Manual Geossinteticos Engepol
Manual Geossinteticos Engepol
Manual Geossinteticos Engepol
4a Edio
Grupo Nortne
Elaborado pelo Departamento Tcnico Engepol Geossintticos Ltda / Nortene Plsticos Ltda
Nortene Plsticos Ltda Av. Dr. Dib Sauaia Neto, 4628 Alphaville - 06455-050 Barueri SP Brasil Tel: +5511.4166.3036 Fax: +5511.4166-3039
MANUAL DE GEOSSINTTICOS
Este manual tem a finalidade de divulgar e introduzir os principais tpicos relativos a utilizao de geossintticos e de alguns produtos sintticos em obras de geotecnia e proteo ao meio ambiente. composto por treze captulos, que tratam de forma resumida as propriedades e aplicaes dos seguintes produtos:
Reservatrios de Geomembrana de PEAD Reservatrios de Geomembrana de PE Linear Fabricao de Reservatrios de Geomembrana Instalao de Reservatrios de Geomembrana Drenagem com Geonets e Geocompostos Geocomposto NORDREN Geotxtil ENGETEX Geogrelha ENGEFORT Dreno Vertical TECDREN ENGETUBO Obras Especiais Revestidas com Geomembranas de PEAD Geocomposto Bentontico Geoclula ENGECEL
Informaes mais detalhadas sobre a aplicao e a especificao de cada um dos geossintticos ou produtos sintticos aqui tratados podem ser encontradas na literatura tcnica sobre o tema ou por contato com o departamento tcnico Nortne / Engepol.
NDICE
Captulo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Ttulo Pgina Reservatrios de Geomembrana de PEAD 3 Reservatrios de Geomembrana de PE Linear 8 Fabricao de Reservatrios de Geomembrana 12 Instalao de Reservatrios de Geomembrana 20 Drenagem com Geonets e Geocompostos 29 Geocomposto NORDREN 36 Geotxtil ENGETEX 46 Geogrelha ENGEFORT 52 Dreno Vertical TECDREN 59 ENGETUBO 65 Obras Especiais Revestidas com Reservatrios Geomembranas de 71 PEAD Geocomposto Bentontico 75 Geoclulas 79
1.2 Matria Prima O reservatrio de geomembrana fabricado com resina de polietileno linear PEBDL (Polietileno Linear de Baixa Densidade), devido a sua estrutura molecular, este reservatrio de geomembrana apresenta alm da flexibilidade, timos alongamentos uniaxiais e multiaxiais, resistncia mecnica prxima ao do PEAD e boa resistncia qumica. So adicionados a resina o negro de fumo, termoestabilizantes e antioxidantes que garantem resistncia aos raios ultravioleta e resistncia s intempries. Na formulao do reservatrio de geomembrana de PE linear no entram plastificantes e outros aditivos que tendem a emigrar com o tempo tornando os materiais frgeis e quebradios. 1.3 Resistncia Qumica Devido estrutura qumica, o polietileno inerte frente maioria dos produtos qumicos comuns.
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Sendo assim, os reservatrios de geomembranas de PE linear apresentam uma boa resistncia qumica, sendo a melhor resistncia qumica entre os reservatrios de geomembranas flexveis feitas de outros materiais como, por exemplo, PVC.
1.4 Durabilidade A vida til de reservatrios de geomembranas varia significativamente com base em suas condies de exposio. Por exemplo, a previso da vida til de reservatrios de geomembranas polimricas expostas s condies atmosfricas influenciada principalmente pela radiao solar (UV). Para reservatrios de geomembranas no expostas, os principais aspectos relacionados aos mecanismos de degradao so: ataques qumicos e solicitaes mecnicas. Altas temperaturas e oxidao afetam a durabilidade dos reservatrios de geomembranas tanto em condies expostas quanto no expostas. Para evitar a degradao e garantir sua durabilidade, mesmo em condies expostas, o reservatrio de geomembrana de PE linear devidamente aditivado com negro de fumo, estabilizantes contra luz e antioxidantes. No contexto internacional a anlise de envelhecimento acelerado vem sendo estudada h algum tempo. Vrios autores estimam a vida til de reservatrio de geomembranas PEAD na ordem de centenas de anos. Testes de envelhecimento acelerado em condies expostas realizados em laboratrio indicaram que a vida til do reservatrio de geomembrana de PE linear pode ser semelhante a do PEAD. Estudos realizados sugerem que, embora o PE linear perca seus antioxidantes mais rpido do que PEAD, o PE linear envelhece mais lentamente do que o PEAD aps o esgotamendo dos antioxidantes (Islam et al. 2011).
2. Principais Aplicaes do reservatrio de geomembrana POLIMANTA PE Linear Aterros sanitrios e valas de resduos industriais(cobertura) Biodigestores Lagoas de gua potvel Canais e reservatrios para irrigao Tneis Aqicultura 2.1 Comparativo entre as propriedades do PE Linear e do PVC
Propriedades Espessura Densidade Resistncia Trao Resistnsia Rasgo Resistncia ao Puncionamento Intervalo de Temperatura Admissvel Mtodo de Soldagem Resistncia UV
Mtodos de Ensaio ASTM D 5199 mm ASTM D 792 g/cm ASTM D 638 Mpa ASTM 1004 N ASTM D 4833 N C
POLIMANTA PE Linear 1.0** 0.936** 32** 130** 442** (- 40 a +60) Extruso / Fuso Exelente
Geomembrana de PVC 1.0* 1.2 - 1.4 17* 50* 266* (-10 a +40) Solda Qumica/Fuso Baixa
* Valores mdios extrados da tabela 13-6, pgina 353 do manual brasileiro de geossintticos, 2004. ** Valores mdios extrados do laudo 02A/2004, referente aos ensaios realizados no laboratrio de geossintticos da Escola de Engenharia de So
Carlos - USP
3. Vantagens do reservatrio de geomembrana POLIMANTA PE Linear Maior flexibilidade Menor enrugamento durante a instalao Excelente resistncia mecnica e qumica Excelente resistncia aos raios ultravioleta Excelente soldabilidade Melhor assentamento, especialmente em contornos mais complexos Facilita manuseio durante a instalao. 4. Cobertura de Aterros Sanitrios e de Valas de Resduos Industriais A flexibilidade um fator importante nos materiais que compe a cobertura de aterros e valas, pois segundo Koerner (2005), pesquisas realizadas, num perodo de 20 anos, apontaram que as deformaes de subsidncia podem variar entre 5 a 30%. O objetivo do uso do reservatrio de geomembrana de PE Linear usada na cobertura de aterros minimizar as infiltraes, aps esgotar-se a capacidade de armazenamento do local. Regra geral o projeto de cobertura especfico para cada obra, devido as peculiaridades locais e tipo de resduo armazenado. O sistema de revestimento da cobertura de aterros usualmente composto por cinco camadas: coleta de gases gerados, barreira impermeabilizante, camada drenante, camada de proteo ou de solo de cobertura e camada superficial, constituda de solo vegetal. A figura abaixo mostra esta seqncia de camadas, GRI 2003, sendo que na parte (a) as camadas so em solo e agregados naturais e na parte (b) as alternativas em geossintticos.
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Referncias Bibliogrficas Geosynthetic Research Institute GRI (2003) The Questionable Strategy of Soil- Only Landfill Covers Geosynthetic Fabrics Report, March, Volume 21, n.2. Koerner, George R. Narejo, Dhani. Geosynthetic Research Institute GRI (2005) Direct Shear Database of Geosynthetic-to-Geosynthetic and Geosynthetic-to-Soil Interfaces - GRI Report #30, June. Koerner R.M. (2005). Designing with Geosynthetics - Fifth Edition. Prentice Hall, N.J. Islam, M. Zahirul. Gross, Beth A. Rowe, R. Kerry. (2011). Degradation of Exposed LLDPE and HDPE Geomembranes: A Review. Geo-Frontiers 2011 ASCE 2011
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3. Caractersticas do reservatrio de geomembrana fabricada pelo processo de matriz balo Apresentam-se, a seguir, as peculiaridades do reservatrio de geomembrana fabricada pelo processo matriz balo: 3.1 Aspectos gerais Vincos e dobras O processo de matriz balo leva formao de duas dobras, resultando dois vincos contnuos e permanentes no reservatrio de geomembrana ao longo de todo o seu comprimento. Podem tambm ser facilitadores do incio de danos no reservatrio de geomembrana a longo prazo, por serem um ponto de tensionamento criado durante a fabricao. Controle Espessura A matriz anelar e tem uma ferramenta central, chamada mandril para separar o fluxo nessa forma. A espessura regulada pela abertura da fenda e pela velocidade do puxador. Devido ao processo de fabricao circular, a geomembrana de Matriz Balo apresenta variao de espessura em torno de 10%. 3.2 Geomembrana Lisa Aspecto da Superfcie O reservatrio de geomembrana fabricada pelo processo matriz balo apresenta superfcie opaca e presena de riscos. Uniformidade do Processo Estudos realizados internamente apontam maior variao das propriedades mecnicas no processo de matriz balo, medida atravs do desvio padro. A variao em mdia o 35% maior no processo de matriz balo em relao a matriz plana.
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3.3 Reservatrio de Geomembrana Texturizada Textura A textura no tem uniformidade de altura e formato. Tambm no tem padro de distribuio ao longo da largura e comprimento do reservatrio de geomembrana.
Atrito de interface A variabilidade da textura tanto atravs da bobina, assim como de bobina para bobina resulta em diferentes resistncias ao atrito ao longo da obra.
4.Descritivo do processo de fabricao de reservatrio de geomembranas pela extruso por matriz plana A Figura 2 mostra o processo de fabricao denominado matriz plana. Este processo usa uma matriz plana, onde o polmero extrudado atravs dois lbios horizontais resultando em um reservatrio de geomembrana com espessura rigorosamente controlada (Koerner, 2005). Na seqncia, o reservatrio de geomembrana passa pelos rolos da calandra, os quais tm a funo de resfriar e dar polimento superfcie do material. O reservatrio de geomembrana passa pelo leito de resfriamento e entra ento no puxador. Aps atingir o comprimento pr-fixado, o reservatrio de geomembrana cortada automaticamente pela mquina de corte.
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5. Peculiaridades do reservatrio de geomembrana fabricado pelo processo Matriz Plana Apresentam-se, a seguir, as peculiaridades do reservatrio de geomembrana fabricada pelo processo matriz plana: 5.1 Aspectos Gerais Vincos e Dobras O processo matriz plana resulta em reservatrios de geomembrana sem vincos ou dobras, pois ela produzida j em sua largura final. Controle de Espessura O processo de fabricao de matriz plana resulta em variaes de espessura na ordem de 5%, ou seja , menores do que o processo de fabricao de matriz balo. Isto se deve ao tipo de regulagem de espessura, que regulada atravs dos lbios da matriz, individualmente ponto a ponto. possvel regular a abertura em intervalos de aproximadamente 120mm, totalizado 50 pontos de controle ao longo da largura do reservatrio de geomembrana.
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Acabamento das bordas O processo matriz plana permite a colocao de fita especial para proteo de borda, assegurando que esta rea esteja limpa para a execuo da solda. Esta fita no deixa resduos ao ser removida. A borda tambm identificada a cada metro com o nmero da bobina, tipo, fabricante e comprimento. Isto garante a rastreabilidade da bobina mesmo aps a perda de etiquetas de identificao e desbobinamento dos rolos.
5.2 Reservatrio de Geomembrana Lisa Aspecto da Superfcie O processo de fabricao, no qual se emprega uma calandra, resulta um reservatrio de geomembrana com superfcie plana, lisa e com alto brilho. Uniformidade do Processo Estudos realizados internamente apontam menor variao das propriedades no processo de matriz plana, medida atravs do desvio padro. 16
Esta variao menor (em mdia 35%) se reflete em uma baixa variao de propriedades mecnicas de bobina para bobina. 5.3 Reservatrio de Geomembrana Texturizada Textura O processo de gravao, feito por rolos texturizadores, em textura de qualidade uniforme e constante. O processo de fabricao no interfere na espessura do ncleo.
Atrito de interface Devido a textura ser uniforme e constante, reservatrios de geomembrana com textura AR proprocionam valores de atrito de interface constantes de bobina para bobina e atravs da largura da bobina. Acabamento das bordas A solda dos reservatrios de geomembrana configura o processo mais importante de toda a instalao e do qual depender a barreira como um todo (ABINT, 2004). O processo matriz plana permite a manuteno das bordas lisas durante a fabricao do reservatrio de geomembrana texturizada. Esta borda lisa mantm uma maior rea de contato entre os materiais, o que melhora a qualidade da solda.
