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Conceição Aparecida - Sueli Teixeira
CONCEIÇÃO APARECIDA
SUA HISTÓRIA E SUA GENTE
(1812 – 2023)
2º Edição
CONCEIÇÃO APARECIDA
Sua História e Sua Gente
[1812 - 2023] – 2ª Edição
Sueli Teixeira
CLUBE DE AUTORES
Dezembro de 2023
Copyright@2023, Sueli Aparecida Teixeira
Todos os direitos reservados à autora.
A Câmara Brasileira do Livro certifica que a obra intelectual descrita abaixo, encontra-se registrada nos termos e normas legais da Lei nº 9.610/1998 dos Direitos Autorais do Brasil. Conforme determinação legal, a obra aqui registrada não pode ser plagiada, utilizada, reproduzida ou divulgada sem a autorização de seu(s) autor (es).
Digitação: Sueli Ap. Teixeira
Editoração Eletrônica: Sueli Ap. Teixeira
Revisão: Expedito Alves de Souza e Sueli Ap. Teixeira Fotografias da capa: www.conceicaodaaparecida.com.br
Arte final da capa: Luiz Antônio Jr, inspirado na capa da 1ª
edição
Ficha Catalográfica
TEIXEIRA, Sueli (2023)
Conceição Aparecida - Sua História e Sua Gente (1812-2023) – 2º Edição Conceição Aparecida/MG/Brasil; Clube de Autores, 2023, 310
pgs.
ISBN 978-65-00-87521-8
1. História I. Título
CDD 900 CDU 93
CLUBE DE AUTORES
Dezembro de 2023
Agradeço a Deus e, a todos que me ajudaram nesse trabalho.
Eu dedico ao meu pai José Jarbas Teixeira, aos meus avôs João Nicolau Teixeira e Brás Bento de Melo; aos meus bisavôs José Nicolau Teixeira Eliezer Pereira da Silva João Bento de Melo / José Alexandre de Oliveira; aos meus trisavôs José Albino Teixeira/ João Domingues Barbosa/ Antônio Thomaz Bueno Francisco Pereira da Silva Francisco Ribeiro das Chagas João Bento de Godoy Graciano José dos Santos /
Manoel Alexandre de Oliveira; aos meus Tetravôs ou Tataravôs Joaquim Gonçalves Chaves / Joaquim Ribeiro das Chagas Joaquim Leandro de Araújo José Leandro de Araújo; aos meus pentavôs João dos Santos Vieira / Leandro José de Araújo e a todos que vieram antes destes.
Uma homenagem especial eu faço à Sra. Nair Vilela R. Terra e ao Sr. Ary Lopes Vianna (in memoriam) que foram fontes importantíssimas deste trabalho. Conhecedores do meu objetivo de escrever a história de sua cidade natal me receberam tão carinhosamente em suas casas, deram-me apoio e me ajudaram no que foi possível, com muito entusiasmo e confiança. Portanto, a segunda dedicatória deste livro, é feita a esta mulher e a este homem que tanto amaram Conceição Aparecida e tanto valor deram à sua história.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO – 13
01 – COGNOME BARRO PRETO - 19
02 – OUTROS ENTRE NÓS - 20
03 – O INÍCIO - 23
03.1 – Construção da Igreja e 1º Missa - 23
03.2 – Distrito e Paróquia - 29
03.3 – Ações Religiosas e a Nova Igreja - 31
04 – O II BARÃO DO CARMO - 36
04.1 – O Testamento - 44
05 – FATOS COTIDIANOS (1915 A 1944) - 54
06 – PRIMEIRAS AUTORIDADES - 59
07 – CARRO DE BOIS - 61
08 – OS PRIMEIROS AUTOMÓVEIS - 63
09 – MEDICINA E FARMÁCIA 65
10 – COMETAS, CORREIO, TELEFONE E INTERNET - 72
