Bracara Augusta

Braga romana

Bracara Augusta é o nome romano da actual cidade de Braga, no norte de Portugal, fundada pelo imperador Augusto entre os anos 15 e 13 a.C. Foi capital conventual, capital da província romana da Gallaecia e do Reino Suevo.

Bracara Augusta
Bracara Augusta
Personificação de Bracara Augusta.
Localização atual
Coordenadas 41° 32′ 39″ N, 8° 25′ 19″ O
País Portugal Portugal
Região geográfica Minho
Cidade atual Portugal Braga
Dados históricos
Fundação César Augusto - entre os anos 15 e 13 a.C.
Início da ocupação Antiguidade Clássica
Civilizações Império Romano
15 a.C. - 395

Império Romano do Ocidente
395 - 411

Reino Suevo
411 -585

Reino Visigodo
585 - 717
Notas
Acesso público Sim

Toponímia

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Busto do Imperador Augusto do Museu D. Diogo de Sousa

O nome da cidade romana é uma conjunção entre o nome do povo indígena residente, os Bracari, e o nome do imperador Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) em homenagem a aliança firmada entre os dois.[1]

História

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Fundação (138 a.C. a 14 d.C.)

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Em antes da fundação

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Campanhas militares romanas:
  Bruto em (138–136 a.C.)
  Júlio Cesar em (62 a.C.)
  Augusto 1ª expedição das guerras cantábricas
  Augusto 2ª expedição (as duas entre 26–19 a.C.)
 
Estátua, encontrada no lado sul da Av. da Imaculada Conceição, dum brácaro sentado num "trono" cujos apoios dianteiros representam cascos de cavalo. Museu D. Diogo de Sousa

Embora a primeira expedição militar ao noroeste da Península Ibérica tenha decorrido, a seguir a morte de Viriato, nos anos 138 - 136 antes de Cristo, comandada pelo cônsul romano Décimo Júnio Bruto Galaico,[2] que ganha, segundo ele, uma grande batalha contra os Brácaros. É só no tempo de Augusto, com as guerras cantábricas, que a conquista é definitiva, e que começa a real romanização do território. Uma das primeiras etapas, é a fundação de grandes cidades, e a construção de vias entre elas, para a completa integração das populações no mundo romano. É com essa finalidade, que durante a estadia de Augusto em território peninsular, entre os anos 15 e 13 antes de Cristo[2] foi fundada, a cidade de Bracara Augusta, para promover e difundir a cultura romana nos numerosos povoados das proximidades. Alguns autores defendem a existência dum castro,[3] ou dum ‘’oppidum’’ (lugar fortificado extenso, citado por Plínio, o Velho, como oppidum dos Bracari[4]), em antes da fundação da cidade de Braga. Na defesa dessa tesa, a descoberta em 2002 dum balneário por baixo da estação do caminho de ferro, datado da idade do ferro[5]. Só que até hoje, é a única descoberta dum edifício pré-romano na cidade de Braga. Por isso se esse ‘’oppidum ‘’, existir, ainda não foi descoberto, o que dá asas a outras teorias em que o espaço ocupado pela cidade, era em antes da fundação, um espaço importante para os indígenas mas não construido, o sitio poderá então ter sido ocupado por:

  • Um acampamento militar romano,[6] como no caso de Astorga e Lugo.
  • Um local de encontro dos diversos castros da região, onde se reuniam os chefes, os anciãs para tomar decisões importantes ou sanar as divergências[7]
  • Um local sagrado (com um eventual templo, árvore, penedo) para prolongar a ideia anterior de local de encontro, mas desta de natureza religiosa[8]. Sendo os principais argumentos a existência, dum lado da cidade, da Fonte do ídolo, (lugar erigido por, Celicus Franto, um colono “romanizado” de Ascobriga, a deuses pagãs no primeiro século d.C.) mas que já podia ter sido um local sagrado em antes, e do outro, do balneário, outro presumível local de culto.
  • Um mercado, local de encontro mas também de troca.[9]

Enfim, podia ser isso tudo ao mesmo tempo, ou seja, esse espaço central com muitos castros a volta, podia ser ao mesmo tempo um local de encontro, uma feira, um sitio em parte sagrado e mesmo, talvez ocupado com construções precárias. Todavia, é muito provável que o balneário não seja o único monumento pré-romano na zona, e que haja ainda muito por descobrir.[10]

Os primeiros anos

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A cidade foi construida de forma planeada, conforme um projeto clássico de forma ortogonal (ruas alinhadas, com cruzamentos a ângulo reto) orientada Noroeste/Sudeste. Era dividida por quarteirões quadrados, de área construída de 120 x 120 pés (35,52 m por 35,52 m), ocupando no seu todo, uma área retangular de 29,85 ha.[2] A sua origem era civil e a governação partilhada com as elites Bracari. As primeiras décadas da cidade foram marcadas por grande crescimento. Foram construídas as primeiras infraestrutura urbanas (saneamento (cloaca)), abriram-se estradas[11], foi capital conventual, talvez desde o tempo de Augusto, ou Tibério[12], desenvolveram-se atividades económicas (metalurgia, olaria e comércio) e novos bairros. O território rural adjacente a futura cidade, também foi dividido em lotes quadrados para ser distribuído, segundo o princípio da centuriação.[13] Dando condições para que inúmeros indígenas, alguns militares e imigrantes se deslocassem para ali viver. No entanto nos anos 50 d.C. o comércio já desempenhava um papel fulcral na cidade e na região.