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6. Controle de qualidade O controle de qualidade do reservatrio de geomembrana POLIMANTA Engepol realizado segundo as recomendaes do GRI (Geosynthetic Research Institute). A GM 13 a recomendao usada no controle de qualidade de fabricao dos reservatrios de geomembranas lisas e texturizadas de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), a qual estabelece especificaes padro com indicao dos tipos de ensaios para a determinao das propriedades dos reservatrios de geomembranas e a freqncia com que os ensaios devero ser realizados durante a fabricao. A GM 17 a recomendao utilizada para reservatrios de geomembranas lisas e texturizadas de PE linear. As especificaes do GRI recomendam as propriedades fsicas, mecnicas e qumicas mnimas que o reservatrio de geomembrana que est sendo fabricada deve possuir. 6.1. Verificao da Qualidade no Laboratrio O laboratrio da Engepol possui a certificao GAI-LAP do GSI Geosynthetic Institute USA. O programa credencia laboratrios de geossintticos para a realizao de ensaios de modo padronizado em relao documentao, equipamentos e procedimentos de realizao dos ensaios. A meta do programa GAI LAP assegurar que todos os laboratrios estejam fazendo os ensaios de maneira apropriada, gerando resultados repetveis e reprodutveis, encontrando os mesmos nmeros. Os laboratrios de ensaios em geossintticos acreditados pelo GAI LAP possuem credibilidade internacional, comprovando que possuem equipamentos adequados e preparo para realizar testes de acordo com os mais rigorosos parmetros tcnicos. Adicionalmente, exige que os laboratrios possuam e mantenham suas documentaes de ensaios atualizadas. Empresas que no possuem este tipo de certificao, mesmo utilizando as normas pertinentes de ensaios, ficam a merc de procedimentos ou equipamentos inadequados por falta de conhecimento dos funcionrios, sendo em muitos casos objeto de desvios nos resultados. Para quem adquire e instala os reservatrios de geomembrana, a certificao GAI LAP a evidncia que os ensaios dos materiais fornecidos, geralmente informados atravs de certificados de qualidade, foram realizados de forma apropriada, gerando resultados confiveis. O laboratrio da Engepol participa do programa de GAI LAP desde 2004, sendo o primeiro laboratrio brasileiro a ser acreditado junto ao programa.
Referncias Bibliogrficas Koerner, Robert - Design with Geosynthetics Prentice Hall, Inc., 2005 ABINT (2004). Manual Brasileiro de Geossintticos Editora Edgard Blcher
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Manrich, Slvio. Processamento de Termoplsticos: rosca nica, extruso e matrizes, injeo e moldes. Editora Artliber (So Paulo, Brasil, 2005)
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3. Conexo do reservatrio de geomembrana POLIMANTA a Estruturas de Concreto A conexo com estruturas de concreto realizada atravs do perfil de PEAD, Engelock fabricado pela Engepol, o qual colocado na forma antes da concretagem, para que fique solidarizado estrutura. O reservatrio de geomembrana POLIMANTA soldada ao perfil atravs de solda por extruso, figura abaixo. Pode-se tambm, conectar o reservatrio de geomembrana POLIMANTA estrutura por meio de perfis metlicos fixados externamente atravs de parafusos, como mostram as figuras a seguir.
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Fixao reservatrio de geomembrana POLIMANTA em paredes de concreto atravs de perfis metlicos (IGSBR GM 01/03)
4. Interferncias As interferncias com tubos, caixas de entrada e sada e outras superfcies devero ser executadas de acordo com os detalhes do projeto. Nas figuras abaixo so mostrados exemplos de conexes de tubo com o reservatrio de geomembrana POLIMANTA.
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Exemplo de conexo de tubo em parede com o reservatrio de geomembrana POLIMANTA (IGSBR GM 01/03)
Conexo de tubo com o reservatrio de geomembrana POLIMANTA na obra (IMPORTANTE COLOCAR ABRAADEIRA PARA GARANTIR A ESTANQUEIDADE)
5. Colocao do reservatrio de geomembrana POLIMANTA Imediatamente antes da colocao do reservatrio de geomembrana a superfcie de apoio dever estar preparada de acordo com as recomendaes do item 2.1. 5.1. Identificao dos painis Durante a colocao do reservatrio de geomembrana devero ser registrados o nmero, a localizao e a data de colocao de cada painel (um painel uma bobina aberta), dados estes devero constar do as built elaborado diariamente pelo instalador. 5.2. Colocao dos painis:
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Os painis devero ser colocados de acordo o seu nmero e posicionamento indicados na modulao do projeto executivo, e a seqncia destes nmeros dever ser anotada na planilha de colocao do reservatrio de geomembrana POLIMANTA. O reservatrio de geomembrana dever ser colocado verticalmente, no sentido da inclinao do talude. O reservatrio de geomembrana dever ser colocada de forma que fique com o mnimo possvel de rugas e ondulaes, mas com folga mnima, para que no fique tensionada ao dilatar e contrair. O reservatrio de geomembrana dever ser ancorado temporariamente com sacos de areia ou terra, pneus ou outro elemento que no cause danos a mesma, a fim de se obter sua boa conformao superfcie, ao longo das bordas e cantos dos painis antes da ancoragem, e para evitar o seu levantamento pelo vento. Se for inevitvel o trfego de veculos sobre o reservatrio de geomembrana aps a sua colocao, dever haver uma boa proteo mecnica com geotxtil, com um reservatrio de geomembrana de sacrifcio ou com uma camada de solo, de forma que o veculo circule sobre a camada de proteo e no cause danos ao reservatrio de geomembrana.
5.3. Exemplos de modulao dos painis de reservatrio de geomembrana em interseco de taludes, citados na IGSBR GM 01/03. Talude com comprimento > 15 m, no sentido do seu caimento, considerado talude comprido. Talude pequeno: comprimento 15 m, no sentido do seu caimento.
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6. Emendas 6.1. As soldas devero ser feitas verticalmente na direo da inclinao do talude. 6.2. Nos cantos e locais de geometria irregular o nmero de soldas dever ser minimizado. 6.3. Recomenda-se que no sejam realizadas soldas horizontais a uma distncia inferior a 1,50 m do p do talude, no fundo, ou em reas de grande concentrao de tenses. 25
6.4. Os trespasses entre os painis devero ser de 10 cm nas soldas por termo-fuso e 7,5 cm nas soldas por extruso. 6.5. Os trespasses devero estar secos e limpos imediatamente antes da realizao das soldas. 6.6. Testes para verificao das soldas: Devero ser realizados testes para verificao do equipamento de solda e do desempenho do soldador. Esta verificao dever ser feita no incio de cada turno de trabalho (incio do dia, meio do dia ou qualquer hora em que o equipamento tenha permanecido desligado por um tempo tal, que tenha esfriado) para cada equipamento de solda utilizado. As soldas testes devero ser realizadas sob as mesmas condies das soldas que sero executadas nos painis da geomembrana colocada. As amostras para os testes de verificao de soldas devero ser de 1m de comprimento por 0,30 m de largura, com a solda centrada ao longo do comprimento. Das amostras extradas devero ser retirados cinco corpos de prova com 2,5 cm de largura por 30 cm de comprimento, para serem testados ao cisalhamento e ao descolamento no tensimetro de obra ou enviadas para um laboratrio independente. Estes corpos de prova no devero romper na solda. Se um corpo de prova romper, os ensaios devero ser repetidos para mais cinco corpos de prova e, o soldador e equipamento somente devero ser aprovados quando todos os corpos de prova romperem fora da solda e de acordo com as recomendaes e valores de resistncias estipulados na norma GM 19 (GRI). Em caso de bocas de peixe ou rugas nos trespasses das soldas, eles devero ser cortados, de forma a permitir um trespasse plano. Se houver irregularidades na continuidade do reservatrio de geomembrana e/ou trespasse inadequado, dever ser colocado um mancho oval ou redondo do mesmo reservatrio de geomembrana, ficando este pelo menos 15 cm alm dos limites da solda, em todas as direes.
7. Verificao das Soldas 7.1. Ensaios No Destrutivos Todas as soldas realizadas por termo-fuso devero ser testadas ao longo do seu comprimento. Os ensaios no destrutivos verificam a integridade das soldas utilizando os ensaios de presso de ar para as soldas por termo-fuso, o ensaio de vcuo para as soldas por extruso e o spark test para as soldas por extruso, que devido localizao no possam ser testadas pelo ensaio de vcuo. Estes ensaios devero ser realizados concomitantemente aos servios de solda. O spark test pode ser usado tambm para a verificao da estanqueidade global do reservatrio de geomembrana instalada.
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7.2. Ensaios Destrutivos A finalidade destes ensaios avaliar a resistncia das soldas ensaiando corpos de prova obtidos a partir de amostras de 2,5 cm de largura e 30 cm de comprimento, com a solda centrada ao longo do comprimento. Os ensaios devero ser realizados em cinco corpos de prova, no tensimetro na obra ou em laboratrio independente. Os ensaios destrutivos devem ser em nmero mnimo possvel, para preservar a integridade da barreira que compe o revestimento. A USEPA recomenda a retirada de amostras a cada 150 m de comprimento de solda, o que pode ser seguido na falta de recomendao de projeto, no entanto recomendvel que se corte a amostra no final da linha de solda. A GM 14 (GRI) fornece um mtodo estatstico para estabelecer um intervalo de retirada de amostras para ensaios destrutivos. Os ensaios destrutivos devero ser realizados de acordo com as recomendaes da norma GM 19 (GRI), e devero atender duas propriedades bsicas: Resistncia ao Cisalhamento Descolamento A descrio dos ensaios destrutivos pode ser encontrada na IGSBR GM 01/03. 8. Critrio de Aceitao das Soldas 8.1. Os cinco corpos de prova dos ensaios destrutivos (ASTM D 6392) tero que ser aprovados, quanto localizao da ruptura e resistncia da solda (GM 19). 8.2. Os corpos de prova no devero romper na rea soldada. A ruptura dever ocorrer pelo rasgamento da geomembrana: FTB, conforme esquemas mostrados na ASTM D 6392. 8.3. Todos os ensaios no destrutivos tero que ter 100% de eficincia. 9. Controle de Qualidade da Instalao O instalador dever comprovar a qualidade da instalao atravs da apresentao de planilhas e relatrios com o registro de todos os servios executados, inclusive os ensaios no destrutivos e destrutivos e o tambm o as built da rea instalada. Todos os projetos que possuem responsabilidade de risco ambiental devem exigir, com rigor, o controle de qualidade da empresa instaladora, conforme a IGSBR GM 01/03. Recomenda-se ainda a contratao de uma empresa fiscalizadora especializada para acompanhar os servios e o controle de qualidade da instalao. 10. Verificao da Qualidade Assegurada da Instalao Na inspeo da qualidade (que chamada de qualidade assegurada), todas as etapas da instalao devero ser verificadas concomitantemente a realizao dos servios. Devero ser realizadas verificaes na superfcie de apoio, colocao dos painis do reservatrio de geomembrana, ancoragens, interferncias e
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na execuo e verificao das soldas, os quais devero obedecer s especificaes do projeto, as normas pertinentes e as recomendaes da IGSBR 01/03. Os itens que devero ser verificados so os seguintes: 1. Condies da superfcie de apoio imediatamente antes da colocao do reservatrio de geomembrana. 2. Colocao do reservatrio de geomembrana com a respectiva identificao dos painis. 3. Ancoragens temporrias. 4. As condies das canaletas de ancoragem, incluindo a colocao do reservatrio de geomembrana na canaleta. 5. Condies de operao e tipos dos equipamentos de solda que o instalador possui: Termo-fuso Extruso Ar quente (somente como auxiliar na execuo das soldas por extruso) 6. Equipamentos de ensaios de Controle de Qualidade das soldas Presso de ar Ensaio de vcuo Spark test Tensimetro 7. Execuo das soldas por termo-fuso. 8. Execuo das soldas por extruso. 9. Execuo e verificao da estanqueidade dos reparos. 10. Execuo das conexes com tubos e estruturas de concreto. 11. Metodologia usada no cruzamento de soldas. 12. As built com a modulao dos painis instalados. 13. Planilhas Colocao do reservatrio de geomembrana e identificao dos painis Controle de soldas Ensaios no destrutivos e destrutivos Dirio de obra.
11. Referncias Bibliogrficas 11.1. ASTM D 6392 (2008). Standard Test Method for Determining the Integrity of Nonreinforced Geomembrane Seams Using Thermo-Fusion Methods. 11.3. Geosynthetic Research Institute GRI (1998). GRI Standard GM 14 Selecting Variable Intervals for taking Geomembrane Destructive Seam Samples PA USA, Revision 2. 11.4. Geosynthetic Research Institute GRI (2011). GRI Test Method GM 19 Seam Strength and Related Properties of Thermally Bonded Polyolefin Geomembranes PA USA, Revision 5. 11.5. IGSBR GM 01/03 (2003). Instalao de Geomembranas Termoplsticas em Obras Geotcnicas e de Saneamento Ambiental Recomendaes para Projeto IGS Brasil Associao Brasileira de Geossintticos. 11.6. UNE 104424:2000. Materiales Sintticos Puesta em Obra Sistema de Impermeabilizacin de Tneles y Galerias com Lminas Termoplsticas Prefabricadas Norma Espaola.
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Geocomposto Drenante Um geocomposto constitudo pela combinao de um ou mais geossintticos, com a finalidade de aumentar o desempenho de cada um, quando usado isoladamente. O geocomposto drenante da Engepol consiste de uma geonet de PEAD aderida, por calor, ao geotxtil no-tecido em uma ou nas duas faces. O geotxtil no-tecido poder ser termo-fixado ou no, de polipropileno ou de polister, dependendo da exigncia do projeto, a qual geralmente funo do resduo ou do efluente a ser armazenado e da vazo que ser drenada. O geotxtil no-tecido utilizado no geocomposto deve ter gramatura mnima de 200 gr/m2, a fim de minimizar a intruso do geotxtil nos canais da geonet. A geonet, por sua vez, pode ter a espessura de 4 ou de 7 mm, dependendo da vazo a ser drenada. Outras informaes sobre o geocomposto encontram-se no captulo 5.