10.1 – Televisões, Teatro e Cinema - 75
10.2 – Emissoras de Rádio - 81
11 – A CRISE MUNDIAL DO CAFÉ - 83
12 – A LUTA PELA LIBERDADE - 85
12.1 – O Desenvolvimento Acelerado - 86
12.2 – A Cidade em Foco - 90
12.3 – A Escolha do Prefeito - 93
13 – A EMANCIPAÇÃO - 94
13.1 – A Grande Festa - 95
13.2 – O Ato Oficial - 97
13.3 – Discurso do Primeiro Prefeito - 98
14 – O QUADRO EXECUTIVO - 104
14.1 – Topônimos da Cidade - 105
14.2 – Os Administradores - 107
14.3 – Fotografias dos Prefeitos - 115
15 – PARTIDOS POLÍTICOS DO BRASIL - 117
15.1 – POLÍTICA EM CONCEIÇÃO APARECIDA - 118
16 – ALGUMAS AÇÕES LEGISLATIVAS - 122
16.1 – Mapa Urbanização - 126
16.2 – Primeira Ata e Sessão Ordinária - 127
16.3 – Símbolos Municipais - 128
16.4 – A Lei Orgânica - 128
17 – FATOS COTIDIANOS (1951 A 2023) - 130
18 – A IGREJA E PADRE JOSÉ – 138
18.1 – Outros Padres 144
19 – DADOS GEOGRÁFICOS ESTATÍSTICOS - 150
19.1 – Características - 151
19.2 – Formação Administrativa - 152
19.3 – População e Migração - 154
19.4 – Economia – 156
20 – TURISMO - 159
21 – AMIGOS IMIGRANTES - 164
21.1 – Os Portugueses - 165
21.2 – Os Italianos - 166
21.3 – Os Sírios e Libaneses - 167
22 – A SIMPLICIDADE DOS POPULARES - 168
23 – LETRAS E ARTES - 170
23.1 – Escritores, Poetas e Cantores - 171
23.2 – Teatro e Tv - 201
23.3 – Artes Plásticas - 204
23.4 – Fotografia - 209
23.5 – Bandas e Fanfarras - 210
23.6 – Duplas, Bandas de Rock e outros – 215
23.7 – Artes e Artesãos - 217
24 – AS FESTAS E O FOLCLORE - 219
24.1 – ACAFA e ACAFOLECA - 224
24.2 – O Carnaval - 226
24.3 – Rodeio - 228
25 – MINÉRIOS E MINERAIS - 229
25.1 – Um Acontecimento Meteórico - 231
26 – EDUCAÇÃO - 233
26.1 – Escola Estadual Padre José Antônio Panucci - 235
26.2 – Escola Municipal Tiradentes - 238
26.3 – Escola Estadual Dona Cotinha - 241
26.4 – Pré E. Municipal Profª Dolores C. de Oliveira - 243
26.5 – Inst. de Proteção à Criança Aparecidense – 244
26.6 – APAE-A. de Pais e Amigos dos Excepcionais - 245
27 – I. L.P. PARA IDOSOS E HOSPITAL JOÃO AMÉLIO
FREIRE - 248
28 – POLICLÍNICA MUNIC. PADRE LUÍZ GIROTTI - 254
29 – ACDS - ASS. COM. DIREITO DE SONHAR - 255
30 – ASSOC.APARECIDENSE MÃOS AMIGAS DOS
ALTISTAS – AAMAA – 256
31 – ASSOCIAÇÃO PET’S AMOR ETERNO – 257
32 – IGREJA PRESBITERIANA – 257
33 – CLUBE ARCA - 260
34 – APARECIDA FUTEBOL CLUBE – AFC - 263
34.1 – Seleção Argentina no Barro Preto - 272
34.2 – Outros Times - 274
35 - AÇÕES DA COMUNIDADE – 277
35.1 – Resgate Histórico – 281
36 – OUTRAS PERSONALIDADES – 284
37 – FOTOGRAFIAS – 289
CLUBE DE AUTORES
Dezembro de 2023
"AQUELES QUE NÃO
CONHECEM A HISTÓRIA,
ESTÃO FADADOS A
REPETI-LA"
Edmund Burke
CLUBE DE AUTORES
Dezembro de 2023
PREFÁCIO
Conceição Aparecida Sua História e Sua Gente é um documento precioso entre os arroubos lindos da bravura e da fé. A escritora ascendeu entre Aparecida e sua gente, uma constelação que faz brilhar os louros de uma história que será sempre regada com a brisa do seu ideal e a sombra de uma canção de amor e de poesia.
