Arcadismo 2013
Arcadismo 2013
Arcadismo 2013
ORIGENS
IDEOLOGIA DA ARISTOCRACIA EM
DECADNCIA X BURGUESIA EM ASCENSO = INSATISFEITA COM O ABSOLUTISMO DOS REIS, COM A SOLENIDADE DO BARROCO E COM AS FORMAS DE CONVIVNCIA SOCIAL RGIDAS, ARTIFICIAIS E COMPLICADAS.
RELIGIOSA) APARECE COMO SINNIMO DE VERDADE. AS LUZES DO ESCLARECIMENTO AJUDAVAM OS HOMENS A ENTENDER O MUNDO E A COMBATER PRECONCEITOS. SIMPLIFICAO DA ARTE = DOMNIO DA RAZO; APROXIMAO DA NATUREZA; VALORIZAO DAS ATIVIDADES GALANTES.
CARACTERSTICAS
BUSCA DA SIMPLICIDADE: VERDADE = RAZO = SIMPLICIDADE IMITAO DA NATUREZA: LOCUS
AMOENUS = LOCAL APRAZVEL = CULTO AO HOMEM NATURAL PASTORALISMO = CELEBRAO DA VIDA PASTORIL (MODISMO E ARTIFICIALISMO) BUCOLISMO = ADEQUAO HARMONIA E SERENIDADE DA NATUREZA = VALORIZAO DA VIDA NO CAMPO
CARACTERSTICAS
IMITAO DOS CLSSICOS: AUTORES CONSAGRADOS DA
ANTIGIDADE GRECO-ROMANA MODELO MXIMO: HORCIO = INUTILIA TRUNCAT (CORTAR O INTIL) + CARPE DIEM (APROVEITAR O DIA) + FUGERE URBEM (FUGIR DA CIDADE) + AUREA MEDIOCRITAS (VIDA MATERIALMENTE SIMPLES, MAS RICA EM REALIZAES ESPIRITUAIS) USO EVENTUAL DA MITOLOGIA CLSSICA
CARACTERSTICAS
A AUSNCIA DE SUBJETIVIDADE: RENNCIA DO EU POTICO E ADOO
DE UMA PERSONALIDADE PASTORIL. O POETA DEVE EXPRESSAR APENAS SENTIMENTOS COMUNS E GENRICOS. AMOR GALANTE (CONVENCIONAL): DECLARAES EDUCADAS E DISCRETAS. SURGIMENTO DE ACADEMIAS E ARCDIAS LITERRIAS.
ARCADISMO NO BRASIL
CONTEXTO AUTORES & OBRAS
ARCADISMO NO BRASIL
DECORRNCIA DA ATIVIDADE
MINERADORA (MG) = ENRIQUECIMENTO DAS CIDADES SURGIMENTO DE NOVAS CLASSES: PROFISSIONAIS LIBERAIS = ROMPIMENTO COM O DUALISMO: SENHOR-ESCRAVO RELAO COM A INCONFIDNCIA MINEIRA = NECESSIDADE DE INDEPENDNCIA
ARCADISMO NO BRASIL
LITERATURA = SISTEMA LITERRIO: EXISTNCIA CITADINA INTENSIFICANDO
AS RELAES SOCIAIS = SURGIMENTO DOS SARAUS = MSICA E POESIA = SURGIMENTO DOS PRIMEIROS NCLEOS PERMANENTES E REGULARES DE UM PBLICO INTERESSADO EM ARTE (LITERATURA) PRIMEIRO E DECISIVO PASSO NO PROCESSO DE FUNDAO DA LITERATURA BRASILEIRA
AUTORES
POESIA LRICA
DO ARCADISMO INFLUNCIAS BARROCAS: O SOFRIMENTO INFLUNCIA CAMONIANA: GOSTO PELA ANTTESE E PELO SONETO RACIONALMENTE RCADE E EMOTIVAMENTE BARROCO TEMAS BARROCOS: O DESENCANTO COM A VIDA; A BREVIDADE DOLOROSA DO AMOR; A RAPIDEZ COM QUE TODOS OS SENTIMENTOS PASSAM
PEDRA E A TERNURA DO CORAO): Destes penhascos fez a natureza O bero em que nasci! Oh, quem cuidara Que entre penhas to duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza!
ocidental x inconsciente preso ptria = preferncia por imagens e cenrios nos quais predominam a pedra, a rocha e os penhascos = sua memria feita de rochas e pedras de Minas Gerais = CONCLUSO: poemas europeizados com smbolos das razes brasileiras
GLAUCESTE SATRNIO
MUSA = NICE
ainda em liberdade, em um tom otimista e afirmativo Presena de elementos rcades: o canto da natureza convencional, a vida pastoril, a recusa em intensificar a subjetividade, a galanteria, o racionalismo neoclssico e a clareza do estilo. Liras autobiogrficas dentro dos limites que as regras rcades impunham confisso pessoal.
