às vezes se aproximava dela tentando manter um diálogo.
Alice sorriu sem graça e envergonhada:
—Não, tudo bem. Estava só pensando alto.
Alice fitou a menina com interesse. Era alta, esguia e loira, despertava suspiros por onde passava, tinha muitos amigos, era simpática e popular. O oposto dela, que era sem jeito, tímida e usava aqueles óculos fundo de garrafa que a tornavam ainda mais feia e sem graça.
Ana continuou a conversa.
— Por que você sempre se afasta da turma? Você precisa ficar com a gente, enturmar-se com a galera.
Alice sorriu um sorriso triste. Se Ana soubesse, se ao menos pudesse entender todas as mágoas que se escondiam em seu peito de adolescente.
— Obrigada, mas prefiro ficar aqui sozinha. Assim, tenho mais tempo para pensar.
E como se Ana ainda a ouvisse, buscou coragem para dizer:
— Gostei do seu cabelo. Você ficou linda!
— Gostou? — Disse Ana, balançando os cachos com ar extravagante. — Mudei a cor e fiz essas mechas. Ficou bom, não é?
— Sim, muito! — Disse Alice baixando os olhos e sentindo-se tímida pelo comentário pouco habitual que havia feito.
Ana continuou a conversa, lançando um olhar de análise sobre a menina.
— Você não é feia, mas eu acho que precisa se cuidar mais, sabe como é: Colocar uma lente de contato, arrumar melhor esse cabelo, melhorar o visual.
E como Alice ainda a fitava espantada, continuou:
— Se continuar assim, o Carlos nunca vai notar você.
Alice estacou nervosa. Como Ana sabia tanto sobre os seus segredos mais íntimos? Carlos era o seu sonho, um príncipe saído de um conto de fadas, o jovem que embalava suas noites insones. Alice suspirava por ele, Alice morreria por ele, mas ele, nem aí.
Alice resolveu disfarçar, esquivando-se do comentário que a deixou ainda mais sem jeito.
— E quem disse que eu gosto do Carlos?
Ana sorriu divertida.
— Para mim, você não precisa mentir. Eu vejo como olha para ele!
Alice fitou a menina que estava à sua frente. Inteligente, esbelta, elegante. Trocaria qualquer coisa no mundo para ser como ela.
Ana sorriu com alegria. Parecia estar consciente do fascínio que exercia sobre Alice.
— Fica tranquila, esse é um segredo nosso. — Disse, afastando-se a passos rápidos e deixando Alice ainda mais perplexa.
A manhã passou arrastada. No final da aula, Alice esperou alguns minutos no pátio até que Elizabeth surgiu e caminhou sorrindo em sua direção.
— E aí, por que essa cara?
Alice caminhou na frente da irmã.
—