Resumo Medstudents Inflamação
Resumo Medstudents Inflamação
Resumo Medstudents Inflamação
1-CONCEITO
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Tanto o processo inflamatório que evolui para a cura como as infecções
persistentes que apresentam etapas ou momentos fundamentalmente
semelhantes: irritação, alterações vasculares, exsudação plasmática e celular,
lesões degenerativas e necróticas, proliferação conjuntiva vascular reparadora e,
nas inflamações crônicas, modificações das células e do exsudato. Por essa razão
pode-se considerar a reação inflamatória como tendo diferentes momentos ou
fenômenos: irritativos, vasculares, exsudativos, alterativos, reparativos e
produtivos.
Tais componentes não são isolados no tempo. Embora tenham seu início
em momentos sucessivos, ou seja, um se inicia depois do início do outro, muitas
vezes eles se superpõem durante o desenrolar do processo. Fenômenos
alterativos, por exemplo, podem ocorrem desde o início da inflamação
( representam inclusive o fenômeno irritativo) ou podem aparecer durante a
evolução da mesma. Já os fenômenos produtivos, caracterizados por
modificações das células do exsudato, ocorrem sempre após a exsudação celular.
A inflamação é fundamentalmente um mecanismo de defesa, cujo objetivo
final é a eliminação da causa inicial da lesão celular e das conseqüências de tal
lesão. Sem a inflamação, as infecções se desenvolveriam descontroladamente, as
feridas nunca cicatrizariam e o processo destrutivo nos órgãos atacados seria
permanente. Entretanto, a inflamação e o reparo podem ser potencialmente
prejudiciais. As reações inflamatórias, por exemplo, são o pilar de doenças
crônicas, como artrite reumatóide, a aterosclerose e fibrose pulmonar, assim como
de reações de hipersensibilidade potencialmente fatais como a picadas de inseto,
drogas ou toxinas. O reparo pela fibrose pode causar cicatrizes deformadoras ou
faixas fibrosas que causam obstrução intestinal ou causam limitam a mobilidade
das articulações.
A resposta inflamatória consiste em dois componentes principais: uma
reação vascular e uma reação celular. Muitos tecidos e células estão envolvidos
nessas reações, incluindo o fluido e as proteínas do plasma, as células
circulantes, os vasos sanguíneos e os componentes celulares e extracelulares do
tecido conjuntivo. As células circulantes incluem neutrófilos, monócitos,
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eosinófilos, linfócitos, basófilos e plaquetas. As células do tecido conjuntivo
incluem os mastócitos, que estão intimamente ligados aos vasos sanguíneos; os
fibroblastos do tecido conjuntivo; macrófagos locais; e linfócitos. A matriz
extracelular consiste em proteínas fibrosas estruturais (fibronectina, laminina,
colágeno não-fibrilar, tenascina e outras) e proteoglicanos. A membrana basal é
um componente especializado da matriz extracelular, sendo formada por
glicoproteínas e proteoglicanos. A inflamação aguda se inicia rapidamente (em
alguns segundos ou minutos) e tem uma duração relativamente curta, de alguns
minutos a várias horas ou alguns dias; suas principais características são
aexsudação de fluido e proteínas plasmáticas (edema) e a migração de leucócitos,
predominantemente de neutrófilos. A inflamação crônica tem uma duração maior e
está histologicamente associada à presença de linfócitos e macrófagos; à
proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tissular. Muitos fatores
modificam o curso e a aparência morfológica tanto da inflamação aguda, quanto
da crônica.
As reações vasculares e celulares da inflamação aguda e crônica são
mediadas por fatores químicos derivados de proteínas ou células plasmáticas e
são produzidos ou estimulados pelo estímulo inflamatório. Tais mediadores,
agindo solitariament, em conjunto ou em seqüência, amplificam a resposta
inflamatória e influenciam sua evolução. As próprias célulças ou tecidos necróticos
, independente da causa da morte celular, também podem desencadear a
formação de mediadores da inflamação. Esse é o caso da inflamação aguda que
ocorre após o infarto agudo do miocárdio.