Não poderia deixar fugir esse momento sem enfeixar, num abraço estreito, alegria pelo recebimento de mais uma obra-prima de sua criação. Na alma dos sábios arde a flama de ir cada vez mais à conquista de novos conhecimentos.
A sabedoria é o resultado de muitas conquistas, de muitos esforços, de muitas meditações. Na grandeza dos seus sonhos, se reflete um talento jovem e cheio de entusiasmo. O livro Conceição Aparecida Sua História e Sua Gente envolveu o meu sentimento como o aroma sagrado envolve no templo, a oração. Encontram-se nele refletidas todas as galas e riqueza, como se encontra na face límpida de um lago, as belezas e forças de sua luz. Como abelha dirigente, a jovem poetisa colheu o néctar das flores mais perfumosas para formar um favo literário que encanta e fascina a história de Conceição Aparecida e sua gente.
As grandes vitórias pertencem aos heróis
tranquilos. Essa tranquilidade, Sueli Teixeira plantou e vai colher, pois enquanto a gente pensa, as rosas nascem sem perguntar... Tenha certeza que eu me encontro nessa aliança histórica, não só como admiradora da heroína tranquila, como também olhando o azul do céu e misturando-me à sua luta clarividente.
Elizabeth Silva Matos
Poetisa e Presidente de honra do Clube do Poeta do Sul da Bahia, Núcleo Nivaldo Melo – Ibicaraí – BA.
13
INTRODUÇÃO
Escrever sobre a história de Conceição Aparecida é dissertar a complexidade, os meandros de milhares de fatos, personagens, fenômenos e manifestações artísticas e literárias que, abrangem os fatores políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, que marcaram profundamente o seu povo.
Justificando o nome dessa obra... O trabalho de Pedro de Almeida Magalhães publicado no jornal de Belo Horizonte, O Diário
, em 26 de novembro de 1937, com o título "O
Distrito de Conceição Aparecida (sua fundação, história, posição
geográfica,
desenvolvimento,
administração
e
principais necessidades)", ele registra: ... e foi doado por diversas pessoas no lugar denominado Cachoeira do Espírito Santo, para ali se erguer uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, donde se origina o nome do distrito, apesar de ser vulgarmente, mais conhecido como Barro Preto.
Isso se pode constatar, também, na Provisão que elevou a Capela à categoria de Freguesia, que é a mesma que a elevou à categoria de Paróquia. Provisões de 1º de agosto de 1872 e de 06 de dezembro de 1879: "... Fazemos saber que por Lei da Assembléia Legislativa, da Província de Minas Gerais n.º
2.544, de seis de dezembro de mil, oitocentos e setenta e nove, foi elevada à categoria de Freguesia, a Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, município de Carmo do Rio Claro, deste Bispado..."
Concedemos nova Freguesia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, os privilégios, honras, insígnias e distinções que lhes pertencerem como Igreja Paroquial...
.
Das fontes que analisamos antes de 1944 e, algumas depois, como: jornais, revistas, livros e documentos, a maioria registra: Conceição Aparecida. Era assim, também, que Padre
14
José Antônio Panucci se referia à cidade e não, Conceição da Aparecida como podem observar em sua entrevista no Registro Histórico da D.D. Vídeo de Adenilson Nascimento Ferreira.
Até o momento, não foi identificado quando, nem o porquê o da
(combinação preposição de com o artigo ou demonstrativo feminino a) entre o nome da santa.
Provavelmente trata-se de um equívoco.
Esta obra honra a vontade de nossos antepassados que, em homenagem a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, popularmente chamada de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, venerada na Igreja Católica; assim denominaram o município.
Viajar no tempo, revirar o passado, conhecer os desbravadores dessa terra e escrever a história dessa cidade, foi muito edificante para mim; principalmente quando chegou às minhas mãos uma jóia rara: o inventário do II Barão do Carmo.
