Apostila Historia 1 Ano 2 Bimestre Aluno
Apostila Historia 1 Ano 2 Bimestre Aluno
Apostila Historia 1 Ano 2 Bimestre Aluno
Aluno
Caderno de Atividades
Pedaggicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 02
1 Srie | 2 Bimestre
Disciplina
Curso
Bimestre
Srie
Histria
Ensino Mdio
Habilidades Associadas
1.
2.
3.
4.
Apresentao
Caro aluno,
Neste caderno, voc encontrar atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competncias do 2 Bimestre do Currculo Mnimo de Histria da 1 Srie
do Ensino Mdio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o perodo de um
ms.
A nossa proposta que voc, aluno, desenvolva estas Atividades de forma
autnoma, com o suporte pedaggico eventual de um professor, que mediar as trocas
de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta uma tima oportunidade para voc desenvolver a disciplina e
independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do
conhecimento do sculo XXI.
Neste Caderno de Atividades, vamos abordar um perodo conhecido por Idade
Moderna e alguns assuntos relacionados a esse perodo. Primeiramente, a partir de um
ponto de vista poltico-cultural abordaremos o Renascimento. Para entendermos
melhor esse assunto, vamos tocar na crise europeia do sculo XIV e na crise da Igreja
Catlica que desembocou em uma ruptura de alguns setores com a Igreja, inaugurando
outra forma de se pensar a religiosidade: a Reforma Protestante. Por fim, vamos estudar
a nova configurao poltica da Europa Moderna que resultou na formao dos Estados
Modernos e do Absolutismo.
Este documento apresenta 03 (trs) aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicao base, para que voc seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As
Atividades so referentes a um tempo de aula. Para reforar a aprendizagem, propese, ainda, uma avaliao e uma pesquisa sobre o assunto.
Sumrio
Introduo .......................................................................................................... 3
Aula 1: O Renascimento...................................................................................... 5
Aula 2: As Reformas Protestantes ...................................................................... 11
Aula 3: Estado Moderno e Absolutismo ........................................................... 17
Avaliao ............................................................................................................. 22
Pesquisa .............................................................................................................. 24
Referncias ......................................................................................................... 26
Aula 1: O Renascimento
Caro aluno, voc j ouviu falar do Renascimento? bem provvel que sim. Mas
voc sabe o que significa o termo Renascimento e em que contexto ele surgiu? E, mais
ainda, que transformaes ele operou na sociedade? Vamos tentar responder algumas
dessas questes aqui.
O final do sculo XIII e incio do sculo XIV na Europa foi um perodo de grande
preocupao. O sistema feudal se viu estagnado, isso porque as terras cultivveis se
esgotavam ao passo que a populao crescia. O resultado dessa situao, na prtica,
era a ameaa de fome, uma vez que a produo de alimentos no era o suficiente para
atender a todos, principalmente se levarmos em conta a distribuio desigual.
importante mencionar, que essa situao foi resultado do tipo de explorao feudal do
solo (predatria e extensiva), que baseava o aumento da produo incorporao de
novas terras e no na melhoria de tcnicas agrcolas. Como no havia mais novas
terras para cultivar, a produo no acompanhou o crescimento populacional.
Para piorar a situao, o incio do sculo XIV foi arrasado por intensas chuvas,
que diminuram ainda mais as colheitas, aumentando a fome. Mas as chuvas no
trouxeram apenas fome populao. Trouxe tambm o risco de doenas. E, de fato,
uma epidemia de Peste Bubnica, causada pela urina de rato, se espalhou por toda
Europa: era a Peste Negra.
PESTE NEGRA
Disponvel em: http://www.reidaverdade.net/peste-negra-sintomas-brasil-e-europa.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg
Caro,
aluno,
importante
mencionar que, o Renascimento
teve incio nas cidades italianas
favorecidas pelo desenvolvimento
comercial j no sculo XIV, como
Gnova, Veneza e Floresa. No
entanto, ele acaba se espalhando
por outros pases europeus nos
sculos que se seguiram.
Monalisa Leonardo da Vinci
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mona_Lisa
O Nascimento de Vnus
Criao de Ado Capela Sistina
Disponvel em: http://www.infoescola.com/pintura/o-nascimento-de-venus/ e em
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cria%C3%A7%C3%A3o_de_Ad%C3%A3o
Por fim, caro aluno, vale destacar que o entusiasmo com as temticas do
Renascimento foi sentido pela burguesia, que passou a praticar o mecenato, ou seja, o
financiamento de artistas e cientistas renascentistas. Pode-se destacar ainda a busca
por prazeres (hedonismo) e o culto ao corpo como outros aspectos fundamental do
individualismo que floresceu na poca moderna.
