H. Norman Wright - Perguntas Que As Mulheres Fazem Na Intimidade 1
H. Norman Wright - Perguntas Que As Mulheres Fazem Na Intimidade 1
H. Norman Wright - Perguntas Que As Mulheres Fazem Na Intimidade 1
mulheres fazem na
intimidade 1
H. Norman Wright
Editora Bompastor
Digitalizado por Ziquinha
www.semeadores.net
Introdução..............................................................................................................4
Questões de Saúde..................................................................................................8
Tensão Pré-menstrual (TPM)...................................................................................8
Aborto....................................................................................................................11
Esterilidade............................................................................................................14
Câncer....................................................................................................................17
Ataques de ansiedades............................................................................................19
Comportamento Compulsivo-Obsessivo................................................................22
Pornografia.............................................................................................................25
Masturbação...........................................................................................................27
Tensão...................................................................................................................30
Causa da tensão......................................................................................................31
A tensão de Trabalhar e cuidar da família..............................................................39
Esgotamento...........................................................................................................41
Preocupação...........................................................................................................44
Depressão..............................................................................................................47
O que é a depressão................................................................................................47
Razões para a depressão nas mulheres...................................................................54
Fatores espirituais a considerar..............................................................................63
Introdução
Questões de Saúde
R.
. A tensão pré-menstrual é real! As muitas esposas e maridos
que me contaram suas histórias e os livros que li sobre TPM
me convenceram! Infelizmente, nem todos os médicos estão
convencidos de que a TPM é real, por isso é importante encontrar um
médico que creia na sua realidade e compreenda que ajuda pode fornecer.
Aproximadamente 90% das mulheres experimentam algum sintoma de TPM
durante os 7 a 14 dias que antecedem a menstruação. E ela varia em
intensidade e severidade. Os sintomas podem incluir os seguintes:
• Dores de cabeça
• Ansiedade e nervosismo
• Fadiga/letargia
• Depressão e/ou acessos de choro
• Variação no humor (alternando entre altos e baixos)
• Dor nas costas e/ou dor pélvica
• Retenção de líquidos e inchaço
• Desejo inusitado por alguns alimentos (tipicamente doces bolo e
chocolate)
• Ondas de calor
• Barriga distendida com ou sem enjôo de estômago
• Irritabilidade
• Seios ingurgitados e doloridos
• Mudanças na temperatura
• Enxaquecas
• Menor impulso sexual
• Aumento nos acidentes e erros
• Acne, manchas na pele
• Crises de reações alérgicas
• Suores
• Inchaço das pernas
• Mudanças no ritmo da evacuação
• Acessos de agressão
• Sede
• Perda de concentração
Os detonadores desses sintomas são encontrados dentro do corpo. Não
é anormal experimentar TPM. Ela é uma indicação de que os hormônios em
seu corpo estão funcionando da maneira como devem funcionar. E há
tratamentos para ela, que podem incluir exercício regular, dieta,
medicamentos não-hormonais bem como terapia hormonal.
Como não sou mulher nem especialista nesta área, minha resposta será
breve. Se você tem problemas com a TPM, leia a respeito, encontre um
médico que entenda do assunto e instrua os membros de sua família. Se
necessário, leve seu marido com você quando conversar com seu médico.
Conte-lhe que há ajuda a que pode recorrer e que será para vantagem dele
cooperar com você em qualquer de seus esforços de encontrar a ajuda que
ambos estão procurando. Tenho conversado com muitos homens sobre a
realidade da TPM em suas esposas, e descobri que eles estavam dispostos a
aprender mais sobre o assunto e simpatizar-se mais com o problema.
Aborto
P.
Como posso viver com as
lembranças do trauma na minha
vida causado por meu aborto?
Como posso resolver a culpa e a
vergonha que sinto? Como posso perdoar a
mim mesma por isto? Sei que tenho de fazer
isso, mas não consigo. Deus pode me perdoar
pelo aborto?
R.
Milhões de mulheres estão sofrendo com a lembrança
e o resíduo de um aborto. Não é fácil admitir e
conversar sobre isso porque muitas pessoas são prontas
a condenar. Um número grande demais de mulheres
suporta em silêncio sua culpa e dor.
O aborto é uma das grandes perdas da vida e, contudo, uma das perdas
mais singulares que podem ser experimentadas. Você não tem nenhuma
evidência externa de que seu bebê existiu. Você não teve nenhum bebê para
segurar e de quem se despedir. Seu bebê viveu no seu coração e mente. E na
maioria dos casos não houve um ritual como o de um enterro. Mesmo nos
casos em que o aborto é legal, ele é socialmente inaceitável. Assim, quem há
para lhe dar permissão para se entristecer? Mais culpa é experimentada com
relação ao aborto do que com quase qualquer outra ação.
O que você experimentou após o aborto? Rejeição? Desaprovação?
Raiva? Humilhação?
Condenação? Alívio? Isolamento? Quem a ajudou a se recuperar?
Com quem pôde conversar? Eis aqui algumas sugestões que espero a
ajudarão nesta época de sua vida:
Procure Ajuda
1. Procure um grupo de apoio, mesmo que o aborto tenha
ocorrido há anos.
2. Lamente a perda e dê a si mesma bastante tempo para lamentá-
la. Encontre alguém que a ajude a lamentar.
3. Ajuda dar nome ao seu bebê, se você ainda não o fez. Dar um
nome e visualizar a aparência que seu bebê teria o tornará real
para você e fará com que seja mais fácil sentir a tristeza de sua
perda.
4. Use o dom da sua mente e imagine seu bebê nos braços de
Jesus.
