A Guitarra Brasileira de Heraldo Do Monte
A Guitarra Brasileira de Heraldo Do Monte
A Guitarra Brasileira de Heraldo Do Monte
INSTITUTO DE ARTES
Campinas - 2005
ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE ARTES
Mestrado em Música
Dissertação apresentada ao
Curso de Mestrado em Música
do Instituto de Artes da
UNICAMP como requisito
parcial para a obtenção do
grau de Mestre em Música sob a
orientação do Prof. Dr. Antonio
Rafael Carvalho dos Santos
CAMPINAS - 2005
iii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE ARTES DA UNICAMP
(em/ia)
iv
Instituto de Artes
Comissão de Pós-Graduação
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Prof. Dr. José Roberto Zan . DM/IA. UNICAMP
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Ao grande músico Heraldo
do Monte que me mostrou a
importância da concepção
no fazer musical.
vii
viii
Agradecimentos
Aos professores: Hilton Valente (Gogô), José Roberto Zan, Marcos Cavalcante e Maria Lucia
Paschoal.
A todos os amigos que contribuíram direta e indiretamente com a produção desta dissertação.
À FAPESP, pelo financiamento desta pesquisa através de bolsa concedida entre setembro de 2002 e
agosto de 2004.
ix
x
Resumo
Monte, embasando-se nos conceitos até hoje estabelecidos para composição e improvisação,
investiga-se como o músico articula elementos musicais da música popular brasileira urbana (choro,
samba e frevo), das manifestações musicais regionais e do jazz, criando um estilo peculiar e inovador
que forma este se manifestou na música popular dos anos 60, busca-se verificar, junto a artigos e
entrevistas com Heraldo do Monte, até que ponto essas idéias podem ter influenciado o músico em
certas escolhas estéticas que nortearam a fusão das influências musicais citadas para a construção, sob
Palavras Chave: Guitarra, Música Instrumental, Música Popular, Improvisação, Harmonia, Identidade
Cultural.
xi
xii
Abstract
From the transcription and analysis of the compositions and musical improvisations of
Heraldo do Monte and being based on the concepts so far stablished for compositions and
improvisations, it is investigated how the musician articulates with musical elements of the Brazilian
urban popular music (choro, samba and frevo), the regional musical manifestations and the jazz,
creating a peculiar and inovating style of composing and improvising in the eletric guitar. Through
readings of the Imaginário Nacional Popular and how it has manifested in the popular music in the
sixties, it is verified in articles and interviews with Heraldo do Monte to what extent these ideas may
have influenced the musician in certain aesthetical choices which guided the fusion of the mentioned
musical influences for the construction, in his point of view, of a Brazilian eletric guitar.
Keywords: Guitar music, Instrumental music, Popular music, Improvisation (Music), Harmony,
Cultural identity.
xiii
xiv
ÍNDICE
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
1. SÍNTESE BIOGRÁFICA....................................................................................................3
2. DISCOGRAFIA..................................................................................................................5
MUSICAIS.........................................................................................................................23
5. ANÁLISES
5.3 Forrozin........................................................................................................................90
5.5 Giselle.........................................................................................................................123
7. CONCLUSÃO..................................................................................................................199
8. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................201
ANEXO: Transcrições
xv
Introdução
grande pertinência bibliográfica na área de música popular, pois até a data de conclusão
deste trabalho, praticamente inexistia qualquer estudo ou mesmo artigos que abordassem tal
tema.
panorama da música popular, não só pelo seu refinamento harmônico, melódico e rítmico
e “Improvisação Brasileira” entre outras, sempre enfatizadas pelo próprio músico. Para
tanto o estudo analítico musical não bastava, tais questões ultrapassavam o limite do som.
Partindo da construção “Guitarra Brasileira” alicerçada por uma fusão híbrida onde
manifestações musicais regionais e jazz, buscou-se verificar até que ponto a fusão dessas
influências foi estimulada pelo contato de Heraldo do Monte com o imaginário nacional
Uma das maiores dificuldades da investigação foi definir uma metodologia para as
análises musicais, visto que a bibliografia que trata do assunto com enfoque na música
1
popular brasileira, ainda é muito escassa. A solução encontrada foi desenvolver uma
metodologia própria que foi constituída pela fusão de tópicos específicos de cada método.
uma biografia resumida de Heraldo do Monte feita através de dados biográficos coletados
imaginário nacional popular dos anos 60 e sua relação com algumas escolhas estéticas do
guitarrista.
O quinto capítulo trata das transcrições e suas análises totalizando oito subcapítulos
que foi estrategicamente realizada ao final da pesquisa, com o objetivo de não tendenciar as
hipóteses formuladas desde o projeto. Devido a sua relevância incorporamos esta no corpo
da pesquisa.
“Agora vou chamar um dos melhores guitarristas do mundo, por favor, Heraldo do Monte”.
2
1) Síntese Biográfica
estudar na escola Industrial de Pernambuco, onde obteve seu primeiro contato com a
música, em aulas de teoria e solfejo. Lá também estudou clarinete e requinta, com os quais
fez parte da banda de música da escola. Pouco mais tarde, adquiriu um violão pela
necessidade que sentia de tirar as harmonias das músicas que ouvia no rádio.
Seus ídolos eram João Gilberto, a orquestra de jazz do maestro Cipó e o guitarrista
de jazz Tal Farlow. Sem ter a pretensão de se tornar músico profissional, um dia foi
George Shearing, convidou-o para tocar em São Paulo. Começou a tocar na noite
Nos anos 60, gravou três discos de música instrumental pelas gravadoras RCA e
London. Fez parte do Trio Novo, conjunto que acompanhava Geraldo Vandré, com o qual
excursionou por todo o Brasil. Dessa formação originou-se o Quarteto Novo, um dos mais
importantes grupos de música instrumental brasileira, que gravou o disco Quarteto Novo
em 1967.
Tocou ainda com Michel Legrand, Sivuca, Edu Lobo, Elomar, Zimbo Trio,
grava os discos: Heraldo do Monte (1980), Cordas Vivas (1983) e Cordas Mágicas (1986).
Em 1982, participou do disco ConSertão com Arthur Moreira Lima, Elomar e Paulo
Moura. No ano 2000, gravou um disco pelo selo Tom Brasil e em 2001, o disco Viola
3
Nordestina, participou do projeto “50 anos de baião”, e em 2003 gravou o disco Teca
4
2) Discografia
Gravadora: RCA
Ano: 1960
Faixas:
1) Samba de Pizzicatto (H. do Monte, Viana) 11) Céu e Mar (Johnny Alf)
5
2.2) Heraldo e seu Conjunto: “Dançando com o Sucesso”
Gravadora: Rca
Ano:1961
Faixas:
1) La Novia
2) Palhaçada
3) Al di Lá
4) Chorou, chorou
5) Sem querer
7) Muy cerca de ti
8) Porque me enamore de ti
9) Cheiro de Saudade
6
2.3) Heraldo e seu Conjunto: “Dançando com o Sucesso Nº. 2”
Gravadora : RCA
Ano: 1962
Faixas:
7
2.4) O violão de Heraldo do Monte
Ano: 1968
Faixas:
1) Casa Forte
4) Mouanin
5) My Cherie Amor
6) Que maravilha
7) Recit de Cassard
9) Teletema
10) Vou me pirulitar
8
2.5) Heraldo do Monte
Gravadora: Eldorado
Ano: 1980
Faixas:
9
2.6) Cordas Vivas
Ano:1983
Faixas :
1) Caboclo elétrico (Heraldo do Monte) 11) Fugidinha pro D'Álma (Heraldo do Monte)
4) Valsa pra Tutuca (Heraldo do Monte) 14) Dois na brincadeira (Heraldo do Monte)
10
2.7) Cordas Mágicas
Ano: 1986
Faixas:
11
2.8) Viola Nordestina
Gravadora: Kuarup
Ano: 2001
Faixas
12
3) O Imaginário Nacional Popular
Mário de Andrade, e como este influenciou o que ele caracteriza posteriormente de uma
“...A concepção de “raça brasileira” inter-relacionada com as noções de “povo”, “música folclórica”,
“Nação Soberana”, contribuiu para o afloramento da construção do mito da nacionalidade durante as décadas
de 1930 e 40 no Brasil. As obras sobre a História da Música Brasileira de Mário de Andrade e de Renato
Almeida, publicadas em 1941 e 1942, respectivamente, denotam um programa nacionalista indicativo de uma
possível “ruptura” da música brasileira como mera imitação de tendências estéticas estrangeiras. Essa
motivação prende-se à elaboração de um projeto estético-ideológico, propondo, assim, uma nova definição da
13
Os Modernistas preconizavam que a construção de uma música brasileira se daria
povo.
música popular urbana, pois esta última já estaria carregada dos conflitos de classes,
tentativa de consolidar uma unidade nacional, por intermédio da música, com a finalidade
modernidade.
política Getulista, almejavam a integração e união entre as massas populares, tendo como
ponto de partida o resgate do folclore, viabilizando assim, uma música de caráter nacional.
Tais questões são amplamente observadas nas obras de Villa Lobos e Mário de
tornam evidentes.
brasileira que foi a Bossa Nova. Os músicos desse movimento mesclaram harmonias
musicais foram criadas e, com o disco Chega de Saudade de João Gilberto, este novo
gênero musical foi amplamente divulgado. A tensão entre nacional (samba) e influência
14
estrangeira (jazz) levou à redefinição do conceito de música nacional, resultando em uma
Medaglia, que tinha uma visão ampla da Bossa Nova, destaca sua importância:
"... como arte autêntica : representativa das exatas características espirituais do povo brasileiro;
criativa; pela introdução de novos padrões de interpretação e composição em nossa música; e de exportação,
pela importância que ela pode ter, no campo da música popular, em nível internacional." (Medaglia, 1970 :
70)
influência externa, resgate da música regional, nação entre outros, serão reformulados em
Havia uma nova maneira de analisar a situação brasileira concebida por intelectuais
UNE (CPCs), que diagnosticavam uma crise estrutural no Brasil, possuindo como algumas
15
incorporarão consciente ou inconscientemente em suas obras ideais como anti-imperalismo,
resgate das raízes regionais, conscientização do povo brasileiro em prol da revolução, entre
outros. Ridenti coloca como se deu tal conscientização e progresso no campo cultural:
“...Entretanto no conjunto das atividades culturais, intelectuais e também políticas do período, muitas
vezes a utopia do progresso revolucionário ligava-se à busca das autênticas raízes nacionais do povo
Behágue, aponta que esse reflexo das possíveis mudanças políticas na cultura foi um
seguinte maneira:
“... Desde a década de 60, festivais de música folclórica em contexto urbano deram origem ao
desenvolvimento de um novo estilo de música popular recriando e estilizando certos aspectos da música
indígena e mestiça. Como fenômeno estritamente urbano, essa corrente do “revival” da música folclórica e
criolla esteve sobretudo a cargo de membros das classes média e alta. Esses músicos se tornaram executantes
“...devido à natureza essencialmente polissêmica do signo musical, o nacional popular era re-
inventado, sob ângulos diversos: a) folclore + ufanismo + brasilidade; b) brasilidade + folclore + realismo
16
socialista; c) brasilidade + patriotismo + folclore + populismo conservador; d) brasilidade + folclore +
(Contier, 1998)
17
3.2) O Imaginário Nacional Popular dos anos 60 e Heraldo do Monte
Em meio à efervescência ideológica e cultural dos anos 60, surge o grupo Quarteto
Novo. Segundo Heraldo do Monte (Visconti, 2000), o grupo foi formado a partir de
conversas que tinha com Airto Moreira e Théo de Barros, quando viajavam por todo o
Brasil dentro do projeto “Nhô Look”, concebido pelo maestro Rogério Duprat e financiado
pela Companhia Rhodia. Este grupo se chamava Trio Novo, e acompanhava o cantor e
canção de protesto, elaborada pelos músicos que faziam parte do CPC (ou que se
identificavam com a política cultural deste órgão), veio a contestar a Bossa Nova, tida
Vandré, que possuíam uma formação musical abrangente, que incluía a música norte-
norte-americana.
