Brasil na Copa do Mundo FIFA de 2002

desempenho em competição esportiva
Brasil
Campeão
Associação CBF
Confederação CONMEBOL
Participação 17º (todas as Copas)
Melhor resultado anterior Campeão: 1958, 1962, 1970, 1994
Técnico Brasil Luiz Felipe Scolari

A edição de 2002 da Copa do Mundo marcou a décima sétima participação da Seleção Brasileira de Futebol na competição. O país manteve a situação de único país a participar de todas as edições do torneio da FIFA e conquistou o quinto título do torneio ao vencer a Alemanha na final por 2-0, em Yokohama.[1][2]

Foi a segunda vez em que a Seleção Brasileira de Futebol utilizou o esquema 3-5-2 em uma Copa do Mundo, sendo a primeira em 1990. A equipe foi treinado por Luiz Felipe Scolari e o capitão foi Cafu. O Brasil venceu todas as partidas repetindo 1970. O conjunto do tridente de ataque formado por Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo mais o lateral Roberto Carlos ficou conhecido como "Os 4 Erres" (coincidentemente, os quatro jogadores marcaram os quatro gols do Brasil na vitória de 4-0 contra a China na segunda rodada do Grupo C do torneio), e Ronaldo tornou-se o artilheiro da competição com 8 gols (sendo o primeiro jogador brasileiro a fazê-lo desde Ademir de Menezes em 1950).

O início do ciclo foi conturbado, com resultados ruins e diversas denúncias de corrupção envolvendo jogadores, dirigentes e treinadores. A pressão popular deu origem a duas CPIs.[3] O Brasil se recuperou dentro de campo e conseguiu se classificar à Copa do Mundo de 2002 na última rodada.

Apesar de transmitidos nas primeiras horas da manhã devido à diferença de horários (os jogos vespertinos, por exemplo, eram transmitidos às 3 horas da madrugada), os jogos marcaram acima dos 60 pontos de Ibope na Grande São Paulo. A final entre Brasil e Alemanha fechou com 67 pontos e 91% de índice share, que registra o percentual de televisores sintonizados na emissora no horário da partida.[4]

Eliminatórias

editar

O Brasil passou por um ciclo instável com quatro treinadores durante as eliminatórias: Vanderlei Luxemburgo (8 jogos), Emerson Leão (3 jogos), Candinho (1 jogo) e Luiz Felipe Scolari (6 jogos). 104 jogadores convocados e perdeu seis dos nove jogos que fez como visitante.

O período de Vanderlei Luxemburgo, iniciado com o empate por 1-1 com a Iugoslávia num amistoso em São Luís, teve a conquista da Copa América de 1999, mas após ser desclassificado nos jogos olímpicos de Sydney pela seleção de Camarões nas quartas-de-final, com dois jogadores a mais em campo, além de diversas acusações na Justiça, o treinador foi demitido em setembro de 2000.[5] Na ocasião, Luxemburgo foi acusado de falsidade ideológica, sonegação de impostos e de ter tirado proveito da venda de jogadores.[6] O técnico fez acordo com o Ministério Público, pagou indenização, mudou seu nome de Wanderley para Vanderlei e alterou sua data de nascimento.[7]

Emerson Leão assumiu o cargo em 2001 tentando montar uma "seleção caseira", apenas com atletas atuando no Brasil, sob a alegação de que os jogadores da Europa não respeitavam a seleção. Leão foi demitido no aeroporto de Narita, no Japão, pouco antes de embarcar para o Brasil, após a derrota para a Austrália na decisão do terceiro lugar na Copa das Confederações.[8] O período foi conhecido como "Era Leomar", devido a surpreendente convocação do volante Leomar Leiria, então atleta do Sport Recife. Em entrevista a Rádio Transamérica em 2013, o então presidente do clube Luciano Bivar afirmara que tinha dado dinheiro a um lobista para que Leomar fosse convocado para a Seleção, porém não disse se o dinheiro havia chegado ao então treinador. Na época, Leão chamou de ridículas as declarações de Bivar.[9]

