Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas €10,99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

99 não é 100
99 não é 100
99 não é 100
E-book172 páginas2 horas

99 não é 100

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Cada vez mais o mundo tem se mostrado como um lugar perdido. Bombardeados quase diariamente por dor, falta de esperança e enganos, muitos têm sucumbido às tristezas, problemas e ao desânimo. Isso não é novidade. A humanidade está gemendo e gritando por socorro. Por isso, precisa conhecer O caminho que os levará à eternidade e ao Noivo, Jesus. "Mas como conhecerão se não há quem fale?".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de ago. de 2020
ISBN9786586261424
99 não é 100

Relacionado a 99 não é 100

Ebooks relacionados

Cristianismo para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de 99 não é 100

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    99 não é 100 - João Paulo Dias

    Capítulo 1

    A DOR DE DEUS PELOS PERDIDOS

    Tomado pelo amor do Pai, toda a minha culpa e condenação foram lançadas fora.

    Foi no dia 17 de dezembro de 2015 que tive o meu primeiro encontro com o Senhor. Depois de quatro anos afastado d’Ele, afundado nas drogas, festas e criminalidade, fui radicalmente impactado por Deus e retornei à Sua casa. Nesse dia, tomado pelo amor do Pai, toda a minha culpa e condenação foram lançadas fora. O Seu sangue escorria para dentro de mim e começava a invadir todas as lacunas que ali estavam. Logo, tudo passou a fazer sentido. Foi assim que, finalmente, me senti leve de novo. Enquanto tudo aquilo se dava, aos poucos, eu ficava cada vez mais constrangido com a Sua graça e misericórdia, e se nada mais tivesse acontecido comigo naquele dia, já me sentiria grato a Ele pelo resto da minha vida. Mas como Deus ama superabundar Sua graça onde abundou o pecado, Ele me disse: Peça algo a mim. Essa frase, naquele contexto, não tinha sentido algum. Como, depois de tudo que eu fiz nesse tempo, o Senhor pode me dar a liberdade de pedir alguma coisa?, pensei eu.

    Tudo passou a fazer sentido.

    Sinceramente, a resposta para esse questionamento não era nada óbvia para mim, principalmente por conta da situação em que me encontrava. Existiam várias possibilidades. Na época, eu tinha acabado de ser reprovado pela segunda vez no primeiro ano do Ensino Médio; minha mãe estava aprisionada pelo cigarro e meu pai tinha perdido todos seus bens em um estelionato. A verdade é que eu poderia pedir uma intervenção divina para alguma dessas situações, e, se o fizesse, acredito que ninguém me reprovaria. Porém, de repente, em meio aos meus pensamentos, ao tentar escolher a resposta certa, comecei a ouvir gritos muito altos e fortes, como se várias pessoas estivessem pedindo socorro. Somado a isso, o meu coração começou a apertar e uma angústia muito grande passou a tomar conta de mim; parecia que eu estava sentindo na minha pele exatamente a mesma coisa que os donos daquelas vozes. Não estava entendendo nada do que acontecia comigo, mas, logo em seguida, senti Deus me dizendo: João, há muitas pessoas morrendo sem Me conhecer, e esses gritos representam o pedido de socorro delas. O desespero só irá parar quando elas Me conhecerem.

    Eu me lembro como se fosse hoje. Naquele momento, sentado na beira da minha cama e chorando muito, eu orei: Deus, então eu peço para que o mundo O conheça! Leve­-me até essas pessoas que estão gritando por socorro, porque eu quero falar do Senhor para elas. O que aconteceu foi incrivelmente instantâneo: assim que terminei a minha oração, a angústia e os gritos também cessaram. Em seguida, olhei para o chão e pude ver o resultado de todas as lágrimas que derramei; além disso, o meu corpo estava quente, e eu, completamente em choque com o que acabara de vivenciar. Era como se um furacão tivesse passado por mim.

    Talvez você esteja lendo isso e se perguntando se essa experiência que tive com Deus é bíblica. E esse foi o mesmo questionamento que eu me fiz, minutos depois, enquanto ainda estava em meu quarto. Sempre fui muito racional e, nos quatro anos em que estive afastado do Senhor, fiquei ainda mais cético. Entretanto, enquanto pensava nisso, em meio às minhas dúvidas, me lembrei de uma EBD¹ que frequentei na igreja em que eu congregava quando criança. Naquele dia, especificamente, o professor tinha lido Gálatas 3, 4 e 5, e nos ensinou sobre a liberdade que um adolescente tem em Deus.

