Linhas de Influência
Linhas de Influência
Linhas de Influência
ANLISE DE ESTRUTURAS
Eduardo Pereira
1994
NOTA INTRODUTRIA
Pretende-se com estes apontamentos fornecer aos alunos da disciplina de Anlise de Estruturas I um
elemento escrito que os auxilie na aprendizagem da determinao de Linhas de Influncia. Neste
sentido, constituem estes apontamentos um complemento aos textos de apoio sobre Anlise Elstica de
Estruturas, considerando-se como apreendidos os conhecimentos relativos formulao e aplicao
dos mtodos de anlise matricial de estruturas: o Mtodo das Foras e o Mtodo dos Deslocamentos.
Da mesma forma, a notao aqui utilizada coincide com a adoptada na apresentao desses mtodos.
Nestes apontamentos so introduzidas as noes bsicas sobre Linhas de Influncia, dando-se uma
panormica geral dos principais mtodos utilizados para a determinao de funes de influncia em
prticos. Para cada um dos mtodos, indica-se quais os princpios em que se baseiam listando-se em
seguida as principais etapas que os compem. A utilizao de exemplos de aplicao procura
demonstrar a sua forma de aplicao prtica.
So utilizadas as tabelas de Anlise de Estruturas, anexas aos textos de apoio sobre Anlise Elstica de
Estruturas, para obter os valores das matrizes de flexibilidade e de rigidez dos elementos de barra, bem
como para os valores das deformaes devidas s cargas de vo e das foras de fixao.
NDICE
INTRODUO ................................................................................................................................................................... 1
Cargas Mveis, Combios de Cargas Mveis e Caminho de Rolamento.................................................. 1
Funo de Influncia, Linha de Influncia e Superfcie de Influncia ........................................................ 2
Utilizao de Linhas de Influncia.................................................................................................................... 3
MTODO DIRECTO PARA A DETERMINAO DE LINHAS DE INFLUNCIA ............................................... 4
Aplicao do Mtodo Directo em Estruturas Isostticas............................................................................. 4
Aplicao do Mtodo Directo em Estruturas Hiperstticas......................................................................... 6
Mtodo Directo Associado ao Mtodo das Foras...................................................................... 6
Mtodo Directo Associado ao Mtodo dos Deslocamentos ...................................................... 11
MTODO INDIRECTO PARA A DETERMINAO DE LINHAS DE INFLUNCIA ........................................... 16
Princpios gerais .................................................................................................................................................. 16
Mtodo Indirecto Aplicado a Estruturas Isostticas .................................................................................... 17
Mtodo Indirecto Aplicado a Estruturas Hiperstticas ................................................................................ 21
Mtodo Indirecto Associado ao Mtodo das Foras ................................................................... 21
Mtodo Indirecto Associado ao Mtodo dos Deslocamentos ................................................... 27
ESCOLHA DO MTODO DE CLCULO ....................................................................................................................... 33
Estruturas Isostticas......................................................................................................................................... 33
Estruturas Hiperstticas..................................................................................................................................... 33
CONCLUSES .................................................................................................................................................................... 35
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................................. 37
INTRODUO
Cargas Mveis, Combios de Cargas Mveis e Caminho de Rolamento
Por forma a sistematizar o estudo das linhas de influncia, interessa definir o que se entende por carga
mvel, combio de cargas mveis e caminho de rolamento.
Considera-se como carga mvel uma fora generalizada de direco, sentido e intensidade
determinadas, mas sem posio fixa na estrutura. Na representao grfica deste tipo de cargas utilizase uma simbologia que consiste em associar uma circunferncia ao vector que indica a direco e
sentido da carga por forma a realar o carcter mvel da aco. Na figura 1
apresentam-se diferentes tipos de cargas mveis.
Figura 1
Um combio de cargas mveis corresponde a um conjunto de cargas mveis que mantm entre si uma
posio relativa constante. Simula a aco de veculos automveis, composies ferrovirias, pontes
rolantes ou outro tipo de solicitao mvel.
A zona da estrutura onde se considera a possvel actuao de cargas mveis habitualmente
designada por caminho de rolamento. No caso de estruturas compostas por peas lineares o caminho
de rolamento uma linha, enquanto que no caso de estruturas constitudas por peas bidimensionais
pode corresponder a uma superfcie.