A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado e os
mediadores secretados são destruídos ou dispersos. Além disso, existem
mecanismos antiinflamatórios ativos que controlam a resposta e evitam que ela
cause dano excessivo ao hospedeiro.
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Os tecidos possuem inervação, microcirculação, células parenquimatosas
e estroma, que podem ser agredidos de forma direta ou indiretamente. Agentes
lesivos atingem um ou vários desses componentes, os quais produzem uma
resposta local para adaptar os tecidos à nova situação, favorecendo a eliminação
da agressão ou de seus efeitos. Essa resposta se faz pela liberação de
mediadores que induzem modificações na microcirculação e migração de
fagócitos para o interstício. Tais reações são muito semelhantes frente a diferentes
agentes agressores, por se fazerem pela liberação de um grupo restrito de
mediadores e por serem necessárias em qualquer tipo de agressão. Se o agente
lesivo é um agressor vivo, é preciso que ocorra a sua morte e eliminação, o que é
feito pelos fagócitos; se da agressão por agentes físicos, químicos ou biológicos
resulta em morte celular, há necessidade de remoção das células mortas para que
ocorra os processos de regeneração ou de reparação, o que também é executado
por células de fagocitárias. Os mediadores liberados após uma agressão ficam
armazenados em células (como os mastócitos ) ou em terminações nervosas
sensitivas, ou são produzidos por outras células (endotélio, monócitos,
macrófagos, neutrófilos, linfócitos e células parenquimatosas ou do estroma).
Estas substâncias, denominadas citocinas, desempenham um papel fundamental
nas respostas locais e sistêmicas após as agressões. No plasma, existe ainda um
conjunto de pró-enzimas que podem ser ativadas nos locais atingidos.
Os mediadores se originam de proteínas plasmáticas ou de células. Os
mediadores derivados do plasma estão presentes na forma de precursores que
devem ser ativados, geralmente por meio de uma série de clivagens proteolíticas,
para adquirir suas propriedades biológicas. Os mediadores derivados de célula
normalmente estão armazenados em grânulos intracelulares que precisam ser
secretados ou são sintetizados de novo em resposta a um estímulo. As principais
fontes são as plaquetas, neutrófilos, monócitos/macrófagos e mastócitos, mas
células mesenquimatosas (endotélio, músculo liso, fibroblastos) e a maioria dos
epitélios também podem ser induzidos a elaborar alguns mediadores.
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A produção de mediadores ativos é desencadeada por produtos
microbianos ou por proteínas do hospedeiro, tais como as proteínas dos sistemas
complemento, cininas, coagulação, que são, por sua vez, danificados.
A maioria dos mediadores desempenha sua atividade biológica ligando-se,
inicialmente, a receptores específicos nas células-alvo. Entretanto, alguns
possuem atividade enzimática direta ou causam dano oxidativo.
Um mediador pode, por si só, estimular a liberação de outros mediadores
pelas células-alvo. Os mediadores secundários podem ser idênticos ou
semelhantes ao mediador inicial, mas também podem ter atividades opostas. Ele
fornece mecanismos para ampliar a ação inicial do mediador.
Os mediadores podem agir em um ou em alguns tipos de células, ter vários
alvos ou mesmo apresentar efeitos diferentes em tipos celulares diferentes.
Uma vez ativados e liberados pelas células, a maioria desses mediadores
possuem uma meia-vida curta. Eles se deterioram rapidamente ou são inativados
por enzimas, são eliminados ou inibidos. Assim, existe um sistema de verificação e
equilíbrio que regula as ações dos mediadores.
2.1-MASTÓCITOS
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detergentes, reação de antígenos comIgE na superfície da célula, ação das
anafilatoxinas C3a e C5a etc. A histamina liberada produz vasodilatação arteriolar ,
aumenta permeabilidade vascular e possibilita a passagem de proteínas do
plasma para o interstício, especialmente o fibrinogênio. Os mastócitos também
sintetizam e liberam prostaglandinas, leucotrienos, IL-4, IL-5 e quimiocinas.
