"Polythene Pam" é uma canção da banda de rock inglesa The Beatles, do álbum Abbey Road, de 1969. Escrita por John Lennon e creditada a Lennon–McCartney, é a quarta música do medley do segundo lado do álbum. Os Beatles gravaram a faixa em julho de 1969 como uma peça contínua com "She Came In Through the Bathroom Window", que a segue no medley.

"Polythene Pam"
Polythene Pam
Canção de The Beatles
Lançamento 26 de setembro de 1969 (1969-09-26)
Formato(s) LP
Gênero(s) Rock experimental
Duração 1:12
Idioma(s) Inglês
Gravadora(s) EMI, Londres
Composição Lennon/McCartney
Produção George Martin

A canção foi escrita por Lennon enquanto estava na índia, baseado em um evento que teve com uma mulher em Jersey e está ligada musicalmente à música anterior "Mean Mr. Mustard", já que as duas tocam juntas sem pausa.

Em 2004, a Royal Chemistry Society escolheu a música para comemorar a síntese do polietileno, na ocasião uma "Polythene Pam", vestida com um filme de polietileno, estava presente, ocasião em que uma placa foi oferecida pela Royal Chemical Society, em Winnington.[1]

Antecedentes e composição

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John had a bit called ‘Polythene Pam’ which was based on a girl he’d met a long time ago through the poet Royston Ellis, a friend of ours from Liverpool. We’d re-met him down South when we got out on tour, somewhere like Shrewsbury – he just showed up at the gig. John had gone out to dinner with him and back to his flat afterwards, and there was a girl there who apparently had polythene around her. He came back with all these tales about a girl who dressed in polythene: ‘Shit! There was this chick and it was great…’ and we thought, ‘Oh, wow!’ Eventually he wrote the song.
— Paul McCartney, no livro The Beatles Anthology

Lennon escreveu "Polythene Pam" durante a estadia dos Beatles na Índia em 1968. A música foi gravada como uma demo na casa de George Harrison em Kinfauns antes das sessões. A demo foi lançada posteriormente no Anthology 3 e na edição superdeluxe de 2018 do Álbum branco. Lennon descartou a música, junto com "Mean Mr. Mustard", no The Beatles Anthology como "uma porcaria que escrevi na Índia".[2][3][4][5]

Em 1980, Lennon disse sobre Polythene Pam que era ele lembrando de um pequeno evento com uma mulher em Jersey, e um homem que era "a resposta da Inglaterra para Allen Ginsberg". Lennon o conheceu quando estava em turnê, ele o levou de volta para seu apartamento, Lennon tinha uma garota e esse homem tinha uma que ele queria que eu conhecesse. Ele disse que ela se vestia de polietileno e "o que ela fez". Ela não usava botas de cano alto e kilts, Lennon disse que "apenas meio que elaborei. Sexo pervertido em uma bolsa de polietileno. Apenas procurando algo para escrever."[6] "A resposta da Inglaterra para Allen Ginsberg" refere-se a Royston Ellis, um escritor inglês que Lennon conhecia de quando os Beatles tocavam no Cavern Club.[7] Ele também descreveu a inspiração para a música como uma "mítica faxineira de Liverpool vestida com suas botas e kilt".[8] A canção é cantada com um forte sotaque "Scouse" de Liverpool.[9]

O nome "Polythene Pam" veio do apelido de uma antiga fã dos Beatles da época do Cavern Club, chamado Pat Hodgett, que costumava comer polietileno e ficou conhecida como "Polythene Pat". [10] Ela disse em uma entrevista: "Eu costumava comer polietileno o tempo todo. Eu o amarrava em nós e depois o comia. Às vezes eu até o queimava e depois o comia quando esfriava."[10]

Gravação

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Polythene Pam possui um pequeno erro de execução da banda. Durante as gravações, McCartney se empolgou e exagerou um pouco no glissando, técnica em que o baixista desliza os dedos entre as notas. Ao perceber a falha, McCartney quis regravar a linha de baixo da canção, mas os membros da banda acharam o erro ótimo e pediram para o músico deixá-lo na faixa. Starr também cometeu um deslize durante as gravações, porém que foi corrigido. De acordo com Emerick, a decisão do baterista não foi nada simples, pois foi preciso gravar a percussão separadamente para depois colocá-la na faixa.[11]

Posicionamento no Abbey Road

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John Lennon, compositor da faixa, em 1974.

