Apostila 7 (Pic-2008) - Criptografia
Apostila 7 (Pic-2008) - Criptografia
Apostila 7 (Pic-2008) - Criptografia
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Criptografia
S. C. Coutinho
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Antes de Começar
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mais curioso é que até os anos 1960, a teoria dos números, que é a
parte da matemática mais utilizada nas aplicações à criptografia, era
considerada quase que destituída de utilidade prática.
O que os matemáticos entendem como teoria dos números é o
estudo das propriedades dos números inteiros, e não de quaisquer
tipos de números. Por exemplo, questões referentes à fatoração de
inteiros, ao cálculo do máximo divisor comum e ao estudo dos números
primos, fazem parte desta teoria. Na verdade, juntamente com a geo-
metria, essa é uma das áreas mais antigas da matemática.
Nestas notas desenvolvemos os métodos da teoria dos números
necessários às aplicações em um sistema de criptografia específico, o
chamado RSA. Há duas razões para isto. A primeira é que os resul-
tados matemáticos utilizados neste sistema são relativamente ele-
mentares; a segunda é que se trata do mais utilizado dos métodos
de criptografia atualmente em uso.
Estas notas se dirigem a um estudante com conhecimento básico
sobre a fatoração de inteiros e primos, que tenha certa facilidade no
cálculo com fórmulas elementares e que tenha interesse matemático
suficiente para apreciar argumentos de demonstrações bastante bási-
cas. Gostaria de agradecer a todas as pessoas que me ajudaram na
preparação das notas, especialmente Florêncio Ferreira Guimarães
Filho que primeiro sugeriu a ideia destas notas, Suely Druck e Mário
Jorge Dias Carneiro que leram todo o texto e deram inúmeras su-
gestões para melhorá-lo e a Francisca França que leu todo o texto,
corrigindo-o, revisando-o e preparando-o para a publicação.
Rio de Janeiro, 13 de maio de 2008 S. C. Coutinho
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Sumário
Introdução 1
Criptografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Criptografia RSA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1 Números Inteiros 15
1.1 Fatores e Números Primos . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2 Fatorando Inteiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 Aritmética Modular 37
2.1 Fenômenos Periódicos e Aritmética . . . . . . . . . . . 37
2.2 Definições e Primeiras Propriedades . . . . . . . . . . 45
2.3 Critérios de Divisibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3 Inversos Modulares 79
3.1 Motivação e Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.2 Inexistência de Inverso . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
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iv SUMÁRIO
5 Potências 121
5.1 Restos de Potências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
5.2 O Teorema de Fermat . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
5.3 Potências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Soluções 200
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
Desafios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
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SUMÁRIO v
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Introdução
Criptografia
O Código de César
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Se sua curiosidade para saber o que as letras significam é irresistível, olhe na
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BN P BP CN F Q.
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Exercício 1. Será que você notou que o parágrafo acima foi codifi-
cado? Use o método de contagem de frequência para quebrar o código
e poder decodificar e ler o parágrafo. Para não simplificar as coisas,
foram eliminados espaços, acentos e pontuação.
Códigos em Bloco
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AMOAOBMEPA
depois
AM-OA-OB-ME-PA
em seguida
MA-AO-BO-EM-AP
e, finalmente,
AP-AO-BO-EM-MA
APAOBOEMMA.
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A lagosta fica presa na gaiola porque, para poder sair, teria que
encontrar e passar pela parte estreita do funil, que é um problema
complicado demais para uma lagosta, cujo cérebro tem o tamanho
aproximado de uma ervilha. Não preciso dizer que uma armadilha
desse tipo não funcionaria para pegar um macaco, nem mesmo um
passarinho.
Muito interessante, mas que problema matemático satisfaz esta
condição de ser “fácil de fazer e difícil de desfazer”, para que possamos
utilizá-lo em criptografia? Isto é o que veremos na próxima seção. Por
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Criptografia RSA
O Método RSA
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Teoria de Números
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n F (n)
0 3
1 5
2 17
3 257
4 65537
que são todos primos. Aparentemente, foi nessa tabela que Fermat
baseou-se para fazer a sua afirmação. Infelizmente, generalizar a par-
tir de alguns casos é sempre uma prática perigosa em matemática e,
neste caso, Fermat deu-se realmente mal. Nenhum número primo da
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Capítulo 1
Números Inteiros
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1. d divide 0;
0 = 0 · d;
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a = d · a0 e b = d · b0 ;
a + b = (d · a0 ) + (d · b0 )
e pondo d em evidência
a + b = d(a0 + b0 )
c · a = c · (d · a0 ) = d · (c · a0 );
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n! + 2, n! + 3, . . . , n! + (n − 1)
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Vamos parar para pensar um minuto. Este exercício nos diz que
o que fizemos para 2 se aplica também a outros números; 3, por
exemplo. Então, se 3 não divide 91, nenhum múltiplo de 3 pode
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1.2.2 Algoritmo?
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Pão-de-ló
Ingredientes:
3 ovos;
Uma olhada rápida nesta receita nos mostra que vem em três
partes: o título, os ingredientes e o procedimento a ser seguido. O
título nos diz o que vai resultar se fizermos a receita; neste caso, um
bolo, e não um biscoito ou um mingau. Os ingredientes indicam o que
precisamos ter à mão para fazer o bolo. Já o procedimento descreve
passo a passo o que devemos fazer para obter um bolo de verdade.
Todos os algoritmos, mesmo os de natureza matemática, têm uma
estrutura semelhante à receita acima. Ao título da receita corres-
ponde a saída do algoritmo; isto é, o que vai resultar se utilizarmos
o algoritmo. Os ingredientes por sua vez, correspondem à entrada do
algoritmo. No caso do algoritmo descrito na seção 1.2.1, a entrada é
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Algoritmo acha-fator
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n=p·c
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n = p · c ≥ p · p.
Em outras palavras,
√
n ≥ p2 que é equivalente a p≤ n.
Algoritmo acha-fator
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2. p − 4 divide 6n + 7 e 3n + 2.
