Esu
Esu
Esu
EX ELEGBAR
Elegbar o senhor do poder, ele o representa e o controla. Apalavra Exu em Yorub
quer dizer esfera.
Elegbar tem o poder de se deslocar para todos os lugares e usam transportes (carros,
barcos,etc...). No vive somente nas encruzilhadas nas madrugas fazendo emboscadas.
verdade que gosta de lugares escuros e suspeitos, porm se afina facilmente a
qualquer local.
Elegbar tem o poder de fazer o bem e o mal.
No candombl se usam denominaes diferentes para distinguir Exu Bar dos demais
Exus.
Emprega-se o termo Iku-egun que significa entidades que tiveram vida terrena e que
cumprem misso na Terra (exus, caboclos e pretos velhos de Umbanda).
Os Exus Ik-eguns so aqueles eguns desencarnados que tiveram pouca iluminao
espiritual e vivem a servio de outros Exus.
de extrema importncia que no se faa confuso com BABA_EGUN, que so
ancestrais mortos, com desenvolvimento espiritual mais elevado e que atingiram a
categoria de Bab.
Os Exus Ik-eguns usam o tridente de ferro como smbolo, cujo significado o seguinte: o
primeiro dente representa a fora positiva, o do meio a fora neutra, e o ltimo a fora
negativa.
O elegbar que trataremos nesse captulo no este que usa tridente, o Exu em questo
usa uma ferramenta original feita de bronze ou ferro. constituda de sete ferros voltados
para cima, que simbolizam os sete caminhos do homem. Esse tipo de entidade recebe o
nome de Exu Bar. A palavra significa:
OB: REI; AR: CORPO aquele que habita o corpo do homem.
De modo geral, Ex Bar o nome dado ao Exu ligado ao destino individual e princpio
dinmico de todas as coisas.
O Ex Bar traz no dorso um basto de madeira com uma cabea humana
esculpida,terminando com um gorro curvo para traz, enfeitados com as contas e bzios.
Este basto recebe onome de g-elegbar.
Exu o primeiro orix a ser louvado no candombl, porque representa o principio do
movimento. Uma vez acionado preciso controla-lo, como se sabe com respeito a
qualquer movimento. Como a fome um dos motivos que levam o homem a se mover em
direo a um objetivo, Exu come demais. E por comerem as plantaes, que as
formigas sao tidas como sendo de Exu e a terra dos formigueiros tambm. Ele
compreendido na frica como um deus do movimento (nada a ver com o diabo cristo,
embora o sincretismo o associe assim, no Brasil), que come tudo que pode, e que
"quente".
Exu mora nas encruzilhadas (a idia "o que mas no ", sempre. Uma encruzilhada a
princpio no caminho algum e ao mesmo todos eles, certo?) Os ps de qualquer animal
tambm sao de Exu, segundo os africanos. E Exu controvertido, porque tem um gnio
travesso (Em Cuba, por causa disso ele o Menino Jesus) e faz o que lhe pedem. No
tem noo de bem e de mal e se movimenta apontando o pnis pro lugar onde quer ir.
No existe lugar, no passado, presente ou futuro a que Exu no possa ir. Existe um oriki
(verso sagrado) que diz, inclusive, que "Exu mata ontem um passarinho com pedra que
atirou hoje para o amanha."
Exu tambm associado sexualidade, a segunda fome humana. O dia da semana:
segunda-feira (o primeiro dia na semana ioruba , que tem 4 dias, tambm).
Existem infinitos avatares de Exu, e mitos muito bonitos tambm. Um deles, de que eu
gosto muito conta que "Exu, filho primognito de Iemanj com Orunmil, o deus da
adivinhao e irmo de Ogum, Xang e Oxssi, era voraz e insacivel. Conseguiu comer
todos animais da aldeia em que vivia. Depois disso, passou a comer as rvores, os
pastos, tudo que via at chegar ao mar. Orunmil previu ento que Exu no pararia e
acabaria comendo os homens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo a comer o
cu. Ordenou ento a Ogum que contivesse o irmo Exu a qualquer custo. Para
conseguir isto, Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e os
seres humanos. Mas mesmo depois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as rvores,
os rios, tudo permaneceu ressecado e sem vida, doente, morrendo. Um babala
(representante de Orunmil na terra) alertou Orunmil de que o esprito de Exu sentia
fome e desejava ser saciado, ameaando provocar a discrdia entre os povos como
vingana pelo que Orunmil e Ogum haviam feito. Orunmil determinou ento que em
toda e qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orix, houvesse uma parte
em homenagem a Exu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que se
mantivesse sempre satisfeito e assim possibilitasse a concrdia".