Como diz o Dr. Jack Hayford em seu livro, I'll Hold You in Heaven
(Eu Te Carregarei no Céu), seu filho está vivo no céu, e você, como crente
em Cristo, se reunirá a ele um dia (ver 2 Sm 12.19-23). E também não
haverá ressentimento ou raiva em sua reunião — apenas alegria.
Não há dor ou tristeza no céu. Deus a vê como se este ato nunca
tivesse ocorrido. Ele já perdoou você. Peça-lhe que a ajude a entender e
sentir o perdão. Comece reagindo para consigo mesma como se fosse uma
pessoa perdoada. Confie na verdade da Escritura:
Se confessarmos [voluntariamente] os nossos pecados, ele é fiel e
justo [fiel para com sua própria natureza e promessas] para nos perdoar os
pecados [desconsiderar a nossa iniqüidade] e nos purificar [continuamente]
de toda injustiça [tudo que não estiver de conformidade com sua vontade em
propósito, pensamento e ação] (1 Jo 1.9, texto ampliado).
Vinde, então, e argüi-me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados
sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que
sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã (Is 1.18).
Porque serei misericordioso para com as suas iniqüidades, e de seus
pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais (Hb 8.12).
5. Talvez o próximo passo seja difícil, mas é vital. Perdoe aqueles a
quem você culpa por terem estado envolvidos no aborto.
6. Conscientize-se de que, devido a todos os debates em torno dessa
questão, você talvez enfrente vez após vez alguns dos seus sentimentos.
Quando o fizer, comece a dar estes passos de novo.1
7. Entregue a Deus suas lembranças e peça-lhe que as cure.
8. Evite ser promíscua para provar que não presta. Não engravide de
propósito apenas para compensar o aborto. Seu bebê não pode ser
substituído.
9. Conscientize-se de que algumas pessoas que ouvirem falar do seu
aborto a criticarão. Mas quando falar a respeito faça-o sem agir como mártir
ou uma pessoa condenada. Ao compartilhar, conclua com a declaração: "Mas
graças a Deus, sou uma pessoa perdoada e por sua graça posso
tocar minha vida em frente."
1
KUENNING, Delores. Helping People Through Grief. Minneapolis, MN, Bethany House Publishers,
1987. p. 129-33.
Esterilidade
P.
Como posso conviver com minha
esterilidade? Não me sinto completa
como mulher por não poder ter
filhos.
R.
A maioria das mulheres tem um sonho para suas vidas
e o acariciam desde a infância. Elas o alimentam e
esperam que ele se realize algum dia. Para muitas
mulheres, é um dos pontos transicionais para o
estabelecimento da identidade — ter um filho.
Não poder ter filhos é uma perda que não é realmente tangível nem
visível e pode facilmente ser ignorado. É o anelo por algo que nunca
ocorrerá. Talvez o sentimento seja melhor expresso por Raquel em Gênesis
30.1: "Dá-me filhos, senão morro." Esta perda é uma questão que pode
existir por 15 a 20 anos na vida da mulher. Se você não pode ter filhos,
conhece os sentimentos. Se pode, seja muito sensível e dê todo o apoio
àquelas que não podem.
P.
Estou lutando com sério problema
médico. Estou com câncer. Como posso
enfrentar isso?
R.
. Quando qualquer um de nós enfrenta uma doença
séria, avaliamos nossos valores. Nossas prioridades e
uso do tempo podem passar por uma mudança de
ênfase. Deparamo-nos com a realidade de nossa
mortalidade e sentimo-nos como se estivéssemos vivendo em tempo
emprestado. Todos nós estamos. Esse é um fato da vida.
3
KUENNING, op. cit., p. 204-6, Adaptado.
Ataques de ansiedades
P.
Como posso lidar com os ataques
de ansiedade e pânico que estou
tendo? Será que sofrer uma
desordem de ansiedade indica
que sou má?
R.
. A pessoa não é má porque tem um problema de
ansiedade ou qualquer outro problema. A ansiedade é
experimentada freqüentemente por pessoas na
sociedade de hoje com seus fatores de tensão e pressão.
Mas algumas a experimentam mais do que outras, e para algumas ela pode
ser uma experiência sufocante. Você faz parte dos 20 a 30 milhões de
pessoas em nosso país que têm um problema de ansiedade. Este é o proble-
ma número um de saúde mental para as mulheres, e o segundo para os
homens.
A ansiedade pode vir de muitas formas. Pode ser uma inquietação
súbita e inexplicável que dura algumas horas ou pode ser um estado
constante. Pode ser medo que faz a pessoa evitar situações específicas ou
uma preocupação intensa. Essas reações ainda se encaixam na gama da
normalidade, mas se transformam em "desordens de ansiedade" quando se
tornam intensas, ou permanecem por meses, interferindo no funcionamento
normal da vida. Elas podem incluir:
• Agorafobia: medo de estar em espaços abertos, com ataques de
pânico, ou estar num lugar de onde seria difícil escapar;
• Fobias sociais: medo de passar vergonha;
• Fobias simples: medo de objetos ou situações específicas;
• Desordem de ansiedade generalizada: preocupação persistente que
continua por pelo menos seis meses;
• Desordem obsessiva-compulsiva: idéias, pensamentos,
imagens ou impulsos recorrentes mas irracionais (obsessões) e
os comportamentos (compulsões) que pretendem aliviar a
ansiedade produzida pelas obsessões.4
Os ataques de ansiedade acontecem devido a uma sobrecarga
emocional. Se você sofre de ansiedade, é bem possível que seja porque você
não reconhece ou enfrenta seus próprios sentimentos. Talvez tenha
aprendido a negar, esconder ou disfarçar seus sentimentos; mas negá-los dá
a eles um poder e controle incríveis sobre você. Por que isto acontece com
algumas pessoas e não com outras? A causa varia desde um pai ou mãe que
lhe tenha dado exemplo de desordem de ansiedade, ao seu temperamento
específico, experiências da infância, e crenças mal desenvolvidas, erradas,
que criam medo de fracasso, rejeição e castigo.