Esses músicos acreditavam que tal prática representava uma possível aproximação
com o povo, o que poderia ser um meio para a intervenção do artista na realidade social do
"...Edu Lobo, Carlos Lyra, imbuídos desse imaginário político, aproximaram-se de arranjadores
(maestros), de intérpretes, de intelectuais (ligados aos CPCs, ISEB ou Departamento de Sociologia das
(formas, instrumentos ou ritmos sacralizados como representações de uma memória genuinamente brasileira
18
ou nacional : violão, frevo, urucungo, moda-viola) algumas práticas revolucionárias, a partir de suas
Théo de Barros fala sobre a importância de Geraldo Vandré e sua influência nos
“....O Vandré foi o Mecenas do Quarteto Novo. Nós ficamos um ano acompanhando-o, éramos
exclusivos do Vandré, e daí aparecia convites de shows em todos os lugares. E todo mundo queria gravar com
grupo que tinha entre suas propostas estéticas o resgate das raízes regionais. Em todo esse
nacional popular dos anos 60 que redefiniu o olhar desses músicos sobre suas raízes e
“... Eu tocava clarinete em orquestras no carnaval, em blocos de frevo, e assistia, pois Recife apesar
de não ser uma cidade do interior, tudo que é do interior vive por ali, perto do mercado de São José, lá você
escuta tudo. Em relação a isso eu era bastante parecido com o Hermeto , nós éramos muito direcionados para
a Bossa Nova e Jazz, e essas coisas entravam mais no espírito da gente, pois tínhamos até um certo
1
Jornaleco. Entrevista on-line de 28/11/02.
19
preconceito na época, isso é coisa quadrada, a gente mal imaginava que todas essas informações iriam ser
“ Então tivemos a seguinte idéia : Que tal também criarmos uma linguagem de improviso ?. O
Hermeto e eu temos essa coisa de nordestinos e a gente usou essa vivência para criar. Começamos a ouvir
folclore , treinar e criar. A coisa mais óbvia que se separava do Bebop era a linguagem nordestina e então a
gente se policiava : Cuidado com essa frase que está parecendo Bebop ....” 3
"...A referência era o Oscar Peterson, até para os grupos de bossa nova. Nós não queríamos isso e
Nordeste, que têm raízes na música ibérica, moura, baseada em outras escalas........Fazíamos arranjos
coletivos. Percebemos que era bom assim, pois era mais fácil decorar, não era nada escrito. E facilitava na
hora de improvisar..."4
Com o fim do grupo Quarteto Novo, cada integrante seguiu carreira solo, Airto
Moreira mudando–se para os Estados Unidos, construindo uma importante carreira musical
junto a Flora Purim, Théo de Barros fazendo música para publicidade, Heraldo do Monte e
Hermeto Pascoal seguiram cada um sua carreira, ambos compromissados aos ideais e
2
Idem.
3
Revista Guitar Player . Entrevista com Heraldo do Monte.. 06/1996, p. 77-80
4
Jornal Valor Econômico. Entrevista. 22/04/02.
20
Em 1978 no Festival de Jazz de São Paulo, um dos acontecimentos marcantes para o
“...Hermeto diz as mesmas frases, com igual convicção, após ter dobrado, frente a tantos
espectadores brasileiros, a superestrelice do guitarrista inglês John McLaughlin, do tecladista Chick Corea e
do saxofonista Stan Getz, ambos americanos. Corea abriu mão de uma cláusula de seu contrato que o
obrigava a ser a atração de qualquer noite em que se apresentasse, fazendo inevitavelmente o último show.
Stan Getz concordou em participar de um ensaio para poder integrar o conjunto de Hermeto como um
saxofonista a mais. McLaughin intrometeu-se pelo número de Hermeto e ganhou o troco: um sinal para fazer
silêncio e não perturbar a apresentação, afinando sua guitarra...............Corea me perguntou se meu repertório
era todo composto por mim. Ficou impressionado e me disse que nunca antes tinha pedido para tocar com
tocado por Hermeto e seu Grupo e no duo de Heraldo do Monte constavam somente música
5
Jornal do Brasil. RJ, 23/09/1978
6
Idem.
7
MELLO, Zuza H. Texto do encarte do disco “Heraldo do Monte”, gravado em setembro de 1980 pelo selo
Eldorado.
21
“...Dois dos temas (do disco) foram, inclusive, feitos para o Festival: Forrozin e Alienadinho.
Enquanto este, existe a intenção proposital de evitar o esquema harmônico da música nordestina, que segundo
Heraldo “senão o pessoal ia ficar pensando que a gente só sabia música de um acorde só”, Forrozin é bem um
retrato da música instrumental brasileira gerada pelo som dos violeiros do Nordeste...”8
agora chamar um do melhores guitarristas do mundo”, depois chama também para a canja,
o saxofonista Stan Getz ironizando em cima da frase : “ Vou chamar um cabra da peste”.
identificar na carreira artística do músico, a continuidade dos ideais construídos nos anos 60
“... Nesse ambiente, que é bem diferente do que o cercava na década de 60, Heraldo do Monte cresce
como uma das figuras mais impressionantes : não apenas por seu talento, por sua técnica, mas sobretudo pelo
exemplo que pode ser visto em sua brava trajetória destes 20 anos, nos quais soube tirar de dentro de si, a
riqueza sonora natural que estava escondida com vergonha por tanto tempo. Esse exemplo para todos os
músicos brasileiros frutifica neste disco sob a forma mais sólida que ele, Heraldo do Monte, gostaria : uma
9
criação sua.”
contextualizar a obra desse músico que, somada às análises de suas músicas, permitirão um
melhor entendimento do que Heraldo do Monte quer dizer quando fala de sua “Guitarra
Brasileira”.
8
Idem.
9
Idem.
22
4) Desenvolvimento de uma metodologia para as análises musicais
4.4) Metodologia
Brasileira”, lançada pela MPO vídeo. Com duração aproximada de 80 minutos, o guitarrista
longos e três músicas . Devido à ausência de partituras inclusas nesse vídeo, decidi
começar minhas transcrições e análises musicais a partir dele, o que foi de grande auxílio
23
Como o guitarrista coloca logo de início :
“ ....Vamos começar a falar do nordeste onde há fontes que levam a estilos mais distantes e radicais
Estas improvisações estão baseadas nos três modos que o guitarrista considera mais
importantes na música nordestina que são: o modo10 Mixolídio #4, o modo Mixolídio e o
modo Dórico.
Neste vídeo, o músico repete várias vezes a expressão “Sotaque Brasileiro” o que
seria um dos elementos constituintes de sua “guitarra brasileira”. Depois das análises, ficou
Chuva Morna.
Coker (1970 : 9-22). Esta prática revela estruturas musicais até então desconhecidas pelo
investigação.
10
As características de cada modo estão exemplificadas no capítulo de análise dos mesmos.
11
TAGG, Philip. Analysis Assignment Notes. www/theblackbook.net/acad/tagg/texts.html
24
A concepção de transcrição utilizada na pesquisa levou em conta a impossibilidade
utilizado pelo etnomúsicólogo Bruno Nettl, que possui uma visão divergente do semiólogo
Tagg12, que acha necessário a transcrição da totalidade de uma peça para uma melhor
investigação.
Foram pesquisados livros para compor uma bibliografia que fornecesse subsídios
metodológicos para uma análise melódica, harmônica e rítmica voltada para a música
métodos desse tipo, pois um dos objetivos desta pesquisa é analisar como Heraldo do
Monte articula elementos da música popular urbana brasileira (choro, samba e frevo),
a um material que pudesse obter resultados mais satisfatórios em uma adaptação a música
brasileira.
Schoenberg (1991), onde os motivos de uma melodia devem produzir unidade, afinidade,
motivos são intervalares e rítmicos, combinados de tal maneira que possam produzir uma
harmonia inerente aos seus contornos melódicos. Foi utilizado também a concepção de
12
Idem.
25
Miller (1997) pelo fato deste autor usar a mesma técnica de análise motívica, só que no
Para as análises harmônicas foi utilizado, a princípio, a tese de Freitas (1995), por
abordar de uma forma abrangente e concisa o estudo das cadências harmônicas mais usadas
na música popular.
Para as análises rítmicas foi utilizado, a princípio, o livro de Rocca (1986) por
brasileiros.
O método que foi fundamental para a organização da pesquisa foi La Rue (1970)
sua presença foi o fato dele sugerir uma organização separada em tópicos da pesquisa
musical.
“Como o título sugere, Guidelines apresenta sugestões, mais propriamente que, diretrizes, lembretes,
preferivelmente que, imperativos. Por esta razão não deve haver conflito com outros métodos de análise.”
A adequação de Guidelines para análise da música popular tem sido utilizada, tendo
como base algumas teses e artigos norte-americanos, que usam tal método para a análise do
jazz. Entre alguns se faz importante citar : “Procedures for Style Analysis of Jazz: A
Heen´s, “Analysis of Jazz: A Method Combining Coker and La Rue” in C. Brown (ed.)
Proceedings of the Ninth Naje National Convention (Vol. 2), 1982 de Robert Jackson, Bill
26
Evans: his contributions as a jazz pianist and analysis of his musical style (tese de
doutorado), New York University, 1992 e Wes Montgomery Improvisational Style (1959-
1963): The Riverside Years (tese de doutorado), Universidade de Montreal, Canadá, 1995
de Reno de Stefano.
do jazz porque ele tenta interpretar a música partindo da visão do performer e do ouvinte.
Para as análises das improvisações foi usado o método jazzístico de Coker associado a
27
4.4) Metodologia
combinação dos conceitos das duas obras descritas (Schoenberg e Miller), elaborando um
a) Seqüencial – repetir o mesmo motivo, começando por uma outra nota. Usualmente, a
d) Inversão Retrógrada - a distância intervalar e direção das notas são contrárias como se
h) Extensão - o motivo é transposto, podendo variar sua direção, porém com alguma nota
adicionada.
motivo original
j) Mutação – qualquer mudança com o motivo, a qual pode ser relacionada com o motivo
original.
28
I) O Ritmo poderá ser mudado:
d) Acrescentando-se contratempos
e) Modificando o compasso
Exemplo:
Motivo 1
29
A presença de um motivo 2 indica que o mesmo é uma nova idéia musical diferente
Com a finalidade de se obter uma visão macro do objeto de análise La Rue discorre
a) Background
b) Observação
c) Avaliação
a) Background
Exemplificando:
“A progressão V-I ocorre raramente no século quatorze, quando aparece ela imediatamente atrai
atenção, no entanto comentar tal cadência em alguma obra por volta de 1750 se torna completamente
estudo do imaginário nacional popular na música brasileira, foi feita uma reflexão sobre
13
A maioria dos termos foram traduzidos.
30
como tal imaginário se concretizou nos anos 60, relacionando-o com a obra de Heraldo do
Este estudo permitiu entender melhor o que significa a construção Guitarra Brasileira
que o músico enfatiza, chegando a uma conclusão inicial onde o imaginário nacional
popular na música brasileira dos anos 60 pode ter influenciado certas escolhas estéticas do
numa fusão entre elementos musicais da música popular urbana (choro, samba e frevo), das
manifestações musicais regionais e do jazz, ou seja, uma construção híbrida, que devido a
forte influência da música nordestina, somada as raízes do músico (Recife) e reforçada por
suas escolhas estéticas, pode ser compreendida pelo guitarrista como referência de
brasilidade. Em minha qualificação, o Prof. Hilton Jorge Valente (pianista que atuou ao
abriu novos caminhos para melhor compreensão de aspectos técnicos musicais na obra do
Sobre esta questão Heraldo do Monte em seu vídeo Guitarra Brasileira aborda da
seguinte maneira:
“ ....Vamos começar a falar do nordeste onde há fontes que levam a estilos mais distantes e radicais
31
Viola Nordestina, com a viola nas mãos a repórter indaga:
“...Então a música Luar do Sertão pode ser entendida como um hino brasileiro...”