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1050
= 1040 segundos
1010
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1040
31 536 000
317 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 (são 30 zeros)
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12 103
= 1 729,
7
temos que
12 103 = 7 · 1 729.
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o fator encontrado é 13 e
247
= 19,
13
de modo que
12 103 = 72 · 247 = 72 · (13 · 19).
√
Contudo, 19 = 4, 35... e é fácil verificar que 19 não é divisível por 2,
nem 3. Isto nos permite concluir, pela proposição 2 que 19 é primo.
Reunindo tudo isto concluímos que a fatoração de 12 103 em potên-
cias de primos é
12 103 = 72 · 13 · 19.
12 103
ww
w ww
ww
ww
7 1 719
w
www
w
ww
ww
7 247
w
www
w
ww
ww
13 19
w
ww
www
w
ww
19 1
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n = pe11 . . . pekk ,
12 103 = 72 · 13 · 19;
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n = pe11 . . . pekk ,
onde 1 < p1 < p2 < p3 < · · · < pk são números primos ao passo que
e1 , . . . , ek são inteiros positivos.
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Capítulo 2
Aritmética Modular
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ponde ao menor tempo que leva para dar uma volta em torno do Sol.
A Lua, por sua vez, tem período de rotação de 27 dias e período de
revolução (em torno da Terra) de 27 dias.
Antes que você ache que encontrou um erro tipográfico (“Ele estava
distraído e repetiu o mesmo número do período de translação!”) deixa
eu esclarecer que não se trata disto. Na verdade, os períodos de
revolução da Lua em torno da Terra e de sua rotação em torno de
seu próprio eixo são exatamente os mesmos, e é por isso que a Lua
sempre tem a mesma face voltada para a Terra. Se você está pensando
“mas que incrível coincidência!”, então prepare-se para um desapon-
tamento. A verdade é que esta coincidência de períodos foi causada
por um efeito de fricção relacionado às marés que a Lua provoca na
Terra. Fascinante, não?
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Resto 0 1 2 3 4 5 6
Dia segunda terça quarta quinta sexta sábado domingo
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Uma vez que isto tenha sido observado, o problema se reduz a determi-
nar o resto da divisão de um dado número pelo período do problema,
que neste caso é 7.
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6 · 3 + 2 = 20 casas no tabuleiro.
A pergunta é:
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você está neste momento e a casa inicial. Mas 21 pode ser escrito na
forma
21 = 6 · 3 + 3,
de modo que, para ganhar nesta rodada preciso tirar 3 nas duas jo-
gadas do dado. Note que, mais uma vez, o cálculo matemático re-
querido para resolver o problema foi uma divisão.
Exercício 13. Quanto você deve tirar nas duas jogadas do dado para
ganhar em uma jogada a partir da posição marcada pelo • no tabuleiro
2.4?
I •
Uma coisa ruim deste jogo é que ele pode nunca terminar.
Exercício 15. Dê exemplo de uma sucessão infinita de jogadas que
faz com que o jogo nunca acabe para um determinado jogador.
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175
+ 234 .
409
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Inteiros 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Restos 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2
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2.2.1 Sistematizando
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Assim:
• dois números que são iguais noves fora, diferem por um múltiplo
de 9;
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a ≡ b (mod n);
a 6≡ b (mod n).
Assim,
simétrica se a = b então b = a;
transitiva se a = b e b = c, então a = c.
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b − a = (−k) · n;
(a − b) + (b − c) = k · n + ` · n.
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2.2.3 Resíduos
a = n · q + r e 0 ≤ r < n.
Assim,
a − r = n · q;
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55 = 9 · 6 + 1.
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−55 = (−9) · 6 − 1,
de forma que
−55 ≡ −1 (mod 6).
−1 ≡ 5 (mod 6);
−a = n · q + r e 0 ≤ r < n,
a = n · (−q) − r e 0 ≤ r < n;
isto é
a ≡ −r (mod n) e 0 ≤ r < n.
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−r ≡ n − r (mod n),
• 0 se r = 0;
• r se r 6= 0 e a ≥ 0;
• n − r se r 6= 0 e a < 0.
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Vejamos um exemplo:
p ≡ 2 (mod 6)
p≡3 (mod 6)
equivale a
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que:
ao passo que
51 + 43 = 94 e 31 + 103 = 134;
contudo,
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a − a0 = k · n e b − b0 = ` · n,
(a − a0 ) + (b − b0 ) = k · n + ` · n.
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a · b ≡ a0 · b0 (mod n).
que
51 · 43 = 2 193 e 31 · 103 = 3 193;
a − a0 = k · n e b − b0 = ` · n
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a = a0 + k · n
para a primeira, e
b = b0 + ` · n,
(a0 + k · n)(b0 + ` · n) = a0 · b0 + a0 · ` · n + k · n · b0 + k · n · ` · n.
Pondo n em evidência,
a · b = a0 · b0 + n · (a0 · ` + k · b0 + k · ` · n);
donde,
a · b − a0 · b0 = n · (a0 · ` + k · b0 + k · ` · n),
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• a + b ≡ a0 + b0 (mod n);
• a · b ≡ a0 · b0 (mod n).
Em particular,
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an an−1 . . . a1 a0 ,
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102 = 10 · 10,
satisfaz
102 ≡ 10 · 10 ≡ 1 · 1 ≡ 1 (mod 3).
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an 10n +an−1 10n−1 +· · ·+a1 10+a0 ≡ an +an−1 +· · ·+a1 +a0 (mod 3).
an + an−1 + · · · + a1 + a0
an + an−1 + · · · + a1 + a0
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an an−1 . . . a1 a0 ,
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donde
an + an−1 + · · · + a1 + a0
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A prova dos três é ainda mais fácil de aplicar que a dos nove, então
por que nunca ouvimos falar dela?
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Exercício 25. Formule uma versão da prova dos nove para a divisão
e mostre que funciona corretamente.
an an−1 · · · a1 a0
significa que
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ao passo que
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e a transitividade nos dá
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teremos
a = â · 10 + a0 .