Interessantíssimo! No inventário de 395 páginas, tem-se a idéia de como foi a sua vida. Essa segunda edição aumentada nasce do meu desejo de levar a público essa história e, do desejo de muitos que não tinham adquirido a primeira edição do livro.
Conheci outras pessoas maravilhosas que enalteceram essa terra, amaram-na, lutaram bravamente para vê-la progredir e tudo fizeram para defendê-la. Pessoas como o Padre José Antônio Panucci... Esse homem foi um grande líder político e religioso. Tudo o que se refere ao progresso da cidade, teve o toque das mãos generosas desse grande homem que foi abençoado por Deus, pois recebeu em vida a gratidão dos aparecidenses, quando tantos, recebem gratidão e homenagens somente após a morte.
Outras, como os irmãos Fabrino e, Pedro de Almeida Magalhães com seus textos belíssimos. No decorrer do livro mostro a minha admiração citando vários trechos de suas crônicas.
Refiro-me apenas a poucos nomes, porque é quase impossível mencionar todos. Reconheço que há outros 15
personagens maravilhosos, muitos outros heróis e heroínas. Sei que os nossos antepassados têm significativa parcela de contribuição para o progresso de nossa terra, e registro a minha homenagem a todos eles.
Quero deixar claro que não sou historiadora; não houve da minha parte qualquer intenção a não ser narrar essa história com carinho, simplicidade, com ares de poesia. Uma história de leitura fácil, enfim... Que fosse agradável como uma conversa entre amigos. Também, não houve qualquer intenção de prestigiar esta ou aquela pessoa, estou transmitindo apenas o que me foi passado e o que chegou às minhas mãos.
Provavelmente, deixei algum fato passar. Isto pode ter acontecido, sim, mas não foi intencional. Se for encontrado qualquer equívoco ou falha na elaboração desta tarefa, peço desculpas, pois não me envaideço de que esteja isenta.
Correndo atrás dessas informações, buscando a história num passado longínquo, descobrindo a existência de vários heróis, admirando cada fato descoberto e conhecendo a cidade desde o seu despertar, é um contentamento, um prazer imensurável! É como entrar na história e vivê-la.
Buscar a fonte não é nada fácil, mas é de onde retiramos as informações, muitas vezes em pedaços, que irão acrescentar firmeza no resgate histórico que se pretende fazer. Sem ela, não se têm onde saciar a sede de conhecimento para basear as interpretações. Por isso, quem escreve uma história, está sempre em busca das fontes. Muitas vezes, elas estão fragmentadas, dispersas, perdidas ou, mortas em caixas de papelão esquecidas nos cantos úmidos dos depósitos que, para muitos, não passam de quinquilharias consideradas inúteis.
Outras vezes, são inverídicas e precisamos nos dar ao trabalho de checar sua autenticidade. Sem contar os obstáculos com os quais nos deparamos. Sim, houve quem se negasse a facilitar essa busca.
Conceição Aparecida – Sua História e Sua Gente (1812/2010)
é fruto de árdua pesquisa. Destina-se aos 16
aparecidenses e, em especial, às crianças e aos estudantes para que, transportando-se ao contexto sociocultural e econômico da época, busquem espelhar-se nas ações dos pioneiros que forjaram a grandeza do seu povo. O objetivo deste livro é contribuir com o estudo da História, evitando que a ferrugem do tempo a apague.
Todos têm e fazem uma história, mas nem todos a registram, guardam, preservam, ou dão valor. As pessoas deveriam ter o hábito de registrarem sua vida e sua evolução genealógica e as associações, órgãos públicos e privados, também. Preservar a memória cultural de uma sociedade não significa prendê-la ao passado e impedir o seu progresso, mas sim conservar seus pilares constituintes a fim de não perder conhecimentos e identidades.
Mas é querer muito de pessoas que não valorizam o que elas denominam de velho
e antigo
. Não é somente em Conceição Aparecida que encontramos essa mentalidade, mas em muitos lugares onde trocam nomes de ruas que falam da história por outros que nada dizem, de pessoas que nada fizeram... Põem abaixo casas antigas, substituindo-as por residências modernas...
Não pensem que sou contra o progresso. Ele é fundamental desde que preserve a história, se não, onde fica a nossa identidade?