Os mastócitos do tecido conjuntivo se localizam na periferia dos vasos e
participam da maioria das reações inflamatórias, podendo em algumas delas estar
aumentados em número. Os mastócitos das mucosas atuam em muitas
inflamações alérgicas. Nesses casos, precursores da medula óssea deixam a
circulação e migram para os tecidos guiados por estímulos gerados por linfócitos
Th2.
2.2- BASÓFILOS
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rotineiras, razão pela qual não são habitualmente relacionados entre as células do
exsudato de inflamações comparticipação de mecanismos imunitários celulares.
Os basófilos armazenam e liberam mediadores químicos (histamina) que atuam
nas modificações vasculares necessárias à saída das células efetoras da resposta
imunitária celular.
2.3-HISTAMINA
2.4- PLAQUETAS
2.5-SEROTONINA
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A serotonina é um mediador vasoativo pré-formado com ações semelhantes
às da histamina. Está presente na plaquetas e nas células enterocromafm.
A liberação de serotonina (e histamina) das plaquetas é estimulada quando
ocorre a agregação plaquetária após o contato com colágeno, trombina, difosfato
de adenosina (ADP) e complexos antígeno-anticorpo. A agregação plaquetária e a
liberação de seus mediadores também é estimulada pelos fatores de ativação das
plaquetas (PAF) derivados dos mastócitos durante as reações mediadas pela IgE.
Assim, a liberação das plaquetas resulta em um aumento da permeabilidade
durante as reações imunológicas.
2.6-ENDOTÉLIO
3-INFLAMAÇÃO AGUDA
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microcirculação, que permitem que proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a
circulação; e emigração dos leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco
de lesão e sua ativação para eliminar o agente nocivo.
O extravasamento de fluido, proteínas, células sanguíneas do sistema
vascular para o tecido intersticial ou as cavidades corporais é denominado de
exsudação. Um exsudato é um fluido inflamatório extravascular que possui alta
concentração de proteínas, fragmentos celulares e gravidade específica menor
que 1.012. Ele é essencialmente um ultrafiltrado do plasma sanguíneo que resulta
do desequilíbrio osmótico ou hidrostático através da parede vascular sem que haja
um aumento na permeabilidade vascular. O edema significa um excesso de fluidos
no interstício ou nas cavidades serosas; ele pode ser um exsudato ou um
transudato. O pus, ou exsudato purulento, é um exsudato inflamatório rico em
leucócitos (neutrófilos em sua grande maioria), fragmentos de células mortas e,
em muitos casos, microrganismos.
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5-CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA INFLAMAÇÃO AGUDA
5-FENÔMENOS VASCULARES
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Com isso há hemoconcentração local e hemácias tendem a se empilhar e a
formar aglomerados, tornando o sangue mais viscoso e a circulação mais
lenta. A hiperemia ativa de fluxo rápido vai se tornando progressivamente
hiperemia passiva de fluxo lento. Há hipóxia local e aumento da excreção de
catabólitos, como ADP e H+, o que intensifica a vasodilatação e a abertura dos
capilares, aumentando a hiperemia. Lesão endotelial por hipóxia e velocidade
circulatória diminuída favorece o aparecimento de trombos na microcirculação
que pode agravar a inflamação.
Normalmente as proteínas plasmáticas e as células circulantes estão
presas no interior dos vasos e se movem em direção ao fluxo sanguíneo. Na
inflamação, os vasos sanguíneos sofrem várias alterações que visam facilitar o
movimento de proteínas plasmáticas e células sanguíneas da circulação para o
local da lesão ou da infecção.
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• A perda de líquido resulta em uma maior concentração de hemácias nos
vasos de menor calibre e aumento na viscosidade sanguínea, que se
reflete pela presença de pequenos vasos dilatados repletos de
hemácias e um fluxo mais lento, uma condição conhecida como estase.
Com um estímulo leve, a estase só pode tornar-se aparente após 15 a
30 minutos, enquanto que, na lesão mais grave, a estase pode ocorrer
em alguns minutos.