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a = 10 · â + a0 ,
a ≡ 10 · â + a0 ≡ 3 · â + a0 (mod 7).
isto é,
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3 · â + a0 = 12 · 3 + 8 = 44.
Como 44 não é divisível por 7, o critério acima nos garante que 128
também não pode ser.
Podemos reformular este critério de uma maneira ainda mais
agradável. Para isto multiplicamos ambos os membros de (2.3.2) por
2, o que nos dá
2 · a ≡ 2 · (3 · â + a0 ) ≡ 6 · â + 2 · a0 (mod 7),
−87 + 2 · 5 = 77
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2 · 3 ≡ −1 (mod 7),
−3 · â + 6 · a0 ≡ 0 (mod 7);
−3 · â − a0 ≡ 0 (mod 7).
Pondo −1 em evidência
Acontece que
3 · â + a0 ≡ a (mod 7)
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−a ≡ 0 (mod 7),
Logo,
−87 + 2 · 5 = −77
a0 = 4 e â = 1079,
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b = 1 071.
Temos que
b0 = 1 e â = 107,
e assim
−b̂ + 2 · b0 = −107 + 2 · 1 = −105.
Como
−ĉ + 2 · c0 = −10 + 2 · 5 = 0
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visíveis por 7.
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Capítulo 3
Inversos Modulares
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2 · 3 ≡ −1 (mod 7).
Como
−3 ≡ 4 (mod 7) e −2≡5 (mod 7),
a · a0 ≡ 1 (mod n).
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Por isso sequer listamos zero entre os resíduos na tabela. Você pode
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2 · 2 ≡ 4 6≡ 1 (mod 11)
2 · 3 ≡ 6 6≡ 1 (mod 11)
2 · 4 ≡ 8 6≡ 1 (mod 11)
2 · 5 ≡ 10 6≡ 1 (mod 11)
2 · 6 ≡ 12 ≡ 1 (mod 11)
e também que
Mas tudo o que fizemos foi mudar a posição dos parênteses, e isto não
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Note que existem alguns números que são seus próprios inversos.
Na tabela módulo 11, isto vale para 1 e 10. No caso de 1 isto não é
nenhuma surpresa, afinal 1 · 1 = 1; já para 10 o resultado não parece
tão óbvio. Contudo, o fato de 10 ser seu próprio inverso módulo 11
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2 · 2 ≡ 4 6≡ 1 (mod 8)
2 · 3 ≡ 6 6≡ 1 (mod 8)
2 · 4 ≡ 0 6≡ 1 (mod 8)
2 · 5 ≡ 2 6≡ 1 (mod 8)
2 · 6 ≡ 4 6≡ 1 (mod 8)
2 · 7 ≡ 6 6≡ 1 (mod 8)
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Exercício 33. Para cada um dos resíduos a que não têm inverso
módulo 6, determine um resíduo b 6≡ 0 (mod 6) tal que
a · b ≡ 0 (mod 6). Faça o mesmo para os resíduos que não têm
inverso módulo 15.
Este exercício parece sugerir que há uma forte ligação entre não
ter inverso módulo n e ser anulado módulo n pelo produto com um
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resíduo não nulo. Como veremos abaixo, é exatamente isto que acon-
tece.
Digamos que n e 1 < a < n são inteiros positivos que têm um
fator primo comum 1 < p < n. Podemos, então, escrever
n=p·c e a = p · e,
donde
c · a ≡ c · p · e ≡ 0 (mod n). (3.2.1)
Bacana, não? Mas, como usar isto para verificar que a não tem in-
verso módulo n? Bem, de fato estes cálculos mostram que a não pode
ter inverso módulo n. Para entender porquê, procederemos por con-
tradição. Suponhamos que a realmente tivesse inverso a0 módulo n.
Neste caso, deveríamos ter que
a · a0 ≡ 1 (mod n).
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c · (a · a0 ) ≡ c (mod n).
Reagrupando os parêntesis,
c · a ≡ 0 (mod n);
de modo que
(c · a) · a0 ≡ 0 · a0 ≡ 0 (mod n).
c ≡ 0 (mod n);
isto é, n divide c. Só que isto não pode ser verdade porque, como
vimos acima, 1 < c < n. Obtivemos, assim, uma conclusão absurda.
Isto ocorreu porque fizemos uma hipótese falsa ao supor que a tem
inverso módulo n. Portanto, a não pode ter inverso módulo n, como
havíamos afirmado antes. Resumindo, mostramos o seguinte resul-
tado.
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3.2.1 Cancelamento
2 6≡ 0 (mod 6) e 3 6≡ 0 (mod 6)
ao passo que
2·3≡6≡0 (mod 6).
2 · 3 ≡ 2 · 0 (mod 6)
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n=p·c e a = p · e,
a · c ≡ a · 0 (mod n);
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Como
a · a0 ≡ 1 (mod n),
resta apenas
b ≡ c (mod n);
mostrando que o cancelamento pode mesmo ser feito neste caso. Re-
sumimos isto em um teorema para referência futura.
a · b ≡ a · c (mod n),
para b, c ∈ Z, então
b ≡ c (mod n).
Tudo isto pode ser muito interessante, mas não deixa de ser muito
negativo. Descobrimos como detectar que certos números não têm
inverso módulo n, e provamos que nosso palpite estava correto. Mas,
e quanto aqueles que têm inverso? O palpite mais óbvio, claro, é
que todos os números que não têm fator próprio comum com n terão
inverso módulo n. Sem esquecer, que este palpite é confirmado por
todas as tabelas que calculamos anteriormente.
De fato, este resultado é verdadeiro mas, para prová-lo, teremos
que trabalhar um pouco. Voltando às definições, sabemos que um
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n divide a diferença a · a0 − 1.
a · a0 − 1 = n · k. (3.3.2)
x·a+y·n
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1 = x0 · a + y0 · b.