Atividade 1
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Caro aluno, a imagem acima representa uma prtica comum entre membros da
Igreja Catlica (chamado Clero) no sculo XVI, prtica esta que tambm foi um dos
principais alvos de crticas feitas Igreja naquele perodo: a venda desmedida de
indulgncias. A Indulgncia era o perdo dado pela Igreja aos pecadores, que
acreditavam que seus pecados seriam amenizados.
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Reforma Luterana
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Reforma Calvinista
O iderio de Lutero se espalhou rapidamente por toda a Europa. Para isso,
outras vozes se levantaram em nome da Reforma. No entanto, caro aluno,
importante dizer que essas ideias no chegaram intactas em todas as partes da
Europa. A elas foram se somando novas ideias ou as mesmas foram sendo
desenvolvidas e reinterpretadas. Um desses reformuladores do pensamento de
Lutero foi o francs Joo Calvino, que implementou sua reforma em regies como
Sua, Pases Baixos e parte da Frana.
A principal diferena entre Lutero e Calvino se refere doutrina da salvao,
que para Lutero se daria pela f. J para Calvino, de nada adianta ter f ou as boas
obras em vida, pois acreditava que os seres humanos j nasciam predestinadas por
Deus a serem salvas ou no. Segundo a maioria dos estudiosos, essa doutrina favorecia
a burguesia, uma vez que permitiu a valorizao do trabalho, no condenava a usura e
considerava a riqueza material sinais da graa de Deus e no pecado, como na
doutrina catlica. Na verdade, a Reforma protestante como um todo foi associada ao
desenvolvimento do capitalismo na Europa.
Assim como o luteranismo, as ideias de Calvino rapidamente se espalharam da
Sua para vrias partes da Europa. Na Frana, os calvinistas foram chamados de
Huguenotes, na Esccia de presbiterianos e na Inglaterra puritanos.
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Reforma Anglicana
A reforma religiosa promovida na Inglaterra, chamada de Anglicana, teve uma
conjuntura um tanto diferente da luterana e calvinista.
O rei ingls Henrique VIII chegou a criticar duramente as ideias de Lutero e sua
reforma. No entanto, em 1527, quando o Papa se nega a anular seu casamento com
Catarina de Arago para que pudesse se casar com a amante Ana Bolena, o Rei ingls
rompe com a Igreja Catlica, ignorando a ordem papal e se casando com o
consentimento do Parlamento. Diante disso, o Rei e sua nova rainha so
excomungados pelo Papa Clemente VII em 1533. No entanto, atravs do Ato de
Supremacia, o Parlamento ingls tornou Henrique VIII o chefe supremo da Igreja da
Inglaterra, chamada de Igreja Anglicana.
importante percebermos, no entanto, a questo poltica que envolve o
rompimento de Henrique VIII com a Igreja. Nesse momento, o rei buscava promover o
fortalecimento do seu poder enfraquecendo o poder poltico e econmico da Igreja.
Enfraquecer o poder da Igreja favoreceria o poder real, mas tambm atendia aos
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anseios da nobreza, que pretendia apoderar-se dos bens. Dessa forma, os interesses
polticos do rei e da nobreza estavam presentes na fundao da Igreja Anglicana.
Contrarreforma ou Reforma Catlica
Prezado aluno, possvel que voc esteja se questionando: ser que os
catlicos deixaram toda essa situao acontecer sem fazer nada a respeito? Ela aceitou
a reforma e perdeu milhes de fiis sem tomar uma atitude? Veremos que a Igreja
Catlica tomou, sim, uma atitude. Na verdade, vrias atitudes para conter suas perdas.
Antes mesmo da Reforma iniciada por Martinho Lutero, alguns setores da Igreja
Catlica planejavam promover uma reforma interna. Esse intuito se acelerou com a
expanso do protestantismo na Europa.
Para frear a perda de fiis e conquistar novos fora da Europa, a Igreja trabalhou
com instrumentos de persuaso e de represso. A maior expresso desse ltimo foi a
reestruturao do Tribunal da Inquisio, responsvel por processar e queimar os
protestantes, considerados hereges. Alm disso, com intuito de impedir a divulgao
de ideias contrrias ao clero, a Igreja publicou o Index, lista de livros e autores
proibidos.