A cidade Flávio-Antonina (68 a 192 d.C.)

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Teatro de Mérida

Com a publicação do Édito de latinidade promulgado pelo imperador Vespasiano em 74, todos os cidadãos hispânicos livres passaram a ter a condição de cidadãos latinos grau intermédio entre a condição de cidadão romano e de não cidadão ou seja peregrino. Bracara Augusta foi certamente na mesma altura promovida em município. Assim as elites da cidade podiam obter a cidadania romana exercendo cargos nas magistraturas municipais. Os novos cidadãos romanos foram adscritos a tribo Quirina uma das 35 tribos de Roma.[14]

Assim fruto da sua nova condição de município, a cidade prossegue a sua fase de crescimento e embelezamento com várias reestruturações. São reparadas as antigas vias e Bracara beneficia duma nova ligação com Astorga pela Via Nova (Geira). Continuam as construções de edifícios públicos e a “monumentalização” da cidade com teatro, termas, templos, anfiteatro.[11] Aumentam os bairros e assiste-se à instalação de pessoas abastadas na zona oriental da cidade.

Sabemos pela obra de Plínio, o Velho que o convento bracarense é dividido em 24 civitates[nota 1] e tem uma população de 285 000 pessoas livres, sendo o mais povoado do Noroeste peninsular[nota 2][15]. O forte comércio é caracterizado pelas importações de vidro, cerâmica e objetos de adorno, alguns produtos importados eram de grande qualidade e gosto refinado, o que sugere a existência de uma poderosa elite. As exportações eram marcadas pela cerâmica de qualidade e metais. A cidade no Alto Império era já de referência a nível peninsular.

Século III

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Muralha romana de Lugo, Galiza

A Crise do terceiro século instalada no Império, atinge também Bracara Augusta que conhece pela primeira vez um abrandamento do seu crescimento. Pouco depois do assalto e saque da cidade de Tarragona pelos Francos durante o reinado de Galiano[16][17], no fim do século III inicio do IV, uma imponente muralha de 5 - 6 m de largura, com torreões, é construida em volta do centro da cidade de Bracara (mais de 48 hectares), e transforma por completo a sua configuração: Algumas casas e monumentos como o teatro e o anfiteatro são em parte destruídos para aproveitar a pedra para a nova construção, muitas ruas transformam-se em beco sem saída, e passam para o domínio privado, a cidade divide-se em cidade de entre-murros e bairros periféricos que mantém todavia as suas atividades[11]. Nem tudo é negativo, porque no tempo do imperador Caracala é criada a nova província de “Hispania Nova Citerior Antonina” (futura Galécia)[18].

Baixo-império (285 a 409 d.C.)

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Conventos da Galécia

Entre 284 e 289 d.C. por ordem de Diocleciano Bracara Augusta é promovida a capital da recém criada província de Galécia que integra os três conventos do Noroeste peninsular (Convento bracarense, Convento lucense e Convento asturicense) e parte do convento de Clunia.[18] Com esta decisão, a cidade sofre uma nova expansão urbana, reestruturam-se e criam-se edifícios públicos, requalifica-se as vias, introduz-se melhoramentos na cidade, enriquecimento da população, inclusão de zona de banhos e pavimento de mosaicos nas vivendas privadas. O comércio intensifica-se fortemente e aparecem os ateliers de cerâmica. A decretal do Papa S. Sirício em 385 ao bispo de Tarragona, faz uma referência à uma província eclesiástica da Galécia[19], sugerindo que Bracara Augusta possuía já um bispado. Fato confirmado, no ano de 400 d.C., pela presença do seu arcebispo, Paternus, no Primeiro Concílio de Toledo.[18] A cidade torna-se capital da província eclesiástica e assume a centralidade do Noroeste peninsular.

