Canopus
Coordenadas: 06h 23m 57.10s, −52° 41′ 45.0″
Canopus[5] (pronunciação (PE) no AFI: /kɐnopu/) ou Canopeia[6] (FO 1943: Canopéia) (Canopus, α Car, α Carinae, Alpha Carinae) é a estrela mais brilhante da constelação de Carina e a segunda estrela mais brilhante no céu, com a magnitude aparente de −0,72.
Canopo / Canopeia | |
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Dados observacionais (J2000) | |
Constelação | Quilha (Carina) |
Asc. reta | 06h 23m 57,11s[1] |
Declinação | -52° 41′ 44,38″[1] |
Magnitude aparente | −0,74[1] |
Características | |
Tipo espectral | A9II[1] |
Cor (U-B) | 0,10[1] |
Cor (B-V) | 0,15[1] |
Astrometria | |
Velocidade radial | 20,3 km/s[1] |
Mov. próprio (AR) | 19,93 mas/a[1] |
Mov. próprio (DEC) | 23,24 mas/a[1] |
Paralaxe | 10,55 ± 0,56 mas[1] |
Distância | 310 ± 20 anos-luz 95 ± 5 pc |
Magnitude absoluta | −5,34 ± 0,13 (bolométrica)[2] |
Detalhes | |
Massa | 8,0 ± 0,3[2] M☉ |
Raio | 71 ± 4[2] R☉ |
Gravidade superficial | log g = 1,64 ± 0,05 cgs[2] |
Luminosidade | 10700[2] L☉ |
Temperatura | 6998[2] K |
Metalicidade | [Fe/H] = -0,04[3] |
Rotação | v sin i = 8,0 km/s[3] |
Idade | 40 milhões[4] de anos |
Outras denominações | |
Suhel, Suhail, Suhayl, Alpha Carinae, CPD-52 914, FK5 245, HR 2326, HD 45348, HIP 30438, SAO 234480.[1] | |
Detalhes astronômicos
editarCanopus é uma estrela supergigante branco-amarelada. Localizada no hemisfério celeste sul, com uma declinação de −52° 42' (2000) e uma ascensão reta de 06h24.0m, é visível do Polo Sul até o Meio-Oeste dos Estados Unidos e a costa africana do Mar Mediterrâneo.
Canopus está, segundo o satélite Hipparcos, a 310 anos-luz (96 parsecs) de nosso sistema solar (baseado na medida de paralaxe de 10,43 ± 0,53 arcseg). Antes de Hipparcos, a distância estimada da estrela tinha uma ampla variação que ia de 1200 anos-luz até próximo a 96 anos-luz; se os dados fossem corretos, Canopus seria uma das estrelas mais poderosas de nossa galáxia. Como é, ela é cerca de 20.000 vezes mais brilhante que o Sol. É muito mais luminosa , intrinsecamente, que a estrela solitária que parece brilhar mais que ela vista da Terra — Sirius que é apenas 22 vezes mais luminosa que nosso sol, e depende de estar muito mais próxima de nós para superar sua rival em magnitude aparente. Na realidade, para uma grande fração de estrelas nas proximidades da posição estelar, Canopus é a "estrela mais brilhante no céu".
A dificuldade em medir a distância de Canopus se deveu a sua incomum natureza. A classificação normal para Canopus é F0 Ia, e luminosidades classe F para supergigantes são raras e não bem entendidas; elas precisam ser estrelas no processo de evolução ou estarem longe do estado de gigante vermelha. Isto tornou difícil adivinhar qual a luminosidade intrinseca é ela e quão longe ela deve estar. Medição direta foi o único modo de resolver o problema, e como estava muito distante para ser feita pelas observações de paralaxe com base na terra, uma distância mais precisa teve que esperar até o surgimento da Era das explorações espaciais .
Papel na navegação
editarPara alguém vivendo no hemisfério norte, mas a uma distância suficiente para ver a estrela, ela serviu para indicar a posição do Pólo Sul. Isto naturalmente até que a bússola surgisse e se tornasse de uso comum.
Nos tempos modernos, foi achado outro uso de navegação para ela. Devido a seu brilho e posição fora do plano orbital de nosso sistema solar (o último ser em contraste a posição de Sírio), Canopus é frequentemente utilizada pelas sondas espaciais americanas para fins de navegação, usando uma câmera especial conhecida como uma "Canopus Star Tracker" em conjunto com uma "Sun Tracker".
Origens do nome
editarO nome "Canopus" tem duas derivações comuns, ambas listadas na mitologia estelar de Richard Hinckley Allen, Star Names: Their Lore and Meaning; que pode ser uma questão de conjectura. Uma vem da lenda da Guerra de Troia. Como a constelação Carina faz parte da agora obsoleta, gigantesca constelação de Argo Navis, que representava o navio utilizado por Jasão e os Argonautas, à estrela mais brilhante da constelação foi dado o nome do piloto do navio da lenda grega — Canopus foi o piloto do navio de Menelau em sua expedição para reaver Helena de Troia depois dela ter sido levada por Páris.
A outra etimologia do nome é que ele teria vindo do copta egípcio Kahi Nub ("Terra dourada"), referindo-se a cor avermelhada como ela aparecia no horizonte do Egito. Há também um antigo porto egípcio em ruínas, Canopus, que aparentemente deve ter recebido o nome da estrela, localizado na foz do Nilo; onde ocorreu a Batalha do Nilo.
Ou poderia ser que o piloto, do lendário rei espartano Menelau, recebeu este nome devido ao porto, e o porto tenha se chamado "Chão dourado" devido às valiosas cargas que passaram por ele e seu cais e os lucros conseguidos lá por seus comerciantes.
Canopus na bandeira brasileira
editarO estado de Goiás está representado na bandeira brasileira pela estrela Canopus.[7]
Outros dados
editarNa mitologia guanche da ilha de Tenerife (Espanha), a estrela Canopus estava ligada à deusa Chaxiraxi.[8]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k «alf Car -- Star». SIMBAD. Centre de Données astronomiques de Strasbourg. Consultado em 21 de agosto de 2017
- ↑ a b c d e f Cruzalèbes, P.; et al. (setembro de 2013). «Fundamental parameters of 16 late-type stars derived from their angular diameter measured with VLTI/AMBER». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 434 (1): 437-450. Bibcode:2013MNRAS.434..437C. doi:10.1093/mnras/stt1037
- ↑ a b Smiljanic, R.; Barbuy, B.; de Medeiros, J. R.; Maeder, A. (abril de 2006). «CNO in evolved intermediate mass stars». Astronomy and Astrophysics. 449 (2): 655-671. Bibcode:2006A&A...449..655S. doi:10.1051/0004-6361:20054377
- ↑ Ayres, Thomas R. (setembro de 2011). «The Curious Case of the Alpha Persei Corona: A Dwarf in Supergiant's Clothing?». The Astrophysical Journal. 738 (2): artigo 120, 7. Bibcode:2011ApJ...738..120A. doi:10.1088/0004-637X/738/2/120
- ↑ «Lista das Estrelas» (PDF). www.oal.ul.pt
- ↑ «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - Significado de canopo». www.priberam.pt
- ↑ «Anexo à Lei n. 8.421, de 11.5.92» (PDF). Casa Civil da Presidência da República. Consultado em 11 de agosto de 2020
- ↑ Rumeu de Armas, Antonio (1975). La Conquista de Tenerife (1494-1496). Santa Cruz de Tenerife: Cabildo Insular de Tenerife. ISBN 84-500-7108-9