celebra, em tom moderadamente apaixonado, as graas da pastora Marlia, que conquistara seu corao: Tu, Marlia, agora vendo Do Amor o lindo retrato Contigo estars dizendo Que este o retrato teu. Sim, Marlia, a cpia tua, Que Cupido Deus suposto: S h Cupido, s teu rosto Que ele foi quem me venceu.
mitolgicas (Cupido) H um conjunto de frases feitas e lugarescomuns sobre os encantos da amada, sobre as qualidades do pastor Dirceu e sobre a felicidade do futuro relacionamento entre ambos. H um esforo por exaltar as qualidades da vida familiar, do casamento, das pequenas alegrias que sustentam um lar.
Que viva de guardar alheio gado, De tosco trato, de expresses grosseiro, Dos frios gelos e dos sis queimado. Tenho prprio casal e nele assisto; D-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas ls, de que me visto. Graas, Marlia bela, Graas minha Estrela!
BURGUESA & VALORES AFETIVOS: bom, minha Marlia, bom ser dono De um rebanho, que cubra monte e prado; Porm, gentil Pastora, o teu agrado Vale mais que um rebanho, e mais que um trono.]
confidncia & atrevimento ertico: Ornemos nossas testas com as flores, E faamos de feno um brando leito; Prendamo-nos, Marlia, em lao estreito, Gozemos do prazer de sos Amores. Sobre as nossas cabeas, Sem que o possam deter, o tempo corre; E para ns o tempo, que se passa, Tambm, Marlia, morre.
Que vo passando os florescentes dias? As glrias que vm tarde j vem frias, E pode, enfim, mudar-se a nossa estrela. Ah! no, minha Marlia, Aproveite-se o tempo, antes que faa O estrago de roubar ao corpo as foras E ao semblante a graa!
poema, toda ela escrita na priso Motivo bsico: as agruras vividas por Dirceu Tendncia maior confisso + tom de desabafo Pr-romantismo: passagens mais subjetivas e sentimentais
SENTIMENTALISMO:
Eu tenho um corao maior que o
mundo,] Tu formosa Marlia, bem o sabes: Um corao, e basta, Onde tu mesma cabes.
Eu, Marlia, no fui nenhum Vaqueiro Fui honrado Pastor da tua Aldeia; Vestia finas ls, e tinha sempre A minha choa do preciso cheia. Tiraram-me o casal e o manso gado, Nem tenho, a que me encoste, um s cajado.
valor expressivo, nada acrescentando ao sentido final da obra. Proposta de abandono da vida no campo Vida na cidade = Dirceu = advogado = Marlia = sua gostosa companhia
CARTAS CHILENAS
Todo
o fingimento potico cerca a elaborao desses textos: neles, Gonzaga assina com o pseudnimo de Critilo e dirigese a Doroteu (o poeta Cludio Manuel da Costa) que vivia supostamente em Espanha. Critilo critica a administrao de Fanfarro Minsio (Lus da Cunha Meneses) que ele diz ser general do Chile. Onde se l Chile, leia-se provncia de Minas Gerais; onde se l Santiago, leia-se Vila Rica (atual Ouro Preto).
CARTAS CHILENAS
A stira das Cartas chilenas incide
diretamente sobre a figura do governador Lus da Cunha Meneses, cujas aes so continuamente condenadas pelo narrador Critilo. No h, portanto, qualquer inteno ligada condenao do sistema colonial a que estava submetido o Brasil: o que o texto pretende criticar um mau governo, principalmente no que se refere ao desrespeito s leis do Reino Portugus.
CARTAS CHILENAS
Essa crtica decorrncia das concepes
ilustradas, que colocavam as leis como instrumento fundamental para a preservao da ordem sbia e natural que organizava a vida social. O desrespeito s leis partindo de um governante era, portanto, um perigoso risco harmonia do grupo social: era uma verdadeira monstruosidade, palavra e imagem que o narrador emprega freqentemente.
rcades, pela sensibilidade rtmica de seus versos, Silva Alvarenga, cujo pseudnimo rcade era Alcino Palmireno, ficou conhecido por uma nica obra, Glaura, publicada em 1799, composta de ronds e madrigais (composies poticas que encerram um pensamento delicado, terno ou galante/canes pastoris).