Figura 2
Os diferentes tipos de cargas mveis a considerar no projecto de estruturas so, em geral, definidos ou
pelo dono da obra ou pelos regulamentos aplicveis. No caso de pontes rodovirias de classe I, o
Regulamento de Segurana e Aces para Estruturas de Edifcios e Pontes (RSA) define, no seu artigo
41, o veculo tipo representado na figura 2. um veculo de trs eixos equidistantes, cada um com
dois rodados de 0.20m por 0.60 m, e com uma carga de 200 kN por eixo. O caminho de rolamento
associado a este veculo constitudo pela faixa de rodagem da ponte, considerando-se o eixo do
veculo paralelo ao eixo da ponte.
Figura 3
MS =
p E( x) dx
+ P E(x 3 ) ,
x1
Figura 4
Figura 5a
Figura 5b
R A (x ) = 1 L
RB( x) =
x
L
O momento flector e o esforo transverso na seco S podem ser definidos a partir das reaces de
apoio na forma,
M S ( x) = (L - x0 ) R B
M S ( x) = x 0 R A
VS ( x) = - R B
VS ( x) =
RA
x
L
para 0 x x 0
M S ( x) = x 0 1 L
VS ( x) = VS ( x) = 1 -
x
L
para x 0 x L
para
x
L
0 x < x0
para x 0 < x L
Figura 6
Figura 7a
Figura 7b
Comentrios
A soluo obtida para a equao do mtodo das foras corresponde funo de influncia dos
esforos ou reaces de apoio escolhidas como incgnitas hiperstticas.
A parcela particular da funo de influncia corresponde funo de influncia do esforo, reaco ou
deslocamento na estrutura isosttica que serve de sistema base. No caso da determinao de funes
de influncia de deslocamentos, o clculo dos valores dos deslocamentos no sistema base para a
actuao das incgnitas hiperstticas unitrias e para a actuao da carga mvel unitria poder
revestir-se de alguma complexidade se no se colocar um n na seco cujo deslocamento se pretende
determinar.
Exemplo de aplicao
- Escolha do sistema base e anlise da soluo complementar
A estrutura em anlise tem um grau de hiperstatia igual a 1. Assim, necessrio introduzir uma
libertao na estrutura por forma a obter um sistema base. Na figura 8a representa-se o sistema base
escolhido, o qual consiste na libertao do momento flector na seco inicial da barra 2. Para este
sistema base, apresenta-se na figura 8b a distribuio de momentos flectores associada aplicao da
incgnita hipersttica unitria.
Figura 8a
Figura 8b
A matriz dos esforos independentes que equilibram as incgnitas hiperstticas unitrias toma assim a
forma, Bt = [0 1 1 0 ]. A partir da definio deste operador de equilbrio e das caractersticas
geomtricas e mecnicas das diferentes barras possvel obter, considerando unicamente a
deformabilidade por flexo, a matriz de flexibilidade da estrutura,
2L
F* =
.
3EI
x
O momento flector na seco S devido actuao da incgnita hipersttica unitria igual a 0 .
L
L
O momento flector na seco B igual a 1 e o valor da rotao do n B de
medido no
3EI
sentido directo.
- Soluo particular
Na anlise da aco da carga mvel deve-se considerar separadamente a colocao da carga em cada
um dos tramos. Nas figuras 9a e 9b apresenta-se a distribuio de momentos flectores referentes ao
caso em que a carga mvel se encontra na barra 1 e na barra 2, respectivamente.
Figura 9a
Figura 9b
A aco da carga mvel quantificada a partir do vector dos esforos, X0, bem como do vector das
deformaes devidas s cargas de vo, u . Assim, para a carga na barra 1 obtm-se,
X t0 = [0
0 0 0]
x ( L - x1 ) (2L - x1 )
ut = 1
6 LEI
x1 ( L - x1 ) (L + x1 )
0
6 LEI
0 ,
x L2 - x2
1
1
O valor do momento flector na seco B nulo e a rotao do n B igual a
6 L EI
0 0 0]
u t = 0
x 2 (L - x 2 ) (2L - x2 )
6 LEI
x2 (L - x 2 ) (L + x 2 )
,
6LEI
v0 =
x 2 (L - x2 ) (2 L - x2 )
,
6LEI
(F
p = -
x1 ( L - x1 ) ( L + x1 )
;
4 L2
- carga na barra 2
p = -
x2 (L - x 2 ) (2L - x 2 )
.