Por outro lado, a Igreja no adotou apenas a represso para conter a Reforma.
Ciente da necessidade de reformular aspectos internos, especialmente a conteno da
corrupo e abuso do clero, ela apostou na melhoria dos seminrios, fortalecimento
das pastorais e apoio s ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, que investiu
em escolas religiosas e na catequizao dos no cristos, especialmente aqueles dos
povos recm-conquistados na Amrica, ou seja, os Indgenas. E, por fim, a convocao
do Conclio de Trento entre os anos 1545-1563, que reafirmava a doutrina tradicional
da Igreja Catlica (importncia da f e das boas obras para a salvao; o papel da Bblia
e da Tradio da Igreja como fonte da verdade; os sete Sacramentos e o culto da
Virgem e dos Santos; restabelecimento da autoridade da Santa S sobre o mundo
catlico).
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Atividade 2
b) Voc acha que em nosso pas existe tolerncia religiosa, ou seja, todas as
pessoas podem praticar livremente sua religio sem sofrer preconceito?
Justifique sua resposta.
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Caro aluno, voc notou que sempre que falamos de poder na Idade Mdia
fazemos mais referncia ao Papa e a Igreja Catlica como um todo do que aos Reis?
Voc saberia dizer por qu? E voc j se perguntou em que momento o Rei comea a
aparecer tanto ou mais que a Igreja quando falamos de poder? Vamos, nesta aula,
tentar responder estas perguntas e levantar outras que fazem parte da transio da
Idade Mdia para a Moderna.
Uma das principais caractersticas da Idade Mdia era a fragmentao polticoadministrativa da Europa. Isso ocorria porque os feudos eram unidades polticas
independentes onde quem exercia o poder eram os senhores feudais. Geralmente,
esses nobres se submetiam ao poder do Papa, representante mximo do Sacro
Imprio Romano Germnico, ou seja, da Igreja Catlica e no ao poder do Rei. Este era
mais um senhor feudal e exercia um poder simblico. Dessa forma, a Europa se
identificava mais como fazendo parte da cristandade do que como pertencente a
Estados. Isso porque no havia Estados centralizados. A ideia de constituio de
Estados Centralizados, de pertencimento a uma nao governada por um Rei que seria
o soberano, surge na modernidade. A necessidade de organizao de Estados
Modernos surge a partir do desmantelamento das relaes feudais e da ascenso da
burguesia. Para os burgueses, grupo social ligado ao comrcio, a sociedade precisa de
uma nova organizao poltica. A continuidade de seu progresso dependia da
implantao de governos estveis que acabassem com as constantes guerras feudais e
que facilitasse as atividades comerciais, padronizando pesos e medidas e diminuindo a
quantidade de impostos (que eram cobrados dentro de cada feudo).
Mas, aluno, voc deve estar se perguntando o que era preciso para que
houvesse uma centralizao de poder e quais seriam as caractersticas dos Estados
Modernos? Vamos falar sobre isso agora.
De extrema importncia para o estabelecimento de Estado Moderno
centralizado a definio do territrio. Cada estado precisa definir suas fronteiras
polticas e estabelecer os limites territoriais de cada governo nacional. Vale lembrar
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que esses estados precisam ter caractersticas que fazem com que as pessoas possam
se reconhecer como pertencente quele Estado. Um dos principais fatores que
proporciona esse reconhecimento e define a identidade do pas o idioma, ou seja, a
lngua falada. Outro fator a elevao do Rei categoria de soberano, ou seja, este
deixava de ter apenas poder simblico para se transformar em um governante com
poderes de fato. Para isso, o Rei deveria arregimentar um exrcito permanente que lhe
garantisse a estabilidade de seu poder e a execuo de suas decises.
Com a formao dos Estados Nacionais, o poder alcanado pela figura do Rei
em cada Estado ganhou enormes propores. O fortalecimento do poder dos
monarcas se deu por vrios motivos, entre eles o crescimento do comrcio com o
consequente aumento de recursos das monarquias alcanados atravs da cobrana de
impostos. Outro fator de grande importncia foi a crise da Igreja Catlica a partir das
reformas religiosas, que resultou no enfraquecimento do poder do Papa e da Igreja de
maneira geral. Dessa maneira, as monarquias foram cada vez mais fortalecidas, sendo
chamada de Monarquias Absolutas. O regime estabelecido pelos reis absolutos
modernos ficou conhecido como Absolutismo.
