Trindade (cristianismo): diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m |
|||
(Há 27 revisões intermédias de 14 utilizadores que não estão a ser apresentadas) | |||
Linha 1:
{{Ver desambig|redir=Trinitário||Ordem da Santíssima Trindade}}
{{
A [[Teologia cristã|doutrina]] [[Cristianismo|cristã]] da '''Trindade''' (do [[Língua latina|latim]] ''trinitas'' "tríade", de ''trinus'' "tripla")<ref>{{Citar web|título = trinity|url = http://www.oxforddictionaries.com/definition/english/trinity|obra = www.oxforddictionaries.com|acessadoem = 2016-01-04}}</ref> define [[Deus no cristianismo|Deus]] como três [[Pessoa (filosofia)|pessoas]] [[consubstanciais]],<ref>The Family Bible Encyclopedia, 1972. p. 3790.</ref> expressões ou [[hipóstase]]s:<ref name="Catholic_Encyclopedia">Ver discussão em {{CathEncy|wstitle=Person|língua=en}}</ref> o [[Deus, o Pai|Pai]], o [[Deus, o Filho|Filho]] ([[Jesus]] [[Cristo]]) e o [[Espírito Santo]]; "um Deus em três pessoas". As três pessoas são distintas, mas são uma "substância, essência ou natureza".<ref name="def-lateran">Definição do [[Quarto Concílio de Latrão]] citada no [http://www.vatican.va/archive/ENG0015/_P17.HTM#1FT Catechism of the Catholic Church, 253] {{en}}</ref> Neste contexto, a "natureza" é ''o que'' se é, enquanto a "pessoa" é ''quem'' se é.<ref name="thelogy-sanity">{{citar web|url=http://www.ignatiusinsight.com/features2011/fsheed_trinityts_may2011.asp |título=Frank Sheed, ''Theology and Sanity'' |publicado=Ignatiusinsight.com |data= |acessodata=3 de novembro de 2013|língua=inglês}}</ref><ref name="understanding-trinity">{{citar web |url=http://www.credoindeum.org/thetrinity |título=Understanding the Trinity |publicado=Credoindeum.org |data=16 de maio de 2012 |acessodata=3 de novembro de 2013 |língua=inglês |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160125195638/http://www.credoindeum.org/thetrinity |arquivodata=2016-01-25 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="baltimore-catechism">{{citar web|url=http://quizlet.com/13288028/baltimore-catechism-no-1-lesson-7-flash-cards/ |título=Baltimore Catechism, No. 1, Lesson 7 |publicado=Quizlet.com |data= |acessodata=3 de novembro de 2013|língua=inglês}}</ref>▼
{{Cristianismo}}
[[Ficheiro:Escudo-Trinidade-Portugues.svg|miniaturadaimagem|A [[Trindade (cristianismo)|Trindade]] é a crença de que [[Deus no Cristianismo|Deus]] é um Deus em três pessoas: o [[Deus, o Pai|Pai]], o [[Deus, o Filho|Filho]] ([[Jesus]]) e o [[Espírito Santo]].Na imagem, o [[Escudo da Trindade]].]]