Alta Idade Média

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O reino Suevo

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 Ver artigo principal: Reino Suevo
A formação do reino suevo
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Repartição da Hispânia em 411

Os Suevos (povo germânico), sobre pressão dos Hunos, atravessam o rio Reno gelado, na noite de 31 de dezembro de 406, para encontrar refúgio dentro das fronteiras do Império Romano. Em outubro de 409, chegam na Península Ibérica, e em 411 ao convento Bracarense.[20] Assim acaba a longa ‘’Pax Romana’’ para Bracara Augusta, não que a chegada fosse violenta ( pelo testemunho de Paulo Orósio, sabemos que por pouco tempo "trocaram a espada pelo arado[21]"), mas porque muito rapidamente entrarem em conflito com os seus vizinhos os Vândalos Asdingos, que ocupavam também parte da Galécia. Em 419 os Suevos do rei Hermerico são atacados e cercados na Batalha dos montes Nervasos pelos Vândalos do rei Gunderico, Astério conde de Hispânia com tropas romanas vem ao seu socorro e muitos Vândalos são massacrados em Braga pelo vigário Maurocellus, na sua retirada para a Bética.[22]

Bracara capital do reino suevo
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Reino Suevo em 455

Tendo os Visigodos, em nome dos romanos, derrotados os Alanos que ocupavam a Lusitânia pouco tempo antes, os Suevos tomam conta desse território e Bracara Augusta torna-se a capital política do Reino Suevo que englobava a extinta região da Galécia, e se prolongava até ao rio Guadalquivir.
Esse curto reino de 174 anos, é no entanto, o primeiro reino medieval do ocidente, o primeiro reino católico e enfim o primeiro reino “bárbaro” a cunhar moeda. De fato, em Bracara foram cunhados síliqua de prata com dum lado a efígie do imperador Honório e do outro uma cruz laureada com as letras “B e R” por Bracara e a inscrição “ivssv richiari reges” por “Por ordem do rei Requiário[23]. Requiário que foi convertido ao catolicismo por Balcónio, bispo de Bracara e fundador duma escola teológica na cidade[24], figura proeminente do catolicismo bracarense com Paulo Orósio (que contactou diretamente com Sto. Agostinho e com S. Jerónimo), os dois Avitos (um peregrino no Oriente, outro peregrino em Roma)[24] e Santa Engrácia de Saragoça. Depois de vários sucessos os Suevos alargam ainda mais o seu território. Os Visigodos sempre aliados e mesmo federados dos romanos são novamente enviados para a Península. Primeiro enviam uma embaixada para pôr os Suevos na ordem, sem resultados, e como resposta a segunda tentativa de dialogo dos Visigodos, Requiário, ataca a região de Tarragona na atual Catalunha. Fartos, os Visigodos atacam também e derrotam os Suevos perto de Astorga (na batalha do Rio Órbigo), muitos deles escapam, e durante a perseguição, os Visigodos atacam e saqueiam Bracara, no domingo 28 de outubro de 456. São feitos muitos prisioneiros “romanos”, as Igrejas são profanadas, os padres são despidos das suas vestes sacerdotais, até a nudez. Curiosamente segundo Idácio, Bracara caiu sem derrame de sangue e violações (Astorga não terá a mesma sorte e será em parte incendiada). Teodorico e seus Visigodos depois de ter capturado e morto Requiário no Porto seguem para a Lusitânia, e deixam o convento bracarense nas mãos de bandas armadas de saqueadores[25].

O reino de Galécia é dominado indiretamente pelos Visigodos, os Suevos encontrando-se numa clara posição de vassalagem e dividem-se em dois reinos. Bracara, já não sendo a única capital perde influência, ao invés Lugo e sobretudo Porto ganham importância. Com a morte de Idácio, depois de 469, ficamos sem informação até 561, e a ordem do rei Ariamiro[26], de proceder ao Primeiro Concílio de Braga, entre os anos 561 e 563, na presidência de Lucrécio, bispo de Bracara. Seguido em 572, no reino de Miro, pelo segundo concílio de Braga, presidido desta por São Martinho, bispo de Dume e de Braga, novamente única capital do reino. Essa curta fase marca um renascimento dum certo esplendor político e religioso de Bracara, muito influenciada pelo Império Bizantino. E deve muito a obra de (re)organização, e de formação (inclusivo do próprio rei, Miro), do culto bispo São Martinho de Dume. O Paroquial suevo é exemplo disso, que não só prova esse grande esforço de organização na Igreja, mas também na administração civil do reino.
Em 585, o reino Suevo, acaba, dominado pelo Reino Visigótico, durante 130 anos. Bracara deixa de ser definitivamente capital política dum estado, guardando no entanto o seu estatuto de capital eclesiástica. Durante esses dois reinos germânicos, apesar do saque, houve uma relativa continuidade, económica, com uma certa prosperidade da cidade, e na configuração e ocupação do espaço. Embora a cidade vi-se alguns dos seus monumentos transformados e a qualidade da reconstrução ser de modo geral de nível inferior a do período romano. No entanto, algumas construções religiosas, como a basílica de Dume e em particular a capela de São Frutuoso mostram sinais evidente da utilização de materiais nobres, como mármore e calcários[27]. A periferia até conhece um desenvolvimento, ilustrada com a construção de varias igrejas (S. Vicente, S. Vítor, e S. Pedro de Maximinos)[28].