• Com a evolução da estase, leucócitos, especialmente os neutrófilos, se
acumulam ao longo do endotélio vascular. Os leucócitos aderem ao
endotélio e a seguir migram através da parede vascular para o
interstício.
5.2-EXTRAVASAMENTO VASCULAR
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imediata decorre principalmente da ação da histamina; nas agressões mais
graves é provocada por lesão direta do endotélio.
As proteínas plasmáticas exsudadas aumentam a pressão oncótica
intersticial, favorecendo a retenção de água fora dos vasos. Por outro lado,
enzimas plasmáticas ativadas no interstício ou enzimas de células exsudadas
atuam sobre a substância fundamental e quebram moléculas de
proteoglicanos, aumentando a hidrofilia local. Também, após o início da
inflamação, há aumento da síntese de ácido hialurônico pelas células
conjuntivas, o que torno o interstício mais hidrofílico. A circulação linfática
encontra-se sobrecarregada, e seus vasos , comprimidos ou deformados pelo
exsudato , perdem a eficiência de drenagem, agravando a retenção de água no
interstício. Tudo isso, portanto, contribui para a formação do edema
inflamatório.
5.3-EXSUDAÇÃO CELULAR
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componentes do intrestício ou a outros leucócitos. A expressão das inteegrinas
dos polimorfonucleares neutrófilos (PMN) aumenta por ação de agentes
quimiotáticos como as quimiocinas, PAF, C5a etc.; nos monócitos pela ação
das quimiocinas (IL-1, TNFα e INFγ); nos linfócitos durante os seus processos
de ativação; nos eosinófilos e basófilos, após estímulos específicos que ativam
essas células (IL-3 e IL-5).
A saída dos leucócitos do leito vascular depende das moléculas de
adesão expressas na sua membrana e na superfície endotelial. A grande
diversidade de moléculas de adesão e as variações na sua expressão criam
um grande número de combinações que resultam na seletividade da
exsudação dos diferentes tipos de leucócitos em diferentes situações.
As selectinas P e ICAM 2 existem preformadas nas vesículas de Weibel-
Palade das células endoteliais, e são rapidamente expostas a superfície celular
após estímulos causados pela ação da histamina ou subprodutos do
complemento. Elas são responsáveis pela aderência frouxa que “segura” o
leucócito próximo ao endotélio, mas permite a ele deslocar sobre a superfície
endotelial. A selectina P se liga a resíduos de carboidratos dos leucócitos, e a
captura dos leucócitos é feita tambpem pela selectina L dos PMN e resíduos de
carboidratos do endotélio. Essas ligações são frouxas e instáveis, desfazendo-
se se o leucócito não é ativado. Após algumas horas, são expostas as
selectinas E, ICAM 1 e CD31, sintetizadas após o estímulo de IL-1, TNFα, INFγ
e lipopolissacarídeos originados nas células do tecido agredido. O endotélio
ativado produz, ainda, IL-8 e PAF, que, presos à membrana plasmática, ativam
os PMN que estão rolando sobre a superfície e os levam não só a aumentar a
expressão como também aumentar a adesividade das integrinas. As selectinas
E ligam-se aos grupos de sialil Lx, à ICAM 1 e às integrinas dos leucócitos, os
quais agora se aderem mais firmemente e se espraiam ao endotélio,
estimulados pelos fatores quimiotáticos gerados nas células endoteliais
ativadas e no foco inflamatório. Em seguida os leucócitos iniciam a diapedese,
ligando suas integrinas às moléculas CD31 expressas em grande quantidade
nas margens das células endoteliais.