Cor: preto e azul escuro entre os iorubas, preto e vermelho entre os angolas (A cor preta
se relaciona ao fato de que para que a luz chegue a algum lugar o movimento j precisa
ter sido acionado, ou seja Exu deve ser antes do movimento da luz)
Elemento: fogo e ar.
Smbolo: og (um pnis de madeira, com bzios pendurados simbolizando o smen)
Numero 1
Comida: farofa
Saudao: Laroi, Exu!
EXU ( "esfera" )
A palavra EXU em iorub significa "ESFERA", aquilo que infinito, que no tem comeo
nem fim. Exu serve como intermedirio entre os Orixs e ns, homens. a fora da
criao, o princpio de tudo, o nascimento, o equilbrio negativo do Universo, (o que no
quer dizer coisa ruim). Exu a clula da criao da vida, aquele que gera o infinito,
infinitas vezes. o primeiro passo em tudo. Est presente, mais que em tudo e todos, na
concepo global da existncia. a capacidade dinmica de tudo que tem vida.
Principalmente dos seres humanos, que carregam em seu plexo este elemento dinmico
denominado Exu. No candombl chamado Bra, ou seja, "no corpo", preso a ele. a
abertura de todos os caminhos e a sada de todos os problemas. Aquele que ludibria,
engana, confunde; mas, tambm ajuda, d caminhos, soluciona.
Seu smbolo no o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima
representando os sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captao,
distribuio e armazenamento de energia), as sete cores, as sete auras.
o mais humano dos orixs, sendo uma divindade de fcil relacionamento. Sua funo
de contato entre o homem e os demais orixs faz com que supere o real, e atinja o
mgico. So os orixs que respondem no jogo de bzios, mas Exu que traduz a
resposta.
No dele a responsabilidade de decidir o que certo ou errado; apenas realiza a tarefa
para a qual foi invocado. Teria mesmo papel que o deus Mercrio na mitologia grega.
O mensageiro dos deuses. o elemento de ligao entre este mundo e o outro. difcil
de ser definido de maneira coerente, gosta de gerar disputas e provoca acidentes.
vaidoso, grosseiro, indecente, a presena de Exu est no membro ereto do macho, na
penetrao da fmea, na ejaculao, na primeira clula que est em formao, na paixo,
no desprezo, no engano, na dor. Ex trabalha mediante dinheiro, bebida ou sacrifcio
animal. Mas, cuidado: bom cumprir com suas obrigaes, pois ele pune quem no
cumpre a palavra, um servo, porm enrgico e sensual ao extremo, atua como
segurana de seus devotos, sua especialidade quebrar normas e regras. Ele amado e
odiado em igual proporo e seus raros filhos costumam ser provocadores, abusados,
astutos, geis fsica e mentalmente.
Seu comportamento humano erroneamente ligado ao diabo, no sincretismo. Contudo,
isso uma inverdade. um orix que vive e transita entre todas as dimenses, muito
vivido e, por vezes, amargo e explosivo. Ele o resultado da integrao gua e terra,
masculino e feminino, sendo o terceiro elemento. Cultuado entre os Orixs, apenas por
seu intermedirio possvel adorar as Yabs-Mi (as feiticeiras). Traar e abrir caminhos
so uma das suas principais atividades, pois ele circula livremente entre todos os
elementos do sistema. o princpio da comunicao. Est fortemente representado no OPOM-de-IF (tbua adivinhatria de If Deus da Adivinhao) pelos tringulos e
losangos. O sistema oracular funciona graas a ele. Est profundamente associado ao
segredo da transformao de materiais em indivduos. o princpio dinmico da
expanso (evoluo), agente de ligao, princpio do nascimento de seres humanos,
princpio da reparao (causa/efeito). Porm, Ex possui o lado bom e, se ele tratado
com considerao, reage mostrando-se servial e prestativo. Se, ao contrrio,
esquecerem de lhe oferecer sacrifcios e oferendas, podem esperar catstrofes. Desta
forma, revela-se o mais humano dos Orixs, nem completamente mau, nem
completamente bom.historicamente, por ter o poder de estar em vrios lugares ao mesmo
tempo, diz-se que Ex tem o dom da UBIQUIDADE.