No álbum Abbey Road, a música está ligada musicalmente à música anterior "Mean Mr. Mustard", já que as duas tocam juntas sem pausa. As duas músicas também estão ligadas narrativamente, já que "Mean Mr. Mustard" menciona que o personagem-título Mustard tem uma irmã chamada Pam. O verso que começa com "His sister Pam" na música era originalmente "His sister Shirley", mas Lennon o alterou para contribuir com a continuidade do medley do lado dois de Abbey Road. A música "Her Majesty" foi originalmente definida entre "Mean Mr. Mustard" e Polythene Pam. Polythene Pam então segue para a música seguinte, "She Came In Through the Bathroom Window".[12]

Os Beatles gravaram a faixa básica de Polythene Pam e "She Came in Through the Bathroom Window" no EMI Studios em Londres em 25 de julho.[13] A formação era Lennon no violão de 12 cordas, Harrison na guitarra solo, Paul McCartney no baixo e Ringo Starr na bateria.[14] Lennon cantou um guia vocal fora do microfone em sua música, enquanto McCartney fez o mesmo em "She Came in Through the Bathroom Window".[14] Durante o solo de guitarra em "Polythene Pam", Lennon gritou palavras de encorajamento ("Fab! Isso é ótimo! Muito bom, isso. Muito bom..."), algumas das quais aparecem na gravação finalizada.[15] Em sua descrição da música, o autor Ian MacDonald compara os acordes "massivos" de abertura da guitarra acústica de Lennon aos de "Pinball Wizard" do Who, que era um single na época.[16]

A banda realizou overdubs na faixa em 28 de julho, embora muitas dessas contribuições, como piano e piano elétrico, tenham sido posteriormente cortadas.[17] A gravação foi concluída em 30 de julho,[18] quando os overdubs finais de vocais, guitarra e percussão foram gravados.[17] Isso incluía uma segunda parte de guitarra solo de Harrison, tocando as notas descendentes (acompanhando o "Ouça isso agora. Oh, cuidado! Aqui ela..." falado por Lennon) no início de "She Came in Through the Bathroom Window".[19]

Músicos

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De acordo com Walter Everett,[20] exceto quando indicado:

Referências

  1. «Canção dos Beatles, "Polythene Pam", inspira a Royal Chemical Society na comemoração da síntese do polietileno.». Laboratório de Química do Estado Sólido. 2005. Consultado em 2 de outubro de 2024 
  2. Turner, Steve (2005). A Hard Day's Write: The Stories Behind Every Beatles Song (3rd ed.). New York: Harper Paperbacks. ISBN 0-06-084409-4.
  3. «Beatles in India». www12.senado.leg.br. Consultado em 2 de outubro de 2024 
  4. «Polythene Pam (song)». The Paul McCartney project (em inglês). Consultado em 2 de outubro de 2024 
  5. «THE BEATLES / POLYTHENE PAM - BATHROOM WINDOW / TAKE 40 MIXED ISOLATED / ABB...». Podomatic. Consultado em 2 de outubro de 2024 
  6. Sheff, David (2000). All We Are Saying. St. Martin's Griffin, ISBN 0-312-25464-4, p. 203
  7. Turner, Steve (1994). A Hard Day's Write, the story behind every Beatles' song. [S.l.]: HarperCollins. ISBN 0060844094 
  8. The Illustrated Beatles Lyrics ISBN 978-0-316-64131-9 p. 197
  9. Miles, Barry (2001). The Beatles diary. Volume 1: The Beatles years. Omnibus press London.ISBN 0-711-98308-9 p. 356
  10. a b Turner, Steve (2003). «Abbey Road». A Hard Day's Write 9 ed. [S.l.]: HarperResource. ISBN 0-062-73698-1 
  11. Redação (16 de janeiro de 2020). «Por que os Beatles lançaram o disco Abbey Road com erros propositais?». Rolling Stone Brasil. Consultado em 2 de outubro de 2024 
  12. The Complete Beatles Chronicle ISBN 978-1-851-52975-9 p. 327
  13. Lewisohn, Mark (2005) [1988]. The Complete Beatles Recording Sessions: The Official Story of the Abbey Road Years 1962–1970. London: Bounty Books. ISBN 978-0-7537-2545-0 
  14. a b Lewisohn 2005, p. 182.
  15. Winn 2009, pp. 310–11.
  16. MacDonald, Ian (2005). Revolution in the Head: The Beatles' Records and the Sixties (Second Revised ed.). London: Pimlico (Rand). ISBN 1-84413-828-3. 1997, p. 319.
  17. a b Winn 2009, p. 310.
  18. Lewisohn 2005, p. 183.
  19. Everett 1999, p. 267.
  20. Everett, Walter (1999). The Beatles as Musicians: Revolver Through the Anthology. New York, NY: Oxford University Press. pp. 266–67. ISBN 0-195-12941-5 
  21. Winn, John C. (2009). That Magic Feeling: The Beatles' Recorded Legacy, Volume Two, 1966–1970. New York, NY: Three Rivers Press. ISBN 978-0-307-45239-9