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Uma vez aderidos à membrana plasmática dôo endotélio, o passo
seguinte é a diapedese. Os leucócitos emitem pseudópodes entre as células
endoteliais, separam-nas pela liberação de moléculas queladoras de cálcioe,
pela força mecânica, rompem as ligações homotípicas entre as moléculas de
adesão do tipo CD31. Ao mesmo tempo, os leucócitos vão se ligando a essas
moléculas através das β2-itegrinas, de modo que não fica espaço livre entre a
membrana do leucócito e a membrana das faces laterais da célula endotelial, o
que impede a saída de plasma. Desse modo o leucócito atravessa o espaço
interendotelial aderida as células endoteliais por meio das integrinas-CD31 de
modo semelhante a uma cremalheira, e, quando termina de atravessar a
barreira endotelial, as CD31 vão se unindo atrás como um “zíper” que se fecha
logo após a passagem de um leucócito. Completada a travessia os leucócitos
se interpõem entre a membrana basal e a célula endotelial; para atravessar
amembrana basal, utilizam-se de de enzimas, embora o processo não seja
bem conhecido.
É sabido que as células endoteliais, através de moléculas de superfície,
especialmente as de adesão, inibem a exocitose dos grânulos dos PMN.
Livrando-se assim de serem lesadas durante o processo de diapedese e
adesão. Atravessada a membrana basal, os leucócitos caem no interstício,
onde se deslocam com facilidade porque aderem as moléculas de fibronectina
e, por meio destas, às moléculas de fibrina exsudadas que servem que servem
como verdadeiros trilhos de orientação. A migração é facilitada ainda pelo
aumento da quantidade de ácido hialurônico na matriz extracelular, que a torna
mais fluida.
Na maioria das inflamações, as primeiras células a deixarem os vasos
são os PMN. Por isso mesmo, eles constituem as células predominates do
exsudato nas primeiras 24 horas após o início do processo. Os monócitos
começam a sair dos vasos 18 a 24 horas depois de iniciada a exsudação, mas
a partir daí se acumulam rapidamente, passando a ser as células dominates
depois de 48 horas. Os PMN têm vida média muito curta após a exsudação (8
horas em média), ao passo que os monócitos sobrevivem mais tempo. Essa é
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uma das razões pelas quais nas inflamações agudas em geral predominam os
PMN, enquanto nas inflamações crônicas, predominam os leucócitos.
Dependendo, porém , do estímulo quimiotático, há inflamações em que
se acumulam precocemente outras células que não PMN e/ou macrófagos.
Nas inflamações induzidas por helmintos, há acúmulos de eosinófilos, ao
passo que nasquelas provocadas por agentes imunogênicos há exsudação
precoce de linfócitos.
6-AGENTES QUIMIOTÁTICOS
• Neutrófilos (PMN):
- anafilatoxinas, sobretudo C5a
-leucotrienos, especialmente LTB4
-quimiocinas do grupo C-X-C
-substância P
-fator quimiotático de alto peso molecular armazenado em basófilos e
mastócitos
-produtos bacterianos solúveis
-peptídeos básicos gerados por autólise ou necrose
• Monócitos:
-anafilatoxinas (C5a)
-fibrinopeptídeos
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-proteínas catiônicas de PMN
-citocinas produzidas por linfócitos T (tipo C-C, IFNγ )
-produtos de degradação do colágeno e fibronectina
-quimiocinas do tipo C-C
• Linfócitos:
-quimiocinas do grupo C-C e C
• Eosinófilos:
-fator eosinotático da anafilaxia (liberado pelos mastócitos)
-quiniocinas do grupo C-C (eotaxia)
-fator eosinotático liberado por linfócitos T (IL-5/IL-4)
• Basófilos:
-quimiocina liberada por linfócitos T estimulados por antígenos que
induzem a reação tipo Jones-Motte
7-FAGOCITOSE
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Receptores de manose e receptores scavenger são importantes na ligação e
ingestão dos microrganismos. O receptor de manose é uma lecitina do
macrófago que liga a manose a fucose terminais de glicoproteínas e
glicolipídios . Esses açúcares são tipicamente partes de moléculas
encontradas na parede celular de bactérias. Os receptores scavenger foram
originariamente definidos como moléculas que se ligam e auxiliam a
endocitose de partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), oxidadas
ou acetiladas, que não podem mais interagir como receptor de LDL tradicional.