Passos Para Melhorar
O que você pode fazer? Uma resposta conclusiva é aprender maneiras
saudáveis de expressar as emoções. Para os problemas e desordens de
ansiedade, encorajo vigorosamente o aconselhamento individual bem como
um grupo de recuperação. Você pode dar dois passos para facilitar isso.
4
RANDAU, Karen. Anxiety Attacks. Houston, TX, Rapha Publishing, 1991. p. 4.
1. Sempre que ocorrer um ataque, ligue para uma amiga que
esteja sabendo do problema e que possa ajudá-la. Instrua essa
pessoa para que ela saiba exatamente o que você está sentindo e
do que precisa.
2. Planeje com antecedência para saber o que fazer quando um
ataque chegar. Em geral, a ansiedade dificulta o processo de
pensar. Você sabe o que fará na próxima vez que um ataque
vier? Desenvolva um plano para seguir quando o ataque
ocorrer. Isso pode incluir praticar técnicas de relaxamento,
ligar para uma amiga, ouvir uma fita com músicas ou
mensagens, ler passagens bíblicas pré-selecionadas, ouvir fitas
de louvor, fazer uma lista das suas cinco bênçãos mais
recentes e assim por diante. Acrescente a essa lista as coisas
que a ajudaram no passado.
Comportamento Compulsivo-
Obsessivo
P.
Como posso vencer o
comportamento obsessivo-
compulsivo? Isto inclui exceder-me
na comida, na bebida, nas compras
e envolver-me em relacionamentos viciosos.
R.
Todos nós somos capazes de pensamento obsessivo.
Muitas pessoas têm um pensamento problemático que
persiste em lhes passar pela mente. Mas se você tem
uma desordem obsessiva, suas obsessões são mais
severas, persistentes e resistentes. Essas precisam da ajuda de um
profissional para serem vencidas. Não sei cm que nível seu comportamento
obsessivo ou compulsivo se encontra; portanto, talvez a melhor maneira de
responder à sua pergunta seja com algumas informações básicas que podem
ajudá-la a decidir qual o próximo passo que deve dar.
Características Obsessivas
Comecemos com as obsessões. Suas tendências obsessivas têm
algumas das seguintes características?
• Envolvem pensamentos repetitivos, incontroláveis.
• Os pensamentos obsessivos não têm sentido ou não são
oportunos.
• A obsessão não traz prazer algum.
• A obsessão sempre produz uma perda de energia e um senso
de ambivalência.
• As obsessões severas destroem o funcionamento mental
saudável.
• Elas envolvem a negação de uma ansiedade subjacente, mas
não os pensamentos em si.5
Características Compulsivas
As compulsões, por sua vez, têm outras características e podem
apresentar um problema insignificante ou criar grande desconforto. Você se
relaciona com algum destes sintomas compulsivos?
• São repetitivos, importunos e estranhos.
• São impulsos sem significado, essencialmente sem conexão com ou
desproporcionais ao senso de alívio que trazem.
• São muitas vezes triviais ou ritualísticos.
• As ações são executadas contra a vontade da pessoa.
• O comportamento pode ser tolo ou apavorante, ou em algum lugar
entre esses dois extremos.
• Como as obsessões, elas não dão prazer
algum. Sua função essencial é a de fornecer o alívio de uma
ansiedade subjacente.6
Características de Vício
5
HART, Archibald. Healing Life's Hidden Addictions. Ann Arbor, MI, Servant Publications, 1990. p.
76.
6
Id., ib., p. 78.
Há uma diferença entre obsessões, compulsões e vícios. Se você tem
um vício, tem uma necessidade ou desejo controlador por aquela substância,
objeto, ação ou comportamento porque recebe uma reação agradável, ou
estimulante, ou relaxante. Mas você nega que ela a esteja controlando. Ao
contrário dos vícios, as compulsões e as obsessões resultam em dor, e a
pessoa não nega que é incapaz de controlar o problema. Às vezes, as
desordens obsessivas e compulsivas podem levar a vícios.
Existem diversos tipos de vícios; alguns são aprendidos e alguns
derivam de deficiências. O vício serve ao propósito de remover você dos
seus verdadeiros sentimentos. É uma fuga. Você tem algum comportamento
que se encaixa nesta classificação?
Tenho visto pessoas viciadas em comida, sexo, compras, tensão,
trabalho, ajuda aos outros, culto religioso, êxtase religioso, amor, romance,
adrenalina, álcool e drogas. Todas as possibilidades estão aí. Não tente
enfrentar sozinha estas dificuldades. Procure a ajuda de um terapeuta
treinado profissionalmente e registrado; a maioria das pessoas que ajudam
os outros nas igrejas não é treinada para lidar com esses problemas.
Pornografia
P.
É certo assistir ou olhar material
pornográfico com o propósito de ser
estimulada?
R.
A pornografia é uma das piores doenças que temos no
mundo. Ela degrada as pessoas e enfatiza
demasiadamente o sexo em lugar da intimidade e
coloca o sexo como um fim em si mesmo, barateando a
experiência e deixando de fora o aspecto do amor. As pessoas que aparecem
em filmes e fotos pornográficos são em geral as exceções, fisicamente
falando, e os fotógrafos usam diversas técnicas de retoque para obter
aparência enganosa. Os participantes não são a regra, e, contudo nós às
vezes os usamos como base de comparação para os outros.
O material pornográfico é muitas vezes violento, e tanto homens
quanto mulheres que o usam em geral querem trazer o que viram para seu
casamento ou outro relacionamento. Pesquisas feitas entre homens que
assistiam regularmente a pornografia pesada identificaram quatro fases nas
reações dos homens a esse estímulo.
