Dívida governamental

Dívida governamental ou dívida pública descrevem o endividamento de qualquer divisão administrativa, desde uma vila até um país. A dívida do governo de um dado país também é chamada por vezes de dívida nacional. Pode ser categorizada como sendo uma dívida interna — quando o governo deve dinheiro a entidades do próprio país — ou externa — se se deve dinheiro para entidades de outros países que não o devedor. Em geral, a dívida pública é aquilo que o setor público deve aos bancos (como créditos bancários) e, principalmente, aos portadores de títulos públicos (que também podem ser de propriedade de bancos).

Relação "dívida pública/PIB" no mundo.

Os títulos públicos podem ter juros pré-fixados ou pós-fixados.[1] Nos títulos pré-fixados, os juros são definidos previamente ao lançamento ou são determinados nos leilões de venda. No caso de títulos pós-fixados, os juros dependem do comportamento futuro de outras variáveis, sendo que, no Brasil, dependem principalmente da taxa de juros para operações financeiras de curto prazo (a taxa SELIC, determinada pelo Banco Central do Brasil), mas também dos índices de inflação e da variação cambial.[1]

O sistema da dívida é um modo de acumulação com a utilização do instrumento de endividamento público às avessas, retirando recursos em vez de os aportar.[2] Segundo Karl Marx, a única parte da riqueza que é coletivizada é a dívida pública.[3] A democracia contemporânea ao invés de sanar a questão da dívida ajudou a eleva-la na Tunísia.[4] Segundo Maria Lúcia Fattorelli, o crédito da dívida foi mal usado e virou um "endividamento às avessas".[5] A China começou a se desenvolver ao dar calote nas suas dívidas durante o comunismo chegando a ser o principal credor do mundo.[6] A auditoria da dívida recolheu dados de rentistas nacionais e internacionais que ganharam valores monetários no século XXI.[7] O sistema da dívida tem fortalecido a destruição ambiental.[8] O sistema da dívida também é usado como uma estratégia de guerra.[9] Só nos Estados Unidos existem 30 milhões de pessoas abaixo da linha da miséria por conta desse sistema de dívida.[10]

Expressões sobre dívida pública

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Dados gerais

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Uma dívida deve permanecer estabilizada frente ao PIB. Este é, pois, o principal objetivo do ajuste das contas de um país. Com a estabilização, sabe-se que a inflação é eliminada ou reduzida.

Brasil

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 Ver artigo principal: Dívida pública do Brasil
  • Deficit nominal: Em 2005 = 3,28% do PIB;
  • Deficit nominal: Em 2009 = 3,34% do PIB;
Percentuais da dívida pública em relação ao PIB
Ano Dívida líquida
do setor público
Dívida líquida
do governo (geral)
Dívida bruta
do governo (geral)
2003 60,0%
2006 50,3% 60,0 %
2007 45,5% 44,4% 58,0%
2008 38,5% 38,8% 57,4%
2009 42,8% 43,3% 62,0%
2010 40,2% 40,7% 54,7%
2011 36,4%
2012 35,3%
2013 33,8%
2014 34,8%*
* Projeção
  • Despesas gerais: No primeiro semestre de 2006 houve um déficit, pois os gastos totais subiram 14%, contra um aumento das receitas de 11%.
  • Despesas específicas:
    • com os servidores público do Poder executivo: 4,9% do PIB (2006);
  • Dívida pública: 4,25% do PIB (2006)

Portugal

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 Ver artigo principal: Dívida pública de Portugal

Em relação à dívida pública portuguesa, houve dois períodos, desde princípios dos anos 90, em que a dívida pública de Portugal teve um crescimento acentuado. O primeiro foi no princípio do terceiro milénio; ou seja, a partir do ano 2000 a dívida pública portuguesa começa a ter um crescimento, que muitos economistas consideraram preocupante, que viria no seu entender a contribuir para criar no país uma crise estrutural. Todavia, o grande salto que se faz na dívida pública, em paralelo com o resto da Europa, é no período pós-2008, ou seja, após a crise internacional da Grande Recessão iniciada em 2008, que provocou a crise das dívidas soberanas.

 
Dívida pública de Portugal em % do PIB entre 1991 e 2018

Referências

  1. a b Alguns esclarecimentos sobre a dívida pública. Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI.
  2. FATTORELLI, Maria Lucia (org.). Auditoria Cidadão da Dívida Pública: experiências e métodos. Brasília: Inove, 2013., p. 13
  3. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política, livro I, volume II. Tradução de Reginaldo Sant’Anna. 17. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. 2001, v. II, p. 867
  4. «Dívida: a arma que permitiu à França apropriar-se da Tunísia». Esquerda 
  5. «O Brasil está parado, mas os bancos continuam lucrando». Correio da Cidadania 
  6. «Cómo el Sur ha pagado por las crisis del Norte y por su propia sumisión» 
  7. «CONFIRA OS GRÁFICOS DO ORÇAMENTO DE 2014» 
  8. «Arms, agribusiness, finance and fossil fuels: the four horsemen of the neoliberal Apocalypse». theecologist.org 
  9. «Are Vulture Funds A US Tool Against Argentina In An Energy War With Russia?». MintPress News. 24 de out. de 2014 
  10. «Breaking the Chains of Debt Peonage». Truthdig: Expert Reporting, Current News, Provocative Columnists 

Fontes

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Ligações externas

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