Paços Reais
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Curiosamente, parece que os reis suevos nunca viveram em Bracara mas sim nos seus arredores, Teodomiro terá dado o seu nome a freguesia de Mire de Tibães[nota 3][29] e perto do seu palácio São Martinho terá fundado um mosteiro.[30][31] Santa Marta das Cortiças é outro lugar com um palácio real ao lado duma basílica.[24] No alto do monte e ao lado dum castro, numa clara posição defensiva, (talvez depois do saque de Teodorico).

Da Islamização à Reconquista (século VIII a X)

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A entrada dos mouros na Península ocorreu com o desembarque em Gibraltar a 27 de abril de 711 de Tárique. Seis anos depois, em 717, os Mouros tomam Bracara,[27] e a sede da diocese bracarense é transferida até 1070 para Lugo. A resistência cristã recuou de forma mais permanente até ficar confinada numa pequena zona montanhosa das Astúrias. Porém menos de 40 anos depois, no tempo de Afonso I das Astúrias, Braga é de novo em zona cristã, embora numa zona muito perigosa, demasiada perto da fronteira do Douro. O século X é marcado, após um período de paz, por diversas destruições sangrentas de Almançor, governador do Alandalus, que consegue inverter o avanço da reconquista. Verifica-se uma vasta destruição muçulmana na Galiza, em 997, por Almançor e seu exército, que saqueou as cidades galegas do Porto, até Santiago de Compostela, mas não sabemos se passou por Braga.[27] Todavia o cronista árabe Muḥammad Ibn ʿAbd al-Munʿim al-Ḥimyarī, citando um texto do geógrafo Abu Ubaide Abedalá Albacri (século XI), fala duma cidade destruída.[32]

Esta cidade de Braga, que remontava a Antiguidade, foi uma das fundações dos romanos e uma das suas residências reais. Assemelhava-se a Mérida pela solidez dos seus edifícios e ordenação das muralhas. Está hoje quase inteiramente destruída e deserta: foi demolida pelos muçulmanos que expulsaram a população ...
 
Muḥammad Ibn ʿAbd al-Munʿim al-Ḥimyarī.

A cidade de Braga

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Braga medieval, num mapa de 1594

A cidade de Braga que nasce no século XI, tem pouco a ver com a antiga e rica Bracara.[nota 4] Depois de D. Fernando I de Leão ter conquistado Coimbra, por decisão real, Braga torna a ser sede episcopal com a nomeação do bispo D. Pedro de Braga que manda reconstruir a Sé ( sobre restos de um antigo templo romano dedicado à deusa Ísis, que teria mais tarde sido convertido numa igreja cristã). A cidade medieval desenvolve-se em torno da Sé fortificada, ocupando só o quarto noreste da antiga Bracara até a muralha romano do norte,[28] o resto da cidade é aos poucos destruído e transformado em campos e hortas. O que confirma a crónica árabe, Braga perdeu certamente mais de metade da sua população, e toda a zona Oeste ocupada com monumentos públicos, fórum, termas, teatro e anfiteatro é abandonada. Uma muralha circundante é construida a volta da cidade medieval em antes do século XIII.[28] Braga foi oferecida como dote, por Afonso VI de Leão e Castela, à sua filha D. Teresa, no seu casamento com D. Henrique de Borgonha. Estes últimos foram senhores da cidade entre 1096 a 1112. Em 1112, doam a cidade aos Arcebispos.

 
De Bracara a Braga

Economia do convento bracarense

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Importações

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  Defructum (64%)
  Vinho (9.81%)
  Garum (18.67%)
  Azeite (1.99%)
  Outros (5.53%)

Pelo achado das ânforas, a análise da sua forma e origem, sabe-se que a maioria das importações nesse contentor, era de sob-produto de vinho, “concentrados” ou “xarope de vinho” obtidos a partir de mosto cozido chamado defructum (em 64%), oriundo quase exclusivamente da Bética; vinho de qualidade (9,81%) proveniente de Itália, do sul da Gália, da zona do Egeu e em boa parte da Bética; produtos piscícolas (garo ou garum em latim ) (18,67%) da Bética e da Lusitânia; e azeite (apenas 1,99%) principalmente do vale do Guadalquivir[18].