Luiz Felipe Scolari assumiu o comando da seleção em junho de 2001. Na Copa América de 2001, diversos jogadores pediram dispensa da seleção, como o volante Mauro Silva, que comunicou a decisão no aeroporto de embarque para a Colômbia alegando receio da violência.[10] Romário pediu dispensa alegando que faria uma cirurgia no olho.[11] O Brasil foi desclassificado na competição para Honduras nas quartas de final, o que foi considerado um "fiasco histórico".[12] O Brasil enfrentou dificuldades para se classificar. Rivaldo foi muito criticado pela torcida brasileira, pois o seu futebol no Barcelona estava muito superior ao que vinha apresentando na Seleção. Começou a se desgastar com as ofensas e vaias dos torcedores; após um jogo contra a Colômbia, no Estádio do Morumbi, Rivaldo chegou a declarar que não iria mais defender o Brasil. Durante a partida, o meia foi hostilizado pela torcida que lotou o estádio.[13] A classificação para a Copa do Mundo ocorreu apenas na última rodada em vitória contra a Venezuela por 3-0. A partida decisiva foi disputada no Maranhão para agradar políticos, devido ao receio do presidente Ricardo Teixeira ser investigado.[14]

Eliminatórias

editar
Tabela de Posições
Equipe Pts PJ PG PE PP GF GC Dif
  Argentina 43 18 13 4 1 42 15 27
  Equador 31 18 9 4 5 23 20 3
  Brasil 30 18 9 3 6 31 17 14
  Paraguai 30 18 9 3 6 29 23 6
  Uruguai 27 18 7 6 5 19 13 6
  Colômbia 27 18 7 6 5 20 15 5
  Bolívia 18 18 4 6 8 21 33 -12
  Peru 16 18 4 4 10 14 25 -11
  Venezuela 16 18 5 1 12 18 44 -26
  Chile 12 18 3 3 12 15 27 -12

Primeiro turno

editar
28 de março de 2000 El Campín, Bogotá Colombia   0:0   Brasil
26 de abril de 2000 Morumbi, São Paulo Brasil   3:2 (2:1)   Ecuador
4 de junho de 2000 Nacional, Lima Perú   0:1 (0:1)   Brasil
28 de junho de 2000 Maracanã, Rio de Janeiro Brasil   1:1 (0:1)   Uruguay
18 de julho de 2000 Defensores del Chaco, Asunción Paraguay   2:1 (1:0)   Brasil
26 de julho de 2000 Morumbi, São Paulo Brasil   3:1 (2:1)   Argentina
15 de agosto de 2000 Nacional, Santiago Chile   3:0 (2:0)   Brasil
3 de setembro de 2000 Maracanã, Rio de Janeiro Brasil   5:0 (1:0)   Bolivia
8 de outubro de 2000 Pachencho Romero, Maracaibo Venezuela   0:6 (0:5)   Brasil

Segundo turno

editar
15 de novembro de 2000 Morumbi, São Paulo Brasil   1:0 (0:0)   Colombia
28 de março de 2001 Atahualpa, Quito Equador   1:0 (0:0)   Brasil
25 de abril de 2001 Morumbi, São Paulo Brasil   1:1 (0:0)   Perú
1 de julho de 2001 Centenario, Montevideo Uruguay   1:0 (1:0)   Brasil
15 de agosto de 2001 Olímpico, Porto Alegre Brasil   2:0 (1:0)   Paraguay
5 de setembro de 2001 Monumental, Buenos Aires Argentina   2:1 (0:1)   Brasil
7 de outubro de 2001 Couto Pereira, Curitiba Brasil   2:0 (0:0)   Chile
7 de novembro de 2001 Hernando Siles, La Paz Bolivia   3:1 (1:1)   Brasil
14 de novembro de 2001 Castelão, São Luís Brasil   3:0 (3:0)   Venezuela