Ele controla o equilbrio entre RUN (cu) e IY (terra). Como Orix, dizem-se que ele
veio ao mundo com um porrete, chamado OG, que teria a propriedade de transport-lo,
em algumas horas, a centenas de quilmetros e atrair, por um poder magntico, objetos
situados a distncias grandes. EX o guardio dos templos, casas, cidades e das
Aca branco/vermelho
Abern
Obi vermelho
Orogbo
Epo pua
Farofas de:
dend agilizar
Waji dinamizar
Gema de ovo prosperidade
Folha da costa
Bredo-sem-espinho
Alfavaquinha
Mal-me-quer-bravo
Cansano-de-porco KAN - KAN
Cansano branco-de-leite - IN
Pico da praia
Folha da fortuna
Urtiga
Tento de Ex
Arrebenta cavalo
Mamona
Mulungun
Vassourinha de N. Senhora
Folha de fogo
Corao de negro
Fruto da aroeira vermelha
Odun-dun
Tet
Aroeira
Folha de mangueira
Aoita Cavalo
Dedo de Ex
Folha de Tento de Ex
Folha de Bob Kanan-kanan
Tiririca - Labre
Mal-me-quer-bravo - Pep
Carrapicho de Agulha Pico-da-praia - Aber
Palma do Diabo
Corredeira Preta
Corredeira Branca
Alfavaquiva Orim-rim
Folha do Fogo
Corao de Negro
Figueira Brava
Bredo
SMBOLOS: Ogo (basto cheio de tranas de palha numa ponta com cabeas
penduradas, nas quais ele traz suas bebidas. O Ogo todo enfeitado de bzios).
SACERDOTES: Lebasi filhos de Ex
Obs:na Nigria tem o nome de Olupon
CARGOS: (femininos) DAGAN OTUN DAGAN OSI DAGAN
TOQUE: Bravun
SAUDAO:
Larye, Ex
Koba Laroye Mojuba Ex
Koko ro bi j
(EXU, o Mercrio africano, o intermedirio necessrio entre o homem e o sobrenatural, o
intrprete da linguagem dos mortais e dos ORIXS. pois o encarregado de levar aos
deuses da fricao chamado de seus filhos estrangeiros. E nestas notas introdutrias, ele
e chamado a levar aos filhos estrangeiros amostragem das infinitas possibilidades deste
rico Panteo, que se mantm vivo na frica, no Brasil e em outros pases do Novo
Mundo).
EXU - EXU o preexistente ordem do mundo. Como a prpria vida, ele se transforma
sem parar, mas no uniformemente, porque EXU muda o jogo a seu bel prazer - um
"trckster". astucioso, vaidoso, inteligente e ambguo, a tal ponto que os primeiros
missionrios assustados compararam-no ao diabo, dele fazendo smbolo de tudo que
maldade. Mas EXU, por ser o prprio dinamismo, quem faz, com seus paradoxos, as
coisas manterem-se vivas. ele que propicia estar o AXE sempre circulando e, ao ser
tratado com considerao (oferendas) reage favoravelmente, mostrando-se servial e
prestativo. EXU revela se o mais humano dos ORIXS, nem completamente mau, nem
completamente bom. Por estar relacionado com os ancestrais, ele o guardio dos
templos, das casas, das cidades e das pessoas. Cada pessoa tem o seu BARA - at cada
ORIX tem seu EXU.
Ele est em tudo e com tudo, pois o intermedirio eterno entre os homens e os deuses.
por isso que em todas as cerimnias do CANDOMBL sua oferenda a primeira e
chama-se PAD que significa reunio. No PAD, EXU chamado, saudado,
cumprimentado e enviado ao alm, com dupla inteno: convocar os outros ORIXS para
a festa e ao mesmo tempo afasta-lo, para que no perturbe a boa ordem da cerimnia,
com seus golpes de "trckster". Como transportador das oferendas, ele OXETU, filho
de OXUM com os dezesseis ODU do orculo (Jogo de bzios) (CAURI) Este aspecto
benfazejo de EXU outorga-lhe o poder de restituir a fecundidade ao mundo. Como senhor
do poder da transformao, ele EXU ELEGBARA, que foi cortado em pedaos e em
seguida se regenerou e, ao faz-lo, reuniu simbolicamente o Universo inteiro.
