Coerência: neurociência para a criatividade e performance
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Coerência - Solange Mata Machado
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CÉREBRO E MENTE: ESTAR PRESENTE
A mente está dentro de nós – dentro do corpo inteiro – e entre nós.
Daniel J. Siegel
Afinal, o que é a mente?
A ciência, nas suas inúmeras atividades empíricas, vem tentando estudar e definir as características da MENTE. Uma visão simplória do que ela é traduz que a mente são as ações que o cérebro faz. Como se o cérebro fosse a ferramenta e a ação fosse a MENTE. Segundo Siegel (2018), mesmo as diversas disciplinas científicas interessadas na natureza da mente ainda não estabeleceram uma definição comum do que é a MENTE. Sem dúvida, o resultado das escolhas realizadas pela mente criou e cria continuamente o mundo em que vivemos, o que provavelmente levaria a uma reflexão mais profunda, seria necessário para alterar a situação global do planeta, assolado com os desafios exponenciais, transformar a MENTE humana.
Mesmo os cientistas contemporâneos compartilham do entendimento sustentado há centenas de anos de que a MENTE é o resultado da atividade dos neurônios que formam o cérebro humano. Mas será que o cérebro é a única fonte de mudança da mente? Se for levado em conta que o cérebro faz parte de um sistema nervoso que percorre todo o corpo e que recebe e envia informações o tempo todo, pode-se entender e foi exatamente esta conclusão que William James, considerado o pai da psicologia moderna, constatou em seu livro Os princípios da Psicologia em 1890. Naquela época, James já dizia que nenhuma modificação mental acontece sem ser seguida de uma mudança corporal.
Mas será que o contrário também é verdadeiro? Ou seja, se a mente mudar a fisiologia, ou a anatomia do cérebro muda?
A neurociência entende e define o cérebro como um PROCESSO. Assim como nosso CORPO. Este sistema interligado, interconectado e complexo conhecido como cérebro-corpo está continuamente em transformação. As experiências – eventos emocionais que são vivenciados ao longo da vida – mudam o cérebro e impactam o corpo. Em maior ou menor intensidade. O estilo de vida, cientificamente comprovado, tem um grande impacto nos pensamentos e na capacidade de resolver problemas. Portanto, os estímulos ambientais transformam a anatomia do cérebro e do corpo.
Importante ressaltar que a ciência estuda os organismos segundo sua anatomia ou sua fisiologia. Enquanto a anatomia descreve a estrutura do objeto de estudo, a fisiologia estuda a função. O conjunto do conhecimento destas duas partes permite compreender o funcionamento de um sistema biológico como o cérebro ou o corpo humano.
O conceito de fisiologia e anatomia já era conhecido há muitos anos. Na Grécia antiga, a criança espartana – séculos IX e X a.C. – ficava sob os cuidados dos seus pais somente até os 7 anos. Dos 7 até os 12 anos de idade, a tutela era do Estado. Neste período as crianças faziam exercícios físicos para desenvolverem músculos, aumentar a resistência física e psicológica e aprendiam a sobreviver em condições extremas. Cognitivamente essas crianças aprendiam as tradições e a dinâmica do Estado espartano. Ou seja, o Estado espartano, por meio de práticas e rigoroso treinamento físico, moldava o estado mental dos seus cidadãos na infância, estruturando o modo de pensar, sentir e agir.
Se fisiologia e anatomia eram conceitos relativamente entendidos e cientificamente comprovados, então o que exatamente não era aceito dentro do mundo das ciências? O cérebro!!! Existiam controvérsias. A história mostra que ainda foram necessárias algumas décadas para o estudo do cérebro ser absorvido dentro da academia.
A mudança nas conexões entre neurônios já era conhecida desde 1930, porém, só foi demonstrada experimentalmente na década de sessenta. Foi Marian Diamond, cientista e educadora americana, considerada uma das fundadoras da neurociência moderna, que mudou o conceito do cérebro. Marian e sua equipe foram os primeiros a publicar evidências de que o cérebro pode mudar com a experiência e melhorar com o enriquecimento ou absorção de novas informações, o que hoje é chamado de neuroplasticidade. Em 1964, a Dra. Diamond publicou sua pesquisa feita com ratos que foram colocados em ambientes enriquecidos com brinquedos, rodas e outros ratos, enquanto no grupo de controle, os ratos foram colocados em um ambiente empobrecido de estímulos (informações). O resultado da pesquisa mostrou que a área cortical dos ratos estimulados ficou 6% mais densa do que a dos ratos sem estímulos.