Artilheiros

editar
8 gols
  Ronaldo Nazário
  • 5 gols
  Rivaldo
2 gols
  Antônio Carlos Zago
  Vampeta
  Edílson Capetinha
  Luizão
Ronaldo Gaúcho
1 gol

Assistências

editar
4 Assistências
3 Assistências
2 Assistências
1 Assistência

A Lista para a Copa

editar

Na véspera da Copa do Mundo FIFA de 2002 havia um clamor popular pela convocação de Romário. Pesquisa do Datafolha indicava que 69% dos torcedores queriam ver Romário na copa. O jogador foi visto almoçando com o presidente Ricardo Teixeira às véspera da convocação. [15] Até o então presidente da república Fernando Henrique Cardoso se manifestou publicamente a favor do atleta: "Eu sou Romário. Sobre isso não há dúvida. O resto eu não respondo. Romário, eu sou".[16]

Romário não foi chamado para a Copa do Mundo e Luiz Felipe Scolari se justificou mais tarde: "Eu fui convidado a ir ao Rio de Janeiro para uma determinada situação dentro da CBF e um almoço com o Ricardo Teixeira. No mesmo dia, o Romário tinha saído de uma reunião com o Ricardo. (...) Almoçamos e ele me disse: "Felipe escolhe seus jogadores, quem sabe da seleção é tu, que vai ser responsabilizado é tu". A decisão é sua. O Romário é um jogador que nos 20 metros finais é fantástico. Mas eu tinha que montar uma equipe com um pouco mais de movimentação e uma marcação mais forte. Para isso, não podia contar com o Romário. Na minha opinião eu precisaria de mais velocidade.".[17] Ricardo Teixeira teria ficado revoltado e não disponibilizou nenhum segurança para Felipão deixar a sede da CBF.[18] Um grupo de cinquenta manifestantes, com faixas e cartazes a favor da convocação de Romário, hostilizou o treinador e quase virou o táxi de Felipão.[19]

Rivaldo e Ronaldo Nazário tiveram sua presença questionada na Copa. Em maio de 2002, o Barcelona queria fazer uma cirurgia em Rivaldo alegando que rendia apenas a 40%, mas foi vetado pelo médico da seleção brasileira, José Luiz Runco.[20] Convocado em março, Ronaldo Nazário não atuava desde 23 de dezembro de 2001. Felipão justificou: "Se o Ronaldo jogar ou não na Inter, ele vem ao Brasil para fazer parte do grupo. Nós não temos um tempo longo para esperar a Inter decidir pela escalação do jogador".[21] Runco: "O Ronaldo já estava em condições de jogo, mas toda hora tinha problemas musculares. Nós tínhamos um jogo amistoso em fevereiro e o Ronaldo voltou ao Brasil. Foram 30 dias de trabalho. Nós tivemos uma falha em uma manhã. Ele não foi nessa manhã. Ele fazia trabalho três vezes por dia, de manhã, tarde e complementação à noite. No resto, ele se dedicou. O problema é que a Inter tinha um técnico argentino [Héctor Cúper], que tumultuou a vida do Ronaldo. Quanto ao Rivaldo, os quatro médicos do Barcelona queriam, queriam, que ele operasse. Nós bancamos. Mas na semana que ele iria se apresentar na seleção, ele torceu o joelho. Aí lá em Barcelona falaram que o Rivaldo estava fora da Copa. Aí eu disse: "olha, ele vai jogar." E foi o que aconteceu." [22]

O Brasil marcou amistosos no início de 2002 contra Bolívia, Arábia Saudita e Islândia visando realizar testes. Dos amistosos saíram jogadores com Kleberson, Anderson Polga, Gilberto Silva e Kaká.