Principais produções

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Alem das produções agrícolas, Bracara durante a época romana desenvolveu uma grande atividade de indústria e comercio. Uma das atividades atestadas, é a fabricação de vidro no centro da cidade, mas a principal produção era de cerâmica (lâmpadas a óleo (lucernas), cerâmicas comuns, cerâmicas finas (louça fina de mesa), ânforas, dolia [nota 5], materiais de construção...), com varias oficinas de olaria na sua imediata periferia. No entanto a matéria prima era toda proveniente da zona entre Vila de Prado do concelho de Vila Verde e Ucha do concelho de Barcelos, distante de 14 km de Bracara pela Via XIX, que também podia ser um importante centro de produção. Das várias oficinas, destaca-se a marca “LUCRETIUS” que abastecia o mercado da Galécia e do norte da Lusitânia.[18]

 
Minas romanas de Tresminas

Mas a principal fonte de riqueza do convento bracarense era a mineração dos metais (estanho, ferro, chumbo e prata) com principal destaque no ouro pelo seu valor e sua quantia. Além da recolha de ouro no leite dos rios, entre os quais os rios Douro e Sabor[18], o convento contava na época com um total de 50 explorações mineiras só no atual território português[nota 6], algumas próximas da cidade, como a de Marrancos na concelho de Vila Verde, bem perto, e não por acaso da via XIX. Mas as principais minas ficavam em Trás os Montes como as de Tresminas (Vila Pouca de Aguiar)[nota 7] e do Poço das Freitas (Boticas), e no “Grande Porto” com as minas do Fojo das Pombas na Serra de Santa Justa e Pias (Valongo) e as minas de Castromil (Paredes) [33]. Se a exploração dos minérios é muita antiga e data na Galécia, do neolítico[nota 8], com a chegada dos Romanos a exploração tornou-se intensiva e protoindustrial, com minas tanto à céu aberto como subterrâneas e com recurso a imensa mão de obra escravizada mas também a maquinaria como moinhos (martelos) hidráulicos para trituração do minério bruto de quatro pilões [35]. O que permitiu extrair quantidades imensas de minério principalmente de ouro, Plínio, o Velho dá-nos o valor de 20 000 livras (6.543 quilos) anuais para a Galécia, Astúrias e Lusitânia sendo, segundo ele, as Astúrias o principal produtor [36]. Essas minas eram do domínio imperial havendo mesmo um procuratore metallorum das Astúrias e Galiza, responsável pela administração e fiscalização das minas até meados do século II/inícios do século III, fim provável da exploração das mesmas e começo duma grande crise no Império romano.[18] Por isso só uma pequena parte desses minério era fundido na própria cidade e periferia, foram encontrados vários moldes de barro (cadinho) de ouro e bronze, por exemplo no edifício do “Cardoso da Saudade”[37]. É nessa perspetiva que podemos entender a densa rede viária romana do convento bracarense, primordial na política económica do poder romano dado que a sua construção facilitou a rápida saída dos metais extraídos na região.

Bracara Augusta, importante nó rodoviário

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Vias romanas

Braga, bem antes de se tornar capital de província, já estava ligada ao triângulo político-administrativo, estabelecido por Augusto, da futura província de Galécia com vértices nas três cidades: Bracara Augusta (Braga), Lucus Augusti (Lugo) e Astúrica Augusta (Astorga) por varias vias:

  • Via XVII: Braga-Astorga por Chaves.
  • Via XIX: Braga-Astorga por Lugo.
  • Via XX: Braga-Astorga, via em parte fluvial e marítima.

Mas também as cidades mais importantes da Lusitânia como Emerita (Mérida, capital da província) via Scallabis (Santarém, conventus) pela Via XVI.[1] Por volta do ano 80 essa rede é reforçada com a criação da

  • Via XVIII ou Via Nova: Braga-Astorga, caminho mais direto cortando entre a Serra Amarela e a Serra do Gerês.

Escavações

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Termas de Bracara Augusta

Felizmente a memória de Bracara Augusta não ficou completamente apagada, já no tempo do rei D. Manuel, com o arcebispo de Braga D. Diogo de Sousa houve a preocupação de proteger os vestígios romanos, com a colocação no recém criado, campo de Santa Ana (Av. Central) de mais de uma dezena de miliários . Outro arcebispo de Braga, entre 1626 e 1634, Rodrigo da Cunha descreve na sua “História Ecclesiástica dos Arcebispos de Braga” a suposta fundação de Braga, citando vários autores, e emite a acertada opinião que Bracara não ocupava o mesmo espaço que Braga

As memorias antigas, que há em Braga mostram que foi sempre cidade grandiosa. Sua primeira fundação, e assento não foi no lugar onde hoje se vê. Teve seu principio junto à Igreja de São Pedro de Maximinos onde se mostram hoje ruínas de grandes edifícios que dão testemunho de sua antiga majestade, e ainda aparece um como meio circulo lugar onde estava o anfiteatro …
 
História Ecclesiástica dos Arcebispos de Braga, D. Rodrigo da Cunha .