1 = a0 · a + k · b,
x · a + y · n = 0 · a + 1 · n = n > 0;
logo n pertence a V (a, n). Na verdade, isto nos diz mais. Como a
quantidade de inteiros entre 1 e n é finita, podemos escolher o menor
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n = m · q + r e 0 ≤ r < m,
n = m · q + r = (x1 · a + y1 · n) · q + r,
r = (−x1 ) · a + (1 − y1 ) · n.
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x · a + y · n;
x0 · a + y0 · n = 1,
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• portanto, r = 0 e m divide n.
• m é um divisor comum de a e de n;
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para a, b ∈ Z, então
b ≡ c (mod n).
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de corona, que quer dizer coroa. Daí a palavra passou a ser usada para
significar também uma pequena guirlanda de flores entrelaçadas, por
causa de sua semelhança a uma coroa pequena. Corollarium começou
significando o dinheiro pago para comprar uma corona, mas seu sen-
tido acabou se generalizando para cobrir um presente ou qualquer
coisa dada de graça. Foi daí que veio o significado moderno: uma
consequência quase que imediata (portanto, gratuita) de uma afir-
mação ou teorema.
3.4.1 Um Exemplo
k 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
6·k−2 4 10 16 22 28 34 40 46 52 58
Em vista disto, o teorema nos garante que 3 deve ter inverso mó-
dulo n = 6 · k − 2. Mas será que somos capazes de calcular este
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n − 1 = 6 · k − 3.
Pondo 3 em evidência
n − 1 = 3(2 · k − 1);
isto é,
n = 3(2 · k − 1) + 1.
Assim,
3(2 · k − 1) + 1 ≡ 0 (mod n);
donde
3(2 · k − 1) ≡ −1 (mod n);
1 − 2 · k + n = 1 − 2 · k + 6 · k − 2 = 4 · k − 1;
que é positivo para todo k ≥ 1. Além disso, como 4·k < 6·k, também
temos que
4 · k − 1 < 6 · k − 2;
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Capítulo 4
4.1 Exemplos
4.1.1 Restos
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n = 3q1 + 1,
n = 5q2 + 2.
n ≡ 1 (mod 3),
n ≡ 2 (mod 5).
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ou ainda a
2q2 ≡ 2 (mod 3),
q2 ≡ 1 (mod 3).
q2 = 3q3 + 1,
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n = 3q1 + 1,
n = 5q2 + 2,
q2 = 3q3 + 1,
que explicita q2 , ainda que seja ao preço de introduzir uma nova va-
riável. Mas isto nos permite substituir o valor de q2 diretamente na
segunda das duas equações originalmente obtidas, o que nos dá
n = 5q2 + 2 = 5(3q3 + 1) + 2.
Fazendo as contas,
n = 15q3 + 7.
15q3 + 7 = 3 · 5q3 + 7.
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7 = 3 · 2 + 1.
15q3 + 7 = 3 · (5q3 + 2) + 1;
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q3 15q3 + 7
-3 -38
-2 -23
-1 -8
0 7
1 22
2 37
3 52
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x = 4 + 15n2 e x = 8 + 19n3 ;
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x = 274 + 285n4
nos dá uma solução das duas últimas equações.Isto significa que esta
família de soluções deve corresponder aos tempos nos quais os satélites
2 e 3 passam juntos sobre o Rio.
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x ≡ 1 (mod 13),
x ≡ 274 (mod 285).
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x0 ≡ a (mod m),
x0 ≡ b (mod n).
a + mk ≡ b (mod n),
ou ainda
mk ≡ (b − a) (mod n). (4.2.3)
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k ≡ m0 (b − a) (mod n).
Em outras palavras,
x0 = a + m(m0 (b − a) + n · t).
Mas é fácil ver que, qualquer que seja o inteiro t, uma expressão
da forma a + m(m0 (b − a) + n · t) tem que ser solução do sistema
(4.2.1). Para começo de conversa, a + m(m0 (b − a) + n ·t) é claramente
congruente a a módulo m. Por outro lado,
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sempre tem solução e qualquer uma de suas soluções pode ser escrita
na forma
a + m · (m0 · (b − a) + n · t),
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e o segundo é
e no segundo
6y ≡ 1 (mod 4). (4.2.7)
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Acontece que 2 divide cada uma das parcelas desta equação. Efetuan-
do a divisão, obtemos
3y = 1 + 2z.
3y ≡ 1 (mod 2);
isto é
y = 1 + 2t para algum inteiro t.
Substituindo em (4.2.5),
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6y − 4z = 1
x ≡ a (mod m),
x ≡ b (mod n).
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Capítulo 5
Potências
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22 ≡ 4 (mod 31),
23 ≡ 8 (mod 31),
24 ≡ 16 (mod 31),
25 ≡ 32 ≡ 1 (mod 31).
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Como 0 ≤ 4 < 31, podemos concluir que 2124 512 deixa resto 4 na
divisão por 31.
Exercício 42. Calcule o resto da divisão por 31 das potências 26 556 423
e 27 987 668 .
1198 765 = 5 · q + 1,
98 765
211 ≡ 25·q+1 ≡ (25 )q · 2 (mod 31).
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98 765
211 ≡ (1)q · 2 ≡ 2 (mod 31);
98 765
e o resto da divisão de 211 por 31 é 2.
Se você prestou muita atenção às contas, talvez tenha pensado:
34 ≡ 81 ≡ 1 (mod 5).
Logo, 1398 765 deixa resto 3 na divisão por 5; isto é, 1398 765 = 5 · q 0 + 3
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Estilo OBMEP
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98 765 0
213 ≡ (25 )q · 23 ≡ 23 ≡ 8 (mod 31);
98 765
e o resto da divisão de 213 por 31 é 8. Mais difícil foi, mas não
“muiiiiito mais difícil!”
45 231
Exercício 43. Calcule o resto da divisão por 31 das potências 214 ,
498 766 543 335 231 9 876
215 e 643 .