Segundo Vampeta, Scolari teria conversado com ele, Alex e Roque Junior: "Vocês eu já conheço, quero testar aqueles cara lá. (..) [mas] os caras que o Felipão pôs para testar, só eles fizeram gols, porque só eles estão jogando, contra uma seleção baba, pegaram moral.". [23] Alex afirma que Felipão deu a entender que ele iria à Copa do mundo: "Eu joguei a maioria dos jogos, era um treinador que me conhecia, que em várias conversas deixou sempre a entender que eu participaria. Em um amistoso no Mato Grosso contra a Islândia, tive uma conversa com o Felipão no corredor, e aquela conversa me dava mais certeza de que eu jogaria o Mundial".[24]

Nome certo para a Copa, o meia Djalminha deu uma cabeçada no seu treinador, Javier Irureta, do La Coruña. Felipão justificou: “Fiquei muito dividido entre Djalminha e Kaká na lista final. A minha ideia era levar o Djalminha. Depois do episódio fiquei pensando: ‘Vou levar alguém que deu problema? Como os outros jogadores e a mídia vão interpretar?"[25] De acordo com Vampeta, Djalminha teria chegado bêbado à concentração da seleção em amistoso contra a Catalunha em maio de 2002 e cobrado Felipão: "Você convocar esse moleque [Kaká] e não me levar porque eu briguei com o treinador? Você não sabe o que eu passo com ele?".[26]

Esta foi a mais recente Copa do Mundo para a qual foram convocados mais jogadores atuando no Brasil do que no exterior.

Convocados

editar

Convocados no dia 07 de maio de 2002.[27][28]

Número Nome Posição Equipe
1 Marcos Goleiro   Palmeiras
2 Cafu   Lateral-direito   Roma
3 Lúcio Zagueiro   Bayer Leverkusen
4 Roque Júnior Zagueiro   Milan
5 Edmílson Volante e Zagueiro   Olympique Lyonnais
6 Roberto Carlos Lateral-esquerdo   Real Madrid
7 Ricardinho Meio-campista   Corinthians
8 Gilberto Silva Volante   Atlético Mineiro
9 Ronaldo Atacante   Inter de Milão
10 Rivaldo Atacante   Barcelona
11 Ronaldinho Gaúcho Meio-campista   Paris Saint-Germain
12 Dida Goleiro   Corinthians
13 Belletti Lateral-direito   São Paulo
14 Anderson Polga Zagueiro   Grêmio
15 Kléberson Volante   Atlético Paranaense
16 Júnior Lateral-esquerdo   Parma
17 Denílson Meio-campista   Real Betis
18 Vampeta Volante   Corinthians
19 Juninho Paulista Meio-campista   Flamengo
20 Edilson Atacante   Cruzeiro
21 Luizão Atacante   Grêmio
22 Rogério Ceni Goleiro   São Paulo
23 Kaká Meio-campista   São Paulo
DT Luiz Felipe Scolari Treinador

Campanha

editar

Na véspera da Copa, Emerson machucou o ombro em um rachão e foi cortado. Para o lugar dele, foi chamado Ricardinho. "Eu fiquei chateado. No jogo Brasil e Inglaterra eu já estava bom. (..) Eu era o capitão, tinha uma relação de confiança, o Felipão me conhecia desde os 17 anos de idade".[29]

O Brasil estreou derrotando, de virada, a Turquia, por 2 a 1, em jogo marcado pelo pênalti marcado em uma falta fora da área sofrida por Luizão, que caiu dentro da área tapeando o árbitro sul-coreano Kim Young-joo. Rivaldo converteu a cobrança. O pênalti deveria ser cobrado por Ronaldinho, mas Rivaldo assumiu a responsabilidade: "Pelo meu esquema, seria o Ronaldinho que deveria cobrar, mas na hora que ele pegou a bola, olhou para o banco. Quando você vê um jogador olhando para o banco, sabe que tem alguma coisa acontecendo. Na linguagem popular, ele estava todo cagado. Aí, o técnico pensa: 'ai, Jesus!' É nessa hora que aparecem as lideranças do grupo. O Rivaldo fez assim [gesto] Eu disse: 'é tu mesmo!'. Nesse momento, não é só o jogador que está cagado, o técnico também está".[30]

No segundo jogo, o Brasil goleou a China, que fazia sua estreia em mundiais, por 4 a 0. Na terceira partida, com o Brasil já classificado, Felipão poupou muitos titulares e a seleção aplicou nova goleada de 5 a 2 sobre a Costa Rica.