“...Acho que não, o hino do Brasil é o frevo Vassourinhas (tocando trechos da música)...”
b) Observação
La Rue propõe a divisão da peça musical estudada em três dimensões, sendo que
e Coker.
Nas três dimensões são analisados cinco elementos principais que são o Som,
Harmonia, Melodia, Ritmo e o quinto elemento que o autor classifica como Growth14, o
na peça (som), contraste e tonalidades na peça inteira (harmonia), conexão melódica das
Existem termos como dinâmica que podem ser usados tanto no tópico Som como no
tópico Growth.
14
Aqui uso o termo em inglês para não restringir o seu significado
32
b2) Médias Dimensões
fixo, a primeira não pode ir além da peça inteira e a segunda possui como limite as notas.
“O limite superior está nas principais articulações do movimento e o limite inferior consiste
na primeira idéia (musical). As Médias Dimensões se restringem a formação das idéias musicais em
33
b3) Pequenas Dimensões
Baseado nas menores idéias musicais. Pode ser um motivo (melodia), um ou alguns
34
Os cincos elementos constituintes da obra musical (SHMRG)
faz necessário dividir também o objeto em cinco partes manipuláveis: Sound (Som),
devem ser associados a todas as categorias que se enquadrarem para descrever uma
isoladas, elas agem como elementos interligados. Ao passo que o elemento Growth (G)
possui uma dupla função, pois pode funcionar separado dos outros elementos, como
também estabelecer uma relação muito próxima com os mesmos. A interpretação deste
termo abrange uma gama maior de interações musicais que o termo Forma possuindo
a) Movimento
b) Forma
35
a) Movimento
A definição é entendida pelo autor como uma complexa extensão e variação rítmica
que resulta em mudanças de vários tipos, está ligado a fluência da peça. A força do
I) Estabilidade
onde num concerto para orquestra e solista a interação entre as partes pode ser
tão balanceada que pode acabar produzindo uma unidade estável entre solista e
orquestra.
eventos menores que a dimensão predominante, estes serão analisados como ornamental ou
36
b) Forma
A forma será tratada de uma maneira aberta, quer dizer, ela será delimitada por
quatro fatores das partes que representam a seqüência (continuidade) da peça, que são:
sendo difícil definir a forma de uma peça analisada como por exemplo Sonata, pois pode
Outro fator que está presente na forma consiste na Articulação, a qual pode provocar
c) Avaliação
Heraldo do Monte na avaliação intrínseca concentrei minas análises nos aspectos técnicos
composicionais e improvisacionais.
foi possível verificar até que ponto o músico produziu um estilo inovador e original (este é
um dos objetivos desta pesquisa). Na avaliação externa fiz uma pesquisa do impacto e
do guitarrista com o imaginário nacional popular na música brasileira dos anos 60.
37
4.4.2) O método desenvolvido por Coker
A partir da própria experiência como músico de jazz o autor teve como um dos
sugerisse uma organização do estudo, visto que a maioria dos músicos no meio
Understanding Jazz Styles , onde o autor comenta e sugere um método para a análise de
solos transcritos, onde duas técnicas foram extraídas para serem usadas.
estruturas superpostas que o solista faz entre as notas levando em conta a harmonia e o
1978 :13)
comparações.
As categorias que usarei são: Som, Técnica, Tempo, Material Tonal, Repertório e
Inovação.
38
5) Análises
Essas três transcrições foram feitas a partir do vídeo “ Guitarra Brasileira”. Essas
a) Introdução
Em seu vídeo Heraldo do Monte comenta que uma de suas sua referências principais
para a improvisação neste modo são os violeiros repentistas do nordeste. Como ele
mesmo diz :
“..Os Violeiros nordestinos mais antigos e mais autênticos..... possuem uma voz bem rústica e uma
linha melódica quase oriental........ possuem um estilo melódico que é muito estranho para o resto do país...”.
39
Ao descrever essas linhas melódicas cantadas pelos repentistas o guitarrista
explica que eles improvisam sobre a escala de mixolídio com quarta aumentada15 na
tonalidade de Ré:
Essa escala é formada por Fundamental (F), 2M, 3M, #4, 5J, 6M e b7.
“... Não há como negar a influência do movimento trovadoresco surgido na França no século
XI......Translada para Portugal, a poesia desse pequeno condado do Sul da França alcançou grande
desenvolvimento nas cortes de D. Afonso III e D. Diniz no século XIII. Com a colonização do Brasil pelos
portugueses, verifica-se a transferência de grande parte dessa literatura de versos cantados herdados pelos
galaico-portugueses. E, Assim, podemos constatar muitos traços da cultura provençal remanescentes na arte
musical de quatro peças, encontrou três em modo mixolídio e uma tendendo a ser um modo
frígio. Em sua conclusão sobre os aspectos melódicos define as melodias como modais,
feito por Travassos, os exemplos musicais estão, em sua maioria, na escala mixolídio e
15
Para maiores informações sobre modos e escalas consultar Aebersold, Jamey. Como Improvisar e Tocar
Jazz.. New Abany, 1992. Edição em português.
40
Heraldo do Monte faz uma escolha estética ao utilizar somente a escala de mixolídio
#4, que pode ser uma peculiaridade no que ele denomina de sotaque brasileiro. Sabendo-se
explicação que o guitarrista fornece sobre a música desses tocadores, quando fala que as
linhas melódicas desses artistas são quase orientais e estranhas ao resto do país. Essas
melodias têm uma grande influência ibérica, que foi durante séculos miscigenada com a
b) Análise
Para se entender o conteúdo dessa improvisação foi feita uma amostragem com a
guitarra.
16
SOLER, Luís. Origens árabes no folclore do sertão brasileiro. Florianópolis : Editora da UFSC, 1995.
41
Motivo 1 (c.1-3)
- Motivo Seqüencial Ascendente, nota lá passa ser dó (3m acima), com resolução na nota
lá.
42
Motivo 1.3 (c.9-13)
Observações gerais:
Motivo 2 (c.13-17)
17
Segundo Schoenberg a estruturação do início determina a construção da continuação. A primeira frase não
é repetida imediatamente, mas unida a formas-motivo mais remotas, perfazendo assim, a primeira metade do
período. Para maiores informações ver Schoenberg : 51.
18
O conseqüente pode ser entendido como a segunda metade do antecedente que pode ser construído com
alguma repetição do antecedente. .
43
Motivo 2.1 (c. 17-21)
Observações gerais:
Motivo 3 (c.21-22)
44
Motivo 3.2 (c.25-26)
Observações gerais:
Motivos isorítmicos, com mudança em graus conjuntos das notas. Resolução F-3M (c.28)
Motivo 4 (c.29-33)
45
Motivo 4.1 (c.33-34)
- Isorítmico 5J acima.
- Isorítmico ascendente.
-Isorítmico
46
Motivo 4.4 (c.37-41)
Observações gerais
O motivo 4.4 é o funciona como conseqüente dos motivos anteriores (4,4.1,4.2 e 4.3),
Motivo 5 (c.41-43)
47
Motivo 5.2 (c.45-49)
Observações gerais
- Existência de padrões rítmicos (c.43 e 44), o motivo 5.2 funciona como conseqüente
Motivo 6 (c.49-50)
48
Motivo 6.2 (c.51-52)
Observações gerais
no motivo 6.3
49
Algumas Conclusões
2) Todas as resoluções estão baseadas na tétrade de ré maior com b7 (ré, fá#, lá e dó),
sendo que comumente um intervalo de terça precede tais notas finais de resolução.
conseqüente.
50
5.1.2) Improvisação sobre o modo Mixolídio
a) Introdução
Para entender melhor essa linguagem musical, que ele coloca como referência para
essa improvisação, buscou-se uma bibliografia que contivesse análises musicais dessa
manifestação artística. Foi utilizada a tese “Banda de Pífanos de Caruaru- Uma análise
“...A formação instrumental composta basicamente de pífanos, zabumbas, tarol e outros tambores,
verificou a ocorrência do modo mixolídio em apenas 21% das peças sendo que 42% eram
sobre o modo jônio. Os modos menores ocuparam o restante dessa porcentagem, e serão
Possuindo duas linha melódicas devido a existência de dois pífanos, há nas melodias
51
O ritmo tocado pelas bandas são dos mais variados como Frevo, Dobrado, Samba
Matuto, Calango, Marcha, Valsa entre outros, sendo que alguns deles possuem uma fusão
de mais de um estilo.
mixolídio, que pode ser entendida como uma peculiaridade na sua maneira de tocar.
52
b) Análise
Para se entender o conteúdo dessa improvisação foi feita uma amostragem com a
guitarra.
Motivo 1 (c.1-4)
53
Observações gerais
Motivo 2
- Neste trecho musical a letra a está indicando apogiatura, ou seja, para cada nota que
está com essa marcação significa que possui uma apogiatura descendente a nota.
Exemplo: Compasso 13 nota fá# possui uma apogiatura da nota sol para esta nota, e
54
Observações Gerais
O Motivo 2 e 2.1 possui uma intenção evidente em adaptar a linguagem dos pífanos a
guitarra.
Motivo 3 (c.18-21)
- Isorítmico e isoarticulado
Observações Gerais
55
Motivo 4 (c.22-26)
56
Observações gerais:
Motivo 5 (c.30-33)
- Repetição literal com resolução distinta nota mi (c.31) e nota fá# (c.32)
57
Motivo 5.3 (c.36-38)
- Resolução descendente, tríade ascendente de ré maior com término na nota fá# (3M).
Observações gerais
Repetição do mesmo motivo diversas vezes, Motivos 5 e 5.2 são Antecedentes e 5.1 e 5.3
conseqüentes.
Motivo 6 (c.38-43)
58
Motivo 6.1 (c.43-44)
Observações gerais
contratempo.
Motivo 7 (c.44-50)
59
Motivo 7.1 (c.50-52)
Observações gerais
Motivo 8
60
Motivo 8.1 (c.56-60)
Observações gerais
Algumas Conclusões
2) Todas as resoluções estão baseadas na tríade de ré maior (ré, fá#, lá), ênfase nas
61
5.1.3) Improvisação sobre o modo Dórico
a) Introdução
O músico explica que este modo tem um caráter mais “dolente”, cujo sentido será usado
em sua improvisação.
A escala dórico utilizado pelo guitarrista segue o modelo abaixo na tonalidade de ré:
musicais que, segundo Heraldo do Monte, remetem a uma linguagem nordestina para a
improvisação.
relação entre escalas menores dentro dessas manifestações artísticas, e saber se existe
Na música dos violeiros repentistas existem toadas em modo menor como Travassos
analisa:
“... Poucos cantadores conhecem rudimentos da teoria musical culta e os aplicam à descrição de seu
repertório, referido-se, por exemplo, às melodias que apresentam o III grau formando um intervalo de terça
menor com relação à tônica como “toada em menor”. (Travassos, 1989 : 127)
62
Em uma sextilha cantada em Campina Grande, Lamas identifica o modo frígio na
músicas de sua amostra analisada. Subdividindo-se em 21% no modo dórico, 15% no modo
menor harmônico, 10% no modo menor natural e 5% no modo menor melódico. (Pedrasse,
2002 : 125)
A. Paz, cita que o pesquisador Baptista Siqueira define a utilização dos seguintes modos
menores no Nordeste: o frígio, dórico e modo misto menor (mescla de frígio e dórico).
Heraldo do Monte faz uma escolha estética ao utilizar somente o modo dórico, que
pode ser entendido como uma possível intenção para personalizar a sua maneira de tocar.
b) Análise
A amostra suficiente para se entender o conteúdo dessa improvisação foi feita com a
Monte toca acompanhado de Luís de Monte na guitarra. Nota-se que o andamento é bem
63
Motivo 1 (c.1-3)
Motivo 2 (c.3-7)
ré (F)
64
Motivo 2.2 (c.11-15)
Observações gerais
Motivo 3 (c.15-17)
65
Motivo 3.1 (c.17-19)
Observações gerais
Motivo 4 (c.19-21)
- Contraponto por imitação em oitavas diferentes (c.20) com pequena variação rítmica no
c. 21.