Observe que estamos exigindo que k seja positivo; sem esta hipótese
poderíamos tomar k = 0, mas isto em nada nos ajuda em nossos
cálculos.
Como dar nome aos conceitos facilita falar sobre eles, vamos intro-
duzir a seguinte terminologia. Se 1 ≤ b ≤ n − 1 são inteiros, diremos
que a ordem de b módulo n é o menor inteiro positivo k para o qual
bk ≡ 1 (mod n). Note que, embora anteriormente apenas falássemos
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25 ≡ 1 (mod 31);
contudo,
210 ≡ (25 )2 ≡ 12 ≡ 1 (mod 31),
assim como
2105 ≡ (25 )21 ≡ 121 ≡ 1 (mod 31).
Na verdade,
25k ≡ (25 )k ≡ 1k ≡ 1 (mod 31),
(a) 3 módulo 7;
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21 ≡ 2 (mod 6),
22 ≡ 4 (mod 6),
23 ≡ 8 ≡ 2 (mod 6),
24 ≡ 16 ≡ 4 (mod 6),
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que potências de inteiros módulo 6 nunca dão 1. Ou, quem sabe, até
que potências de inteiros módulo um número composto nunca dão 1.
A verdade, contudo, é bem mais sutil.
Voltando aos nossos experimentos, porque parar em 2? Por que
não tentar também 3? Pois bem, aqui estão as potências de 3 módulo
6:
31 ≡ 3 (mod 6),
32 ≡ 9 ≡ 3 (mod 6),
33 ≡ 27 ≡ 3 (mod 6),
34 ≡ 81 ≡ 3 (mod 6).
41 ≡ 4 (mod 6),
2
4 ≡ 16 ≡ 4 (mod 6),
52 ≡ 25 ≡ 1 (mod 6),
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(n − 1) · (n − 1) ≡ 1 (mod n),
o que mostra que n − 1 sempre tem ordem dois módulo n. E isto vale,
não importa qual seja o valor do inteiro n > 1. O que vimos no caso
n = 6 é que os únicos inteiros entre 1 e 6 que têm ordem módulo 6
são 1 e n − 1 = 5.
O caso do n − 1 acena com a possibilidade de haver uma relação
entre invertibilidade módulo n e a existência de uma ordem módulo
n. Para poder explorar melhor esta relação suponha que b, n e k são
inteiros positivos e que
bk ≡ 1 (mod n).
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23 ≡ 8 ≡ 1 (mod 7);
42 ≡ 16 ≡ 2 (mod 7).
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43 ≡ 42 · 4 ≡ 2 · 4 ≡ 8 ≡ 1 (mod 7);
52 ≡ 25 ≡ 4 (mod 7),
53 ≡ 5 · 4 ≡ 20 ≡ 6 (mod 7),
54 ≡ 5 · 6 ≡ 30 ≡ 2 (mod 7),
55 ≡ 5 · 2 ≡ 10 ≡ 3 (mod 7),
6
5 ≡ 5 · 3 ≡ 15 ≡ 1 (mod 7).
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64 ≡ 24 · 34 ≡ 0 · 34 ≡ 0 (mod 16);
de modo que
635 ≡ 64 · 631 ≡ 0 (mod 16),
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33 ≡ 27 ≡ −4 (mod 31).
Assim,
364 ≡ −(2)42 · 3 ≡ −4 · 3 ≡ −12 (mod 31).
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1, 2, 3, . . . , p − 1.
a · 1, a · 2, a · 3, . . . , a · (p − 1).
r1 ≡ a · 1 (mod p),
r2 ≡ a · 2 (mod p),
.. ..
. .
rp−1 ≡ a · (p − 1) (mod p);
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Contudo,
de forma que
r1 , r2 , r3 , . . . , rp−1 .
isto é,
a · k ≡ a · ` (mod p).
se rk = r` , então k = `.
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r1 , r2 , r3 , . . . , rp−1
r1 , r2 , r3 , . . . , rp−1
é apenas um embaralhamento de
1, 2, 3, . . . , p − 1.
Em particular,
r1 · r2 · r3 · · · rp−1 = 1 · 2 · 3 · · · (p − 1).
e da segunda que
r1 · r2 · r3 · · · rp−1 = 1 · 2 · 3 · · · (p − 1).
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Portanto,
(p − 1) ≡ −1 (mod p),
temos que
(p − 1)2 ≡ (−1)2 ≡ 1 (mod p);
donde podemos concluir que p − 1 tem ordem dois qualquer que seja o
p. Se estes exemplos ainda não lhe satisfazem, que tal este: de acordo
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5.3 Potências
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e é fácil verificar que nenhum deles divide 1 033. Agora que temos
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donde
2
31 034 ≡ 31 032·q+4 ≡ (31 032 )q · 34 (mod 1 033)
2
31 034 ≡ 1 · 81 (mod 1 033);
2
de forma que 31 034 deixa resto 81 na divisão por 1 033.
2
Exercício 51. Calcule o resto da divisão de 241 048 por 41 047.
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22 ≡ 1 (mod 3),
24 ≡ 1 (mod 5),
26 ≡ 1 (mod 7),
210 ≡ 1 (mod 11).
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6 754 = 2 · 3 377,
6 754 = 4 · 1 688 + 2,
6 754 = 6 · 1 125 + 4,
6 754 = 10 · 675 + 4.
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logo,
x ≡ 1 (mod 3),
x ≡ 4 (mod 5),
x ≡ 2 (mod 7),
x ≡ 5 (mod 11).
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Capítulo 6
Criptografia RSA
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6.1 Pré-codificação
A B C D E F G H I J K L M
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
N O P Q R S T U V W X Y Z
23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
O espaço entre duas palavras será substituído pelo número 99, quando
for feita a conversão. Por exemplo, a frase AMO A OBMEP é con-
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vertida no número
1022249910992411221425.
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6.2.1 Codificação
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6.2.2 Decodificação
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D(C(b)) = b.
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Assim,
donde
(p − 1)(q − 1) = 6 · k − 2,
d = 4 · k − 1.
que é igual a
(p − 1)(q − 1) = 6 · 59 − 2.
d = 4 · 59 − 1 = 235.