Primeira, ela leva a um vício. As primeiras fases de excitação
levam a envolvimento repetido e deliberado com o material
pornográfico a fim de obter excitação sexual. Depois há uma fase
de escalada na qual o homem deseja material mais grosseiro e
excitante sexualmente a fim de atingir o nível anterior de excitação
sexual. A próxima fase é a insensibilização, na qual a pornografia
fica entediante. O homem não é repelido pelo que vê e não sente
compaixão pelas pessoas envolvidas. A fase final é a propensão
para colocar em ação o que viu. O que ele viu torna-se, na
realidade, parte de seu repertório de comportamento sexual.7
A pornografia é especialmente degradante para as mulheres e as
coloca em posição de serem vitimizadas. Não há lugar para ela na vida de
ninguém. Tenho visto os resultados negativos da pornografia em muitos
relacionamentos. Há programas que podem ajudar os viciados em sexo.
Considere a questão da pornografia à luz desta passagem das
Escrituras tirada de Filipenses:
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há
algum louvor, nisso pensai (Fp 4.8).
7
7. KLINF, Victor, citado por Jerry Kirk em A Winnabk War. Colorado Springs, CO, Focus on the
Family Publishing, 1987. p. 9.
Masturbação
P.
A masturbação é pecado? Se é, como
faço para lidar com os impulsos e
sentimentos sexuais?
R.
A masturbação é pecado? Esta é uma das perguntas
mais freqüentemente feitas tanto por jovens quanto por
adultos. A maior parte das pessoas se masturbou até
chegar ao orgasmo alguma vez na vida. É um estímulo
comum e normal e, contudo, é igualmente normal as pessoas não se
masturbarem.
A Escritura é completamente silenciosa sobre este assunto. Se as
pessoas tentarem mostrar-lhe que a Palavra de Deus fala alguma coisa sobre
a masturbação, estão usando as Escrituras em benefício próprio. O problema
não é tanto o ato da masturbação em si. Não é auto-abuso. Mas se alguém se
dedica a ele excessivamente, diversas vezes por dia, essa obsessão é indicativa
de alguma outra dificuldade emocional. Algumas pessoas usam a masturbação
para lidar com seus sentimentos de solidão ou sua incapacidade de
desenvolver amizades e relacionamentos significativos. Em vez de enfrentar
o problema, elas dependem de suas fantasias.
Se o ato de masturbação é lascivo ou não depende do que está
passando pela mente da pessoa. Alguns não pensam em outra pessoa en-
quanto estão se auto-estimulando. Outros dizem que pensam em seus
cônjuges. Ainda outros se entregam à lascívia e usam fotos ou material
pornográfico que pode levar ao vício. Uma vida sexual fantasiosa rica pode
dificultar as coisas para o cônjuge, já que fica difícil competir com a fantasia
que está na mente da outra pessoa. Poucos podem se comparar com o
irrealismo evocado pelos pensamentos de alguém.
Considere o que Joyce e Cliff Penner dizem a respeito:
Se nossa auto-estimulação como adultos tira algo do nosso
cônjuge, o comportamento não é amoroso. Por outro lado, se um
dos cônjuges deseja grande quantidade de atividade sexual e o
outro se interessa com menos freqüência, o casal talvez decida que
a masturbação seja o ato mais amoroso que a pessoa mais in-
teressada pode fazer a fim de não pressionar o cônjuge. Pode haver
períodos nos quais talvez seja necessária a abstinência das relações
sexuais. Nessas ocasiões, talvez seja mais amoroso e ajustador
desfrutar o alívio sexual que o auto-estímulo ou o estímulo mútuo
traz. Algumas dessas ocasiões podem ser durante períodos extensos
de separação por viagem ou enfermidade. Quando há extrema
pressão externa para um indivíduo, social ou profissionalmente,
essa pessoa pode preferir que a outra cuide de suas próprias
necessidades sexuais. Ou pode haver horas nas quais um parceiro
precise ficar livre das pressões do sexo por razões emocionais.
Assim, conquanto seja possível o auto-estímulo ser um ato
desamoroso, há também a possibilidade de que usá-lo para aliviar a
pressão seja o ato mais amoroso, não apenas para o que se auto-
estimula mas também para o cônjuge.8
8
PENNER, Cliff & Joyce. The Gift of Sex. Dallas, TX, WORD Inc., 1981. p. 234.
Para propósitos de alívio, não há nenhuma razão pela qual tanto os
solteiros quanto os casados não devam recorrer à masturbação.
Capitulo 2
Tensão
O potencial de tensão está em toda a nossa volta. Mas como ele está
realmente afetando você? E o que está criando esse senso de tensão e
pressão que você experimenta? O que causa tensão em você pode não fazer
o mesmo a outra pessoa. Para alguns, tensão é a preocupação com eventos
futuros que não podem ser evitados ou preocupação sobre eventos depois
que eles ocorreram. E, ainda para outros, é simplesmente o desgaste da vida
cotidiana. Talvez você esteja se sentindo como um pedaço de pedra que
venha levando marteladas há tanto tempo que está começando a
desmoronar.
Qualquer experiência que desperte seu sistema de adrenalina e
mantenha seu corpo nesse estado durante algum tempo está criando tensão.
Causa da tensão
9
WITKIN, Georgia. The Female Stress Syndrome (New York: Newmarket Press, 1991), pp. 16, 17.
difícil, mas pode também ser a forma mais conveniente de reduzir tensão,
nervosismo e ansiedade.
10
OGILVIE, Lloyd. God's Best fot Today (Eugene, OR: Harvest houve, 1981), February 3 devotion.