▲A
De acordo com este [[mistério]] central da maioria das [[Fé salvadora|religiões cristãs]],<ref name="ccc234">{{citar web|url=http://www.vatican.va/archive/ENG0015/_P17.HTM#1FT|título=Catechism of the Catholic Church, 234|língua=en}}</ref> existe apenas um Deus em três pessoas. Apesar de distintas uma da outra nas suas relações de origem (como o [[Quarto Concílio de Latrão]] declarou, "é o Pai quem gera, o Filho quem é gerado e o Espírito Santo quem realiza"), nas suas relações uns com os outros são considerados como um todo, coiguais, coeternos e [[Consubstancialidade|consubstanciais]], e "cada um é Deus, completo e inteiro".<ref name="sysstudy">{{citar livro|último=Coppens|primeiro=Charles, S.J.|título=A Systematic Study of the Catholic Religion|ano=1903|publicado=B. HERDER|local=St. Louis|url=http://www3.nd.edu/Departments/Maritain/etext/sscr.htm|língua=inglês|acessodata=2016-01-08|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160304113623/http://www3.nd.edu/Departments/Maritain/etext/sscr.htm|arquivodata=2016-03-04|urlmorta=yes}}</ref> Assim, toda a obra da criação e da graça é vista como uma única operação comum de todas as três pessoas divinas, em que cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, de modo que todas as coisas são "a partir do Pai", "através do Filho" e "no Espírito Santo".<ref name="ccc253">{{citar web|título=Catechism of the Catholic Church, 253–267: The dogma of the Holy Trinity|url=http://www.vatican.va/archive/ENG0015/_P17.HTM#1FT|língua=inglês}}</ref>▼
▲De acordo com
Após controvérsias quanto ao conceito da divindade de [[Jesus]] entre alguns cristãos, como o presbítero Ário e o bispo, [[Alexandre I de Alexandria|Alexandre de Alexandria]], a doutrina passou a ser discutida entre a [[Igreja]] e [[Roma]] durante o [[Primeiro Concílio de Niceia]] em 325 d.C., solicitado pelo imperador [[Romano]] [[Constantino]]. O concílio declarou que o [[Deus, o Filho|Filho]] era verdadeiro Deus, coeterno com o Pai e gerado de sua mesma substância, argumentando que tal doutrina codificava melhor a apresentação bíblica do Filho, assim como a crença cristã tradicional sobre ele transmitida pelos [[Apóstolo|apóstolos]]. Essa crença foi expressa pelos bispos no Credo de Niceia, que formou a base do que é conhecido atualmente como [[Credo niceno-constantinopolitano|Credo Niceno-Constantinopolitano]].<ref>{{harvnb|González|1984|p=165}}</ref>
Em Niceia, questões relativas ao [[Espírito Santo]] foram deixadas, em grande parte, sem solução e assim permaneceram pelo menos até que o relacionamento entre o Pai e o Filho ter sido resolvido por volta do ano 362.<ref>{{harvnb|Fairbairn|2009|pp=46–47}}</ref> Assim, a doutrina em uma forma mais completa foi formulada no [[Concílio de Constantinopla (360)|Sínodo regional de Constantinopla]] em 360,<ref>{{harvnb|Socrates|loc=Book 2, Chapter 41}}</ref> e uma forma final foi formulada em 381 no [[Concílio de Constantinopla (381)|Concílio de Constantinopla]], primariamente trabalhada por [[Gregório de Nissa]].<ref>[https://books.google.com/books?id=AIAXAAAAYAAJ&pg=PA477#v=onepage&q&f=false Gregory of Nyssa, The Great Catechism ch. 3 in Schaff, Ante-Nicene, supra, 477]</ref>
== Fundamentos bíblicos ==
Linha 17 ⟶ 19:
*E na fórmula tardia de Mateus:<ref>Mateus 28:19</ref> ''«Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo»''.