Nas oitavas, o Brasil superou a Bélgica por 2 a 0. O lance polêmico foi um gol anulado de Marc Wilmots. Em entrevista para a Gazeta em 2018, Wilmots declarou: "Para mim, não foi falta. A partir daí, nós da Bélgica, nos sentimos prejudicados. É claro que não podemos dizer que um gol aos 37 minutos de jogo, o que aconteceria depois, se o Brasil empataria ou não, mas isso muda tudo. A gente nunca vai saber".[31] Ronaldo declarou em 2022 para Tiago Leifert: "O jogo da Bélgica foi o mais difícil. Começamos levando um sufoco, os caras fizeram um gol anulado, a gente não tava bem no jogo, até que o Rivaldo encontrou uma genialidade.".[32] A partir desse jogo, Juninho Paulista deu lugar a Kleberson. Tostão analisou que "Havia poucos jogadores no meio-campo".[33]

Nas quartas de final, virada de 2 a 1 sobre a Inglaterra, com um jogador a menos, devido a expulsão de Ronaldinho Gaúcho. O gol da virada foi de cobertura de Ronaldinho, que negou ter sido sem querer: ""Eu já tinha reparado, quando a gente olhava os vídeos dos outros jogos, já analisava que o goleiro deles sempre ficava um pouco adiantado. Então, já veio a possibilidade ali. Junto com a sorte, acabou saindo aquele lindo gol".[34] Cafú afirmou que deu a dica: "Eu falei para ele que o Seaman (goleiro da Inglaterra) vivia adiantado. Quando eu jogava no Zaragoza (da Espanha), o Nayim (meia espanhol) fez um gol nele do meio de campo porque ele estava adiantado. Mas eu só dei um toque no Ronaldo, falando que ele estava sempre adiantado. Mas colocar a bola lá, do jeito que ele colocou, só o Ronaldinho mesmo".[35] O Brasil controlou o jogo. "A Inglaterra estava com medo do Brasil, mesmo com um mais", relata Cafu.[36]

Na semifinal, o Brasil superou a Turquia por 1 a 0. Ficou famoso o lance em que Denílson é perseguido por quatro turcos. Segundo Denílson: "Voltei pro hotel, a imprensa vindo falar comigo que eu tinha realizado a jogada da Copa do Mundo. E eu não dei muita importância. (...) A repercussão eu só fui me dar conta depois que parei de jogar, porque em qualquer lugar, evento ou trabalho as pessoas me perguntam sobre essa jogada. A imagem não sai da cabeça do torcedor.[37] O gol decisivo foi de Ronaldo em jogada individual semelhante a de Romário contra a Suécia na primeira fase da Copa de 1994. Segundo Ronaldo: "Foi um gol à la Romário, na única oportunidade que eu tive no segundo tempo".[38] Outro lance nostálgico, foi a troca de passes para a finalização de Cafu no segundo tempo. Cafu: "Eu quase faço um gol, e o Ronaldo falou, "nós iríamos repetir o Carlos Alberto e o Pelé em 1970", o Ronaldo rolou igualzinho o Pelé, mas eu dominei a bola e bati, e o goleiro tirou a bola de cotovelo, se eu tivesse chegado de primeira."[36]

Na final, vitória sobre a Alemanha por 2 a 0 com dois gols de Ronaldo. A Alemanha estava sem Michael Ballack, suspenso. O Brasil foi considerado o favorito para vencer a partida pelas casas de apostas. Felipão: "No último jogo, começaram a circular boatos de quem seria o artilheiro. Chamei os dois (Ronaldo e Rivaldo), conversei com eles, eles brincaram entre eles. Eram situações criadas para que se houvesse alguma coisa [estaria precavido]".[39]

