Toxicidade crônica
Toxicidade crônica (português brasileiro) ou crónica (português europeu) é o desenvolvimento de efeitos colaterais causados por exposição a longo prazo a toxinas, drogas ou outros agentes estressores, sendo este um objeto de estudo importante na toxicologia aquática.[1] Levando em conta o índice terapêutico, os efeitos colaterais associados à toxicidade crônica podem ser letais, mas é mais comum que sejam subletais. Estes efeitos incluem alterações no crescimento, reprodução ou comportamento. A toxicidade crônica é oposta à toxicidade aguda, pois a última ocorre durante um período de tempo mais curto e envolve concentrações tóxicas mais altas. Exames toxicológicos podem ser realizados para avaliar a toxicidade crônica de diferentes contaminantes.[2]
Definição
editarA toxicidade crônica é o desenvolvimento de efeitos adversos como resultado da exposição de longo prazo a um tóxico ou outro estressor. Pode se manifestar como letalidade direta, mas mais comumente se dá em formas subletais, como em casos de diminuição do crescimento, mudanças comportamentais e comprometimento do desempenho em exercícios físicos.
Em ambientes aquáticos
editarOs testes de toxicidade crônica em ambientes aquáticos são realizados de modo a determinar o potencial de toxicidade a longo prazo de tóxicos, os quais são comuns em ambientes aquáticos.[3] Exemplos de microorganismos encontrados nos testes de toxicidade em ambientes aquáticos incluem:
- Pimephales promelas
- Daphnia magna
- Algas verdes, como a Raphidocelis subcapitata
- Anfípode, como a Hyalella azteca
Fatores de influência
editarExistem muitos fatores que inferem no nível de toxicidade das toxinas, o que dificulta a interpretação dos resultados dos testes. Estes fatores podem ser químicos, biológicos ou toxicológicos.
Fatores químicos
editarA química da água desempenha um papel importante no nível de toxicidade das toxinas. Os fatores químicos incluem pH, salinidade, dureza da água, condutividade, temperatura e quantidades de matéria orgânica dissolvida. Por exemplo, a toxicidade do cobre diminui com o aumento das quantidades de carbono orgânico dissolvido, conforme descrito pelo modelo do ligante biótico (BLM).[4]
Fatores biológicos
editarA toxicidade crônica varia de acordo com as diferenças entre organismos, incluindo espécie, tamanho e estágio da vida. Certas espécies são mais suscetíveis a efeitos tóxicos, conforme mostrado nos estudos sobre distribuições de sensibilidade das espécies (SSDs). Do mesmo modo, em certos estágios de vida, algumas espécies são mais suscetíveis a efeitos adversos de toxicidade. Além disso, outros fatores físicos, como o tamanho (altura e comprimento) do organismo, podem levar a diferenças na resposta a toxinas.
Ver também
editarReferências
- ↑ Rand, G.M. (1995). Fundamentals of aquatic toxicology: Effects, Environmental Fate, and Risk Assessment. [S.l.]: CRC Press. ISBN 978-1560320913
- ↑ Newman, M.C. (2010). Fundamentals of ecotoxicology. [S.l.]: CRC Press. ISBN 978-1-4200-6704-0
- ↑ Costa, Carla Regina; Olivi, Paulo; Botta, Clarice M. R.; Espindola, Evaldo L. G. (2008). «Toxicity in aquatic environments: discussion and evaluation methods». Química Nova (7): 1820–1830. ISSN 0100-4042. doi:10.1590/S0100-40422008000700038. Consultado em 13 de fevereiro de 2021
- ↑ Di Toro, D. M.; Allen, H.E.; Bergman, H.L.; Meyer, J.S.; Paquin, P.R.; Santore, R.C. (2001). «Biotic Ligand Model of the acute toxicity of metals I. Technical basis». Environmental Toxicology and Chemistry. 20: 2383–2396. doi:10.1002/etc.5620201034