*No relato em que a Trindade se revelaria por três anjos que apareceram a Abraão próximo ao Carvalho de Mambré (Gn 18,ss)
*Na criação do homem se apresenta um criador ''plural''": «Façamos o homem a nossa imagem e semelhança»" (Gn 1,26)
*No episódio da torre de Babel o Senhor Deus fala no plural: "«Vamos: Desçamos para lhes confundir a linguagem, de sorte que já não se compreendam um ao outro.»” (Gn 11,7)
*No inicio do [[Evangelho segundo João]] em que Jesus é chamado de "Verbo" ou "Palavra" e de que seria Deus. (João 1,1)
Ainda segundo os defensores da doutrina
* No que concerne à divindade de Deus-Filho, referem-se, por exemplo, a sua onisciência,<ref>Colossenses 2:3</ref> a sua onipotência,<ref>Mateus 28:18</ref> a sua onipresença,<ref>Mateus 28:20</ref> ao fato de perdoar os pecados<ref>Marcos 2:5-7; conferir a afirmação de Isaías 1:18 </ref> e ser doador da vida<ref>João 10:28</ref> em íntima unidade, porém diferenciando as pessoas: ''«Eu e o Pai somos um»''.<ref>João 17:21-22</ref> Contudo, mais do que estas simples passagens isoladas, a afirmação da plena divindade de Jesus é o resultado da reflexão, na
* No que concerne à divindade do Espírito Santo, os
* No que concerne à personalidade do Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, assunto que foi muito debatido ao longo dos primeiros séculos do cristianismo, é comum referirem-se aos atributos deste que, tal como os que no Antigo Testamento são aduzidos para a personalidade do Deus do Antigo Testamento,
== O desenvolvimento do dogma ==
=== Do kerigma aos símbolos de fé ===
[[Imagem:Trinity (Guiard des Moulins, Bible historiale, 15 c.).jpg|thumb|upright=1.0|[[Iluminura]] medieval com a representação clássica da Santíssima Trindade]]
[[Kerigma]] (do [[Língua grega|Grego]] κήρυγμα, ''kérygma'') significa ''mensagem'', ''pregação'', ''proclamação''. Desde o acontecimento pascal e sua proclamação catequética -
Defensores da doutrina trinitária afirmam que a [[Igreja antiga|Igreja primitiva]] já acatava plenamente essa ideia, com base nos escritos de [[Inácio de Antioquia]], [[Inácio aos Efésios|Carta aos Efésios]], 9,
Na realidade, mais do que a partir da especulação teórica e
Somente depois da pacificação do [[Império Romano]], sob [[Constantino]], é que ocorreu aquela convergência de
=== Os símbolos de fé ===
[[Imagem:Nicaea icon.jpg|thumb|upright=1.0|[[Ícone]] oriental que representa [[Constantino I]] entre os padres reunidos no [[Primeiro Concílio de Niceia]] (ano 325): o dístico por ele suspenso contém o texto do [[credo de Niceia]], mas na forma modificada pelo [[Primeiro Concílio de Constantinopla]] (ano 381)]]
A primeira formulação dogmática do pensamento teológico cristão trinitário, no que concerne à relação entre cada uma das três
Estes credos foram progressivamente formulados e ratificados pela Igreja dos séculos III e V, em reação a algumas noções envolvendo a natureza da
O credo de Niceia, que é uma formulação clássica desta doutrina, usou o termo ''[[homoousia]]'' (em grego: da mesma substância) para definir a relação entre as três pessoas. A ortografia desta palavra difere em uma única letra grega, "iota", da palavra usada por não-trinitários do mesmo tempo, ''[[homoiousia]]'', (grego: de substância semelhante): um
=== Investigação e conclusão teológica de Santo Agostinho ===
A Igreja Católica anuncia e ensina o mistério da Santíssima Trindade com base em citações bíblicas, porém desencoraja uma profunda investigação no sentido de querer decifrá-lo, visto que torna-se complexo usando simplesmente nossa razão humana.
[[Agostinho de Hipona]], grande teólogo e [[doutor da Igreja]], tentou e esforçou-se exaustivamente por compreender e desvendar este enigma. Após muito tempo de reflexão, esforço e trabalho, chegou à conclusão que nós, devido à nossa mente extremamente limitada, nunca poderíamos compreender e assimilar plenamente a dimensão (infinita) de [[Deus]] somente com as nossas próprias forças e o nosso raciocínio. Concluiu que a compreensão plena e definitiva deste grande enigma só é possível quando, na [[vida eterna]], nos encontrarmos no [[Paraíso (religião)|Paraíso]] com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Logo, a compreensão da trindade está dentro dos mistérios de Deus.