A pesquisa da Dra. Diamond foi apresentada publicamente pela primeira vez em 1965, em um congresso anual da associação americana de anatomia. A primeira reação do público presente – pesquisadores e médicos homens predominantemente – foi de completo ceticismo. A crença na época era de que o cérebro era imutável!!!
Duas décadas depois, em 1987, a Dra. Diamond, em uma nova pesquisa, constatou que o cérebro de mamíferos também crescia quando eram expostos a ambientes enriquecidos de estímulos. Ou seja, a estimulação fisiológica do ambiente mudou a anatomia do corpo de mamíferos. Evidência clara de que o ser humano possui o que é chamado de neuroplasticidade. Ou seja, o sistema nervoso humano tem a capacidade de mudar, adaptar-se e moldar-se estruturalmente e funcionalmente ao longo da vida quando é exposto a novas experiências. Na verdade, ao longo da vida o cérebro é continuamente estimulado. Ou seja, ele vai se adaptando e criando as conexões. Porém, quando pensamos no mundo da produtividade, vemos que os processos e atividades padronizados e repetitivos criam experiências que ativam os mesmos caminhos neurais no cérebro. A vida cotidiana gera experiências habituais. Portanto, uma grande parte do cérebro deixa de ser ativada. Isto significa que existe um potencial cognitivo a ser explorado
O que o cérebro dos gênios da história pode ensinar? Formas de pensar diferente? Práticas incorporadas que mudaram sua capacidade cognitiva? Experiências vivenciadas que transformaram os tecidos neurais aumentando capacidades cognitivas?
Entender o cérebro de pessoas geniais como Albert Einstein, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Stephen Hawking, Marie Curie, Galileu Galilei e outros sempre desperta curiosidade. Talvez meio século atrás era mera especulação, hoje, com os avanços da tecnologia de imagem como o EEG – eletroencefalograma, o fMRI – ressonância magnética funcional, já se pode fazer questionamentos e tirar conclusões mais objetivas. Porém, ainda são muitos pontos de interrogação existentes.
Quando se examina o cérebro de alguém, segundo as pesquisas científicas, são as áreas pré-frontais corticais responsáveis pelo processamento de informações, o aprendizado consciente, a formação de memórias, ou seja, é nesta área do cérebro que a criatividade e a capacidade de se pensar diferente reside. Nessas áreas, as capacidades cognitivas superiores são ativadas. Porém, como mencionado anteriormente, o cérebro está em constante transformação. Este processo está presente ao longo da vida. A influência epigenética (epi = acima, acima da genética) do estilo de vida pessoal é fundamental, como será explicado nos próximos capítulos. Isto significa que o ambiente pessoal e o profissional têm a capacidade de moldar o cérebro, pois são estes ambientes que geram os estímulos que promovem os aprendizados novos ou reforçam os caminhos neurais habituais.
Por isso, ainda não são conclusivos os estudos sobre a origem da capacidade cognitiva dos gênios da história. São muitas variáveis para decifrar a complexidade do cérebro humano. Ainda existem mais perguntas do que respostas. O que realmente poderia ser indicativo da capacidade cognitiva superior, por exemplo, de Einstein? Ou de qualquer outra pessoa? Onde estaria concentrada essa capacidade, ou quais os caminhos neurais que precisariam ser desenvolvidos para se atingir um processamento cognitivo diferenciado?
Nenhum cérebro humano recebeu mais atenção e análise detalhada do que o cérebro de Albert Einstein. Ainda são inúmeras perguntas que permanecem sem respostas. Todavia, houve alguns avanços que permitem reflexões. Einstein morreu na manhã de segunda-feira em 18 de abril de 1955, no Hospital de Princeton à 1h15 da manhã, com 76 anos de idade, tendo continuado a trabalhar até quase o fim de sua vida. Durante a autópsia, o patologista de plantão do Hospital de Princeton, Thomas Stoltz Harvey, com autorização do filho de Einstein, removeu o cérebro para preservação. Harvey manteve o cérebro de Einstein por 30 anos antes de publicar o primeiro estudo sobre as suas características. Seus restos mortais, conforme desejo do próprio Einstein, foram cremados.
