Sinara Rúbia Ferreira (Raposo, Itaperuna, 4 de julho de 1976) é uma escritora brasileira de livros infantis, educadora, contadora de histórias e mestra em Relações étnico-raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ).[5][1][4], Pós graduanda em História da África e Diáspora Atlântida. Pesquisadora nas áreas de Literatura Infantojuvenil Negra e Contação de Histórias de Inspiração Griô. Também é educadora, escritora e instrutora nas áreas de arte e cultura e escritora de Literatura Infantojuvenil Negra. Trabalhou e compôs grupos, projetos e organizações que atuam nas áreas de Direitos Humanos, Combate ao Racismo e à Violência de Gênero, Desenvolvimento Territorial e Geração de Renda. Consolidou sua experiência na criação e produção ao atuar em diversas funções na 0execução de projetos sociais/culturais como coordenação, mediação, facilitação, tutoria, consultoria técnica (administrativa ou artística),planejamento administrativo, plano de negócios, e na própria Produção. Integrou a equipe de Coordenação da Agência de Redes para Juventude, fez parte da gestão de grupos culturais que realizam ações com diversas linguagens artísticas. Foi Assessora de Práticas Antirracistas, SMC/RIO e Gerente de Livro e Leitura, SMC/RIO. Atualmente é Diretora-Presidente do MUHCAB/RIO ( Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira

Sinara Rúbia
Nascimento 4 de julho de 1976
Raposo, Itaperuna, Rio de Janeiro[1][2]
Nacionalidade brasileiro
Filho(a)(s) Sara[3]
Alma mater Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)[4]

Biografia

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Nascida no interior do estado do Rio de Janeiro, no pequeno povoado de Raposo, uma das estâncias hidrominerais mais procuradas no estado como destino turistico; que é distrito da cidade de Itaperuna.[6][2]

Em 2001, ao tentar apresentar referências literárias negros para sua filha percebeu a escassez do tema na literatura nacional brasileira. Daí teve a ideia de criar a história da personagem ficcional Alafiá, uma princesa guerreira negra do Reino do Daomé.[1][3][2]

Tendo que apresentar um Trabalho acadêmico para concluir o curso de letras-Português/Literatura da Universidade Estácio de Sá, no campus de Petrópolis, optou por um pesquisa de campo com meninas negras de 5 a 12 anos. Sua monografia teve objetivo analisar como o universo da literatura infantil influenciava na construção da identidade de uma criança negra com a presença hegemônica de personagens brancos com biotipo europeu.[1][7][8][3] Concluiu que a literatura infantil só com personagens brancos dos contos de fadas impactava a construção da identidade das crianças negras. Segundo a professora, com as entrevistas, ela percebeu que com essa ausência, somada a outros mecanismos de imagens como a televisão, as bonecas e os brinquedos, a literatura legitimava a presença desqualificada que contribuía no processo de branqueamento e negação negra.[9]

Usando referências negras e correlacionando com a Diáspora africana e seus efeitos na construção da sociedade brasileira, em 2007 escreveu o primeiro conto; que narra a história da princesa Alafiá, escrito após a conclusão de sua monografia.[1] [10]

Com o objetivo de fazer uma representação mais real, para a criação de Alafiá, Sinara entrevistou meninas negras integravam o sistema público de ensino da cidade de Petrópolis.[7] Durante as entrevistas, percebeu que as crianças preferiam algo próximo ao biótipo físico delas.[3]

Participa da Festa Literária das Periferias em 2018, realizando apresentações artísticas sobre a cultura afro-brasileira.[11]

A partir do conto Alafiá feito anteriormente, em 2019, publica o livro ilustrado Alafiá, a princesa guerreira negra, publicado pela Editora Nia e ilustrado por Valéria Felipe, que foi lançado em 15 de junho em um evento no MAR — Museu de Arte do Rio.[1][8][3] No dia 2 de setembro do mesmo ano participa da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, como uma das palestrantes da Roda de Conversa com contação de história "A urgência da literatura negra na contemporaneidade"[12] Seu livro também foi lançado durante a Festa Literária Internacional de Paraty, além disso realizou contação de histórias negras.[13]

Em 2020, em parceria com o ilustrador Renato Cafuzo, Sinara Rúbia lançou a coleção Griôs da Tapera composta por de quatro livros que tem como inspiração histórias e relatos de griôs do Quilombo da Tapera, localizado no Vale do Cuiabá, em Itaipava, município de Petrópolis.