66
Motivo 4.1 (c.21-23)
67
Observações gerais
maioria, por imitação onde a nota mais aguda do primeiro tempo funciona como uma voz
independente.
Motivo 5 (c.27-29)
Observações gerais
68
Motivo 6 (c. 31-32)
69
Observações gerais
linguagem dos pífanos (terças e sextas) e da viola (que possui no intervalo de terça e sexta
Motivo 7 (c.35-37)
Observações gerais
70
Motivo 8 (c.39-41)
Motivo 9 (c.43-45)
71
Motivo 9.1 (c.45-47)
72
Motivo 10.2 (c.51-53)
(5J).
Observações gerais
73
Algumas Conclusões
a) Estruturas Rítmicas
comum, consiste num dos fatores que caracterizam o sotaque brasileiro proposto pelo
músico.
Segundo Faria o ritmo baião possui uma célula rítmica básica (Ex.1) que quando
tocada na guitarra ou violão pode ser variada. (o mesmo autor escreve variações para base
74
Ex.1 (Faria, 1995 : 121)
A linha com a nota sol corresponde ao polegar da mão direita. Este modelo pode ser
O ritmo das linhas melódicas são bem variados e encontram-se como subdivisões da
elementos.
utilizados.
1) Duas síncopas com ou sem ligados e pausas. Impro I (c. 7); Impro II (c.24, 28,
2) Uma síncopa com 2 colcheias com ou sem ligados e pausas. Impro I (c.2, 6);
75
b) Acentos, Ornamentos e Articulações
Os acentos podem ser verificados de diferentes maneiras - Impro I (c. 1, 9, 13, 22, 23,
24, 25, 38); Impro II (c.1, 2, 3, 9, 13, 14, 15, 16, 19, 20, 40, 41, 42, 58, 59).; Impro III
podem ser verificados em: Impro I (c.1 , 8, 14, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 25, 38, 39); Impro II
(c. 1, 3, 5, 6, 13, 14, 15, 16, 17, 30, 31, 32, 45, 47, 48); Impro III (c. 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 14,
76
5.2) Vim de Santana
Música gravada pelo grupo Quarteto Novo19 no único disco do grupo intitulado
O método La Rue foi usado em linhas gerais para discriminação dos elementos
(SMHRG), não havendo separação entre as dimensões. O método de Coker não foi usado
pelo fato da análise motívica ter fornecido suporte adequado aos objetivos da análise.
19
Sobre a formação e importância do grupo Quarteto Novo consultar Cap. 3.
20
Sobre a origem e aspectos musicais do baião consultar a música Forrozin dessa dissertação.
77
linhas melódicas simultâneas. Do compasso 34 ao 45 temos improvisação com 2 notas em
bloco. Do compasso 49 até o final de solo temos improvisação com acordes de 3 notas.
Essas variações de textura com esta estruturação variada de densidade de notas garantem a
variação de dinâmica.
A articulação tem grande destaque nas acentuações dos compassos 16 a 19, 20 a 23,
49 a 51, 52 a 63.
b) Harmonia: Apesar da progressão harmônica utilizada ser Gm7 e C7, que tem como
funções IIm7 e V7, cadência comum na música popular. (Freitas, 1995 : 107)
O improviso soa como estivesse construído em modo menor dórico, subentende-se que
de recursos rítmicos como deslocamento de notas, repetição de notas, uso de corda solta na
guitarra como segunda voz, uso de intervalos com duas notas e acordes, com a intenção de
se criar variações. Existe uma grande influência da música dos violeiros repentistas como o
As resoluções, em sua maioria, estão na tríade dos acordes de Gm7 e C7. Temos maior
78
Motivo 1 (c.1-3)
79
Motivo 1.3 (c.7-9)
Observações gerais
Motivo 2 (c.9-10)
80
Motivo 2.1 (11-13)
- Notas deslocadas, isorítmico ênfase na nota ré, uso de vibrato imitando o vibrato dos
violeiros repentistas.
81
Motivo 2.4 (c.20-23)
Observações gerais
Motivo 3 (c.23-27)
- Motivo deslocado (notas do e sib) com pedal na nota sol (tocada solta na guitarra),
82
Motivo 3.1 (c.27-28)
- Deslocado truncado, repetição do pedal na nota sol, resolução na nota sol (F).
83
Observações gerais:
técnica de tocar a viola nordestina, que ao ser transposto para a guitarra é de difícil
Motivo 4 (c.31-33)
Motivo 5 (c.34-35)
84
Motivo 5.1 (c.36-37)
- Isorítmico seqüencial
85
Motivo 5.4 (c.43-45)
- Repetição literal
Observações gerais
Motivo intervalar que segue um padrão melódico, devido velocidade da música ser alta
Motivo 6 (c.46-47)
- Deslocado com resolução em notas do acorde de Gm9, que possui uma 2M nas duas
86
Motivo 7 (c.48-49)
- Acordes tocados com palheta, com repetição do acorde (c.49) para conseguir um efeito
rítmico.
Observações gerais
87
Motivo 8 (52-55)
Motivo 9 (55-57)
- Repetição deslocada.
88
Motivo 10 (c.59-61)
- Isorítmico descendente.
Existe uma grande precisão rítmica frente ao andamento rápido. Grande variação de células
89
5.3) Forrozin
gravado em maio e agosto de 1980 pelo selo Eldorado. É a primeira faixa do disco, e
5.3.1) Forró
O termo Forró de acordo com as próprias letras das músicas, indica o lugar onde
Dantas, em parceria com Luiz Gonzaga, deixam evidente este significado. Há algum tempo,
o termo forró ganhou uma amplitude maior passando a ser algo mais genérico, no qual
estaria contida uma variedade de ritmos e fusões musicais, tais como o xaxado, o rojão, a
"O Forró é um derivado do Baião. E foi também Luiz Gonzaga que fez a gente saber o que era o
Forró. E, ele próprio depois que ele passou a falar muito em Forró, e a tocar Forró, ele deixou o Baião de lado.
Porque o Baião tem uma batida mais quadrada e o Forró tem mais tempero só que o Forró que tá se tocando
atualmente é um Forró mais ...virado mais pra lambada, uma coisa assim mais sambada, um pouco diferente.
Eu acho que é o Forró dos anos 60, na época que às vezes alguns artistas daquela época cismavam de gravar
um Baião, e faziam com essa pancada que tem que as bandas estão fazendo agora, entendeu ? Com esse
"molho" aí, o Baião dos anos 60 ( CERTO ) então agora o Forró passou a ser exclusivamente um derivado do
Baião, por causa exatamente da pancada, que nós chamamos no meio musical de "quadrada", ela não tem
21
www.recife.pe.gov.br/especiais/bricantes
90
muito molho o Baião, entendeu? É mais então pouca gente está tocando Baião porque nem sabe o que é Baião
na realidade, certo? ( ISSO ) E nem sabe o que é Forró, porque nem sabe nem a batida direito do Forró." 22
“...O ritmo do baião nordestino, transformado em gênero de música popular urbana a partir de
meados da década de 1940, graças ao trabalho de estilização do acordeonista pernambucano Luís Gonzaga e
do advogado cearense Humberto Teixeira.....tem sua origem num tipo de batida à viola denominado
Tinhorão cita a folclorista Marisa Lira que define o baião como o ritmo da viola
ritmo alegre e contagiante com que se acompanham os cantadores nos improvisos, desafios
ou pelejas.
Cascudo diz que após 1946 com a divulgação do baião nas estações de rádio do Rio
de Janeiro pelo sanfoneiro pernambucano Luís Gonzaga, o baião foi modificado devido a
influência (inconsciente) dos sambas e das congas cubanas. E mesmo com sua divulgação
centros urbanos) definidas pelo maestro Guerra-Peixe: escala de dó a dó com todos os graus
naturais, apenas o sétimo grau abaixado (sib), as vezes com o quarto grau aumentado (fá#),
com qualquer mistura desses dois modos e quando em modo menor, dentro da escala menor
natural raramente com o sexto grau maior. Sobre os aspectos rítmicos das melodias:
22
www.geocites.com/Vienna/Studio/3006/pesquisa
91
variável; I, II graus com a terça do acorde alterada (fá#) ; modo menor I, IV grau com a
Sobre a composição Forrozin de Heraldo do Monte temos uma referência escrita por
Mello23:
“...Dois dos temas (do disco) foram, inclusive, feitos para o Festival: Forrozin e Alienadinho.
Enquanto este (Forrozin), existe a intenção proposital de evitar o esquema harmônico da música nordestina,
que segundo Heraldo “ o pessoal ia ficar pensando que a gente só sabia música de um acorde só”, Forrozin é
bem um retrato da música instrumental brasileira gerada pelo som dos violeiros do Nordeste...”
do Monte.
23
MELLO, Zuza H. Texto do encarte do disco “Heraldo do Monte”, gravado em setembro de 1980 pelo selo
Eldorado.
92
5.3.2) Grande Dimensão
Para se obter uma visão abrangente das partes da música Forrozin segue o quadro
abaixo:
1) Melodia (c.1-88)
Bateria: Dirceu
Percussão: Ubiraci
93
A instrumentação básica é constituída da guitarra, baixo e bateria, a flauta só é
A melodia é tocada junto a acordes na guitarra, que em sua maioria não possuem a
A dinâmica dos instrumentos na melodia está sempre igual não havendo momentos
influência dos violeiros repentistas, este recurso está também na improvisação conjunta da
flauta e guitarra.
b) Melodia : O contorno melódico está baseado nos arpejos dos acordes (Parte A ),
94
d) Ritmo: O ritmo da música é o baião e a levada da bateria está próxima ao ritmo
Nota-se que na gravação, devido ao andamento muito rápido da música (180bpm), esta
levada é simplificada. Ainda temos o uso do chimbau aberto no contratempo dos dois
a) Som: A tessitura usada na melodia está entre o do1 e do3. Nas partes A e B a densidade
do som se alterna nas partes melódicas apenas com notas (Exemplo c.1) e notas
Na parte C existe uma preparação para os improvisos, feitas apenas com acordes. A
95
coda é toda sustentada por acordes em trocas muito rápidas devido ao andamento.
b) Harmonia
harmônicas dos outros acordes da música estão ligadas a essa tonalidade menor. (Freitas ,
1995 : 37 e 38)
(Freitas , 1995 : 40-41). O Acorde Fmaj7 é o sétimo grau da escala menor melódica.
96
Fica mais fácil compreender o comentário de Heraldo do Monte na contracapa de
seu disco, sobre a intenção consciente de evitar o esquema harmônico da música nordestina
nesta composição. Essas progressões harmônicas estariam muito mais próximas das
progressões IIm-V7.
c) Melodia
Parte A (c.1-24)
Motivo 1 (c.1-2)
97
Motivo 1.1 (2-4)
- Motivo aumentado, isorítmico nos compassos (1e 3), com resolução antecipada na 7M
e 3M do acorde de Abmaj7.
compasso 6.
Compassos 9 a 16
adaptada).
98
Compassos 17 a 23
Compassos 23 e 24
Parte B (c.25-40)
Motivo 1 (c.25-26)
- Motivo criado a partir da corda sol da guitarra solta (remetendo ao som da viola
99
Motivo 2 (c.31-32)
Compassos 33 a 38
100
Parte C (c.41-48)
Motivo 1 (c.41-44)
- Repetição literal desse acorde de Gm quartal nos compassos 42, 43, e 44.
Motivo 2 (c.44-48)
Parte D (52-56)
Esta parte é a coda que é formada apenas por acordes, temos um efeito rítmico muito mais
101
partes A e B com média intensidade e a coda com Alta intensidade rítmica.