Outro membro do clérigo, Jerónimo Contador de Argote foi um grande historiador e defensor do património de Braga como se nota na sua importante obra “Memórias Históricas do Arcebispado de Braga”. As transformações do século XIX e inicio do século XX em Braga afetaram principalmente os edifícios medievais como por exemplo a destruição do castelo em novembro de 1905 pela Câmara.[38] No fim do século passado, porém Braga conheceu um crescimento exponencial que ameaçou a partir de 1970 as ruínas romanas, as grandes quintas que cercavam a cidade foram transformadas em estradas e loteamentos. Depois de algumas destruições, o Cónego Arlindo Ribeiro da Cunha, é dos primeiros a indignar-se, sem resultados. Em janeiro de 1976, quatro funcionários da Universidade do Minho ( Dr . Barreto Nunes, Dr. Mendes Atanazio, Dr. Artur Norton e Arqt o Cameira) alertam o M.E.I.C (Ministério da Educação e Investigação Científica, que tutelava a Junta Nacional de Educação com funções de proteção e conservação de monumentos e obras de arte) do risco de destruição iminente da colina de Maximinos, em fevereiro é criado a C.O.D.E.P. (Comissão de Defesa e Estudo do Património). Em Abril o professor Jorge de Alarcão dirige uma primeira campanha de sondagens. Processo que culmina em 20 de novembro, com a visita do Primeiro Ministro Dr . Mário Soares no campo arqueológico :

Não se construirá mais em Braga sobre ruínas romanas
 
Dr . Mário Soares.

A antecessora, da atual Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (U.A.U.M.) criado em 1976 para orientar o salvamento de Bracara Augusta, desenvolve-se a partir de 1977 com os seguintes resultados[39]:

 
Insula romana sob edifício da Escola da Sé

Ver também

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Bracara Augusta
  1. Civitate: A civitate era uma subdivisão territorial dum conventus tendo em consideração seus componentes étnicos, seus povos.
  2. O convento de Lugo tem 166 000 pessoas livres e Astorga 240 000
  3. Mire de Miro ou Teodomiro vem de Mereis: Célebre, e Tibães talvez de þiubjo: Clandestino ou seja Teodomiro clandestino ou escondido
  4. Ausónio na Ordo Urbium Nobilium, fala da rica ou opulente Bracara
  5. ”talha” romana usada para transporte de alimentos
  6. Entre os sítios mais importantes contam-se as jazidas de Três Minas, de Gralheira e Campo de Jales (Mina dos Mouros) localizadas nos prolongamentos do sudoeste da Serra da Padrela, no NE transmontano, Penedono na margem esquerda do rio Douro. No distrito de Bragança em Ervedosa (Couto mineiro de Vinhais, freguesia de França), em Urrós (no Buraco dos Mouros, Torre de Moncorvo), no Lugar do Seixo (Ansiães), em Macedinho (Vila Flor) e, provavelmente, em S. Salvador e Vila Verde (ambas no concelho de Mirandela). Nas proximidades de Boticas em Poço das Freitas. Na região do Alto Minho, na Serra de Arga, filões em Grovelos, poços e galerias em Monte-Mor, poços e galerias em Tinas. No limite sul do convento, nas proximidades do Porto, na Serra das Banjas, em Valongo, Gondomar, e Castelo de Paiva, em Santa Justa, Pias, Santa Iría e Banjas.[18]
  7. Segundo uma estimativa feita por Wahl (1998, Aspectos tecnológicos da indústria mineira e metalúrgica romana de Três Minas e Campo de Jales, Actas do Seminário Museologia e Arqueología Mineiras, 57-68, IGM, Lisboa. ), calcula-se um volume da ordem de 15 a 20 milhões de toneladas de rocha e minério extraídos apenas das grandes cortas de Três Minas, efetuada ao longo de 150 anos e uma produção em ouro de cerca de 15 000 a 20 000 kg. O que dá uma produção anual de cerca de 100 a 130 kg. de ouro, para além de uma considerável produção de prata (numa proporção de 1/10 no contexto do minério bruto).
  8. Cobre, prata e ouro eram trabalhados a frio[34]