Em uma primeira rodada de pesquisas que ocorreu principalmente na década de noventa e no início do século XXI, houve muitas discussões contraditórias, especialmente quando foram examinadas a estrutura celular e a estrutura morfológica externa do cérebro de Einstein, pois não demonstravam aspectos que pudessem determinar a origem da sua capacidade intelectual superior.
Nesta rodada, foi observada uma alteração do corpo caloso. Localizado na área posterior do cérebro, é uma área de massa branca do cérebro que une o lado direito com o lado esquerdo. Examinada essa área sob dez medidas diferentes, foram observados aspectos significativos. Estudos científicos publicados anteriormente mostravam evidências de que o maior processamento de informações entre os hemisférios pode modular capacidades intelectuais diferenciadas, pois as áreas posteriores cientificamente estão envolvidas em aspectos da solução de problemas e modulam caminhos neurais ligados às regiões frontais do cérebro. As áreas frontais são responsáveis pelo processamento cognitivo, assim como também são áreas de convergência de informações. Na convergência frontal é que são gerados novos caminhos neurais que são novas ideias, novos aprendizados, novas soluções ou inovações.
Entretanto, em junho de 2010, imagens adicionais do cérebro de Einstein foram doadas para o Museu Nacional de Saúde e Medicina – Instituto de Patologia das Forças Armadas em Washington D.C. pelo acervo do Dr. Harvey. No artigo publicado por Men et al. (2014), novas observações e novas conclusões foram apresentadas, trazendo mais informações desta vez relacionadas diretamente com a capacidade cognitiva.
Uma das primeiras observações obtidas com os estudos revelou que o cérebro de Einstein não era esférico no seu formato. Ao contrário dos estudos anteriores, os pesquisadores identificaram que as áreas relacionadas com a capacidade de visão espacial e habilidades matemáticas eram maiores que o normal, além de serem as áreas pré-frontais responsáveis pela cognição maiores que o normal, o que evidencia a sua extraordinária habilidade cognitiva. Uma reflexão sobre esta descoberta é identificar o que é efeito e o que é a causa. O pensamento pré-frontal consciente estimulado epigeneticamente pelo ambiente, gera novas conexões neurais. À medida que estas conexões são continuamente estimuladas novos caminhos neurais são formados. Ou seja, um cérebro que está continuamente buscando o novo tem potencial para aumentar as ligações neurais. Se este procedimento se torna uma rotina conscientemente, o ser humano está aumentando a sua capacidade cognitiva. A capacidade espacial de Einstein de imaginar para resolver os desafios da física fez com que a anatomia da área frontal se tornasse diferenciada. Todo ser humano tem esta mesma capacidade!
Afinal, quem somos nós, humanos? O que a ciência pode explicar?
A jornada do conhecimento sobre quem somos é longa. Todavia, uma marca importante neste processo começou em junho de 2000, quando o primeiro-ministro Tony Blair (Inglaterra) e o presidente americano Bill Clinton fizeram em conjunto a primeira apresentação do projeto de decodificação do DNA humano (ácido desoxirribonucleico).
Este projeto de pesquisa internacional tinha como objetivo identificar, mapear e sequenciar todos os 20.000 a 25.000 genes do genoma humano determinando as sequências dos 3 bilhões de pares das químicas base do DNA humano. Este momento foi simbólico para a ciência, pois foi aberta uma nova fronteira de conhecimentos e indagações sobre a origem e formação do SER HUMANO.
O resultado desse projeto conhecido como Human Genome Project – HGP mostrou que:
• Um mesmo gene pode conter múltiplas proteínas, que interagem e podem codificar múltiplos RNAs (ácido ribonucleico), molécula intermediadora essencial na síntese de proteínas. A molécula de RNA é formada a partir da molécula de DNA em um processo chamado transcrição.