A improvisação dessa música não foi transcrita pelo fato de já ter sido realizada nessa
pesquisa uma transcrição e análise similar (modo dórico). O improviso de guitarra está
sobre um único de acorde (Gm7) e o modo utilizado é o dórico. Heraldo do Monte usa
técnicas adaptadas da viola nordestina como uso de cordas soltas e estruturas em terças. Há
utilizado é o dórico. No meio para o final deste, a guitarra entra, as vezes acompanhando o
A parte do improviso de flauta em que a guitarra toca junto possui certas estruturas que
remetem aos violeiros repentistas devido ao uso de terças, frases com antecedente e
102
5.4) Caboclo Elétrico
gravado em novembro de 1982 pelo selo Som da Gente. É a primeira faixa do disco, e
5.4.1) Caboclinho
em uma das grandes atrações do Carnaval de Recife. Segundo alguns pesquisadores, este
folguedo teria nascido como Auto, elaborado pelos jesuítas, como propósito de catequizar
metal, preácas (arco-e-flecha), dois caraxás (antigo maracás) que são uma espécie de ganzá
ou chocalho, o tarol que é uma caixa-clara, pequena caixa usada nas bandas de música e
orquestras, o surdo que nos caboclinhos é tocado com a maçaneta para percutir na
membrana e com o bacalhau (vareta) para percutir no metal do instrumento e inúbia que
103
Sobre a parte musical as melodias tocadas são modais, eslavas no dinamismo da
rítmica, sendo sempre em andamento vivo (144-166 bpm). (Peixe, 1991 : 107)
104
5.4.2) Grandes dimensões
(ambos gravados por Heraldo do Monte), flauta (Hermeto Paschoal) e a seção rítmica com
(60-73) (317--)
uma levada de cabocolinho bem percussiva. Na melodia existe a dobra do tema entre violão
e flauta, sendo que existe outro violão fazendo contrapontos percussivos e melódicos, a
A ponte percussiva segue com a mesma levada rítmica. O improviso possui uma
b) Melodia: A melodia está construída sobre cada modo dórico do acorde que ela se
encontra. A improvisação está sob o acorde de Am7 que possui a função de Im7
105
As partes A e B possuem maior densidade de notas que a parte C, com notas
c) Harmonia: A harmonia desta música é formada somente por acordes menores e possui
Sendo que:
n.1 - Caixa
n.2 - Ganzás
n.3 – Maracá
n.4 – Surdo
n.5 – Zabumba
24
ROCCA, Edgard Nunes. Ritmos brasileiros e seus instrumentos de percussão. Rio de Janeiro : Escola
Brasileira de Música, 1986.
106
5.4.2) Médias e Pequenas Dimensões
a) Som
b) Harmonia
compassos 15-18, 25-28, 35-36,39-40, 43, a melodia fica a uma distância de uma 9M em
foi possível identificar as seguintes relações25 entre os acordes. Para a análise harmônica
A parte A da música possui a relação harmônica seguinte : Am7 – Cm7 –Bm7, a parte
25
W EISKOPF,W.. Essas relações foram interpretadas dessa maneira como uma via para tentar entender a
progressão dos acordes dessa música, tem como embasamento a bibliografia acima, onde o autor analisa a
existência de relações em terças entre os acordes de algumas composições do saxofonista John Coltrane.
107
Se compararmos a parte A com a B e C teríamos a correspondência abaixo:
108
c) Melodia
c1) Tema
Parte A
Motivo 1 (c.8-10)
Am7
109
Motivo 1.1 (10-12)
Am7
Am7
Compassos 18 a 28
- Transposição dos mesmos motivos para a tonalidade de Cm7, com uma única diferença a
resolução no compasso 25 tem uma mudança harmônica para Bm7. Possivelmente esta
mudança ocorreu para permitir que a melodia continuasse a ser uma 9M em relação a
110
Parte B (Harmonia Am7, G#m7 (9)), (c.28-42)
- Repetição igual do motivo 1 com seus desenvolvimentos da Parte A, com uma única
Possivelmente esta mudança ocorreu para permitir que a melodia continuasse a ser uma 9M
em relação a harmonia.
C.35-42,
Motivo 1
G#m7(9)
- O motivo está baseado na nota la# (9M) do acorde que muda para a nota ré # (5J). Os
111
Parte C (Harmonia F#m7, F#m6), (c.43-59)
Motivo 1 c.43-48
F#m7(9)
Observações Gerais
Sobre os aspectos rítmicos temos um violão gravado executando uma rítmica igual
mínimas.
26
Verificar na pg. 109.
112
c2) Improviso
compassos.
A harmonia está sob o acorde de Am7 que possui a função de Im7 baseado na escala
dórico.
O improviso possui dois violões gravados por Heraldo do Monte que no início funcionam
e só em alguns trechos, que se julgou necessário, foi transcrito o violão 2 (segunda voz).
113
Motivo 1 (c.74-75)
Observações gerais
114
Motivo 2 (c.78-80)
- Violão 2, Isorítmico
Motivo 3 (c.82-86)
115
Motivo 3.1 (c.87-92)
- Padrão melódico ascendente com resolução nas notas dó (3m) e mi (5J). A letra a
116
Motivo 4.2 (c.99-102)
- Seqüencial com uso do intervalos de terças, resolução nas nota mi (5J) e sol (b7).
Observações gerais
Motivo 5 (c.103-104)
- Repetição literal
117
Motivo 5.2 (c.107-108)
Observações gerais
Nota-se a repetição do mesmo motivo (5 e 5.2) para dar ênfase nos antecedentes, os
118
Motivo 6 (c.111-114)
- Repetição literal três vezes do mesmo motivo, resolução nas notas do (3m) e mi (5J).
Observações gerais
Obs. Nos compassos 119-125 existe um efeito rítmico usando-se a técnica de abafar as
cordas coma mão direita, e utilizando também o atrito da corda com a palheta como recurso
percussivo.
119
Motivo 7 (c.126-130)
Motivo 8 (c.135-142)
- Motivo com repetição literal evidente com pequena mudança, primeira resolução na
120
Motivo 9 (c.142-146)
- Repetição literal
121
Motivo 9.4 (c.158-162)
122
5.5) Giselle
Composição de Heraldo do Monte gravada em seu álbum Cordas Vivas (selo Som da
Foi escolhida a gravação com o Zimbo Trio porque ela contém, além do arranjo do
A gravação do disco Cordas Vivas privilegia o arranjo do tema principal sendo bem
restringir uma música a um estilo musical único pode limitar o campo de análise, por isto
que coloco um estilo próximo ao choro e samba-choro. (La Rue, 1970: 15)
5.5.1) O Choro
novo estilo musical brasileiro, o Choro. Músicos como Callado, Patápio Silva, Anacleto de
fizeram com que a música instrumental brasileira começasse a ser consolidada e divulgada
27
A investigação histórica do choro não é objetivo desta pesquisa
123
Sobre alguns aspectos musicais do Choro Cazes define:
“...Em resumo: Choro foi primeiro uma maneira de tocar. Na década de 10, passou a ser uma forma
musical definida. O Choro como gênero tem normalmente três partes (mais modernamente duas) e se
caracteriza por necessariamente modulante. Mais recentemente, Choro voltou a significar uma maneira de
frasear, aplicável a vários tipos de música brasileira. A obediência a forma rondó (em que sempre se retorna à
primeira parte) aos poucos tem sido flexibilizada.” (Cazes, 1998 : 21)
“Um choro típico possui três partes – A,B e C...(cada parte) costuma ter 16 compassos. O Padrão de
tons relativos, vizinhos ou homônimos, sendo que nos choros mais modernos ocorrem
dos acordes da harmonia, efetuada principalmente no violão de sete cordas. Braga escreve,
28
Salek agrupa para cada característica citada amostras significativas de choros conhecidos.
124
logo de início que o baixo do acompanhamento do choro estabelece uma relação de caráter
duplo com a melodia principal. O autor ainda propõe que o Choro possui um caráter
(Braga, 2002)
Nessa música utilizo três métodos conjuntos para análise da transcrição. Estes são:
Para uma transcrição acurada dividi está peça em três partes principais tendo como
ponto de partida partes onde a guitarra exercia relevância. As partes foram Introdução,
Dimensão – análise da peça inteira sendo cada parte (SHMRG) discutida, Média Dimensão
125
5.5.2.1) Grande Dimensão
Para se obter uma visão abrangente das partes da música Giselle segue o quadro
abaixo:
Guitarra Piano
guitarra.
tema, nos primeiros quatro compassos há uma melodia dobrada com guitarra e
piano, com acompanhamento de baixo e bateria (esta linha parece ser pré-
convenção pré determinada, voltando uma melodia dobrada por baixo, guitarra e
apenas.
126
A segunda vez que o tema é tocado, a melodia principal, tanto nas partes A como B,
são dobradas pela guitarra e piano. A Coda é uma convenção feita pelos quatro
A Dinâmica do som da peça pode ser interpretada de acordo com o volume e tipo de
híbrido, contendo tanto elementos do choro como do jazz. Para Salek, um dos
127
meio e não como a base da improvisação, não havendo a obrigação de sua
do choro29.
uniformemente na peça.
Temos na Introdução uma harmonia em tom menor que possui colorações para
2/4, com a acentuação do tempo forte no segundo tempo. (Séve, 1999 : 11).
128
A rítmica da melodia está, em sua maioria baseada na semicolcheia, ocorrendo
semicolcheia e tercinas.
29
Para aprofundamento desse tópico (Séve: 13)
129
5.5.2.2) Médias dimensões e Pequenas Dimensões
Serão usadas somente as partes que aprofundarei minha análises que são : Introdução,
fato de que sendo a média dimensão a parte e as pequenas dimensões os motivos musicais,
uma análise que abrange as duas dimensões melhora a organização e concisão desta
pesquisa.
I) Introdução
usado é uma guitarra semi-acústica Gibson modelo 335 onde Heraldo do Monte regula
aveludada. A tessitura usada está perto do dó central, Wilmott explica que a tessitura
redor do dó central, nota-se que apesar desta introdução não ser um acompanhamento
A textura do som é variável em acordes elaborados verticalmente (c. 4, 15, 19, 21,22 e
30
Para um aprofundamento sobre convenções rítmicas consultar Berliner,1994, cap.12.
130
A dinâmica consiste na graduação de intensidade do som (Lacerda, 1961: 49),
(c.4-6) (c.18-23)
papel da harmonia, exceto nos trechos analisados abaixo, onde se tornam improvisos
Nesses dois exemplos, podemos observar que a improvisação está concentrada no acorde
131
c) Harmonia: A progressão harmônica é a base da introdução, onde há a presença de
Vertical c.4
Horizontal c.3
A tonalidade central é Rém, com uma modulação para Lá maior nos compassos 9 e 10.
Acorde Análise
Dm Im
D/C V7/IVm
Gm/Bb IVm
A7 (b9) V7/Im
Bm IIm7 (LáM)
Am7b5 IIm7b5/IIm
D7 V7/IIm
C7 V7/bIIIMaj7
Fmaj7 bIIIMaj7
Bb7 V7/bIIMaj7
Ebmaj7 bIIMaj7
132
O acorde bIIMaj7 (Ebmaj7) funciona como subdominante, pois mantém com o IVm
(Gm) uma relação de três notas em comum. (Freitas, 1995 : 43). Uma progressão bastante
utilizada é a V7-Im, cadência muito usada desde o século XVIII (La Rue, 1970 : 4) e
entre outros.
Outra similaridade com a harmonia do choro é o uso dos acordes com inversões
(Gm/Bb, D/C, A7/E) e emprego de acordes sem a sétima (Dm, Gm, Bm).
partitura da introdução, pelo motivo que este trecho é tocado apenas pela guitarra com um
tempo bastante irregular. A primeira questão a se resolver foi a métrica do compasso que
optei por 2/4, privilegiando a métrica que se encontrava no tema da música. O andamento
foi auxiliado com o uso de fermatas (c.4,8,11,17 e 20), mesmo assim ,pode-se encontrar
alguma diferença no ritmo das notas com a audição original. Seguem os tipos de variações
rítmicas :
d.1) Alta intensidade (c.4-6) –parâmetro - notas com divisão rítmica superior a
semicolcheia.