4 L2
x (L - x1) (L + x1)
MS = - 1
4 L2
x0
L
1 - x0 x
L 1
+
x0 - x 0 x1
0 x1 x 0
,
x 0 x1 L
ou simplificando,
5 x0
x0 3
1 - 4 L x1 + 4 L3 x1
MS =
x0 - 5 x0 x1 + x 03 x31
4L
4L
0 x1 x 0
.
x0 x1 L
x2 (L - x2 ) (2L - x2 ) x 0
4 L2
L
= -
x0
2 L2 x2 - 3 L x 22 + x32
3
4L
x1 (L - x1 ) (L + x1 )
4 L2
x2 (L - x2 ) (2L - x 2 )
4 L2
x (L - x1 ) (L + x1)
= - 1
4 L2
x1 L2 - x21
L
+
3EI
6 L EI
10
ou simplificando,
x1 L2 - x12
B =
12 L EI
x2 (L - x 2 ) (2L - x 2 ) L
4 L2
3 EI
= -
L
x
6 EI 2
1
x22
4 EI
1
12 L EI
x 32
Descrio do mtodo
11
Comentrios
A soluo obtida para a equao do mtodo dos deslocamentos corresponde funo de influncia
dos deslocamentos independentes.
A parcela particular da funo de influncia corresponde funo de influncia do esforo, reaco ou
deslocamento na estrutura bloqueada.
Exemplo de aplicao
- Deslocamentos independentes e anlise da soluo complementar
Na figura 10a indica-se qual o deslocamento independente escolhido, a rotao do n B. A soluo
complementar obtida impondo um valor unitrio para este deslocamento. Na figura 10b apresenta-se
a distribuio de momentos flectores associada soluo complementar.
Figura 10a
Figura 10b
- Soluo particular
Na anlise da aco da carga mvel necessrio considerar separadamente a colocao da carga em
cada um dos tramos. Nas figuras 11a e 11b apresenta-se a distribuio de momentos flectores
referentes ao caso em que a carga mvel se encontra na barra 1 e na barra 2, respectivamente.
12
Figura 11a
Figura 11b
A aco da carga mvel quantificada a partir do vector das foras de fixao. Assim, para a carga na
barra 1 obtm-se,
Q0
x1 L2 - x12
= ,
2
2
L
2 L3
e igual a
3
2
2 L3
x1 L2 - x21
2
2L
) , e a rotao do n B nula.
13
(K q
seguintes valores:
x1 ( L2 - x12 )
;
12 L EI
- carga na barra 1
q =
- carga na barra 2
q = -
x 2 (L - x2 ) (2L - x 2 )
.
12 L EI
x ( L2 - x12 )
MS = 1
12 L E I
3EI
L2
x13 - 3 L2 x1
x
+
x0
3
1
2L
x0 +
3
2
x1
x 0 + x1 - 3 L
x0
3
2L
0 x1 x0
,
x0 x1 L
ou simplificando,
x0 3
5 x0
1 - 4 L x1 + 4 L3 x1
MS =
x
x0 - 5 x0 x1 + 03 x31
4
L
4L
0 x1 x 0
.
x0 x1 L
x2 (L - x 2 ) (2L - x2 )
12 L EI
3EI
L2
x0 = -
x0
2 L2 x 2 - 3 L x 22 + x32
4 L3
Como era de esperar, a expresso obtida para a linha de influncia do momento flector na seco S
idntica obtida recorrendo ao mtodo das foras. O seu traado apresentado na figura 12.
A funo de influncia do momento flector na seco B determinada da mesma forma, tomando os
seguintes valores:
14
x1 ( L2 - x12 )
12 L E I
3EI
L
x1 L2 - x12
x1 L2 - x12
= -
= -
x2 (L - x 2 ) (2L - x 2)
4 L2
2L
4L
x2 (L - x 2 ) (2L - x 2 )
12 L EI
3 EI
L
Figura 12
A expresso obtida para a funo de influncia do momento flector na seco B idntica obtida
utilizando o mtodo das foras. O traado da respectiva linha de influncia apresentado na
figura 13.
Figura 13
Figura 14
15
Figura 15
16
As deformaes unitrias positivas a considerar para o caso do momento flector, esforo transverso e
esforo normal encontram-se representadas na figura 15.
17
curvatura, em peas rectas de seco transversal constante, ser proporcional ao momento flector, o
qual apresenta um andamento linear tendo em conta que o carregamento constitudo apenas por
cargas concentradas unitrias.
