Hamadânidas

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 Nota: Não confundir com Hamádidas.
Hamadânidas
País:
Títulos: Emir
Fundador: Hamadã ibne Hamadune (868-874)
Último soberano: Abu Almali Xarife
Ano de fundação: 890
Ano de dissolução: 1004
Etnia: Curda

Os Hamadânidas (em árabe: حمدانيون‎; romaniz.: hamdānyūn) foram uma dinastia de emires árabes que reinou na Síria e no norte do Iraque entre 890 e 1004. Foi fundada por Hamadã ibne Hamadune, que lhe deu o nome e que foi nomeado governador da província de Mardin (atualmente parte da Turquia) em 890 pelos califas abássidas de Bagdade.

História

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A dinastia foi fundada por oficiais abássidas em 890, que se reclamavam descendentes da tribo cristã dos taglibitas. De tendência xiita, foram reconhecidos como emires pelo califa Almoctafi (r. 902–908). O seu nome provém de Hamadã, que em 868 combateu na Mesopotâmia Superior (em árabe: Jazira) no exército do califa Almutâmide.

 
Mapa dos territórios hamadânidas

A dinastia teve dois ramos, um com capital em Alepo, e outro com capital em Moçul. O Emirado de Moçul estendia-se pela região da capital e ao longo da margem esquerda do Rio Tigre, mas tentou expandir o seu poder no Azerbaijão e na Arménia a partir de 935. O Emirado de Alepo, que cobria a Síria do norte e a cidade de Diarbaquir, se bem que formalmente dependente do de Moçul, na prática era independente.

O membro mais célebre da dinastia foi Abedalá ibne Hamadã (ou Abu Alhaija), que foi nomeado governador abássida de Moçul em 905 e governador de Bagdade em 914. Em 929, Abedalá participou numa revolta conduzida pelo general Munis Almuzafar, que tinha como objetivo derrubar o califa Almoctadir e substituí-lo pelo seu irmão Alcair. Abedalá é morto quando tenta proteger Alcair.

O filho de Abedalá, Haçane (lacabe [epíteto]: Nácer Adaulá; "Defensor do Estado") estabeleceu a sua autoridade durante sete anos, de 929 a 936, sobre Jazira, a partir de Moçul. Para obter o título de Nácer Adaulá, manda assassinar o grande emir (emir de emires) ibne Raique. O seu irmão mais novo, Ali, obtém o título de Ceife Adaulá ("Espada do Estado"), mas por se ter revelado um tirano, é deposto por um membro da sua família. A vida do emirado de Moçul é muito precária, devido aos conflitos com os buídas e às ameaças dos bizantinos, que se enfrentaram com Ceife nas décadas de 930 e 940 (sob o comando de João Curcuas) e em 974 atacaram a Mesopotâmia. Além disso, os hamadânidas combateram contra os ucailidas (Banu Ucail) e os curdos maruânidas.

 
Cidadela de Alepo

Houve um líder hamadânida renegado — Tuzum — que na prática chegou a governar o Califado Abássida em 942, mas apenas durante um ano, antes de ser destituído pelos seus oficiais. Durante a domínio de Tuzum em Bagdade, o califa Almutaqui esteve refugiado em Moçul.

O emirado de hamadânida de Moçul não sobreviveu à morte do seu líder Abu Taglibe. Em 1002, os hamadânidas são derrotados pelos bizantinos, que conquistam Antioquia e posteriormente também Alepo. Em 1004, são depostos pelo Califado Fatímida.

Legado

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Os dois emirados hamadânidas acolheram e protegeram numerosos poetas e filósofos, como Almotanabi e Abu Firas Hamadani, este último ele próprio um hamadânida. Esta forma de mecenato intelectual contribuiu notavelmente para o prestígio da dinastia.

Emires hamadânidas

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Emires de Jazira (Mesopotâmia Superior, Moçul)   Emires de Alepo

Banu Lulu

Notas

Bibliografia

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  • Bousquet-Labouérie, Christine , , édition . Initiation à l'islam des origines VIIe siècle et XIe siècle (em francês). [S.l.]: Ellipses 
  • Maxime, Rodinson. Les Arabes (em francês). [S.l.]: Quadrige 
  • Sourdel-Thomine, Janine; Sourdel, Janine; Sourdel, Dominique (2004). Dictionnaire historique de l'islam (em francês). Paris: Presses universitaires de France. 1028 páginas. ISBN 9782130545361