O receptor scavenger dos macrófagos liga uma variedade de microrganismos,
além das partículas modificadas de LDL. As integrinas dos macrófagos
especialmente a Mac-1 (CD11b/CD18), também podem ligar os
microrganismos para a fagocitose.
A eficácia da fagocitose é extremamente aumentada quando o organismo
está opsonizado por proteínas específicas (opsoninas) para as quais as células
fagocitárias expressam receptores de alta afinidade.
A ligação de uma partícula ao receptor de um leucócito fagocitário inicia o
processo de fagocitose ativa da partícula. Durante esse processo, extensões
do citoplasma se estendem em torno da partícula até engolfá-la
completamente em um fagossomo criado pela membrana plasmática da célula.
A membrana desse vacúolo depois se funde com a membrana de um grânulo
lisossomal, resultando na liberação do conteúdo do grânulo no fagolisossomo.
Durante esse processo o neutrófilo e o monócito se desgranulam
progressivamente. A fagocitose depende da polimerização dos filamentos de
actina .
A etapa final na eliminação do agente infeccioso e de células necróticas é
sua morte e degradação dentro dos neutrófilos e macrófagos, que ocorre de
maneira mais eficaz após a ativação da fagocitose. A destruição de
microrganismos é desempenhada em grande parte por mecanismos
dependentes de oxigênio. A fagocitose estimula o surto de consumo de
oxigênio, glicogenólise, aumento da oxidação da glicose através do shunt da
hexose-monofosfato e a produção de intermediários reativos de oxigênio. A
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fagocitose estimula surto de consumo de oxigênio, glicogenólise, aumento da
oxidação da glicose através do shunt da hexose-monofosfato, e a produção de
intermediários reativos de oxigênio.
A geração de intermediários reativos de oxigênio ocorre devida a rápida
ativação de uma oxidase (NADPH oxidase), que oxida o NADPH (nicotinamida
adenina dinucleotíde-P reduzido) e, nesse processo, reduz o oxigênio,
formando o ânion superóxido (O2). O superóxido é, então, convertido em
peróxido de hidrogênio (H2O2), principalmente pela dismutação espontânea. O
peróxido de hidrogênio pode ser reduzido mais ainda e formar radical hidroxila,
altamente reativo. A maior parte do peróxido de hidrogênio é finalmente
quebrado pela catalase em água e oxigênio, a outra é destruída pela ação da
glutatião oxidase.
A destruição das bactérias pode ser feita, também, por mecanismos
independentes de oxigênio, por meio da ação de substâncias presentes nos
grânulos de leucócitos. Eles incluem a proteína que aumenta a permeabilidade
da membrana (BPI), uma proteína granular altamente catiônica que aumenta a
fosfolipase, causa a degradação de fosfolipídeos e aumenta a permeabilidade
da membrana externa dos microrganismos; a lizosima, que hidrolisa a ligação
do ácido murâmico com a N-acetilglicosamina existente na camada
glicopeptídica de todas as bactérias; a lactoferrina, uma proteína que liga o
ferro presente em grânulos específicos; a proteína básica principal, uma
proteína catiônica dos eosinófilos que tem atividade bactericida limitada,mas é
citotóxica para muitos parasitas; e as defensinas, peptídios catiônicos que
granulares rico em arginina que são citotóxicos para os microrganismos. Além
disso, os grânulos dos neutrófilos contêm muitas enzimas, tais como a
elastase, que também contribui para a destruição dos microrganismos.
Após a morte dos microrganismos ocorre a degradação para dentro dos
fagolisossomos pelas hidrolases, que normalmente estão armazenadas nos
lisossomos. O ph do fagolisossomo reduz para uma faixa entre 4 e 5 após a
fagocitose, que é o ph ideal para a ativação dessas enzimas.
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EFEITOS LESIVOS DA ATIVIDADE DOS FAGÓCITOS
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FENÔMENOS ALTERATIVOS
FENÔMENOS REPARATIVOS
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A presença da cicatrização não indica que o processo está em cura, como
por exemplo, em inflamações crônicas o processo de reparação esta presente
juntamente com o processo exsudativo, alterativos e produtivos.
