Construí minha carreira no jornalismo sendo a maior parte do tempo freela/autônoma/temporária
Trabalho na área de comunicação/jornalismo desde 2004 quando arrumei meu primeiro estágio em uma assessoria de imprensa. Tirando os estágios, se somar meu tempo de registro em carteira nesses quase 20 anos na área, não dá sete anos distribuídos entre fixos e temporários em jornais e revistas. Porém, mesmo assim, consegui construir uma carreira e reconhecer isso foi um processo, uma vez que não é o caminho convencional. Cheguei a questionar minha competência nessa trajetória. Me questionava sobre o motivo de não conseguir passar muito tempo no mesmo lugar. Eu fui demitida uma única vez por cortes gerais. Eu mesma não sustentava passar muito tempo no mesmo lugar.
Hoje eu entendo que nem de longe isso se trata de incompetência, irresponsabilidade ou coisa semelhante. Se trata de perfil profissional e, mesmo em meio aos desafios, eu gosto de ser independente, gosto da minha liberdade e desse convite incrível de aprendizado sobre organização e planejamento.
Ser independente tem o peso da palavra na construção do caminho. Me descobrir comunicadora e não só jornalista me abriu muitas oportunidades. Me especializar na cobertura de temas específicos foi me dando visibilidade e musculatura. Me tornar influenciadora digital no Instagram me trouxe oportunidades de trabalho e renda extra em alguns momentos.
Mas, antes, eu precisei fazer muitos sacrifícios nessa jornada. Lembro quando eu era freela no jornal Agora São Paulo de dia e na home da Folha de S.Paulo de madrugada. Cheguei a dormir 4h no carro no estacionamento saindo de um e esperando entrar no outro. Não estou romantizando. Estou contando o que eu fiz. Assim como já trabalhei 14h por dia ou mais. Porém, isso passou. A gente vai se entendendo, se ambientando e tendo oportunidades melhores. Não tenho mais 20 e poucos anos.
O caminho é sim cheio de inseguranças (todos têm seu preço), mas as oportunidades de atuação que eu tive e tenho são extremamente valiosas. Sempre tive muita dificuldade de vestir a camisa que não é minha. Aceitação é palavra de ordem para a construção de um caminho mais alinhado com o que somos e queremos.
Eu não consigo sonhar o sonho dos outros. Eu preciso e prezo pela minha autonomia profissional e pessoal. Minha liberdade de atuação como jornalista, como essa base fundamental da democracia, não pode estar limitada a uma cartilha de compliance. Se não estou exercendo minha profissão com base nos meu princípios e opiniões, estou fazendo isso com base nos princípios e opiniões de outras pessoas. E no jornalismo tradicional isso é bem complexo.
Entenda: não estar atrelado a um lugar só não te impossibilita de construir uma carreira. Veja se o freela na sua vida é uma alternativa pontual ou seu perfil profissional. Isso vai te ajudar a se situar e tomar rumos mais assertivos.
Assistente administrativo na Osklen
3 semUma profissional q leva a responsabilidade na ponta da caneta. Tem meu respeito desde o saudosismo site vivafavela....saudades