Avalie tudo o que você faz organizando uma lista de todas as várias
atividades nas quais está envolvida. Depois coloque cada item na coluna
apropriada desta tabela:
11
WITKIN, The Female Stress Syndrome, pp. 290-307, adaptado.
beleza e necessidades nutricionais sentiam-se mais em controle de suas vidas
e isso requeria apenas 21 minutos a mais por dia.12
Descobri outras maneiras de lidar com a tensão que me têm ajudado.
Primeiro, diminuo propositadamente a marcha e entro num ritmo mais lento
quando me sinto apressado e sufocado. Isso me dá a sensação de assumir de
novo o controle e coloca tudo na perspectiva apropriada.
Segundo, quando estou numa situação frustrante, como a de não
conseguir fazer tudo o que tenho de fazer até certa hora, estar ine-
vitavelmente atrasado e ficar preso no trânsito, dou permissão a mim mesmo
para não fazer tudo o que iria fazer, chegar atrasado ou ficar preso. Se você
está presa no trânsito, pode dizer: "Está certo, não é o que eu queria, mas
posso lidar com isto. Tudo bem. Dou permissão a mim mesma para chegar
atrasada ou ficar presa. Não é o fim do mundo. Usarei este tempo para orar."
Funciona!
Terceiro, concentre-se na Palavra de Deus. Tenha estes versículos à
sua disposição em cartões que você leva consigo: Salmos 4.8; 27.1; 37.1-9;
Isaías 41.10,13; Filipenses 4.6-9; Hebreus 13.6; Tiago 1.2, 3 e 1 Pedro 5.7.
12
Ibid., p. 125, adaptado.
A tensão de Trabalhar e cuidar da
família
R.
Considere estas sugestões de uma autoridade em administração de tensão, a
Dra. Georgia Witkin:
É bom ter maior quantidade do vestuário básico para lavar
roupa menos vezes e diminuir as idas à lavanderia. Tanto quanto
possível, contrate ajuda na medida das suas posses. Você não pode
fazer tudo sozinha. Marque para cada dia uma fuga, mesmo que
seja ler um romance no banheiro por quinze minutos enquanto seu
marido vigia as crianças. Encontre algum tempo só para si. As
crianças podem aprender a não perturbá-la. Encontre algum tipo de
distração de que você goste. Diversas pessoas que conheço usam o
horário do almoço para isso. Aprenda a depender da rotina e das
listas. Um horário regular ajuda a economizar tempo e energia.13
Se você for casada, um dos passos mais importantes que deve dar é o
de recrutar a ajuda do seu cônjuge. Muitas vezes a esposa carrega o
fardo duplo do trabalho da casa e da carreira enquanto o marido tem apenas
a carreira. Cada pessoa precisa contribuir para a distribuição equitativa do
13
Ibid., pp. 142, 4, adaptado
fardo, mas você terá de ser flexível sobre quem faz o quê. É bom se vocês
dois se tornarem aptos a fazer todas as tarefas a fim de poderem trocá-las
com facilidade. Esta não é a hora de antigos e rígidos papéis masculinos e
femininos ditarem quem faz o quê.
Se você é mãe descasada, sugira que os homens de sua igreja ou grupo
de solteiros se ofereçam para vigiar as crianças um sábado por mês para
você ter pelo menos um dia que possa contar como seu.
Esgotamento
R.
Esta pergunta imediatamente faz pensar na palavra
"esgotamento". É uma condição que pode atacar
qualquer um de nós. Básica mente significa que nos
desgastamos pelo esforço excessivo de atingir algumas
expectativas irrealistas impostas sobre nós por nós mesmos ou pelos valores
da sociedade.
A pessoa que está experimentando esgotamento é "alguém num estado
de fadiga ou frustração ocasionado por devoção a uma causa, modo de vida
ou um relacionamento que deixou de produzir a recompensa esperada".
Algumas pessoas que estão esgotadas ficam com raiva das famílias,
dos amigos e dos patrões. Esta é uma raiva que está ardendo logo abaixo da
superfície, pronta para ferver e transbordar à menor provocação.
Outra reação da pessoa esgotada é a impressão de que nada mais lhe
resta. E como se estivesse fugindo da própria vida. Ela desiste de tudo,
alegando que nada pode ser feito e que a bagunça toda não tem jeito mesmo.
Por não fazer nada, ela prejudica os outros. Sua energia, integridade, amor,
cuidado e desejo se foram. Esgotamento é quando você está com o tanque
vazio.
Uma das causas principais do esgotamento é a falsa expectativa.
Expectativas irrealistas
Sobre a vida, pessoas ou uma ocupação podem levar ao esgotamento.
Algumas mulheres focalizam o alvo que desejam atingir, sem levar em
consideração a luta envolvida no processo de chegar lá.
Outra faceta das expectativas irrealistas é a crença de que "isso não
pode acontecer comigo". Outras pessoas desabam, mas eu não. Outras
pessoas fracassam, mas eu não. Outras pessoas se esgotam, mas eu não.
R.
Ao longo dos anos, tenho trabalhado com muitas
pessoas em aconselhamento e em classes que se
descrevem como preocupadas profissionais. Elas são
muito capazes em repassar o futuro mentalmente e
repetir a pergunta "E se...?" vez após vez.
Durante uma classe de escola dominical que eu lecionava sobre o
assunto da preocupação, pedi aos participantes que relatassem o resultado de
um experimento que eu havia sugerido na semana anterior para eliminar a
preocupação de suas vidas. Uma senhora disse que começou o experimento
na segunda-feira, e até a sexta sentiu que o padrão de preocupação que a
atormentara por anos estava finalmente quebrado.
O que causou essa melhora radical? Foi um método simples de aplicar
a Palavra de Deus à sua vida de forma nova. Tenho compartilhado esse
método com centenas de pessoas em meu gabinete de aconselhamento e
com milhares em classes e seminários. Talvez possa ajudar você.