3. Aplicaes Valas de resduos: drenagem de lquidos e gases Aterros sanitrios: drenagem de chorume e gases Coberturas de valas de resduos: drenagem de lquidos e gases Muros de arrimo ou cortinas de concreto: drenagem vertical Muros de conteno com solo envelopado: drenagem da interface macio x aterro Drenagem sob o reservatrio de geomembrana em lagoas de efluentes e valas de resduos Drenagem sob canais de irrigao Drenagem sob gramados de campos e quadras esportivas Drenagem sob a base de pavimentos rodovirios Tneis Proteo mecnica do reservatrio de geomembrana em contato com os resduos Proteo mecnica do reservatrio de geomembrana durante a colocao de solo ou de camada drenante Regularizao do solo de apoio do reservatrio de geomembrana Distribuio de carga sobre o reservatrio de geomembrana
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Dreno em Tneis
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Maior capacidade de armazenamento da vala ou do aterro Menor custo em relao aos agregados naturais Permite a construo de taludes mais ngremes Fcil instalao em qualquer condio ambiental, no exige mo de obra especializada e nem equipamentos especiais Substitui materiais inertes locais Elimina os filtros graduados resultando em reduo de custos de material e de instalao Alta transmissividade sob carregamento 5. Capacidade Drenante A capacidade drenante tanto da geonet (georrede), como do geocomposto calculada por meio da transmissividade ou da vazo. recomendvel que a especificao seja em funo da vazo, porque nem sempre o fluxo atravs da geonet laminar. Richardson et al. (2002), recomendam que a capacidade drenante das geonets seja equivalente permeabilidade da camada superior ao dreno. Transmissividade definida como a quantidade de gua que passa atravs de um corpo de prova em um intervalo de tempo sob uma carga normal e gradiente hidrulico especficos, onde o gradiente hidrulico e a superfcie de contato da amostra so selecionados de maneira a simular condies mais prximas possveis as de campo. A norma utilizada para esta avaliao a ASTM D 4716, cuja amostra colocada entre 2 superfcies onde so aplicadas as tenses normais e o gradiente hidrulico desejado. O esquema de realizao do ensaio apresentado na figura abaixo.
6. Especificao Na especificao por funo, as propriedades hidrulicas (vazo e transmissividade) so as mais relevantes. Podem ser consideradas ainda as propriedades de durabilidade, que so de fundamental importncia para o bom comportamento da drenagem ao longo do tempo, e a capacidade filtrante do geotxtil utilizado no geocomposto.
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Segundo Koerner (2005), a EPA-USA, departamento que monitora drenos de aterros, recomenda que para: Aterros sanitrios e industriais a transmissividade da geonet deve ser: 3 x 10-5 m2/s Valas de resduos: 3 x 10-4 m2/s Para Koerner (2005) necessrio, na especificao por funo, o clculo de um fator de segurana adequado. Para os geocompostos e as geonets, servindo como meio drenante, o coeficiente de segurana a razo entre o valor da vazo que passa pelo geocomposto ou pela geonet, obtida em ensaio de laboratrio, e o valor da vazo exigida no projeto: FS = Qensaio - R / Qprojeto Onde: FS = fator de segurana em relao s condies de carregamento, nem sempre conhecidas, e s incertezas de projeto. Qensaio - R = vazo obtida em ensaio de laboratrio Qprojeto = vazo de projeto Pode-se tambm definir o FS como a relao entre as transmissividades,: FS = ensaio - R / projeto No entanto, recomendvel utilizar a vazo ao invs da transmissividade, devido s condies de fluxo no laminar que ocorre tanto nas geonets, como nos geocompostos. Em relao aos valores de vazo e transmissividade obtidos nos ensaios de laboratrio, estes geralmente no expressam o realismo das condies da obra e devem ser ajustados atravs de fatores de reduo adequados. Assim sendo, o valor obtido no ensaio de laboratrio deve ser reduzido, antes do seu uso no projeto: Qensaio - R < Qensaio Qensaio - R = Qensaio [1 / FRIN . FRCR . FRCC . FRBC] Ou se todos os fatores de reduo forem considerados juntos: Qensaio - R = Qensaio [1 / FRTotal] Onde: Qensaio = vazo determinada segundo a ASTM D 4716 ou ISO/DIS 12598. FRIN = fator de reduo que leva em conta as deformaes elsticas, ou intruso, dos geossintticos adjacentes nos canais da geonet. FRCR = fator de reduo que leva em conta as deformaes de creep da geonet e/ou dos geossintticos adjacentes nos canais da geonet. FRCC = fator de reduo que leva em conta a colmatao qumica e/ou precipitao de produtos qumicos nos canais da geonet. FRBC = fator de reduo que leva em conta a colmatao biolgica nos canais da geonet. FRTotal = produto de todos os fatores de reduo para as condies especficas da obra. A tabela abaixo, Koerner (2005), fornece os fatores de reduo recomendados para alguns tipos de obras:
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7. Instalao A geonet e o geocomposto so fornecidos em rolos de 2,08 metros de largura por 50 metros de comprimento, podendo tambm ser fornecidos com dimenses conforme a necessidade da obra. Sua colocao no local do dreno simples e rpida, bastando desenrolar o rolo. Em valas de resduos, a ancoragem feita na canaleta, escavada em volta da vala, na crista do talude junto com o reservatrio de geomembrana; em muros pode ser presa por grampos de ao ao muro de concreto ou, para pequenas alturas, simplesmente colocado medida que sobe a cota do reaterro. Neste caso, usase o geocomposto de uma geonet com o geotxtil no-tecido aderido na face oposta a de contato com o muro. No fundo das valas, uma bobina de geocomposto unida a outra pelo trespasse das abas do geotxtil das bordas da bobina, no entanto para evitar o risco de deslocamento relativo, na ocasio de espalhamento da camada superior, recomendvel fazer uma amarrao entre os rolos estendidos com abraadeiras plsticas ou com fio de polietileno, ou ainda pela emenda do geotxtil das abas com ar quente. Nos taludes deve-se sempre fazer a amarrao e a emenda do geotxtil com ar quente.
Referncias Bibliogrficas Koerner R.M. (2005). Designing with Geosynthetics - Fifth Edition. Prentice Hall, N.J. Richardson, G. N., Giroud, J. P. and Zhao, A. (2002). Lateral drainage design update Part 1 - Geotechnical Fabrics Report, January/February 2002. Sieracke, M. and Maxson, T. 2001.Common sense design with geosynthetic dranaige material. Geotechnical Fabrics Report, October/November 2001. ABINT (2004). Manual Brasileiro de Geossintticos Editora Edgard Blcher.
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O geocomposto para drenagem uma combinao de dois geossintticos: a geonet, tambm chamada de georrede e o geotxtil no-tecido, que pode ser termofixado ou no, aderido por calor em uma ou nas duas faces da geonet. O ncleo de geonet, composto por pequenos canais, responsvel pelo escoamento dos fluidos e o geotxtil atua como filtro e separador, mantendo o solo e os resduos fora dos canais da geonet. O geocomposto um produto ideal quando o projeto e/ou os materiais em contato com a geonet exigem um geotxtil, pois a combinao dos dois geossintticos proporciona o aumento da resistncia ao deslizamento entre os geossintticos, quando utilizado em taludes.
O ncleo do NORDREN macio com canais de fluxo bem definidos. No h perigo de estrangulamento do dreno, se houver presso excessiva. Com feito de PEAD, apresenta grande durabilidade.
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O geocomposto NORDREN serve de colcho isolante entre a estrutura e o solo. Protege a impermeabilizao contra danos mecnicos e amortece as vibraes provenientes do terreno em volta da estrutura. Nordren fabricado com os geotxteis excedendo aproximadamente 10cm as bordas do ncleo de geonet, permitindo a sobreposio sem degraus e garantindo a continuidade do dreno.
3. Sistema Drenante Sistema drenante um conjunto de elementos, que coleta e conduz fluidos em seu plano atravs da sua estrutura, sendo geralmente constitudo pelo elemento que capta e conduz o fluido, por um filtro, que impede que as partculas do solo obstruam o elemento drenante, e por um sistema de coleta, que conduz o fluido drenado a um local adequado. No geocomposto NORDREN, a geonet o elemento drenante e o geotxtil o filtro. A associao destes dois geossintticos otimiza a execuo da drenagem. 4. Aplicaes NORDREN pode ser utilizado em uma grande variedade de aplicaes com custo menor do que os sistemas drenantes com areia e brita. importante observar que cada aplicao possui uma exigncia especfica quanto vazo de escoamento, transmissividade, durabilidade, comportamento sob grandes carregamentos e resistncia qumica, que so parmetros crticos para o bom desempenho do dreno. Os problemas que usualmente ocorrem no caso de sistemas drenantes mal projetado ou mesmo omitidos so do tipo: aumento do esforo horizontal (empuxo) atuante em muros de arrimo; subpresso em lajes de piso de subsolos de edifcios, ocasionando infiltraes, trincas, podendo inclusive levantar a laje, dependendo da sua intensidade; manchas em paredes ocasionadas pela umidade resultante da gua represada; carregamento de partculas de solo, provocando a retro-eroso progressiva, chamada de piping, que pode ocasionar a instabilidade de taludes. 4.1 Exemplos de aplicaes Drenagem Vertical Muros de arrimo Cortinas de concreto de subsolos de edifcios e estruturas enterradas em geral Drenagem horizontal Ptios e estacionamentos Floreiras e jardineiras Tanques Pisos de concreto Campos e quadras desportivos Fundo de valas de resduos, aterros sanitrios, canais de irrigao Drenagem em planos inclinados Trincheiras drenantes
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Valas de resduos Aterros sanitrios Coberturas de aterros sanitrios e valas de resduos Muros de conteno com solo envelopado com geotxtil ou geogrelha Rodovias e ferrovias Tneis Como proteo Proteo mecnica do reservatrio de geomembrana em contato com os resduos Proteo mecnica do reservatrio de geomembrana durante a colocao de solo ou da camada drenante de agregados sobre a mesma Regularizao do solo de apoio do reservatrio de geomembrana Distribuio de carga sobre o reservatrio de geomembrana
Geossintticos Componentes Geotxtil no tecido agulhado e termofixado nas 2 faces Geotxtil no tecido agulhado nas 2 faces
Nota: Outras gramaturas de geotxtil podem ser utilizadas na fabricao do NORDREN, sob consulta NORDREN identificado pelo seguinte cdigo: DGC: geotxtil nas duas faces. Decifrando os cdigos: Os algarismos antes da barra referem-se espessura da geonet utilizada: 900/: geonet de 5 mm 1250/: geonet de 7 mm Os algarismos aps a barra referem-se ao tipo de geotxtil e respectiva gramatura: /200: geotxtil no-tecido agulhado de 200 g/m2 /200T : geotxtil no-tecido agulhado e termo-fixado de 200 g/m2
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Geocomposto NORDREN Duplo: DGC 1250/200T 6. Apresentao, Embalagem, Manuseio e Armazenamento 6.1. Apresentao Nordren apresentado em 3 opes: Bobinas com 1m de largura por 10m de comprimento Bobinas de 2m de largura por 30m de comprimento Bobinas de 2m de largura por 50m de comprimento Outras dimenses de bobina podero ser fornecidas conforme a necessidade da obra. Linha normal de fabricao: NORDREN com geotxtil de gramaturas de 130 a 400 gr/m2. Outras gramaturas do geotxtil e espessuras da geonet, do ncleo do geocomposto, podero ser fabricadas sob consulta. 6.2. Embalagem A embalagem das bobinas de Nordren um filme de polietileno preto, para proteo contra os raios UV. 6.3. Manuseio Nordren fcil de transportar e de manusear. Uma bobina de DGC 900/200 de 30m de comprimento tem dimetro de 65 cm pesa em torno de 50 kg. 6.4. Armazenamento O armazenamento do Nordren deve ser feito em pilhas de no mximo trs bobinas e em local coberto.
7. Solues com NORDREN 7.1. Drenagem Vertical 7.1.1. Muros de Arrimo e Estruturas de Conteno O NORDREN instalado na vertical entre a estrutura e o solo, substituindo os drenos de areia convencionais, reduzindo a presso de gua atuante na estrutura e protegendo a impermeabilizao. Nas figuras abaixo esto um muro de arrimo e um encontro de ponte, com dreno geocomposto NORDREN.
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7.1.2. Cortinas de Concreto de Subsolos de Edifcios e Estruturas Enterradas em Geral Para drenagem vertical de estruturas enterradas como subsolos de edifcios, tneis e cortinas de conteno, o geocomposto NORDREN tem a vantagem de poder ser instalado at a profundidade de 50m. Nestes casos, o tipo SGC mais indicado, instalado com a face da geonet junto parede de concreto e a de Geotxtil em contato com o solo.