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34 ≡ 0 (mod 17),
34 ≡ 11 (mod 23).
Assim,
34235 ≡ 0235 ≡ 0 (mod 17).
Mas,
11 ≡ −12 ≡ −4 · 3 (mod 23);
de forma que
Contudo,
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de modo que
Portanto,
x ≡ 0 (mod 17),
x ≡ 10 (mod 23),
x = 10 + 23y
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Assim,
6y ≡ 7 (mod 17).
y ≡ 3 · 7 ≡ 4 (mod 17).
Portanto,
x = 10 + 23y = 10 + 23 · 4 = 102;
Exercício 58. Fatore a chave pública que você recebeu quando fez o
exercício 56, calcule d e decodifique a mensagem para saber de quem
ela veio.
6.2.3 Segurança
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o código utilizado for o RSA, então A vai ter acesso não apenas às
mensagens codificadas que a empresa envia ao banco (obtidas pelo
grampo), mas também à chave de codificação n usada pela empresa
que, afinal de contas, é pública.
Lembre-se que a chave n é igual ao produto de dois números pri-
mos p e q que foram escolhidos pela empresa no momento em que sua
implementação do RSA foi feita. Em princípio, A não deveria ter
nenhuma dificuldade em decodificar a mensagem. De posse de n,
precisaria apenas fatorá-lo, descobrir p e q e usá-los para calcular
d. Uma vez obtido d, a receita de decodificação explicada em 6.2.2
pode ser aplicada para reconstituir a mensagem original.
Embora tudo isto pareça muito simples em princípio, na prática
é totalmente inviável. A razão está em um problema de natureza tec-
nológica: não existem computadores rápidos o suficiente, nem algo-
ritmos bons o suficiente, que nos permitam fatorar um número inteiro
muito grande que não tenha fatores relativamente pequenos. Lembre-
se que, na seção 1.2.5 do capítulo 1 mostramos que o tempo necessário
para fatorar um número de uns cem algarismos pelo método usual de
tentativa é imenso, e excede, em muito, a idade estimada do universo.
Entretanto, a afirmação que acabamos de fazer é muito mais forte:
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16347336458092538484431338838650908598417836700330
92312181110852389333100104508151212118167511579
1900871281664822113126851573935413975471896789968
515493666638539088027103802104498957191261465571.
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p = 100000000000000000000000000000000000000000000000151
q = 100000000000000000000000000000000000000162735465691
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(p − 1)(q − 1) + 2
= 166666666666666666666666666666666
6
66666693789244306666666666666666666666666666666666666
70735053308917
d = 4k−1 = 6666666666666666666666666666666666666677515697722
666666666666666666666666666666666666682940213235667.
m = 1022249910992411221425
10222499109924112214253 módulo n
106824592360317689994495293731276889004322696993731601
3731140625,
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Esta é uma ótima pergunta, que fica melhor ainda se você lembrar
que:
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(p − 1) · (q − 1) = 6 · k − 2 e d = 4 · k − 1.
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e que
C(a) ≡ ad (mod n).
Queremos, portanto, mostrar que b3d ≡ b (mod n). Mas, por definição,
donde
3d = 1 + k(p − 1)(q − 1). (6.3.2)
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bp−1 ≡ 1 (mod p)
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x ≡ b (mod p),
x ≡ b (mod q);
de modo que, pelo teorema chinês do resto, este sistema tem solução
geral igual a
b + p · q · t,
b3d = b + p · q · k,
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6.3.2 Comentário
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Capítulo 7
Encontrando Primos
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11# = 2 · 3 · 5 · 7 · 11.
(b) Use (a) para mostrar que existem infinitos números primos.
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O problema é que o teorema 4 nos diz apenas que existe algum primo
fora de P e, como já vimos, há primos que não são da forma 6k + 5.
Em princípio, poderíamos tentar refinar nossa análise repetindo a
demonstração do teorema 4 neste caso especial para ver se continua
funcionando. Para isso, suponhamos que
P = {p1 , . . . , ps },
N = p1 · · · ps ,
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mdc(N, 6N + 5) 6= 1.
P = {5, p1 , . . . , ps },
N = p1 · · · ps .
6N + 5 = q1e1 · · · qm
em
, (7.1.1)
q1e1 · · · qm
em
≡ 1 (mod 6).
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q1e1 · · · qm
em
≡ 6N + 5 ≡ 5 (mod 6),
(6N + 5) − 6N = 5,
teria que ser divisível pelo mesmo primo, o que também não é possível.
Isto mostra que 6N + 5 não pode ser divisível por nenhum elemento
de P, e nos dá a contradição desejada. Disto segue imediatamente
que há uma quantidade infinita de primos da forma 6k + 5, como
esperávamos mostrar.
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3 5 7 9 11 13 15 17 19
21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
41 43 45 47 49 51 53 55 57 59
63 5 7 69 11 13 6 15 17 19
6 21 23 25 6 27 29 31 6 33 35 37 6 39
41 43 6 45 47 49 6 51 53 55 6 57 59
63 65 7 69 11 13 6 15 17 19
6 21 23 6 25 6 27 29 31 6 33 6 35 37 6 39
41 43 6 45 47 49 6 51 53 6 55 6 57 59
63 65 7 69 11 13 6 15 17 19
6 21 23 6 25 6 27 29 31 6 33 6 35 37 6 39
41 43 6 45 47 6 49 6 51 53 6 55 6 57 59
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3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53 e 59.
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1 000 = 6 · 166 + 4;
isto significa que bastaria procurar pelos primos que realmente nos
interessam entre 166 números: aqueles que deixam resto 5 quando
divididos por 6. Mas esta é uma lista muito menor e mais fácil de ma-
nipular que a do crivo de Eratóstenes. A questão é:
De fato isto pode ser feito mas, para números mais ou menos grandes,
é muito mais trabalhoso do que contar de p em p. E isto continua
sendo verdadeiro mesmo se usarmos um computador para fazer o
risca-risca.