== Operações e funções das pessoas da
[[Imagem:Švenčiausioji Trejybė.jpg|miniatura|''Santíssima Trindade'', retratado por [[Szymon Czechowicz]] (1756–1758)]]
As três pessoas da Santíssima Trindade estabelecem uma comunhão e união perfeita, formando um só Deus, e constituem um perfeito modelo transcendente para as relações interpessoais. Elas possuem a mesma natureza divina, a mesma grandeza, sabedoria, poder, bondade e santidade, mas, em algumas vezes, certas atividades são mais reconhecidas em uma pessoa do que em outra. As funções, as suas principais atividades desempenhadas e o seu modo de operar está registrado nas [[Bíblia|Sagradas Escrituras]] e claramente resumido no [[Credo niceno-constantinopolitano]], o credo oficial de muitas denominações cristãs.
*[[Deus Pai|Pai]] – Não foi criado nem gerado. É o "princípio e o fim, princípio sem princípio" da vida e está em absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo. Foi o Pai que enviou o seu Filho, [[Jesus|Jesus Cristo]], para salvar-nos da morte espiritual, pelo [[sacrifício vicário]]. Isto revela o amor infinito de Deus sobre os homens e o não-abandono aos seus filhos
*[[Jesus|Filho]] – Eterno como o Pai e [[consubstancial]] (pertencente à mesma natureza e substância) a Ele. Não foi criado pelo Pai, mas gerado na eternidade da substância do Pai. Encarnou-se
*[[Espírito Santo]] – Não foi criado nem gerado. Esta pessoa divina personaliza o Amor íntimo e infinito de Deus sobre os homens, segundo a reflexão de Agostinho. Manifestou-se primeiramente no [[Batismo]] e na [[Transfiguração (cristianismo)|Transfiguração]] de Jesus e plenamente revelado no dia de [[Pentecostes]]. Habita nos corações dos fiéis e estabelece entre estes e Jesus uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo. O Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, é considerado como o puro nexo de amor. Atribui-se a esta pessoa divina a santificação da Igreja e do mundo com os seus dons, além de ser o agente que [[Inspiração (teologia)|inspirou]] a escrita de cada parte da [[Bíblia]].
Linha 65 ⟶ 67:
O termo é utilizado para a "automanifestação de um indivíduo" que pode ser entendido por meio de outras coisas. Como um pintor que expressa sua ''prosopon'' por meio do seu pincel.<ref>Grillmeier, Aloys, 1975. Christ in Christian Tradition, Volume One, pg 126</ref> Prosopon é a forma no qual a [[hipóstase]] se manifesta, aparece. Toda natureza e hipóstase tem sua "face", sua ''prosopon''. Ela concede expressão à realidade da natureza com seus poderes e características.<ref>Grillmeier, Aloys, 1975. Christ in Christian Tradition, Volume One, pg 431</ref>
===
{{Quote|
''Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez eu estava ali, e agora o Senhor D<small>EUS</small> me enviou a mim, e o seu Espírito.''
}}
<blockquote>
''Assim diz o S<small>ENHOR</small> [
</blockquote>
{{Quote|
Linha 79 ⟶ 81:
}}
J. Cabral explica que ''Jesus e
== Unidade composta ==
[[Imagem:Adoração da Santíssima Trindade.jpg|thumb|upright=1.3|''Adoração da Santíssima Trindade'',<br><small>por [[Albrecht Dürer]], no ''[[Kunsthistorisches Museum]]''</small>. <br>O [[Deus-Pai|Pai]] segura a cruz do [[Deus-Filho|Filho]] e o [[Espírito Santo]] em forma de pomba sobre a cabeça do Pai. Os três são adorados pelos [[anjos]] e [[santos]]]]Os trinitários, refutando a apresentação dos [[unitarismo|unitários]], sustentada principalmente em Deuteronômios 6
Certos unitários concebem [[Jesus]] como um anjo criado, negando-lhe a natureza Divina, enquanto outros o veem apenas como um homem perfeito ou dotado de um caráter exemplar, modelar, embora rejeitem a sua pré-existência e divindade.
Os
Os unitários entendem que o citado versículo (''Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor'') excluiria o Filho da divindade e da unidade com o Pai. Os trinitários reagem que aceitam e concordam que: ''há um só [[YHVH|YHWH]]'', e que o presente versículo em nada ofende, mas ajuda a explicar o conceito de unidade composta, fortalecendo o entendimento sobre referido [[dogma]].