Observaes: 1. Profundidade limite de aplicao para drenagem vertical: 50 m. 2. Dimensionamento do tipo de NORDREN mais apropriado: deve ser em funo da vazo mxima que passar pelo dreno, a qual determinada em funo da topografia, quantidade de precipitao (chuva), profundidade da instalao do dreno. As dvidas devero ser encaminhadas ao departamento tcnico da Engepol. 7.2. Drenagem Horizontal com NORDREN 7.2.1. Floreiras e Jardineiras Nordren mantm o solo em condies de umidade propicias ao desenvolvimento da vegetao, pois elimina o excesso de gua.
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7.2.2. Campos Desportivos NORDREN uma soluo econmica de drenagem em campos de esportes, porque pela sua pequena espessura h uma reduo no volume de escavao e reaterro das valas de drenagem.
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7.2.3. Estacionamentos, Ptios de Carga e Descarga e Laje de Subsolos A drenagem em reas de estacionamentos, ptios de carga e descarga e laje de subsolos necessria para evitar infiltraes, trincas e o destacamento do revestimento dos pisos devido a subpresso (presso da gua de baixo para cima). NORDREN a soluo econmica para estes casos.
Observaes: 1. Profundidade limite de aplicao para drenagem horizontal: 23 m. 2. Dimensionamento do tipo de NORDREN mais apropriado: deve ser em funo da vazo mxima que passar pelo dreno, a qual determinada em funo da quantidade de precipitao (chuva), no caso de floreiras e campos desportivos, e tambm da profundidade da instalao do dreno no caso de lajes de subsolo.As dvidas devero ser encaminhadas ao departamento tcnico. Nordren substitui a brita das trincheiras drenantes tradicionais em sistemas virios, com excelente desempenho. Este dreno tem a funo de proteger o pavimento da umidade proveniente das chuvas, assim como interceptar e desviar o fluxo da gua subterrnea. A Engepol realizou uma comparao de custos entre drenos verticais de brita e drenos verticais com Nordren, mostrando que o dreno com Nordren mais econmico.
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7.2.3 Sistemas de deteco de vazamento Geocompostos drenantes so muito utilizados em sistemas de deteco de vazamentos entre as camadas primrias e secundrias do reservatrio de geomembrana. A vantagem do geocomposto sua baixa espessura alta condutividade hidrulica. Materiais naturais como areia podem ter uma presso capilar relativamente alta, o que causa estocagem de lquido e uma taxa de transporte at o sistema de coleta. Um sistema de deteco de vazamento deve produzir uma quantidade mnima de lquido, e este lquido deve estar imediatamente no sistema de coleta, e no estocado na areia (GFR,2001).
8. Instalao do NORDREN A instalao do geocomposto Nordren fcil e rpida. As perdas de material so mnimas. Mo-de-obra no especializada em nmero de duas pessoas capaz de instalar 50m2/h em drenagem vertical. No h necessidade de uso de ferramentas especiais. Pode-se cort-lo facilmente com estilete ou tesoura. A sua flexibilidade permite sua adaptao em qualquer superfcie. A instalao do Nordren em drenagem vertical geralmente iniciada pela parte superior, descendo at a base. Sua fixao pode ser feita com pregos ou com cola. Em caso de dvidas consulte o departamento tcnico da Engepol. 9. Dvidas Freqentes Para colocao do geocomposto necessria mo de obra especializada e ferramentas especiais? No. A colocao simples e rpida, bastando desenrolar a bobina sobre a superfcie. O geocomposto NORDREN pode ser usado em dreno na base de aterro sanitrio? Sim. Porque o ncleo de geonet de PEAD suporta a carga resultante da deposio do lixo at uma altura de aproximadamente 23 m, sofrendo pouca variao de sua capacidade drenante. Para alturas de lixo maiores, recomendvel usar uma camada drenante de brita sobre o geocomposto, para atender a drenagem necessria. Alm disso, o geotxtil utilizado pode ser de polipropileno, que o mais adequado para este tipo de obra. NORDREN pode ser colocado sob laje de concreto? Sim, porque capaz de suportar a carga mantendo a capacidade drenante.
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Quando se usa o NORDREN no preciso usar brita e tubo? A brita dispensvel, no entanto, dependendo da quantidade de gua a ser drenada, s vezes preciso usar o tubo. O NORDREN pode substituir o MacDrain? Sim, em qualquer situao em que a capacidade drenante solicitada for igual. H obras em que foi utilizado o NORDREN? Sim, h vrias obras onde a drenagem com materiais granulares foi substituda pelo NORDREN. Para maiores informaes consulte o departamento comercial.
10. Sobre o desempenho do NORDREN Qual a deformao do Nordren quando submetido a carga?
Quantos quilos o geocomposto NORDREN agenta? O valor da carga, que o geocomposto suporta funo da compressibilidade do ncleo, que a geonet. Pelos resultados dos ensaios realizados no Laboratrio de Geossintticos da Escola de Engenharia de So Carlos USP, o geocomposto NORDREN DGC 1250/130T submetido a uma carga de 10 tf/m2 (100 kPa) na posio horizontal, que a mais desfavorvel, ter uma capacidade drenante de 270 l/h (7,50 x 10-2 l/s). O geocomposto pode entupir com o tempo? O geotxtil atua como elemento filtrante retendo as partculas de solo, enquanto o fludo passa para o interior do geocomposto. Recomenda-se cuidado na instalao, para que o geotxtil no tenha contato com lama, a qual poder diminuir sua capacidade filtrante. O geocomposto NORDREN impermeabiliza? No. O geocomposto NORDREN drena. No entanto, pode ser usado junto a um sistema de impermeabilizao, para escoamento rpido da gua, contribuindo para o melhor desempenho para impermeabilizao. Referncia Bibliogrfica ABINT (2004). Manual Brasileiro de Geossintticos Editora Edgard Blcher. GFR Engineering Solutions. Common sense design with geosynthetic grainage material. Outubro/Novembro 2001. Volume 19, nmero 8.
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CAPTULO 7 - GEOTXTIL
1. Introduo Os geotxteis so produtos geossintticos usados em obras geotcnicas ou de proteo ambiental desempenhando uma ou mais funes durante sua vida til. A maioria dos geotxteis mundialmente tem como matria-prima o polipropileno e o polister, no entanto podem ser encontrados, em menor escala, aqueles fabricados a partir do nylon e do polietileno. 2. Histrico As primeiras utilizaes dos geotxteis tecidos foram em 1950, em aplicaes de controle de eroso como alternativa para filtros de solo granular (Koerner, 2005). Os geotxteis no-tecidos foram introduzidos na Frana em 1960 em aplicaes como estradas no pavimentadas e reforo de vias permanentes de ferrovias, com funo de separao e / ou reforo. Alm da Frana, a Holanda e a Inglaterra foram os precursores no uso dos geotxteis no-tecido. Nos Estados Unidos a aplicao dos geotxteis comeou em 1970 e no Brasil em 1971. 3. Funes de Geotxteis e seus mecanismos 3.1 Separao O geotxtil atua como uma barreira separando as camadas de solo das de material granular. Como estes dois materiais tm diferentes dimetros de partculas do geotxtil, estas podero se misturar em determinadas condies hidrulicas e de carregamento.
3.2 Reforo Como reforo o geotxtil pode ser colocado sobre uma camada de solo mole, distribuindo as cargas aplicadas, melhorando a estabilidade e resistncia de solo de fundao ou de aterro, e reduzindo o volume do aterro. Pode tambm ser disposto entre camadas de solo compactado,de espessuras definidas atravs de clculo, que proporciona em aumento da resistncia do macio construdos.
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3.3 Filtrao O geotxtil permite a passagem da gua, retendo o solo; funciona como um filtro. Substitui os filtros tradicionais de transies granulomtricas.
3.5 Proteo O geotxtil atua como proteo do reservatrio de geomembrana e outros revestimentos contra desgastes e puncionamento, no caso de protuberncias e de fendas / fissuras.
4. Polmeros
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PET: O PET proporciona maior resistncia a trao e menor deformao na ruptura do que os demais polmeros, sendo as menores resistncias associadas ao PP. A maior resistncia das fibras de PET deve-se s fortes ligaes coesivas intermoleculares. PP: O PP apresenta propriedades mecnicas aceitveis e inrcia qumica. Os maiores problemas associados e este polmeros esto relacionados a oxidao e a fluncia. A tabela 1 apresenta as principais caractersticas mecnicas dos polmeros utilizados na fabricao de geossintticos. Polmero Resistncia a trao (MPa) Elongao na ruptura (%) Mdulo de elasticidade (GPa) PP 31 a 41 100 a 600 1,17 a 1,72 PET 48 a 72 50 a 300 2,76 a 4,14
Tabela 1 dados retirados do manual brasileiro de geossintticos pgina 23
5. Aplicaes
Separao Entre reservatrios de geomembrana e camadas de drenagem Entre solos de fundao e muros rgidos ou flexveis Entre camadas velhas e novas de asfalto Entre fundao e aterros para barragens Entre a fundao e camadas de solo encapsulado Sob campos de esportes, estacionamentos e similares Entre subleito e base em estradas pavimentadas e no pavimentadas Reforo/Proteo Prevenir perfurao do reservatrio de geomembrana pelo solo. Prevenir perfurao do reservatrio de geomembrana pelo material do aterro ou base rochosa. Sobre solos moles em rodovias no pavimentadas, ferrovias, aterros sanitrios. Conteno lateral em ferrovias de lastro. Para enrolar solos em sistemas de encapsulamento com geotxteis (geoformas tubulares). Construo de muros encapsulados com geotxteis. Estabilizao temporria de taludes. Reforo de juntas em pavimentos flexveis. Criar mais estabilidade em taludes devido a resistncia ao atrito na interface. Filtrao Com geonets para prevenir intruso de solo Substituindo os filtros de solos granulares Envolvendo tubo dreno perfurado Sob aterros que geral chorume Envolvendo ncleos moldados (ex. drenos verticais) Envolvendo colunas de areia em drenos de areia. Drenagem Como um dreno receptor de fluxo horizontal Como dreno atrs e na base de muros Como dreno de gua e gases sob reservatrios de geomembranas Como dreno sob campos esportivos Para dissipar a gua de infiltrao do solo exposto ou superfcies rochosas
Fonte: Koerner(2005) pg 39
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6. Mecanismos de degradao em geotxteis 6.1 Exposio solar A luz solar uma das mais importantes causas de degradao em polmeros, sendo o PP mais suscetvel a este tipo de degradao. O mecanismo de degradao da maioria dos polmeros de natureza fotoqumica, a absoro de luz ultravioleta pelo polmero fornece energia para a quebra das cadeias prximas a superfcie exposta. Os radicais livres resultantes ento reagem com oxignio formando radicais perxi que iro atacar outras molculas de polmeros, ou mesmo outros pontos da mesma cadeia do polmero. Mtodos de testes acelerados so utilizados para simular o efeito da luz solar em um ambiente controlado com uma fonte artificial de luz(lmpadas). Os tempos de exposio so em mdia 500h. Antes de selecionar o geotxtil apropriado para uma determinada aplicao, o nvel de exposio que o material vai estar sujeito antes, durante e aps a instalao deve ser considerado. O local e a durao da exposio podem afetar drasticamente o desempenho fsico e mecnico do polmero. Uma maneira de minimizar a degradao sofrida pelos materiais polimricos adicionando aditivos (antioxidantes, estabilizadores de UV e pigmentos) em sua composio. Geotxteis apropriadamente aditivados devem ser selecionados para atingir as condies de aplicao desejadas. 6.2. Temperatura A temperatura elevada aumenta a taxa de degradao e age em conjunto com outros mecanismos de degradao como luz solar, oxidao, hidrlise, qumica ou outras. Sendo assim, a principal funo da sobreposio da temperatura-tempo nas tcnicas de previso de tempo de vida testar amostras de laboratrio nas temperaturas de 50oC a 100oC e extrapolar a degradao acelerada para condies de campo. A respeito do comportamento mecnico dos plsticos, altas e baixas temperaturas causam amolecimento e endurecimento respectivamente. Para geotxteis, entretanto, nem altas nem baixas temperaturas so questes cruciais, exceto em situaes ambientais extremas. 6.3 Degradao hidroltica A hidrlise pode causar degradao tanto via reaes externas ou internas nas fibras. Geotxteis fabricados com polister so mais suscetveis a hidrlise na presena de gua, que acelerada por condies alcalinas muitos elevadas (pH >10) ou muito baixas (pH<3). O polister tambm suscetvel a uma maior degradao na presena de solo tratado com cal, concreto ou cimento, que apresentam pH entre 10 e 13. Esta caracterstica deve ser levada em considerao na escolha do geotxtil, de acordo com a aplicao. Em caso de dvida, pode ser realizada uma avaliao onde amostras de geotextil so incubadas em gua com o pH desejado a 20oC e 50oC, por no mnimo 120 dias. So avaliadas mudanas na resistncia e no alongamento das amostras. importante realizar o mesmo procedimento com gua destilada (pH=7) nas mesmas temperaturas, para se obter uma base comparativa. 6.4 Oxidao Todos os tipos de polmeros reagem com oxignio causando degradao, porm as poliolefinas (PP) so mais suscetveis a este fenmeno. Aditivos podem ser utilizados para estabilizar este mecanismo.