Referências

  1. a b Bracara Augusta-A grande plateforma viária do Noroeste da Hispania, Francisco de Sande Lemos, 2002
  2. a b c Topografia e urbanismo fundacional de Bracara Augusta, Manuela Martins UMinho; UAUM; Lab2PT, Maria do Carmo Ribeiro UMinho; UAUM; Lab2PT, Jorge Ribeiro Bolseiro de pós doc FCT; UMinho; Lab2PT, Ricardo Mar Universidade Rovira i Virgili, Tarragona, editor servizo de Publicacións da Deputación de Lugo
  3. SILVA, Armando Coelho F. da (1986) - A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal, Câmara Municipal de Paços de Ferreira
  4. História Natural (livro IV, XXXIV, 112) "Bracarum oppidum Augusta..."
  5. Artigo do Diário do Minho (DM) do 7/04/2004
  6. SCHULTEN , Adolf (1943) - Los cantabros y astures y su guerra con Roma, (Madrid)
  7. TRANOY, Alain (1981 ), tese de doutoramento - La Galice Romaine, Difusion du Bocard, Paris.
  8. Rodriguez Colmenero, La "Fonte Do idolo" (Braga), Santuario Rupestre de una Ciudad Romana, 2006
  9. Garrido, Elena; Mar, Ricardo; Martins, Manuela (2008). Unidade da Arqueologia da Universidade do Minho, ed. A Fonte do Ídolo. Análise, interpretação e reconstituição do monumento. [S.l.: s.n.] ISBN 978-972-9382-16-1 
  10. Antes de Bracara Augusta, Francisco Sande Lemos, Forum 42-43, Jul 2007/Jan 2008, Pág 203-239
  11. a b c Urbanismo e Arquitectura em Bracara Augusta. Balanço dos contributos da Arqueologia Urbana, Maria Manuela Martins, Simulacra Romae Bracara Augusta
  12. de Carvalho, Helena Paula Abreu (2008). O povoamento romano na fachada ocidental do Conventus Bracarensis (PDF). [S.l.: s.n.] 
  13. Carvalho, Helena (2019). lab2PT, ed. A Centuriação do Território de Bracara Augusta. [S.l.: s.n.] ISBN 978-989-8963-32-1 
  14. Morais, Rui (2006). Universidade de Coimbra, ed. «De nove sobre a municipalidade de BRACARA AVGVSTA no período Flávio» (PDF). Conimbriga. 45. p. 125-137 
  15. História Natural de Plínio, o Velho, livro III, IV, 28. "Simili modo Bracarum XXIIII civitates CCLXXXV capitum, ex quibus praeter ipsos Bracaros Bibali, Coelerni, Callaeci, Equasei, Limici, Querquerni citra fastidium nominentur. "
  16. "Francorum gentes direpta Gallia Hispaniam possiderent vastato ac paene direpto Tarraconensium oppido ...", "Tendo os francos saqueado a Gália, eles tomaram posse da Espanha, tendo devastado e quase saqueado a cidade de Tarragona..."Sexto Aurélio Vítor, em Liber de Caesaribus, XXXIII, Licinius Gallienus
  17. "Germani usque ad Hispanias penetraverunt et civitatem nobilem Tarraconem expugnaverunt ...", "Os germanos penetraram até a Espanha e tomaram a famosa cidade de Tarragona" Eutrópio em Breviário da História Romana, livro IX, 8
  18. a b c d e f g h Rui, Morais (2005). UAUM (Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho) em parceria com o NARQ (Núcleo de Arqueologia da Universidade do Minho), ed. Autarcia e Comércio em Bracara Augusta Contributo para o estudo económico da cidade no período Alto-Imperial. Braga: [s.n.] 
  19. Nunc fraternitatis tuae animum ad servandos canones et tenenda decretalia constituta magis ac magis incitamus, ut haec quae ad tua rescripsimus consulta, in omnium coepiscoporum nostrorum perferri facias notionem, et non solum eorum qui in tua sunt dioecesi constituti, sed etiam ad universos Carthaginenses ac Baeticos, Lusitanos atque Gallicios, vel eos qui vicinos tibi collimitant hinc inde provinciis, haec quae a Nobis sunt salubri ordinatione disposita, sub litterarum tuarum prosecutione mittantur. Enchiridion Symbolorum editado por Denzinger‐Schonmetzer, 1962, nº. 184. Tradução: "Agora sempre mais estimulamos a disposição de ânimo de Tua Fraternidade a observar os cânones e a manter os decretos estabelecidos, no sentido, de que, quanto temos dado por resposta à tua consulta, tu o faças chegar ao conhecimento de todos os nossos coepíscopos, e não só dos que estão constituídos em tua diocese; mas também a todos os bispos cartagineses e béticos, lusitanos e galícios, ou seja, aos bispos das províncias vizinhas da tua, seja mandado, acompanhando uma carta tua, tudo quanto por Nós em salutar disposição foi estabelecido" em Blog Ofício Católico
  20. Crónica de Idácio de Chaves
  21. ’’quamquam et post hoc quoque continuo barbari exsecrati gladios suos ad aratra conuersi ...’’. Historiarum Adversum Paganos, Paulo Orósio, Livro VII, 41-8
  22. ’’Wandali Suevorum obsidione dimissa, instante Asterio Hispaniarum comite, sub vicario Maurocello, aliquantis Bracarae in exitu suo occisis, relicta Gallaecia ad Baeticam transierunt’’. Crónica do bispo Idácio de Chaves
  23. In tempore sueborum, El tiempo do los Suevos en la Gallaecia, Jorge López Quiroga y Artemio Manuel Martínez Tejera, Deputación Provincial de Ourense, 2017
