A Cor do Som

grupo musical brasileiro

A Cor do Som é um grupo brasileiro que se criou a partir do séquito dos músicos que acompanhavam Moraes Moreira após a sua saída dos Novos Baianos.[3][5][6][7] Originalmente esse era o nome de um subgrupo derivado da banda Novos Baianos[8][9][10][11] e cujos membros moravam juntos e realizavam experimentos musicais, trazendo elementos da Bahia ou samba, rock, frevo, choro e baião.[2][12] O nome do grupo foi sugerido por Caetano Veloso[13] e inspirado por uma música de Moraes Moreira e Luiz Galvão.[12]

A Cor do Som
A Cor do Som
A banda se apresentando em São Paulo em 2023. Da esquerda para a direita: Mú Carvalho, Armandinho, Gustavo Schroeter, Ary Dias e Dadi Carvalho
Informação geral
Origem Rio de Janeiro, RJ
País Brasil
Gênero(s) [1][2][3][4]
Período em atividade 1977 - 1987
1994 - 1997
2005 - Atualmente
Gravadora(s) Warner Music
Integrantes Mú Carvalho
Dadi Carvalho
Armandinho
Ary Dias
Gustavo Schroeter
Ex-integrantes Victor Biglione
Perinho Santana
Jorginho Gomes
Didi Gomes
Página oficial www.acordosom.band

História

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Após um período como um subgrupo dos Novos Baianos, A Cor do Som passou a acompanhar Moraes Moreira em sua carreira solo em 1975.[1][4][12] Posteriormente, em meados de 1977, iniciaram suas atividades de forma autônoma.[1][12] Experimentando novos padrões de som, valeu-se das vivências anteriores com Moraes Moreira, Pepeu Gomes,[7] entre outros, sendo considerado um movimento pós-tropicalista.[carece de fontes?]

Em seu primeiro disco homônimo (WEA 1977),[14] tinha como integrantes Dadi Carvalho (ex-Novos baianos e Jorge Ben) no baixo, seu irmão Mú Carvalho (ex-A Banda do Zé Pretinho) nos teclados, Gustavo Schroeter (ex-A Bolha) na bateria e Armandinho Macêdo (Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar) na guitarra, bandolim, e guitarra baiana.[8][10][14] O irmão de Dadi e Mú, Sérgio, era produtor da Polygram e tentou emplacá-los na gravadora, mas a mesma achou que o som tinha pouco apelo comercial. Mais tarde, quando André Midani fundou a WEA, eles foram chamados e assinaram um contrato de três anos. Eles ficariam um total de nove anos com a marca, uma parceria que resultou em dez discos.[4] Um trio de percussionistas acompanhou o grupo nas gravações em São Paulo: Joãozinho, Nenê da Cuíca e Ary Dias.[4] A partir do segundo disco, Ao Vivo em Montreux (1978[5]), Ary (que era colega de Armandinho na sua outra banda) passa a fazer parte d'A Cor do Som oficialmente.[7][12] Na época, eram influenciados por Yes, Nazareth, Santana, João Gilberto, The Rolling Stones, Egberto Gismonti, The Who, Gilberto Gil e Jethro Tull.[4]

Misturando rock, ritmos regionais, e música clássica,[1][2][3][4] foram convidados por Claude Nobs a participar do Montreux Jazz Festival, na Suíça, tornando-se o primeiro grupo musical brasileiro a participar do evento. A apresentação contou com material quase todo inédito e rendeu um disco ao vivo. No festival, eles tocaram em duas sessões: na primeira, para um público mais jovem, foram aplaudidos. Na segunda, com uma plateia mais velha, foram vaiados por não se parecerem com um grupo de jazz, e por não executarem o gênero, tampouco. O grupo fez questão de manter as vaias no registro em disco, contudo.[10]

A partir do terceiro trabalho, Frutificar, passam a executar músicas cantadas a pedido da gravadora,[6][12] e três delas estouram nas rádios:"Swingue Menina", "Abri a Porta" e "Beleza Pura".[6]