Para que o crivo possa restringir-se apenas aos números da forma
de resíduo 5 módulo 6, precisamos mostrar duas coisas. A primeira é
que
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1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
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1 5 7 11 13 17 19 23 25 29
y5 ≡ 5 (mod 6);
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donde,
y ≡ 1 (mod 6).
Assim, y = 1 + 6r e, portanto,
x = p + 6rp.
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de modo que 161 não tem nenhum fator menor que sua raiz quadrada
que deixe resto 5 na divisão por 6. Do ponto de vista prático isto
significa que, ao contrário do que fizemos na versão usual do crivo de
Eratóstenes,
√
não podemos parar de riscar quando p > n se restringir-
mos nossa tabela apenas aos números da forma 6k + 5.
5 11 17 23 29 35 41 47 53 59
5 11 17 23 29 6 35 41 47 53 59
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Antes que você fique animado demais talvez seja melhor previni-lo
de que as coisas não são assim tão boas quando o limite superior da
tabela é um número muito grande.
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Portanto, o teorema nos diz que se p é primo então uma certa con-
gruência tem que ser verdadeira. Considere, então, o seguinte número
de 101 algarismos,
R(101) = 1111111111111111111111111111111111111111111111111
1111111111111111111111111111111111111111111111111111.
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r = 5292914187654273058571598885199202595940728758186639
710565760508670021985609520505802825349865669415.
Mas, espera aí: se p fosse primo, o resíduo não devia dar 1? Afinal
é isso que diz o Teorema de Fermat, não é? Mas se r 6= 1 alguma
coisa tem que ter saído errado. Ou o cálculo do resíduo está errado
(não está, fiz o cálculo no meu computador e testei o resultado),
ou 2 divide n (brincadeirinha...), ou o Teorema de Fermat é falso
(não é, vimos uma demonstração no capítulo 5) ou nossa impressão
de que n fosse primo não se justifica; isto é, na verdade n é composto.
O mais interessante é que o algoritmo de fatoração do meu computa-
dor não consegue calcular nenhum fator para este número, embora o
Teorema de Fermat nos garanta que ele é composto!
É fácil generalizar este argumento. Seja n o número inteiro que
queremos saber se é composto. Escolhemos um inteiro b qualquer,
que não seja divisível por n e calculamos o resíduo r de bn−1 módulo
n. Se acontecer de r 6= 1 então o Teorema de Fermat nos garante que
n não pode ser primo. Temos, assim, uma maneira indireta de provar
que um dado número é composto. Em outras palavras, mesmo não
tendo determinado nenhum fator de n podemos ter certeza de que n
é composto.
Naturalmente, a pergunta que precisamos fazer é:
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73 ≡ 18 (mod 25);
donde
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341 = 11 · 31.
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r ≡ 1 (mod 11),
r ≡ 1 (mod 31);
• r 6= 1 então n é composto;
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14
F (14) = 22 + 1
9266364202294755118302156584814258901280315479290422530388
6097614299720435210171437432968640006392902224715504620168
0095001725604630114472589558837940517046729438437748180083
1645097710516064151644731353621343233869471436258644642614
3404140194390198961769077788060540423932971248642995994518
5380752855773923829816713629478959807118043023411329069843
5918386510735172924058647619992288213210540491141093275957
0335468822169985631103470075481624938903793797306018707624
7843687388416174331487323349153272420349291556136382834077
1679624096206834211574398349814328539564737533064291530596
5788572000985851480646485181676557975568586764218376704438
continua...
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0609884881302631172126361083233964505570126176409342149337
8652139954789464193009285094711628063432954634626708587436
7594463444139625279802423469187735988169809740798016076355
8756660915732373393355687126433151023684356948795074681449
5366102470470308386446567739129683404278437245037495377700
7491128599236856457726437662611536680740287906911185798788
7842108444553841368100395987050604541817029567526486493583
1300066049180516581348572289935984373033218327619142378706
7066989761084120454048840413780649009776228255511924299511
0548464682066431343714167187770687195870049693812084690516
4150156692624094182349789590144877540962982320907818130345
4651634419058586295097381771400433332253182091087518191373
9964774561356018160131641245372602875035168510650472282456
0043757300004448144561923398161715371451535611350494602034
9421627541720123626726413278735673890406938540849234508550
9297197760087826382470805424211327315246255840301596485309
8216754717890271627922382773031557667932618099223155763262
2957058064387928193998735873865903801681009121549568217921
6272435643998723867142738576833301406169458707777337835643
1259035182961453497743067137867268169891960319091925185387
continua...
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6764699510693890723124314879886857934757435609511498303631
3184482333406227325114404370409493199218730847899005245713
7262589157129312078042493366031343888921155946218315119689
0824691664947272076796853149272031772292723384678001487673
7289485199611040141169941570563464614331433825101237485028
2551540449120046780973081044244014767741281300291825405153
6662450553353080033618137315962021316238275075900462137814
6887272133760235138339124403618026146022497784037955983873
8106235330733724665038646006196783875613152976381049791233
9519502118800801010921866059557028885049053649233386186846
2293457874567301266626810211810517093398552281226240984566
1532354438296954820814066000994097063264255070300898292412
5496882595564447114246751422155740073823527127475651798531
1028057096845788109976392735550166125004557244441709616600
4678524716450796935361023345710385526247352937331815633300
1700220182361523365263097713881060293294769367726122819869
0730538976503932288071552286660658027816772182941835429267
6105433021000072632686528671653305019350583545229716468801
7600704028734065754263297922208019302142304992036994114511
5395692083829829127759337589147382283144757893138698782367
continua...
