Tair ibne Huceine: diferenças entre revisões
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|titulo = [[Emir taírida]]
|imagem = TahiribnHusaynCoinHistoryofIran.jpg
|legenda = [[dirrã (moeda)|Dirrã]] de Tair ibne Huceine
|reinado = {{dtlink|||821}}-{{dtlink|||822}}
|sucessor = [[Talha ibne Tair|Talha]]
|descendencia = [[Talha ibne Tair|Talha]], [[
|nome completo = {{lang|fa|طاهر بن حسین}}; {{lang|ar|طاهر بن الحسين}}
|casa = [[Dinastia taírida|Taírida]]
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=== Primeiros anos ===
Tair nasceu em 775/776 em [[Puxanje]] que era uma vila próxima da antiga cidade de [[Herate]], no [[Coração (região histórica)|Coração]].{{sfn|name=Fos391|Forstner|1983|p=390-391}} Veio do ceio duma família nobre
Sob o governador do Coração, [[Ali ibne Issa ibne Maane]], houve revoltas na província devido sua crueldade e perseguição de outras famílias nobres, incluindo a de Tair, que foi maltratado.<ref name=Fos391 /> Provavelmente ele envolveu-se na rebelião de [[Rafi ibne Alaite]] iniciada em [[Samarcanda]], [[Transoxiana]], muito embora seja mencionado como tendo participado na expedição liderada por [[Hartama ibne Aiane]] em 805/806 contra Rafi.<ref name=Da2015 />{{sfn|name=Bos103|Bosworth|2000|p=103}} Na ocasião, o [[califa abássida|califa]] [[Harune Arraxide]] havia deposto Ali ibne Issa e enviou o general Hartama contra Rafi,{{sfn|name=Bos92|Bosworth|1975|p=92}} obrigando o último a retornar à obediência.{{sfn|Pellat|1986|p=231}}{{sfn|Kennedy|2004|p=145}} Durante o evento, Tair perdeu um olho num acidente, o que lhe rendeu o apelido de Alavar (''al-A'war'' - "o Caolho"). Alegadamente Tair ofendia-se facilmente quando alguém mencionada seu problema ocular; Tair teria ameaçado um poeta que humilhou-o ao mencionar a perda de seu olho num poema.<ref name=Da2015 />
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[[Imagem:Drachm of Al-Amin, AH 180-186.jpg|thumb|upright=1.05|[[Dracma]] de [[Alamim]] {{nwrap|r.|809|813}}]]
[[Imagem:Dirhem of al-Ma'mun, AH 199-218.jpg|thumb|upright=1.05|[[dirrã (moeda)|Dirrã]] de [[Almamune]]]]
Em 810, o califa [[Alamim]] {{nwrap|r.|809|813}}, e seu irmão, [[Almamune]], conflitaram pela sucessão califal, o que culminaria numa guerra civil; em janeiro de 811, Alamim formalmente começou a [[Quarta Fitna|Grande Guerra Civil Abássida]] quando renomeou Ali ibne Issa como governador do Coração e colocou-o como chefe dum exército incomumente grande de
A vitória inesperada de Tair foi decisiva: a posição de Almamune foi assegurada, enquanto seus principais oponentes, os abna, perderam homens, prestígio e o líder mais dinâmico deles. Tair então avançou para oeste, derrotando outro exército abna de
Em 811-812, Alamim desesperadamente tentou restabelecer suas forças ao firmar alianças com as tribos árabes, notadamente os [[
[[Imagem:Iraq in 812.svg|thumb|esquerda|upright=1.05|Iraque e regiões vizinhas no {{séc|IX}}]]
Na primavera de 812, as tropas de Hartama ibne Aiane foram enviadas para assegurar os territórios conquistados por Tair, enquanto o último prosseguiria sua marcha em direção a [[Avaz]], no [[Cuzistão]], onde derrotou e matou o governador
O estudioso do islamismo [[Hugh N. Kennedy]] caracteriza o [[Cerco de Bagdá (812–813)|cerco subsequente]] da cidade como "um episódio quase sem paralelo na história da sociedade islâmica precoce" e "o mais próximo [que a] história islâmica precoce viu duma tentativa de revolução social", com o proletariado urbano de Bagdá defendendo sua cidade por quase um ano numa viciosa guerra de guerrilha urbana.{{sfn|Kennedy|2004|p=149–150}}{{sfn|Rekaya|1991|p=333–334}} De fato, foi esta situação "revolucionária" na cidade bem como a fome e a experiência profissional dos sitiantes que provocou a queda da capital: em setembro de 813, Tair convenceu alguns dos cidadãos ricos a cortar as [[ponte flutuante|pontes flutuantes]] sobre o [[rio Tigre]] que conectavam a cidade com o mundo exterior, permitindo que os homens de Almamune ocupassem os subúrbios orientais da cidade. Tair então lançou um assalto final, no qual Alamim foi capturado e executado sob suas ordens enquanto tentava procurar refúgio com Hartama, um antigo amigo de sua família.<ref name=Re334 />{{sfn|Kennedy|2004|p=150}} A cabeça dele foi decapitada e exibida antes de ser enviada para Almamune junto duma carta de Tair na qual, segundo cronista [[