Pela conquista do título, cada membro da comissão técnica recebeu um prêmio de US$ 100 mil estipulados pela CBF. Desde o atacante Ronaldo, artilheiro da Copa com oito gols, ao massagista Jorge Luís Domingos, o "bicho" pelo penta foi o mesmo. Os pentacampeões também receberam outros R$ 104.683,19 pela participação nos contratos da CBF com Globo, AmBev e Telemar, patrocinadoras da seleção.[40]

Audiências

editar

As partidas do Brasil fizeram mais de 60 pontos de Ibope na Grande São Paulo, apesar do horário de exibição (a partida contra a Costa Rica, jogada à tarde em Suwon, foi exibida no Brasil às 3:30 da madrugada, por exemplo). A final entre Brasil e Alemanha fechou com 67 pontos.[4] A emissora alcançou 91% de índice share, que registra o percentual de televisores sintonizados na emissora no horário da partida.

A estreia contra a Turquia alcançou 64 pontos. O terceiro jogo, contra a Costa Rica atingiu a menor audiência, com 56 pontos. Nas oitavas de final, contra a Bélgica rendeu 68 pontos de audiência. Contra a Inglaterra nas quartas registrou-se 65 pontos. O recorde de audiência ocorreu nos jogos do Brasil contra a Turquia na semifinal e na goleada por 4 a 0 sobre a China, na primeira fase, quando a emissora alcançou 69 pontos de média.[41] Já o recorde de share (participação de um canal sobre o total de aparelhos ligados num determinado momento) foi estabelecido durante o jogo Brasil 2 x 1 Inglaterra, pelas quartas-de-final - a partida teve início às 3h30 da madrugada pelo horário de Brasília. O "share" da Globo durante a partida foi de 94,2%. [42]

A reprise da final, exibida na tarde de domingo em 2020, pela TV Globo, bateu 21 pontos e 37% de participação, superior aos quatro domingo anteriores.[43]

Classificação

editar
Time Pts J V E D GF GC SG
  Brasil 9 3 3 0 0 11 3 8
  Turquia 4 3 1 1 1 5 3 2
  Costa Rica 4 3 1 1 1 5 6 -1
  China 0 3 0 0 3 0 9 -9

Primeira fase

editar
3 de Junho de 2002   Brasil 2 – 1   Turquia Munsu Cup Stadium, Ulsan
18:00
Ronaldo   50'
Rivaldo   87'
(Relatório) Şaş   47' Público: 33 842
Árbitro: Kim Young-Joo (  Coreia do Sul)
Brasil
Turquia
G 1 Marcos
Z 4 Roque Júnior
Z 3 Lúcio
Z 5 Edmílson
LD 2 Cafu  
LE 6 Roberto Carlos
V 8 Gilberto Silva
M 19 Juninho Paulista   72'
M 11 Ronaldinho   67'
A 9 Ronaldo   73'
M 10 Rivaldo
Substituições:
A 17 Denílson   73'   67'
M 18 Vampeta   72'
A 21 Luizão   73'
Técnico:
  Luiz Felipe Scolari
G 1 Rüştü Reçber
Z 5 Alpay Özalan    44', 86'
Z 16 Ümit Özat
Z 3 Bülent Korkmaz   66'
LD 4 Fatih Akyel   21'
V 8 Tugay Kerimoğlu   88'
LE 20 Hakan Ünsal     24', 90+4'
M 21 Emre Belözoğlu
A 10 Yıldıray Baştürk   66'
M 11 Hasan Şaş
A 9 Hakan Şükür (c)
Substitutions:
A 17 İlhan Mansız   66'
M 22 Ümit Davala   66'
A 6 Arif Erdem   88'
Tecnico:
  Şenol Güneş