Exemplo de aplicao
Considere-se a estrutura representada na figura 16, para a qual se pretende determinar as linhas de
influncia do momento flector na seco S1, do esforo transverso na seco S2, da reaco vertical
no apoio C e do deslocamento vertical da seco B, utilizando o mtodo indirecto.
Figura 16
Figura 17
18
Figura 18
Figura 19
19
Figura 20
Tendo em conta o diagrama de momentos flectores apresentado na figura 20, possvel concluir que
apenas a barra AB se deforma pois s neste troo da estrutura os esforos so no nulos. Assim,
considerando apenas a deformabilidade por flexo, possvel determinar qual o deslocamento vertical
L3
43
do ponto B, =
e, com base neste deslocamento, a deformada do troo BF.
=
3 EI
3 EI
Figura 21
L3 3 x2
3 EI 2 L2
x3
2 L3
em que 0 x L
20
e L = 4m .
Descrio do mtodo
incgnitas hiperstticas p;
Obteno da expresso da deformada da estrutura, a qual corresponde funo de
influncia, a partir da sobreposio de efeitos : = c p + 0.
Comentrios
21
Exemplo de aplicao
Para ilustrar a aplicao do Mtodo Indirecto associado ao Mtodo das Foras, utilizado o exemplo
apresentado anteriormente para a determinao de linhas de influncia pelo mtodo directo em
estruturas hiperstticas, representado nas figuras 7a e 7b.
L
x3
x1 - 12 ;
6 EI
L
elemento de barra 2
c1 =
L
x2
2 x2 - 3 2
6 EI
L
x 32
;
L2
22
Figura 22
x0
L
O mesmo resultado podia ser obtido por dualidade, v 0 = Bt u0 , em que o operador B agrupa os
momentos flectores na seco S devidos s incgnitas hiperstticas unitrias, e u0 representa a
deformao de flexo imposta na seco S.
A parcela particular da deformada da estrutura expressa na forma:
Barra 1
1 =
1
x0
x1
L
0 x1 x0
x1
x
L 0
x0 x1 L
Barra 2
0 = 0
23
(F
MS =
1 L
3 EI
x1 x 0 +
6 EI
L 2 L2
1
x13
2
x0
x1 0 x1 x 0
L
x1
x
L 0
x 0 x1 L
ou simplificando,
5 x0
x0 3
1 - 4 L x1 + 4 L3 x1
MS =
x0 - 5 x0 x1 + x 03 x31
4L
4L
0 x1 x 0
.
x0 x1 L
L
x2
2 x2 - 3 2
6 EI
L
x 32 3 EI
x =
L2 2 L2 0
x0
2 L2 x2 - 3 L x 22 + x 32
3
4L
24
Figura 23
(F
x1 L2 - x21
L
x13 3 EI
x = 6 EI 1
L2 2 L
4 L2
L
x2
2 x2 - 3 2
6 EI
L
x 2 (L - x2 ) (2L - x2 )
x32 3 EI
=
.
L2 2 L
4 L2
Figura 24
25
L
x3
x1 - 12 ;
6 EI
L
- elemento de barra 2
0 = 0 .
A descontinuidade associada incgnita hipersttica igual a v 0 =
L
.
3 EI
(F
L
x31
=
x - 2
6 EI 1
L
1
L
x13
+
x - 2 =
2
6 EI 1
L
x1 L2 - x12
12 L EI
L
x2
2 x2 - 3 2
6 EI
L
x (L - x 2 ) (2L - x 2 )
x32 1
= - 2
2
L 2
12 L EI
26
Descrio do mtodo
Comentrios
No caso da determinao de linhas de influncia de reaces, haver lugar aplicao de um
deslocamento unitrio segundo a direco e sentido da reaco. A aco corresponde a um
assentamento de apoio unitrio, a deformada do caminho de rolamento corresponde linha de
influncia, tendo em conta que um deslocamento segundo o sentido da carga rolante corresponde a um
valor negativo da funo de influncia. H a considerar os termos Q0 e 0 sendo os termos QN nulos.
No caso da determinao de linhas de influncia de esforos, encontra-se tabelado o valor das foras
de fixao para a deformao unitria e a expresso da parcela particular da linha de influncia para os
diferentes elementos de barra. H a considerar os termos Q0 e 0 sendo os termos QN nulos.