Como o prprio nome j indica, em uma monarquia absoluta, o monarca, ou
seja, o Rei, detm poderes absolutos. Isso quer dizer que todo o poder est
concentrando em suas mos (diferente da poca feudal, quando o poder era
fragmentado nos feudos dos nobres feudais). No absolutismo, o monarca assumia as
funes de executar as leis, comandar o exrcito, arrecadar os impostos, aplicar a
justia, enfim, era o todo poderoso.
Mas o poder do Rei podia ir alm. Em alguns pases, como Frana e Inglaterra,
por exemplo, ele era legitimado por um discurso religioso que assumia que os reis
seriam escolhidos pelo prprio Deus para governar. A Teoria do Direito Divino dos
Reis dava ainda mais poderes ao monarca absoluto, uma vez que ningum ousaria
contestar a vontade divina. Cabe ressaltar aqui que, apesar do fortalecimento da figura
real, a Igreja continua tendo grande poder e influncia nos assuntos polticos.
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O ESTADO SOU EU
Luis XIV
A imagem acima, por exemplo, representa o Rei Lus XIV, monarca francs que
governou o pas entre 1643 e 1715. A frase atribuda a ele sintetiza o poder dos reis
absolutistas, que personificavam o Estado em sua prpria imagem. Nas monarquias
absolutas, a pessoa do Rei e o Estado se confundem. O governo de Lus XIV
considerado o auge do absolutismo na Frana.
preciso esclarecer, prezado aluno, que a os Estados modernos e o
absolutismo no se desenvolveram da mesma maneira na Europa inteira. Cada pas
teve a sua peculiaridade. Uns antes, outros depois. E por motivos diferentes. Portugal
e Espanha, por exemplo, foram os primeiros pases a se constiturem Estados
centralizados, em 1385 e 1492 respectivamente. Em ambos os casos esto
relacionados com as guerras de reconquista, pelos cristos, de territrios dominados
por mulumanos. Para reaver os territrios, era preciso centralizar o Estado para
fortalec-lo e organizar um exrcito forte. Nos sculos seguintes, Frana e Inglaterra
promoveram a centralizao do Estado. No caso da Frana, a formao da monarquia
absoluta tambm estava relacionada com uma guerra: a Guerra dos Cem Anos (13371453), que j comentamos aqui. Durante essa guerra contra a Inglaterra, o sentimento
nacional francs cresceu e os sucessivos monarcas se fortaleceram. Na Inglaterra, o
processo se deu no sculo XVI, com o fortalecimento do Rei Henrique VII, que em seu
governo enfraqueceu o parlamento, que desde o sculo XII limitava o poder do Rei.
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Pacto Colonial.
Disponvel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=34558
Atividade 3
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Avaliao
http://www.brasilescola.com/historiag/pandemia-de-peste-negra-seculo-xiv.htm
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Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus
e seus representantes na Terra. Resulta de tudo isso que a pessoa do Rei
sagrada e que atac-lo sacrilgio. O poder real e absoluto. O prncipe no
precisa dar contas de seus atos a ningum. (Citado em Coletnea de
Documentos Histricos para o 1 grau. So Paulo, SE/CENP, 1978, p. 79.)
a) Aponte no texto uma caracterstica do absolutismo monrquico.
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b) Cite uma caracterstica dos governos democrticos atuais (como o Brasil), que
seja diferente das mencionadas no texto.
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Pesquisa
Caro aluno, vimos que a Reforma Protestante inaugurou uma srie de Igrejas
crists no catlicas ao longo do sculo XVI na Europa. No entanto, importante que
saibamos o quanto foi difcil para os fiis professarem sua religio em pases onde a
religio oficial era diferente da sua. Era muito comum pessoas perseguidas e at
mortas por professarem religies diferentes da do Rei. A imagem abaixo, por exemplo,
representa um episdio de intolerncia religiosa, a Noite de So Bartolomeu.
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Referncias
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Equipe de Elaborao
COORDENADORES DO PROJETO
Diretoria de Articulao Curricular
Adriana Tavares Maurcio Lessa
Coordenao de reas do Conhecimento
Bianca Neuberger Leda
Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Ivete Silva de Oliveira
Marlia Silva
PROFESSORES ELABORADORES
Daniel de Oliveira Gomes
Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira
Erika Bastos Arantes
Renata Figueiredo Moraes
Sabrina Machado Campos
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