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Sempre que um radical livre criado, oxignio pode criar uma degradao progressiva. O oxignio combina com o radical livre formando um radical hidroperxido. Este eventualmente reage com outra cadeia de polmero, criando um novo radical livre e causando a ciso da cadeia. Ensaios para avaliao deste mecanismo usam amostras incubadas onde o aquecimento feito em forno com ventilao fora e controlada. Dois tipos de procedimentos podem ser utilizados: aquecimento contnuo e cclico. Os ensaios para avaliao podem ser definidos de acordo com a finalidade da aplicao. 6.5 Qumica De modo geral, geotxteis de PP apresentam resistncia qumica melhor que o PET. Geotxteis de PP tem boa resistncia a cidos e bases fortes, e a maioria dos solventes. Geotxteis de PET boa resistncia a cidos fracos, alcois e solventes orgnicos. A tabela a seguir apresenta aspectos da resistncia qumica dos polmeros mais utilizados na fabricao dos geotxteis. O conjunto dos geotxteis atende muito bem as vrias situaes de agressividade qumica. Basta que estas condies sejam identificadas e se proceda escolha adequada do polmero mais apropriada para cada tipo de aplicao. Resistncia qumica dos principais polmeros utilizados na fabricao dos geotextis Polmero PET Durao do carregamento C(1) L(2) C(1) cidos Diludos ++ + ++ cidos concentrados o ++ lcalis diludos ++ o ++ lcalis concentrados o ++ Sais(prine) ++ ++ ++ leo mineral ++ ++ + Glicol ++ o ++ Microorganismos ++ ++ ++ Luz UV + o o Luz UV (estabilizada) ++ + ++ Calor a seco (acima de 100 oC) ++ ++ ++ Detergentes ++ ++ ++
PP L(2) ++ + ++ ++ ++ o ++ ++ + + ++
Grau de resistncia: (-) no resistente; (o) moderada; (+) aceitvel, (++) boa. Essa avaliao da resistncia vlida sob condies normais de temperaturas: (1), durante a execuo; (2), durante o uso.
Tabela 2 dados retirados do manual brasileiro de geossintticos pgina 23
6.6 Biolgica Para que microorganismos, como bactrias ou fungos degradem polmeros, os organismos devem unir-se as superfcies das fibras ou fios e usar o polmero como matria-prima. Isto altamente improvvel. Todas as resinas utilizadas na fabricao de geossintticos tm peso molecular elevado com poucas terminaes de cadeia, necessrias para o processo de biodegradao ser iniciado. Ao invs da degradao biolgica, a colmatao biolgica uma preocupao em funo das caractersticas do lquido que permeia. Para lquidos com alto teor de microorganismos, exacerbada por alto teor de slidos em suspenso, pode ocorrer a colmatao excessiva. 7. Instalao
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Os geotxteis devem ser colocados no sentido da mxima inclinao do talude. Sua unio pode ser feita por costura, por calor ou por transpasse, sendo o tipo de unio e a dimenso da sobreposio definida no projeto. O sentido correto da sobreposio do geotxtil deve ser observado nos casos de lanamento e espalhamento do material de aterro, de enchimento de vala, escoamento da gua (caso de trincheira drenante). Referncias Bibliogrficas Koerner, R.M. (2005) Designing with Geosynthetics- Fifth Edition. Prentice Hall.N.J CTG Comit Tcnico de Geossintticos (2001). Curso Bsico de Geotxteis ABINT Associao Brasileira de Industriais de No Tecidos e Tecidos Tcnicos. Leech, A. D. Geotextiles long term durability product design parameters. 9th International Conference on Geosynthetics, Brazil, 2010. Valente,I.M. Carneiro,J.R. AlmeidaP.J. Lopes, M.L. Chemical studies about the durability of polypropylene geotextiles. 9th International Conference on Geosynthetics, Brazil, 2010. BUENO, B. S., BENVENUTO, C. E VILAR, O. M., Manual brasileiro de geossintticos. Coordenador Jos Vertermatti. Editora Edgar Blucher (So Paulo, Brasil, 2004)
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2. Histrico O desenvolvimento de materiais polimricos de alto mdulo de rigidez, quando submetidos trao, possibilitaram a utilizao destes como reforo em vrios materiais de construo, inclusive o solo. As primeiras geogrelhas foram desenvolvidas na Inglaterra e trazidas para os Estados Unidos no incio da dcada de 80 (Koerner, 2005). 3. Tipos de Geogrelha Os fios, que formam os elementos longitudinais e transversais da malha da geogrelha, podem ser fabricados a partir de diversas resinas e a forma como se interceptam varia, conforme o tipo da geogrelha. As geogrelhas so denominadas unidirecionais, quando apresentam resistncia trao elevada em uma das direes de fabricao (direo longitudinal ou transversal da bobina), e bidirecionais quando apresentam resistncia trao elevada nas duas direes de fabricao. Em funo do processo de fabricao, as geogrelhas podem ser extrudadas, soldadas ou tecidas (ABINT, 2004). Dentro deste contexto, os principais tipos de geogrelha disponveis no mercado internacional so: Geogrelhas orientadas fabricadas pela extruso de resinas de polietileno de alta densidade ou de polipropileno; denominadas geogrelhas rgidas. Geogrelhas tecidas, cujos elementos resistentes so constitudos por vrios fios, fabricados com resinas de polister ou de fibra de vidro, os quais formam um feixe, que revestido por PVC, ltex ou betume; denominadas geogrelhas flexveis. Dependendo do tipo de polmero e do processo de fabricao empregado, as geogrelhas tero caractersticas e propriedades diferentes. O processo de fabricao pode ser pela unio dos fios por ultrasom ou por colagem, ou ainda pela unio por costura, e o revestimento dos fios a ltima etapa. Embora o 52 Manual de Geossintticos - Nortne / Engepol
uso principal das geogrelhas seja para reforo, alguns tipos so utilizados em pavimentos asflticos e impermeabilizao ou em separao e estabilizao de solos. Geogrelhas tambm so usadas como gabies, e como elementos ancorados, inseridos entre geotxteis e reservatrios de geomembrana, (S. Guide, 2011). 4. Geogrelha Engefort A geogrelha Engefort possui alta resistncia trao e alto mdulo de rigidez trao, fabricada com polmeros que possuem baixa sensibilidade ao creep, polister de alta tenacidade ou fibra de vidro, e tem abertura de malha entre 20 e 30 mm.
Geogrelha Engefort
5. Aplicaes da Geogrelha Engefort Engefort pode ser utilizada como reforo em vrios tipos de obras geotcnicas e de proteo ambiental: Bases de estradas rodovirias e ferrovirias Recuperao de pavimentos Base de aterros reforados construdos sobre solo mole Taludes reforados Taludes de barragens de terra Recomposio de taludes que romperam Substituio de encostas convencionais por taludes de inclinao acentuada Base de aterro de capeamento de estacas de fundao Diques de expanso de aterros sanitrios Reforo de fundao, visando melhorar a capacidade de carga sob sapatas Muros de solo reforado Taludes de aterros sanitrios Coberturas de valas de resduos e de aterros sanitrios 6. Exemplos de Aplicao da Geogrelha Engefort 6.1. Aterros ou Diques reforados
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O uso de geogrelha como reforo permite transformar taludes com inclinao suave em:
Taludes ngremes
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7. Especificao de Geogrelhas A escolha e a especificao da geogrelha feita em funo do tipo e das condies geotcnicas da obra e da resistncia trao requerida para o caso em anlise. Na escolha da geogrelha deve-se levar em conta o tipo de polmero, o processo de fabricao e no mnimo algumas propriedades, com os respectivos mtodos de ensaio atravs dos quais estas so obtidas, como por exemplo: Propriedades fsicas: - abertura da malha - massa por unidade de rea ou gramatura (g/m2) ABNT NBR 12568 ou ASTM D 5261 Propriedades mecnicas: - resistncia trao (kN/m) ASTM D 6637, ASTM D 4595 ou ABNT NBR 12824, onde so importantes as informaes sobre: a) resistncia trao para 5% de deformao b) resistncia trao na ruptura com o respectivo alongamento c) mdulo de rigidez trao - resistncia fluncia (kN/m) ASTM D 5262 para 10.000 horas (1 ano e 2 meses) ou ASTM D 6992 Propriedades de desempenho: - resistncia de inteface: arrancamento e cisalhamento direto ASTM D 6706 e ASTM D 5321 - danos de instalao ASTM D 5818 8. Projeto da Geogrelha: Consideraes sobre a Resistncia Admissvel Um projeto de geogrelha por funo deve estabelecer um fator de segurana global para a determinao da resistncia de admissvel ou de projeto. A funo principal da geogrelha sendo reforo, estes fatores de segurana podem ser determinados da seguinte forma: Sendo: FSTotal = Tensaio / Tadm
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Tensaio = resistncia trao obtida em ensaio de laboratrio Tadm = resistncia trao requerida no projeto A resistncia trao obtida em ensaio de laboratrio geralmente a carga de ruptura, a qual deve ser reduzida atravs de fatores de reduo que levem em conta as condies de utilizao da geogrelha. Portanto, a resistncia trao requerida no projeto dever ser encontrada usando, por exemplo, uma equao do tipo da seguinte: Tadm = Tensaio [1 / FRID . FRCR . FRCD . FRBD . FRINT] FRID = fator de reduo que leva em conta os danos de instalao. FRCR = fator de reduo para evitar deformaes de creep durante a vida til da obra. FRCD = fator de reduo que leva em a degradao qumica da geogrelha. FRBD = fator de reduo que leva em conta a degradao biolgica da geogrelha. FRINT = fator de reduo que leva em conta a segurana das emendas da geogrelha. FSTotal = produto de todos os fatores de reduo para as condies especficas da obra. Alguns destes fatores de reduo devem ser 1,0 ou pouco acima de 1,0 e podem no ter importncia em alguns tipos de obra. Entretanto, outros fatores de reduo, que levem em conta condies relevantes para determinadas situaes na obra, podem ser includos na determinao da resistncia trao de projeto. Por exemplo, fatores de reduo que levam em conta: degradao por raios UV, penetrao de agregados de maior granulometria, podem ser includos em condies especficas. A tabela abaixo, GG4(b)(2005), fornece os fatores de reduo recomendados para alguns tipos de obras. No entanto, importante analisar cada fator individualmente, em relao s condies de solicitao e local de utilizao da geogrelha. Os fatores de reduo apresentados, na tabela a seguir, so para geogrelhas flexveis, ou seja, aquelas que exibem uma rigidez trao menor do que 1000 g/cm no ensaio ASTM D 1388, segundo a GG4(b). Vale lembrar tambm, que so fatores parciais, que foram quantificados por pesquisas no GSI, e levam em conta condies de longa durao, que no so normalmente consideradas nos ensaios de laboratrio. Fatores de reduo parciais recomendados pela GG4(b)(2005), para Geogrelhas Flexveis (termos definidos abaixo da equao de Tadm)
9. Referncias Bibliogrficas ABINT (2004). Manual Brasileiro de Geossintticos Editora Edgard Blcher. GRI GG4 (b) (2005). Determination of the Long-Term Design Strength of Flexible Geogrids Geosynthetic Institute USA. 57
Geosynthetics, IFAI Publication (2011). Specifiers Guide. Acessado em: 25/10/2011, em: http://geosyntheticsmagazine.com/specifiersguide Koerner, R. M. (2005). Designing with Geosynthetics Fifth Edition. Prentice Hall, N.J.
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Durante vrios anos os drenos verticais de areias mais sobrecarga foram considerados a soluo com o melhor custo x benefcio para o adensamento de solos compressveis saturados. Estes drenos, que tm sido utilizados desde 1930, consistem em estacas de areia com dimetro variando de 20 a 60 cm, espaados de 1,5 a 6,0 m e comprimento atingindo a cota final da camada de solo mole, atravs dos quais a gua retirada desta camada. Aps a execuo dos drenos de areia, colocada uma sobrecarga, sobre toda a rea do terreno, a qual vai sendo aumentada para forar a eliminao da gua contida nos vazios do solo compressvel.
Execuo do Dreno Vertical de Areia Apesar de j terem sido instalados milhes de drenos verticais de areia em todo o mundo, h alguns problemas na sua utilizao, como: Possibilidade de seccionamento do dreno durante sua execuo. Possibilidade do solo de fundao sofrer cisalhamento durante a colocao da sobrecarga, e devido ao pequeno dimetro do dreno de areia, este no contribuir com nenhuma resistncia ao cisalhamento, o que limita a colocao dos incrementos da sobrecarga a valores muito pequenos. Possibilidade de no haver jazida de areia nas proximidades da obra. Necessidade de que o aterro de sobrecarga tenha altura grande (s vezes da ordem de 10m ou mais), o que demanda grande volume de material de emprstimo para sua execuo. Quando o adensamento completado, s vezes h necessidade de remover parte da sobrecarga colocada, por exigncia de projeto, e esta operao difcil, alm do custo envolvido ser grande.