Depressão
O que é a depressão
R.
Depressão — um termo comum no vocabulário da
mulher. Ouço-o constantemente. Ele pode descrever
muitas coisas. Quando aconselho uma mulher que diz
estar deprimida, geralmente pergunto o que ela quer
dizer com esse termo. A palavra "depressão" pode ter uma centena de
significados diferentes, e cada mulher pode ter uma leve variação na
maneira como experimenta esse problema. Mas, como é a depressão? Ao
trabalhar aconselhando alguém, faço com freqüência esta série de perguntas:
Você tem dificuldade em sair da cama de manhã? Se tem
responsabilidades para com outros membros da família, você os deixa se
virar sozinhos? Você está-se tornando indecisa e esquecida? Sua capacidade
de concentração sumiu? Você sente vontade de rir ultimamente? Os
alimentos perderam o sabor e o sexo deixou de atraí-la?
Você parece estar entrando numa concha, sem querer se incomodar
com família e amigos? Perdeu seu desejo de conversar no telefone ou ir a
reuniões sociais de que costumava gostar? Está começando a cortar todo
contato com as outras pessoas?
Você tem dificuldade em pegar no sono à noite? Costuma acordar no
meio da noite e ficar revirando até a madrugada, incomodada por
pensamentos negativos e sombrios? Você gostaria de dormir 16 horas por
dia ou tirar sonecas freqüentes? E mesmo que o faça, ainda se sente exausta?
Seus pensamentos são cheios de um senso de impotência? Você sente
que não existe saída para as suas circunstâncias? Você acha que ninguém se
importa com você, e você mesma não se importa especialmente consigo? Há
algum sentimento positivo que tenha a seu próprio respeito? Você acha que
há uma nuvem tempestuosa e escura pairando sobre sua cabeça, seguindo-a
aonde quer que vá?
Você notou algumas mudanças físicas? Tem diversas dores novas e
vagas? Você desconfia que tem alguma moléstia séria?
Isso é depressão.
Formas de Depressão
Depressão emocional. Este é provavelmente o sintoma mais comum no
nosso país hoje. Espera-se que um em cada oito de nós receberá ajuda para
depressão em algum momento de nossas vidas. Ninguém é imune. Ser
cristão também não faz você ficar imune. E isso pode acrescentar uma
profundidade maior ainda à sua depressão devido à crença errônea de que,
como crente, você não deve ficar deprimida!
Sua depressão tem um propósito, por mais estranho que pareça.
Depressão é um sinal de que algo em sua vida não está certo. É um sistema
de mensagem dizendo a você: "Ouça o que digo!" E está tentando fazê-la
chegar à causa. Em muitos casos, a depressão é uma reação saudável ao que
está acontecendo em sua vida.
E por favor, agarre-se a esta próxima afirmação: Ficar deprimida não é
pecado! Isso mesmo, não é pecado ficar deprimida. Por toda a Palavra de Deus,
vemos exemplos de pessoas que ficaram deprimidas, e a depressão estava
presente por um motivo. Ouça a narrativa de Jesus quando ele se dirigiu ao
jardim:
E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se muito. Então, lhes disse: A minha alma está
cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo (Mt 26.37,38).
A sensação de perda de Jesus foi expressa através de seus sentimentos.
Depressão espiritual. Algumas causas da depressão podem ter origem
em comportamento e pensamentos pecaminosos. Se seu comportamento
estiver em conflito com seu sistema cristão de valores, o resultado pode ser
culpa e depressão. Chamamos a isso de depressão espiritual. É vital
reconhecer e identificar a causa pecaminosa e tratar dela para que a
depressão tenha oportunidade de melhorar. E aqui que os recursos
restauradores de Jesus serão a sua solução. É importante lembrar que,
mesmo após confessar o pecado, se arrepender e aceitar o perdão de Cristo,
parte da depressão pode permanecer. Isso é normal, porque as mudanças
biológicas que ocorrem durante a depressão demoram para sarar.
Ignorar a depressão em vez de enfrentá-la e buscar ajuda, ou recusar-
se a seguir as diretrizes para vencer a depressão, tem sido considerado
pecaminoso por alguns. Em Tiago 4.17 lemos: "Portanto, aquele que sabe
que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando." Talvez o "bem" aqui
para alguns cristãos deprimidos seja o conhecimento de que podem fazer
algo para sair de sua depressão, E isso pode ter um efeito sobre a
recuperação da depressão. Negligenciar o corpo não dormindo, comendo ou
se exercitando o suficiente pode ser uma violação da manutenção do corpo,
que é templo do Espírito Santo.
Algumas pessoas usam a depressão egoisticamente a fim de suscitar
autopiedade e simpatia dos outros, e até mesmo de controlá-los. Isso
prolonga a moléstia e transforma a depressão em arma.
Não se concentre excessivamente no pecado quando você estiver
deprimida. A depressão pode ser conseqüência do pecado, mas a depressão
em si não é pecado. Existe uma tendência excessiva de envolver-se em
autocondenação quando você está deprimida, juntamente com uma
preocupação com quanto tudo é terrível e continuará sendo. As boas novas
são que, se houver pecado envolvido, há perdão e aceitação à sua
disposição. Esse é um enfoque saudável.
Você está experimentando uma reação normal, embora dolorosa, ao
que está acontecendo psicológica e fisicamente quando está deprimida. A
depressão é um grito interior avisando que negligenciamos alguma área de
nossa vida. Precisamos dar ouvidos à depressão, pois ela nos está dizendo
algo que precisamos saber. Responda e trate da sua causa.