• Humanos possuem muito menos genes do que se antecipava – aproximadamente 21.000 ao invés de algo em torno de 100.000 a 200.000, que era o esperado.
• As variações entre os genomas de seres vivos são relativamente pequenas. Como por exemplo, o ser humano e o chimpanzé diferem somente em 1%. Ou seja, temos mais que 99% do nosso genoma igual ao do chimpanzé. 80% de semelhança com o DNA de uma vaca!!!!
• Apenas 2% do genoma é usado para a síntese de proteínas. E o que faz o restante dos 98%??? Pelo visto, a ciência ainda tem um longo caminho a percorrer antes de entender o que faz esta parte significativa do nosso DNA.
Se os humanos são geneticamente 99% iguais aos chimpanzés, por que os cérebros humanos desenvolveram a capacidade de cognição superior, de linguagem e da fala, enquanto o chimpanzé não?
Essa foi a pergunta feita pelos pesquisadores do Yerkes National Primate Research Center, da Emory University, e da David Geffen School of Medicine da UCLA ao investigarem as mutações ocorridas no gene conhecido por FOXP2, que é relacionado à fala e à linguagem em humanos. A sequência de proteínas do FOXP2 difere em 2 aminoácidos da sequência dos chimpanzés, gorilas e macacos. Enard et al. (2002) em seu artigo publicado em 2002, alega que seja improvável que esta mutação tenha ocorrido aleatoriamente. Portanto, os autores concordam que é razoável concluir que estas mutações ocorreram por seleção positiva. Além de alertarem para o fato de que as mutações genéticas do FPXP2 ocorreram na mesma época em que a linguagem emergiu no Anatomic Modern Human (AMH), que é a identificação científica da espécie humana atual dentro da ciência.
Figura 1.1 – Artigo científico sobre a mutação FOXP2
Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12192408/. Acesso em: 15 dez.2023.
Outro fato intrigante na evolução humana foi a descoberta feita em 2008 pelos antropologistas da Universidade de Florença. Os pesquisadores conseguiram sequenciar o DNA de um fóssil de 28.000 anos, conhecido como Cro-Magnon, ancestral dos europeus. Nessa descoberta verificou-se que o Cro-Magnon foi contemporâneo dos Neandertais, porém, não descendente, como se imaginava. Caramelli et al., em seu artigo "A 28,000 years old Cro-Magnon mtDNA sequence differs from all potentially contaminating modern sequences", confirmam a diferença radical entre o DNA Neandertal com o DNA do AMH.
Figura 1.2 – Artigo científico sobre Neandertal e o AMH
Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18628960/ Acesso em 15 dez. 2023.
Essas evidências sobre o surgimento do AMH foram confirmadas com as pesquisas realizadas em 2018 pelo Departamento de Evolução Humana do Instituto Max Planck em Leipzig, na Alemanha. Os pesquisadores confirmaram que as mudanças que ocorreram no cérebro dos AMH aconteceram entre 300.000 a 195.000, especificamente em duas partes: a parietal, que é um lóbulo do cérebro cortical, e no abaulamento do cerebelo, parte primitiva do cérebro.
Figura 1.3 – Artigo científico sobre a evolução do AMH
../../Captura%20de%20Tela%202023-01-06%20às%2015.05.53.pngFonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29376123/ Acesso em: 15 dez. 2023.
Na área do parietal, os cientistas apontaram mudanças que possibilitaram o desenvolvimento das capacidades de orientação, atenção, percepção, transformações sensomotoras, que influenciam diretamente em planejamento, integração espacial, imagem, autopercepção, memória de trabalho, memória de longo prazo, processamento numérico e o uso de ferramentas.
Figura 1.4 – Partes corticais do cérebro humano
A diagram of the brainDescription automatically generatedFonte: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/lobos-cerebrais/ Acesso em: 15 dez. 2023.
Apesar de as evidências mostrarem que houve uma mutação genética na evolução do SER HUMANO por volta de 200.000 anos atrás, as conclusões não são abraçadas integralmente pela ciência. Em estudos recentes feito por Simon Neubauer, Jean-Jacques Hublin e Philipp Gunz do Instituo Max Planck de Antropologia evolucionária, os pesquisadores usando micro tomografia computadorizada documentaram a mudança no formato do cérebro humano e, se mostraram surpresos em descobrir o quão recente estas mudanças ocorreram. Deixando um ponto de interrogação sobre o processo de evolução natural proposto por Charles Darwin. Interessante ressaltar que essas mutações ocorridas criaram capacidades diferenciadas nos SERES HUMANOS que só começaram a ser reconhecidas mais recentemente com os avanços tecnológicos.