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“cripto”
2009/6/30
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Estilo OBMEP
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4960132062939955165969811950826493537398880556427059940676
0151759614385138660551353702532710344209861260306992151220
6491196140182604994527812792098357721628098443058943757381
8993574605834732242634770665833451870497469411031398760678
4691748814808710597793230354951146962786688724393282734233
6766674755399503915926422345813552266000767650733554802250
3290586961513720156305182728786969285962256153101352016029
2789911403225602267534784409091403252749485669809224389864
2225228726999955715234451099649284822014988445646906870856
0687344984932764868189113207434302275831390136874473275610
2049318851588609633761376006845924402609516283154658749932
4411209386536068440370854512156044540340439706700963382206
1448672696638585769812464786783087209776034508314405974562
8538838044904201295785245824550483832529686053887853018932
6847879111220292345808615508661056210593212298139150716832
7376850039576125448497337508566882256055070174814260336989
9198249347826265874560095153249285038574130230205892752609
9314884508593056148018263020465818819981893510070049325812
6858764215906417840636307876012637703053991445764802732796
3986565069519909277264869794934951743339858296269946169751
continua...
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“cripto”
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5767722567946729190402238410127417897149773901275188203885
4875445968557341857521192305032447353155620391519830057834
4876043229651234507101232599676867795300534399281154330366
9561543133291104876022846635712773603755805368778662398435
0641126547572149014680068579593366753172005548119021674441
4461318127515595223785701620105649922262886079532365232976
6625056061650120464853768291381463183738603219745698745725
8065949430682912755117725405126442032692160838612266387888
3517903902198194036900560975373472283211077363328017623773
4638563339609601320040017448859818675802421313089099680661
2395196333178133084564313983286325230943963680919341251290
5466765334951445060146002079878932880934085645861962318355
5766170926604159837144983067589856601662702757157733868440
784972302728473757238028342337093591349409533609378842206167
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11111
| · · · 1111} .
{z
n números uns
n
F (n) = 22 + 1;
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“cripto”
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Como estes números são mais fáceis de tratar e têm propriedades mais
simples que os números de Fermat, reservaremos o estudo deles para
nosso último desafio.
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“cripto”
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(d) Mostre que se R(n) for primo então n tem que ser primo.
Você vai precisar de uma calculadora para fazer os itens (c) e (d)
deste exercício.
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Soluções
Exercícios
1. O texto é o seguinte:
200
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201
4. A.
7. p = 3 ou p = 5 e n = p2 .
9. x = 2 e y = 3.
n
= pe22 · · · pet t
p1
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Estilo OBMEP
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202
pe22 · · · pet t = p1 · c.
16. Basta haver uma diferença de nove unidades entre a soma cor-
reta e a soma que foi calculada erradamente.
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Estilo OBMEP
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203
(a − b) − (a0 − b0 ) = k · n − ` · n = (k − `) · n;
23. Faça três fora, como fizemos no caso dos noves fora.
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2009/6/30
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Estilo OBMEP
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204
24. Basta haver uma diferença de três unidades entre a soma correta
e a soma que foi calculada erradamente.
a a0 â
87 645 564 348 8 8 764 556 434
85 735 214 421 1 8 573 521 442
981 231 111 1 98 123 111
28. Para 35 994 ser divisível por 7 é preciso que −3 599+8 = −3 591;
para 3 591 ser divisível por 7 é preciso que −359 + 2 = −357;
para 357 ser divisível por 7 é preciso que −35+14 = −21. Como
21 é divisível por 7, então 35 994 também é. O outro número
não é divisível por 7.
29. Calcule 525 módulo cada um dos primos ímpares até achar resí-
duo 1. A resposta é 11.
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Estilo OBMEP
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Resíduo Inverso
1 1
2 7
3 9
4 10
5 8
6 11
7 2
8 5
9 3
10 4
11 6
12 12
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“cripto”
2009/6/30
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Estilo OBMEP
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206
Resíduo Inverso
1 1
2 8
3 ?
4 4
5 ?
6 ?
7 13
8 2
9 ?
10 ?
11 11
12 ?
13 7
14 14
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“cripto”
2009/6/30
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Estilo OBMEP
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207
Resíduo Inverso
2 3
3 2
4 3
Resíduo Inverso
3 5
5 3
6 5
9 5
10 3
12 5
a = m · q0 + r0 .
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2009/6/30
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Estilo OBMEP
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a = (x1 · a + y1 · n) · q 0 + r0 ,
que equivale a
r0 = (−x1 ) · a + (1 − y1 · q 0 ) · n.
3 · (2 · k) − (6 · k − 2) = 2,
38. 2 913.
39. 33.
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209
41. 1065 deixa resto 5 na divisão por 7 e 378 deixa resto 1 na divisão
por 7.
45 231
43. Os restos na divisão por 31 são 1 quando o dividendo é 214
498 766 543 335 231 9 876
e 215 e 2 quando o dividendo é 643 .
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47. Os únicos resíduos que têm ordem módulo 12 são 1, que tem
ordem 1 e 5, 7 e 11, que têm ordem 2 cada um.
98 745 = 2 351 · 42 + 3.
Logo,
398 745 ≡ (342 )2 351 · 33 ≡ 27 (mod 43).
52. O resto é 1.
53. O resto é p − 1.
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60. p = 13.
5 11 17 23 29 41 47 53 59 71
83 89 101 107 113 131 137 149 167 173
179 191 197 227 233 239 251 257 263 269
281 293 311 317 347 353 359 383 389 401
419 431 443 449 461 467 479 491
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Desafios
1. três.
my ≡ b − a (mod n).
Em outras palavras,
my − nk = b − a.
(m0 y − n0 k)d = b − a.
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m0 y − n0 k = c,
6. p = 3.
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7. Temos que
m = (p − 1)(q − 1) = pq − (p + q) + 1 = n − (p + q) + 1.
Logo,
(p + q) = n − m + 1.
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9···9
R(n) = (10n − 1)/9 = = 1 · · · 1.
9
10kr − 1
= 10k(r−1) + 10k(r−2) + · · · + 10k + 1.
10k − 1
R(6)
= 91 = 7 · 13.
3 · 11 · 37
Logo,
R(6) = 3 · 7 · 11 · 13 · 37.
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Referências Bibliográficas
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