133
d.2) Média Intensidade (c.2) - parâmetro - notas com divisão rítmica baseada na
semicolcheia.
d.3) Baixa Intensidade (c.19) - parâmetro - notas com divisão rítmica inferior a
semicolcheia.
introdução.
Existe uma similaridade onde cada parte dividida possui 6 compassos com exceção da
134
3. que contém 5 compassos.
135
II) Tema
com ritmo linear. Na parte B2 existe uma diferença que está nas tercinas dos compassos 30
caráter mais suave e permite interpretação na melodia. A parte B é mais intensa não
1970: 24) da guitarra abrangendo uma extensão de 2 oitavas (mi1 a mi3) sendo tocada entre
a 7ª e12ª casa do instrumento. Na guitarra a melodia está uma 8a acima, pois o som do
instrumento é sempre tocado uma 8ª do que está escrito (Morgen, 1982 : 66).
A dinâmica está balanceada, não havendo grandes variações entre as partes, exceto com
136
b) Harmonia: Esta é uma composição tonal com três centros tonais principais que são
(c.18-32) está em Ré menor com uma modulação para Lá maior. A análise de cada acorde
essa uma cadência muito usada no jazz (Coker, 1975: 32) e também na Bossa Nova (Gava,
como acordes diminutos de passagem (c.14) e acordes com baixo invertido (c.2) (Braga,
2002 : 33-37).
137
c) Melodia: A parte A (Motivos 1 a 3) está em Ré Maior, A parte B Motivos 4, 5 , 9 e 10
em Dm e 6-8 em Lá Maior
Motivo 1 (c.1-2)
do acorde
- Motivo modificado com repetição literal da nota fá# (isoritmo), resolução na #11 do
138
Motivo 1.2 (c.4-5)
- Motivo conseqüente dos motivos 1 e 1.1, nota ré# 7M (Em7), resolução na terça
menor (sol).
139
Motivo 1.5 (c.9-11)
140
Motivo 2 (c.13-14)
141
Motivo 3 (c.17)
Motivo 4 (c.18-19)
142
Motivo 4.2 (c.20-21)
Motivo 5 (c.22)
143
Motivo 6 (c.23)
Motivo 7 (c.24-25)
Motivo 8 (c.25)
144
Motivo 9 (c.25)
145
Motivo 10 (c.29-30)
146
Algumas conclusões sobre a melodia de Giselle
147
d) Ritmo: A métrica usada na música é de 2/4, o andamento é 80 bpm. O ritmo da
O ritmo harmônico da parte A, é tocado pelo piano, baixo e bateria junto a algumas
figuras rítmicas da melodia. Esta convenção rítmica faz parte do arranjo da música, por
Nos acordes que possuem o sinal /// significa que são tocadas pelo ritmo de choro.
31
O programa de edição de partituras apresentou limitações, não sendo possível o aumento dos acordes desta
partitura.
148
e) Growth : A forma do tema está dividida em partes A e B, sendo tocadas
parte A (c.1-2,2-3,3-4,4-5, 9-10) e na parte B (c. 18, 22, 26). Não há contrastes na
local (em grande parte do tema) e outras com movimento direcional, entendido como
motivos que preparam para uma outra parte da música (c.17, 25 e 32).
149
III) Improviso de Guitarra
a) Som: O timbre será o primeiro elemento abordado neste tópico. Segundo Liebman32, as
Paul Berliner, complementa tal questão dizendo que além do “personal sound” (som
personalizado) ser um elemento claramente perceptível ele serve muitas vezes como objeto
de imitação para principiantes. (Berliner, 1994: 124-125) Em sua tese de doutorado sobre o
maneira não convencional deste guitarrista tocar (apenas com o polegar da mão direta)
influenciou aspectos técnicos de seu som tais como, grande quantidade de notas ligadas,
“...Antes, eu usava cordas pesadas e guitarras mais bojudas. O meu estilo era palhetar nota por nota,
quase todas as notas palhetadas. Depois, com o tempo, fui sentindo que isso era muito mecânico....Hoje em
dia, tenho me dedicado a tocar cada vez mais ligado. Agora tem um negócio, tenho que manter os dois lados
porque eu gosto de improvisar utilizando cada vez mais ligados e ao mesmo tempo gosto de tocar frevo e um
tipo de choro em que preciso muito da palheta, e estou perdendo um pouco dela. Quando volto a tocar o estilo
32
LIEBMAN, David. Jazz Rhythm. www.upbeat/lieb. EX. 5.
150
antigo, ou alguma composição minha mais antiga, onde está a palheta? Nada. Tem saltos que são impossíveis
de fazer só com ligados. Então eu estudo um tempinho ligados, depois volto a tentar tocar frevo e choro...”33
palhetada.
notas. (Lacerda, 1961 : 50) As notas que apresentam uma diferença notável de acentuação
33
MELLO, Mozart. Entrevista com Heraldo do Monte. Revista Guitar Player. Junho, 1996 p.79
151
a2) Compasso 21
Dm
A7 Am7b5 D7
compasso em que estão inseridas, variando entre F, 3ª ou 5ª. Outra questão importante é
que aparecem, com exceção na nota sol# (c.14), ou no segundo ou no quarto tempo da
semicolcheia.
acorde de A7.
152
c) Melodia: Segue a análise motívica do improviso.
Motivo 1 (c1-3)
Motivo 2 (c.5-8)
153
Motivo 2.1 (c.8-9)
Motivo 3 (c.10-12)
- Escala ascendente em graus conjuntos, uso da extensão #11 (la#) -Dmaj7 resolução
154
Motivo 4 (c.13-15)
Motivo 5 (17-18)
155
Motivo 5.1 (18-21)
Motivo 6 (c.21-23)
Motivo 7 (c.23-24)
156
Motivo 7.1 (c.25)
Motivo 8 (26-28)
157
Motivo 9 (29-30)
158
Motivo 9.3 (c.32-33)
Através da análise nota por nota e sua relação com a tônica do acorde que se
encontra, foi possível discriminar extensões, escalas, arpejos e notas de resolução mais
usadas. Foi feita a numeração das notas (1-13), sendo as notas integrantes do acorde
Tipo Número de
Ocorrências
T 33
3ª 44
5ª 31
7ª 36
9ª 21
11ª 14
13ª 16
159
As notas de resolução estão analisadas na análise motívica, ocorrendo na maioria das
usadas34:
d) Ritmo: De uma maneira geral, primeiramente, foi feito um estudo do ritmo do improviso
piano).
“O que eu chamo de “time feel” é o que melhor expressa a concepção personalizada de um artista. A
maneira como o músico toca (articula) ritmicamente suas frases, em muitas vezes, é mais revelador que o
aspecto harmônico e melódico. Isto causa uma certa impressão no ouvinte que é difícil de descrever em
palavras.”
34
O uso de escalas de dominantes alteradas é um recurso muito usado na improvisação jazzística. (Coker,
1975, p.13)
35
LIEBMAN, David. www.upbeat/lieb
160
Liebman ainda explica como que o solista no jazz pode tocar precisamente no
tempo, atrás do tempo e à frente do tempo, verificado também em Berliner (1994, cap.6).
Após várias audições do improviso de guitarra, constamos que este improviso tem uma
Sobre a intensidade rítmica, o improviso como o tema, está baseado na semicolcheia, com
importante é que a intensidade rítmica aumenta gradualmente do meio para o final (c.22-
polirritmia nos compassos 23,24,25 e 26 onde são usadas duas sentinas consecutivas num
articulação36 das frases é de fundamental importância, visto que apesar deste improviso,
usar algumas concepções que se encontram nos solos de jazz é neste tópico que existe uma
diferença substancial. A articulação nos improvisos de jazz tem como fundamento o uso
das eight notes (colcheias) com o swing style (como se fossem tercinas onde a primeira
nota é ligada a segunda). (Niehaus, 1981 :1). O tempo forte é entendido como o segundo e
Monte o tempo forte é o segundo tempo, subentendendo que a métrica é 2/438 . Como
observado no tópico Som, as notas em sua maioria são palhetadas e não possuem a
36
A articulação está ligada diretamente a duração das notas. (Lacerda, 1966, p.40)
37
LIEBMAN, David. Jazz Rhythm. www.upbeat/lieb . p.1
38
As frases são construídas sobre esta métrica o que diferencia da acentuação jazzística que possui frases
construídas em 4/4.
161
interpretação jazzística, sendo tocadas como estão escritas. Há ainda o uso de staccatos
162
5.6) Chuva Morna
gravado em maio e agosto de 1980 pelo selo Eldorado. É a primeira faixa do lado B do
5.6.1) Frevo
importância da capoeira na dança se faz tão importante quanto a influência dos desfiles
Nacional, para o caso musical. Dança e música se interagiam através dos desfiles das
bandas pelas ruas, com a presença dos capoeiristas acompanhando o ritmo, presença que
Existe uma hipótese que a origem da expressão frevo seria derivada do termo frever.
Nos desfiles das bandas de música a aglomeração e ebulição humana daria a idéia de
as difere das músicas folclóricas que , muitas vezes, possuem compositor desconhecido. O
músico e pesquisador Guerra-Peixe, ressalta que acima de tudo, o compositor de frevo tem
163
que possuir conhecimentos consistentes de música, que pelo menos saiba distribuir as notas
Mais tarde aparece os saxofone e clarinetas nas instrumentações, predominando até hoje os
metais.
gravações na Odeon por nomes consagrados do rádio como Francisco Alves, Carlos
posteriormente com a gravadora Rozenblit (situada em Recife, com filiais em todo o país),
nos anos 50 que o frevo atinge seu apogeu, composições de Capiba e Nelson Ferreira na
voz de Cláudio Germano fizeram muito sucesso, o que perdurou até o final dos anos 60
Nos anos 30, com a consolidação do termo frevo, surge a divisão do gênero em
partes, com 16 compassos cada, feito para ser executado por orquestra característica
39
Texto do encarte Nelson Ferreira/Capiba n.44 da coleção Musica Popular Brasileira (Ed. Abril).
164
dos ranchos de reis, possuem uma introdução alegre e saltitante, seguindo de uma segunda
O frevo de rua ainda possui mais três subdivisões40 conhecidas popularmente como
abafo predomínio de trombones e trompetes, usado com a finalidade de uma banda abafar o
som da outra, quando se encontravam, exemplo “Freio de ar” de Paulo Ramos, o frevo-
que possuía similaridades com a quadrilha. Outra versão é sobre a influência da marcha-
polca nos frevos, presentes nas composições do maestro Zuzinha, considerado como o
entre os dois gêneros se deu a partir da introdução sincopada presente no frevo, elemento
presente na segunda parte de alguns frevos. (Mello & Silva, 1991: 256). Identificável
40
Idem.
165
5.6.2) Análise Musical
Este frevo instrumental pode ser considerado como frevo-de-rua, pois já no início da
faixa, entre barulhos de multidão na rua, há a presença de uma conversa entre Hermeto
Paschoal e Dominguinhos explicando que chuva morna é uma chuva de fevereiro que
“...O frevo pernambucano para a banda grande...onde Heraldo faz questão de deixar clara a
41
diferença com o frevinho baiano dos trios elétricos...” .
A música foi dividida de acordo com o método La Rue separada em: Grande Dimensão
42
– análise da peça inteira sendo cada parte (SHMRG) discutida, Média Dimensão e
Pequena Dimensão juntas – onde além de comentar SHMRG faço a análise motívica da
41
Encarte do disco escrito pelo jornalista Zuza Homem de Mello.
42
Usarei estas sigla para Som, Harmonia, Melodia, Ritmo e Growth
166
5.6.2.2) Grande Dimensão
Para se obter uma visão abrangente das partes da música Chuva Morna segue o
quadro abaixo:
Baixo: Gabriel
167
mesma melodia uma sobre a outra43. Isto consiste numa técnica de instrumentação,
pois a guitarra está fazendo o papel das palhetas duma banda de frevo-de-rua. O
parte melódica com a guitarra. Os trechos que possuem metais e guitarra possuem
como um todo, este recurso é feito entre esses dois naipes. (Saldanha, 2001:
107). Foi usado como referência musical para confirmar este recurso melódico
43
Este recurso é usado com certa freqüência em gravações de estúdio, observado em alguns discos de João
Bosco (Zona de Fronteira, 1991, Sony music), onde o músico grava 2 vezes a mesma melodia e a coloca
sobreposta como produto final.