Estes registros foram o que me foi possível colher quanto à vida de Conceição Aparecida que será uma cidade sempre abençoada, pois confirmando as palavras do Dr. Pedro de Almeida Magalhães, ela está sob o manto da Excelsa Virgem Aparecida; o Anjo Protetor dessa terra como, também o é do nosso grandioso e imenso Brasil.
No sul de Minas, ainda confirmando suas palavras, quando alguém se sentir cansado procurará a cidade oásis
, de horizontes que se perdem ao longe e onde a gente respira um ar puro e inigualável.
17
Para descrever o povo Barropretano, nada mais verdadeiro que as palavras de Dulcídio Monteiro Fonseca, Sobre a Índole do Povo Mineiro: ... quando verifica a sinceridade de propósito do viajante que, de outras plagas, galga suas montanhas, num largo e franco expandir, vemo-lo exclamar: ‘Entre que a casa é sua’. ...São sensíveis às eclosões da alma humana, quando amigos são amigos.... Modestos por índole, nunca menosprezam ninguém. Porém, ai de quem os apoucarem: movidos por força insopitável, ei-los sobraçando a espada ou a pena, com bravura e brilho inigualáveis, confirmando a máxima: ‘O mineiro dá um boi para não entrar na briga, mas dá uma boiada para não sair dela’. Na sua ingenuidade ingênita, oculta um coração de ouro, uma vontade de ferro e atitudes heróicas
.
Atitudes, estas, constatadas em sua história, Conceição Aparecida; e não pensem que a luta terminou... Há muito que fazer. Portanto, aparecidenses, continuem a luta de seus ancestrais para o bem comum. Não aceitem as coisas impostas sem
questionarem.
Busquem
os
seus
direitos,
mas
principalmente, nunca se esqueçam de suas obrigações.
Termino com as palavras do Sr. João Barbosa Sobrinho: Avante povo de Conceição Aparecida! Que vosso entusiasmo nunca se arrefeça; que esta cidade seja uma oficina de trabalho consciente, honesto e produtivo; que nela impere um único e ardente desejo, o de subir, subir muito, para merecermos as bênçãos das gerações que se vem formando
.
Sueli Aparecida Teixeira.
Membro da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências.
Cadeira nº 12.
18
19
1 – COGNOME BARRO PRETO
Há uma lenda que diz que no passado um padre de São Joaquim da Serra Negra, hoje Alterosa/MG, dirigia-se para o povoado a cavalo para celebrar uma missa quando o animal que o conduzia refugou e jogou o padre ao chão, sujando a batina com um barro muito escuro. Os moradores souberam do fato e o lugar, a partir daquele dia, passou a ser conhecido pelo nome de Barro Preto. Até hoje, muitos de seus filhos assim a denominam carinhosamente.
Mas, a realidade desse apelido vem dos tropeiros que transportavam e comercializavam mercadorias vindas de barco a vapor pelo Rio Sapucaí e aportavam no chamado Porto Carrito, próximo a Carmo do Rio Claro/MG. Estes, quando a caminho da Estação Ferroviária de Movimento, entre as cidades de Alterosa e de Areado, tinham como referência de encontros, uma hospedaria no local conhecido por Barro Preto, devido à cor escura de um lamaçal predominante nas proximidades do ribeirão Jacutinga que margeia o município.
Não se sabe ao certo ao que se deve essa característica escura do barro presente nos barrancos do ribeirão. Por enquanto, fica no imaginário das pessoas...uns acreditam ser do manganês que pode existir nas encostas do rio e, outros acham que é apenas argila preta. No período das chuvas, o pó escuro é levado pelas águas e depositado no leito do rio.
Esse ponto de encontro, por ser agradável, era o local de descanso de tropeiros, viajantes e vendedores que cruzavam as estradas do interior do sul de Minas. Quando os que iam se encontravam com os que vinham, se indagados diziam: pernoitei lá naquele barro preto
.
20
2 – OUTROS ENTRE NÓS
Iniciamos a história, fazendo uma viagem bem longa no tempo, voltando aos primeiros habitantes da região: os índios.