4. Dreno Vertical Tecdren O dreno vertical Tecdren usado como para acelerar a velocidade de recalque de construes executadas sobre solos moles, em substituio aos drenos verticais feitos de areia, podendo reduzir o tempo de ocorrncia destes de anos para apenas alguns meses. constitudo por um ncleo de PEAD, com pequenos canais nas duas faces. O ncleo envolvido em uma manta de geotxtil no-tecido, o qual funciona como filtro separador que impede a penetrao e colmatao dos canais por parte do solo argiloso. A gua captada pelo dreno conduzida atravs dos canais do ncleo at a superfcie do terreno, sendo drenada pela camada drenante superior, colocada na superfcie do terreno. O dreno vertical possui uma boa resistncia trao e quando so cravados com distncias de 1 a 2 m, de centro a centro, eles oferecem um efeito de reforo considervel na camada (Koerner, 2005).
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Dreno Vertical Tecdren 5. Aplicaes do Dreno Vertical Tecdren Tecdren pode ser utilizado em vrios tipos de obras geotcnicas e de proteo ambiental, em drenagem vertical, horizontal ou qualquer outra inclinao: Estradas rodovirias e ferrovirias Recuperao de pavimentos Base de aterros reforados Taludes reforados Acelerao de recalques de camadas de solo compressvel Obras de proteo contra eroso Drenagem e filtrao do subsolo Impermeabilizao Sistemas de drenagem Muros reforados com geogrelha ou geotxtil Coberturas de valas e aterros
6. Projeto e Dimensionamento dos Drenos Verticais Dois parmetros so importantes no projeto de drenos verticais: o espaamento entre eles e a capacidade de vazo. 6.1. Espaamento A determinao do espaamento do dreno vertical feita em funo do tempo requerido para o adensamento da camada mole. Geralmente usado o tempo para que ocorra 90% do recalque (t90), mas podem ser considerados tempos diferentes deste tambm. Uma das formas de se calcular o espaamento fazendo uma analogia com um dreno de areia, no qual a largura do dreno vertical determina o dimetro do dreno de areia equivalente. O clculo feito considerando-se o dreno vertical envolto em um circulo vazio, tendo como dimetro a sua largura, o qual se supe preenchido com areia usando uma porosidade estimada, para obter o dimetro do dreno de areia equivalente, (Terzaghi & Peck, 1967). 6.2. Vazo A vazo que passa pelo dreno vertical determinada atravs de ensaio de laboratrio, conforme a norma ASTM D 4716. Segundo Koerner (2005), valores de vazo usualmente obtidos neste ensaio, para estes drenos com 100 mm de largura, quando submetidos a gradiente hidrulico de 1,0 e presso de 200 kPa, variam de 4,2 x 10-2 a 8,3 x 10-2 l/s.m.
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No projeto os valores da vazo obtidos em ensaios devem ser reduzidos atravs de coeficientes de reduo, que levam em conta a intruso do geotxtil no ncleo, a deformao do ncleo por creep, a reduo de filtrao do geotxtil por colmatao qumica e biolgica e a possibilidade de que seja feita uma dobra no dreno devido a carga exercida pela sobrecarga ou por falha na cravao. Portanto, a vazo admissvel (Qadm) ser a vazo do ensaio (Qensaio) dividida pelo fator de reduo (FR). Qadm = Qensaio [1 / FRIN . FRCR . FRCC . FRBC . FRKG] Ou, se todos os fatores de reduo forem considerados juntos: Qadm = Qensaio [1 / FRTotal] Onde: Qensaio = vazo determinada segundo a ASTM D 4716. FRIN = fator de reduo que leva em conta as deformaes elsticas, ou intruso, do geotxtil no ncleo do dreno vertical. FRCR = fator de reduo que leva em conta as deformaes de creep do ncleo do dreno vertical. FRCC = fator de reduo que leva em conta a colmatao qumica do geotxtil e/ou precipitao de produtos qumicos nos canais do dreno. FRBC = fator de reduo que leva em conta a colmatao biolgica do geotxtil que envolve o ncleo do dreno vertical. FRKG = fator de reduo que leva em conta possvel dobra no dreno devido carga exercida pela sobrecarga ou por falha na cravao. FRTotal = produto de todos os fatores de reduo para as condies especficas da obra. A tabela abaixo, Koerner (2005), fornece os fatores de reduo recomendados para alguns tipos de obras: Fatores de reduo preliminares para a determinao da vazo admissvel (Qadm) dos drenos verticais e geocompostos drenantes
7. Vantagens do Dreno Vertical Tecdren A substituio do dreno vertical de areia pelos drenos verticais, tipo Tecdren, deve-se a vrias vantagens oferecidas por este ltimo, tais como: A resistncia da camada de solo mole significativamente aumentada pela cravao dos drenos verticais; no entanto, por ser um problema tridimensional difcil quantific-la. No h resistncia ao escoamento da gua, aps sua entrada no dreno vertical. A cravao do dreno ocasiona baixo efeito de amolgamento no solo mole, devido pequena dimenso da haste de cravao. A instalao do dreno vertical simples, rpida e econmica.
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8. Instalao do Dreno Vertical Tecdren As fotos a seguir ilustram a instalao do Tecdren e a seqncia executiva a seguinte:
Equipamento de Cravao do Dreno Vertical durante a cravao 8.1. O Tecdren colocado em um perfil de ao vazado, o qual cravado no solo, at a camada que se quer adensar, na profundidade especificada no projeto. 8.2. Na ponta do perfil, o Tecdren dobrado ao redor de uma barra de ao ou outro tipo de base. 8.3. Quando a profundidade prevista da cravao atingida, perfil retirado deixando o Tecdren dentro do solo.
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8.4. O equipamento ento deslocado para o prximo ponto e o processo de cravao repetido. 8.5. Na superfcie do terreno, as pontas dos Tecdren cravados so interconectadas por uma camada drenante de solo granular ou por um geocomposto drenante. 8.6. Geralmente o espao entre estes drenos de 1 a 2 m, dependendo do tempo requerido para que haja o recalque total do solo compressvel, o qual determinado pelo projeto. 8.7. O Tecdren chega na obra em rolos, que so colocados no equipamento de cravao dentro de um aro metlico, de forma a facilitar o desenrolar do dreno, medida que vai sendo cravado, como mostra a figura acima. 9. Referncias Bibliogrficas 9.1. Kirmani, S. M. H. (2004-2005). Consolidation of Soil for Foundation by using Sand Drains IEP SAC Journal, pp. 49- 54. 9.2. Koerner, R. M. (2005). Designing with Geosynthetics Fifth Edition. Prentice Hall, N.J. 9.3. Terzaghi & Peck (1967). Soil Mechanics in Engineering Practice John Wiley & Sons, N.Y.
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CAPTULO 10 ENGETUBO
1. Generalidades Os tubos plsticos enterrados so os geossintticos mais antigos que existem no mercado mundial, e seu uso reconhecidamente consolidado. O uso dos geotubos de PEAD apresenta uma srie de vantagens como tima resistncia qumica, ao ataque de solos ou umidade. Como o PEAD no condutor de eletricidade, imune ao processo eletroqumico baseado corroso que induzido por eletrlitos como sais, cidos e bases. Alm disso, tubulao de PE no vulnervel a ataques biolgicos. Os geotubos so tubos fabricados a partir de materiais polimricos e so classificados como flexveis. No caso do Engetubo da Engepol o polmero o PEAD polietileno de alta densidade. 2. Vantagens do Geotubo de PEAD Os geotubos de PEAD oferecem as seguintes vantagens em relao a outros materiais, como o ferro e o concreto: Instalao mais rpida, reduzindo cerca de 30% o tempo de execuo da obra. As emendas so feitas fora da vala, o que permite que a largura da vala seja apenas o suficiente para acomodar o tubo e o material de reaterro. O PEAD no sofre ataque de produtos qumicos encontrados na gua, esgoto ou chorume. O PEAD possui alta resistncia mecnica, no quebra quando submetido a fortes impactos. Pela baixa possibilidade de haver incrustao, conserva suas caractersticas hidrulicas, por longos anos, sem qualquer modificao. Os demais materiais so suscetveis a depsito no interior do tubo, o que com o passar do tempo diminui o dimetro da tubulao. Os tubos de PEAD so leves, portanto so facilmente transportados para locais altos ou de difcil acesso. As perdas do lquido transportado so mnimas, porque so soldados, havendo reduo na utilizao das juntas. 3. Aplicaes Geotubos de paredes lisas ou corrugadas, perfurados ou macios, so usados para drenagem em uma grande variedade de aplicaes na engenharia civil e na agricultura: Estradas e ferrovias Tneis Muros de arrimo Aeroportos Campos e quadras esportivas Estacionamentos Drenagem de chorume em aterros sanitrios Drenagem de percolados em valas de resduos Drenagem superficial em coberturas de aterros Coleta e remoo de gs em aterros sanitrios Disperso de efluentes de esgotos Valas de absoro Linhas de transmisso de fludos por gravidade Linhas de transmisso sob presso Drenagem agrcola
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Tipos de Sistemas Drenantes em Espinhas de Peixe com Geotubo nas linhas com indicao de seta
Vista tpica de drenagem de chorume em aterros sanitrios com tubos perfurados (Koerner, 2005) Tanto os colches drenantes, como os sistemas drenantes tipo espinha de peixe podem ser dimensionados usando ou no o geotubo perfurado, dependendo da vazo que ter que ser drenada.
4. Especificao dos Geotubos Geralmente os geotubos de polietileno so classificados em quatro classes, de acordo com faixas de densidade, Koerner (2005), sendo a mnima 0,925 e a mxima 0,955 g/cm3 de acordo com a classe de presso a que sero submetidos. Assim sendo, quanto maior a densidade e menor o ndice de fluidez, maior ser o mdulo de flexo, a resistncia trao no escoamento e a resistncia hidrosttica. 5. Designao dos Geotubos de PEAD Segundo a norma ABPE/E001-98, os tubos so designados pelo dimetro externo nominal (DE) e pela presso nominal (PN). O valor da presso nominal (PN) corresponde a mxima presso de operao (MPO)
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a 25o C, para vida til de 50 anos conduzindo gua, A PN expressa em bar, que equivale aproximadamente presso em mega pascal (MPa) multiplicada por 10. A presso nominal do tubo tambm pode ser identificada pelo numero SDR (standard dimension ratio) ou RDE, que corresponde relao entre o dimetro externo nominal e a espessura nominal (e). SDR DE / e A presso nominal (PN) calculada pela frmula: PN = [2 . (d . 10) . e] / (DE e) sendo d a tenso de dimensionamento. A relao entre a presso nominal (PN) do tubo e o nmero SDR : PN (20. srie) / (SDR 1)
6. Dimensionamento Hidrulico O dimensionamento hidrulico do geotubo feito determinando-se a vazo de escoamento em funo da declividade mdia, definida no projeto da drenagem, na direo de assentamento do tubo. Para geotubos que trabalham parcial ou totalmente cheios, geralmente usa-se a equao de Manning obter a vazo desejada:
e Q=A.V
Onde: Q = vazo (m3/s) V = velocidade mdia do fludo no tubo (m/s) A = rea da seo transversal do tubo (m2) n = coeficiente de rugosidade de Manning (tabela abaixo) R = raio hidrulico (m) = A/S S = permetro da rea molhada (m) I = declividade (m/m) Coeficientes de rugosidade de Manning, n, conforme Koerner,(2005).
Observao: A tabela no faz distino entre os tipos de plstico e tubo com perfuraes.
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Seo Transversal considerada no Dimensionamento Hidrulico 7. Armazenamento dos Engetubos Quando em barras, o armazenamento dos engetubos deve ser sobre tbuas de madeira espaadas de no mximo 20 cm e colocadas transversalmente ao sentido de colocao das barras. Para conteno lateral das barras, deve-se cravar caibros verticais a cada um metro, adjacente s tbuas das extremidades. A altura da pilha de geotubos deve ser de mximo 2 metros. Os engetubos em rolos devem ser armazenados em superfcie limpa e isenta de objetos pontiagudos, pedras e pedaos de pau de possam danificar os tubos. Recomenda-se fazer pilhas de no mximo 6 rolos. Os engetubos devem ficar expostos ao sol por um perodo de no mximo 10 meses, podendo permanecer expostos por um tempo maior, desde que sejam fabricados para esta condio. 8. Instalao A preparao do bero, a emenda (solda), a colocao e o reaterro dos geotubos de polietileno so relativamente simples, em relao a tubos feitos com outros materiais, devido ao seu peso reduzido, grande comprimento e fcil soldagem. 8.1. Preparao do solo de apoio Os geotubos so geralmente assentados em trincheiras ou sobre um bero de solo. recomendvel que o solo de apoio tenha grau de compactao de 95% Proctor Normal, para minimizar a deformao do tubo durante a vida til da obra. a) Trincheira O geotubo colocado sobre um bero de solo na trincheira escavada, aps o que se faz o reaterro.
Tubo assentado em Trincheira (Koerner, 2005) b) Geotubo em drenos de aterros sanitrios Neste caso o geotubo colocado sobre o reservatrio de geomembrana, como parte do sistema de coleta de chorume.