<Blockquote>
''Ouve, Israel, o Senhor (
</Blockquote>
A palavra [[Língua hebraica|hebraica]] originalmente usada para chamar
Também o faraó teve "um" [[sonho]] que tinha "dois" acontecimentos que o intrigaram e José, antes de interpretar, disse: ''o sonho é "um" (echad) só'', dando clara conotação que o [[faraó]] tivera "dois" sonhos em "um", ou "um" sonho sobre um "evento" com duas personificações que diziam a mesma verdade. Percebeu [[José (filho de Jacob)|José]] que o sonho era "um só", usando o termo ''echad'' que significa um conjunto fazendo "uma unidade".
Para que seja mais bem compreendido o termo ''echad'', em Gênesis 2
Se o texto quisesse expressar a unidade absoluta, teria usado a palavra ''yachid''. Marido e mulher são pessoas distintas, entretanto, no plano espiritual, seus corpos sendo unos.
Linha 106 ⟶ 108:
Os trinitários não expressam uma ''questão'' simplesmente racional, mas também de [[fé]].
Para os
<Blockquote>
''YHWH, nosso Elohím, é um só YHWH'' ou seja, ''
</Blockquote>
Com a transcrição acima pode-se perceber o entendimento sobre a unidade composta, pois o termo Elohím é plural, ainda que se fale na pessoa de
Conforme nos explica Warren Wiersbe:
:''O termo [echad] é empregado dessa forma em Gênesis 2
Como havia a tradição dos escribas na transcrição dos pergaminhos letra por letra, não acreditam os trinitários que houvesse "erro" ou "acidente", contudo destinava-se ao propósito de referir-se ao Deus único em pluralidade de pessoas. Desta forma é aceito pelos que creem na Santíssima Trindade que Pai, Filho (Jesus) e Espírito Santo são a unidade plural de
== Pluralidade em Elohim ==
Linha 125 ⟶ 127:
{{Quote| ''E disse [singular] Deus [Elohim]: Façamos [plural] o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança''; }}
Segundo entendimento trinitário Deus se apresenta "singular" e faz o homem no "plural". Os não trinitários argumentam que Deus falava com os anjos, contudo, se assim fosse, o homem não seria [[fruto]] da criação de Deus, mas apenas "parcialmente" fruto da criação de Deus, pois quem teria feito a obra seriam os anjos, Deus teria dado apenas a ordem; então, se tal argumentação fosse aceita, os homens seriam fruto da criação dos anjos, o que é rejeitado pelos trinitários. Porém como mostra colossenses 1:13-15, o próprio Jesus estava lá pois é chamado de "princípio da criação".
Outro argumento que os trinitários entendem incoerente na argumentação dos opositores é que se os anjos é que conversavam com Deus, então os homens não são a imagem e semelhança de Deus, mas a imagem e semelhança dos anjos; o que não é confirmado por outras passagens bíblicas, logo é rejeitado pelos trinitários.
Linha 134 ⟶ 135:
Também em Gênesis 3:22a é encontrado diálogo semelhante: ''Então disse o Senhor [YHVH] Deus [Elohím]: Eis que o homem é como um de nós [plural], sabendo o bem e o mal.''
{{Quote| ''vayyo'mer Adonay 'elohiym hên hâ'âdhâm hâyâh ke'achadhmimmennu lâdha`ath thobh vârâ` ve`attâh pen-yishlach yâdho velâqachgam mê`êts hachayyiym ve'âkhal vâchay le`olâm ''(Gênesis 3:22) }}Da mesma forma o autor J. Cabral enumera os
** ''Façamos''… de Gênesis 1.26; no momento da criação do homem.
Linha 140 ⟶ 141:
** Depois disso ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir ''por nós''? - de Isaías 6.8; aqui J. Cabral está citando o momento em que Isaías é consagrado profeta de Deus. (sublinhado não existe no original, apenas o itálico)
Para os
Tais evidências da unidade composta seriam justificadas, dentre outras, pelas seguintes passagens bíblicas que apresentam o Pai, o Filho e o Espírito como Deus:
Linha 156 ⟶ 157:
''Adon'' (אָדוֹן) significa "senhor", "amo", "governante", e adicionado ao sufixo (i), pronome possessivo de primeira pessoa do singular, converte para a expressão "meu senhor", sendo Adonai a forma plural (meu) "senhores".