SILVA ALVARENGA
A
obra Glaura revela um lirismo de inspirao galante, onde o poeta Alcino celebra a pastora Glaura, que se esquiva num clima de galante sensualidade. O refinamento da galanteria, o detalhismo acentuado e uma relativa superficialidade temtica permite que se considere o estilo de Silva Alvarenga um exemplo do chamado rococ (excesso de ornatos - acmulo ornamental).
SILVA ALVARENGA
Por outro lado, h quem defenda
que em funo de sua espontaneidade e pronuncia quase sentimental, aliadas a uma certa melancolia, o poeta deva ser includo num espao prromntico.
AUTORES
A PICA RCADE
Gama o texto O Uraguai, concebido originariamente como um poema pico destinado a celebrar a vitria militar de Gomes Freire de Andrade, Comissrio Real, contra os ndios da Colnia de Sete Povos das Misses do Uruguai. Localizadas a leste do rio Uruguai, em regio hoje pertencente ao estado do Rio Grande do Sul, essas misses agrupavam sete povoaes habitadas por ndios guaranis e jesutas espanhis.
BASLIO DA GAMA
A origem do conflito est no tratado de Madri,
de 1750, segundo o qual Portugal entregaria a Colnia do Sacramento Espanha em troca das terras onde estavam os Sete Povos das Misses; diante da resistncia indgena e jesutica, portugueses e espanhis organizaram uma campanha militar que se estendeu de 1752 a 1756. O Uraguai narra os episdios finais dessa campanha militar e a conseqente anexao dos territrios Coroa portuguesa.
BASLIO DA GAMA
O poema pico O Uraguai tem
dois objetivos bsicos: a defesa e a exaltao da poltica pombalina e a crtica virulenta aos jesutas, seus antigos mestres.
O URAGUAI (1769)
No aspecto formal, O Uraguai no
apresenta nenhum esquema estrfico regular; seus versos so brancos (sem rima) e, ainda que seja possvel perceber a diviso nas tradicionais partes do poema pico (proposio, invocao, dedicatria, narrao e eplogo), essas partes no seguem as normas estritas do gnero, revelandose flexveis.
O URAGUAI
O Uraguai, na realidade, no um
tpico poema pico em sua estrutura, formada por apenas cinco cantos, sem esquema regular de estrofes. Os maiores mritos formais do texto residem justamente nessa ruptura com a tradio camoniana da epopia em lngua portuguesa: Baslio da Gama criou um texto inovador , que explora formas e ritmos de maneira at ento inditas.
O INDIANISMO EM O URAGUAI
Elemento
temtico muito importante: a exaltao da figura do ndio. O poema O Uraguai, no enfatiza a guerra em si, nem as aes dos vencedores, nem os viles jesutas - tratados caricaturalmente. Ganham destaque, de fato, e descrio fsica e moral do ndio, o choque de culturas e a paisagem nacional. Alm disso, o autor cria passagens de forte lirismo, como a do episdio da morte de Lindia.
O INDIANISMO EM O URAGUAI
A valorizao do ndio e da natureza
selvagem do Brasil corresponde, por um lado, ao ideal de vida primitiva e natural cultivado pelos iluministas e pelos rcades. Por outro lado, porm, esses aspectos, que podemos chamar de nativistas, prenunciam as tendncias da literatura do sculo XIX: o Romantismo.
A MORTE DE LINDIA
Entram enfim na mais remota e interna Parte de antigo bosque, escuro e negro, Onde ao p de uma lapa cavernosa Cobre uma rouca fonte, que murmura, Curva latada de jasmins e rosas. Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a msera Lindia.
Poema pico do descobrimento da Bahia, um poema pico escrito nos moldes camonianos: dez cantos, versos decasslabos, estrofes em oitava-rima e estrutura convencional (proposio, invocao, dedicatria, narrao e eplogo), em que so narradas as lendrias aventuras de Diogo lvares Correira, nufrago no Recncavo da Bahia no sculo XVI.
CARAMURU (1781)
Seus companheiros de naufrgio foram
devorados pelos ndios; ele, porm, teria se salvado, dando um tiro de espingarda que impressionou tanto os nativos, ndios tupinambs, que passaram a respeit-lo e lhe deram o nome de Caramuru, que significa filho do trovo ou homem de fogo.
O INDIANISMO EM CARAMURU
Em Caramuru, Santa Rita procura
apresentar a natureza brasileira, descrevendo o clima, a fertilidade da terra, as riquezas naturais. Assim, alia-se tradio dos cronistas e viajantes que descreveram a colnia no sculo XVI. Interessa-se particularmente pelo indgena, descreve seus costumes e instituies e ressalta sua catequese. Visto que Diogo lvarez, mesmo no sendo padre, demonstra interesse em conduzir o ndio ao caminho do cristianismo, caracterizando-se como um consciencioso evangelizador.