168
c) Harmonia: Oliveira define o frevo como um gênero viril, sacudido devido, em
menor fogem a regra geral, para legitimar tais afirmações ainda cita o maestro
Zuzinha ,que dizia que nos frevos em modo menor falta garra, adocica-se e
Menezes e Duda.
Chuva Morna é um frevo em tonalidade de Sol Menor, como descrito, ele não
foge a “regra geral”, visto que tal regra é um conceito discutível que precisa ser
tonalidade de Sol menor que são “Duas Épocas” de Edson Rodrigues e “Último
songbook, com resoluções V-I e uso de inversão de acordes para dar maior
169
d) Ritmo: O andamento na música inteira está próximo a 154 b.p.m., o compasso
compassos 4, 36 e 37.
“... a melodia parece que brinca de esconde-esconde com o tempo, dificultando saber onde está o
44
Em conversa com o pianista recifense Sérgio Godoy, o mesmo esclarece que o acompanhamento da caixa
de frevo se faz, muitas vezes, concomitante com a melodia, raramente segue o mesmo padrão rítmico do
começo ao final da música.
170
5.6.2.3) Médias e Pequenas Dimensões
finalidade evitar redundâncias, visto que este frevo possui apenas três partes (A, B e Coda).
a) Som
Parte A
A tessitura usada na melodia abrange desde o ré1 (c.15) até o ré3 (c.10). O uso de 3
oitavas diferentes nesta parte está de acordo com as características do gênero, mas não é
171
a1) Exemplo 1: (c.5,7 e 9):
A alteração de dinâmica, com o aumento de volume fica bem claro. O som dos metais
172
a3) Exemplo 3 (c.21)
Guitarra fazendo a nota superior, junto ao bloco de metais, finalização para volta da parte
A.
Apenas os metais (em bloco) tocam nos c.23 e 24, foi transcrito só a primeira voz. Presença
Parte B
arranjo em relação aos metais na parte b, eles aparecem apenas nos compassos 30, 31 e 32.
173
a5) Exemplo1 (c. 30 a 32)
O restante da parte B é tocado pela guitarra não havendo contrastes de dinâmica, timbre e
textura.
a6) Coda
a) Exemplo 1
segundo tempo.
174
b) Harmonia
Composição sem modulações com centro tonal no acorde de Gm7 baseado nos graus
Acorde Análise
Gm7 Im7
Gm7/Bb Im7/3
Cm7 IVm7
Cm/Bb IVm/7
D7 V7
D7/A V7/5
G7 V7/IVm7
Am7b5 IIm7b5
A cadência mais usada foi a V7-Im, uso da cadência Im-IVm7-V7-Im7 (c.2-5), estas
175
c) Melodia
Motivo 1 (c.1-2)
176
Motivo 1.2 (c.5)
Motivo1.3 (c.6)
- Motivo antecedente
- Motivo conseqüente
177
Motivo 1.5 (c.8)
178
Motivo 1.8 (c.11-12)
Motivo 2 (c.13-14)
179
Motivo 2.2 (c.15-17)
180
Motivo 2.5 (c.19-21)
Motivo 3 (c.22-23)
181
Motivo 4 (c.26-27)
Motivo 5 (c.30-31)
182
Motivo 5.1 (c.32-34)
183
Motivo 5.4 (c.37)
e 18.
As resoluções dos motivos estão, em sua maioria, na 5° do acorde (c.4, 14, 15,
184
d) Ritmo
melodia, existe uma precisão rítmica evidente, reforçada por um pandeiro que acentua
c.4, 5 e 6.
Nos compassos 14-15 e 18-19, há uma convenção rítmica executada pelos metais e
C.18-19
185
d2) Média intensidade (semicolcheias com outras unidades menores) – exemplo c.11-12
e) Growth
A forma de Chuva Morna está dividida em partes A,B e coda, desenvolvida e gravada
movimento direcional (motivos que preparam para uma outra parte da música),
186
6) Entrevista com Heraldo do Monte
Esta entrevista foi realizada em 01/08/04 na sua casa em São Paulo-SP, e teve como
Eduardo Visconti (EV)- Quando você começou a tocar a guitarra elétrica? Na época qual
Heraldo do Monte (HM) – Foi no final da década de 50, eu não sei exatamente o ano. Na
época já existiam alguns guitarristas que tocavam e gravavam com guitarra elétrica na
música brasileira como o Zé Menezes e o Garoto. Tinha o Poly, o Boneca, o Jota Rocha,
tinha um cara chamado Betinho, e um tal de Nestor que tocava com o Waldir Calmon, isso
no Brasil de uma maneira geral. Tinha também o Bola Sete, que depois foi para os Estados
Unidos.
EV- Você cita o Zé Menezes em outras entrevistas, a influência dele era a partir das
HM- Era a partir dos discos da Orquestra do Radamés , do Sexteto do Radamés, de discos
187
EV- Você tirava de ouvido as músicas desses discos?
HM- Eu nunca fui muito de tirar músicas de discos, era muito difícil eu fazer isso. Eu me
lembro de tirar uma parte de um improviso do Tal Farlow e analisar. A música era
Yesterdays, mas não tirei o improviso completo tirei apenas uma parte tentando analisar a
HM – Era o Mostardinha, não vá hoje lá não que você não sai vivo, atualmente dizem que
está muito barra pesada. Então tinha um pessoal do bairro ligado em chorinho, eu saía de
HM- Sim, eu comecei com a clarineta, foi onde eu aprendi teoria, leitura e um pouco depois
HM- Era Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Pixinguinha, essas músicas conhecidas de
rodas de choro.
188
EV- Tocava-se frevo nesses rodas? A pergunta me é pertinente porque eu conheci um
bandolinista de Olinda chamado Marcos César que toca frevo com formação do regional?
HM- Não, era mais Jacob , o repertório mais característico do choro. Nessa época só o
pessoal de sopro se interessava pelo frevo, nas orquestras. Se bem que eu tocava clarinete
num bloco do meu bairro, e tinha que tomar cuidado com o pessoal fazendo o “passo”
EV- Recife possui uma cultura regional muito forte, como o frevo, maracatu, caboclinhos,
HM- Na época a gente não tinha curiosidade de pesquisar o maracatu, eu assistia essas
coisas, como qualquer pernambucano que fosse assistir. Eu era ativo só tocando frevo em
alguns blocos do meu bairro, como o Teimoso. Eu não fiz parte de nenhum maracatu,
caboclinho, mas a gente estava dentro, escutando tudo. Apesar de Recife ser capital, o
EV- Naquela época, você escutava outros instrumentistas de jazz, além do Tal Farlow?
maestro lá de Recife que se chamava Clóvis Pereira que, segundo sua impressão, a
orquestra do Stan Kenton era a única orquestra afinada do mundo. Essa orquestra era muito
avançada desde os anos 50, porque já tinha aquelas coisas de bitonalidade de Ré sobre Dó.
189
EV- E da guitarra no jazz ?
HM- Tinha o Tal Farlow como citei, o Jim Hall o Barney Kessel, aquele disco do Barney
Kessel com a Julie London que é muito curtido aqui no Brasil. Eu tinha alguns discos deles,
eu me lembro da faixa Cry me a river do disco da Julie London, o jeito que o Barney
Kessel harmonizava. Eu escutava mas não tirava , mas é aquela coisa você escuta um
cluster do Barney Kessel desta faixa , pega a guitarra e faz junto, vai descobrindo as
EV- Você acha que os guitarristas de jazz da época de 50 tinha uma atenção mais voltada
para a harmonia?
HM- Sim, mas a música popular americana de uma forma geral tinha mais harmonia é só
ver as músicas da Broadway, Cole Porter, Gershwin, de lá para cá ela decaiu muito, assista
EV- Com sua mudança para São Paulo, como era sua vida na cidade?
HM- Tocava com o quinteto do Walter Vanderlei durante a noite na boate Michel que
ficava na rua Major Sertório, eu era muito restrito, não saia pela cidade, a formação era
aquela coisa que eu já trazia de Recife. Muito de vez em quando havia uma brecha, a
primeira vez que eu vim eu era solteiro e morava numa pensão, não tinha como ouvir
discos. Eu conheci o Carlos Conde, um radialista que hoje tem um programa de jazz na
190
EV- O fato de ser multi-instrumentista, principalmente tocando o bandolim, o cavaco, a
HM- A técnica de um instrumento ajuda a técnica do outro. Por exemplo, no bandolim você
não tem muito sustain então você é obrigado a palhetar todas as notas. Mas da guitarra para
o bandolim fica difícil porque ele não obedece muito os ligados, a guitarra, por causa dos
EV- Sobre aquele solo de guitarra na música Vim de Santana do Quarteto Novo (transcrita
HM- É uma forma bem óbvia de você ir para o universo nordestino. Como os repentistas
não tocam guitarra, você traz o universo deles. Eu participei recentemente de um encontro
de viola em Goiás e estávamos discutindo que no nordeste não existe essa tradição da viola
de determinadas afinações como cebolão, a viola daqui já tá feita, tem uma história. Eu
estava falando em entrevistas que a viola do nordeste tem grandes diferenças da viola
daqui. No nordeste cada repentista tem um jeito de afinar a viola, tem uns que tiram as
cordas duplas, deixando só cordas simples para afinar mais facilmente, então essas coisas
que aqui seriam não autênticas, porque aqui tem uma certa patrulha da autenticidade, lá não
tem, a viola nordestina é mais aberta. Por exemplo se eu juntar dez repentistas e decidirmos
que a viola vai ter cordas de náilon , ela vai começar a ter, quer dizer ela ainda não está
feita. Eu afino a viola como guitarra, porque me permite improvisar fazer acordes, a viola
restritivo. Aliás eu nunca gostei de tocar sozinho, gosto de me apresentar pelo menos em
duo porque você toca em qualquer tom que você quiser, e não só nas tonalidades que tem
cordas soltas.
191
EV- Sobre essa questão de tocar sozinho, me veio uma questão. Você possui umas
gravações com arranjos de guitarra solo como Pau de Arara, e eu já vi você tocando um
arranjo solo da música Bebê. Mais recentemente, quando você tocou com o Hélio Delmiro,
você fez um arranjo solo para Pedacinhos do Céu, você chegou a se apresentar na noite
HM- Não, eu procuro sair fora quando é um show inteiro de guitarra, se eu não gosto de
assistir porque que eu vou gostar de tocar. Um dos poucos que eu gosto é do Joe Pass , que
ele não tem aquela preocupação de ficar preenchendo o tempo todo, ele pode ficar dez
harmonia ou não. Ele bate o pezindo dele e vai, desse jeito eu gosto, agora aquele negócio
de ficar tentando preencher eu não gosto. Eu gosto de tocar sozinho em tempo rubato, mais
livre.
EV- Como foi a sua relação com o Geraldo Vandré durante os anos 60?
HM- Não era complicada não, ele tinha essa coisa política e eu e o Hermeto éramos meio
fora disso, pelo menos não queríamos ser ativos. Ás vezes o Vandré ia a uns encontros da
esquerda católica e nos convidava, a gente sempre saía fora, ainda mais porque estávamos
sob ditadura. Na verdade, do Quarteto Novo e do Trio Maraiá, ia só o Hilton do trio Maraiá
que tinha essa coisa mais politizada. O Trio Maraiá era um trio vocal que acompanhava o
Vandré junto com o Quarteto Novo. O Vandré ajudava muito a gente, incentiva muito o
Quarteto Novo para fazer um disco solo, claro que o maior interesse dele era que a gente o
acompanhasse. No disco do Quarteto Novo ele estava doido para participar de alguma
coisa, e a única coisa que a gente deixou ele fazer no disco foi fazer arrá, arrá (dar um
192
EV- Mas tem a composição Fica Mal com Deus no disco, que é dele.
