Acidente na estação Perus
O Acidente na estação Perus, comumente denominado apenas de Trem de Perus[1] refere-se ao desastre ocorrido no dia 28 de julho de 2000 na Estação Perus da CPTM, no bairro de Perus, na zona norte da capital paulista, que levou à morte de nove pessoas e deixou 115 feridos.
Acidente na estação Perus em 2000 | |
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Descrição | |
Data | 28 de julho de 2000 |
Local | Perus, São Paulo |
País | Brasil |
Linha | Linha A–Marrom |
Operador | CPTM |
Tipo de acidente | Choque entre trens |
Causa | Falha elétrica na rede e nos freios de uma das composições envolvidas |
Estatísticas | |
Comboios/trens | 2 |
Mortos | 9 |
Feridos | 115 |
Histórico
editarÀs 21h15 da sexta-feira, 28 de julho de 2000, uma composição da série 1100, vinda do Jaraguá com destino a Francisco Morato, estacionou na Estação Perus devido à falta de energia. Uma outra composição da série 1700 (nº 127), que estava estacionada na mesma linha pelo mesmo motivo e que já havia sido esvaziada, perdeu os freios em um trecho de descida, percorreu 5,5 quilômetros em oito minutos e colidiu com o trem estacionado na estação Perus. O acidente deixou nove mortos e 115 feridos[1] e destruiu a estação Perus.
Conclusões
editarA CPTM sabia desde 1995 que o trem não ficava estacionado em descidas,[2] entretanto responsabilizou, em sua sindicância interna, o maquinista da composição que perdeu os freios pelo acidente, dizendo que o mesmo deveria ter "calçado" o trem,[3] "negligência comparável à do motorista que passa o sinal vermelho", segundo a CPTM.[4] Já segundo a Polícia Civil, houve uma sucessão de falhas que culminaram no acidente:[5]
- Às 19h15, queda na rede de energia elétrica entre as estações de Jaraguá e Perus;
- Entram em pane os três sistemas de freios do trem que causou o acidente;
- Depois de ter sido esvaziada e sem freios, a 127 começa a se movimentar rumo à estação Perus, onde estava parada a 1103. O maquinista principal, Oswaldo Pieruti, depois de ter avisado o Centro de Controle Operacional (CCO) da CPTM desce da composição para tentar detê-la, colocando nos trilhos travas de madeira, sem sucesso. Somente Selmo Quintal, maquinista em treinamento fica no trem;
- Desgovernada, a 127 rompe a rede de energia elétrica aérea;
- O CCO tenta tirar a composição 145 que estava com passageiros na estação Perus, mas ela não podia se movimentar porque suas portas não fechavam.
- Acontece o choque, 9 pessoas morrem e 115 ficam feridas, as duas composições e a estação são destruídas.
A Estação Perus foi reaberta três dias depois, sem a cobrança de tarifa, porque "não apresentava condições para isso", segundo o secretário de transportes metropolitanos na época, Claudio de Senna Frederico.[6] A estação foi sendo reformada aos poucos e a situação se normalizou com o passar dos dias.
Em 2012, a CPTM foi condenada pela justiça a pagar indenizações para as vítimas que se feriram e aos familiares dos mortos no acidente.[7]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b «Maquinista do trem de Perus presta depoimento na CPTM». Folha de S. Paulo. 31 de julho de 2000. Consultado em 22 de julho de 2021
- ↑ «CPTM sabia desde 95 que trem não ficava parado em rampa». Folha de São Paulo. 20 de agosto de 2000. Consultado em 22 de julho de 2021
- ↑ «CPTM nunca se responsabilizaria pelo acidente de trens em Perus, diz delegado». Folha de São Paulo. 14 de agosto de 2000. Consultado em 22 de julho de 2021
- ↑ «FEM testa eficácia de freios ferroviários». Jornal da Unicamp. Consultado em 22 de julho de 2021
- ↑ «Em 2000, acidente com trens em SP deixou 9 mortos e 115 feridos». Folha de S. Paulo. 30 de agosto de 2007. Consultado em 22 de julho de 2021
- ↑ «Linha de trem é reativada e catraca fica livre na estação de Perus». Folha de S. Paulo. 31 de julho de 2000. Consultado em 22 de julho de 2021
- ↑ Paulo (20 de novembro de 2012). «Justiça condena CPTM a indenizar vítimas de acidente em 2000». G1. Consultado em 22 de julho de 2021