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Tubo inserido em Camada Drenante de Aterro Sanitrio (Koerner, 2005) 8.2. Conexes H trs mtodos para fazer a conexo de geotubos plsticos: Soldagem de ponta o mtodo usado para a conexo dos tubos de transmisso de gs natural. Este tipo de soldagem recomendado para tubos de parede espessa. Conexo com luvas Usado para conexo de qualquer tipo de tubo. No caso do PEAD as luvas devem ser do mesmo polmero. Rosca Os dois extremos de uma seo de tubo possuem rosca interna numa extremidade e externa na outra, para a conexo. Referncias Bibliogrficas ABPE/E001-98. Tubos de Polietileno PE Especificao Associao Brasileira de Tubos Poliolefnicos e Sistemas. Koerner R.M. (2005). Designing with Geosynthetics - Fifth Edition. Prentice Hall, N.J. Pierozan, R.S. (2004). Redes de PEAD para Distribuio de gua Revista Engenharia no 563/2004 pp 58-61.
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2. Revestimento de Estruturas Subterrneas Devido a grande sensibilidade a umidade, dos equipamentos eletrnicos, que monitoram as linhas metrovirias, s exigncias crescentes dos usurios e visando minimizar os custos de manuteno, as obras subterrneas tm sido projetadas e construdas, dando-se ateno especial preservao da estanqueidade. Em obras subterrneas, como o metr de So Paulo, os mtodos tradicionais para minimizar ou prevenir a infiltrao de gua, como injees do macio adjacente, revestimento em concreto de baixa permeabilidade, ou mesmo injees dos mais diversos produtos, com a finalidade de vedao do revestimento do tnel, no tem produzido resultados esperados, Rocha, H. C., 2004. Tentativas, no inicio dos anos 60, de aplicao de uma camada impermevel entre as duas camadas de revestimento de concreto de um tnel, com membrana de mastique asfltico e isolantes projetados com fibra de vidro reforada, nunca obtiveram grande sucesso, Egger, 2004. Os reservatrios de geomembranas termoplsticas comearam a ser utilizadas na impermeabilizao de tneis no inicio da dcada de 80, com a adoo do NATM na Europa (Sua e ustria) e nos Estados Unidos (metr de Washington). O sucesso do uso dos reservatrios de geomembranas foi devido reduo dos custos operacionais e de manuteno, devido ao bom desempenho destes geossintticos. 3. Mtodos Executivos e Aplicaes do Reservatrio de Geomembrana em Tneis 3.1. Mtodo NATM (New Austrian Tunneling Method) Mtodo executivo subterrneo, no qual a aplicao da geomembrana feita aps a escavao e o revestimento da superfcie escavada com concreto projetado. Uma camada drenante colocada entre o revestimento de concreto e a geomembrana. A camada mais externa o revestimento estrutural. 71 Manual de Geossintticos Nortne / Engepol
3.2. Mtodo de sustentao por aduelas Mtodo construtivo subterrneo, que emprega aduelas pr-fabricadas de concreto armado, para sustentao do macio escavado. 3.3. Escavao a cu aberto de tneis e galerias (open cut) Mtodo executivo utilizado em escavaes em geral. 3.4. Reparo de tneis Nos casos em que o p direito permite o rebaixamento da abbada, os tneis existentes podem ser impermeabilizados de forma anloga a uma nova construo. 3.5. Aplicaes especiais Galerias de presso ou de descarga hidrulica e poos de ventilao. 4. Aplicao do Reservatrio de Geomembrana em Revestimento de Tneis O reservatrio de geomembrana usado para revestimento de tneis a flexvel, de polietileno linear (PEBDL), a qual pode receber aditivos para trs nveis de resistncia ao fogo: B1, B2 ou B3, sendo B1 o que oferece a maior resistncia. Os reservatrios de geomembrana de polietileno linear possuem o alongamento na ruptura superior ao dos reservatrios de geomembranas de PEAD, absorvem deformaes multiaxiais, alm de apresentarem excelente resistncia ao puncionamento. Seu controle de qualidade de fabricao segue as recomendaes da GM 17 do GRI, Geosynthetic Research Institute. O revestimento impermeabilizante do tnel compreende o reservatrio de geomembrana, que atua como elemento impermevel e o geotxtil no-tecido como proteo, tanto anterior como posterior, a danos mecnicos e como elemento drenante. 5. Drenagem em Tneis A drenagem em tneis pode ser feita atravs do geotxtil no-tecido ou atravs do geocomposto constitudo por uma geonet (georrede) acoplada por calor ao geotxtil em uma ou nas duas faces (ver captulo 4 - Drenagem com Geonets e Geocompostos e captulo 5 Geocomposto NORDREN). O geotxtil, segundo a UNE 104424, desempenha a funo principal de proteo, evitando a perfurao da geomembrana pelas arestas e pontos salientes da abbada escavada e facilitando o deslizamento da mesma, quando solicitada por movimentaes do macio. Quanto drenagem, o geotxtil evita a formao de subpresso e d escape ao ar, evitando a formao de bolhas. O geocomposto drenante mais utilizado em tneis escavados a cu aberto, com grande quantidade de gua de infiltrao e risco de incrustaes, casos que exigem grande transmissividade. Os geotxteis utilizados em revestimentos de tneis devem ser de polmeros resistentes a solues de alta alcalinidade (pH > 12). 6. Vantagens do Uso do Polietileno no Revestimento de Tneis No emite gases txicos durante sua combusto Resina especial de baixa densidade linear, que garante a flexibilidade Garante estanqueidade por longo prazo Possui excelente resistncia qumica s substncias normalmente encontradas nos solos e / ou rochas escavados Sua flexibilidade assegurada sem a necessidade de incorporao de plastificantes na fabricao do reservatrio de geomembrana, no sendo, portanto susceptvel de migrao de aditivos Alta durabilidade e resistncia ao intemperismo nas condies impostas por obras deste tipo O processo de fabricao por extruso contnuo, produzindo um reservatrio de geomembrana monoltica. 72 Manual de Geossintticos Nortne / Engepol
As soldas so realizadas entre dois painis idnticos, sem a necessidade de qualquer tipo de preparao 7. Combusto do Polietileno Quando queimado o polietileno emite o negro de fumo, produto no txico, vapor de gua e dixido de carbono; enquanto ss geomembranas de PVC produzem na combusto compostos clorados do cido hidroclordrico e o gs cloro, os quais so altamente txicos e agressivos, como a dioxina. 8. Inflamabilidade do Polietileno Quando especificada para uso que requer resistncia ao fogo, o reservatrio de geomembrana de polietileno pode ser fabricado com aditivos antichamas incorporados matria prima. Estes aditivos fornecem trs nveis de resistncia ao fogo: B1, B2 ou B3, sendo B1 o que oferece a maior resistncia. 9. Etapas do Revestimento do Tnel com Reservatrio de Geomembrana As etapas de execuo do mtodo de escavao de tneis NATM so as seguintes: Escavao da rocha ou do solo Revestimento da superfcie escavada com concreto projetado Colocao e fixao de um geotxtil espesso, de pelo menos 400 gr/m2 Conexo do geotxtil com drenos dos dois lados na cota de fundo do tnel Colocao e fixao do reservatrio de geomembrana sobre o geotxtil Colocao do revestimento externo de concreto sobre o reservatrio de geomembrana A figura abaixo mostra a seqncia de camadas usadas no revestimento de tneis com reservatrios de geomembrana.
Cortinas e Trincheiras de Conteno 1. Generalidades Os reservatrios de geomembrana colocadas verticalmente tm sido usadas no controle de percolao em barragens e em barreiras (cutoff) verticais nos trabalhos de remediao de solos contaminados. Este tipo de barreira pode ser colocado em vrias posies e profundidades, de acordo com as circunstncias da obra: prxima ou no p do talude de montante da barragem; prxima ou no p do talude de jusante da
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barragem; verticalmente no interior da barragem desde a crista at o topo da fundao ou mesmo atravs da fundao; em forma de cortina ao redor da rea a ser contida, como depsitos de resduos perigosos, Koerner 1999.
2. Mtodo Construtivo Depois de escavada a trincheira ou a cortina, os reservatrios de geomembrana j soldados so colocados no seu interior e em seguida feito o reaterro, empurrando o reservatrio de geomembrana para um dos lados da vala. Para valas de cortinas profundas, para evitar o desmoronamento das paredes usa-se preencher a vala com lama bentontica. Cortinas de at um metro de largura por vinte metros de comprimento tm sido executadas por este mtodo, conforme figura abaixo.
Reservatrio de geomembrana em cortina para barrar a percolao de contaminantes do solo (From Koerner, 1999) Referncias Bibliogrficas 1. Egger, K.; Mergelsberg, W.; Sauer, G. (2004). Achieving Dry Stations and Tunnels with Flexible Waterproofing Membranes 1o. Congresso Brasileiro de Tneis e Estruturas Subterrneas CBT So Paulo. 2. Koerner R. M. (1999). Designing with Geosynthetics Fourth Edition. Prentice Hall, N. J. 3. UNE 104424:2000. Materiales Sintticos Puesta em Obra Sistema de Impermeabilizacin de Tneles y Galerias com Lminas Termoplsticas Prefabricadas Norma Espaola. 4. Rocha, H. C.; Peixoto Silva, M. A. A; Ribeiro Neto, F.; Nunes, N. L. (2004). Impermeabilizao de Estruturas Subterrneas Edio Metr de So Paulo da Revista Engenharia no. 564 pp 168-174.
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Tipos de Geocompostos Bentonticos disponveis no Mercado Internacional (Koerner, 2005) 4. Aplicaes Os Geocompostos Bentonticos (GB) substituem com grandes vantagens a argila compactada em obras como: Aterros sanitrios (revestimento da base e cobertura) Valas de resduos industriais Proteo secundria em armazenamento de combustveis Reservatrios de gua e lagoas ornamentais Embora os GB possam ser utilizados como revestimento nico, tem sido mais freqente o seu uso em sistemas compostos de revestimentos geossintticos com reservatrios de geomembraas e geocompostos drenantes, tanto na base como na cobertura de aterros sanitrios e vala de resduos industriais. Num sistema composto, usualmente o GB colocado sob o reservatrio de geomembrana, substituindo a camada de argila compactada, como na figura abaixo. Nesta figura so ilustradas trs alternativas de barreiras: a primeira somente camada de argila, a segunda sendo uma camada de argila e uma de reservatrio de geomembrana e a terceira um GB e um reservatrio de geomembrana.
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(a) Barreira de Argila Compactada (b) Revestimento composto: Geomembrana e Argila Compactada
(c) Revestimento composto: Geomembrana e Geocomposto Bentontico Alternativas de Composio de Barreiras Impermeabilizantes (Koerner, 2005) A reduo de percolado infiltrado em obras executadas com a composio GM/GB em relao a uma nica GM ou a composio GM/AC significativa, segundo Koerner (2005). No caso de somente um reservatrio de geomembrana (GM) sobre uma camada drenante, a ocorrncia de furos direciona o percolado para o sistema drenante, e caso este no exista, contaminar o solo de apoio do reservatrio de geomembrana. Na composio GM/AC difcil distinguir se a gua resultante do adensamento da camada de argila ou se proveniente de vazamento do percolado. 5. Vantagens do uso dos Geocompostos Bentonticos em relao Argila Compactada
GCL Feito de bentonita, adesivos, geotxteis e, ou reservatrios de geomembrana Produto pr-manufaturado, e depois instalado em campo Espessuras de aproximadamente 6 mm, maior aproveitamento do espao Interno Permeabilidade de 10-10 a 10-12 Relativamente simples e rpida Argila compactada Solos nativos ou mistura de solos com bentonita Construda no campo
Espessuras de 300 a 900 mm, menor aproveitamento do espao Interno Permeabilidade de 10-7 a 10-9 Procedimentos complexos que exigem pessoal com habilidade e conhecimento. Custo da instalao pouco varivel Custo da instalao altamente varivel e imprevisvel. No suscetvel a trincamento As trincas alteram o grau de proteo da barreira, quando ocorrem recalques So instalados secos, sem necessidade de adicionar gua adicional deve ser adicionada durante a gua. construo
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6. Particularidades dos Geocompostos Bentonticos (GB) Uma vez que a funo principal dos geocompostos bentonticos de barreira hidrulica, sua hidratao e conseqente expanso so parmetros importantes e crticos para o seu bom desempenho. Os GB podem ter uma hidratao diferenciada dependendo da natureza do lquido em contato. Assim sendo, sero diferentemente hidratados quando em contato com gua pura, guas servidas, chorume e no so hidratados quando em contato com derivados de petrleo, devendo neste caso ser pr-hidratados. 7. Propriedades Relevantes 7.1. Condutividade hidrulica De modo geral, a condutividade hidrulica do geocomposto bentontico varia de 10-10 e 10-8 cm/s, para aqueles encapsulados em geotxtil e de 10-12 cm/s para os aderidos a reservatrio de geomembrana. Esta propriedade no apresenta diferenas significativas entre os geocompostos bentonticos fabricados no mercado internacional, segundo dados experimentais. Ainda segundo pesquisas realizadas, nas emendas a condutividade no fica comprometida (ABINT, 2004). 7.2. Resistncia ao cisalhamento A argila bentontica, quando hidratada, apresenta baixa resistncia ao cisalhamento. O reforo introduzido pelo agulhamento entre os geotxteis das duas faces do GB, geralmente resolve este problema, no entanto a instalao e as condies da obra durante a sua vida til, no devem alterar as condies do produto. A resistncia de interface entre o GB e o material adjacente (geotxtil ou geomembrana) tambm um fator importante a ser considerado no projeto que especifica este geossinttico. 7.3. Autocicatrizao A excelente capacidade de expanso da bentonita sdica, que constitui o GB, faz com que nos locais de eventuais furos de pequeno tamanho, resultantes de danos de instalao haja uma autocicatrizao, com conseqente desaparecimento do dano. Tambm nos ciclos de secagem e umedecimento do GB, quando na secagem ocorrem trincas, devido capacidade de autocicatrizao deste geossinttico h recuperao das propriedades hidrulicas, quando se d nova hidratao, (ABINT, 2004). 8. Instalao O desempenho do GB depende tambm da qualidade de sua instalao. Cabe ao instalador seguir as orientaes e as especificaes do projeto e desenhos o mais fielmente possvel. Como os reservatrios de geomembrana, os GB devem ser colocados no sentido da mxima inclinao do talude e a modulao dos painis deve fazer parte do projeto executivo. As emendas dos GB so executadas por traspasse de no mnimo 15 cm, colocando-se bentonita em p, na quantidade indicada pelo fabricante, entre as extremidades dos dois painis a serem unidos. 9. Referncias Bibliogrficas 9.1. ABINT (2004). Manual Brasileiro de Geossintticos Editora Edgard Blcher PP 335-379. 9.2. Boardman, B. T. and Daniel, D. E. (1996). Hydraulic Conductivity of Desiccated Geosynthetic Clay Liners J. Geotechnical Eng., ASCE, Vol. 122, No. 3, pp. 204- 208. 9.3. Koerner, R. M. (2005). Designing with Geosynthetics Fifth Edition. Prentice Hall, N.J. 9.4. Othman, M. A., Bonaparte, R. and Gross, B. A. (1997). Preliminary Results of Study of Composite Liner Field Performance J. Geotextiles and Geomembranes.