8 de Junho de 2002   Brasil 4 – 0   China Jeju World Cup Stadium, Seogwipo
20:30
Roberto Carlos   15'
Rivaldo   32'
Ronaldinho Gaúcho   45'
Ronaldo   55'
(Relatório) Público: 36,750
Árbitro: Anders Frisk (  Suécia)
Brasil
China
G 1 Marcos
Z 3 Lúcio
Z 14 Anderson Polga
Z 4 Roque Júnior   69'
LD 2 Cafu  
LE 6 Roberto Carlos
V 19 Juninho Paulista   70'
V 8 Gilberto Silva
M 10 Rivaldo
A 9 Ronaldo   72'
M 11 Ronaldinho   25'   46'
Substituições:
A 17 Denílson   46'
M 7 Ricardinho   70'
A 20 Edílson   72'
Técnico:
  Luiz Felipe Scolari
G 22 Jiang Jin
Z 21 Xu Yunlong
Z 17 Du Wei
Z 14 Li Weifeng
LE 4 Wu Chengying
V 8 Li Tie
V 15 Zhao Junzhe
LD 18 Li Xiaopeng
M 9 Ma Mingyu (c)   62'
A 19 Qi Hong   66'
A 10 Hao Haidong   75'
Substituições:
M 3 Yang Pu   62'
M 6 Shao Jiayi   66'
A 16 Qu Bo   75'
Técnico:
  Bora Milutinović

13 de Junho de 2002   Costa Rica 2 – 5   Brasil Suwon World Cup Stadium, Suwon
15:30
Wanchope   39'
Gómez   56'
(Relatório) Ronaldo   10',   13'
Edmílson   38'
Rivaldo   62'
Júnior   64'
Público: 38,524
Árbitro: Gamal Al-Ghandour (  Egito)
Costa Rica
Brasil
G 1 Erick Lonnis (c)
Z 5 Gilberto Martínez   74'
Z 4 Mauricio Wright
Z 3 Luis Marín
LD 15 Harold Wallace   46'
V 8 Mauricio Solís   65'
V 6 Wilmer López
V 10 Walter Centeno
LE 22 Carlos Castro
A 9 Paulo Wanchope
A 11 Rónald Gómez
Substituição:
A 16 Steven Bryce   46'
A 7 Rolando Fonseca   65'
M 12 Winston Parks   74'
Técnico:
 Alexandre Guimarães
G 1 Marcos
Z 3 Lúcio
Z 14 Anderson Polga
Z 5 Edmílson
LD 2 Cafu     90+3'
LE 16 Júnior
V 19 Juninho Paulista   61'
V 8 Gilberto Silva
A 20 Edílson   57'
A 9 Ronaldo
M 10 Rivaldo   72'
Substituição:
M 15 Kléberson   57'
M 7 Ricardinho   61'
A 23 Kaká   72'
Técnico:
  Luiz Felipe Scolari

Segunda fase

editar

Oitavas de final

editar
17 de Junho de 2002   Brasil 2 – 0   Bélgica Wing Stadium, Kobe
20:30
Rivaldo   67'
Ronaldo   87'
(Relatório) Público: 40,440
Árbitro: Peter Prendergast (  Jamaica)
Brasil
Bélgica
G 1 Marcos
Z 3 Lúcio
Z 4 Roque Júnior
Z 5 Edmílson
LD 2 Cafu  
LE 6 Roberto Carlos   28'
V 19 Juninho Paulista   57'
V 8 Gilberto Silva
M 11 Ronaldinho   81'
M 10 Rivaldo   90'
A 9 Ronaldo
Substituições:
M 17 Denílson   57'
M 15 Kléberson   81'
M 7 Ricardinho   90'
Técnico:
Luiz Felipe Scolari
G 1 Geert De Vlieger
LD 15 Jacky Peeters   72'
Z 16 Daniel Van Buyten
Z 6 Timmy Simons
LE 5 Nico Van Kerckhoven
M 22 Mbo Mpenza
V 18 Yves Vanderhaeghe   24'
V 10 Johan Walem
M 8 Bart Goor
A 11 Gert Verheyen
A 7 Marc Wilmots (c)
Substituições:
A 9 Wesley Sonck   72'
Técnico:
Robert Waseige