EXU mantm o equilbrio das trocas, provoca o conflito para promover a sntese. Tudo
que se une, multiplica-se, separa-se, transforma-se - tudo EXU, personificao do
principio da transformao. Seu dia segunda-feira. Ele est associado ao nascente e ao
futuro e sua cor o azul escuro arroxeado, cor do mistrio da procriao. Seu animal e o
co; o cacto e o mandacaru so suas plantas. Rege o sexo e usa um chapu que se
assemelha ao falo: no h sexualidade sem EXU.
OKOT o caracol, smbolo de EXU, e representa a espiral da evoluo. Quando se
manifesta, saudado por um de seus nomes (LAROYE). Veste-se de branco, azul e
vermelho, leva na mo um tridente ou um ferro de sete pontas ou ainda uma lana.
O tipo psicolgico do filho de EXU tem as seguintes caractersticas: robusto, gil,
dinmico, incansvel, transborda vitalidade. grande amigo dos prazeres da vida, guloso,
est sempre com fome e bebe bastante. E por isso que ningum do CANDOMBL deve
beber nada sem antes jogar no cho da porta da rua, bebida para EXU. Alegre,
brincalho, gosta de pregar peas, esconder objetos, contar mentiras, ensinar o caminho
errado. Adora chocar, dizer palavres. E desordeiro e adora tumultuar festas e reunies.
Quando lhe convm, pode ser extremamente trabalhador, eficiente, incansvel e
obstinado tendo em vista sempre o que com isso ir ganhar. Mas totalmente
imprevisvel, podendo deixar o trabalho em que se empenha apenas por capricho. No ,
entretanto, Insensvel. prestativo e no recusa sua ajuda aos amigos. chamado
sempre para resolver problemas financeiros, brigas, encrencas amorosas, as quais com
habilidade e bom humor consegue dar uma soluo feliz. Mas a principal caracterstica
dos filhos de EXU e a exacerbao da sexualidade; suas vidas so regidas por intensa
atividade sexual, e fidelidade sexual e algo impossvel de obter-se dos filhos de EXU.
Exu para uns, um Orix como todos outros, mas que raramente se tem notcia de
algum que seja seu filho, na maioria das vezes as pessoas desse Orix na hora da
feitura so consagradas a Ogun.
Segundo a maioria dos pesquisadores, na frica as pessoas consagradas a Exu so
orgulhosas disso, mas no Brasil em virtude do sincretismo que fizeram de Exu com o
Diabo, o mesmo no acontece as pessoas de Exu preferem ser de Ogun, para no serem
discriminadas.
Exu o mais sutil e o mais astuto de todos os Orixs.
Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal entendidos e discusses entre as
pessoas ou para preparar-lhe armadilhas. Ele pode fazer coisas extraordinrias como, por
exemplo, carregar, numa peneira, o leo que comprou no mercado, sem que este leo se
derrame desse estranho recipiente! Exu pode ter matado um pssaro ontem, com uma
pedra que jogou hoje!
" s o princpio reparador do Sistema Ng. o controlador rgido de todos os
sacrifcios. Inspetor geral, segundo Idowu (1962); "oficial de polcia imparcial", segundo
Abimbola (1969:393) que diz: "a ao de s a de... punir os contraventores,
particularmente aqueles que negligenciaram fazer o sacrifcio prescrito".
s Yang, segundo a histria Atrun drun s, delega a dvida: o que foi introjetado por
ele ser restitudo atravs dos ebs efetuados por todos os elementos procriados. A
restituio deslocada, transferida a um outro objeto ou a um outro ser com o qual o
ofertante se identifica. Esse mecanismo, que consiste em transferir a um outro a
- Ex Akueran
- Ex Eleru
- Ex Yangui ou Agb
QUALIDADES DE EXS:
1.Elegbra
2.Alktu
3.Laalu
4.Jelu
5.Run danto
6.Tiriri
7.Lonan
8.Jele bara
9.Anan ou Inan
10.Bar
11.Jigidi
12.Mavambo
13.Embeberekete
14.Sinza Muzila
15.Sand
16.Baragbo
17.Akesan
18.Baralajki
19.Betire
20.Lamu Bata
21.Okanlelogun
ASPECTOS:
o marido de volta. Logo aps, Elegbara foi casa do filho da Rainha, aquele que herdaria
o trono. Este prncipe vivia fora do reino do pai. A tradio local impunha tal condio, por
acreditarem que a cobia pelo poder lhes subisse a cabea e os jovens prncipes fossem
levados a cometerem crimes contra o Rei.