Estes eram vítimas de perseguição e de doenças trazidas pelos brancos, os chamados Bandeirantes que desbravavam as terras brasileiras. Fugindo de seu subjugo, foram se afastando em direção ao oeste, para áreas ainda selvagens.
A maior prova da existência dos indígenas nessa região é a coleção de peças do Sr. Antônio Adauto Leite que, atualmente, se encontra no Museu do Índio, em Carmo do Rio Claro-MG. Diga-se de passagem, é a maior coleção de peças indígenas com mais de três mil peças catalogadas. O museu é considerado o maior do gênero na América Latina, com todas as peças pesquisadas e classificadas pelo Instituto Brasileiro de Arqueologia.
Por isso, hoje temos condições de saber que se tratava dos índios Caiapós que, pela história regional eram conhecidos como Cataguases. É necessário ressaltar que muitos indígenas, também, foram vítimas da escravidão que foi abolida oficialmente, pelo Marquês do Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo) no final do século XVIII. Para Bessa, do Programa de Estudo de Povos Indígenas da Uerj (Pró-Índio), a abolição da escravidão indígena ocorreu somente de forma definitiva mais tarde, por iniciativa do marquês de Pombal.
Primeiro, por lei de 6 de junho de 1755, válida para o Estado do Grão-Pará e Maranhão. Depois, em 1758, a medida foi ampliada por alvará para o Brasil.
Depois, outros que aqui chegaram, foram os africanos que, raptados de suas terras, foram trazidos à força para o Brasil pelos portugueses e transformados em escravos.
A escravidão, também conhecida como escravismo ou escravatura, era a forma de relação social de produção adotada, de uma forma geral, no Brasil desde o período 21
colonial até o final do Império. Os escravos foram utilizados, principalmente, na agricultura, com destaque para a atividade açucareira, e na mineração; sendo assim, essenciais para a manutenção da economia. Alguns deles desempenhavam, também, vários tipos de serviços domésticos.
Os escravos, inconformados, fugiam para o mato e iam se esconder formando pequenos povoados chamados quilombos
. Próximo à Carmo do Rio Claro-MG, alguns acreditam ter existido, há muitos anos e, depois desaparecido, o Quilombo do Cascalho; situado ao lado esquerdo do Rio Sapucaí, atualmente, Lago de Furnas. Mas não há evidências e nem provas.
O que existiu realmente, foi o Quilombo das Pedras1, parte integrante do Quilombo do Campo Grande, que se localizava no antigo território de Carmo do Rio Claro, hoje território do município de Alpinópolis-MG, cuja toponímia grita até hoje vários nomes a indicar que já teve mais de três quilombos. Isso se deu no século XVIII, em um período anterior à formação do arraial de São Sebastião da Ventania, seu antigo nome.
A região chegou a pertencer à Carmo do Rio Claro no período de 1875 a 1879, voltando a pertencer à Passos em 1938
quando foi elevada à categoria de município com a denominação de Alpinópolis. O Quilombo das Pedras deve ter sido atacado nas guerras de 1746. Bartolomeu Bueno do Prado, um dos mais temidos capitães do mato (serviçal de uma fazenda ou feitoria, encarregado da captura de escravos fugitivos) passou por essas bandas e acabou destruindo todos, entre eles o Quilombo das Pedras.
A abolição da escravatura se deu pela Lei Áurea, Lei n.º
3.353, sancionada pela Princesa Isabel, filha do Imperador D.
Pedro II em 13 de maio de 1888, após seis dias de votações e debates no Congresso. Ela foi resultado da pressão exercida
1 Livro Quilombo do Campo Grande – A História de Minas que se devolve ao Povo
de Tarcísio José Martins, 2018. (N.A)
22
pelo movimento abolicionista, na década de 1880, que atuava de diversas formas.
Evento de celebração da abolição da escravatura em maio de 1888, com a princesa Isabel ao centro. (brasilescola.uol.com.br)
Por cerca de 350 anos, o Brasil foi o maior território escravagista2 do Ocidente, com cerca de 4,5 milhões de escravos africanos. Os negros entravam na sociedade dos brancos pelo porão: sem