Quartas de final

editar
21 de Junho de 2002   Inglaterra 1 – 2   Brasil Ecopa Stadium, Shizuoka
15:30
Owen   23' (Relatório) Rivaldo   47'
Ronaldinho Gaúcho   50'
Público: 47,436
Árbitro: Felipe Ramos Rizo (  México)
Inglaterra
Brasil
G 1 David Seaman
LD 2 Danny Mills
Z 5 Rio Ferdinand   86'
Z 6 Sol Campbell
LE 3 Ashley Cole   80'
M 7 David Beckham (c)
V 21 Nicky Butt
V 8 Paul Scholes   75'
M 4 Trevor Sinclair   56'
A 10 Michael Owen   79'
A 11 Emile Heskey
Substituições:
M 23 Kieron Dyer   56'
A 20 Darius Vassell   79'
A 17 Teddy Sheringham   80'
Técnico:
  Sven-Göran Eriksson
G 1 Marcos
Z 3 Lúcio
Z 5 Edmílson
Z 4 Roque Júnior
LD 2 Cafu  
LE 6 Roberto Carlos
V 15 Kléberson
V 8 Gilberto Silva
M 11 Ronaldinho   57'
M 10 Rivaldo
A 9 Ronaldo   70'
Substituições:
A 20 Edílson   70'
Técnico:
Luiz Felipe Scolari

Semifinal

editar
26 de Junho de 2002   Brasil 1 – 0   Turquia Saitama Stadium, Saitama
20:30
Ronaldo   49' (Relatório) Público: 61,058
Árbitro: Kim Milton Nielsen (  Dinamarca)
Brasil
Turquia
G 1 Marcos
Z 3 Lúcio
Z 4 Roque Júnior
Z 5 Edmílson
LD 2 Cafu  
V 15 Kléberson   85'
V 8 Gilberto Silva   41'
LE 6 Roberto Carlos
A 20 Edílson   75'
A 9 Ronaldo   68'
M 10 Rivaldo
Substituições:
A 21 Luizão   68'
M 17 Denílson   75'
LD 13 Belletti   85'
Técnico:
Luiz Felipe Scolari
G 1 Rüştü Reçber
LD 4 Fatih Akyel
Z 5 Alpay Özalan
Z 3 Bülent Korkmaz
LE 18 Ergün Penbe
M 8 Tugay Kerimoğlu   59'
M 22 Ümit Davala   74'
V 10 Yıldıray Baştürk   88'
M 21 Emre Belözoğlu   62'
A 11 Hasan Şaş   90'
A 9 Hakan Şükür (c)
Substituições:
A 17 İlhan Mansız   62'
M 13 Muzzy İzzet   74'
A 6 Arif Erdem   88'
Técnico:
Şenol Güneş
 Ver artigo principal: Final da Copa do Mundo FIFA de 2002
30 de Junho de 2002   Alemanha 0 – 2   Brasil International Stadium Yokohama, Yokohama
18:00
(Relatório) Ronaldo   67',   79' Público: 69,029
Árbitro: Pierluigi Collina (  Itália)
Alemanha
Brasil
G 1 Oliver Kahn (c)
Z 2 Thomas Linke
Z 5 Carsten Ramelow
Z 21 Christoph Metzelder
LD 22 Torsten Frings
V 8 Dietmar Hamann
V 16 Jens Jeremies   77'
LE 17 Marco Bode   84'
M 19 Bernd Schneider
A 11 Miroslav Klose   9'   74'
A 7 Oliver Neuville
Substituições:
A 20 Oliver Bierhoff   74'
A 14 Gerald Asamoah   77'
Z 6 Christian Ziege   84'
Técnico:
Rudi Völler
 
G 1 Marcos
Z 3 Lúcio
Z 5 Edmílson
Z 4 Roque Júnior   6'
LD 2 Cafu  
V 8 Gilberto Silva
V 15 Kléberson
LE 6 Roberto Carlos
M 11 Ronaldinho   85'
A 10 Rivaldo
A 9 Ronaldo   90'
Substituições:
M 19 Juninho Paulista   85'
M 17 Denílson   90'
Técnico:
Luiz Felipe Scolari

Artilharia[44]

editar