Elegbara disse ao prncipe que o Rei iria para ume batalha e desejava a presena do filho
e seus guerreiros no castelo real noite.
Por ltimo, Elegbara foi ao Rei e disse-lhe que a Rainha desprezada, tomada de dio pela
sua antipatia para com ela desejava mata-lo. Elegbara disse que o Rei deveria ter muito
cuidado noite.
Ao anoitecer, o Rei foi para os seus aposentos como de costume. Mais tarde, chegou a
Rainha aproximando-se devagar com uma faca, pois tencionava cortar alguns fios da
barba do Rei. O Rei avisado por Elegbara toma tal situao como uma tentativa de
assassinato, desarmando a Rainha e comeando uma luta.
O prncipe chega ao palcio e ouve gritos e barulhos vindos do quarto real. Ele e seus
guerreiros invadem o quarto e presenciam o Rei e a Rainha lutarem e pensam que o Rei
estava tentando matar a Rainha. Por sua vez, o Rei vendo o prncipe e os guerreiros
invadindo seu quarto, julga como uma conspirao entre me e filho para tirar seu trono.
Trava-se assim, uma batalha cruel entre pai, me e filho, o que levou a destruio de todo
o reino.
LENDA DE EX
Conta-se que dois grandes amigos tinham, cada um, um pedao de terra, dividido por
uma cerca. Diariamente os dois iam trabalhar, capinando e revirando a terra para
plantio.Ex interessado nas terras, fez a proposta de adquiri-las, o que foi negado pelos
agricultores. Aborrecido, mas determinado a adquirir aqueles dois terrenos, procurou agir.
Colocou na cerca um bon, de um lado branco e do outro vermelho.
Naquela manh, os amigos lavradores chegaram cedo para trabalhar a terra e viram o
bon na cerca. Um deles viu o lado branco e o outro o lado vermelho.
Em dado momento, um dos amigos perguntou: - O que este bon branco faz encima da
cerca?
O outro respondeu: -Branco? Mas o bon vermelho! E comearam uma discusso
incansvel.
Desencadeou-se uma luta corporal, e com as mesmas ferramentas de trabalho mataramse.
Ex que de longe assistiu tudo, esperando o desfecho j imaginado por ele, aproximouse e assumiu a posse das terras, no sem antes fazer um comentrio bem sagaz:
-Que gente confusa que no consegue resolver problema to simples!
LENDA DE EX
Havia uma rivalidade entre Ex e Oxal. Ambos discutiam sobre a sua supremacia, ou
seja, quem detinha o poder, quem era o mais antigo, quem iria governar.
Oxal se sentindo insultado, durante uma disputa cheia de malcias, armadilhas e
enigmas, apodera-se da cabaa que pe fim ao poder de Ex, transformando-o em mero
servidor, aquele que transporta e codifica as informaes e mantm a ligao entre iy e
Orun!
LENDA DE EX
Ex sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixs. Olorun, quando o criou,
deu-lhe, entre outras funes, a de comunicador e elemento de ligao entre tudo o que
existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (cu), ele tocava tambores e
cantava, para trazer alegria e animao a todos.
Sempre foi assim, at que um dia os orixs acharam que os sons dos tambores e dos
cnticos estavam muito altos, e que no ficava bem tanta agitao.
Ento, eles pediram a Ex, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz
voltasse a reinar.
Assim foi feito, e Ex nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.
Um belo dia, numa dessas festas, os orixs comearam a sentir falta da alegria que a
msica trazia. As cerimnias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Ex que voltasse a animar as festas,
pois elas estavam muito sem vida.
Ex negou-se a faz-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animao fora
censurada, mas prometeu que daria essa funo para a primeira pessoa que
encontrasse.
Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Ex confiou-lhe a misso de tocar tambores
eentoar cnticos para animar todas as festividades dos orixs. E, daquele dia em diante,
os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e
denominados Ogans.