No caso da determinao de linhas de influncia de deslocamentos, a descontinuidade unitria
corresponde aplicao de uma carga unitria. Se o deslocamento for um deslocamento nodal, existem
27
Exemplo de aplicao
Para ilustrar a aplicao do Mtodo Indirecto associado ao Mtodo dos Deslocamentos utilizado o
exemplo apresentado anteriormente para a determinao de linhas de influncia em estruturas
hiperstticas, representado nas figuras 7a e 7b.
elemento de barra 2
c1 = -
1
2 L2
(2 L2 x2 -
3 L x 22 + x32 ;
28
Figura 25
O valor da fora de fixao devida aco da descontinuidade unitria, como se indica na figura 25,
dado por:
3 EI
x0 .
L2
Q0 = -
x - x + 3 x 0
0
1
2 L2
=
3x0
2 L2
(L
- x1 )2 -
x0
2 L3
(L
- x1 )3
0 x1 x 0
(L
- x1 )2 -
x0
2 L3
(L
- x1 )3
x0 x1 L
Barra 2
0 = 0
(K q
29
L2 x1 - x31
MS =
2 L2
2
3
3 x 0 (L - x1)
x0 (L - x1 )
x
x
+
0
1
x0
2 L2
2 L3
+
2
3
2L
3 x 0 (L - x1 )
x0 (L - x1 )
2 L2
2 L3
0 x1 x0
x 0 x1 L
ou simplificando,
5 x0
x0 3
1 - 4 L x1 + 4 L3 x1
MS =
x0 - 5 x0 x1 + x 03 x31
4L
4L
0 x1 x 0
.
x0 x1 L
1
2 L2
(2 L2 x2
x0
x
- 3 L x 22 + x32 0 = 2 L2 x2 - 3 L x 22 + x32
2L
4 L3
Figura 26
O valor da fora de fixao devida aco da descontinuidade unitria, como se indica na figura 26,
dado por:
3 EI
.
Q0 = L
A parcela particular da deformada da estrutura expressa na forma:
Barra 1
0 = x1 - L +
3
2L
(L -
x1) 2
1
2 L2
(L
30
- x1 )
Barra 2
0 = 0
(K q
L2 x1 - x31
2 L2
1
2
3 (L - x1 )
+ x1 - L +
2L
(L -
3
x1 )
= 2 L2
x1 L2 - x12
4 L2
1
2 L2
(2 L2 x2 -
3 L x 22 + x 32
) 12
= -
x2 (L - x 2 ) (2L - x 2 )
4 L2
(K q
31
1
2 L2
(L
x1 -
3
x1
L
6 EI
x1 L2 - x12
12 L EI
);
1
2 L2
(2 L2 x2
- 3 L x 22 + x 32
L
6 EI
32
= -
x2 (L - x2 ) (2L - x2 )
.
12 L EI
O objectivo fundamental deste texto de apoio foi o de apresentar os principais mtodos para
determinao de linhas de influncia. Contudo, tem grande interesse reflectir sobre que mtodo
escolher quando se pretende determinar linhas de influncia numa estrutura.
Estruturas Isostticas
A escolha do mtodo de clculo, para estruturas isostticas, limita-se opo entre o mtodo directo e
o mtodo indirecto, dependendo esta escolha do tipo de estrutura em causa.
No caso de vigas Gerber, ou vigas de rtulas, a utilizao do mtodo indirecto parece ser a mais
adequada visto que a simplicidade destas estruturas permite uma fcil determinao no s das
deformadas resultantes da imposio de deformaes unitrias (linhas de influncia de esforos ou
reaces) como tambm a determinao da deformada para a actuao de cargas unitrias (linhas de
influncia de deslocamentos).
No caso de linhas de influncia de esforos ou reaces em prticos isostticos, devido ao facto das
deformaes unitrias poderem induzir movimentos de corpo rgido mais complexos, , em geral,
aconselhvel a utilizao do mtodo directo. Para o caso da determinao de linhas de influncia de
deslocamentos neste tipo de estruturas, o mtodo indirecto parece ser de mais fcil aplicao.
Em trelias isostticas pretende-se geralmente a determinao das linhas de influncia dos esforos
normais nas barras. O mtodo mais eficiente para se proceder determinao destas linhas de
influncia consiste na determinao das linhas de influncia das reaces de apoio utilizando o mtodo
indirecto, aplicando-se em seguida as relaes de equilbrio, equilbrio de ns ou mtodo das seces,
para a determinao das linhas de influncia dos esforos normais nas barras.
