O silêncio da poesia
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O silêncio da poesia - Estevan de Negreiros Ketzer
PARTE 1
1.1 Trauma, o peso do pensar
Anselm Kiefer - Sulamith_1981Fig. 1 – Sulamith, de Anselm Kiefer (1981)
"Parece que os pacientes não podem acreditar,
pelo menos não completamente, na realidade de um evento."
Sándor Ferenczi, em seu Diário Clínico
E se a passagem fosse tão estreita a ponto de não fornecer saída? A saída pela porta era ao menos o lugar de suplício. Queríamos adentrar a qualquer outro espaço, porque se teve a oportunidade de uma mínima bênção. A realização entre a necessidade e vontade estava clara no decorrer da história das incoerências humanas, uma atitude a qual permitisse realmente sair de cima do muro, buscar a fonte e continuar a viver. Teria sido assim.
O pintor alemão Anselm Kiefer (Fig. 1), torna mais factível o entendimento como uma das funções do elemento ficcional não criativo em nossas vidas. Numa tentativa de elaborar um forno crematório, ele assim denomina de Sulamith essa imagem que nos lembra uma cripta mortuária. Sulamith sem jardim do Éden, sem encontro com seu amado. A mais solitária das histórias almejava também um encontro. Ali, onde o Cântico dos Cânticos¹⁹ nos dava sempre a esperança de conectividade com o amor. A tensão imposta nesta imagem, vazia de pessoas, pode ainda, pela sua treva, atirar alguma luz, caso não deixemos as expectativas de sobrevivência nos atingirem.
A morte sem ar de Sulamith em uma câmara escura. De repente essa morte não é mais hipótese, mas é real. Nesse momento de desaparecimento, tentar respirar a marca desse encontro nos leva por desaparecer aos poucos num desencontro. E o toque sentido com dificuldade torna-se incomensurável. O trauma fala daquela situação cuja dimensão trágica não sabemos explicar. A hipótese de um trauma impedido de ser falado. Não sabemos perguntar sobre a perda da palavra. Como poderíamos interrogá-la? Nem palavra, nem signo, mas ainda assim uma angústia sem nome. Mesmo as palavras ao dizerem com emoções, lágrimas estridentes, gritos insanos e emudecimento mórbido, não mostram o que de fato o evento psíquico demanda.
Paulatinamente, o encontro acontece, entre memória e evento, ao assinalarem a intensidade de cada situação particular vivida. Nós somos alvos de uma particularidade da linguagem, a linguagem fragilizada, sem a clareza sígnica suficiente para formar uma representação apta ao nível formal cognitivo. Essa proximidade sutil aparece em laivos de resquícios sensoriais. Rapidamente, a invalidação de todo o dizer em uma simples esfera de expectativa interrompe a angustiosa vontade da verdade em ver-se livre. A esfera embrutecida das coisas humanas permanece na superfície, a nos tomar de assalto, como a sombra de um homem doente por cima de uma criança indefesa. Aqui se menciona a dimensão mais profunda tocada por um gesto, apesar de tantas gerações destrutivas inconsequentes. Um certo lugar paralisa não tem reação, nem réstia de sonho ou esperança, sem interpretação suficiente. Ali onde ao entrar começamos a morrer lentamente, mas morrer para dar vida a uma nova geração.
Uma frase simbólica do Salmo 30 repetida na celebração no Dia do Perdão (Yom Kippur), para lembrar aos vivos desse dia que eles estão meio mortos. Cada um precisará de renascer a uma vida espiritual. São seres quase vivos, quase pensantes; folhas, galhos e pedras, um poço profundo por onde se cai espontaneamente não leva mais a lugares confiáveis ou discerníveis. Nem amistosos, nem hostis, assim são esses lugares repletos de monstros da desconfiança.
O ser à nossa frente prefere a segurança da concha e só muito raramente enxergamos uma breve luz aparecer lá de dentro. Quem sabe se seus ruídos forem escutados a atrapalhação não será maior? Ou se ele se escutar não cairá nas graças da loucura? Isso não tem memória... mas seus mecanismos alteram a ordem da existência como uma geringonça desgovernada. O ruído também sonha discernimento, concisão, dignidade. Sua opção é a renúncia a todas as coisas simples. Enquanto outros não percebem com seus risos o quanto a vida jamais terá algum sentido, caem simplesmente no vão da cinza do poço sem Deus. O poço dos suicidas incita coragem aos homens comuns para lá se atirarem. Eis o último alento genuíno de vivacidade. A violência atroz de alguém que fala para relativizar as coisas, interrogar os costumes e convenções... Pura perda de tempo! Você sentirá o quanto o peso no corpo só possui sentido para quem o carrega: ele deve chegar até o seu fundo impreterivelmente. O peso e quem o carrega se misturam a partir de então.