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Clinicamente, a causa mais freqüente de deficiência leucocitária é a
supressão da medula óssea que leva uma redução na produção de leucócitos.
Isso ocorre após o tratamento de tumores cancerosos (radiação e quimioterapia) e
quando o espaço da medula óssea está comprometido por metástases ósseas.
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tissular e as células parenquimatosas danificas podem ser regeneradas. A
resolução envolve a neutralização ou degeneração espontânea de mediadores
químicos, com o subseqüente retorno da permeabilidade vascular ao normal, o
término da infiltração leucocitária, a morte dos neutrófilos e, finalmente, a remoção
de líquido e proteínas do edema, de leucócitos, agentes estranhos e fragmentos
necróticos do local.
Outro resultado final da inflamação aguda é a cicatrização pela substituição
do tecido conjuntivo (fibrose). Isso ocorre após uma destruição celular
considerável, quando a lesão inflamatória envolve tecidos incapazes de se
regenerar, ou quando existe um abundante exsudato de fibrina. Quando o
exsudato de fibrina no tecido ou nas cavidades serosas (pleura ou peritônio) não
podem ser eliminados adequadamente, o tecido conjuntivo cresce na área da
exsudato transformando-o em uma massa de tecido fibroso, processo denominado
de organização. Em várias infecções piogênicas, pode haver uma intensa
infiltração de neutrófilos, liquefação dos tecidos, levando a formação de pus. O
tecido destruído é reabsorvido e eventualmente substituído por fibrose.
Além disso, há uma progressão da resposta tecidual a inflamação crônica.
Isso pode se seguir à inflamação aguda, ou a resposta pode ser crônica
praticamente desde o início. A transição de aguda para crônica ocorre quando há
uma resolução da resposta aguda devido à persistência do agente nocivo ou
alguma interferência com o processo normal de cicatrização. Por exemplo. As
infecções bacterianas pulmonares podem-se iniciar como um foco de inflamação
aguda (pneumonia), mas a ausência de resolução do processo pode causar
extremo dano tissular e formação de uma cavidade na qual a inflamação continua
atuando, levando finalmente a formação de um abcesso pulmonar crônico.
INFLAMAÇÃO SEROSA
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células mesoteliais que recobrem a cavidade peritonial, pleural e pericárdica
(chamada de efusão). A bolha cutânea de uma queimadura ou infecção virótica
represente um grande acúmulo de secreção serosa, dentro ou imediatamente sob
a epiderme.
INFLAMAÇÃO FIBRINOSA
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apendicite aguda é um exemplo comum de inflamação supurativa aguda. Os
abscessos são coleções localizadas de tecido inflamatório purulento causados
pela supuração dentro de um tecido, de um órgão ou de um espaço confinado. Os
abscessos possuem uma região central que parece ser uma massa necrótica de
neutrófilos e células do tecido envolvido. Geralmente existe uma zona de
neutrófilos preservado em volta do foco necrótico e, externamente, uma área de
vasodilatação onde ocorre proliferação parenquimatosa e fibroblástica, indicando
início do reparo. Com o passar do tempo o abscesso pode ser substituído por
tecido conjuntivo.
ÚLCERAS
INFLAMAÇÃO CRÔNICA
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A inflamação crônica é considerada uma inflamação prolongada (semanas
ou meses) na qual a inflamação ativa, a destruição tissular e a tentativa de reparar
os danos ocorrem simultaneamente. Apesar de poder ser a continuação da
inflamação aguda, a inflamação crônica frequentemente começa de maneira
insidiosa como uma reação pouco intensa, geralmente assintomática. Este último
tipo de inflamação crônica é a causa de dano tecidual mais comum e debilitante,
como a artrite reumatóide, arteriosclerose, tuberculose e doenças pulmonares
crônicas.
A inflamação crônica pode surgir de acordo com infecções persistentes
oriundos de determinados microrganismos, como o bacilo da tuberculose, o
Treponema pallidum e determinados tipos de vírus, fungos e parasitas. Esses
organismos possuem baixa toxicidade e evocam uma reação imunológica de
hipersensibilidade tardia. A resposta inflamatória ás vezes assume um padrão
específico chamado de reação granulomatosa.