    Sendo sincero, não havia prestado atenção em praticamente nada daquela aula. Aliás, se alguém me perguntasse o que ele lecionou naquela manhã, eu não saberia responder. Mas, ao lembrar desse ensinamento de Gálatas, algo estranho aconteceu comigo ainda em meu quarto. Na mesma hora, ouvi uma voz dentro de mim, dizendo: Abra em Gálatas 4 e leia o versículo 19. Rapidamente, peguei a Bíblia, depois de anos sem manuseá­­-la, e abri na passagem:

    Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa, até que Cristo seja formado em vocês.

    Eu não podia acreditar no que estava lendo. Foi tudo tão rápido, em uma fração de segundos experimentei algo como nunca antes. Eram muitas sensações e, ao mesmo tempo, sentia como se estivesse em transe. Novamente, comecei a chorar muito, afinal o que eu tinha vivido há poucos instantes estava ali, na Palavra de Deus. Meses depois do acontecido, comecei a estudar essa passagem, e passei a entender ainda mais o contexto no qual esse versículo foi escrito.

    Paulo escreveu essa carta para os gálatas, que, em razão de algumas evidências, certos estudiosos afirmam ser os mesmos a quem o apóstolo havia evangelizado em sua primeira viagem missionária.² Isso me faz pensar no quanto Paulo deveria considerar cada uma daquelas pessoas. Ao receber a notícia de que a igreja que ele tinha levantado e fundamentado na Galácia estava se perdendo, voltando­­-se às práticas da Lei e, assim, não vivendo a partir da Nova Aliança em Cristo e Seu sangue, posso imaginar o seu pesar ao escrever o versículo 19. Em outras palavras, ao ler esta passagem, chego à conclusão de que, ao mencionar: novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa (grifo do autor), muito provavelmente, Paulo estava se referindo às dores geradas em oração pela vida de cada um deles. Dentro disso, talvez, assim como eu uns anos atrás, você esteja se perguntando: Mas como alguém pode sentir dores de parto por alguém?; e a resposta é: amando!

    No caminho do amor, uma hora ou outra, você esbarrará com a dor e o sofrimento. Isso, porque, quando amamos alguém, é inevitável não sofrermos diante de suas angústias, afinal, o amor nos leva a sentir o mesmo que aqueles que amamos. É claro, um amor que seja genuíno, gerado por Deus. Ao longo de toda a Bíblia, nós nos deparamos com homens e mulheres, como eu e você, que foram batizados no amor de Deus por almas. Um dos maiores exemplos disso é Moisés, que, em Êxodo 4, aceitou ser resposta de Deus ao clamor de socorro do seu povo.

    Naquela época, o povo de Israel estava sendo assolado e escravizado pelos egípcios de forma muito cruel. Foi quando Moisés, em obediência a Deus e por amor ao seu povo, assumiu o posto de libertador e líder daquela multidão. Nem imagino o que tenha sido guiar milhões de pessoas (muitas delas, idólatras, pessimistas e ingratas) por quarenta anos em um deserto.

    Só pode livrar um povo da escravidão quem antes chorou pelo seu aprisionamento.

    Mas os exemplos não param por aí. As Escrituras também nos contam sobre Neemias. Assim que ele ficou sabendo que as portas e os muros de sua cidade tinham sido destruídos, em vez de ficar apático diante da situação, se ajoelhou, orou e jejuou por seu povo. Então Deus, estendendo graça, levantou um reconstrutor de Jerusalém, e adivinhe quem foi? Ele mesmo, Neemias. O homem que orava e jejuava ao Senhor a favor de seu povo foi o mesmo que reedificou a sua cidade devastada.

    Isso quer dizer que, antes de nos tornarmos libertadores ou reconstrutores de cidades, povos ou nações, Deus nos batizará em amor por almas. Só pode livrar um povo da escravidão quem antes chorou pelo seu aprisionamento. Só reconstrói os muros de uma nação quem primeiro lamentou a destruição deles. Deus está levantando libertadores de povos e nações em nossa geração. Existe um grito de socorro ecoando no mundo inteiro, e nós fomos chamados para responder a esses clamores, apresentando o Caminho, a Verdade e a Vida: Jesus!