=== Governo do Coração e morte ===
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Em 814, após a vitória na guerra civil, o novo califa Almamune nomeou Tair à posição de governador da Jazira e Síria. Nessa posição, recebeu a missão de subjugar [[Nácer ibne Xabate Alucaili]] e seus apoiantes, muitos deles pró-aminidas. De início Tair fez sua base em [[Harrã]], mas o desregramento de suas tropas forçou-o a fugir à noite e acampar em [[Raca]], no [[Eufrates]], que tornar-se-ia sua base de operações. Apesar de sua habilidade, Tair falhou em fazer qualquer progresso contra Nácer e os contingentes árabes tribais, que continuaram a aterrorizar a região por mais uma década.{{sfn|name=Bos94|Bosworth|1975|p=94}} Segundo algumas das fontes do período, na realidade Tair preferiu ignorar os rebeldes em vez de tentar detê-los efetivamente, preferindo, segundo {{lknb|Miguel,|o Sírio}}, dedicar-se a filosofia e estudos religiosos; estas conclusões são questionadas pelo cronista [[ibne Atame]].<ref name=Da2015 />
Pelos anos subsequentes, Tair aproveitou sua posição em Raca para acumular considerável riqueza e estabelecer um poderoso séquito de seguidores recrutados dentre seus veteranos e parentes, bem como de antigos líderes dos abna e membros da família abássida, o que iria torná-lo indispensável para a manutenção da ordem. Em vista disso, e devido ao caos instaurado no Iraque desde o assassinato do vizir
Em 821, foi reconvocado de seu posto e então recompensado com o governo do Grande Coração e de todas as demais províncias califais orientais. Alegadamente teria recebido esta posição por instigação própria como forma de ser removido da corte devido ao fato de Almamune ter se voltado contra ele. Essa versão, contudo, é improvável e provavelmente sua nomeação deveu-se a uma pequena intriga arquitetada pelo vizir {{ilc|Amade ibne Abi Calide Alaval|Amade, o Estrábico|Ahmad ibn Abi Khalid al-Ahwal}} contra o governador incumbente do Coração, {{ilc|Gassane ibne Abade||Ghassan ibn 'Abbad}}, um protegido e parente do vizir anterior, [[Haçane ibne Sal]].{{sfn|name=Bos95|Bosworth|1975|p=95}} Logo que chegou no oriente, Tair começou a consolidar sua autoridade sobre a região, nomeando vários oficiais para certos ofícios, incluindo {{ilc|Maomé ibne Huceine Cusi||Muhammad ibn Husayn Qusi}}, que foi nomeado, segundo a ''[[História do Sistão]]'', como governador do [[Sistão]]. Tair então declarou independência do [[Califado Abássida]] em 822 ao omitir quaisquer menções de Almamune durante os [[sermão da sexta-feira|sermões da sexta-feira]] e sobre algumas moedas cunhadas por ele.<ref name=Bos91 /> Ele faleceria em 822 em [[Marv]],<ref name=Bos103 /> possivelmente por envenenamento sob ordens de Almamune ou do vizir Amade ibne Abi Calide. No entanto, Almamune nomeou o filho de Tair como seu sucessor no governo.<ref name=Bos95 /> Diz-se que Tair teria dito suas últimas palavras em [[língua persa|persa]], sua língua nativa.<ref name=Bos91 />
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* {{Citar livro|sobrenome=Bosworth|nome=C. E.|título=The Cambridge History of Iran, Volume 4: From the Arab Invasion to the Saljuqs|ano=1975|capítulo=The Ṭāhirids and Ṣaffārids|editor=Frye, R.N.|local=Cambridge|editora=Cambridge University Press|isbn=0-521-20093-8|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Bosworth|nome=C. E.|editor=Bosworth, C. E.; Bearman, P. J.; [[Thierry Bianquis|Bianquis,
* {{Citar livro|sobrenome=Crone|nome=Patrícia|título=Slaves on horses: the evolution of the Islamic polity|local=Cambridge e Nova Iorque|editora=Cambridge University Press|isbn=0-521-52940-9|ano=1980|ref=harv}}
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{{Eruditos de Coração}}
[[Categoria:Generais
[[Categoria:Governadores taíridas do Coração]]
[[Categoria:Persas do século VIII]]
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