A depressão tem elementos tanto espirituais quanto emocionais
quando sua escuridão gradualmente cobre sua vida com um véu. Sua alegria
e paz serão substituídas por infelicidade e descontentamento. Em vez de
estar cheia do Espírito Santo, há aridez. A fé e a esperança dão lugar à
dúvida e ao desespero. Você não se sente amada e perdoada. O que sente é
que é indigna, culpada e abandonada. Todos nós sentimos como se
tivéssemos sido deixados sozinhos a perambular através da escuridão em
isolamento. E duvidamos, duvidamos e duvidamos. Não temos nenhuma
garantia do cuidado amoroso de Deus e nos sentimos órfãos.
Se você já experimentou esses sintomas, não está sozinha. Lembre-se,
você não pode depender dos sentimentos bons, borbulhantes para confirmar
sua fé quando estiver deprimida. Quando não conseguir sentir a presença de
Deus, agarre-se com firmeza aos fatos que a Palavra de Deus nos dá. Ele está
aí, e não estamos sós. Se crermos que Deus não está presente porque não o
sentimos, não o buscaremos por um ato de fé para depender dele. Mas os
braços estendidos de Jesus Cristo estão sempre perto. Às vezes talvez
precisemos pedir a um amigo ou amiga que nos empreste sua fé para
podermos buscar e aceitar a ajuda de Deus.
14
HART, Archibald. Depression in the Ministry and Other Helping Professions. Dallas, TX, WORD
Inc., 1984. p. 26-8, adaptado.
Razões para a depressão nas
mulheres
P.
Estou deprimida e choro o tempo
todo. Como vencer minha
depressão? Como lidar com uma
vida sem significado?
R.
Nos Estados Unidos, as mulheres têm de duas a seis
vezes mais probabilidades de serem diagnosticadas
como deprimidas do que os homens. Às vezes, as
pessoas têm achado que esses números desiguais são
resultado de má interpretação das estatísticas, dos hormônios femininos ou
de as mulheres buscarem ajuda mais prontamente do que os homens. Mas a
maioria dos estudos de fato conclui que muito mais mulheres do que
homens entram em depressão.
Cerca de 70% de todos os antidepressivos são receitados para
mulheres. Mais mulheres estão em terapia por depressão hoje do que em
qualquer outra época. O alcoolismo, que costumava ser um problema
basicamente masculino, está aumentando entre as mulheres. E não importa
se a mulher trabalha fora ou é uma dona de casa isolada. Ambas estão
propensas à depressão e dela sofrem pelas mesmas razões.
Muitos motivos são dados para a alta incidência de depressão na
população feminina.
Primeiro, nossa cultura ocidental pressiona as mulheres a assumirem
um papel dependente, passivo. Muitas mulheres nunca foram encorajadas a
se tornarem auto-suficientes, e um elo liga a "impotência aprendida" com a
depressão. Isto ainda existe. Ademais, no passado, algumas mulheres
aprendiam que tinham de rebaixar suas aspirações pessoais e depender de
homens dominantes para seu bem-estar. Isso não fez muito pela auto-estima
saudável e, freqüentemente, contribuiu para a depressão.
Segundo, os casamentos de algumas mulheres contribuem para a
depressão. Alguns homens são insensíveis à disposição das esposas. Em vez
de ajudarem e apoiarem, os maridos em geral reagem com críticas, caçoadas
e pouca disposição para ouvir.
Terceiro, muitas mulheres ficam deprimi das porque trazem certas
questões não resolvidas para a vida adulta. Maggie Scarf, em seu excelente
livro Unfinished Business: Pressure Points in the Lives of Women (Negócios
Inacabados: Pontos de Pressão na Vida das Mulheres), diz que nenhuma
mulher chega à maturidade sem ter assumido um colosso de questões não
resolvidas. Estas incluem as seguintes:
1. Tarefas incompletas de crescimento. É importante trabalhar as fases de
crescimento da vida como adolescência, separação emocional dos pais, a década
dos 20 anos, a dos 30, e assim por diante. A mulher que foi prejudicada nessas
transições necessárias pode ficar presa nelas e deprimida.
2. Traumas não resolvidos. Algumas mulheres entram na idade adulta
com contas psicológicas que ficaram por pagar. Muitos casos de depressão
ocorrem porque elas foram vítimas de abuso ou incesto na infância. Raiva,
depressão e culpa são companheiros comuns desses traumas passados.
3. Negócios inacabados. Algumas mulheres têm evadido importantes
negócios do passado. Rancores ou ressentimentos não perdoados podem
produzir depressão. E em geral, quando a depressão ocorre, a mulher
procura causas superficiais, ignorando as raízes ocultas. Desequilíbrio
hormonal e hipoglicemia têm muitas vezes levado injustamente a culpa por
fontes mais profundas de depressão.15
Nossa sociedade tradicionalmente permite às mulheres admitir
fraquezas ou problemas e buscar ajuda, mas insiste que os homens
mantenham estabilidade e apresentem uma fachada corajosa.
A maioria das mulheres não foi encorajada a aprender a expressar sua
raiva quando pequena e isso se presta a grande quantidade de repressão, que
logo se transforma em depressão.
Outro fator que contribui para que as mulheres experimentem mais
depressão do que os homens é o fato de sua estrutura cerebral fazer com que
sejam mais sensíveis. As mulheres usam seu cérebro holisticamente, o que
traz claras vantagens. Elas são mais voltadas para pessoas, formam laços de
amor mais intensos, são as nutridoras, e aprendem mais "você deve fazer
isto" quando criança.
Outra causa importante de depressão é que as mulheres se tornam
mais ligadas aos outros do que os homens. Qualquer perda, especialmente
relacionai, pode precipitar a depressão.