Após o disco Mudança de Estação, de 1981, Armandinho deixa o grupo[2] para seguir com seu projeto anterior e alçar novos rumos em carreira solo.[12] É então substituído por Victor Biglione,[12] que grava Magia Tropical, de 1982, e As Quatro Fases do Amor, de 1983. Em 1984, lançam novamente um disco todo instrumental intitulado Intuição, já sem Victor Biglione, mas com participações de Egberto Gismonti, Tulio Mourão e Perinho Santana. No ano seguinte, com Perinho nas guitarras, lançam Som da Cor. Em 1986, gravam Gosto do Prazer (cuja faixa–título passa a fazer parte da trilha sonora da novela Hipertensão).[carece de fontes?]

Nos anos 1980, com a explosão BRock na forma de bandas como Blitz, RPM, Os Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Barão Vermelho e Titãs, o grupo começa a perder espaço no mercado.[2][12]

Em 1987, nova mudança: saem Perinho Santana e Gustavo Schroeter e entram Jorginho Gomes (ex-Novos Baianos) na bateria e Didi - "Claudimar Gomes" (também experiente, tendo tocado com seu irmão Pepeu Gomes e outros) no baixo, levando Dadi a assumir as guitarras. Em 1996, o grupo reúne-se com a formação original para gravar o disco A Cor do Som Ao Vivo no Circo, registrado no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Recebem naquele ano o Prêmio Sharp de Melhor Grupo Instrumental.[carece de fontes?]

Em 2005, com a formação original, o grupo apresentou-se no Canecão, no Rio de Janeiro. O show contou com a participação especial de Caetano Veloso, Daniela Mercury, Moraes Moreira, Davi Moraes, e o Coral dos Canarinhos de Petrópolis, além dos músicos Nicolas Krassik (violino), Nivaldo Ornelas (sax soprano), Marcos Nimrichter (acordeom e teclados), Jorge Helder (baixo acústico, violão, e baixolão), Jorginho Gomes (bateria e percussão), Marco Túlio (flauta), Francisco Gonçalves (oboé), Bernardo Bessler (violino), Marie Cristine (viola), e Marcio Mallard (cello).[carece de fontes?]

O espetáculo gerou o CD e DVD A Cor do Som Acústico, lançado no ano seguinte[15] com produção musical de Sérgio de Carvalho. Em 2006, são contemplados com o Prêmio Tim de Melhor Grupo, na categoria "Canção Popular", por este disco.[carece de fontes?]

Em 2012, os álbuns A Cor do Som ao Vivo - Montreux International Jazz Festival e Frutificar foram relançados como parte da coleção Dose Dupla, da Warner.[16]

Em 2017, a banda celebrou 40 anos de estrada com um novo lançamento de estúdio e uma turnê nacional com a formação original. O disco novo, produzido por Ricardo Feghali (que também atuou no piano, nas programações e nos arranjos[7]), trouxe duas faixas inéditas (o resto são regravações) e participações de Gilberto Gil, Roupa Nova, 14 Bis, Natiruts, Lulu Santos, Skank, Djavan e Moska.[5][6][7][8][9][12][14]

Em 2020, lançaram nas plataformas digitais[7] o Álbum Rosa, um disco totalmente instrumental com oito regravações e duas inéditas.[1][5][10] No ano seguinte, ele venceu o Grammy Latino de melhor álbum de rock ou música alternativa em língua portuguesa.[17] A capa do disco, criada por Batman Zavareze a partir de dois trabalhos de Dadi e Mú,[1][5] é um questionamento ao dogma de que azul é cor de homem e rosa é cor de mulher.[2]

