Ponto de fuga
O ponto de fuga é um ente do plano de visão, que representa a interseção aparente de duas, ou mais, retas paralelas, segundo um observador num dado momento. Ele também pode ser chamado apenas de fuga.[1]
Representação gráfica
editarNa figura 1 encontram-se representados os seguintes elementos do sistema projetivo:[2]
- o observador (Point View),
- a reta de fuga (linha do horizonte), que contêm os pontos de fuga Fq e Fs, e determinam a altura do observador em relação ao plano de terra,[3]
- o plano de visão, formado pelo observador (PV) e pelos pontos de fuga Fq e Fs,
- o plano do quadro (plano vertical), formado pelo ponto Fq, ou Fs,' e pela linha de terra ('LT),
- o plano de terra (conhecido também como geometral), determinado, no exemplo, pelas retas q e s.
Aplicações na perspectiva
editarPerspectiva com um ou dois pontos de fuga
editarNesses processos de perspectiva, os pontos de fuga estão situados na reta de fuga (linha do horizonte), que é o resultado da interseção entre o plano de visão (que contém o observador) e o quadro,[1] como consequência, todos os pontos de fuga[nota 1], destes tipos de perspectiva, estão situados na LH.[4]
O Teorema de Desargues demonstra a colinearidade dos pontos de fuga.
Perspectivas com três pontos de fuga
editarOs sistemas com três pontos de fuga foram criados por diferentes motivos e para aplicações diferentes. O terceiro ponto de fuga pode ser:
- vertical, que surge da necessidade de representar as retas verticais como elementos convergentes do campo visual (por se afastarem do observador). Este sistema também é utilizado para situações em que os objetos têm o eixo principal oblíquo em relação ao quadro;[5]
- inclinado, que é uma variação do ponto de fuga vertical, e é utilizado quando o observador está descentralizado;[5]
Como consequência geométrica da Teoria das projeções, a perspectiva com três pontos de fuga tem sempre dois pontos na linha do horizonte e o terceiro, referente às alturas, fora dela.[3]
Perspectivas quadridimensionais
editarOs sistemas de perspectiva quadridimensional são usados para representar a síntese do que é visto por um observador em movimento. O processo admite múltiplos pontos de fuga, bem como múltiplas linhas do horizonte.[6] Neste sistema, os pontos de fuga estão situados nas linhas do horizonte.[7]
Perspectivas paralelas
editarNos processos de perspectiva paralela, como: cavaleira, isométrica, dimétrica e trimétrica os pontos de fuga estão situados no infinito, sendo, portanto, pontos impróprios.[1][8]
Ver também
editarNotas
editar- [nota 1] ^ Na perspectiva com um ponto de fuga, ao considerar as fugantes o eixo da profundidade, os demais eixos, da largura e da altura, resultam em feixes de retas paralelas no quadro (ponto impróprios). Na perspectiva com dois pontos de fuga, ao considerar que as fugantes representem a largura e a profundidade, o eixo das alturas é representado por um feixe de retas paralelas no quadro (ponto impróprio).[3]
Referências
- ↑ a b c Machado, Ardevan, Perspectiva. Ed. Grêmio Politécnico, São Paulo: 1983.
- ↑ Gill, Robert W. (1989). Desenho de perspectiva. [S.l.]: Colecção Dimensões. 115 páginas. p. 24
- ↑ a b c Castro, Carlos Pereira de, Curso de Desenho (Vol. 1), Escola de Engenharia Mauá, 1986.
- ↑ White, Gwen (1990). Perspectiva. Lisboa: Editorial Presença. p. 17 Trad. Conceição Jardim e Eduardo Nogueira
- ↑ a b GILL, 1989, p. 85.
- ↑ Design 24 Horas, Perspectiva quadridimensional, acessado em 08 de novembro de 2014.
- ↑ Katiki, Androniki. Featured Artists Vol IV. Winchester: Mediaplan Publisher, 2013. ISBN 9789609877466 (pp. 20-23).
- ↑ French, T. E. & Vierck, C. J.. Desenho técnico e Tecnologia Gráfica. [S.l.]: Globo, 1985. p. 313.
Bibliografia
editar- Cavallin, José (1976). Perspectiva Linear Cônica 2 ed. Curitiba: A. M. Cavalcante. p. 7
- Smith, Richard Somers (1864). A Manual of Linear Perspective. Perspective of Form, Shade and Shadow, and Reflection (em inglês). [S.l.]: J. Wiley. p. 39