    Como nunca na História, creio que veremos missionários brasileiros sendo enviados por Deus ao mundo. Porém, antes do envio, Ele gerará nesses corações um amor profundo por almas. Os seus pés só chegarão aos lugares que forem, primeiro, regados com oração.

    Os seus pés só chegarão aos lugares que forem, primeiro, regados com oração.

    Daniel Nash, um norte americano nascido no século XVIII, após ter pastoreado uma pequena igreja nos Estados Unidos e ter sido rejeitado por sua própria comunidade, tempos mais tarde, tornou­­-se intercessor de Charles Finney, um dos maiores evangelistas da História. Segundo relatos do livro que conta sobre sua vida³, Deus o conduziu por uma estrada de intercessão e dores de parto em favor das campanhas evangelísticas de Finney. Inclusive, dizem que grande parte do mover do Espírito Santo, das conversões intensas e do forte avivamento que aconteceu nos Estados Unidos nessa época deu­­-se graças às orações de Daniel Nash e alguns outros intercessores.

    Uma das coisas mais interessantes a respeito desse homem é que muitos nunca ouviram falar dele. Não apenas isso, mas de acordo com o que se tem de informação sobre Nash, ele nunca ministrou em grandes capitais, não escreveu nenhum livro, não liderou movimentos e nem realizou o que, para a maioria, seriam considerados como feitos notórios. Aliás, muito de seu ministério foi longe dos holofotes. Entretanto, foram as suas orações incessantes por Charles Finney que sustentaram este avivalista e muito do que aconteceu na América durante esse período.

    Além dele, no mesmo século, na Inglaterra, nasceu um homem chamado George Whitefield, um dos precursores do avivamento britânico. Segundo estimativas, esse homem pregou cerca de mil vezes por ano durante 30 anos. Isso seria o equivalente a pelo menos 18 mil sermões e 12 mil palestras e exortações.4 Além disso, ele foi essencial no processo de fundação da Universidade de Princeton (uma das mais renomadas do mundo), do Dartmouth College e da Universidade da Pensilvânia.5

    Porém, mesmo sendo um pregador eloquente e cheio do Espírito Santo, a vida de Whitefield me faz chegar à conclusão de que seu ministério foi gerado em dores de parto e muita oração pelas pessoas que ele nem ao menos conhecia. Se não queres dar­-me almas, retira a minha!, disse ele ao Senhor, certa vez.⁶ Ninguém que cogita perder a própria vida, caso Deus não lhe entregasse almas, parece estar preocupado consigo mesmo ou com seu ministério. Pelo contrário, isso só me faz pensar no quanto esse homem deve ter investido tempo em oração incessante pelas pessoas, além de, literalmente, ter experimentado as dores de parto que Paulo mencionou em Gálatas.

    Outro fato extraordinário a respeito desse pregador é que, de acordo com alguns cálculos, Whitefield passou mais tempo falando do que dormindo. Tanto é que, Henry Venn, um clérigo anglicano que era próximo dele, escreveu:

    Quem imaginaria que seria possível para uma pessoa falar no compasso de uma única semana (o que aconteceu por anos), em geral, 40 horas, e em muitas outras, sessenta, e assim, aos milhares; e após este trabalho, em vez de descansar, estava oferecendo orações e intercessões, com hinos e cânticos espirituais, como tinha por costume, em cada casa para a qual era convidado.

    Apenas o amor a Deus e às pessoas é capaz de fazer algo assim.

    Semelhantemente à história desse general, existiu um homem chamado John Knox. Ele foi um reformador da Igreja na Escócia no século XV e, segundo relatos históricos, clamou: Deus, dá­-me a Escócia ou eu morro. Resultado disso? Sua nação foi abalada pelo poder do Senhor. Não apenas isso, mas Knox propôs uma série de melhorias para a educação em seu país. Na verdade, ele se preocupava com ela tanto quanto a formação religiosa. Em razão disso, lutou para que as igrejas tivessem professores de instrução primária que ensinassem latim e gramática, e que as grandes cidades fundassem

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1