Figura 1.5 – Evolução do cérebro humano
../../Users/solange/Desktop/Captura%20de%20Tela%202022-04-24%20àsFonte: https://scitechdaily.com/scientists-reveal-the-evolution-of-modern-human-brain-shape/ Acesso em: 15 Jan 2023.
Segundo Gregg Braden, em seu livro Human by Design: from evolutions by chance to transformation by choice (2017), um gene pode ser ativado de maneiras diferentes – e com diferentes intensidades, como constatado no Human Genome Project – HGP. Essa ativação genética diferenciada influencia a expressão do gene, como foi o caso do FOXP2. A mutação ocorrida gerou no ser humano a capacidade da linguagem sofisticada.
Essas mudanças ocorreram em função da fusão do cromossomo número 2 – chamado TBR1 – que representa perto de 8% do DNA de cada célula. Essa fusão foi responsável pelo crescimento de 76% do volume cortical, que é a parte mais recente do cérebro e onde foram observadas as mudanças mencionadas anteriormente. Este cromossomo é responsável por capacidades humanas relacionadas com a emoção, empatia, compaixão e a autorregulação.
A fusão do cromossomo número 2 foi identificada como a fusão das partes terminais de dois cromossomos ancestrais, formando um cromossomo com a união dos telômeros que ficam nas extremidades dos cromossomos. Telômeros são as extremidades dos cromossomos, parte do DNA humano, cuja principal função é proteger o material genético que o cromossomo transporta. À medida que as células se dividem para multiplicar, regenerar os tecidos ou os órgãos, a longitude dos telômeros vai reduzindo. Cromossomos normalmente não se fundem pelos telômeros. Portanto, a fusão ocorrida no cromossomo número 2 aconteceu intencionalmente. Os pesquisadores não mencionam a razão dessa ocorrência. Além do cromossomo número 2, os cientistas apontaram a mudança no cromossomo número 7, que possibilita a capacidade da fala complexa e do cantar.
Outra descoberta recente, aparentemente ligada à fusão do cromossomo número 2, foi a descoberta do neurônio Rosa Mosqueta (Rosehip Neuron). A pesquisa publicada na revista científica Nature Neuroscience (27 de agosto de 2018) – parceria entre um grupo internacional de 34 cientistas da Universidade de Szeged, na Hungria, e o Instituto Allen para a Ciência Cerebral, com sede em Seattle, nos Estados Unidos – descobriu que esse neurônio tem função inibidora. Ou seja, ele impede a ação de outros organismos celulares e foi encontrado na camada mais externa do córtex. Segundo os cientistas, esse neurônio é responsável pela CONSCIÊNCIA, característica fundamental de ser humano.
Figura 1.6 – Neurônio Rosa Mosqueta
Fonte: https://alleninstitute.org/what-we-do/brain-science/news-press/articles/scientists-identify-new-kind-human-brain-cell Acesso em: 15 Jan 2023.
Portanto, à medida que a tecnologia aplicada à neurofisiologia avança, o questionamento sobre a origem do ser humano começa a ser ao mesmo tempo questionada e aos poucos as peças do quebra-cabeça começam a se ligar. Uma verdade questionável é a existência de um processo evolutivo, como proposto por Charles Darwin em 1859. Que ela tenha ocorrido é um fato irrefutável. Pode ser evidenciada em plantas, animais, nos oceanos, na geografia, e por todo o planeta. Os sinais são claros deste processo evolucionário. Porém, existe uma interrogação na história humana sobre a evolução do homem como proposto na teoria darwiniana. Evidências científicas recentes têm demonstrado que existem outros caminhos que precisam ser investigados para entender melhor quem é este SER HUMANO atual.
Até agora o foco foi no SER HUMANO. Na sua estrutura física. VISÍVEL. Porém, o que