O pronome possessivo em palavras semelhantes tem a pronúncia ocultada, como na palavra "Rabbi", que pode ser traduzida por (meu) "Mestre", representando uma posição de dignidade, como se apresenta em "Monsenhor", o que levou alguns defensores contrários à Trindade a defenderem que se tratava tão somente de um "título". Contudo, Adon é usado mais de 300 vezes na [[Tanakh]] - [[Antigo Testamento]] - como designação para Deus.<ref>Alden, Robert L. (1980) "Adon"; ''Theological Wordbook of the Old Testament'' 1:13. Chicago: Moody Press.</ref> Por conta disso, os
Levando-se em conta que muito foi debatido sobre o plural Adonai, uma conclusão sobre uma única e melhor tese nunca foi ratificada, contudo tal propositura existe.
Linha 162 ⟶ 163:
Os judeus, referindo-se ao nome impronunciável, YHVH, pronunciavam Adonai. Em português traduzida Senhor (Hebraico: אֲדֹנָי), contudo é inegável que a palavra é plural, a exemplo de [[Elohim]].
Literalmente, trata-se de um plural possessivo de primeira pessoa ("meus senhores"), o que, para os
Os
Quando a Bíblia refere-se ao Messias (uma das três pessoas da Trindade), utiliza a forma Adoni, meu Senhor, no singular, visto que se apresentaria numa personalização "individual" – distinta do Pai e do Espírito Santo – enviado (humano) esperado. Assim, o Verbo do D<small>EUS</small>
A cultura judaica preferiu a forma ''Adonay'' para a pronunciar YHVH, contudo noutras versões tardias foi utilizada a forma impessoal [[HaShem]], o Nome. Da mesma forma que o Deus
O Novo Testamento, refere-se ao nome de Jesus estando acima de todo nome:<ref>Efésios 1:21, Filipenses 2:29</ref> ''Se, em meu nome pedires ao Pai …, Tudo quanto pedires em meu nome [Jesus] eu o farei …,<ref>Jo 14:13-14</ref> tudo quanto em meu nome [Jesus] pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda<ref>Jo 15:16</ref> Em meu nome [Jesus] … curaram os enfermos …,''
Linha 175 ⟶ 176:
== Críticas à doutrina da Trindade ==
{{Artigo principal|
Os que não acreditam na trindade advogam que esse dogma não fazia parte das crenças dos primeiros cristãos, e que teve influência pagã ao longos dos séculos, por meio do [[sincretismo]] [[Período helenístico|helenístico]], sendo que a Igreja sofreu grande influência da cultura greco-romana. No [[Antigo Egito|Egito Antigo]] a trindade era composta por [[Hórus]], [[Ísis]] e [[Osíris]]; na Grécia era composta por [[Zeus]], [[Maia (mitologia)|Maia]] e [[Hermes]]; em Roma por [[Júpiter (mitologia)|Júpiter]], [[Juno]] e [[Minerva]]; na Índia por [[Brama|Brahma]], [[Vixnu|Vishnu]] e [[Xiva|Shiva]]. A trindade só teria sido determinada como dogma da igreja católica por volta do século IV D.C, após as discussões iniciadas no [[Primeiro Concílio de Constantinopla]], entre bispos e o imperador [[Constantino]].