EV- Você acha que a busca pelo regional se intensificou depois dos anos 60?
HM- Naquela época havia um preconceito contra a música folclórica principalmente contra
opinião detestavam tudo que fosse para esse lado. Não estava no gosto da classe média
essas coisas, o Quarteto Novo foi responsável por empurrar a base do povo da viola e
misturar com o jazz, o erudito, aí eles aceitaram. A gente teve que empurrar a viola e dar
uma sofisticada nela, aí eles aceitaram viram que poderia ser feito coisas com a viola, com
HM- Tem a faixa Algodão que tem uns trechos de guitarra, é que estava um som tão
EV- Sobre o Quarteto Novo, essas escolhas estéticas voltadas para a música nordestina.
HM- Todo mundo ficou apaixonado, afinal era uma coisa nova com instrumentos velhos.
Maestros e músicos em geral gostavam muito, a gente conquistou um respeito muito grande
entre o público também. No meio daquela guerra entre torcidas rivais no teatro da Record,
quando o Blota Júnior anunciava um cantor que ia ser acompanhado pelo Quarteto Novo
193
todo mundo fazia silêncio.
EV- Em entrevistas você e o Hermeto enfatizam essa coisa dos trios de Bossa Nova da
época terem como modelo o trio do Oscar Peterson, e outros trios de jazz americano.
HM- Sim , os trios tocavam Bossa Nova mas na hora que iam improvisar era somente
frases de Bebop, não havia essa coisa de abrasileirar, nós do Quarteto Novo que tivemos
EV- Nas mesmas entrevistas sobre o Quarteto Novo, o foco que sempre é ressaltado
HM- Acho que foi feito de uma maneira geral, no caso dos arranjos eram feitos
coletivamente, mas o que eu tive maior participação foi na faixa Fica Mal com Deus, que
tem uma introdução com uma espécie de frevo na viola. A gente não fala muito disso,
porque os próprios trios faziam coisas bem brasileiras na exposição do tema, era samba,
EV- Gostaria de saber sobre sua relação com o Hermeto Paschoal. Em 2002 na série
Hermetismos do Sesc de São Paulo (dedicada a músicos que seguem essa linha) me
junto, e depois seguiram carreiras próprias, inclusive criando cada um a seu modo, certas
admiração que o Hermeto tem por você “vou chamar um dos melhores guitarristas do
mundo”.
194
HM- Na verdade eu e o Hermeto tivemos expostos a mesma influência folclórica e cada um
desenvolveu a sua maneira. Não é que o Hermeto fez o trabalho e eu me influenciei com
EV- Eu pensei nesta pergunta pois na minha concepção sua música tem muitas diferenças
HM- Evidente. A gente se conhece desde Recife da Rádio Jornal do Comércio, ele
começou a tocar piano comigo, eu que incentivei ele, pois precisava de um pianista para a
boate que eu tocava. Ele não tinha a mão esquerda do piano, quando o dono da casa
passava eu precisava esconder a mão dele. E ele foi estudando durante as tardes na boate, aí
formado por composições suas como Forrozin, Alienadinho entre outras, carregado de
referências nordestinas.
HM- O pessoal parece que gostou, não me lembro. Eu toquei depois do Pepeu Gomes que
fez uma festa, um negócio de xeta, xeta, xeta, o público dançando acompanhando, gritando.
Eu fui o primeiro músico sério a entrar, e tive que enfrentar essa baixada de bola. Depois os
outros como o Barney Kessel e o Joe Pass pegaram a coisa mais calma.
EV- Não sabia que esses dois guitarristas tinham tocado nesse evento.
HM – Eu não sei se foi no primeiro ou no segundo, mas acho que foi no primeiro.
195
EV- E a reação deles em relação a música brasileira tocada na guitarra?
HM- O Barney Kessel era uma pessoa a parte, o Joe era mais aberto, eu já tinha tocado na
guitarra dele lá no camarim e tudo, tínhamos conversado. Quando eu voltei para o camarim
do meu show, ele estava cantando uma frase minha. Depois ficamos amigos, quando ele
vinha a São Paulo reservava lugares no show para mim e para minha mulher, nos
EV- Você acha que essa escolha pela música regional, particularmente a música nordestina,
HM- Na verdade nos sempre estivemos expostos à essa cultura nordestina, como a gente
tocava na noite éramos obrigado a tocar jazz, standards, repertório que fazia parte do
músico padrão de boate .Tanto o Hermeto como eu, tocávamos All the Things You Are,
standards,mas foi o Quarteto Novo que fez eclodir essa coisa na gente. A idéia do Quarteto
Novo surgiu quando eu, o Théo de Barros e o Airto Moreira viajávamos pelo Brasil inteiro
fazendo parte como músicos, de uma tentativa de lançar uma moda brasileira, concebida e
financiada pela Companhia Rhodia. A gente nunca tinha pensando em música regional, eu
nunca tinha pensado em tocar viola, até resistia um pouco por dentro, na época eu tinha
uma auto imagem de guitarrista de jazz. Até eu, tinha um preconceito contra a viola, e
durante essa viagem eu fui colocando aquela coisa de dentro para fora, e não de fora para
dentro, interiorizando aquele idéia. Foi a partir daí, que a gente começou a trazer a música
regional, o que Tchaicowsky fazia lá na Rússia dar um lustre no folclore para os salões de
196
EV- E isso continuou na sua carreira?
HM- Sim, porque é muito forte uma vez que foi desperto. Você vê no Hermeto também, ele
sai uma vez ou outra mas a base é a música regional brasileira, nordestina.
EV- Então depois dessa viagem pelo Brasil essa “auto imagem” foi colocada de canto.
HM- Exato.
EV- O motivo da pergunta que eu fiz sobre a reação no festival de Montreux era justamente
sobre esse ponto, como o público, os músicos brasileiros e americanos olhavam essa idéia
de se tocar música brasileira na guitarra.? Pois em entrevista você disse que a guitarra é um
HM- Ainda hoje é estranho, pois a imagem e sonoridade da guitarra é ligada a esses estilos.
Ainda soa estranho, mas quem sabe daqui uns anos isso muda.
EV- Em minha qualificação o pianista e prof. Hilton Valente (Gogô) comentou sobre a
choques harmônicos e rítmicos. E quando ele tocava com você na noite paulistana, isto era
facilmente resolvido, devido a grande capacidade que você tem para se adaptar ao estilo de
qualquer pianista. Ele definiu essa questão com uma expressão muito apropriada : “O
Heraldo sempre foi um camaleão harmônico”, como você chegou a essa desenvoltura?
HM- É, você tem que ter muito cuidado quando toca com piano para não chocar, evitar
tocar acordes muitos gordos, prestar atenção na região que o pianista está tocando. É um
jeito que você vai acostumando aos poucos com muita prática.
197
EV- Você foi o primeiro guitarrista da Orquestra Jazz Sinfônica?
EV- Minha tese de mestrado possui o título “A Guitarra Brasileira de Heraldo do Monte”,
termo empregado em muitas entrevistas suas. O que você quer dizer quando fala “minha
guitarra brasileira”?
HM- O meu jeito de tocar, algumas escolhas tanto técnicas como de uma filosofia por trás
HM- Sim, uma auto obrigação de tocar e levar minha carreira de determinado jeito. É até
bom isso porque dá menos trabalho, porque você se disciplina, quando você tem 80 mil
caminhos você fica meio perdido. As pessoas notam que você está perdido, quando você
elimina uma porção de caminhos, você fica mais conciso, mais convencido de seu caminho.
198
7) Conclusão
adequações foram necessárias para possibilitar uma amostra consistente da obra de Heraldo
do Monte.
Primeiramente, foi realizada uma audição completa dos discos do guitarrista com a
Para analisar as transcrições foi necessário elaborar uma metodologia de análise que
optarmos por um modelo que fosse eficiente, e não se restringisse a determinado gênero
musical. Uma das soluções encontradas foi a mistura de algumas metodologias específicas,
tendo sempre como referência o gênero que tinha sido transcrito. Assim, foi possível
imaginário nacional popular na música brasileira, e como este ocorreu nos anos 60,
elementos brasilidade no estilo do guitarrista poderiam ter sido estimulada por este
199
imaginário.
compreender que certas escolhas estéticas feitas por Heraldo do Monte foram concebidas
principalmente nos anos 60, durante o grupo Quarteto Novo, e tal concepção se perpetuou
em sua carreira até os dias de hoje. A idéia da conciliação entre uma análise sociológica e
musical veio a comprovar que no caso de Heraldo do Monte, tais escolhas não são
aleatórias e foram concebidas como direção estética de sua carreira musical, podendo ser
no mercado.
formuladas inicialmente.
Por fim, no último contato com o músico soubemos que o mesmo tinha acabado de
finalizar seu mais recente disco, com produção independente do seu filho Luís do Monte,
200
8) Bibliografia
- ADORNO, T. Adorno. Col. Grandes Cientistas Sociais, G.Cohn (org). São Paulo:
Ática, 1994.
- AEBERSOLD, Jamey. How to Play and improvise. Vol. 1. New Albany: Jamey
Aebersold Jazz, 1986.
- CAZES, Henrique. Choro: do Quintal ao Municipal. São Paulo : Ed. 34, 1998.
- COKER, Jerry. The Jazz Idiom. E. Cliffs, N. J.: Prentice-Hall, Inc., 1978.
- CONTIER, Arnaldo Daraya . Brasil Novo: música, nação e modernidade. São Paulo :
FFLCH/USP , 1986. (Tese de Livre Docência).
- ________. Edu Lobo e Carlos Lyra : O nacional Popular na canção de protesto (os
anos 60). São Paulo : Anpuh/Humanitas, vol. 18, 1998.
- FARIA, Nelson. The Brazilian Guitar Book. Petaluma CA : Sher Music, 1995.
- GAVA, José Estevam. A linguagem harmônica da Bossa Nova. São Paulo : UNESP,
1994. (Dissertação de Mestrado em Artes).
- GOODRICK, Mick. The Advancing Guitarist. Milwaukee, WI: Hal Leonard Books,
1987.
- LA RUE, Jan. Guidelines for Style Analysis. New York : Norton Company, 1970
- LEVINE, Mark. The jazz theory book . Petaluma CA : Sher Music, 1995.
202
- MELLO, Zuza H. Texto do encarte do disco “Heraldo do Monte”, gravado em
setembro de 1980 pelo selo Eldorado.
- NAPOLITANO, Marcos. "O conceito de MPB nos anos 60". Revista História, Questões
e Debates, nº. 31, Associação Paranaense de História / PGHIS / UFPR, 1999 (2000),
11-30.
- NETO, Jovino dos Santo.Tudo é Som - The music of Hermeto Pachoal. Universal
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- PAZ, Ermelinda A.. As Estruturas Modais na Música Folclórica Brasileira. UFRJ, 1994.
- QUEIROZ, Maria Isaura Pereira. Experimentos com Histórias de Vida. São Paulo :
Vértice, Editora revista dos tribunais, 1988.
203
- RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro : artistas da revolução, do CPC à era
da TV. Rio de Janeiro : Editora Record, 2000.
- WEISKOPF, Walt. Coltrane : A Player´s Guide to his Harmony. New Albany, Indiana
: Jamey Aebersold, 1991.
- WILLMOTT, Bret. Mel Bay´s Complete Book of Harmony, Theory & Voicing. Mel Bay
Publication, 1994
- ZAN, José Roberto. Do fundo de quintal à vanguarda: contribuição para uma história
social da música popular brasileira. Campinas, SP : IFCH/ UNICAMP, 1997. (Tese
de Doutorado).
- www.brasil.terravista.com.br.
- www.cliquemusic.uol.com.br.
205
ANEXO : Transcrições - Índice:
4) Vim de Santana
5) Forrozin
6) Caboclo elétrico
8) Chuva Morna
206
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