Tair ibne Huceine: diferenças entre revisões
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Sob o governador do Coração, [[Ali ibne Issa ibne Maane]], houve revoltas na província devido sua crueldade e perseguição de outras famílias nobres, incluindo a de Tair; Tair foi preso por algum tempo e foi maltratado. Quando foi libertado, lutou ao lado de [[Hartama ibne Aiane]] contra [[Rafi ibne al-Laite]] em 808 quando ele rebelou-se em [[Samarcanda]]. Na ocasião, o [[califa abássida|califa]] [[Harune Arraxide]] havia deposto Ali ibne Issa e enviou o general Hartama contra Rafi,{{harvref|Bosworth|1975|p=92}} obrigando o último a retornar à obediência.{{harvref|Pellat|1986|p=231}}{{harvref|Kennedy|2004|p=145}} Durante o evento, Tair perdeu um olho num acidente, o que lhe rendeu o apelido de Alavar (''al-A'war'' - "o Caolho"). Alegadamente Tair ofendia-se facilmente quando alguém mencionada seu problema ocular; Tair teria ameaçado um poeta que humilhou-o ao mencionar a perda de seu olho num poema.
=== Guerra Civil Abássida ===
[[Imagem:Drachm of Al-Amin, AH 180-186.jpg|thumb|esquerda|upright=1.05|[[Dracma]] de [[al-Amin]] {{nwrap|r.|809|813}}]]
[[Imagem:Dirhem of al-Ma'mun, AH 199-218.jpg|thumb|esquerda|upright=1.05|[[Dirrã]] de [[al-Mamun]]]]
Em 810, o califa [[al-Amin]] {{nwrap|r.|809|813}}, e seu irmão, [[al-Ma'mun]], conflitaram pela sucessão califal, o que culminaria numa guerra civil; em janeiro de 811, al-Amin formalmente começou a [[Quarta Fitna|Grande Guerra Civil Abássida]] quando nomeou Ali ibne Issa como governador do Coração, colocou-o como chefe dum exército incomumente grande de {{formatnum|40000}} soldados, recrutado de dentre os membros do grupo de elite conhecido como abna', e enviou-o para depor al-Ma'mun. Quando Ali ibne Issa partiu para o Coração, relatadamente carregou consigo algumas correntes de prata com as quais prenderia al-Ma'mun e enviaria-o para [[Bagdá]].{{harvref|Rekaya|1991|p=332–333}} As notícias da aproximação de Ali deixaram a população do Coração em pânico, e mesmo al-Ma'mun considerou a necessidade de fugir. A única força militar disponível para ele era um pequeno exército de aproximados {{formatnum|4000}}–{{formatnum|5000}} soldados sob Tair. Tair foi enviado impedir o avanço de Ali, um missão amplamente considerada como suicida, mesmo por seu pai. Os dois exércitos encontraram-se em 3 de julho de 811 em [[Rei (Irã)|Rei]], nas fronteiras ocidentais do Coração, numa batalha que mostrar-se-ia uma vitória esmagadora dos coraçanes, na qual Ali foi morto e seu exército foi desintegrado e obrigado a fugir para oeste.{{harvref|Kennedy|2004|p=148}}{{harvref|El-Hibri|2011|p=285}}{{harvref|name=Re333|Rekaya|1991|p=333}}
A vitória inesperada de Tair foi decisiva: a posição de al-Ma'mun foi assegurada, enquanto seus principais oponentes, os abna', perderam homens, prestígio e o líder mais dinâmico deles. Tair agora avançou para oeste, derrotando outro exército abna' de {{formatnum|20000}} soldados sob {{ilc|Abdal Ramane ibne Jabala||Abd al-Rahman ibn Jabala}} após uma série de duros confrontos próximo de [[Hamadã]], e alcançou [[Hulvan]] no inverno.{{harvref|Daniel|1979|p=179–180}} Al-Amin desesperadamente tentou segurar suas forças ao firmar alianças com as tribos árabes, notadamente os [[Banu Chaibam]] da [[Mesopotâmia Superior|Jazira]] e os [[Banu Cais]] da [[Bilad al-Sham|Síria]]. O veterano [[Abdal al-Malique ibne Sali]] foi enviado para a Síria para mobilizar suas tropas junto do filho de Ali ibne Issa, Huceine. Contudo, os esforços de al-Amin fracassaram devido a prolongada cisão inter-tribal entre os Cais e [[Banu Calbe|Calbes]], a relutância dos sírios em envolverem-se na guerra civil, bem como a falta de vontade dos abna' em cooperar com as tribos árabes e fazer concessões políticas as eles.<ref name=Re333 /> Estes esforços falhos para assegurar o apoio árabe produziram efeitos negativos para al-Amin, com os abna' começando a questionar se seus interesses eram melhor servidos por ele.{{harvref|Kennedy|2004|p=149}} Em março de 812, Huceine ibne Ali liderou um golpe de curta duração contra al-Amin em Bagdá, proclamando al-Ma'mun como o califa legítimo, até um contra golpe, liderado por outras facções dentro dos abna', restaurar al-Amin ao trono. [[Fadal ibne al-Rabi]], contudo, um dos principais instigadores da guerra, concluiu que a causa de al-Amin estava perdida e resignou de seus ofícios cortesãos. Aproximadamente pela mesma época, al-Ma'mun foi oficialmente proclamado califa, enquanto seu vizir [[Fadal ibne Sal]] adquiriu o título único de Dul-Riasatain (''Dhu 'l-Ri'asatayn'' - "ele [que controla] as duas chefias"), significando seu controle sobre a administração civil e militar.<ref name=Re333 />
== História ==
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* {{Citar livro|sobrenome=Daftary|nome=F.|título=History of Civilization in Central Asia|Volume=4 - The age of achievement: A.D. 750 to the end of the fifteenth century|ano=1998|editor=Asimov, M. S.; Bosworth, C. E. Bosworth|editora=UNESCO Publishing|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Daniel|nome=Elton L.|título=The Political and Social History of Khurasan under Abbasid Rule, 747–820|ano=1979|editora=Mineápolis & Chicago|editora=Bibliotheca Islamica, Inc|isbn=ISBN 0-88297-025-9|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=El-Hibri|nome=Tayeb|título=The New Cambridge History of Islam, Vol. 1: The Formation of the Islamic World, Sixth to Eleventh Centuries|ano=2011|capítulo=The empire in Iraq, 763–861|editor=Robinson, Chase F.|local=Cambridge e Nova Iorque|editora=Cambridge University Press|páginas=269–304|isbn=978-0-521-83823-8|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Kennedy|nome=Hugh N.|título=The Prophet and the Age of the Caliphates: The Islamic Near East from the 6th to the 11th Century (Second ed.|ano=2004|local=Harlow, RU|editora=Pearson Education Ltd.|isbn=0-582-40525-4|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Pellat|nome=Ch.|título=The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume III: H–Iram|ano=1986|capítulo=Hart̲h̲ama b. Aʿyan|página=231|local=Leida e Nova Iorque|isbn=90-04-09419-9|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Rekaya|nome=M.|título=The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume VI: Mahk–Mid|ano=1991|capítulo=al-Maʾmūn|local=Leida e Nova Iorque|editora=BRILL|páginas=331–339|isbn=90-04-08112-7|ref=harv}}
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