Saoshyant
Saoshyant (em avéstico: 𐬯𐬀𐬊𐬳𐬌𐬌𐬀𐬧𐬝, transl. Saoš́iiaṇt̰) ou soshan (em persa médio: Sōšān)[1] é um termo avéstico significando "aquele que trará benefício",[carece de fontes] utilizado particularmente para uma figura escatológica que traz o Frashokereti no fim dos tempos. Originalmente um termo zoroastrista, também é usado pela fé Baha'i.
No zoroastrismo
editarNome comum
editarNos Gatas, o termo Saoshyant é utilizado como substantivo comum para referir-se à missão profética para com seus seguidores, que "trará benfício" à humanidade, enquanto no Avestá denota genericamente líderes religiosos, incluindo o próprio Zaratustra,[2] que se refere a si próprio desta maneira.[1] O nome airyaman ("membro da comunidade"), conversivamente, é um epíteto do saoshyant, enquanto o epíteto da figura salvadora é astvat-әrәta, "contendo justiça" ou "verdade encarnada".[3][4] Durante o período aquemênida esta ideia ampliou-se no sentido da crença em três Saoshyants. Cada um deles nascerá de uma semente do profeta Zaratustra deposta no lago Kasaoya. Uma virgem chamada Eredat-fedhri tomará banho neste lago, ficará grávida e dará à luz o salvador. Cada um dos saoshyant surge num período em que as pessoas começaram a esquecer a mensagem de Zaratustra (a "Boa Religião"). O primeiro, chamado Ukhshyat-ereta, surgirá mil anos após Zaratustra, sendo responsável pela renovação da mensagem do profeta; mil anos depois aparecerá o seu irmão, Ukhshyat-nemah, e por último o mais importante de todos, Astvat-erat, que dará início ao fim do mundo. [carece de fontes]
Personagem
editarSaoshyant aparece pela primeira vez como um nome próprio no Avestá, especificamente em Iaste 13:129.[5] Apesar de a tradição iraniana crer em uma série de saoshyant, desenvolveu-se a crença de que no fim dos tempos um último teria a missão de administrar julgamento, destruir os maus, ressuscitar os bons e executar um último sacrifício do touro Hatayosh, recebendo uma bebida da imortalidade a ser administrada aos seus seguidores.[6][7]
Em outras religiões
editarAlguns afirmam que é possível que o conceito de Saoshyant tenha influenciado a ideia do Messias no Judaísmo. Alega-se que esta influência possa ter ocorrido durante o período do cativeiro dos judeus na Babilônia, já que é comumente aceito por especialistas o fato de a Torá ter sido escrita no século VI a.C.[carece de fontes]
A tradição Baha'i acredita que as profecias do saoshyant teriam sido cumpridas na pessoa de Bahá'u'lláh, enquanto dois prefiguradores, também previstos pela tradição zoroastriana, seriam Maomé e Báb.[8][9]
Referências
- ↑ a b Malandra 2013.
- ↑ Boyce 1975, p. 234.
- ↑ Boyce 1975, p. 282.
- ↑ Dhalla 1938, p. 165.
- ↑ Dhalla 1938, p. 108.
- ↑ Tchunakovoi 1997, p. 308.
- ↑ Eliade 2017, pp. 272-273.
- ↑ Kazemi 2013, p. 104.
- ↑ Khianra & Stiles 2000, p. 368.
Bibliografia
editar- Boyce, Mary (1975). A History of Zoroastrianism. 1. Leiden: Brill. ISBN 9004043195
- Boyce, Mary (2002). Zoroastrians: Their Religious Beliefs and Practices. Nova Iorque: Routledge
- Eliade, Mircea (2017). Istoria very i religioznykh idei. 2. Moscou: Akademitcheski proekt
- Kazemi, Farshid (2013). «Celestial Fire: Bahá'u'lláh as the Messianic Theophany of the Divine Fire in Zoroastrianism». Irfan Colloquia. 14. pp. 45–213
- Khianra, Dipchand; Stiles, Susan Manek (2000). «Zoroastrianism». In: Smith, Peter. A concise encyclopedia of the Bahá'í Faith. Londres: Oneworld Publications. pp. 368–369. ISBN 1851681841
- Malandra, William (2013). «Saošyant». Encyclopedia Iranica
- Tchunakovoi, O.M., ed. (1997). «Maly Bundakhisn». Zoroastriiskie texty. Moscou: Vostotchnaia literatura RAN