Kanátyo Pataxó
Kanátyo Pataxó, também conhecido por Salvino dos Santos Braz, é um educador, escritor, compositor e líder indígena brasileiro, de etnia pataxó. É considerado um dos pioneiros no resgate da língua e dos costumes pataxós, a partir da década de 1980.[2]
Kanátyo Pataxó | |
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Nome completo | Kanátyo Pataxó |
Nascimento | 21 de junho de 1961[1] Aldeia Barra Velha, Caraíva, Bahia Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Educador, escritor, compositor e ativista |
Biografia
editarNascido na aldeia Barra Velha, Caraíva, Kanátyo Pataxó relata que desde criança se interessou em pesquisar as "coisas da natureza" e a cultura do seu povo. Nos anos de 1960 e 1970, os pataxós do sul da Bahia ainda estavam se recuperando do que chamam de "Fogo de 51", quando foram vítimas de um massacre provocado por disputa de terras, e iniciaram uma diáspora que duraria décadas.[3]
Em 1980, nova demarcação de terras efetuada pela FUNAI, por pressão do regime militar, aumentou as tensões na região e, quatro anos depois, resultou na partida de Kanátyo Pataxó e seu grupo para a Terra Indígena Fazenda Guarani, em Carmésia, Minas Gerais. Ali, onde já estavam assentados outros grupos pataxós, os recém-chegados tiveram uma adaptação difícil por serem considerados mais tradicionalistas, o que os levou a mudarem-se novamente, desta vez para a aldeia Muã Mimatxi em Itapecerica, centro-oeste mineiro.[3]
Em Muã Mimatxi, Kanátyo desenvolveu o projeto "A Caminho do Mar", um trabalho de intercâmbio cultural entre os pataxós de Minas Gerais e os de Barra Velha e aldeias próximas, no sul da Bahia. Em 2007, a iniciativa recebeu o Prêmio Culturas Indígenas, uma iniciativa do MinC e da Petrobras.[4]
O trabalho de resgate da língua pataxó, realizado por Kanátyo, resultou na gravação de um CD em 2012, onde ele canta músicas (em português, embora também tenha composto em pataxó). Todavia, é de se notar que para Kanátyo, a "verdadeira" língua pataxó seria a maxacali, do mesmo tronco linguístico Macro-jê.[3]
Kanátyo é licenciado pelo Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas, da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG). Em 2023, recebeu um título de Doutor em Educação por Notório saber, da mesma instituição federal de ensino superior.[5]
Obras
editar- Txopai e Itôhã (1997)
Referências
- ↑ Mara Vanessa Fonseca Dutra (2012). «KANATYO PATAXÓ: UM ARTISTA INDÍGENA CRIADOR DE MUNDO E PRODUTOR DE SONHOS» (PDF). História Oral. Consultado em 29 de abril de 2024
- ↑ «Pataxó». Instituto Socioambiental. 25 de janeiro de 2021. Consultado em 29 de abril de 2024
- ↑ a b c Dutra, Mara Vanessa Fonseca (2013). Arte e identidade em caminhos territoriais: a trajetória de Kanatyo Pataxó (PDF) (Tese). Salvador: Universidade Federal da Bahia (UFBA). Consultado em 29 de abril de 2024
- ↑ Karla Cunha Pádua (2020). «A Formação Intercultural em Narrativas de Professores/as Indígenas» (PDF). BRazil Publishing. Consultado em 29 de abril de 2024
- ↑ Ruleandson do Carmo (8 de fevereiro de 2022). «Educação e ciência são aliadas da luta indígena». UFMG. Consultado em 29 de abril de 2024
Ligações externas
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