Brenda Poinsett descreve isso muito bem em seu livro Understanding a
Woman's Depression (Entendendo a Depressão da Mulher):
15
SCARF, Maggie. Unfinished business: Pressure Points in the Lives of Women. Nova York, Double Day and
Co., 1980. p. 10-80, adaptado.
A mulher coloca muito de si mesma no relacionamento. Ela
se cimenta àqueles a quem ama. E muitas vezes, sem nem mesmo
perceber, sua identidade em si fica enrolada nos seus elos
amorosos. Quem ela é tem significado em termos de quem ela ama.
A depressão para a mulher, quando ocorre, acontece num tipo
de contexto mais do que em qualquer outro. Esse contexto é a
perda do elo amoroso ou relacionamento.
É em torno das perdas de amor que as nuvens de desespero
tendem a convergir, pairar e escurecer. Gente importante partindo
ou morrendo; a incapacidade de estabelecer outro elo significativo
com um parceiro-companheiro; ser forçada, por uma transição na-
tural da vida, a renunciar a importante elo amoroso; um casamento
que se desfaz, que ameaça se desfazer, ou simplesmente vai ficando
cada vez mais distante; o desmoronamento de um caso amoroso ou
o reconhecimento de que ele está azedando ou não vai levar a
nada...16
Os elos de amor da mulher são sua alegria, mas também sua tristeza.17
Diagnóstico Precoce
Talvez você se lembre da história do sapo e da água fervente. Se você
colocar um sapo numa panela de água fresca no fogão, ele começa a nadar
por ali. Está se divertindo. Se você liga o fogo sob a panela e gradualmente
aquece a água, o sapo não percebe a mudança na temperatura. Vai se
16
Usado com permissão de Brenda Poinsett, autora de Understanding a Woman's Depression, R.13, Box 445,
Bedford, IN 47421.
17
ld., ib„ p. 57
ajustando à água à medida que a temperatura muda. Com o tempo, a água
fica muito quente, depois ferve e finalmente o sapo fica cozido. Mas o calor
vem tão gradual e sutilmente que o sapo não percebe o que está acontecendo
até ser tarde demais.
A depressão também é assim: Em geral é difícil de detectar nas fases
iniciais. Talvez você experimente alguns dos sintomas mas não compreenda
o que são até se intensificarem. E quando você tiver entrado mais fundo na
depressão, fica bem mais difícil livrar-se de seus tentáculos. Note as três
fases da depressão descritas abaixo.
18
HART, op. cit., p. 68, Adaptado.
Precisamos de ajuda se não conseguirmos dormir, se estivermos
emagrecendo bastante, ou se estivermos experimentando desconforto físico
severo no qual nossa saúde pode ser afetada.
Precisamos de ajuda se tivermos tido episódios depressivos repetidas
vezes na vida.
Precisamos de ajuda quando a depressão estiver atrapalhando nosso
casamento, nossa família ou o nosso emprego.
Definitivamente precisamos de ajuda se a depressão durou mais de um
ano.
A mulher que se encaixar em alguma destas condições precisa pensar
em procurar ajuda fora para vencer a depressão. A depressão é uma doença
tratável. Conquanto não haja uma cura simples que funcione para todos, há
diversos tratamentos disponíveis. Se um método não a fizer sair da
depressão, é provável que outro faça. Qualquer mulher que sofra de
depressão precisa saber como obter ajuda e que tipo de ajuda existe.19
Procurar ajuda profissional não é sinal de fraqueza. Esse pode ser o
passo que a capacite a transformar sua depressão de uma experiência
prejudicial à sua vida em uma experiência de reconstrução.
19
POINSETT, op. cit., p. 131,2.
Fatores espirituais a considerar
R.
Consideremos o que nos acontece espiritualmente quando
ocorre a depressão. Há algum sintoma ou tendência
previsíveis? Em geral, ocorrem dois extremos.
O mais comum é o de a pessoa se afastar de Deus. Você tenderá a não
orar ou ler as Escrituras como fazia antes. Por quê? Possivelmente porque
acha que Deus a rejeitou ou abandonou. Como a culpa faz parte da depressão,
você talvez esteja propensa a achar que Deus a está castigando rejeitando-a,
e isso provoca o afastamento espiritual. Mas Deus entende o que você está
passando. Ele não a está rejeitando nem castigando. Separar-se de Deus
apenas serve para reforçar sua depressão.
O exato oposto também pode ocorrer. A depressão pode levá-la a
envolver-se excessivamente com coisas espirituais, o que poderia ser uma
compensação para os sentimentos de culpa. Horas são passadas todos os
dias em oração e na leitura da Bíblia, mas isso não melhora a depressão.
Essa atividade intensa pode na realidade limitar a melhora da depressão, pois
você negligencia outras áreas da sua vida que precisam de atenção.
Orientação Bíblica
Você consegue imaginar sua vida sendo melhor após a depressão do
que antes? Talvez não, mas muita gente experimentou justamente isso.
Lembra-se da passagem do último capítulo de Jó? "E, assim, abençoou o
Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro" (Jó 42.12). Através
de sua depressão, você pode desenvolver uma nova perspectiva sobre a vida,
uma percepção maior de quem você é bem como de suas aptidões, uma nova
maneira de ver os outros e com eles se relacionar e um relacionamento mais
profundo com Deus. Esse último passo ocorre quando você se alimenta de
sua Palavra.
Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio (Sl 16.1).
Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por isso que ele
está à minha mão direita, nunca vacilarei (Sl 16.8).
Porque tu acenderás a minha candeia; o Senhor, meu Deus, alumiará
as minhas trevas (Sl 18.28).
O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O
Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei? (Sl 27.1)
Ouve, Senhor, a minha voz quando clamo; tem também piedade de
mim e responde-me (Sl 27.7).
Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia
(Sl 46.1).
Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga
as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias (Sl
51.1).
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