As religiões que não acreditam na trindade ainda assim se denominam como cristãs, acreditam na existência pré-humana de Jesus e em seus poderes divinos. Mas creem que Jesus foi criado pelo Deus de Israel, [[YHWH]] e que não seria o Deus todo poderoso, e sim, a primeira criação de Deus. <ref>{{citar web|url=http://www.alvorada.us/Revistas%20Adventistas.htm|título=Advent Review|publicado=adventistas.ws}}</ref>
Além da origem da crença, os cristãos não trinitários se baseiam em textos bíblicos que reconheceriam a superioridade do pai em relação a Jesus, e o tratamento distinto dado pelo próprio Jesus em relação ao Pai e ao Espírito Santo, que mostrariam suas diferenças de personalidade e opiniões.
* ''[..] Se vocês me amassem, ficariam alegres, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é mais poderoso do que eu. (João 14:28, Nova Tradução da Linguagem de Hoje)''
* ''“Porque não desci do céu para fazer a minha vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.” (João 6:38)''
* ''“O que eu ensino não é meu, mas pertence àquele que me enviou.” (João 7:16, Tradução do Novo Mundo)''
* ''“Ninguém sabe nada a respeito daquele dia e hora, nem os anjos no céu, nem o Filho, mas somente o Pai.” (Marcos 13:32, Edição Pastoral)''
* ''Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro. (Mateus 12:32, Almeida Revisada)''
* ''[..] meu julgamento é justo, pois não procuro agradar a mim mesmo, mas àquele que me enviou" (João 5:30, Nova Versão Internacional)''
* ''Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. (1 Coríntios 8:5,6 Almeida Revisada)''
== Impacto cultural e toponímico ==
Diversas localidades ao redor do mundo foram nomeadas em homenagem à Doutrina da Santíssima Trindade, tais como a [[Trindade e Tobago|República de Trindade e Tobago]], diversas localidades chamadas [[Trinity]] em países de língua inglesa e, no Brasil, os municípios de [[Trindade (Goiás)]] e [[Trindade (Pernambuco)]].{{Carece de fontes|data=setembro de 2020}}
O município goiano de [[Trindade (Goiás)|Trindade]] se originou e cresceu graças à devoção dos católicos [[Caipira|sertanejos]] a um medalhão representando a Santíssima Trindade que foi encontrado por acaso um dos camponeses da região no século XIX.<ref>{{citar web
== Ver também ==
* [[Cristologia]]
* [[Preexistência de Cristo]]
* [[Didaquê]]
* [[Domingo da Santíssima Trindade]]
{{
== Bibliografia complementar ==
''Nota: estas obras não foram usadas para redigir o texto.''
{{InícioRef}}
* {{Citar SEP|autor
* {{Citar livro|título
* {{Citar livro|título=Guerras Santas: como 4 patriarcas, 3 rainhas e 2 imperadores decidiram em que os cristãos acreditariam pelos próximas 1.500 anos|url=https://books.google.com/books?id=IWzcAAAAQBAJ|editora=Leya|ano=2013|isbn=9788580449044|nome=Philip|sobrenome=Jenkins|local=Rio de Janeiro}}
{{-fim}}
== Ligações externas ==
{{Commonscat|getwikidata|Trindade no cristianismo}}
{{InícioRef}}
* [https://open.spotify.com/episode/1tVoJcLTqzFPUAkq18R1cH?si=CkE8Qr33RA6AfsM7bH1miQ&utm_source=native-share-menu&nd=1 Santíssima Trindade - Escola da Fé - Paróquia Santos Anjos | Podcast no Spotify]▼
{{-fim}}
{{Cristianismo2}}
▲* [https://open.spotify.com/episode/1tVoJcLTqzFPUAkq18R1cH?si=CkE8Qr33RA6AfsM7bH1miQ&utm_source=native-share-menu&nd=1 Santíssima Trindade - Escola da Fé - Paróquia Santos Anjos | Podcast no Spotify]
{{Cristologia}}
{{Portal3
{{Controle de autoridade|colapsar}}
[[Categoria:
[[Categoria:Teontologia]]▼
[[Categoria:Doutrina e teologia da Igreja Católica]]
▲[[Categoria:Teontologia]]
|