O panorama simbólico de Paul Celan deve servir para nos ensinar sobre palavras perdidas. Ou tantas tentativas de afogamento, implicadas pela linguagem incerta da presença de tantas ausências recalcitrantes. São palavras escolhidas com os sufixos "er" fortes do alemão, projetam o som de á, como se pedissem os sufixos "en" numa tristeza anódina:
Esse breve estrato do poema "Tübingen, Janvier", e aqui traduzido por Jacques Derrida²², parece extraído de uma vontade de escrever sublinhando o poema. A vontade em recriar a linguagem desperta no tradutor. Eis o ponto de Celan com a língua alemã, algo como a força do Sturm und Drang, movimento dos primeiros românticos²³. Ele está entre a palavra cheia da tempestade capaz de mostrar sua fragilidade e o a rugosidade impassível do mundo. Qual seria a sensibilidade despertada pelo poema? Viagem insólita ao desconhecido. As palavras ao fundo, lá onde os homens marceneiros tocam em algo tão banal como acordar amanhã gozando de boa saúde. Também eles ensejam organizarem-se em uma gramática, simples como todas as regras que constroem sentidos. Como tocar com palavras? Esse esforço envolve um artesão, ao tocar com instrumentos dos quais transformam o natural em cultural. A postura do marceneiro poderia nos aproximar das palavras profundas? Uma forma poética parece tão distante, mesmo se expondo como deslocamento da palavra de seu sentido coloquial, usual, corriqueiro, como a vida é na maioria das vezes. Mas são tantos nós... Eles começam a desatar aos poucos, mostrando a exaltação da razão criativa, no fustigamento dos dejetos comprimidos pela dureza cáustica da realidade. Derrida, ao traduzir Celan, não estaria a formalizar um compromisso com esse desconhecido? Mais do que uma mera hipótese, essa interrogação mostra o quanto a atividade poética é transmitida não só pela criação de um poema, mas também pela instância tradutória e pela disposição crítica do pensamento na escrita.
Sobre um golpe de violência do dito ao dilacerar muito antes que o surgimento de uma interpretação do inconsciente mal recalcado possa vir à tona. A leitura de Celan é a a própria morte por afogamento, também ali a morte ao redor de perder-se no texto. Encontraremos com o balbucio, ao recompor os elementos silábicos, para assim poder falar. Isto vale para a poesia de Celan em geral; contudo, aqui, nessa proximidade acerca das grandes formas dos hinos, se abre um caminho para a verdade poética
²⁴. Poderia a palavra ser poética e manter sua verdade? Ou sua verdade, vindo das profundezas do ser, refaz a noção de verdade, do impacto de um estilhaçado vidro, a deslizar o primitivo como em: "Pallaksch, PallAksch"²⁵. Uma letra A grafada em caixa alta, especificidade tradutória imantada de um mistério filosófico. O A possui o que se repete, tal como um eco, escande o som, arruína a pretensão de verdade da palavra poética antes da pronúncia, pois ao fazer isso se altera em som inaudível. Murmúrio de um dia escutado de baixo da montanha de elementos vividos como verdade em um testemunho de fé. Qual verdade tomamos contato? Uma necessária criação perturbada pelo movimento invasivo da violenta invasão não imaginada. Tensão em reconhecer esse toque traiçoeiro. Assim fala o corpo do vivo-morto na forma do soneto de Hölderlin, lirismo particular da prática celaniana, ao possuir olhos que nada enxergam:
Os olhos cegos de um corpo rígido. Falar com os olhos é trazer a lembrança de um terreno, cujas palavras estão secas e reunidas em um mesmo corpo invólucro. Esse tumultuoso passado ainda pulsa através do corpo. Parece restar na lembrança de uma pura repetição decorada às pressas. A memória vem à tona ao menor sinal de perigo quando se está acuado. A pressão é grande. O sufocamento pressiona a mente mais um pouco para que os gritos não sejam ouvidos. Sándor Ferenczi, psicanalista húngaro, relatou isso em muitos pacientes acometidos de traumas na infância:
Nos momentos de grande aflição, em face dos quais o sistema psíquico não está a altura, ou quando esses órgãos especiais (nervosos e psíquicos) são destruídos com violência, forças psíquicas muito primitivas despertam e são elas que tentam controlar a situação perturbada. Nos momentos em que o sistema psíquico falha, o organismo começa a pensar²⁷.