Sinara Rúbia ministra cursos por todo o Brasil para professores, educadores, artistas e estudantes sobre a história negra e literatura infanto-juvenil, além de ser a contadora de histórias da Central Única das Favelas (Cufa).[1] Ainda coordena a gestão de alguns grupos culturais como Sinara Rubia Cultura, Grupo Cultural Vozes da África, Grupo Cultural Balé das Iyabas, Movimento As Panteras Negras, entre outros.[8] Ministra cursos de Contação de História e Literatura Infantojuvenil Negra, e é criadora do Grupo Ujima, um coletivo que reúne contadores formados nesses cursos[5]

Principais obras infantis

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  • Alafiá, a princesa guerreira
  • As Pedras da Tapera
  • Dona Sebastiana e Como Tudo Começou
  • Tapera Encantada
  • Como Proteger as Crianças e Faze-las Crescerem Fortes. O dia em que descobri o que é o axé!

Prêmios

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  • 2015: Moção Honrosa - Reconhecimento pela luta da Igualdade Racial. Prefeitura de Petropolis.
  • 2007: Prêmio Mostra de Teatro de Petrópolis , com a performance Ton Ogbon. Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis.
  • 2007: Prêmio Especial Literário do site do Poeta Lima Coelho - Publicação do Conto A Princesa Alafiá, na Revista EPARREI da casa da Cultura da Mulher Negra; São Paulo. Cultura da Mulher Negra; São Paulo.
  • 2006: Prêmio Mostra de Teatro de Petrópolis, com a performance poética Navio Negreiro. Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis.

Referências

  1. a b c d e f g PERROTA JR., Fábio (17 de junho de 2019). «Obra retrata princesa negra guerreira para ser referência na literatura. Livro de professora conta a história de Alafiá contra a escravidão». Rio de Janeiro: jornal O Dia. Consultado em 18 de julho de 2020 
  2. a b c SINARA, Rúbia (2019). Alafiá, a princesa guerreira negra. Rio de Janeiro: Nia Prodições Literárias. p. 27. ISBN 9786580584000 
  3. a b c d e BRASIL, Cristina Índio do (21 de junho de 2019). «Professora escreve livro sobre princesa guerreira quilombola». Portal UOL. Consultado em 18 de julho de 2020 
  4. a b Plataforma Lattes. «Sinara Rúbia». Consultado em 12 de julho de 2020 
  5. a b BRASIL, Cristina Índio do (14 de março de 2020). «Coleção Griôs da Tapera fala sobre ancestralidade, saberes e identidades negras. A coleção de quatro livros traz uma narrativa repleta de sentimento e emoção». Brasília: Portal Agência Brasil, Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Consultado em 18 de julho de 2020 
  6. Mapa de Cultura do Estado do Rio de Janeiro - Secretaria de Estado de Cultura. «Aguas curativas de Raposo». Consultado em 12 de julho de 2020 
  7. a b IZEL, Adriana (19 de novembro de 2019). «A negritude em primeiro plano nos livros infantojuvenis. Livros infantojuvenis destacam personagens negros com o objetivo de representar e levar o debate sobre as singularidades de raça e seus questionamentos à infância». Brasília: jornal Correio Braziliense. Consultado em 18 de julho de 2020 
  8. a b c «MAR recebe lançamento de livro infanto-juvenil que valoriza a cultura negra, no próximo domingo». Rio de Janeiro: Portal Eu, Rio!. 11 de junho de 2019. Consultado em 18 de julho de 2020 
  9. BRASIL, Cristina Índio do (21 de junho de 2019). «Professora escreve livro sobre princesa guerreira quilombola». Brasília: Portal Agência Brasil, Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Consultado em 18 de julho de 2020 
  10. «Crianças negras precisam de literatura que valorize suas características». Portal Fator Brasil. 17 de abril de 2008. Consultado em 18 de julho de 2020 
  11. «Literatura negra infantojuvenil é destaque na Flup Parque». Rio de Janeiro: Portal de Notícias Sopa Cultural. 1 de novembro de 2018. Consultado em 18 de julho de 2020 
  12. «Simpro-Rio na Bienal». Rio de Janeiro: Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro. 11 de junho de 2019. Consultado em 18 de julho de 2020 
  13. «Flip Preta traz a oralidade e a resistência negra e quilombola para Paraty (RJ)». Alma Preta. 1 de junho de 2019. Consultado em 18 de julho de 2020 
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