Lenda Do Rei Artur
Lenda Do Rei Artur
Lenda Do Rei Artur
A lenda do Rei Artur associa o imaginá rio celta e cristã o numa série de episó dios místicos, má gicos e
fantá sticos sobre a vida do rei bretã o Artur e dos Cavaleiros da Tá vola Redonda na sua Demanda do Graal. Rei
de uma Bretanha de origem celta recentemente saída de um Império Romano, Artur tem o destino messiâ nico
de reunificar a naçã o e restituir a paz, destruindo os inimigos e derrotando os Bá rbaros saxõ es. A concepçã o e
o nascimento de Artur sã o profetizados pelo mago e feiticeiro druida Merlim, que é o seu conselheiro no início
do seu reinado e o fundador da Demanda do Graal. Merlim é o responsá vel pelo feitiço que permitiu a Uther
Pendragon engravidar Igraine, mulher do Duque de Tintagel, na Cornualha, vindo mais tarde a casar com ela,
apó s a morte do duque. Desta uniã o nasce Artur, que é entregue a Merlim, como recompensa da sua ajuda,
para ser educado. Merlim inventa o teste que provará o direito real de Artur ao trono, ao obter da Dama do
Lago a espada "Excalibur" que crava numa pedra e que Artur irá retirar. Ainda muito novo, Artur sucede a seu
pai e é já um chefe corajoso, repelindo os Saxõ es e derrotando os Pictos, os Escoceses e os Irlandeses. Durante
o período de paz que se segue, Artur casa com Guinevere, filha de Leodegan e proprietá rio da Tá vola Redonda
construída pelo mago druida Merlim e trazida em dote para a posse de Artur. A Tá vola teria sido construída
em substituiçã o da mesa utilizada por José de Arimateia para colocar o Santo Graal, o cálice da Ú ltima Ceia.
O Rei Artur funda a sua ordem dos Cavaleiros da Tá vola Redonda à qual acorrem cavaleiros de todas
as partes, dando início a uma geraçã o de nível incompará vel de riqueza e cultura. Dos 150 cavaleiros, 100
foram trazidos pelo Rei Laudegraunce, 28 escolhidos por Merlim, Gawain e Tor escolhidos por Artur e 20
lugares a distribuir por candidatos que provassem estar à altura das muitas aventuras na Demanda do Santo
Graal. Entre os cavaleiros foram famosos Mordred, Kay, Gawain, Galaad e Lancelote, também famoso pelos
seus amores com Guinevere, revelados por Mordred, pretendente ao trono e à rainha, forçando Artur a
condenar Guinevere à morte por traiçã o, da qual escapou com a ajuda de Lancelote.
Artur deixa a sua corte de Camelote para empreender a conquista da Gá lia, confiando a regência do
seu reino ao sobrinho e cavaleiro Mordred, que se revolta e quer usurpar o trono. Artur volta para recuperar o
poder e, embora vitorioso, é mortalmente ferido na batalha final, tendo sido levado para a Ilha de Avalon,
onde é curado pela fada Morgan, filha de Igraine e do Duque da Cornualha, portanto meia-irmã de Artur.
Segundo a lenda, Artur ficaria vivo em Avalon, a Ilha do Além, à espera de poder regressar um dia. Guinevere,
que depois de salva da morte por Lancelote volta para Artur, apó s a batalha final recolhe ao Convento de
Amesbury, onde Lancelote a visita. Guinevere despede-se do seu amado Lancelote e escolhe a solidã o como
penitência do seu pecado de ter levado à ruína uma famosa dinastia de cavaleiros.
A maravilhosa histó ria do Rei Artur e dos cavaleiros que atingiu o foro de lenda e mito poderá ter
origem na realidade. Os Anais da Pá scoa, que faziam parte das Tabelas da Pá scoa existentes nas antigas
abadias, incluídos na Historical Miscellanny do Museu Britâ nico, contêm notas de uma época entre 499 e 518
que mencionam uma batalha de Badon onde Artur carregou a cruz de Cristo e os bretõ es foram vitoriosos.
Num segundo registo de 539, fala-se da batalha de Camlann, onde Artur e Mordred morreram. Da mesma
Historical Miscellanny faz parte a colecçã o Historia Brittonum (Histó ria dos Bretõ es) do monge galês Nénio
(século VIII) em que o nome de Artur aparece nã o como rei, mas como comandante do Exército dos Bretõ es
que lutou em doze batalhas em locais identificados, culminando na vitó ria definitiva no Monte Badon. Por
outro lado, o monge Gildas do século VI menciona a batalha de Badon, apesar de nã o mencionar Artur. Da
memó ria destes registos terá nascido a lenda de Artur, que foi iniciada por Godofredo de Manmouth em
meados do século XII (1136-38) na sua obra Historia Regum Britanniae e continuada por outros autores como
Chrétien de Troyes, que introduziu o reino de Camelote, onde Artur teria tido a sua corte, o personagem de
Lancelote e a Demanda do Santo Graal. Camelote poderá nem sequer ter existido ou ter-se situado em
Colchester ou Cadbury, entre outros locais. A lenda de Artur, na versã o tal como a conhecemos hoje, foi
imortalizada através do romance Morte D'Arthur, de Sir Thomas Malory, cavaleiro de Iorque, na segunda
metade do século XV, que tem origem na recolha de traduçã o e adaptaçã o de diversas fontes, entre as quais a
mais importante foi o Ciclo Popular Francês ou Ciclo Bretão.