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CAPTULO 13 GEOCLULAS
1. Introduo A geoclula constituda por tiras de polietileno de alta densidade (PEAD), soldadas entre si, que quando abertas formam clulas contguas tridimensionais, semelhantes a uma colmia. Podem ser preenchidas com areia, brita, concreto ou solo, conforme a disponibilidade disponibilidade local e a finalidade da obra.
Como sua matria prima da o PEAD polietileno de alta densidade a geoclula possui excelente resistncias qumica, mecnica e aos raios ultravioletas. A geoclula foi concebida originalmente com o objetivo de fazer da areia um material de construo. Sua utilizao pioneira se deu em estradas de acesso a praias e no deserto. Pode ser usada em vrias aplicaes como suporte de cargas na estabilizao de pavimentos rodovirios e ferrovirios, em estruturas de conteno de terra, permitindo a configurao de muros conforme as necessidades de cada aplicao e na preveno e controle de eroso em taludes.
Geoclula fechada para estocagem e Geoclula aberta formando um painel para ser instalada (Koerner,2005)
4. Histrico A geoclula foi desenvolvida no final da dcada de 70 e comeo dos anos 80 pelo U.S. Army Corps of Engineers para tornar possvel o trfego de tanques e caminhes de guerra pelo deserto e praias. A geoclula foi utilizada na primeira guerra do Go Golfo, lfo, para facilitar o acesso das tropas pelo deserto.
5. Vantagens da utilizao da Geoclula Reduo de 50% ou mais da espessura da camada de suporte estrutural, em estabilizao de solos Podem ser usados com enchimento agregados (areia e brita) de baixa qualidade na construo de estradas, mesmo sobre solos muito moles Reduo das rodeiras e custos de manuteno em ptios intermodais Aumenta a rigidez da superestrutura ferroviria resultando maior estabilidade no alinhamento dos trilhos Em subleitos de baixa resistncia, os recalques diferenciais e totais do lastro ferrovirio so significativamente reduzidos
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Utiliza tcnicas de construo simples facilitando sua instalao em lugares distantes e de difcil acesso Os muros de conteno podem sofrer recalques significativos na sua base, sem perda da sua integridade estrutural Devido a sua flexibilidade, em revestimentos de canais quando as geoclulas so preenchidas com concreto, os painis contguos acompanham o movimento do leito, se houver recalques diferenciais, havendo um trincamento controlado do concreto. Aplicaes da Geoclula 7. Estruturas de Conteno: Muros de Arrimo As estruturas de conteno com geoclula so construdas sobrepondo-se camadas de geoclulas, preenchidas com solo, brita ou concreto, e adaptando sua configurao conforme as necessidades do projeto. Os muros podem ter sees verticais ou em degraus e ser do tipo arrimo tradicional, de gravidade ou compostos. Os muros compostos so constitudos por um sistema confinado as geoclulas ligado a um aterro atravs de elementos de reforo, que podem ser outro geossinttico ou tirantes. As clulas da face externa da estrutura de conteno, constituda pelas geoclulas, podem ser preenchidas com solo vegetal, para plantio de vegetao.
Estabilizao de Talude com Geoclulas 8. Proteo contra Eroso Para a maioria das aplicaes de proteo e controle de eroso a altura da clula geralmente determinada atravs do tamanho e peso do enchimento, da inclinao do talude e das condies ambientais. H trs tipos de enchimento da geoclula para uso em controle de eroso; a escolha de cada um depender das particularidades da obra: 8.1. Enchimento com material granular O confinamento do material granular nas clulas proporciona o aumento da sua resistncia eroso, devido reduo da energia hidrulica, que impede a migrao das partculas talude abaixo, pela ao da gravidade e do fluxo da gua. O sistema de proteo resultante flexvel e durvel. 8.2. Enchimento com vegetao As clulas confinam e reforam o solo vegetal protegendo a zona de enraizamento, contribuindo para o aumento da resistncia natural que a vegetao oferece contra a eroso; direciona o fluxo de gua sobre a vegetao e reduz a perda de umidade. Este tipo de enchimento indicado para taludes ngremes e reas de fluxo concentrado.
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8.3. Enchimento com concreto No preenchimento das geoclulas com concreto suas paredes funcionam como forma e como juntas contnuas de dilatao. um revestimento flexvel, que proporciona trincamento controlado do concreto, assim como controle de piping, uma vez que as clulas se conformam ao solo de apoio, acompanhando sua movimentao. indicado para taludes ngremes e revestimento de canais. Clula Grande Com dimenses sendo o dobro da clula regular, a clula grande apropriada para o plantio de arbustos e de pequenas rvores. Seu uso ideal para taludes suaves e ao hidrulica mnima.
Geoclula de Clula Grande para Proteo de Talude contra Eroso 9. Estabilizao de Solos Moles O funcionamento da geoclula como reforo de solos baseia-se na resistncia criada pelo confinamento lateral que o carregamento gera e pelo de atrito das paredes das clulas com o material de enchimento. Devido a esta caracterstica, a geoclula constitui uma base rgida de alta resistncia flexo, quando utilizada na estabilizao de solos moles. Em ptios intermodais melhora as caractersticas de distribuio de cargas em reas pavimentadas ou no. Em obras ferrovirias impede o deslocamento do agregado do lastro e do sub-lastro, aumentando a rigidez da superestrutura ferroviria e assegurando maior estabilidade no alinhamento dos trilhos, Obra, 1995.
10. Estabilizao de Taludes A especificao de geoclulas para proteo de taludes requer a anlise das caractersticas especficas do local, como altura, comprimento, inclinao do talude e o ngulo de ruptura interno que comprometeria a estabilidade deste talude. Estes dados so importantes para a determinao da altura de clula e da ancoragem apropriada. A Engecel melhora o desempenho de taludes vegetados, devido a proteo que proporciona s razes da vegetao e ao direcionamento do fluxo da gua das chuvas no topo das clulas, as quais atuam como barreiras onde a energia da gua dissipada, evitando a formao de ravinas.
11. Geoclulas em Canais e Obras Hidrulicas No revestimento de canais com geoclula h vrias opes de posicionamento das mesmas. Podem ser dispostas em uma ou mais camadas, a fim de atender aos requisitos estruturais hidrulicos exigidos. uma proteo do tipo flexvel, alm de ser durvel. O enchimento pode ser feito com solo vegetal e grama em
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reas de fluxo intermitente e na parte superior dos taludes do canal. O enchimento com concreto recomendado para reas de fluxo contnuo e/ou de alta velocidade da gua.
Geoclula em revestimento de Canais 12. Fixao e Ancoragem das Geoclulas A forma de fixar e de ancorar a geoclula determinada em funo do tipo do solo de apoio, do peso e tipo de enchimento, da inclinao do talude e das condies ambientais. 12.1. Ancoragem em canaleta As geoclulas sempre devem ser ancoradas na crista do talude, para evitar a entrada de gua sob as mesmas, que poder causar eroso.
Ancoragem da Geoclula em Canaleta As dimenses da canaleta podem ser calculadas da seguinte forma: L x B = F x FS x tg Onde: F = fora de escorregamento (N/m: Newtons por metro medidos paralelo ao topo do talude) FS = fator de segurana = peso especfico do material de enchimento = ngulo de atrito do solo ou material abaixo da geoclula Fora de escorregamento = (H x C x ) x [sen i (cos i x tg )] Onde: H = altura da geoclula C = comprimento do talude = peso especfico do material de enchimento i = inclinao do talude (H : V) = o mais baixo ngulo de atrito do solo, material ou ou geossinttico abaixo da geoclula,
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Nota: Se o valor de F for negativo, indica que o atrito entre a geoclula e o talude suficiente para haver equilbrio, no havendo necessidade de ancoragem especial. No entanto recomendvel a fixao da geoclula com grampos e a sua ancoragem em canaleta, por segurana. 12.2. Fixao com grampos As geoclulas so fixadas com grampos de ao tipo CA-50, em forma bengala, com dimetro de 6 a 8 mm e comprimento que depender consistncia / compacidade do solo de apoio. A densidade de um grampo para cerca de 3 ou 4 m2. A parte curva bengala deve prender a borda superior da clula e a parte reta ancorada solo.
Fixao da Geoclula no Talude Para a ancoragem da geoclula atravs de grampos ao longo do talude, calcula-se o nmero necessrio em funo da resistncia ao arrancamento de cada grampo: No grampos por painel = F x LP x FS Fa Onde: F = fora de escorregamento (N/m: Newtons por metro medidos paralelo ao topo do talude) LP = largura do painel (LP = 2,05 m para clulas regulares e LP = 2,15 m para clulas grandes) FS = fator de segurana Fa = resistncia ao arrancamento do grampo (N) Nota: recomendvel ancorar a geoclula na canaleta e tambm fix-la no talude atravs de grampos. 13. Informaes Complementares Seleo do material de enchimento x aplicao Solo e vegetao: taludes ngremes, bermas, rampas e vertedouros. Areia: taludes suaves. Pedregulhos e brita (dimetro mximo 760 mm): canais, taludes e velocidade de fluxo moderado. Concreto e argamassa: em volta de pontes, taludes ngremes, altas velocidades de fluxo, vertedouros e rampas. 14. Instalao A instalao das geoclulas simples e rpida, no exige equipamento especial e pode ser feita por apenas trs pessoas. Os painis so enviados fechados para a obra. 14.1. A terraplenagem da rea deve seguir as orientaes do projeto. 14.2. Se o material de enchimento for diferente do solo de apoio, recomendvel usar um geotxtil como separador.
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14.3. Determina-se a localizao do primeiro painel de geoclula e colocam-se grampos nos quatro cantos, de acordo com as medidas do painel aberto. Os painis prximos crista do talude devem ser levados at a canaleta de ancoragem. 14.4. Abre-se o painel encaixando-o nos grampos j colocados. Grampos adicionais devem ser usados para garantir que o painel fique totalmente aberto. Em locais onde no possvel a cravao de grampos, devese abri-la numa forma com as dimenses do painel aberto. 14.5. Coloca-se o enchimento nas primeiras fileiras de clulas atravs de caamba basculante de caminho ou de trator e espalha-se para as demais com ps manuais ou carregadeiras. Se o espalhamento for feito com p carregadeira, deve-se tomar o cuidado de fazer uma rampa com o prprio material de enchimento para a subida da p na geoclula. 14.6. Quando o enchimento for solo vegetal, areia ou brita a altura do material colocado deve ser cerca de 25 a 50 mm maior que a altura da clula, para permitir o recalque que ocorrer devido compactao, de modo que enchimento e paredes das clulas fiquem nivelados. 14.7. Nenhum tipo de equipamento deve andar sobre o painel de geoclula sem enchimento. 14.8. Para evitar danos s clulas, recomenda-se o lanamento do material de enchimento a uma altura mxima de um metro. 14.9. A compactao do enchimento geralmente feita com o mesmo equipamento usado para colocar o material sobre o painel, atravs de vrias passadas. Pode ser usado tambm rolo e/ou placa vibratria para alcanar certos nveis de compactao especificados.
Abertura da Geoclula em Painis Contnuos Referncias Bibliogrficas Koerner R.M. (1999). Designing with Geosynthetics - Fourth Edition. Prentice Hall, N.J. Revista Obra Planejamento & Construo (1995). Geossintticos Evento divulga Produto no Mercado Brasileiro Ano 6 no. 70 - Julho.
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