Estruturas Hiperstticas
Se, no caso das estruturas isostticas, a escolha do mtodo se limita opo entre mtodo directo ou
mtodo indirecto, no caso das estruturas hiperstticas, alm desta escolha, necessrio optar pelo
mtodo das foras ou pelo mtodo dos deslocamentos para a resoluo da estrutura. Uma forma
simples de decidir qual o mtodo a utilizar para a resoluo da estrutura pode ser a comparao entre
o grau de indeterminao esttica, , e o grau de indeterminao cinemtica, . Assim, quando <<
ser aconselhvel a utilizao do mtodo das foras, optando-se pelo mtodo dos deslocamentos
sempre que >> .
33
Contudo, esta opo encontra-se tambm condicionada pelas ferramentas de clculo disponveis.
Presentemente, devido ao facto de ser menos condicionado pela topologia das estruturas, a maioria
dos programas de clculo automtico de estruturas tm como base a utilizao do mtodo dos
deslocamentos. Assim, tem-se generalizado a utilizao deste mtodo no clculo de linhas de influncia,
apesar de para alguns tipos de estruturas, como o caso das vigas contnuas, o mtodo das foras ser
de muito fcil aplicao.
Em relao utilizao do mtodo directo ou do mtodo indirecto na determinao de linhas de
influncia em estruturas hiperstticas necessrio no s ter em conta que linhas de influncia se
pretendem determinar mas tambm quantas linhas de influncia. Se o nmero de linhas de influncia a
determinar inferior ao grau de indeterminao da estrutura ( ou ), o mtodo geralmente utilizado
consiste na utilizao do mtodo indirecto para a determinao de cada uma das linhas de influncia.
No entanto, se o nmero de linhas de influncia pretendidas superior ao grau de indeterminao da
estrutura, torna-se mais aconselhvel a utilizao de um mtodo misto.
Os mtodos mistos consistem na utilizao do mtodo directo ou do mtodo indirecto para o clculo
das linhas de influncia dos deslocamentos independentes ou das incgnitas hiperstticas, utilizando em
seguida a sobreposio de efeitos para a determinao das linhas de influncia pretendidas. Assim,
para a determinao de linhas de influncia utilizando o mtodo dos deslocamentos procede-se da
seguinte forma:
Determinar as linhas de influncia dos deslocamentos independentes, qi(x), utilizando o mtodo
directo ou o mtodo indirecto (em geral o mtodo indirecto);
Determinar a parcela particular que corresponde linha de influncia da grandeza pretendida,
na estrutura bloqueada, E0(x). Este clculo pode ser feito utilizando o mtodo directo ou
indirecto (estes valores so tabelados e correspondem parcela particular do mtodo indirecto
associado ao mtodo dos deslocamentos);
Determinar o valor da grandeza da qual se pretende a linha de influncia, Eci , para a aco de
cada um dos deslocamentos independentes, qi ;
Aplicar a sobreposio de efeitos E(x ) =
[Eci q i (x)] +
E0 (x) .
i=1
O procedimento para a aplicao do mtodo misto associado ao mtodo das foras em tudo
anlogo ao descrito para o mtodo dos deslocamentos. Assim:
Determinar as linhas de influncia das incgnitas hiperstticas, pi(x), utilizando o mtodo directo
ou o mtodo indirecto (em geral o mtodo indirecto);
34
[Eci pi (x )] +
E 0( x) .
i=1
CONCLUSES
Do que anteriormente foi exposto interessa sublinhar as seguintes ideias principais:
Uma funo de influncia estabelece os valores de determinada grandeza numa estrutura em
funo da posio de uma carga unitria, considerando-se que a carga pode ocupar diferentes
posies ao longo de um caminho de rolamento previamente definido;
Uma linha de influncia a representao grfica de uma funo de influncia quando se
considera como caminho de rolamento uma linha;
O mtodo directo para a determinao de funes de influncia consiste na determinao dos
valores da grandeza a determinar directamente a partir da resoluo da estrutura para a
posio genrica da carga unitria no caminho de rolamento;
O mtodo indirecto consiste na determinao dos deslocamentos, nas diferentes seces do
caminho de rolamento e segundo a direco e sentido da carga unitria, originados pela
imposio da descontinuidade unitria correspondente grandeza para a qual se pretende
determinar a linha de influncia;
No caso de estruturas hiperstticas, existe a necessidade de escolher qual o mtodo de anlise
estrutural para a resoluo da estrutura. No caso de estruturas reticuladas, a escolha reside na
opo entre o mtodo das foras e o mtodo dos deslocamentos.
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BIBLIOGRAFIA
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