Discografia

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  • 1977: A Cor do Som, Atlantic, LP.
  • 1978: Ao vivo no Montreux International Jazz Festival, Atlantic, LP.
  • 1979: Frutificar, Atlantic, LP.
  • 1980: Transe Total, Atlantic, LP.
  • 1981: Mudança de Estação, Elektra, LP.
  • 1982: Magia Tropical, Elektra, LP.
  • 1983: As quatro fases do amor, Elektra, LP.
  • 1984: Intuição, Elektra, LP.
  • 1985: O Som da Cor, Elektra, LP.
  • 1986: Gosto do Prazer, RCA Victor, LP.
  • 1996: A Cor do Som ao vivo no Circo, MoviePlay, CD.
  • 2006: Acústico, Performance/Sony, CD e DVD
  • 2018: 40 Anos, Boogie Woogie Music/Altafonte
  • 2021: Álbum Rosa, Boogie Woogie Music/Altafonte

Referências

  1. a b c d e f Ferreira, Mauro (18 de janeiro de 2012). «Banda A Cor do Som volta às origens com o instrumental 'Álbum rosa'». Notas Musicais. Consultado em 23 de abril de 2022 
  2. a b c d e f Sanchez, Pedro Alexandre (2 de outubro de 2020). «A volta do grupo A Cor do Som faz lembrar os tempos heroicos dos Novos Baianos e como os artistas viviam em comunidade». Glamourama. Grupo Folha. Consultado em 24 de abril de 2022 
  3. a b c «A Cor do Som, com formação clássica, celebra 40 anos no Palácio das Artes». O Tempo. SADA. 2 de outubro de 2021. Consultado em 24 de abril de 2022 
  4. a b c d e f Peu, Araújo (16 de setembro de 2016). «Destrinchamos o primeiro álbum do A Cor do Som». Vice. Vice Media. Consultado em 2 de maio de 2022 
  5. a b c d e Peixoto, Mariana (2 de outubro de 2021). «Com show no Palácio das Artes, A Cor do Som retoma em BH a agenda de shows». Estado de Minas. Diários Associados. Consultado em 30 de abril de 2022 
  6. a b c d «A Cor do Som e sua música instrumental». Rádio Câmara. Câmara dos Deputados. 28 de abril de 2019. Consultado em 24 de abril de 2022 
  7. a b c d e f Martins, Osmar Marrom (31 de março de 2018). «A Cor do Som lança álbum com clássicas e inéditas para comemorar trajetória». Correio. Rede Bahia. Consultado em 24 de abril de 2022 
  8. a b c Sanches, Pedro Alexandre (2 de outubro de 2019). «A volta d'A Cor do Som». Farofafá. Consultado em 24 de abril de 2022 
  9. a b «A Cor do Som comemora seus 40 anos com disco». Veja. Grupo Abril. 16 de março de 2018. Consultado em 24 de abril de 2022 
  10. a b c d Teles, José (3 de agosto de 2020). «A Cor do Som lança álbum com temas instrumentais». Jornal do Commercio. Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Consultado em 24 de abril de 2022 
  11. Sampaio, Marcos (30 de agosto de 2018). «A Cor do Som: mais que música». O Povo. Grupo de Comunicação O Povo. Consultado em 24 de abril de 2022 
  12. a b c d e f g h i j Lima, Irlam Rocha (3 de março de 2018). «A Cor do Som comemora 40 anos com novo disco». Correio Braziliense. Diários Associados. Consultado em 24 de abril de 2022 
  13. «A Cor do Som». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 24 de abril de 2022 
  14. a b c Lopes, Luiz Gonzaga (5 de maio de 2017). «A Cor do Som celebra 40 anos de carreira em show neste sábado em Porto Alegre». Correio do Povo. Grupo Record. Consultado em 23 de abril de 2022 
  15. Evangelista, Ronaldo (9 de janeiro de 2006). «A Cor do Som soa desbotado em novo álbum». Folha de S.Paulo. Grupo Folha. Consultado em 24 de abril de 2022 
  16. Ferreira, Mauro (18 de janeiro de 2012). «Warner reedita discos d'A Cor do Som e de 365 na coleção 'Dose Dupla'». Notas Musicais. Consultado em 23 de abril de 2022 
  17. Hussey, Allison; Bloom, Madison (18 de novembro de 2021). «Latin Grammy 2021 Winners: See the Full List Here». Pitchfork. Condé Nast. Consultado em 30 de dezembro de 2021 

Ligações externas

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