Esse estranho pensamento do corpo, resultado do trauma de uma situação complexa demais para a mente circular com desenvoltura. Uma ferida acompanha os meandros dos estilhaços e a mente entra em profundo sofrimento. À espera por nascer um apelo à dignidade àqueles reconhecidos como os anormais, sejam eles perversos, psicóticos, com resistências e conflitos muito primitivos. São deles as fantasias de retirarem a própria vida para assim salvarem o menor de todos os vínculos: o mínimo recorte da memória que tanto querem esquecer. Psicotizam assim, por vezes em silêncio de uma confusão atormentada. Um tipo de fuga relacionado ao momento exato do abandono e da falta de esperança, em que a linguagem humana não encontra consolo. Isolado onde o outro jamais entrará. Quem agora é o hospedeiro? Quem hospeda quem: a mente ou o corpo? Ou seria alguém controlado por submissão, sem condição ao erigir pensamento ou crítica? Olhem os elementos degradados. A experiência humana mais uma vez alega necessária reconstrução do mundo em ruínas. Contudo, esse apelo se volta para o espaço interno do profundamente psíquico. O mais psíquico dos lugares, talvez o mais desconhecido ou deixado de lado pela humanidade e seu embaraço por não reconhecer ali um som audível. Bem ali aonde o corpo treme diante do abismo. É só um passo para frente...
Ferenczi fez sua pesquisa nessa zona da ausência dos nexos conectivos entre os homens. Seu relato se diferencia em muito de seu mestre, Sigmund Freud, por estar mais receptivo ao paciente grave encontrado em sua clínica, ou seja, aquele com mais dificuldade em aderir aos benefícios do tratamento. Essa prática o levou a repensar alguns pressupostos básicos da psicanálise²⁸. Em parte, o próprio Freud retoma a questão da neurose traumática, em 1920, com o ensaio Além do princípio do prazer. A destruição causada pela Primeira Guerra Mundial mostra o quanto certas violências psíquicas se alojam sobre o corpo, dificultando qualquer atividade interpretativa atribuída à etiologia da neurose histérica, isto é, a neurose decorrida do desejo sexual²⁹.
Em contraponto ao desenvolvimento libidinal freudiano, Ferenczi observou mais detidamente os casos de traumas graves ocorridos durante a infância. Surgem relatos de casos clínicos, cujas atitudes suicidas eram tomadas devido às condições de forte sofrimento psíquico e de sentimentos de falta de amor reais dos pais em direção aos seus filhos:
Foi a análise de certos distúrbios circulatórios e respiratórios, de origem nervosa, em particular a asma brônquica, mas também casos de inapetência total e de emagrecimento, anatomicamente inexplicáveis, que me permitiram examinar mais a fundo a gênese das tendências de autodestruição. Todos esses sintomas condiziam bem, na ocasião, com a tendência psíquica geral dos pacientes que tinham de lutar muito contra tendências suicidas. No decorrer da análise retrospectiva de alguns casos de espasmo da glote infantil, também pude interpretar dois desses casos como tentativas de suicídio por auto estrangulamento³⁰.
Esse atendimento minucioso, levou Ferenczi a ampliar sua escuta clínica, se afastar de algumas resoluções freudianas sobre esse tipo de patologia e desenvolver outro tipo de conceito de neurose chamada de neurose traumática. De fato, Freud diferencia a neurose traumática da neurose libidinal. A fixação da memória no momento do acidente leva o paciente a uma série de repetições do evento traumático, desconectando-o de viver sua vida de uma maneira mais prática. Sua paralisia também se torna assim o sintoma de sua proteção contra as ameaças de fora. É como se esses pacientes não tivessem findado com a situação traumática, como se ainda estivessem enfrentando-a como tarefa imediata ainda não executada; e levamos muito a sério esta impressão
³¹. O estímulo perturba demais a mente anteriormente sadia. Esta fixação não poucas vezes conduz à esterilidade da vida no tempo presente, pois se o passado é frequentemente acionado, o futuro não pode ser projetado. O sintoma aparece, mas a real conexão entre o evento e a experiência está completamente afastada. Esse fato conduziu Freud a crer que esse tipo de neurose faz a libido regredir até a imagem do eu, neurose narcísica, sem a necessidade de aceitação dos outros. A introversão desse tipo mostra justamente a dificuldade ao interpretar ou refletir o eu do paciente, seu real sentido com aquele gesto compulsivo. O paciente não se apropria da interpretação porque ela vem à tona para tirar de cena os melhores resultados do esforço em viver. Quando uma quantidade de energia sexual ligada ao próprio ego [eu] e que encontra satisfação no ego [eu], tal como habitualmente se encontra satisfação apenas e, objetos
³², não é acolhida como material desse próprio eu. O perigo está ou no objeto de fora ou no próprio paciente. O eu antigo deve ser preservado, pois há sempre a iminente possibilidade de o risco externo aterrissar de repente. O trauma em questão nos coloca a necessidade de ter de falar:
(...) do irrepresentável, da realidade de um fato, de um abuso, seja este sexual ou de outra ordem, do desmentido e de processos que operam como consequência dele: clivagem, autonomia, identificação com o agressor, progressão traumática, repetição, regressão narcísica e alucinação