  24. a b c A Basílica paleocristã e o edifício palatino de Sta. Marta das Cortiças (Falperra): As escavações de F. Russell Cortez e de J. J. Rigaud de Sousa, de Mário J. Barroca, Andreia Arezes, Rui Morais
  25. ’’Mox Hispanias rex Gothorum Theudoricus cum ingenti exercitu suo, et cum voluntate et ordinatione Aviti imperatoris ingreditur. Cui cum multitudine Suevorum rex Rechiarius occurrens duodecimo de Asturicensi urbe milliario, ad fluvium nomine Urbicum, tertio nonas Octobris die, sexta feria inito mox certamine superatur: caesis suorum agminibus, aliquantis captis, plurimisque fugatis, ipse ad extremas sedes Gallaeciae plagatus vix evadit ac profugus. Theudorico rege cum exercitu ad Bracaram extremam civitatem Gallaeciae pertendente, quinto kal. Novemb. die dominico, etsi incruenta, fit tamen satis moesta et lacrymabilis ejusdem direptio civitatis. Romanorum magna agitur captivitas captivorum, sanctorum basilicae effractae, altaria sublata atque confracta, virgines Dei exin quidem adductae, sed integritate servata, clerus usque ad nuditatem pudoris exutus, promiscui sexus cum parvulis, de locis refugii sanctis populus omnis abstractus, jumentorum, pecorum, camelorumque horrore locus sacer impletus, scripta super Jerusalem ex parte coelestis irae revocavit exempla. II. Rechiarius ad locum qui Portucale appellatur, profugus regi Theudorico captivus adducitur: quo in custodiam redacto, caeteris qui de priore certamine superfuerant, tradentibus se Suevis, aliquantis nihilominus interfectis, regnum destructum et finitum est Suevorum ... In conventus parte Bracarensis latrocinantum depraedatio perpetratur.’’ Cronica de Idácio
  26. Ata do primeiro Concílio de Braga "...ex preceptis prefati gloriosissimi Ariamiri regis in metropolitana eiusdem provintiae Bracarensis..."
  27. a b c A Capela de S. Frutuoso– Elementos para o seu estudo e compreensão. Rui Ferreira, Doutorando em Estudos Culturais pela Universidade do Minho, Braga, 2012
  28. a b c A evolução da paisagem urbana de Braga desde a época romana até a Idade Moderna. Síntese de resultados, Maria do Carmo Ribeiro, professora auxiliar do Departamento de História UM
  29. Joseph-Maria Piel, "Os nomes germânicos na toponímia portuguesa"
  30. José Carlos Gonçalves Peixoto, Mestre em Ciências da Educação; Professor; Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Humanas. «História por um canudo». Consultado em 2 de novembro de 2021 
  31. Frei Leão de S. Tomás, em Benedita Lusitana: «A uma légua da cidade de Braga, para o lado Norte, estiveram antigamente uns Paços e casas de prazer do Rei Teodomiro entre os grandes de Sobrado e Mire vizinhos ao Rio Cávado (...). Perto destes Paços do rei, em lugar mais alto e eminente à vista do mesmo rio, ficava um sítio retirado e solitário que a S. Martinho Dumiense pareceu muito acomodado, para nele se fundar um Mosteiro de Monges. (...) O rei como era tão pio mandou logo se edificasse e se dedicasse a S. Martinho Turunense, de quem era devotíssimo devoto...»
  32. Coelho Borges, António (1989). Portugal na Espanha Árabe vol.1. Lisboa: Caminho. ISBN 9789722104104 
  33.  Direção Geral de Energia e Geologia – DGEG (ed.). «Rota Romana do Ouro no Norte de Portugal». Consultado em 3 de dezembro de 2021 
  34. CARDOZO, Mário, A propósito da lavra do ouro na província de Trás-os-Montes durante a época romana, Revista de Guimarães nº 64, Guimarães, 1954
  35. Economia e Romanização em Bracara Augusta durante o Alto-Império: uma reflexão comparativa Paulo Pires Duprat, dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada da universidade Federal do Rio de Janeiro
  36. ’’vicena milia pondo ad hunc modum annis singulis Asturiam atque Callaeciam et Lusitaniam praestare quidam prodiderunt, ita ut plurimum Asturia gignat. neque in alia terrarum parte tot saeculis perseverat haec fertilitas.’’. Tradução: Para alguns as Astúrias, a Galécia e a Lusitânia produzem por esse meio por ano, vinte mil livras de ouro. Tendo as Astúrias a produção mais importante. Não há em parte nenhuma exemplo de tal fertilidade… Plínio, Historia Natural livro XXXIII, 78
  37. Produção e comércio de cerâmicas em BRACARA AVGVSTA, Rui Morais, Universidade do Minho
  38. Revista do Arqueólogo Português p.375
  39. Dossier-Salvamento de Bracara Augusta(1976 - 1989) de Manuela Delgado, Manuela Martins, Francisco Sande Lemos, U.A.U.M, Forum Nª outubro de 1989
  40. a b c O espaço construído de Bracara Augusta no Alto Imperio, Manuela Martins e Maria do Carma Ribeiro da Universidade do Minho; UAUM; Lab2PT, Jorge Ribeiro Bolseiro de pós doc FCT; UMinho, Fernanda Magalhães e Cristina Braga Bolseiras de doutoramento FCT; UMinho em Philtáte Studia et acta antiquae Callaeciae Vol.2

Ligações externas

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