Além disso, a inflamação crônica pode ser oriunda da exposição prolongada
a agentes potencialmente tóxicos, exógenos ou endógenos. Um exemplo de
agente exógeno é a sílica, quando inalado por longos períodos, causa doença
pulmonar inflamatória chamada silicose. A ateriosclerose é considerada uma
reação inflamatória crônica da parede arterial induzida, pelo menos em parte, por
componentes endógenos , lipídicos tóxicos do plasma.
A auto-imunidade também é responsável por desencadear reações
inflamatórias crônicas sob determinadas condições. As reações imunológicas se
desenvolvem contra os tecidos do próprio indivíduo, causando as doenças auto-
imunes. Nessas doenças, os auto-antígenos desencadeiam uma reação
imunológica que se autoperpetua, causando lesões teciduais e inflamações
crônicas. As reações imunológicas desempenham um papel importante em várias
doenças inflamatórias crônicas, como a artrite reumatóide e o lupus eritrematoso.
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Caracterizada pelos seguintes aspectos:
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por boa parte da lesão tecidual na inflamação crônica. Assim, a lesão tecidual é
uma das principais características da inflamação crônica.
INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA
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provocam uma resposta inflamatória. As células epitelióides e as gigantes se
formam e aderem a superfície do corpo estranho envolvendo-o . O material
estranho geralmente pode ser identificado no centro do granuloma, especialmente
se for visualizado com luz polarizada, na qual ele aparece refratário.
Os granulomas imunes são causados por partículas insolúveis, tipicamente
microrganismos, que são capazes de induzir uma resposta imunológica celular.
Esse tipo de resposta não produz necessariamente um granuloma, mas o faz
quando o agente provocador é pouco degradável ou é uma partícula. Nessas, os
macrófagos angolfam o material estranho, processam-no e apresentam parte dele
aos linfócitos T apropriados, ativando-os. As células T que reagem produzem
citocinas, como a IL-2, que ativam outras células T, perturbando a resposta, e o
INFγ, que é importante na ativação dos macrófagos e na sua tranformação em
células epitelióides e células gigantes multinucleadas.
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mais conhecidos dessas proteínas são a proteína C-reativa (PCR), o
fibrinogênio e a proteína amilóide sérica A (SAA);
• A leucocitose é uma característica comum das reações inflamatórias,
especialmente as induzidas por infecções bacterianas. O número de
leucócitos geralmente aumenta para 15.000 a 20.000 células/μl, mas as
vezes pode alcançar níveis extraordinários, como 40.000 a 100.000
células/μl. Essas reações extremas são chamadas reações leucemóides,
pois são semelhantes ao número de leucócitos encontrados na leucemia. A
leucocitose ocorre inicialmente devido a liberação acelerada de células de
reserva pós-mitótica da medula óssea (causada pelas citocinas, incluindo
IL-1 e TNF) sendo, consequentemente, associada a um aumento no
número de neutrófilos imaturos no sangue;
• Outras manifestações da resposta da fase aguda incluem um aumento da
freqüência cardíaca e da pressão sanguínea; redução da sudorese,
especialmente devido ao redirecionamento do fluxo sanguíneo do leito
vascular cutâneo para os leitos vasculares mais profundos para minimizar a
perda de calor através da pele; tremores, calafrios, anorexia, sonolência e
fraqueza, provavelmente devido às ações das citocinas nas células
cerebrais.
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Todavia, o excesso de inflamação é a base de muitas categorias de
doenças humanas. Já está bem estabelecido que as alergias – doenças nas quais
os indivíduos desenvolvem respostas imunológicas desreguladas contra antígenos
ambientais encontrados frequentemente – e as doenças auto-imunes, nas quais
as respostas imunológicas se desenvolvem contra auto-antígenos normalmente
tolerados, são desordens nas quais a inflamação é causa fundamental da lesão
tecidual.
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Referências Bibliográficas:
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